GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Presidente Hosni Mubarak teve uma grande vitória nas eleições parlamentares do Egito, 95% dos votos...Obama logo irá saudar essa grande vitória da democracia
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA
Grifon escreveu:Relação de Sarkozy com Lula preocupa EUA, mostram documentos do WikiLeaks
RIO - As relações do presidente da França, Nicolas Sarkozy, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preocupam o governo de Barack Obama. Segundo o jornal "El País", documentos vazados pelo site WikiLeaks mostram que, no fim de 2009, a embaixada dos Estados Unidos em Paris alertou Washington para a frequência dos encontros de Sarkozy e Lula - nove vezes em dois anos - e o incremento das relações diplomáticas, políticas, econômicas e militares entre os dois países.
Um dos cinco veículos que há semanas tiveram acesso aos documentos diplomáticos vazados pelo WikiLeaks, o "El País" informa que a advertência sobre as relações entre os dois presidentes está em uma mensagem da embaixada americana intitulada "França e Brasil: o começo de uma história de amor". Além da proximidade com Lula, a ambição de Sarkozy também preocupa os EUA.
"Sua impaciência na busca de resultados e seu desejo de levar a iniciativa (ainda que sem apoio de parceiros internacionais, nem de seu próprios assessores) nos obriga a canalizar suas propostas impulsivas de forma construtiva e com vistas ao longo prazo", adverte o embaixador dos EUA, Charles Rivkin, a seus superiores em Washington em um telegrama de dezembro do ano passado.
De acordo com o "El País", os telegramas diplomáticos americanos observam que Sarkozy não tem mecanismos de freio - políticos, pessoas ou ideológicos - para suas ambições globais. O presidente também é descrito pelo ex-embaixador americano, em 2007, como alguém que tem marcada tendência a corrigir erros de seus colaboradores, "inclusive seu primeiro-ministro (...) com estilo pessoal autoritário".
"Premia a quem segue suas ordens, e marginaliza a quem lhe apresenta uma opinião distinta ou cometa erros, como aconteceu com a ministra da Justiça, Rachida Dati, e a secretária de Estado de Exteriores, Rama Yade", alerta a outra mensagem diplomática, de 2009.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/ ... 156837.asp
Os Norte Americanos querem ter o controle de tudo e de todos, França e Brasil impulsionaram suas relações nos últimos anos, essa parceria não é de hoje, só que agora é mais abrangente e tende a ser mais forte ainda.
Incrível, mas dos aliados Ingleses não surgiram boatos até o momento, será porque esses seguem piamente as ordens yanques?
Saudações
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: GEOPOLÍTICA
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
01/12/2010 - 09h10
EUA veem 'paranoia' em defesa da Amazônia
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FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Nos telegramas da diplomacia dos EUA sobre a Estratégia de Defesa Nacional, há um trecho no qual a defesa da Amazônia é a apontada como uma "tradicional paranoia brasileira".
Os textos foram obtidos pela ONG WikiLeaks e lidos com exclusividade pela Folha.
São feitas referências à histórica preocupação de certos setores do governo e do meio político no Brasil em relação a organizações não governamentais e ao que os norte-americanos chamam de "forças estrangeiras obscuras".
"Um dos mais notáveis elementos da Estratégia [Nacional de Defesa] é o foco na defesa da região amazônica. Embora o documento aponte os desafios de segurança na região por causa de falta de controle nas fronteiras e de vizinhos potencialmente instáveis, o texto também satisfaz a tradicional paranoia brasileira a respeito de ações de organizações não governamentais e forças estrangeiras obscuras que são popularmente consideradas como ameaças potenciais à soberania do Brasil", diz um trecho do documento confidencial.
EUA veem 'paranoia' em defesa da Amazônia
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FERNANDO RODRIGUES
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Nos telegramas da diplomacia dos EUA sobre a Estratégia de Defesa Nacional, há um trecho no qual a defesa da Amazônia é a apontada como uma "tradicional paranoia brasileira".
Os textos foram obtidos pela ONG WikiLeaks e lidos com exclusividade pela Folha.
São feitas referências à histórica preocupação de certos setores do governo e do meio político no Brasil em relação a organizações não governamentais e ao que os norte-americanos chamam de "forças estrangeiras obscuras".
"Um dos mais notáveis elementos da Estratégia [Nacional de Defesa] é o foco na defesa da região amazônica. Embora o documento aponte os desafios de segurança na região por causa de falta de controle nas fronteiras e de vizinhos potencialmente instáveis, o texto também satisfaz a tradicional paranoia brasileira a respeito de ações de organizações não governamentais e forças estrangeiras obscuras que são popularmente consideradas como ameaças potenciais à soberania do Brasil", diz um trecho do documento confidencial.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
http://pedromigao.blogspot.com/2010/09/ ... -suja.html
O bom de se viajar a trabalho é que se consegue ler bastante. Até porque como não dirijo para chegar ao trabalho nestas ocasiões, consegue-se ler bastante no transporte que nos leva à refinaria.
Nossa resenha de hoje é de um livro que mostra como a hipocrisia permeia as relações políticas internacionais; bem como explicitar o quão pouco vale a vida humana quando se contrariam interesses dos donos do poder.
Craig Murray chegou ao Uzbequistão em 2002 para ser um dos mais jovens embaixadores da história do Reino Unido. Com 43 anos, era uma carreira brilhante que chegava a um ponto bastante alto.
Eram tempos pós onze de setembro e esperava-se que o novo representante inglês no país trabalhasse no sentido de manter como aliado o país da Ásia Central, ex-república soviética rica em petróleo e gás e que possuía em seu território uma base militar norte-americana e era ponto estratégico na passagem ao Afeganistão. Além disso corroborar a política americana na região - eram tempos de "relações carnais" entre os Estados Unidos e a ilha européia.
Entretanto, assim que chega ao país o novo embaixador assiste a um nada justo julgamento de dissidentes políticos e recebe fotos de um opositor do regime literalmente fervido e cozinhado em água quente igual a um frango ou um pedaço de carne.
A partir daí Craig Murray passa a usar seu prestígio de representante britânico e sua imunidade diplomática no sentido de defender os direitos humanos e a dissensão ao regime ditatorial do presidente Karimov. Outrossim, passa a representar os interesses de empresas britânicas de uma forma de "capitalismo" bastante peculiar empregada no país, onde os parentes do mandatário controlavam com mão de ferro todas as principais empresas do Uzbequistão.
Só que a oposição do embaixador começa a criar embaraços a Londres e, especialmente, aos EUA. A mensagem era clara: Karimov é um aliado na então "Guerra contra o Terror" e, portanto, é um promotor dos direitos humanos, do capitalismo - não deve ser importunado.
Além disso, as mensagens de Craig Murray abjurando provas obtidas sob tortura de eventuais "terroristas" começaram a afetar as relações bilaterais EUA-Reino Unido: depois se saberia que os americanos enviavam ao país prisioneiros para serem torturados na base militar.
Permeando estes fatores há a luta para se fazer respeitar o corpo diplomático em uma república despótica e, ao mesmo tempo, estruturar a representação da Grã Bretanha no país.
Longe de se fazer parecer um paladino da luta contra a tortura e a favor dos direitos humanos, Murray mostra as suas aventuras pela noite da cidade, sua fama de "bom copo" e suas aventuras amorosas por Tashkent, capital do país asiático.
Sua atuação como paladino dos direitos humanos começa a incomodar o Ministério das Relações Exteriores britânico, e começam a forjar-se provas para removê-lo do cargo. Em um primeiro momento, apoiado pelas empresas que possuíam representação no país e outras entidades, mantém-se no cargo, mas acaba sendo destituído em meados de 2004.
Neste meio tempo ele sofre um problema de saúde que no livro insinua ter sido provocado - ou seja, uma tentativa de assassinato. E ainda conhece uma "stripper" uzbeque pela qual se apaixona, causando o fim de seu casamento.
Removido da embaixada devido aos interesses anglo-saxões, acaba por passar um período de miséria até um acordo de rescisão onde sai da carreira diplomática. Logo depois o governo de Tashkent entrega aos russos a exploração de petróleo e gás, e o governo aliado se torna uma ditadura implacável, inimiga dos direitos humanos, anti-capitalista e que deve ser perseguida...
Com isso Murray é meio que "reabilitado", e embora o livro termine neste momento, examinando-se sua trajetória posterior percebe-se que ele retornou a um patamar de vida confortável - hoje é reitor da Universidade de Dundee, na Escócia.
As memórias do embaixador mostram a hipocrisia que comanda o relacionamento entre os países, também deixando claro que a máxima de Maquiavel de que "os fins justificam os meios" é o motor das relações. O livro também é muito interessante ao mostrar a burocracia interna da diplomacia e o que move estas engrenagens.
Quanto ao Uzbequistão, continua hoje o que sempre foi depois de se separar da extinta União Soviética: uma cleptocracia onde a oposição é esmagada, cozinhada em água fervente e, depois do alinhamento recente com os russos, "inimiga" das potências ocidentais. Merece destaque o "Massacre de Andijon", em 2005, onde número inestimável de pessoas foi morta em protestos pela democracia - muitas por falta de socorro após o Exército abrir fogo contra os manifestantes.
Eu me pergunto como próceres esportivos como Zico, Felipão e Rivaldo foram utilizados na propaganda do país ao trabalhar no Bunyodkor, hoje principal time de futebol do país e que tem no governo seu patrono. Emprestaram sua imagem a uma ditadura que tortura, mata e rouba.
Murray também mostra como um atentado a bomba na capital Tashkent, feito pelo próprio governo a fim de culpar opositores, foi utilizado pela CIA para estimular a opinião pública contra a Al Qaeda e os muçulmanos. Além disso descreve a rota do ópio afegão e do envolvimento direto dos líderes uzbeques (e dos políticos protegidos dos americanos no Afeganistão) na exploração do tráfico desta droga.
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Re: GEOPOLÍTICA
Uma critica velada a todos os Generais do EB.Penguin escreveu:01/12/2010 - 09h10
EUA veem 'paranoia' em defesa da Amazônia
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FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
Nos telegramas da diplomacia dos EUA sobre a Estratégia de Defesa Nacional, há um trecho no qual a defesa da Amazônia é a apontada como uma "tradicional paranoia brasileira".
Os textos foram obtidos pela ONG WikiLeaks e lidos com exclusividade pela Folha.
São feitas referências à histórica preocupação de certos setores do governo e do meio político no Brasil em relação a organizações não governamentais e ao que os norte-americanos chamam de "forças estrangeiras obscuras".
"Um dos mais notáveis elementos da Estratégia [Nacional de Defesa] é o foco na defesa da região amazônica. Embora o documento aponte os desafios de segurança na região por causa de falta de controle nas fronteiras e de vizinhos potencialmente instáveis, o texto também satisfaz a tradicional paranoia brasileira a respeito de ações de organizações não governamentais e forças estrangeiras obscuras que são popularmente consideradas como ameaças potenciais à soberania do Brasil", diz um trecho do documento confidencial.
- Grifon
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Re: GEOPOLÍTICA
EUA avaliam que submarino nuclear é 'elefante branco'
Dois telegramas produzidos pela Embaixada dos EUA em Brasília no início de 2009 fazem duras críticas à Estratégia Nacional de Defesa lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em dezembro de 2008. (Confira em inglês os telegramas)
Em um desses dois despachos aos quais a Folha teve acesso, ambos assinados pelo então embaixador norte-americano no Brasil, Clifford Sobel, há uma contestação sobre como as Forças Armadas brasileiras serão empregadas no futuro, sobretudo na proteção do mar territorial do país por causa da descoberta das reservas de petróleo da camada do pré-sal.
"Não há (...) informação sobre as possíveis ameaças a áreas de reserva de petróleo e a que a Marinha terá de responder contra-atacando, tornando difícil, por exemplo, avaliar a declaração contida na estratégia de que um submarino nuclear será necessário para proteger essas instalações", diz o telegrama, datado de 9 de janeiro de 2009.
A diplomacia norte-americana classifica como "consistente" o objetivo de modernizar o setor militar no Brasil, mas faz então uma ressalva: "Deixando de lado elefantes brancos politicamente populares como o submarino movido a energia nuclear".
O desejo da Marinha de ter um submarino nuclear é citado sete vezes nos dois telegramas da diplomacia dos EUA. Ao final, esse equipamento é jogado numa lista de itens que podem impedir a concretização da Estratégia Nacional de Defesa.
"Há (...) sérias questões sobre o quanto desse plano será realizado, particularmente com outras supostas prioridades estratégicas, incluindo (...) submarinos nucleares e apoio governamental a empresas do setor de defesa que não sejam competitivas, algo que pode provocar o surgimento de buracos negros que vão sugar todos os recursos disponíveis", diz o telegrama, confidencial.
A compra dos submarinos foi fechada em setembro de 2009. São quatro modelos convencionais Scorpène e o desenvolvimento do casco e da integração de um reator brasileiro a uma unidade com propulsão nuclear. O negócio soma 6,5 bilhões de euros (R$ 14,5 bilhões pela cotação de ontem).
Os dois documentos (um total de 12 páginas) a que a Folha teve acesso ontem fazem parte de um grande lote de telegramas dos diplomatas dos EUA que estão sendo vazados desde domingo pela organização não governamental WikiLeaks.
As informações estão surgindo no site da entidade. A Folha.com criou uma seção especial sobre o caso.
Os telegramas lidos pela Folha são dedicados a analisar a Estratégia Nacional de Defesa do Brasil.
Os textos chamam a atenção para o fato de que o governo "permite 'parceiros estratégicos', mas esses são vistos como os países que aceitam transferir tecnologias que tornarão o Brasil mais independente, não como um colaborador em operações de segurança".
MANGABEIRA
O então embaixador dos EUA escreve em um trecho que "parece que Lula dá atenção" ao que dizia o então ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger. Na verdade, a influência dele --hoje fora do governo-- era mais retórica do que prática.
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Alvo de críticas americanas foi Amorim, não Itamaraty
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
Não é o Itamaraty, genericamente, que os Estados Unidos consideram (ou consideravam)
adversário, conforme o documento do WikiLeaks ontem revelado pela Folha.
O alvo chama-se especificamente Celso Luís Nunes Amorim, chanceler da República desde
janeiro de 2003.
E quem o qualificou como "inimigo ideológico" da Alca (Área de Livre Comércio das Américas)
tampouco foi um funcionário secundário da diplomacia americana, mas Roger Noriega, o ultra-direitista
que era, à época, subsecretário de Estado para assuntos hemisféricos, ou seja, para as Américas.
Noriega fez o comentário em conversa informal com a Folha, em um intervalo de um simpósio
em Miami, no qual se discutia a Alca.
A iniciativa foi prioridade para a diplomacia norte-americana mas esbarrou na resistência do
governo brasileiro, desde Fernando Henrique Cardoso, endurecida no período Lula/Amorim.
A conversa, sem citar a fonte, já que fora informal, apareceu com todos os detalhes na edição do
jornal de 19 de novembro de 2003. Agora que os documentos trazem uma informação muito parecida,
não faz mais sentido preservá-la.
O DIÁLOGO
Vale, sim, rememorar algumas das informações:
1 - O governo George Bush via na criação do G20 (o comercial, não o financeiro) uma operação
ideológica, de relançamento do conflito Norte-Sul, que foi um dos marcos da Guerra Fria.
O G20 foi duramente atacado por Robert Zoellick, então chefe do comércio exterior dos EUA,
hoje presidente do Banco Mundial, com menções diretas ao papel do Brasil como responsável pelo
fracasso da Conferência de Cancún da OMC (Organização Mundial do Comércio), em que se tentava
avançar na Rodada Doha de liberalização comercial.
2 - A ofensiva contra Amorim só cedeu porque coube aos EUA serem os anfitriões de uma nova
ministerial da OMC, em Miami. Como havia o risco de uma Cancún-2 em pleno solo norte-americano,
Zoellick trabalhou com Amorim em uma proposta então batizada de Alca-light.
Noriega, na conversa com a Folha, admitia: "É melhor conseguir a metade do pão do que correr
o risco de um fracasso". Depois, corrigiu: "Na verdade, os EUA sairão [de Miami] com 75% do pão".
Não saíram com nada porque a Alca continuou tropeçando até ser colocada em hibernação
talvez definitiva.
O governo Bush trabalhava com o dado de que setores empresariais e do próprio governo
queriam uma Alca robusta, ao contrário do Itamaraty. Noriega citou o então ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, como um dos favoráveis a um acordo mais suculento.
MUDANÇA
É razoável supor que a posição norte-americana mudou pelo menos um pouco depois que
Noriega foi substituído por Thomas Shannon, hoje embaixador em Brasília. A Folha ouviu de autoridades
brasileiras mais de uma vez elogios ao desempenho de Shannon.
É igualmente razoável supor que a avaliação tenha mudado mais ainda depois que Bush deixou
a Casa Branca para Barack Obama (o telegrama em que se critica o Itamaraty é pré-Obama).
Tanto é assim que o assessor diplomático de Lula, Marco Aurélio Garcia, passou a ser
interlocutor privilegiado e frequente do general Jim Jones, responsável pela Segurança Nacional na Casa
Branca, prestes a deixar o cargo.
CLÓVIS ROSSI
COLUNISTA DA FOLHA
Não é o Itamaraty, genericamente, que os Estados Unidos consideram (ou consideravam)
adversário, conforme o documento do WikiLeaks ontem revelado pela Folha.
O alvo chama-se especificamente Celso Luís Nunes Amorim, chanceler da República desde
janeiro de 2003.
E quem o qualificou como "inimigo ideológico" da Alca (Área de Livre Comércio das Américas)
tampouco foi um funcionário secundário da diplomacia americana, mas Roger Noriega, o ultra-direitista
que era, à época, subsecretário de Estado para assuntos hemisféricos, ou seja, para as Américas.
Noriega fez o comentário em conversa informal com a Folha, em um intervalo de um simpósio
em Miami, no qual se discutia a Alca.
A iniciativa foi prioridade para a diplomacia norte-americana mas esbarrou na resistência do
governo brasileiro, desde Fernando Henrique Cardoso, endurecida no período Lula/Amorim.
A conversa, sem citar a fonte, já que fora informal, apareceu com todos os detalhes na edição do
jornal de 19 de novembro de 2003. Agora que os documentos trazem uma informação muito parecida,
não faz mais sentido preservá-la.
O DIÁLOGO
Vale, sim, rememorar algumas das informações:
1 - O governo George Bush via na criação do G20 (o comercial, não o financeiro) uma operação
ideológica, de relançamento do conflito Norte-Sul, que foi um dos marcos da Guerra Fria.
O G20 foi duramente atacado por Robert Zoellick, então chefe do comércio exterior dos EUA,
hoje presidente do Banco Mundial, com menções diretas ao papel do Brasil como responsável pelo
fracasso da Conferência de Cancún da OMC (Organização Mundial do Comércio), em que se tentava
avançar na Rodada Doha de liberalização comercial.
2 - A ofensiva contra Amorim só cedeu porque coube aos EUA serem os anfitriões de uma nova
ministerial da OMC, em Miami. Como havia o risco de uma Cancún-2 em pleno solo norte-americano,
Zoellick trabalhou com Amorim em uma proposta então batizada de Alca-light.
Noriega, na conversa com a Folha, admitia: "É melhor conseguir a metade do pão do que correr
o risco de um fracasso". Depois, corrigiu: "Na verdade, os EUA sairão [de Miami] com 75% do pão".
Não saíram com nada porque a Alca continuou tropeçando até ser colocada em hibernação
talvez definitiva.
O governo Bush trabalhava com o dado de que setores empresariais e do próprio governo
queriam uma Alca robusta, ao contrário do Itamaraty. Noriega citou o então ministro do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, como um dos favoráveis a um acordo mais suculento.
MUDANÇA
É razoável supor que a posição norte-americana mudou pelo menos um pouco depois que
Noriega foi substituído por Thomas Shannon, hoje embaixador em Brasília. A Folha ouviu de autoridades
brasileiras mais de uma vez elogios ao desempenho de Shannon.
É igualmente razoável supor que a avaliação tenha mudado mais ainda depois que Bush deixou
a Casa Branca para Barack Obama (o telegrama em que se critica o Itamaraty é pré-Obama).
Tanto é assim que o assessor diplomático de Lula, Marco Aurélio Garcia, passou a ser
interlocutor privilegiado e frequente do general Jim Jones, responsável pela Segurança Nacional na Casa
Branca, prestes a deixar o cargo.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Até um general chinês nos visitou
Newton Carlos
Jornalista
O interesse crescente da China pela América Latina pode ser avaliado, entre outras coisas, pelo
envio de missão militar de alto nível ao Equador, à Venezuela e ao Peru. Foi chefiada pelo general Chen
Bingde, chefe do Estado-Maior do Exército Popular de Libertação, como é denominado o Exército chinês.
Bignde tornou-se a primeira autoridade militar chinesa de alto nível a visitar o continente e a incursão não
se limitou, como se viu, a países — no caso, Equador e Venezuela — com regimes supostamente mais
identificados com o comunista chinês.
O pragmatismo da China ficou mais uma vez comprovado com a escala no Peru da missão
comandada pelo general. O governo peruano, cujo presidente, Alan Garcia, vive acusando a Venezuela
de municiar a oposição a ele, é hoje uma das referências mais fortes na América Latina de um
neoliberalismo encarado como dos mais duros. A China corre atrás de matérias-primas, estejam onde
estiverem, que sustentem seus altos índices de crescimento econômico, e nosso continente vai
marcando presença cada vez mais forte nessa corrida.
No Equador, o interesse é o petróleo. A Petrobras não aceitou as novas regras que aumentam a
arrecadação do Estado equatoriano. A China aceitou de bom grado. Uma das empresas petrolíferas
chinesas controladas pelo Estado, a Sinopec, tornou-se sócia minoritária (40%) da estatal Petroequador.
As transações também envolvem armas. A China se diz “muito feliz” por contribuir para o fortalecimento
da capacidade defensiva do Equador. Na relação de vendas estão um sistema de radar e dois portaaviões
de porte médio . O Equador procura fortalecer sua fronteira com a Colômbia, sempre envolta em
tensões graves.
O Equador também quer que a China o ajude a remontar a base naval de Manta . Não foi
renovado o tratado de concessão aos Estados Unidos. A base fica em local estrategicamente importante
ao sul do Pacífico. As vendas chinesas ao Equador ocorrem num momento em que são anunciadas
compras de armas em vários países latino-americanos. Por exemplo, no Peru, que recorre à Corte
Internacional de Justiça procurando reaver territórios perdidos para o Chile numa guerra no século 19. O
Chile compra aviões .
A China “coloniza” a América Latina foi o título de matéria do El País, de Madri, tratando do que
especialistas chamam de “erupção chinesa” ao sul do Rio Grande, parte do mundo que foi considerada
quintal dos Estados Unidos. “Já fomos colonizados uma vez, não queremos ser outra vez, queremos ser
sócios”, disse um empresário latino-americano citado pelo jornal espanhol. O maior colonizador foi,
ironicamente, a Espanha. “Os latino-americanos amam o dinheiro tanto quanto os chineses”, avançou no
terreno de uma retórica agressiva o mesmo empresário citado por El País.
O xis da questão é como estabelecer os termos dessa sociedade. Em meados de 2010, as
empresas chinesas receberam ordens de expandir-se no exterior. É o que revela Yuan Shaobin, diretor
do Citic Construction. Sua empresa já conseguiu contratos em países latino-americanos envolvendo mais
de US$ 2 bilhões. O presidente da China, Hu Jintao, esteve duas vezes entre nós. A ofensiva dá frutos. A
China acumula superavits em boa parte de países latino-americanos. As exceções são Brasil, Argentina,
Chile e Peru. Especialistas chamam a atenção para os tipos de inversões.
Das 19 maiores, só quatro se destinaram à indústria e à infraestrutura. O grosso concentrou-se
em matérias-primas, em atenção à voracidade chinesa nesse terreno. O diretor da Comissão Econômica
para a América Latina, Osvaldo Rosales, diz que a boa notícia reside no fato de que os países latinoamericanos
mantêm relação intensa com a China, “o motor de crescimento do século 21”. O preocupante
“é que nós estamos conectando com a mesma estrutura exportadora do século 19, a troca de matériasprimas
por manufaturados”. Nenhum país quer produzir somente matérias-primas, sentenciou Rosales.
Um dos alertas envolve o Brasil. Oitenta por cento do que o Brasil exporta para a China se
referem a ferro, soja e petróleo. Em tempo: o gigante chinês já é o segundo maior exportador para a
América Latina. Ganha da União Europeia. Só perde para os Estados Unidos.
Newton Carlos
Jornalista
O interesse crescente da China pela América Latina pode ser avaliado, entre outras coisas, pelo
envio de missão militar de alto nível ao Equador, à Venezuela e ao Peru. Foi chefiada pelo general Chen
Bingde, chefe do Estado-Maior do Exército Popular de Libertação, como é denominado o Exército chinês.
Bignde tornou-se a primeira autoridade militar chinesa de alto nível a visitar o continente e a incursão não
se limitou, como se viu, a países — no caso, Equador e Venezuela — com regimes supostamente mais
identificados com o comunista chinês.
O pragmatismo da China ficou mais uma vez comprovado com a escala no Peru da missão
comandada pelo general. O governo peruano, cujo presidente, Alan Garcia, vive acusando a Venezuela
de municiar a oposição a ele, é hoje uma das referências mais fortes na América Latina de um
neoliberalismo encarado como dos mais duros. A China corre atrás de matérias-primas, estejam onde
estiverem, que sustentem seus altos índices de crescimento econômico, e nosso continente vai
marcando presença cada vez mais forte nessa corrida.
No Equador, o interesse é o petróleo. A Petrobras não aceitou as novas regras que aumentam a
arrecadação do Estado equatoriano. A China aceitou de bom grado. Uma das empresas petrolíferas
chinesas controladas pelo Estado, a Sinopec, tornou-se sócia minoritária (40%) da estatal Petroequador.
As transações também envolvem armas. A China se diz “muito feliz” por contribuir para o fortalecimento
da capacidade defensiva do Equador. Na relação de vendas estão um sistema de radar e dois portaaviões
de porte médio . O Equador procura fortalecer sua fronteira com a Colômbia, sempre envolta em
tensões graves.
O Equador também quer que a China o ajude a remontar a base naval de Manta . Não foi
renovado o tratado de concessão aos Estados Unidos. A base fica em local estrategicamente importante
ao sul do Pacífico. As vendas chinesas ao Equador ocorrem num momento em que são anunciadas
compras de armas em vários países latino-americanos. Por exemplo, no Peru, que recorre à Corte
Internacional de Justiça procurando reaver territórios perdidos para o Chile numa guerra no século 19. O
Chile compra aviões .
A China “coloniza” a América Latina foi o título de matéria do El País, de Madri, tratando do que
especialistas chamam de “erupção chinesa” ao sul do Rio Grande, parte do mundo que foi considerada
quintal dos Estados Unidos. “Já fomos colonizados uma vez, não queremos ser outra vez, queremos ser
sócios”, disse um empresário latino-americano citado pelo jornal espanhol. O maior colonizador foi,
ironicamente, a Espanha. “Os latino-americanos amam o dinheiro tanto quanto os chineses”, avançou no
terreno de uma retórica agressiva o mesmo empresário citado por El País.
O xis da questão é como estabelecer os termos dessa sociedade. Em meados de 2010, as
empresas chinesas receberam ordens de expandir-se no exterior. É o que revela Yuan Shaobin, diretor
do Citic Construction. Sua empresa já conseguiu contratos em países latino-americanos envolvendo mais
de US$ 2 bilhões. O presidente da China, Hu Jintao, esteve duas vezes entre nós. A ofensiva dá frutos. A
China acumula superavits em boa parte de países latino-americanos. As exceções são Brasil, Argentina,
Chile e Peru. Especialistas chamam a atenção para os tipos de inversões.
Das 19 maiores, só quatro se destinaram à indústria e à infraestrutura. O grosso concentrou-se
em matérias-primas, em atenção à voracidade chinesa nesse terreno. O diretor da Comissão Econômica
para a América Latina, Osvaldo Rosales, diz que a boa notícia reside no fato de que os países latinoamericanos
mantêm relação intensa com a China, “o motor de crescimento do século 21”. O preocupante
“é que nós estamos conectando com a mesma estrutura exportadora do século 19, a troca de matériasprimas
por manufaturados”. Nenhum país quer produzir somente matérias-primas, sentenciou Rosales.
Um dos alertas envolve o Brasil. Oitenta por cento do que o Brasil exporta para a China se
referem a ferro, soja e petróleo. Em tempo: o gigante chinês já é o segundo maior exportador para a
América Latina. Ganha da União Europeia. Só perde para os Estados Unidos.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: GEOPOLÍTICA
Países da ALBA terão Escola de Defesa
Os países que integram a Aliança Bolivariana das Américas (ALBA) anunciaram a criação de
uma Escola de Defesa para treinar civis e militares em temas de segurança e defensa.
A escola deverá funcionar em Santa Cruz de la Sierra já a partir de 2011.
De acordo com o ministro da Defesa da Bolívia, Rúben Saavedra, “o objetivo desta escola não é
formar apenas militares, mas também civis interessados nos temas de segurança e defesa”.
Saavedra explicou ainda que a doutrina a ser adotada pela futura Escola de Defesa da ALBA
será elaborada a partir das experiências de Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela.
Os países que integram a ALBA aproveitaram a IX Conferência de Ministros da Defesa das
Américas, celebrada na semana passada em Santa Cruz, para avançar nas negociações sobre o tema.
A Escola de Defesa da ALBA atende demanda do presidente boliviano Evo Morales que em 17
de outubro do ano passado, na Cúpula da ALBA em Cochabamba, defendeu a criação de uma academia
de defesa como resposta à influência militar norte-americana na região.
Os países que integram a Aliança Bolivariana das Américas (ALBA) anunciaram a criação de
uma Escola de Defesa para treinar civis e militares em temas de segurança e defensa.
A escola deverá funcionar em Santa Cruz de la Sierra já a partir de 2011.
De acordo com o ministro da Defesa da Bolívia, Rúben Saavedra, “o objetivo desta escola não é
formar apenas militares, mas também civis interessados nos temas de segurança e defesa”.
Saavedra explicou ainda que a doutrina a ser adotada pela futura Escola de Defesa da ALBA
será elaborada a partir das experiências de Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela.
Os países que integram a ALBA aproveitaram a IX Conferência de Ministros da Defesa das
Américas, celebrada na semana passada em Santa Cruz, para avançar nas negociações sobre o tema.
A Escola de Defesa da ALBA atende demanda do presidente boliviano Evo Morales que em 17
de outubro do ano passado, na Cúpula da ALBA em Cochabamba, defendeu a criação de uma academia
de defesa como resposta à influência militar norte-americana na região.
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Re: GEOPOLÍTICA
Nome código da empreitada descrita pelo post do Cmdt Marino ao norte do Rio Grande:
Alvo.
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Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
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Re: GEOPOLÍTICA
"A CPLP deveria começar a evoluir para uma Confederação de Estados Lusófonos, que não é uma alternativa às alianças regionais (Mercosul, UE ou União Africana), mas um complemento...."
Texto completo em:
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/inter ... id=1724964
Romeo
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Romeo
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Re: GEOPOLÍTICA
AGÊNCIA ESTADO – 02/12/2010
Site WikiLeaks - EUA viram oportunidade em planos de defesa do Brasil
O governo norte-americano viu na estratégia brasileira de reforçar suas capacidades militares um modo de "apoiar os interesses dos Estados Unidos", revelam telegramas diplomáticos vazados pelo site WikiLeaks. Apesar disso, o documento faz ressalvas à ideia de o Brasil almejar um submarino nuclear, qualificando-a como um "elefante branco". Atualmente, os EUA são o único país da região com submarinos nucleares, capazes de passar longos períodos submersos.
O despacho da diplomacia norte-americana faz ressalvas diante de "sérias questões" em torno da estratégia brasileira, entre elas a intenção de o País possuir um submarino nuclear e do apoio do governo à indústria de Defesa. Essas iniciativas são consideradas "não competitivas", capazes, na opinião dos funcionários norte-americanos, de causar "buracos negros" e de "sugar todos os recursos disponíveis".
O documento, enviado em janeiro de 2009 pela embaixada norte-americana ao Departamento de Estado, é firmado pelo então embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel. Apesar das ressalvas, o texto afirma que a nova estratégia brasileira de Defesa "levará o Brasil a tornar-se um parceiro mais efetivo" no setor de segurança. A Estratégia Nacional de Defesa foi lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2008.
O documento norte-americano nota que a estratégia poderia tornar as Forças Armadas brasileiras mais capazes de "apoiar os interesses dos EUA em exportar estabilidade para a América Latina e estar disponíveis para a manutenção de paz em outros locais".
O texto confidencial firmado por Sobel afirma que a intenção do Brasil de monitorar a Floresta Amazônica "cria oportunidades" para o setor de negócios dos EUA e para as Forças Armadas norte-americanas ampliarem a cooperação. O diplomata notou as oportunidades para "parcerias estratégicas primariamente em termos de comércio de defesa e transferência de tecnologia", mas ressaltou a possibilidade de "cooperação de segurança real em áreas de interesse mútuo".
Sobel também notou, porém, certa frieza do governo Lula reservada para os EUA, dizendo que esse vínculo com o Brasil "apenas aumentará gradualmente, particularmente enquanto o atual governo estiver no poder".
O Brasil já firmou um contrato para comprar cinco submarinos Scorpène da França, um dos quais receberá um motor nuclear. O País deve ainda anunciar em breve o vencedor de uma licitação para a compra de uma frota de sofisticados caças. Os competidores pelo contrato, que pode superar os US$ 7 bilhões, são a norte-americana Boeing, que oferece modelos F-18, a francesa Dassault, com o modelo Rafale, e a sueca Saab, com os Gripen NG. As informações são da Dow Jones.
Site WikiLeaks - EUA viram oportunidade em planos de defesa do Brasil
O governo norte-americano viu na estratégia brasileira de reforçar suas capacidades militares um modo de "apoiar os interesses dos Estados Unidos", revelam telegramas diplomáticos vazados pelo site WikiLeaks. Apesar disso, o documento faz ressalvas à ideia de o Brasil almejar um submarino nuclear, qualificando-a como um "elefante branco". Atualmente, os EUA são o único país da região com submarinos nucleares, capazes de passar longos períodos submersos.
O despacho da diplomacia norte-americana faz ressalvas diante de "sérias questões" em torno da estratégia brasileira, entre elas a intenção de o País possuir um submarino nuclear e do apoio do governo à indústria de Defesa. Essas iniciativas são consideradas "não competitivas", capazes, na opinião dos funcionários norte-americanos, de causar "buracos negros" e de "sugar todos os recursos disponíveis".
O documento, enviado em janeiro de 2009 pela embaixada norte-americana ao Departamento de Estado, é firmado pelo então embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel. Apesar das ressalvas, o texto afirma que a nova estratégia brasileira de Defesa "levará o Brasil a tornar-se um parceiro mais efetivo" no setor de segurança. A Estratégia Nacional de Defesa foi lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no fim de 2008.
O documento norte-americano nota que a estratégia poderia tornar as Forças Armadas brasileiras mais capazes de "apoiar os interesses dos EUA em exportar estabilidade para a América Latina e estar disponíveis para a manutenção de paz em outros locais".
O texto confidencial firmado por Sobel afirma que a intenção do Brasil de monitorar a Floresta Amazônica "cria oportunidades" para o setor de negócios dos EUA e para as Forças Armadas norte-americanas ampliarem a cooperação. O diplomata notou as oportunidades para "parcerias estratégicas primariamente em termos de comércio de defesa e transferência de tecnologia", mas ressaltou a possibilidade de "cooperação de segurança real em áreas de interesse mútuo".
Sobel também notou, porém, certa frieza do governo Lula reservada para os EUA, dizendo que esse vínculo com o Brasil "apenas aumentará gradualmente, particularmente enquanto o atual governo estiver no poder".
O Brasil já firmou um contrato para comprar cinco submarinos Scorpène da França, um dos quais receberá um motor nuclear. O País deve ainda anunciar em breve o vencedor de uma licitação para a compra de uma frota de sofisticados caças. Os competidores pelo contrato, que pode superar os US$ 7 bilhões, são a norte-americana Boeing, que oferece modelos F-18, a francesa Dassault, com o modelo Rafale, e a sueca Saab, com os Gripen NG. As informações são da Dow Jones.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Do embaixador americano no Brasil, publicado na FSP:
Diplomacia e WikiLeaks
Diplomatas devem ter discussões francas e garantia da confidencialidade
THOMAS A. SHANNON - ESPECIAL PARA A FOLHA
O presidente Obama e a secretária de Estado Hillary Clinton decidiram dar prioridade à
revigoração das relações dos EUA no mundo. Ambos têm trabalhado com afinco para fortalecer as
parcerias existentes e construir novas parcerias no enfrentamento de desafios comuns -das mudanças
climáticas e da eliminação da ameaça das armas nucleares até a luta contra doenças e contra a pobreza.
Como embaixador dos Estados Unidos no Brasil, tenho orgulho de fazer parte desse esforço.
Consideramos o país um parceiro essencial e confiável no continente e no mundo e estamos
empenhados em aprofundar nossas relações com o governo e o povo do Brasil. Naturalmente, mesmo
uma relação sólida passa por desafios. Acabamos de ver isso nos últimos dias, quando documentos
supostamente originados de computadores do Departamento de Defesa dos EUA tornaram-se objeto de
reportagens na imprensa.
Esses documentos parecem conter avaliações de nossos diplomatas sobre políticas,
negociações e líderes mundiais, bem como relatórios sobre conversas privadas com pessoas de dentro e
de fora de outros governos. Os EUA lamentam profundamente e condenam a revelação de qualquer
informação que se pretende confidencial. Diplomatas devem conduzir discussões francas com seus
pares e eles devem ter a garantia da confidencialidade dessas conversas.
O diálogo honesto, dentro de e entre governos, faz parte da base das relações internacionais.
Não poderíamos manter a paz, a segurança e a estabilidade internacionais sem isso. Como disse a
secretária Clinton, "essa divulgação não é apenas um atentado contra os interesses da política externa
dos EUA. É um atentado contra a comunidade internacional, contra as alianças e parcerias, as
conversações e as negociações que protegem a segurança mundial e fazem avançar a prosperidade
econômica".
Nos Estados Unidos, relatórios internos dos diplomatas são um dos muitos elementos que
formam nossas políticas, que em última instância são formuladas pelo presidente ou pela secretária de
Estado. E essas políticas são públicas, objeto de milhares de páginas de discursos, declarações,
informes oficiais e outros documentos que o Departamento de Estado disponibiliza livremente online ou
em outros locais. Mas as relações entre governos não são a única preocupação. Os diplomatas dos EUA
reúnem-se com pessoas que trabalham com direitos humanos nos países, jornalistas, líderes religiosos e
outros representantes não governamentais que oferecem suas próprias e sinceras percepções.
Essas conversas também dependem de responsabilidade e de confiança. Por exemplo, se um
ativista anticorrupção passar informações sobre conduta oficial imprópria, ou um assistente social
compartilhar documentação sobre violência sexual, a revelação da identidade da pessoa envolvida
poderá ter graves repercussões. Em algumas partes do mundo, essas repercussões podem incluir
prisão, tortura ou até a morte. Os proprietários do site WikiLeaks alegam possuir cerca de 250 mil
documentos confidenciais, muitos dos quais foram divulgados para a mídia. Quaisquer que sejam os
motivos para a publicação desses documentos, está claro que a sua divulgação traz riscos reais para
pessoas reais e, muitas vezes, para as mesmas pessoas que dedicaram a vida para proteger outros.
Uma ação cuja intenção é provocar os poderosos pode, em vez disso, pôr em risco aqueles que
não têm poder. Nós apoiamos e estamos dispostos a manter debates genuínos sobre questões
prementes de política pública. Porém, divulgar documentos sem o devido cuidado e sem medir as
consequências não é a forma de iniciar um debate dessa natureza.
De nossa parte, o governo dos EUA está empenhado em manter a segurança das nossas
comunicações diplomáticas e tomando as medidas necessárias para assegurar que sejam mantidas em
sigilo. Estamos atuando de forma agressiva para que esse tipo de violação não ocorra novamente. E
continuaremos a trabalhar para fortalecer a parceria com o Brasil e avançar nos assuntos de importância
para nossos países.
Não podemos fazer menos do que isso. Estou em contato estreito com as autoridades do
governo brasileiro para assegurar nosso foco contínuo sobre as questões e tarefas nas quais estamos
trabalhando. O presidente Obama, a secretária Clinton e eu continuamos comprometidos a ser parceiros
confiáveis à medida que buscamos construir um mundo melhor e mais próspero para todos.
THOMAS A. SHANNON é embaixador dos EUA no Brasil
Diplomacia e WikiLeaks
Diplomatas devem ter discussões francas e garantia da confidencialidade
THOMAS A. SHANNON - ESPECIAL PARA A FOLHA
O presidente Obama e a secretária de Estado Hillary Clinton decidiram dar prioridade à
revigoração das relações dos EUA no mundo. Ambos têm trabalhado com afinco para fortalecer as
parcerias existentes e construir novas parcerias no enfrentamento de desafios comuns -das mudanças
climáticas e da eliminação da ameaça das armas nucleares até a luta contra doenças e contra a pobreza.
Como embaixador dos Estados Unidos no Brasil, tenho orgulho de fazer parte desse esforço.
Consideramos o país um parceiro essencial e confiável no continente e no mundo e estamos
empenhados em aprofundar nossas relações com o governo e o povo do Brasil. Naturalmente, mesmo
uma relação sólida passa por desafios. Acabamos de ver isso nos últimos dias, quando documentos
supostamente originados de computadores do Departamento de Defesa dos EUA tornaram-se objeto de
reportagens na imprensa.
Esses documentos parecem conter avaliações de nossos diplomatas sobre políticas,
negociações e líderes mundiais, bem como relatórios sobre conversas privadas com pessoas de dentro e
de fora de outros governos. Os EUA lamentam profundamente e condenam a revelação de qualquer
informação que se pretende confidencial. Diplomatas devem conduzir discussões francas com seus
pares e eles devem ter a garantia da confidencialidade dessas conversas.
O diálogo honesto, dentro de e entre governos, faz parte da base das relações internacionais.
Não poderíamos manter a paz, a segurança e a estabilidade internacionais sem isso. Como disse a
secretária Clinton, "essa divulgação não é apenas um atentado contra os interesses da política externa
dos EUA. É um atentado contra a comunidade internacional, contra as alianças e parcerias, as
conversações e as negociações que protegem a segurança mundial e fazem avançar a prosperidade
econômica".
Nos Estados Unidos, relatórios internos dos diplomatas são um dos muitos elementos que
formam nossas políticas, que em última instância são formuladas pelo presidente ou pela secretária de
Estado. E essas políticas são públicas, objeto de milhares de páginas de discursos, declarações,
informes oficiais e outros documentos que o Departamento de Estado disponibiliza livremente online ou
em outros locais. Mas as relações entre governos não são a única preocupação. Os diplomatas dos EUA
reúnem-se com pessoas que trabalham com direitos humanos nos países, jornalistas, líderes religiosos e
outros representantes não governamentais que oferecem suas próprias e sinceras percepções.
Essas conversas também dependem de responsabilidade e de confiança. Por exemplo, se um
ativista anticorrupção passar informações sobre conduta oficial imprópria, ou um assistente social
compartilhar documentação sobre violência sexual, a revelação da identidade da pessoa envolvida
poderá ter graves repercussões. Em algumas partes do mundo, essas repercussões podem incluir
prisão, tortura ou até a morte. Os proprietários do site WikiLeaks alegam possuir cerca de 250 mil
documentos confidenciais, muitos dos quais foram divulgados para a mídia. Quaisquer que sejam os
motivos para a publicação desses documentos, está claro que a sua divulgação traz riscos reais para
pessoas reais e, muitas vezes, para as mesmas pessoas que dedicaram a vida para proteger outros.
Uma ação cuja intenção é provocar os poderosos pode, em vez disso, pôr em risco aqueles que
não têm poder. Nós apoiamos e estamos dispostos a manter debates genuínos sobre questões
prementes de política pública. Porém, divulgar documentos sem o devido cuidado e sem medir as
consequências não é a forma de iniciar um debate dessa natureza.
De nossa parte, o governo dos EUA está empenhado em manter a segurança das nossas
comunicações diplomáticas e tomando as medidas necessárias para assegurar que sejam mantidas em
sigilo. Estamos atuando de forma agressiva para que esse tipo de violação não ocorra novamente. E
continuaremos a trabalhar para fortalecer a parceria com o Brasil e avançar nos assuntos de importância
para nossos países.
Não podemos fazer menos do que isso. Estou em contato estreito com as autoridades do
governo brasileiro para assegurar nosso foco contínuo sobre as questões e tarefas nas quais estamos
trabalhando. O presidente Obama, a secretária Clinton e eu continuamos comprometidos a ser parceiros
confiáveis à medida que buscamos construir um mundo melhor e mais próspero para todos.
THOMAS A. SHANNON é embaixador dos EUA no Brasil
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Venezuela suscribirá un préstamo de 4.000 millones de dólares para adquirir material bélico ruso
2/12/2010 (Infodefensa.com) Moscú - Venezuela ha recibido un préstamo de más de 4.000 millones de dólares por parte de Rusia para comprar diverso material militar, según ha declarado el presidente venezolano Hugo Chávez.
Citado por la agencia oficial rusa de noticias ITAR-TASS, Chavez no quiso especificar qué tipo de material será adquirido a partir de este préstamo, y sólo dijo que serán "armas defensivas" para proteger al país "de la amenaza planteada por el imperio y sus aliados".
En el mes de septiembre, el gobierno ruso acordó emitir un préstamo a Venezuela de 2.200 millones de dólares para ser gastados en material militar ruro con destino a Venezuela, su mayor cliente en este sector en la región latinoamericana.
En total, Venezuela ya ha suscrito contratos por un valor superior a los 4.000 millones de dólares para hacerse con sistemas de armas de Rusia.
En este contexto, el presidente venezolano anunció la puesta en marcha de un ambicioso plan para invertir un total de 30.000 millones de dólares hasta 2013 para rearmar a sus Fuerzas Armadas. Entre el material contratado con Rusia destacan 24 cazas multipropósito SU-30MKV, 34 helicópteros tipo MI-17V, 10 helicópteros de combate tipo MI-35i, y 3 helicópteros de transporte pesado tipo MI-26T.
Rusia también ha suministrado a Venezuela 100.000 fusiles de asalto Kalashnikov AK-103 y ha colaborado en la construcción de dos plantas productoras de fusiles AK-103 y municiones, bajo licencia rusa, que se completarán en 2011.
2/12/2010 (Infodefensa.com) Moscú - Venezuela ha recibido un préstamo de más de 4.000 millones de dólares por parte de Rusia para comprar diverso material militar, según ha declarado el presidente venezolano Hugo Chávez.
Citado por la agencia oficial rusa de noticias ITAR-TASS, Chavez no quiso especificar qué tipo de material será adquirido a partir de este préstamo, y sólo dijo que serán "armas defensivas" para proteger al país "de la amenaza planteada por el imperio y sus aliados".
En el mes de septiembre, el gobierno ruso acordó emitir un préstamo a Venezuela de 2.200 millones de dólares para ser gastados en material militar ruro con destino a Venezuela, su mayor cliente en este sector en la región latinoamericana.
En total, Venezuela ya ha suscrito contratos por un valor superior a los 4.000 millones de dólares para hacerse con sistemas de armas de Rusia.
En este contexto, el presidente venezolano anunció la puesta en marcha de un ambicioso plan para invertir un total de 30.000 millones de dólares hasta 2013 para rearmar a sus Fuerzas Armadas. Entre el material contratado con Rusia destacan 24 cazas multipropósito SU-30MKV, 34 helicópteros tipo MI-17V, 10 helicópteros de combate tipo MI-35i, y 3 helicópteros de transporte pesado tipo MI-26T.
Rusia también ha suministrado a Venezuela 100.000 fusiles de asalto Kalashnikov AK-103 y ha colaborado en la construcción de dos plantas productoras de fusiles AK-103 y municiones, bajo licencia rusa, que se completarán en 2011.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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