GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
PF disfarça prisão de terroristas, dizem EUA
WikiLeaks começa a vazar telegramas secretos, e Folha obtém primeiro lote
Jornal teve acesso com exclusividade a papéis despachados pela diplomacia dos Estados Unidos a
partir do Brasil
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
A Polícia Federal do Brasil "frequentemente prende pessoas ligadas ao terrorismo, mas os acusa de uma
variedade de crimes não relacionados a terrorismo para evitar chamar a atenção da imprensa e dos altos
escalões do governo", relatou de maneira secreta em 8 de janeiro de 2008 o então embaixador dos Estados
Unidos em Brasília, Clifford Sobel.
Essa informação faz parte de um lote de 1.947 telegramas produzidos pela diplomacia norte-americana
durante a última década, em Brasília. A organização WikiLeaks teve acesso a eles. Vai divulgá-los
gradualmente a partir desta semana no site www.wikileaks.org.
Ao todo, são 251.287 telegramas produzidos pela diplomacia dos EUA a partir de vários países de 28 de
dezembro de 1966 até 28 de fevereiro deste ano. O WikiLeaks afirma ser "o maior conjunto de documentos
confidenciais a ser levado a público na história".
A Folha leu com exclusividade seis dos 1.947 telegramas despachados a partir de Brasília. Tratam de
possíveis ações de ativistas de origem árabe no país. No comunicado secreto de 2008, o embaixador Clifford
Sobel confirma de maneira indireta alguns relatos já conhecidos, mas sempre negados pelo governo brasileiro.
A intenção da administração do presidente Lula de negar a existência de células terroristas no país se
daria por duas razões, segundo o norte-americano. Primeiro, um temor de "estigmatizar" a comunidade árabe
no Brasil. Segundo, o receio de "prejuízo para a imagem" da chamada tríplice fronteira (entre Brasil, Argentina e
Paraguai) como destino turístico.
Clifford Sobel escreveu que a atitude do governo brasileiro também "visa a evitar uma associação muito
próxima ao que é considerado como uma demasiada agressiva guerra ao terror".
No seu telegrama secreto, o diplomata revela que a PF "monitora as atividades de extremistas suspeitos
que podem estar ligados a grupos terroristas no exterior e compartilha essas informações" com os Estados
Unidos.
TERRORISMO
Os seis telegramas a que a Folha teve acesso não listam suspeitos de terrorismo que teriam sido detidos
pela polícia no Brasil. Há, entretanto, uma menção direta a dois casos já revelados com exclusividade pelo
jornal.
Os documentos da diplomacia dos EUA citam a ligação de um libanês preso em abril de 2009 e acusado
de ter ligações com o grupo Al Qaeda. O episódio foi noticiado na Folha pelo colunista Janio de Freitas. A outra
menção é sobre uma operação da PF em Santa Catarina, quando foi presa uma pessoa suspeita de ligações
com extremistas sunitas.
Em maio de 2006, o então embaixador dos EUA, John Danilovich, relatou em telegrama secreto uma
conversa que manteve com Jorge Armando Felix, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da
Presidência.
O diplomata faz uma revelação curiosa. Diz que o governo do Brasil estimularia a delação entre
integrantes da comunidade árabe: "O governo brasileiro está apelando a árabes moderados de segunda
geração, muitos dos quais empresários bem sucedidos no Brasil, para observarem de perto outros árabes que
poderiam ser influenciados por extremistas", relata.
Em dois trechos dos telegramas aos quais a Folha teve acesso há menções críticas à então ministra da
Casa Civil, Dilma Rousseff. O assunto é a inexistência de legislação no Brasil para tipificar atos terroristas -algo
pelo qual os EUA fazem forte lobby em vários países.
Dilma é apresentada como a responsável por ter impedido o envio de uma proposta de lei antiterror ao
Congresso. Num telegrama classificado como confidencial, de 4 de novembro de 2008, Clifford Sobel cita um
especialista e diz que seriam mínimas as chances de ter essa legislação porque o governo Lula estava
"amontoado de militantes esquerdistas".
WikiLeaks começa a vazar telegramas secretos, e Folha obtém primeiro lote
Jornal teve acesso com exclusividade a papéis despachados pela diplomacia dos Estados Unidos a
partir do Brasil
FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
A Polícia Federal do Brasil "frequentemente prende pessoas ligadas ao terrorismo, mas os acusa de uma
variedade de crimes não relacionados a terrorismo para evitar chamar a atenção da imprensa e dos altos
escalões do governo", relatou de maneira secreta em 8 de janeiro de 2008 o então embaixador dos Estados
Unidos em Brasília, Clifford Sobel.
Essa informação faz parte de um lote de 1.947 telegramas produzidos pela diplomacia norte-americana
durante a última década, em Brasília. A organização WikiLeaks teve acesso a eles. Vai divulgá-los
gradualmente a partir desta semana no site www.wikileaks.org.
Ao todo, são 251.287 telegramas produzidos pela diplomacia dos EUA a partir de vários países de 28 de
dezembro de 1966 até 28 de fevereiro deste ano. O WikiLeaks afirma ser "o maior conjunto de documentos
confidenciais a ser levado a público na história".
A Folha leu com exclusividade seis dos 1.947 telegramas despachados a partir de Brasília. Tratam de
possíveis ações de ativistas de origem árabe no país. No comunicado secreto de 2008, o embaixador Clifford
Sobel confirma de maneira indireta alguns relatos já conhecidos, mas sempre negados pelo governo brasileiro.
A intenção da administração do presidente Lula de negar a existência de células terroristas no país se
daria por duas razões, segundo o norte-americano. Primeiro, um temor de "estigmatizar" a comunidade árabe
no Brasil. Segundo, o receio de "prejuízo para a imagem" da chamada tríplice fronteira (entre Brasil, Argentina e
Paraguai) como destino turístico.
Clifford Sobel escreveu que a atitude do governo brasileiro também "visa a evitar uma associação muito
próxima ao que é considerado como uma demasiada agressiva guerra ao terror".
No seu telegrama secreto, o diplomata revela que a PF "monitora as atividades de extremistas suspeitos
que podem estar ligados a grupos terroristas no exterior e compartilha essas informações" com os Estados
Unidos.
TERRORISMO
Os seis telegramas a que a Folha teve acesso não listam suspeitos de terrorismo que teriam sido detidos
pela polícia no Brasil. Há, entretanto, uma menção direta a dois casos já revelados com exclusividade pelo
jornal.
Os documentos da diplomacia dos EUA citam a ligação de um libanês preso em abril de 2009 e acusado
de ter ligações com o grupo Al Qaeda. O episódio foi noticiado na Folha pelo colunista Janio de Freitas. A outra
menção é sobre uma operação da PF em Santa Catarina, quando foi presa uma pessoa suspeita de ligações
com extremistas sunitas.
Em maio de 2006, o então embaixador dos EUA, John Danilovich, relatou em telegrama secreto uma
conversa que manteve com Jorge Armando Felix, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) da
Presidência.
O diplomata faz uma revelação curiosa. Diz que o governo do Brasil estimularia a delação entre
integrantes da comunidade árabe: "O governo brasileiro está apelando a árabes moderados de segunda
geração, muitos dos quais empresários bem sucedidos no Brasil, para observarem de perto outros árabes que
poderiam ser influenciados por extremistas", relata.
Em dois trechos dos telegramas aos quais a Folha teve acesso há menções críticas à então ministra da
Casa Civil, Dilma Rousseff. O assunto é a inexistência de legislação no Brasil para tipificar atos terroristas -algo
pelo qual os EUA fazem forte lobby em vários países.
Dilma é apresentada como a responsável por ter impedido o envio de uma proposta de lei antiterror ao
Congresso. Num telegrama classificado como confidencial, de 4 de novembro de 2008, Clifford Sobel cita um
especialista e diz que seriam mínimas as chances de ter essa legislação porque o governo Lula estava
"amontoado de militantes esquerdistas".
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
DELTA22 escreveu:Ah... Certamente! Elementar, não? Quem escreveu os documentos da DIPLOMACIA DOS EUA foram os "paranoicos de plantão"...Boss escreveu:Sobre o Brasil os documentos no máximo vão falar os que os paranóicos de plantão falam sempre, então já sabemos o que esperar
O ó do borogodó nessa história pode ser o que envolve as informações dos lap tops de Reyes apreendidos na operação que o colocou num saco (menos um), e, talvez algo sobre os de Mono Jojoy, não sei se neste espaço de tempo já deu pra digerir a quantidade de dados.
O que pode se ESPECULAR também, são informações sobre vínculos, acordos e contribuições em US$$$ vivo das FARC para a 1ª campanha, partidos políticos, ONGs, "entidades pilantrópicas", pessoas, enfim, pura MMM no ventilador. Aí matéria... Bem, quem viver verá.
Agora, Boss, "paranóicos de plantão" é meio forte né não?
Olha só, dá uma lida num livro chamado "LEGADO DE CINZAS", que disseca sem dó nem piedade as cagadas e os acertos da CIA desde sua criação. Embasado em mais de 60.000 mil documentos e transcrições oficiais do Departamento de Estado e da CIA além de muitos outros orgãos daquele país. Pentágono inclusive. O trecho da reunião de Kennedy tratando do golpe de estado de 1964 é antológico... No livro o pau que dá no Chico, também dá no Francisco...
Autoria do jornalista Tim Weiner, que ganhou o Pulitzer por isso.
Editora Record.
ISBN 978-85-01-08101-8
[]s
Debater é Preciso.
Editado pela última vez por Rock n Roll em Seg Nov 29, 2010 12:52 pm, em um total de 1 vez.
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
Tito Lívio.
Re: GEOPOLÍTICA
http://cablegate.wikileaks.org/articles ... ora-e.htmlBrasil - Em segredo, Brasil monitora e prende suspeitos de terrorismo
Natalia Viana, especial para WikiLeaks
São Paulo, Brasil - A polícia federal e a ABIN seguem dicas da inteligência americana para realizar operações de contraterrorismo no país. É isso que mostram alguns telegramas enviados pela embaixada dos EUA em Brasília para Washington obtidos pelo Wikileaks.
Segundo os documentos - os primeiros de milhares enviados pela missão americana no Brasil obtidos pela organização - a polícia federal e a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) monitoram a presença de suspeitos de terrorismo em solo nacional desde pelo menos 2005.
“A Polícia Federal frequentemente prende indivíduos ligados ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a terrorismo para não chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo“, relatou o embaixador Clifford Sobel em janeiro de 2008.
O governo sempre negou a existência de atividades terroristas no Brasil.
Almoço
No dia 4 de maio de 2005, o general Armando Félix esteve em um almoço na casa do então embaixador americano John Danilovich, que ficou no cargo até 2006.
Segundo o relatório enviado a Washington (See cable 05BRASILIA1207), Felix teria dito que é importante que as operações de contraterrorismo sejam ‘maquiadas’ da maneira apropriada para não afetar negativamente a “orgulhosa” e “bem-sucedida” comunidade árabe no Brasil.
Pouco antes, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional havia agradecido entusiasmadamente o apoio dos americanos através do RMAS - Regional Movement Alert System, um sistema que detecta passaportes inválidos, perdidos ou falsificados. A partir de informações do RMAS, a ABIN e a PF estariam monitorando "indivíduos de interesse" no país.
"Além das operações conjuntas conosco, o governo brasileiro também está pedindo que filhos de árabes, muitos deles empresários de sucesso, vigiem árabes que possam ser influenciados por extremistas ou grupos terroristas", diz o relato. Para Félix, é de total interesse da comunidade "manter potenciais extremistas na linha", evitando assim chamar a atenção mundial para os árabes brasileiros.
A preocupação em manter segredo sobre as operações anti-terrorismo foi uma constante durante o goveno Lula. Desde 2006, a administração tem protestado contra menções de atividades ligadas ao terrorimo na tríplice fronteira com o Paraguai e a Argentina, incluídas no relatório anual do governo dos EUA.
Em parte, isso se deve a uma discrepância formal: o governo americano considera o partido libanês Hezbollah e o palestino Hamas como terroristas, enquanto o Itamaraty os considera partidos legítimos. Os dois têm grande apoio dentre a comunidade árabe na tríplice fronteira.
Prisões "disfarçadas"
Mas para além das diferenças no discurso, os documentos vazados pelo Wikileaks mostram que na prática a polícia brasileira age frequentemente a partir de informações da inteligência americana.
"A sensibilidade ao assunto resulta em parte do medo da estigmatização da grande comunidade islâmica no Brasil ou de que haja prejuízo para a imagem da região (da tríplice fronteira) como destino turístico. Também é uma postura pública que visa evitar associação à guerra ao terror dos EUA, vista como demasiado agressiva", analisa outro embaixador americano, Clifford Sobel, que esteve no cargo de 2006 a 2010.
Segundo o telegrama enviado por ele em 8 de janeiro de 2008 (LINK - 136564), a preocupação em não admitir atividades suspeitas de terrorismo seria maior ainda dentro do Ministério de Relações Exteriores. Por isso, diz Sobel, o Brasil participa "relutantemente" das reuniões anuais sobre segurança que reúne diplomatas, oficiais de segurança e inteligência da Argentina, Paraguai e Brasil com os EUA para discutir segurança na tríplice fronteira.
Na verdade, a região não é prioridade quando se trata de terrorismo. "A principal preocupação em contraterrorismo tanto para oficiais brasileiros quanto para a missão americana é a atividade de indivíduos ligados ao terrorismo - em particular diversos suspeitos extrermistas sunitas e alguns indivíduos ligados ao Hezbollah - em São Paulo e em outras áreas do sul do Brasil", relata Sobel.
O telegrama revela que, apesar da retórica em contrário, a Polícia Federal, a Receita Federal e a Abin "monitoram" atividades suspeitas de terrorismo e "seguem todos as pistas passadas a elas".
"A Polícia Federal frequentemente prende indivíduos ligados ao terrorismo, mas os acusa de uma variedade de crimes não relacionados a terrorismo para não chamar a atenção da imprensa e dos altos escalões do governo”, diz um trecho do telegrama secreto. “No ano passado a Polícia Federal prendeu vários indivíduos envolvidos em atividades suspeitas de financiamento de terrorismo mas baseou essas prisões em acusações de tráfico de drogas ou evasão fical". A PF e a Abin sempre compartilham essas informações com as agências americanas, diz o relato.
O mesmo telegrama de Sobel cita dois exemplos. Em 2007, a PF teria preso um potencial faclitador terrorista sunita que operava primordialmente em Santa Catarina sob acusação de entrar no país sem declarar fundos - e estaria trabalhano pela sua deportação. A operação Byblos, que desmantelou uma quadrilha de falsifcação de documentos brasileiros no Rio de Janeiro para libaneses também é citada como exemplo de operação de contra-terrorismo.
Será que o governo sabe?
O Brasil não tem legislação específica sobre terrorismo, em parte por causa do legado da ditadura militar, que taxa oposicionistas de terroristas. A demora do Executivo em enviar um projeto de lei sobre tema ao Congresso desagrada aos americanos, como mostra outro relatório, enviado por Sobel em 11 de abril de 2008 (See Cable 08BRASILIA504).
Nele, o embaixador comenta com surpresa o comentário de José Antonio de Macedo Soares, secretário-adjunto do Gabinete de Segurança Institucional, de que o Brasil compartilha todas as informações referentes a contraterrorismo. Ele questiona se o alto escalão do governo recebe as mesmas informações da inteligência brasileira que os EUA recebem. "Embora não possamos responder definitivamente, os comentários de Soares sugerem que esse pode ser o caso e que, apesar das negativas, eles reconhecem os problemas potenciais que o Brasil enfrenta".
Outra possibilidade seria que o governo tem acesso às informações, mas não as consideram evidência de ação terrorista. "Isso significa que ou estão jogando conosco ou consideram terrorismo apenas fora do Brasil".
Duplo discurso
Outro documento publicado pelo WikiLeaks traz a mais recente avaliação da política brasileira de combate ao terrorismo, de 31 de dezembro de 2009 (See Cable 09BRASILIA1540). Nele, a Ministra Conselheira da Embaixada Lisa Kubiske reitera a existência de "dois discursos separados" no Brasil: enquanto o governo nega, a polícia monitora e colabora em operações de contraterrorismo. Ela cita como exemplo a prisão, em maio daquele ano, de um integrante da Al Qaeda.
A prisão foi feita pela PF em São Paulo durante uma pretensa investogação sobre células nazistas. O libanês, conhecido como "senhor K", foi preso sob acusação de racismo. Para a PF, ele coordenava uma célula de comunicação e recrutamento da Al Qaeda em São Paulo.
Na época, o presidente Lula se negou a comentar o assunto.
No seu telegrama Lisa Kubiske avalia como positivo o fato a notícia ter vindo a público. Ela também elogia o Ministério das Relações Exteriores por ter admitido que terroristas podem se interessar no Brasil por causa das Olimpíadas de 2016.
Entre outras coisas, o relatório de dezembro de 2009 elogia atuação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ligado ao Ministério da Fazenda, chamando-o de "eficiente".
De fato, diversos documentos obtidos pelo Wikileaks mostram que o COAF tem colaborado bastante com o governo americano, investigando bens de diversos suspeitos de terrorismo. Entretanto, como aponta Lisa Kubiske, até o final de 2009 nenhum bem ou propriedade havia sido encontrado. O telegrama serviu de base para a avaliação oficial dos EUA sobre o Brasil em 2010.
Os documentos fazem parte de 251 mil telegramas enviados pelas embaixadas americanas de todo o mundo ao Departamento de Estado entre 1966 e 2010 que serão publicados pelo WikiLeaks nas próximas semanas.
Re: GEOPOLÍTICA
http://cablegate.wikileaks.org/articles ... ma-de.htmlBrasil - Embaixada se aproxima de muçulmanos moderados para vigiar extremistas
Natalia Viana, especial para o WikiLeaks
São Paulo, Brasil - Novos documentos publicados pelo WikiLeaks mostram que o governo americano tem buscado se aproximar da comunidade muçulmana no Brasil como uma estratégia de contraterrorismo. Para a missão americana, São Paulo é uma das áreas onde elementos extremistas têm tentado recrutar jovens para a causa terrorista. Por isso, o consulado na cidade avalia que o Brasil seria o local ideal para testar estratégias que podem ser úteis em outros países com minorias muçulmanas.
Em 2009, o consulado em São Paulo promoveu a visita da representante especial do governo americano para comunidades muçulmanas, Farah Pandith, e começou a articular a visita de um sheik americano moderado. "A aproximação com muçulmanos moderados coloca os radicais na defensiva e abre canais de comunicação que podem levar a maior informações sobre elementos distantes da comunidade mais propensos ao radicalismo", diz um telegrama do consulado americano em São Paulo , enviado em 20 de novembro de 2009.
A visão dos EUA confirma o depoimento do ex-chefe do Departamento de Inteligência da Polícia Federal Daniel Lorenz sobre a prisão do libanês "senhor K" em maio de 2009 em São Paulo. Lorenz afirmou em uma audiência na Câmara dos Deputados que a PF distinguiu três estágios de atividade terrorista no país.
Primeiro, extremistas estrangeiros teriam usado o país como escala de viagem. Depois, teriam procurado se legalizar e estabelecer no país através de adoção de filhos brasileiros. Finalmente, extremistas residentes estariam iniciando ações de recrutamento, apoio, treinamento, logística e reconhecimento para ações terroristas fora do país. A PF costuma compartilhar informações com a inteligência americana. O governo brasileiro nega a existência de atividades terroristas em solo nacional.
Engajando a comunidade
O primeiro telegrama confidencial enviado pelo cônsul em São Paulo, Thomas White, em 11 de novembro de 2009 (See Cable 09SAOPAULO653), revela que há vários anos o consulado tem tentado se aproximar da comunidade árabe. Através do cônsul-geral do Líbano, Joseph Sayah, White diz ter construído uma grande rede de amigos, entre sheiks e líderanças. “Não tire o olho dos sunitas”, teria avisado Sayad, explicando que muitos jovem brasileiros têm sido atraídos pelo fundamentalismo islâmico. O documento descreve também a comunidade libanesa brasileira, afirmando que os novos imigrantes do Líbano "são mais pobres e bem mais xiitas”: “A sua política é mais radical e eles frequentemente seguem a liderança do Hezbollah".
"A aproximação com muçulmanos moderados coloca os radicais na defensiva e abre canais de comunicação que poderiam levar a mais informações sobre elementos distantes da comunidade mais propejnsos ao radicalismo", escreve o cônsul americano. "Trabalhar junto com os moderados não deve ser visto como algo separado de monitorar elementos mais ameaçadores". Visita
Um dos grandes momento da visita de Farah Pandith nos dias 22 e 23 de novembro foi uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo na qual ela relatou sua história "como uma muçulmana americana". A visita foi acompanhada de perto pelo consulado e relatada em um telegrama de 8 de dezembro de 2009 (See Cable 09SAOPAULO663).
Durante a visita Pandith encontrou representantes da comunidade muçulmana e visitou a mesquita de Santo Amaro, onde conversou com jovens estudantes. "No geral, o grupo foi amigável e altamente acessível. As crianças mostraram interesse em aprender inglês e um conhecimento óbvio da cultura pop americana", descreveu o cônsul.
Além da visita de Pandith, o consulado sugere engajar a comunidade muçulmana através de apresentações sobre o presidente Obama e a visita de um sheik americano "que pode explicar como o Islã é agora uma parte vital da sociedade americana e construir laços com líderes religiosos locais". A ideia do consulado é replicar a estratégia em outros países com minorias muçulmanas pelo mundo.
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Re: GEOPOLÍTICA
Penguin escreveu:EL PAIS - WIKILEAKS
Irán y sus vecinos
Los árabes piden a EE UU frenar a Irán por cualquier medio
Los dirigentes árabes apoyan los esfuerzos de EE UU para frenar las aspiraciones nucleares de su vecino, pero desconfían de que tenga éxito
ÁNGELES ESPINOSA 28/11/2010
El recelo histórico que los países árabes han sentido hacia Irán está alcanzando cotas patológicas a medida que la República Islámica anuncia nuevos progresos en sus programas nuclear y de misiles. Los contactos al más alto nivel que quedan expuestos en los informes diplomáticos a los que ha tenido acceso EL PAÍS revelan mucha más preocupación de la que admiten en público. "Una guerra convencional ahora sería preferible a un Irán nuclear", llegan a decir los gobernantes de Emiratos Árabes Unidos (EAU) y Bahréin en sus conversaciones con altos cargos de EE UU. La mayoría de los líderes árabes, sin embargo, considera mucho peor el riesgo de un conflicto militar. Están dispuestos a apoyar cualquier otro esfuerzo de Washington para contener a Irán, aunque sin hacer ruido. De momento, esa percepción de peligro les lleva a rearmarse, algo que suscita dudas en Israel a pesar de ser quien más se cuida de Teherán. Rusia pone en duda la inminencia de la amenaza (apoyo).
"El rey [Abdalá] le ha dicho al general [James] Jones [consejero de Seguridad Nacional] que si Irán logra desarrollar armas nucleares, todos en la región harán lo mismo, incluida Arabia Saudí", escribe el embajador de EE UU en Riad, James Smith, en un informe que dirige a la secretaria de Estado, Hillary Clinton, para preparar su visita de febrero de este año (documento 248348). La misma advertencia le hizo el príncipe heredero de Abu Dhabi, el jeque Mohammed Bin Zayed al Nahayan, al secretario del Tesoro, Timothy Geithner, durante una cena en julio de 2009 (documento 217326). Las monarquías petroleras árabes consideran seriamente una carrera nuclear y quieren que su aliado tome en consideración el riesgo.
Consciente de esa inquietud, Clinton instruye a sus embajadas en los Estados miembros del Consejo de Cooperación del Golfo (CCG) para que tranquilicen a sus respectivos anfitriones (Arabia Saudí, EAU, Kuwait, Qatar, Bahréin y Omán) ante el anuncio de la nueva política de defensa antimisiles del presidente Obama, en septiembre del año pasado. "Los programas BMD [defensa de misiles balísticos] en Europa no van a requerir un desvío de activos de EE UU desde el Golfo", asegura uno de los puntos que la secretaria de Estado quiere transmitir a sus aliados árabes, según consta en uno de los documentos analizados (documento 225598).
Los diplomáticos norteamericanos también deben recordar a sus interlocutores que "Estados Unidos ha desplegado sistemas BMD en Oriente Próximo para proteger[les] de la amenaza de misiles iraníes, incluida la presencia de Aegis BMD en el golfo Pérsico y de dos baterías de misiles Patriot en Bahréin, Kuwait, Qatar y EAU". Curiosamente, el despliegue de los Aegis no se hizo oficial hasta cuatro meses después, en enero de este año. Ese mismo mes, una información del diario The New York Times en la que se mencionaban las conversaciones para el despliegue de los Patriot provocó el enfado de Kuwait y la indignación de Omán, dando una idea de la sensibilidad del asunto. Los dirigentes árabes temen que Irán les perciba como hostiles.
"Al Gobierno de Kuwait le ha molestado y disgustado el artículo", escribe la embajadora estadounidense, Deborah Jones (documento 247212). La semana anterior, el presidente del Parlamento iraní, Ali Lariyaní, ha visitado el emirato y exhortado a sus líderes a que no permitan que las bases estadounidenses en su territorio sirvan para atacar a Irán. Como explica Jones, los kuwaitíes temen que en caso de enfrentamiento, su país "quede atrapado entre dos fuegos". La reacción del Gobierno omaní es aún más fuerte porque, como señala el embajador Gary Grappo, "nunca ha habido una oferta oficial de Patriots a Omán". Explica que la buena colaboración entre ambos países "depende de mantener una extremada discreción y del cuidadoso objetivo de la política exterior del sultanato de equilibrar la percepción pública de sus relaciones con EE UU e Irán" (documento 246778).
En numerosos despachos, los líderes aconsejan discreción a sus interlocutores estadounidenses. "El rey [saudí] le dijo al general Jones que la agitación interna iraní [tras las elecciones de junio de 2009] constituye una oportunidad para debilitar al régimen (algo que él anima a hacer), pero también instó a que esto se haga de forma encubierta y subrayó que las declaraciones públicas en apoyo a los reformistas son contraproducentes", prosigue el largo informe del embajador para Clinton. Según su relato, Abdalá "considera que las sanciones podrían debilitar al Gobierno [iraní], pero solo si son fuertes y sostenidas". En el mismo sentido, Grappo concluye en un despacho que Mascate "no se opondría a la imposición de más medidas contra Irán por parte de las organizaciones internacionales; sin embargo, Omán no quiere mostrarse activo en la promoción de esas medidas" (documento 143790).
No quieren mostrarse activos, pero actúan. En una visita a Moscú en junio de 2009, Alexander Vershbow, secretario adjunto de Defensa, dice a sus interlocutores que "el mundo islámico está muy preocupado por el programa nuclear de Irán" y que "varios de sus vecinos árabes han pedido a EE UU misiles Patriot y otras medidas para protegerse contra un ataque iraní" (documento 228567). A lo largo de 2010, EE UU ha vendido a los países del CCG armas y servicios militares por importe de 123.000 millones de dólares (unos 93.000 millones de euros), más del triple que en los cuatro años anteriores. En el mensaje de la secretaria de Estado se recuerda que las defensas desplegadas por EE UU "complementan los sistemas BMD de la región que incluyen capacidad PAC-II en Arabia Saudí y Kuwait, y capacidad de Alerta Temprana Compartida en EAU", dos programas que simbolizan la larga cooperación militar con el aliado estadounidense. El despacho revela además que Washington "está estudiando la posibilidad de facilitar cobertura BMD adicional a los países del CCG, si las circunstancias lo requieren".
¿Es tal el caso? Las declaraciones bombásticas del presidente iraní , Mahmud Ahmadineyad, sobre las proezas de la Guardia Revolucionaria y el complejo industrial-militar que controla, dan que pensar. No pasa un mes sin que alguno de los cuerpos de ese ejército, el verdadero poder militar de Irán con 125.000 hombres, realice maniobras o pruebas de algún nuevo juguete bélico. En los dos últimos años, Irán ha alardeado sobre todo de sus misiles y de su programa espacial. Ese desarrollo solo refuerza las sospechas sobre su programa nuclear. La conjunción de capacidad atómica y misiles balísticos constituye la peor pesadilla no solo de EE UU, sino de todos los vecinos de Irán. Así que por mucho que Ahmadineyad trate de tender lazos, tales exhibiciones de poderío intranquilizan a los países de la península Arábiga, que todos juntos apenas suman la mitad de la población iraní (77 millones).
"Irán tiene el mayor y más activo programa de misiles de Oriente Próximo", afirma EE UU en un documento titulado El programa de misiles balísticos de Irán, que tras haber pasado el control de las agencias de espionaje, el Departamento de Estado distribuye a los participantes en una reunión del Régimen de Control de Tecnología de Misiles (MTCR), en noviembre de 2009 (documento 226534). Washington explica el arsenal de cohetes de que dispone Irán y expresa su preocupación de que "pudiera actuar como abastecedor de tecnología de misiles balísticos para otras partes". De hecho, menciona que ya está promocionando sus misiles de corto alcance "en exhibiciones de defensa y webs del Gobierno" y que ha llegado a acuerdos para la producción del Fateh-110 en Siria (que a su vez se los habría ofrecido a Hezbolá).
Para los israelíes no hay duda de que Irán tiene un programa militar y aunque los informes disponibles no dan detalles del contenido, mencionan la existencia de información secreta compartida. "La prioridad de Israel es impedir el programa militar nuclear de Irán", afirma Pinchas Buchris, director general del Ministerio de Defensa, durante una visita del vicesecretario estadounidense para Asuntos Político-Militares, Andrew Shapiro, en julio de 2009 (documento 218775). "Todas las opciones deben permanecer sobre la mesa", defiende Buchris, antes de precisar que parte de su trabajo "es asegurarse de que Israel está en condiciones de utilizar esa opción, por más indeseable que resulte". Otros participantes revelan su escepticismo de que la vía del diálogo vaya a funcionar.
Los israelíes también expresan su inquietud por el rearme árabe que ha suscitado la amenaza iraní e insisten en mantener su "ventaja militar cualitativa". "Una percepción de que se reduce la distancia entre Israel y los Estados árabes, unido a un Irán dotado de armas nucleares, podría llevar a los Estados árabes moderados a reevaluar la idea de que Israel es parte integrante de la región", argumenta Alon Bar, el vicedirector para Asuntos Estratégicos del Ministerio de Exteriores, citado por Cunningham. El embajador cuenta además que cuando Shaphiro menciona los intereses comunes con los Estados del Golfo, los militares israelíes se muestran escépticos de que la asistencia militar ofrecida vaya a ayudar contra Irán. Argumentan que los sistemas en discusión "no están diseñados para hacer frente a las amenazas, nuclear y asimétrica, que plantea Irán". El vicesecretario la justifica como "una señal para esos países (y para Irán) de que tienen grandes aliados en Occidente".
El rey saudí apoya la intervención militar
Significativamente los temores que la República Islámica despierta en Israel no se diferencian mucho de los que ocasiona entre sus vecinos árabes, algo que les convierte en extraños compañeros de viaje. También los saudíes están dispuestos a llegar hasta el final, según se desprende del despacho que firma el ministro consejero de la Embajada norteamericana en Riad, Michael Gfoeller, dando cuenta de una visita del general David Petraeus y el embajador estadounidense en Bagdad al rey Abdalá, en abril de 2008. El embajador saudí en Washington, Adel al Jubeir "recordó los frecuentes llamamientos que el rey ha hecho a EE UU para que ataque Irán y ponga fin a su programa de armas nucleares", escribe Gfoeller (documento 150519). "Les dijo que cortaran la cabeza de la serpiente", cita el diplomático a Al Jubeir quien utiliza un símil habitual entre los árabes.
Y es que la prevención del monarca saudí hacia su vecino es colosal. "El objetivo de Irán es causar problemas", le confía Abdalá de Arabia Saudí a John Brennan, asesor para la lucha antiterrorista del presidente Barack Obama, durante una audiencia en marzo del año pasado. El contenido de los 90 minutos de conversación entre ambos quedó recogido en el informe que al día siguiente elaboró el entonces embajador estadounidense en Riad, Ford M. Fraker (documento 198178). "Sin duda están algo desequilibrados", cita textualmente al rey, quien describe a Irán como "un vecino al que uno trata de evitar" y declara: "Qué Dios nos libre de ser víctimas de la maldad iraní".
Arabia Saudí, la cuna de los santos lugares del islam y el heraldo de la interpretación más radical de su rama suní, siempre ha observado con recelo a los chiíes del otro lado del golfo Pérsico, su único rival por el liderazgo regional. La desconfianza histórica se trocó en antagonismo real cuando la revolución de 1979 convirtió al Irán imperial en una República Islámica que con su sola existencia cuestionaba las credenciales religiosas de la dinastía de los Al Saud. Ese temor se vio enseguida corroborado por las intenciones de "exportar la revolución" del ayatolá Jomeiní, el líder de aquel movimiento que cambió las coordenadas estratégicas de la zona, y el inicio de la guerra irano-iraquí. El deshielo con los vecinos que inició el presidente Jatamí a partir de 1997 aún no se había consolidado cuando la oratoria desbocada de Ahmadineyad, su sucesor, ha vuelto a agitar los fantasmas.
De la lectura de los despachos disponibles se saca la impresión de que la preocupación saudí por Irán va en aumento. Aunque los motivos de inquietud van cambiando con el tiempo (disturbios durante la peregrinación anual a La Meca, interferencia en Bahréin, implicación en atentados, etcétera), el tema es una constante desde los textos datados en 1985 y se repite en todos los contactos bilaterales.
Ya en julio de 2007, el entonces embajador Richard Erdman identifica en otro informe "las prioridades de seguridad regional" del rey Abdalá como "poner en marcha de la solución de los dos Estados en [el conflicto de] Oriente Próximo y convencer a Irán para que cumpla con sus obligaciones nucleares" (documento 217248). "Los saudíes ven Irán como un peligroso poder chií inclinado a desestabilizar la región, desde Líbano a Irak, Bahrein y Yemen", escribe Erdman al general Petraeus, entonces al mando de las tropas en Irak, en vísperas de una visita a Riad. "Les preocupa que estemos dispuestos a aceptar un papel más relevante de Irán en la región a cambio de concesiones en su programa nuclear", interpreta el diplomático. "El rey está convencido de que el acercamiento a Irán no va a tener éxito. Quiere oír que nuestros esfuerzos en ese sentido están vinculados a los resultados y tienen fecha de caducidad".
Tres años después, el monarca saudí le cuenta a Brennan que el ministro iraní de Exteriores, Manuchehr Mottaki, ha estado allí, "sentado en ese mismo sitio", minutos antes, y le describe la conversación que han mantenido como "subida de tono". De acuerdo con el relato que reproduce el embajador Fraker, presente en la entrevista, cuando el rey inquiere a Mottaki por la interferencia iraní en los asuntos de Hamas, el ministro responde que "se trata de musulmanes". "No, de árabes", le replica Abdalá, "y ustedes, los persas, no tienen derecho a entrometerse en los asuntos árabes".
Tan poco diplomática frase, en boca de un hombre de 86 años conocido por su prudencia política, dista mucho de las cuidadas declaraciones con las que se da cuenta de esos encuentros bilaterales y constituye una clara indicación de que los saudíes están perdiendo la paciencia con la creciente influencia iraní en la región. "Tanto como apreciamos el apoyo iraní a las causas árabes, nos gustaría ver que se canaliza a través de la legalidad árabe y en armonía con los objetivos árabes", resumió la cita el ministro saudí de Exteriores, el príncipe Saud al Faisal.
De acuerdo con el relato de Fraker, "Abdalá aseguró que Irán estaba tratando de establecer organizaciones del tipo de Hezbolá en países africanos, señalando que los iraníes no creen que estén haciendo nada malo y no reconocen sus errores". El rey sugiere a Brennan que una solución al conflicto árabe israelí sería un gran logro, aunque admite que Irán encontrará otra forma de causar problemas. El monarca refirió también que los iraníes querían mejorar las relaciones bilaterales y que les daba un año para que mostraran su buena voluntad. "Después de eso, se acabará", aseguró que le había dicho a Mottaki.
De hecho, Abdalá rechazó la invitación a visitar Irán que le presentó el jefe de la diplomacia iraní, una visita que el Gobierno de Ahmadineyad trata de organizar desde 2007. "Todo lo que quiero es que ustedes nos libren de su maldad", dijo el rey que había respondido. "Hemos tenido relaciones correctas a lo largo de los años, pero el resultado final es que no se puede confiar en ellos", resumió ante Brennan.
La desconfianza saudí parece sustentare en fracasos anteriores. El rey le cuenta a Brennan que "hace tres años" el líder supremo iraní, Ali Jameneí, envió a su consejero para Asuntos Exteriores, Ali Akbar Velayatí, con una carta en la que proponía el establecimiento de un canal secreto de comunicación entre ambos dirigentes. Abdalá asegura que estuvo de acuerdo y que designaron al propio Velayatí y al príncipe Saud al Faisal como puntos de contacto, pero el canal nunca se ha utilizado.
No está claro cómo han respondido los iraníes al ultimátum saudí y los despachos diplomáticos se acaban en febrero de este año, justo en vísperas de que se cumpliera el plazo. Sin embargo, el pasado octubre, llamó la atención que la prensa del reino se hiciera eco de dos llamadas telefónicas de Ahmadineyad a Abdalá. La primera antes de su visita a Líbano y la segunda, 10 días después. Nada se ha sabido del contenido de esas conversaciones más allá del comunicado oficial, según el cual "comentaron asuntos regionales". Pero aunque el monarca telefoneara al presidente iraní en julio de 2006 para darle el pésame por la muerte de su padre y le recibiera sonriente en Riad un año después, no se fía de él. En marzo, tres meses antes de las elecciones iraníes, "Abdalá dijo que preferiría a Rafsanyaní si se presentara", escribe el embajador Fraker. No lo hizo y volvió a ganar Ahmadineyad.
La audiencia de Abdalá a Brennan tenía otros puntos del día, pero sin duda Irán fue el centro de su conversación y el que más pareció interesar al estadounidense. Así se desprende del informe que elabora el embajador, en el que dedica dos de sus seis páginas al asunto. "Brennan dijo que teníamos los ojos bien abiertos a las ambiciones iraníes y que no éramos naif respecto a los peligros que Irán planteaba a Arabia Saudí, y que no se puede permitir que Irán tenga éxito con sus actividades desestabilizadoras", escribe Frake. "Brennan señaló que el presidente había ordenado una revisión completa de la política de EE UU hacia Irán".
Los saudíes tampoco ocultan su pesimismo ante la forma en que Washington está gestionando la crisis iraní. "El rey está convencido de que los esfuerzos de EE UU para implicar a Teherán [en una negociación] no van a tener éxito; probablemente va a sentir que los hechos le dan la razón a la vista [del discurso] de Ahmadineyad del 11 de febrero jactándose de haber enriquecido uranio al 20% [y de que] Irán 'ya es un país nuclear", asegura Smith en su informe previo a la visita de Clinton los días 15 y 16 del pasado febrero (documento 248348).
En vísperas de la visita de la secretaria de Estado a Riad, se especuló iba a pedir ayuda a su anfitrión para vencer las reticencias de China a una nueva resolución sancionadora en el Consejo de Seguridad. Sin embargo, del despacho de Smith se deduce que o los saudíes ya estaban de acuerdo o la tarea de persuadirles se llevó a cabo de antemano. "Arabia Saudí ha dicho a los chinos que está dispuesta a garantizarles un suministro de petróleo a cambio de que presionen a Irán para que no desarrolle armas nucleares", afirma el embajador. Pekín, que en los últimos años ha hecho grandes inversiones en la República Islámica, teme una eventual interrupción del flujo de crudo. La seguridad de que sus industrias no se queden desabastecidas reduce su dependencia de los iraníes.
El ministro saudí de Exteriores dijo luego en una conferencia de prensa que China "no necesita las sugerencias de Arabia Saudí sobre lo que debe hacer", pero la realidad es que durante una visita de su colega chino a Riad, él mismo le suscitó el asunto (documento 254748). Más intrigante fue la afirmación del príncipe Saud al Faisal de que las sanciones son "una solución a largo plazo" y que la amenaza que plantean las ambiciones nucleares de Irán exige medidas más urgentes. Durante días, los analistas se devanaron los sesos tratando de dilucidar qué había querido decir el veterano jefe de la diplomacia saudí. A la vista del despacho de Smith, sus palabras bien podían referirse a la necesidad de que EE UU ratificara el mayor contrato de defensa entre ambos países, por un importe de 60.000 millones de dólares, que acaba de aprobar el Congreso de EE UU a pesar de las reticencias israelíes. "[El rey] también quiere conocer nuestros planes para reforzar las defensas del Golfo frente a Irán", escribió el embajador.
Los temores de los saudíes respecto a Irán no son solo de carácter existencial o ideológico. También tienen quejas concretas del comportamiento de sus vecinos, como le hace saber el poderoso ministro del Interior (y medio hermano del rey), el príncipe Nayef, a Brennan, el consejero de Obama para la lucha antiterrorista, durante una visita el 5 de septiembre del año pasado. Según el relato que de la misma hace el cónsul general en Yeddah, Martin R. Quinn (documento 224706), "Nayef se quejó de que durante los dos últimos años Irán ha albergado a saudíes (todos suníes) -incluido Ibrahim, uno de los hijos de Osama Bin Laden- que tuvieron contactos con terroristas y trabajaron contra el reino". El Gobierno de Arabia Saudí "considera que esta acción agresiva constituye una ruptura del acuerdo de seguridad que ambos países firmaron en 2001". Aquel compromiso, alcanzado durante la presidencia del reformista Jatamí, intentaba cerrar la crisis abierta tras el atentado de 1996 en Jóbar (que Riad atribuyó a los servicios secretos iraníes).
En esa cita, Brennan asegura a Nayef, siempre según el informe, que "el deseo del presidente Obama de hablar con los iraníes no significa que no entienda el problema" y que "los grandes amigos del Gobierno de Arabia Saudí en la Casa Blanca, incluido el presidente Obama, quieren trabajar con Arabia Saudí en ese frente". Otro motivo de preocupación más reciente es la revuelta de los Huthi en Yemen. Los saudíes, como la mayoría de los árabes, se muestran convencidos de que Irán apoya a esos insurgentes debido a su afiliación chií (documento 243447). EE UU les pide pruebas, algo que nadie parece capaz de proporcionar.
Tampoco nadie quiere ser el primero en dar un paso al frente para aislar a Irán. Su sombra es muy grande y, como sugiere el rey, es preferible hacerlo de forma encubierta.
Durante una visita el pasado febrero, el vicesecretario del Tesoro Neal Wolin pide a los responsables económicos saudíes ayuda para combatir la creciente actividad financiera de la Guardia Revolucionaria iraní y que el Gobierno de Arabia Saudí lidere el esfuerzo en ese sentido dentro del Consejo de Cooperación del Golfo (CCG). El ministro saudí de Finanzas, Ibrahim al Asaf, responde que "estaría encantado de hablar con los vecinos del Golfo, pero cada país miembro aborda el asunto de Irán de forma distinta" (documento 251191). Según el resumen de la cita que hace el embajador Smith, "Asaf dijo que el Gobierno de Arabia Saudí ha hablado con sus bancos respecto a las preocupaciones sobre Irán, y llegado a la conclusión de que la mayoría de las transacciones financieras con Irán se hacen en Dubai". El viceministro saudí del Interior, Mohamed bin Nayef, que también está presente en la reunión, declara desear que "nuestros amigos en EAU sean más agresivos".
EAU considera "inaceptable" a un Irán nuclear
El saudí se refiere sin duda a los gobernantes de Dubái, cuyo espectacular desarrollo se basa en el comercio y para quienes Irán es el principal socio. En el vecino Abu Dhabi, que preside la federación de EAU y es el mayor productor de petróleo de los siete emiratos, las ambiciones de Teherán se ven con mayor preocupación. El jeque Mohammed bin Zayed "describió un Irán nuclear como absolutamente inaceptable", asegura el embajador Richard Olson al dar cuenta de la cena que el príncipe heredero de Abu Dhabi y hombre fuerte de la federación ofreció al secretario del Tesoro, el 15 de julio de 2009.
"Está convencido de que se desatará un infierno si Irán llega a hacerse con la bomba, con Egipto, Arabia Saudí, Siria y Turquía desarrollando su propia capacidad nuclear militar, e Irán instigando el conflicto entre suníes y chiíes por todo el mundo", advierte el diplomático. Pero Al Nahayan, "el hombre que dirige" el país y "quien decide en asuntos de seguridad" aunque su único título oficial es vicecomandante supremo de las Fuerzas Armadas de EAU, va más allá y considera "una guerra convencional con Irán en el corto plazo como claramente preferible a las consecuencias a largo plazo de un Irán dotado del arma nuclear".
Dos semanas antes, una opinión similar expresada por su embajador en EE UU, Yusef al Otaiba, durante una seminario motivó un revuelo mediático y diplomático, al interpretarse como un respaldo al uso de la fuerza contra Irán. Al Otaiba se vio obligado a matizar sus palabras, pero a la luz de la conversación ahora revelada el enviado estaba en plena sintonía con sus jefes. De hecho, el pesimismo de Al Nahayan es total. Por eso insiste en que EAU debe prepararse, lo que en otros despachos Olson han calificado de "sus casi obsesivos esfuerzos para desarrollar sus Fuerzas Armadas".
"Declaró que las sanciones financieras nunca serán suficientes para frenar a Irán", escribe el embajador. Tampoco cree que pueda hacerlo un bombardeo israelí. En su opinión, "la clave para contener a Irán gira en torno al progreso del problema Israel / Palestina", sobre el que advierte que "no hay tiempo que perder". Ni siquiera un posible cambio de cara al frente del Gobierno de Teherán le merece confianza. Al comentar las elecciones presidenciales que Irán acababa de celebrar, Al Nahayan "advirtió de que Mir Hosein Musaví no es distinto de Ahmadineyad en las ambiciones nucleares, 'el mismo objetivo, diferente táctica'. Y recordó al secretario Geithner que Musaví y sus consejeros forman parte del mismo grupo que tomó la Embajada de EE UU en 1979".
Medio año después de aquella cena, Al Nahayan advertía al vicesecretario norteamericano de Energía, Daniel Poneman, de que "Irán ya estaba comportándose como una potencia nuclear" (documento 240364). Más grave aún, le acusaba de "estar creando emiratos por todo el mundo islámico, incluidos el sur de Líbano y Gaza, y emiratos durmientes en Kuwait, Bahréin, la provincia oriental de Arabia Saudí, la madre de todos los emiratos en el sur de Irak, y ahora en Saada, en Yemen". No obstante, estimaba que "Irán no es Corea del Norte" y que "el orgullo hace a los dirigentes iraníes más susceptibles a la presión internacional".
En un despacho enviado al presidente Obama antes de la visita de Al Nahayan a la Casa Blanca (documento 222954), Olson matiza que se trata de "un duro respecto a Irán, [pero que] hay otros más acomodaticios dentro de su propio sistema, especialmente en Dubai, donde el gobernante, Mohammed bin Rashid al Maktum (primer ministro de EAU), tiene una posición mucho más cercana a la de Qatar". Este, aunque está de acuerdo que Irán no debe tener armas nucleares, repite en todas las entrevistas con altos responsables de EE UU su preocupación por el impacto sobre Dubái tanto de una acción militar como de las sanciones (documento 94272). Irán es el principal socio comercial de Dubái y los bancos iraníes en ese país tienen depositados fondos estimados en miles de millones de dólares.
Qatar se ofrece para mediar
En Riad, en Abu Dhabi o en El Cairo se da por hecho que Qatar es un flanco débil a la hora de hacer un frente común árabe frente a Irán. El propio emir de Qatar, Hamad bin Khalifa al Thani, no esconde su pragmatismo político. "Debido al depósito de gas natural que Irán comparte con Qatar, Qatar no provocará un enfrentamiento con Irán", escribía el embajador estadounidense en Doha, Joseph LeBaron, tras la entrevista del emir con el senador John Kerry en febrero de este año (documento 250177). Sin embargo, el primer ministro, Hamad bin Jasim al Thani, revelaba pocos meses después que la relación tampoco es de confianza.
"Nos mienten y les mentimos", resumió al respecto el primer ministro tras constatar que EE UU se molesta a veces cuando oye hablar de la buena vecindad entre Irán y Qatar (documento 240782). El visitante en esta ocasión era el vicesecretario de Energía, Daniel Poneman. Estaba acabando diciembre y Estados Unidos empezaba a inquietarse por la falta de respuesta de Irán a la propuesta de intercambio de combustible. Bin Jasim expresó su escepticismo sobre que Occidente vaya a poder alcanzar un acuerdo con los líderes de Irán.
"Me sorprendería mucho si los iraníes alcanzaran un acuerdo. Siempre piensas que lo has logrado y luego [descubres] que no", comentó, según cita LeBaron. "La UE, Chirac y Solana... todos pensaron que tenían un acuerdo... Solana dijo en dos semanas; le advertí de que llevaría dos años", añadió. Poneman le preguntó entonces cómo actuar. "Bin Jasim dijo que era imperativo que los iraníes se comprometieran a redactar cualquier acuerdo, incluido el calendario", escribe LeBaron. "Pidan que ellos lo hagan porque si no, dirán 'si, pero...' y el 'pero' será pero que un 'no'", aconsejó.
-No quieren hacer una propuesta.
-Ustedes no lo entienden. Ni siquiera Musavi puede alcanzar un acuerdo.
-Estados Unidos no ofrecerá nada mejor que lo que hay en la mesa.
-Lo sé, pero ellos son así.
Y tal vez por eso, porque los iraníes son como son, Qatar prefiere no enemistarse con ellos. "Irán nunca nos ha molestado", le recordó el emir a Kerry, antes de atribuir a EE UU "el error de haber hablado por los manifestantes" (sic) tras las controvertidas elecciones presidenciales iraníes de junio del año pasado. En cualquier caso, ante las quejas del congresista por la falta de respuesta del Gobierno iraní a los intentos de diálogo de la actual Administración norteamericana, el emir responde ofreciéndose a mediar. "¿Qué le parece si hablo con el presidente iraní? ¿Qué quiere que le diga?".
Egipto recluta agentes en Irak y Siria para contrarrestar a Irán
"[El presidente egipcio, Hosni] Mubarak tiene un odio visceral hacia la República Islámica, a menudo se refiere a los iraníes como 'mentirosos' y les acusa de querer desestabilizar Egipto y la región", escribe la embajadora norteamericana en El Cairo, Margaret Scobey, en un informe a la secretaria de Estado, Hillary Clinton, el pasado febrero (documento 191130). En su opinión, "no hay duda de que Egipto considera a Irán como la mayor amenaza a largo plazo, tanto por su desarrollo de capacidad nuclear como por su intento de exportar la revolución chií". Aun así, matiza Scobey, "Mubarak le ha dicho a[l enviado especial para Oriente Próximo George] Mitchell que no se opone a que Estados Unidos hable con los iraníes, mientras 'no nos creamos una palabra de lo que dicen".
A finales de diciembre del año pasado, el jefe del Estado Mayor del Ejército israelí, el teniente general Gabi Ashkenazi, le dijo al congresista norteamericano Ike Skelton que "Mubarak asegura que Irán está promoviendo el cambio de régimen en Egipto", tal como recoge el resumen de la entrevista elaborado por la Embajada de EE UU en Tel Aviv (documento 241399). Ninguno de los despachos disponibles cita esa denuncia de una fuente directa, pero los dirigentes egipcios se muestran muy preocupados con la penetración iraní en su país.
Egipto ya ha "empezado un enfrentamiento con Hezbolá e Irán", le anunció el jefe de los servicios secretos egipcios, el general Omar Soliman, al almirante Michael Mullen, el jefe de la junta de jefes del Estado Mayor del Ejército norteamericano, durante una visita a El Cairo en abril del año pasado (documento 204990). Irán "es muy activo en Egipto", explica. Su principal objetivo es utilizar el país de las Pirámides para canalizar su ayuda financiera a Hamás que cifra en 25 millones de dólares al mes, según el despacho que firma Scobey. No obstante, Soliman asegura que están frustrando esos esfuerzos y pone como ejemplo que han impedido varios intentos iraníes de "pagar los salarios de los Batallones Al Qasam" y detenido a los miembros de la primera célula de Hezbolá en Egipto. Otra intrusión iraní, según Soliman, es el intento de "recabar el apoyo de los beduinos del Sinaí para facilitar el tráfico de armas a Gaza".
Mullen le expresa su agradecimiento por los esfuerzos para combatir el contrabando y le abre la puerta a que pueda pedir "asistencia adicional para la seguridad en la frontera en cualquier momento". Solimán insiste en la amenaza iraní. "No vamos a consentir que Irán opere en Egipto", afirma antes de añadir en que ya han advertido a Teherán de que si lo hacen, ellos también interferirán en Irán. De hecho, confía, su departamento "ya ha empezado a reclutar agentes en Irak y Siria". Se supone que para infiltrarlos en la República Islámica. "Irán debe pagar un precio por su comportamiento", concluye.
Un año antes durante la vista de una delegación del Congreso norteamericano a El Cairo, Soliman se muestra satisfecho de que la Nueva Estimación de Inteligencia sobre Irán no signifique un giro en la política de Washington hacia ese país (documento 136139). "Sabemos que Estados Unidos nunca permitirá que Irán tenga una bomba nuclear", manifestó, según el informe diplomático.
Jordania alerta ante la extensión del arco chií
"La metáfora que más a menudo utilizan los funcionarios jordanos cuando se habla de Irán es la de un pulpo cuyos tentáculos llegan insidiosamente a manipular, fomentar [sic] y minar los planes mejor establecidos de Occidente y los moderados de la región", escribe el embajador estadounidense en Ammán, Stephen Beecroft, en un informe sobre cómo reaccionarían los países de la zona a un eventual compromiso de EEUU con Irán (documento 200230). "Aunque los funcionarios jordanos dudan de que el diálogo con Estados Unidos vaya a convencer a Irán de retirar sus tentáculos, opinan que pueden cortarse privando a Irán de asuntos polémicos que le convierten en héroe para la calle árabe, como su defensa de la causa palestina".
"El rey Abdalá indicó al enviado especial George Mitchell en febrero que la implicación directa de EE UU con Irán en este momento solo profundizaría las divisiones intra árabes y que más 'países sin agallas' se pasarían al lado iraní", menciona Beecroft. El monarca jordano fue el primero en advertir del riesgo de un "arco chií", que iría desde Irán hasta Líbano, pasando por las minorías del Golfo y sobre todo Irak, si se intervenía para derribar al régimen de Saddam.
Algunos de sus asesores siguen temiendo que "EE UU y Occidente permitan que Irán sea hegemónico en Irak y a través de la región a cambio de abandonar su programa nuclear", recoge el informe. También menciona que Zeid Rifai, presidente del Senado hasta diciembre de 2009, predice que el diálogo con Irán no llevará a ninguna parte: "Bombardeen Irán o vivan con una bomba iraní. Sanciones, zanahorias, incentivos, no funcionarán". En definitiva, los jordanos temen que Irán sea el único que se beneficie del diálogo con EE UU, y que a ellos les toque paga el precio.
La sombra de Irán aterra al rey de Bahréin. "Hay que parar ese programa", le dice el rey Hamad bin Isa al Khalifa de Bahréin al general Petraeus, en noviembre de 2009, cuando este era comandante del Mando Central (CENTCOM) estadounidense (documento 232927). El informe de la reunión que elabora el embajador norteamericano en Manama, Adam Ereli, señala que el monarca defiende "con fuerza que se actúe para acabar con [el] programa nuclear [iraní], por cualquier medio necesario". "El peligro de dejarlo avanzar es mayor que el peligro de pararlo", cita textualmente al rey.
"Hamad señaló a Irán como la fuente de la mayoría de los problemas tanto en Irak como en Afganistán", reporta Ereli. Ni el rey ni el embajador hacen referencia a las razones internas que alientan esa suspicacia hacia Irán. La dinastía Al Khalifa pertenece a la rama suní del islam, mientras que la mayoría de los habitantes de Bahréin son chiíes y se quejan de discriminación en la educación, el empleo y el acceso a la vivienda. Sus lazos históricos y personales con Irán, de donde son originarias muchas familias les convierten automáticamente en sospechosos de quintacolumnistas. Aunque Bahréin es un archipiélago con apenas medio millón de habitantes, como sede de la V Flota, su estabilidad es clave para EE UU.
"El rey Hamad respaldó plenamente convencido de que un mayor compromiso e influencia árabes ayudarían a frustrar las intenciones iraníes en Irak", escribe Ereli. También recordó a Petraeus que "Bahréin estaba trabajando para reforzar la coordinación dentro del CCG", antes de confirmar que su país ha dado el visto bueno a la solicitud de la OTAN para utilizar la base aérea Isa para misiones AWACS (de reconocimiento aéreo).
Omán considera que los iraníes conocen sus límites
"Irán es un país grande con músculos y debemos tratar con él", le dice el sultán Qabús de Omán al entonces jefe del CENTCOM, el almirante William Fallon, en febrero de 2008 (documento 143790). Según el relato del embajador estadounidense en Mascate, Gary Grappo, el monarca comparte "las preocupaciones de EE UU sobre la intromisión iraní en Irak y otros lugares, pero sostiene que Teherán sabe que un enfrentamiento con EE UU no le beneficia".
El sultán opina que los iraníes "no están locos" y, de acuerdo con el despacho de Grappo, asegura que "Teherán se da cuenta que hay 'ciertas líneas que no puede cruzar' (por ejemplo, el enfrentamiento directo con EE UU)". "Debo decir que en tanto [que EEUU] esté en el horizonte, no tenemos nada que temer", concluye Qabús.
Pero esta percepción respecto a la amenaza que representa Irán y que repiten todos los cargos civiles omaníes, no es del todo compartida por sus militares y sus servicios de seguridad. "Omán niega que Irán plantee una amenaza directa a la seguridad nacional del sultanato. Sin embargo, [su] planteamiento de defensa, incluidos su organización y compra de material militar, muestra que reconoce claramente el riesgo que Irán plantea a la estabilidad regional", interpreta el ministro consejero de la embajada, Victor Hurtado, en un informe para el general Petraeus en julio de 2009.
Uno de los más precavidos frente a Irán es el teniente general Ali bin Majid al Ma'amari, el más alto responsable de seguridad y consejero del sultán. Tras una entrevista con Ali Bin Majid en agosto de 2008, el embajador escribe que los omaníes "son conscientes de las tácticas engañosas de Irán y de sus deseos de expansionismo ideológico en la región" (documento 165127). Pero cuando el diplomático le pregunta por las declaraciones iraníes amenazando con cerrar el estrecho de Ormuz, Ali Majid las desestima como "palabras hueras" y, resume el despacho, "tal vez un vago intento de aumentar su poder de negociación frente al G-6".
Los omaníes se sienten mucho menos preocupados por Irán que sus vecinos. Además, como resume otro informe (documento 216486), "los dirigentes omaníes siguen convencidos de que Irán no atacará países del CCG con misiles en respuesta a un ataque militar llevado a cabo en el Golfo. Ven más probables operaciones terroristas, asimétricas, de Irán contra los Estados del Golfo, incluidos objetivos de EE UU en estos países". En consecuencia, "los omaníes tienen poco interés por los caros misiles Patriot, pero están interesados en el Shared Early Warning (SEW) [sistema de alerta temprana compartida] y desean modernizar su capacidad -tanto defensiva como disuasiva- para hacer frente a las que consideran amenazas más posibles".
La familia real de Kuwait, dividida ante Irán
"Irán está decidido a exportar su revolución y solo puede ser disuadido por la fuerza de alcanzar sus ambiciones nucleares", le dijo el ministro kuwaití del Interior, el jeque Yaber al Jaled al Sabah, a la embajadora estadounidense, Deborah Jones, el pasado febrero (documento 219197). La contundencia de esas palabras contrasta con la actitud tibia que sus vecinos atribuyen a Kuwait a la hora de hacer frente común ante Teherán. La propia embajadora precisa en su informe sobre la entrevista que el jeque Yaber es "un duro en [asuntos de] seguridad cuyas opiniones no siempre reflejan las del resto del Gobierno".
Aun así, no deja de ser significativo que una voz de tanto peso (el ministro es un destacado miembro de la familia gobernante) califique a Irán de "centro neurálgico del extremismo islámico". Su grado de preocupación, o de paranoia, se intuye cuando Jones escribe que el jeque Yaber opina que "incluso los palestinos aspiran ahora a ser chiíes porque se han creído las 'historias' iraníes sobre que los chiíes están más preparados para 'luchar hasta el final' y hacer frente a Israel". El ministro también se hace eco de los intentos iraníes de "infiltrarse en Egipto, explotando la pobreza de ese país".
El jeque Yaber indica que habla con franqueza porque se trata de la mayor preocupación del Gobierno de Kuwait. Sin embargo, Jones matiza que su tono parece influido por sendos incidentes en los que lanchas rápidas de la Guardia Revolucionaria se acercaron a una terminal petrolera saudí-kuwaití en aguas internacionales y molestaron a unos pescadores kuwaitíes. Aunque sin duda las palabras del ministro dan pistas sobre las preocupaciones privadas de algunos altos cargos del emirato, otros despachos de esa embajada ponen en perspectiva la visión global de la familia real.
La postura del Gobierno kuwaití trata de "instar discretamente a Teherán para que cumpla con las salvaguardas del OIEA a la vez que mantiene una relación amistosa con un vecino que es mucho más grande y poderoso", resume un despacho del pasado febrero (documento 250223). En definitiva, "dará la bienvenida a cualquier propuesta que saque a Irán de su camino nuclear, pero no se expondrá a la ira iraní colocándose al frente de alguna de ellas", estima el encargado de negocios estadounidense, Tom Williams.
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Re: GEOPOLÍTICA
Mais sobre os vazamentos das embaixadas no Wikileads:
Ontem, dia 28 de novembro de 2010, o WikiLeaks começou a publicar o maior vazamento de documentos confidenciais da história.
São telegramas enviados pelos diplomatas de diversas embaixadas pelo mundo para Washington ou do Departamento de Estado para as representações americanas.
Eles mostram ordens expedidas aos consulados e embaixadas, a inteligência pedida pelo Departamento de Estado e o que os diplomatas descobrem a respeito de cada lugar, além de relatos detalhados de encontros com membros dos governos - e a verdadeira opinião dos americanos a respeito de cada um deles.
São 261.276.536 palavras que cobrem um grande período da história moderna – de 28 de dezembro de 1966 a 28 de fevereiro de 2010. Os documentos mostram infiltrações políticas dos Estados Unidos em quase todos os países, mesmo naqueles considerados ’neutros’ como a Suécia e a Suíça.
Ao todo, são 251.288 telegramas enviados por 274 embaixadas. Destes, 145.451 tratam de política externa, 122.896 são sobre assuntos internos dos governos locais, 55.211 sobre direitos humanos, 49.044 sobre condições econômicas, 28.801 sobre terrrorismo e 6.532 sobre o conselho de segurança da ONU.
Para controle interno, os telegramas são classificados de acordo com as informações sensíveis que contêm. Do total, 15.652 são marcados como secretos, 101.748 são considerados confidenciais e 133.887 são marcados “não-classificados”. Apenas estes últimos estão sujeitos à lei americana de Liberdade de Informação, segundo a qual qualquer pessoa pode ter acesso ao seu conteúdo se fizer um requerimento formal através do Freedon of Information Act.
O tema mais discutido é o Iraque: são 6.677 telegramas sobre o país. A embaixada de Ancara, na Turquia, é a que mais enviou comunicações: são 7.918.
Há ainda 8.017 telegramas enviados pelo Departamento de Estado para as suas representações internacionais.
No caso Brasileiro, o WikiLeaks obteve 1.948 documentos enviados pela embaixada em Brasília e alguns enviados por consulados. Eles revelam como os diplomatas americanos realmente vêem o Brasil à medida que o país busca reconhecimento internacional – nem sempre com bons olhos – e como a embaixada faz lobby pelos interesses dos EUA, desde petróleo até a venda de equipamentos militares.
Também mostram encontros com autoridades, membros do governo e da oposição, jornalistas e diplomatas de outros países. Revelam como os diplomatas americanos relataram alguns dos acontecimentos políticos e econômicos mais importantes nos últimos sete anos. E como os EUA continuam buscando influenciar a política nacional, mesmo na era Obama, fazendo lobby contra governos vizinhos.
Entre outras coisas, os documentos mostram como os EUA trabalham proximamente com o Brasil em operações de contraterrorismo e como vêem buscando um papel maior em termos de segurança e combate às drogas.
Algumas dessas histórias serão publicadas pelo site do WikiLeaks, que vai produzir pela primeira vez material em português. A ideia é chegar até o público que nos apóia no Brasil e que compartilha da nossa filosofia. Em especial, aos grupos que lutam pela liberdade de imprensa, mídia e internet.
O português é uma língua muito importante e a publicação deste material é de grande interesse para os brasileiros - e de grande interesse para definir os rumos do novo governo.
Além do processo seguro de entrega das informações que mantém o anonimato absoluto das fontes, a grande razão para o WikiLeaks ser considerado o melhor meio de disseminar informações confidenciais que as fontes querem trazer a público é o nosso compromisso de garantir o máximo de impacto no lançamento possível em cada lançamento.
No caso de Cablegate, avaliamos que há material suficiente para render manchetes em todo o mundo por muito mais tempo do que nos lançamentos anteriores, já que os documentos contém histórias de vários lugares do mundo.
Por isso Decidimos que seria melhor publicar lotes de documentos ao longo de semanas e meses, e não de uma só vez. Isso vai garantir que informações novas e importantes continuem sendo publicadas com destaque na impresa, sendo também discutidas.
Consideramos também com cuidado outra questão: a revisão dos documentos. Para esse lançamento precisamos passar por um processo muito mais complexo do que nos documentos sobre o Iraque. Esses telegramas contém sete vezes mais palavras e dizem respeito a um contexto muito mais complexo.
No caso do Iraque, nós retiramos os nomes de todos os envolvidos e aos poucos fomos colocando de volta nos documentos à medida que eles vinham a público. Mas neste caso, isso tornaria a informação quase totalmente inútil, já que muitos nomes têm que estar nos documentos para que façam sentido: são políticos que fazem espionagem contra seu próprio país, políticos que agem contra o interesse do seu povo e organizações que violam os direitos humanos.
Por isso vamos levar mais tempo e publicar o material em etapas, depois de ser cuidadosamente revisado.
O WikiLeaks luta para trazer verdade e transparência para todo o mundo. Como os telegramas se referem a muitos países, sentimos a necessidade de trazer o maior número possível de parceiros da imprensa internacional. Só assim podemos ter a expertise e o conhecimento local que possibilite a devida interpretação e o melhor aproveitamento de histórias. Um relato sobre o Brasil, pode não ser de interesse para um jornal britânico, mas com certeza interessa ao público brasileiro.
Assim, trabalhamos em parceria com o New York Tmes e o Guardian para chegar até o público que fala inglês, o El Pais para os que falam espanhol, o Le Monde para francês e Der Spiegel para alemão. São quatro línguas e jornais localizados em diferentes países. Foi um desafio garantir a segurança das informações: não podíamos usar o telefone para discutir determinados temas, por exemplo. Tivemos que usar uma maneira criptografada de nos comunicar.
Além disso, tivemos que garantir que todos os parceiros se comprometessem com uma programação de lançamento ao longo de várias semanas, com documentos relativos a um tema ou região. Apenas depois dessa primeira publicação os outros veículos podem escrever histórias sobre esse tema ou país.
Para o lançamento do Cablegate, o WikiLeaks também convidou como colaboradores jornalistas investigativos independentes do Reino Unido, Estados Unidos, Australia, Brasil, Suécia, França, Guatemala.
Eles revisaram o material, procuraram eventos importantes em cada país e investigaram todos os documentos secretos. Serão responsáveis por escrever histórias diferentes daquelas publicads nos jornais, de ângulos inovadores, para o site do WikiLeaks.
Essa nova faceta do lançamento dos telegramas diplomáticos mostra como o material contido nesses documentos é rico. Muitas histórias vão continuar aparecendo a partir deles por muitos e muitos anos.
“Os telegramas das embaixadas dos EUA são a coisa mais interessante que eu já li e o vazamento de informações secretas mais importante da história. É uma riquíssima documentação sobre como o mundo funciona de fato”, diz Julian Assange, fundador do Wikileaks.
“Desde o começo o WikiLeaks foi construído para ajudar a todo o mundo. Injustiça em qualquer lugar é injustiça em todo lugar. Nós acreditamos que a internet é uma ferramenta que permite que pessoas corajosas se reúnam para lutar por justiça - e vencer. Com a ajuda dos internautas, podemos exigir que a nação superpoderosa preste contas a todos”.
http://cablegate.wikileaks.org/articles ... s-das.html
Ontem, dia 28 de novembro de 2010, o WikiLeaks começou a publicar o maior vazamento de documentos confidenciais da história.
São telegramas enviados pelos diplomatas de diversas embaixadas pelo mundo para Washington ou do Departamento de Estado para as representações americanas.
Eles mostram ordens expedidas aos consulados e embaixadas, a inteligência pedida pelo Departamento de Estado e o que os diplomatas descobrem a respeito de cada lugar, além de relatos detalhados de encontros com membros dos governos - e a verdadeira opinião dos americanos a respeito de cada um deles.
São 261.276.536 palavras que cobrem um grande período da história moderna – de 28 de dezembro de 1966 a 28 de fevereiro de 2010. Os documentos mostram infiltrações políticas dos Estados Unidos em quase todos os países, mesmo naqueles considerados ’neutros’ como a Suécia e a Suíça.
Ao todo, são 251.288 telegramas enviados por 274 embaixadas. Destes, 145.451 tratam de política externa, 122.896 são sobre assuntos internos dos governos locais, 55.211 sobre direitos humanos, 49.044 sobre condições econômicas, 28.801 sobre terrrorismo e 6.532 sobre o conselho de segurança da ONU.
Para controle interno, os telegramas são classificados de acordo com as informações sensíveis que contêm. Do total, 15.652 são marcados como secretos, 101.748 são considerados confidenciais e 133.887 são marcados “não-classificados”. Apenas estes últimos estão sujeitos à lei americana de Liberdade de Informação, segundo a qual qualquer pessoa pode ter acesso ao seu conteúdo se fizer um requerimento formal através do Freedon of Information Act.
O tema mais discutido é o Iraque: são 6.677 telegramas sobre o país. A embaixada de Ancara, na Turquia, é a que mais enviou comunicações: são 7.918.
Há ainda 8.017 telegramas enviados pelo Departamento de Estado para as suas representações internacionais.
No caso Brasileiro, o WikiLeaks obteve 1.948 documentos enviados pela embaixada em Brasília e alguns enviados por consulados. Eles revelam como os diplomatas americanos realmente vêem o Brasil à medida que o país busca reconhecimento internacional – nem sempre com bons olhos – e como a embaixada faz lobby pelos interesses dos EUA, desde petróleo até a venda de equipamentos militares.
Também mostram encontros com autoridades, membros do governo e da oposição, jornalistas e diplomatas de outros países. Revelam como os diplomatas americanos relataram alguns dos acontecimentos políticos e econômicos mais importantes nos últimos sete anos. E como os EUA continuam buscando influenciar a política nacional, mesmo na era Obama, fazendo lobby contra governos vizinhos.
Entre outras coisas, os documentos mostram como os EUA trabalham proximamente com o Brasil em operações de contraterrorismo e como vêem buscando um papel maior em termos de segurança e combate às drogas.
Algumas dessas histórias serão publicadas pelo site do WikiLeaks, que vai produzir pela primeira vez material em português. A ideia é chegar até o público que nos apóia no Brasil e que compartilha da nossa filosofia. Em especial, aos grupos que lutam pela liberdade de imprensa, mídia e internet.
O português é uma língua muito importante e a publicação deste material é de grande interesse para os brasileiros - e de grande interesse para definir os rumos do novo governo.
Além do processo seguro de entrega das informações que mantém o anonimato absoluto das fontes, a grande razão para o WikiLeaks ser considerado o melhor meio de disseminar informações confidenciais que as fontes querem trazer a público é o nosso compromisso de garantir o máximo de impacto no lançamento possível em cada lançamento.
No caso de Cablegate, avaliamos que há material suficiente para render manchetes em todo o mundo por muito mais tempo do que nos lançamentos anteriores, já que os documentos contém histórias de vários lugares do mundo.
Por isso Decidimos que seria melhor publicar lotes de documentos ao longo de semanas e meses, e não de uma só vez. Isso vai garantir que informações novas e importantes continuem sendo publicadas com destaque na impresa, sendo também discutidas.
Consideramos também com cuidado outra questão: a revisão dos documentos. Para esse lançamento precisamos passar por um processo muito mais complexo do que nos documentos sobre o Iraque. Esses telegramas contém sete vezes mais palavras e dizem respeito a um contexto muito mais complexo.
No caso do Iraque, nós retiramos os nomes de todos os envolvidos e aos poucos fomos colocando de volta nos documentos à medida que eles vinham a público. Mas neste caso, isso tornaria a informação quase totalmente inútil, já que muitos nomes têm que estar nos documentos para que façam sentido: são políticos que fazem espionagem contra seu próprio país, políticos que agem contra o interesse do seu povo e organizações que violam os direitos humanos.
Por isso vamos levar mais tempo e publicar o material em etapas, depois de ser cuidadosamente revisado.
O WikiLeaks luta para trazer verdade e transparência para todo o mundo. Como os telegramas se referem a muitos países, sentimos a necessidade de trazer o maior número possível de parceiros da imprensa internacional. Só assim podemos ter a expertise e o conhecimento local que possibilite a devida interpretação e o melhor aproveitamento de histórias. Um relato sobre o Brasil, pode não ser de interesse para um jornal britânico, mas com certeza interessa ao público brasileiro.
Assim, trabalhamos em parceria com o New York Tmes e o Guardian para chegar até o público que fala inglês, o El Pais para os que falam espanhol, o Le Monde para francês e Der Spiegel para alemão. São quatro línguas e jornais localizados em diferentes países. Foi um desafio garantir a segurança das informações: não podíamos usar o telefone para discutir determinados temas, por exemplo. Tivemos que usar uma maneira criptografada de nos comunicar.
Além disso, tivemos que garantir que todos os parceiros se comprometessem com uma programação de lançamento ao longo de várias semanas, com documentos relativos a um tema ou região. Apenas depois dessa primeira publicação os outros veículos podem escrever histórias sobre esse tema ou país.
Para o lançamento do Cablegate, o WikiLeaks também convidou como colaboradores jornalistas investigativos independentes do Reino Unido, Estados Unidos, Australia, Brasil, Suécia, França, Guatemala.
Eles revisaram o material, procuraram eventos importantes em cada país e investigaram todos os documentos secretos. Serão responsáveis por escrever histórias diferentes daquelas publicads nos jornais, de ângulos inovadores, para o site do WikiLeaks.
Essa nova faceta do lançamento dos telegramas diplomáticos mostra como o material contido nesses documentos é rico. Muitas histórias vão continuar aparecendo a partir deles por muitos e muitos anos.
“Os telegramas das embaixadas dos EUA são a coisa mais interessante que eu já li e o vazamento de informações secretas mais importante da história. É uma riquíssima documentação sobre como o mundo funciona de fato”, diz Julian Assange, fundador do Wikileaks.
“Desde o começo o WikiLeaks foi construído para ajudar a todo o mundo. Injustiça em qualquer lugar é injustiça em todo lugar. Nós acreditamos que a internet é uma ferramenta que permite que pessoas corajosas se reúnam para lutar por justiça - e vencer. Com a ajuda dos internautas, podemos exigir que a nação superpoderosa preste contas a todos”.
http://cablegate.wikileaks.org/articles ... s-das.html
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Re: GEOPOLÍTICA
30/11/2010 - 11h15
Ex-analista militar dos EUA seria fonte do WikiLeaks
Phil Stewart
Em Washington
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... leaks.jhtm
Bradley Manning, 23 anos, ex-analista de inteligência do Exército norte-americano, é o pivô da investigação norte-americana a respeito do vazamento de milhares de comunicações diplomáticas secretas, divulgadas nesta semana pelo site WikiLeaks, dizem funcionários dos EUA sob a condição de anonimato.
Os mais de 250 mil documentos desse lote expõem avaliações francas e embaraçosas de funcionários dos EUA a respeito de líderes mundiais. Meses atrás, o WikiLeaks - especializado na divulgação de documentos sigilosos - já havia trazido a público 500 mil documentos dos EUA relacionados às guerras do Afeganistão e Iraque.
As autoridades dos EUA não falam abertamente sobre Manning, para não prejudicar as investigações.
Veja, a seguir, mais informações sobre o suspeito.
Onde está Bradley Manning?
Está detido na base Quantico dos Marines, na Virgínia, depois de haver sido indiciado em julho por ter obtido ilegalmente um vídeo secreto, de 2007, que mostrava um ataque de helicóptero que matou 12 pessoas no Iraque, inclusive 2 jornalistas da Reuters. Esse vídeo foi divulgado em abril pelo WikiLeaks.
Ele também foi acusado de ter baixado em seu computador mais de 150 mil documentos do Departamento de Estado quando trabalhava na operação de inteligência da Segunda Brigada da Décima Divisão de Montanha, no Iraque. Ele passou adiante parte desses documentos, mas as autoridades dos EUA não esclareceram se essas são as mesmas comunicações divulgadas pelo WikiLeaks.
Como ele foi preso?
Ele se gabou dos seus feitos ao ex-hacker Adrian Lamo, que o entregou às autoridades, segundo relato de Lamo à Reuters. Manning foi prontamente detido pelo Exército e ficou preso no Kuait antes de ser transferido para os EUA.
Como ele pegava os dados?
Em um chat na internet com Lamo, ele dizia que ia trabalhar levando um CD com músicas de Lady Gaga, sobre o qual ele gravava dados retirados de uma rede militar secreta da internet. A transcrição do chat (em inglês), revelada inicialmente pela revista Wired, pode ser vista no endereço http://www.wired.com/threatlevel/2010/0 ... eaks-chat/
Ele foi formalmente vinculado ao WikiLeaks?
As autoridades dos EUA evitam estabelecer diretamente tal vinculação, e o nome do WikiLeaks não consta no prontuário distribuído ao público. Mas, nas suas conversas com Lamo, Manning admitia que havia entregado material a Julian Assange, fundador do WikiLeaks. "Sou uma fonte de alta relevância (...) e desenvolvi uma relação com Assenge," escreveu.
Ele agiu sozinho?
Lamo disse à Reuters que aparentemente os investigadores dos EUA estão também procurando pessoas que sejam ligadas simultaneamente a Manning e ao WikiLeaks. "Eu não acreditava que ele tivesse o conhecimento tecnológico (...) para arranjar isso sozinho", disse Lamo.
Ex-analista militar dos EUA seria fonte do WikiLeaks
Phil Stewart
Em Washington
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... leaks.jhtm
Bradley Manning, 23 anos, ex-analista de inteligência do Exército norte-americano, é o pivô da investigação norte-americana a respeito do vazamento de milhares de comunicações diplomáticas secretas, divulgadas nesta semana pelo site WikiLeaks, dizem funcionários dos EUA sob a condição de anonimato.
Os mais de 250 mil documentos desse lote expõem avaliações francas e embaraçosas de funcionários dos EUA a respeito de líderes mundiais. Meses atrás, o WikiLeaks - especializado na divulgação de documentos sigilosos - já havia trazido a público 500 mil documentos dos EUA relacionados às guerras do Afeganistão e Iraque.
As autoridades dos EUA não falam abertamente sobre Manning, para não prejudicar as investigações.
Veja, a seguir, mais informações sobre o suspeito.
Onde está Bradley Manning?
Está detido na base Quantico dos Marines, na Virgínia, depois de haver sido indiciado em julho por ter obtido ilegalmente um vídeo secreto, de 2007, que mostrava um ataque de helicóptero que matou 12 pessoas no Iraque, inclusive 2 jornalistas da Reuters. Esse vídeo foi divulgado em abril pelo WikiLeaks.
Ele também foi acusado de ter baixado em seu computador mais de 150 mil documentos do Departamento de Estado quando trabalhava na operação de inteligência da Segunda Brigada da Décima Divisão de Montanha, no Iraque. Ele passou adiante parte desses documentos, mas as autoridades dos EUA não esclareceram se essas são as mesmas comunicações divulgadas pelo WikiLeaks.
Como ele foi preso?
Ele se gabou dos seus feitos ao ex-hacker Adrian Lamo, que o entregou às autoridades, segundo relato de Lamo à Reuters. Manning foi prontamente detido pelo Exército e ficou preso no Kuait antes de ser transferido para os EUA.
Como ele pegava os dados?
Em um chat na internet com Lamo, ele dizia que ia trabalhar levando um CD com músicas de Lady Gaga, sobre o qual ele gravava dados retirados de uma rede militar secreta da internet. A transcrição do chat (em inglês), revelada inicialmente pela revista Wired, pode ser vista no endereço http://www.wired.com/threatlevel/2010/0 ... eaks-chat/
Ele foi formalmente vinculado ao WikiLeaks?
As autoridades dos EUA evitam estabelecer diretamente tal vinculação, e o nome do WikiLeaks não consta no prontuário distribuído ao público. Mas, nas suas conversas com Lamo, Manning admitia que havia entregado material a Julian Assange, fundador do WikiLeaks. "Sou uma fonte de alta relevância (...) e desenvolvi uma relação com Assenge," escreveu.
Ele agiu sozinho?
Lamo disse à Reuters que aparentemente os investigadores dos EUA estão também procurando pessoas que sejam ligadas simultaneamente a Manning e ao WikiLeaks. "Eu não acreditava que ele tivesse o conhecimento tecnológico (...) para arranjar isso sozinho", disse Lamo.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: GEOPOLÍTICA
30/11/2010 13h45 - Atualizado em 30/11/2010 14h10
Em relatório, EUA se queixam de inclinação antiamericana do Itamaraty
WikiLeaks divulgou mais documentos vazados da diplomacia americana.
Em um deles, Nelson Jobim relataria que Evo Morales tem tumor no nariz.
Do G1, em São Paulo
imprimir saiba mais
Vazamento de documentos dos EUA é 'irresponsabilidade', diz SarkozyDivulgação de dados é "ataque à comunidade internacional", diz Hillary Clinton
Documentos revelados pelo site Wikileaks nesta terça-feira (30) mostram que o governo americano considera o Itamaraty como um adversário, com inclinações antiamericanas. O então embaixador americano no Brasil Clifford Sobel diz em um dos documentos (leia a íntegra do original, em inglês), que “a atual administração de centro-esquerda tem evitado cuidadosamente uma cooperação próxima em assuntos policiais e militares importantes para nós e tem se mantido à distância na maioria dos assuntos relacionados à segurança”.
Em outro despacho, ele escreve que “a dificuldade é mais aparente no MRE [Ministério das Relações Exteriores], que tem uma inclinação antiamericana e impede a melhora nas relações entre o Departamento de Defesa e o Ministério de Defesa brasileiro”.
Um dos textos publicados pelo Wikileaks afirma que "o ministro da Defesa, Nelson Jobim, mantinha uma relação próxima com o antigo embaixador americano Clifford Sobel, que deixou o cargo no começo deste ano - a ponto de confidenciar sua irritação com o Ministério de Relações Exteriores".
Sobel também diz que o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, tem uma “obsessão” em conseguir um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU.
Segundo o site, os documentos da embaixada de Brasília fazem parte de um conjunto de 2.855 telegramas da representação americana no Brasil que serão publicados ao longo das próximas semanas.
Em relatório, EUA se queixam de inclinação antiamericana do Itamaraty
WikiLeaks divulgou mais documentos vazados da diplomacia americana.
Em um deles, Nelson Jobim relataria que Evo Morales tem tumor no nariz.
Do G1, em São Paulo
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Vazamento de documentos dos EUA é 'irresponsabilidade', diz SarkozyDivulgação de dados é "ataque à comunidade internacional", diz Hillary Clinton
Documentos revelados pelo site Wikileaks nesta terça-feira (30) mostram que o governo americano considera o Itamaraty como um adversário, com inclinações antiamericanas. O então embaixador americano no Brasil Clifford Sobel diz em um dos documentos (leia a íntegra do original, em inglês), que “a atual administração de centro-esquerda tem evitado cuidadosamente uma cooperação próxima em assuntos policiais e militares importantes para nós e tem se mantido à distância na maioria dos assuntos relacionados à segurança”.
Em outro despacho, ele escreve que “a dificuldade é mais aparente no MRE [Ministério das Relações Exteriores], que tem uma inclinação antiamericana e impede a melhora nas relações entre o Departamento de Defesa e o Ministério de Defesa brasileiro”.
Um dos textos publicados pelo Wikileaks afirma que "o ministro da Defesa, Nelson Jobim, mantinha uma relação próxima com o antigo embaixador americano Clifford Sobel, que deixou o cargo no começo deste ano - a ponto de confidenciar sua irritação com o Ministério de Relações Exteriores".
Sobel também diz que o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, tem uma “obsessão” em conseguir um assento permanente para o Brasil no Conselho de Segurança da ONU.
Segundo o site, os documentos da embaixada de Brasília fazem parte de um conjunto de 2.855 telegramas da representação americana no Brasil que serão publicados ao longo das próximas semanas.
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Re: GEOPOLÍTICA
Sarkozy discussed sending French troops to Iraq, WikiLeaks cables show
From: AFP December 01, 2010 10:07AM
http://www.theaustralian.com.au/news/sa ... 5963764811
EVEN before his election, President Nicolas Sarkozy convinced the US he was the most pro-American French leader since the war and even discussed sending French troops to Iraq, leaked cables show.
The French daily Le Monde, citing a trove of stolen diplomatic cables given it by the activist website WikiLeaks, said Sarkozy wooed US diplomats in Paris long before taking office in 2007 and convinced them he was a firm ally.
“Sarkozy is the French politician who most supports the role of the United States in the world,” the US embassy in Paris wrote in a long portrait of the right-wing minister shortly before he announced his presidential run.
“His nickname is 'Sarkozy the American' and his affinity for America is authentic and comes from the bottom of his heart,” the memo said, predicting an end to the tense relations under outgoing president, Jacques Chirac.
Sarkzoy made no great secret of his admiration for Washington as he began his presidency, but the French voters who backed him in large numbers might have been surprised by just how closely he supported then US president George W. Bush.
In the most startling extract from the cables, which have yet to appear on the WikiLeaks website and appear in Le Monde in French translation, the US ambassador writes in 2006 that Sarkozy might send French troops to Iraq.
“Sarkozy declared that France and the international community would have to help the United States resolve the situation in Iraq. Perhaps by replacing the American army with an international force,” he wrote.
But the US war in Iraq remained extremely unpopular in France, and nothing came of this idea once Sarkozy was elected, although he did send more French troops to Afghanistan and brought France back into full NATO membership.
French voters, and Sarkozy's current political friends and foes, might also be surprised to learn that their president announced his intention to run for office to the US embassy before he did so to his party or the public.
He also, according to the leaked cables, was not afraid to criticise the foreign policy of Chirac's government to his American friends, even while he was interior minister in the outgoing French
From: AFP December 01, 2010 10:07AM
http://www.theaustralian.com.au/news/sa ... 5963764811
EVEN before his election, President Nicolas Sarkozy convinced the US he was the most pro-American French leader since the war and even discussed sending French troops to Iraq, leaked cables show.
The French daily Le Monde, citing a trove of stolen diplomatic cables given it by the activist website WikiLeaks, said Sarkozy wooed US diplomats in Paris long before taking office in 2007 and convinced them he was a firm ally.
“Sarkozy is the French politician who most supports the role of the United States in the world,” the US embassy in Paris wrote in a long portrait of the right-wing minister shortly before he announced his presidential run.
“His nickname is 'Sarkozy the American' and his affinity for America is authentic and comes from the bottom of his heart,” the memo said, predicting an end to the tense relations under outgoing president, Jacques Chirac.
Sarkzoy made no great secret of his admiration for Washington as he began his presidency, but the French voters who backed him in large numbers might have been surprised by just how closely he supported then US president George W. Bush.
In the most startling extract from the cables, which have yet to appear on the WikiLeaks website and appear in Le Monde in French translation, the US ambassador writes in 2006 that Sarkozy might send French troops to Iraq.
“Sarkozy declared that France and the international community would have to help the United States resolve the situation in Iraq. Perhaps by replacing the American army with an international force,” he wrote.
But the US war in Iraq remained extremely unpopular in France, and nothing came of this idea once Sarkozy was elected, although he did send more French troops to Afghanistan and brought France back into full NATO membership.
French voters, and Sarkozy's current political friends and foes, might also be surprised to learn that their president announced his intention to run for office to the US embassy before he did so to his party or the public.
He also, according to the leaked cables, was not afraid to criticise the foreign policy of Chirac's government to his American friends, even while he was interior minister in the outgoing French
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: GEOPOLÍTICA
NYT
November 30, 2010
Cables Praise French Friend With a ‘Mercurial’ Side
By KATRIN BENNHOLD
PARIS — President Nicolas Sarkozy is an unusually solid French friend of America. He is also a “mercurial” man operating in “a zone of monarch-like impunity” surrounded by advisers often too fearful to give honest counsel, according to leaked cables from the United States Embassy in Paris.
Last December, the American ambassador shared an anecdote with Secretary of State Hillary Rodham Clinton: when the mayor of Paris had the Eiffel Tower lighted in Turkey’s national colors for a visit by Prime Minister Recep Tayyip Erdogan in April 2009, aides to Mr. Sarkozy, a staunch opponent of Turkey’s entry to the European Union, rerouted the presidential plane so he would not see it.
“Élysée contacts have reported to us the great lengths they will go to avoid disagreeing” with Mr. Sarkozy “or provoking his displeasure,” said the cable, signed by Ambassador Charles H. Rivkin. It was part of a trove of documents obtained by WikiLeaks and made available to several news organizations.
Five years of correspondence between Paris and Washington chronicle a spectacular post-Iraq turnabout between one of the West’s most complicated diplomatic couples. Mr. Sarkozy, who took office in May 2007, was described even last year as “the most pro-American French president since World War II” and a “force multiplier” for American foreign policy interests.
But the cables also convey a nuanced assessment of the French leader as a somewhat erratic figure with authoritarian tendencies and a penchant for deciding policy on the fly. By January 2010, American diplomats wrote of a high-maintenance ally sometimes too impatient to consult with crucial partners before carrying out initiatives, one who favors summit meetings and direct contacts over traditional diplomacy.
Writing to Mrs. Clinton on Dec. 4, 2009, Mr. Rivkin spoke of the need to channel Mr. Sarkozy’s “impulsive proposals into constructive directions.” Concessions on thorny issues like Afghanistan would be best won by President Obama himself, he suggested.
“In my opinion, it will necessitate periodic presidential intervention to reassure Sarkozy of our commitment as an ally and partner and, in many cases, to close the deal,” he wrote.
The French president’s office declined to comment, though on Tuesday Mr. Sarkozy told cabinet ministers that the release of the documents were “the height of irresponsibility.”
Paul Patin, an American Embassy spokesman, said Tuesday: “President Sarkozy has proved, time and time again, that he is a true friend of the U.S. France is one of our closest allies, and our partnership has only gotten stronger during his presidency.”
In general, few foreign policy disagreements surface between France and the United States under Mr. Sarkozy. A major difference, however, concerns Turkey, with Washington a fervent supporter of Turkey’s ambition to join the European Union and fretful that Mr. Sarkozy’s opposition threatens to “antagonize a strategic ally.”
The delight among American diplomats at the arrival of a self-professed pro-American candidate after years of difficult relations with Jacques Chirac was evident in correspondence well before Mr. Sarkozy’s election.
In 2005, Mr. Sarkozy, then the interior minister, told Craig R. Stapleton, then the American ambassador, that although he would have advised against the Iraq invasion he still felt it “personally when American soldiers die in combat.” Mr. Sarkozy said he took it as a personal responsibility that “no U.S. Embassy or Consulate was so much as touched” in anti-American protests.
“Very much unlike nearly all other French political figures, Sarkozy is viscerally pro-American,” said a cable signed by Mr. Stapleton. “For most of his peers, the U.S. is a sometimes reviled or admired, but decidedly foreign, other. Sarkozy identifies with America; he sees his own rise in the world as reflecting an American-like saga.”
If Mr. Sarkozy’s Atlanticist outlook was never doubted — even in the most recent leaked cable from Jan. 25 this year, French-American relations are called “one of the best” — concerns about a “thin-skinned, authoritarian” streak surfaced by October 2007, as he divorced his second wife, Cécilia. Two months later, diplomats spoke of Mr. Sarkozy’s “unprecedented” concentration of power over foreign affairs and “increasing willingness to downgrade human rights considerations in his dealings with foreign leaders.”
Praised for leadership during the 2008 Russia-Georgia war and the global financial crisis, Mr. Sarkozy was criticized by European diplomats referred to in a cable for an “increasingly erratic” last half of his 2008 European Union presidency.
A year later, when two scandals sank Mr. Sarkozy’s approval ratings, American diplomats started telling Washington that the president lacked advisers willing to question him. One scandal involved a cabinet member and the other the promotion of the president’s son, Jean, then 23, to lead France’s most prestigious business district. “Combined, these stories have bolstered the impression that Sarkozy is operating in a zone of monarch-like impunity,” said an Oct. 21, 2009, cable.
In December 2009, Mr. Rivkin told Mrs. Clinton: “Sarkozy’s own advisers likewise demonstrate little independence and appear to have little effect on curbing the hyperactive president, even when he is at his most mercurial.” He added: “After two years in office, many seasoned key Élysée staff are leaving for prestigious onward assignments as a reward for their hard work, raising questions as to whether new faces will be any more willing to point out when the emperor is less than fully dressed.”
This snapshot is broadly corroborated in interviews with French officials who had dealings with Mr. Sarkozy in recent years. Describing the president’s entourage as loyal but intimidated underlings guarding access to their boss, one senior official, insisting on anonymity, said that Mr. Sarkozy’s management style heightened the risks of the centralized French presidential system.
Another official said that fear of Mr. Sarkozy’s ire was artificially inflated in his entourage and questioned whether, for example, Mr. Sarkozy would have actually thrown a tantrum on seeing the Eiffel Tower in Turkish colors.
Bernard Kouchner, who until recently was Mr. Sarkozy’s foreign minister, was more diplomatic. But he essentially agreed that under the French system, too much power was vested in one man and two dozen advisers vis-à-vis the 12,000 career diplomats. “We need a more collaborative approach and more efficient decision-making,” he said.
November 30, 2010
Cables Praise French Friend With a ‘Mercurial’ Side
By KATRIN BENNHOLD
PARIS — President Nicolas Sarkozy is an unusually solid French friend of America. He is also a “mercurial” man operating in “a zone of monarch-like impunity” surrounded by advisers often too fearful to give honest counsel, according to leaked cables from the United States Embassy in Paris.
Last December, the American ambassador shared an anecdote with Secretary of State Hillary Rodham Clinton: when the mayor of Paris had the Eiffel Tower lighted in Turkey’s national colors for a visit by Prime Minister Recep Tayyip Erdogan in April 2009, aides to Mr. Sarkozy, a staunch opponent of Turkey’s entry to the European Union, rerouted the presidential plane so he would not see it.
“Élysée contacts have reported to us the great lengths they will go to avoid disagreeing” with Mr. Sarkozy “or provoking his displeasure,” said the cable, signed by Ambassador Charles H. Rivkin. It was part of a trove of documents obtained by WikiLeaks and made available to several news organizations.
Five years of correspondence between Paris and Washington chronicle a spectacular post-Iraq turnabout between one of the West’s most complicated diplomatic couples. Mr. Sarkozy, who took office in May 2007, was described even last year as “the most pro-American French president since World War II” and a “force multiplier” for American foreign policy interests.
But the cables also convey a nuanced assessment of the French leader as a somewhat erratic figure with authoritarian tendencies and a penchant for deciding policy on the fly. By January 2010, American diplomats wrote of a high-maintenance ally sometimes too impatient to consult with crucial partners before carrying out initiatives, one who favors summit meetings and direct contacts over traditional diplomacy.
Writing to Mrs. Clinton on Dec. 4, 2009, Mr. Rivkin spoke of the need to channel Mr. Sarkozy’s “impulsive proposals into constructive directions.” Concessions on thorny issues like Afghanistan would be best won by President Obama himself, he suggested.
“In my opinion, it will necessitate periodic presidential intervention to reassure Sarkozy of our commitment as an ally and partner and, in many cases, to close the deal,” he wrote.
The French president’s office declined to comment, though on Tuesday Mr. Sarkozy told cabinet ministers that the release of the documents were “the height of irresponsibility.”
Paul Patin, an American Embassy spokesman, said Tuesday: “President Sarkozy has proved, time and time again, that he is a true friend of the U.S. France is one of our closest allies, and our partnership has only gotten stronger during his presidency.”
In general, few foreign policy disagreements surface between France and the United States under Mr. Sarkozy. A major difference, however, concerns Turkey, with Washington a fervent supporter of Turkey’s ambition to join the European Union and fretful that Mr. Sarkozy’s opposition threatens to “antagonize a strategic ally.”
The delight among American diplomats at the arrival of a self-professed pro-American candidate after years of difficult relations with Jacques Chirac was evident in correspondence well before Mr. Sarkozy’s election.
In 2005, Mr. Sarkozy, then the interior minister, told Craig R. Stapleton, then the American ambassador, that although he would have advised against the Iraq invasion he still felt it “personally when American soldiers die in combat.” Mr. Sarkozy said he took it as a personal responsibility that “no U.S. Embassy or Consulate was so much as touched” in anti-American protests.
“Very much unlike nearly all other French political figures, Sarkozy is viscerally pro-American,” said a cable signed by Mr. Stapleton. “For most of his peers, the U.S. is a sometimes reviled or admired, but decidedly foreign, other. Sarkozy identifies with America; he sees his own rise in the world as reflecting an American-like saga.”
If Mr. Sarkozy’s Atlanticist outlook was never doubted — even in the most recent leaked cable from Jan. 25 this year, French-American relations are called “one of the best” — concerns about a “thin-skinned, authoritarian” streak surfaced by October 2007, as he divorced his second wife, Cécilia. Two months later, diplomats spoke of Mr. Sarkozy’s “unprecedented” concentration of power over foreign affairs and “increasing willingness to downgrade human rights considerations in his dealings with foreign leaders.”
Praised for leadership during the 2008 Russia-Georgia war and the global financial crisis, Mr. Sarkozy was criticized by European diplomats referred to in a cable for an “increasingly erratic” last half of his 2008 European Union presidency.
A year later, when two scandals sank Mr. Sarkozy’s approval ratings, American diplomats started telling Washington that the president lacked advisers willing to question him. One scandal involved a cabinet member and the other the promotion of the president’s son, Jean, then 23, to lead France’s most prestigious business district. “Combined, these stories have bolstered the impression that Sarkozy is operating in a zone of monarch-like impunity,” said an Oct. 21, 2009, cable.
In December 2009, Mr. Rivkin told Mrs. Clinton: “Sarkozy’s own advisers likewise demonstrate little independence and appear to have little effect on curbing the hyperactive president, even when he is at his most mercurial.” He added: “After two years in office, many seasoned key Élysée staff are leaving for prestigious onward assignments as a reward for their hard work, raising questions as to whether new faces will be any more willing to point out when the emperor is less than fully dressed.”
This snapshot is broadly corroborated in interviews with French officials who had dealings with Mr. Sarkozy in recent years. Describing the president’s entourage as loyal but intimidated underlings guarding access to their boss, one senior official, insisting on anonymity, said that Mr. Sarkozy’s management style heightened the risks of the centralized French presidential system.
Another official said that fear of Mr. Sarkozy’s ire was artificially inflated in his entourage and questioned whether, for example, Mr. Sarkozy would have actually thrown a tantrum on seeing the Eiffel Tower in Turkish colors.
Bernard Kouchner, who until recently was Mr. Sarkozy’s foreign minister, was more diplomatic. But he essentially agreed that under the French system, too much power was vested in one man and two dozen advisers vis-à-vis the 12,000 career diplomats. “We need a more collaborative approach and more efficient decision-making,” he said.
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Re: GEOPOLÍTICA
Adoro sim.AlbertoRJ escreveu:O Jaques adora a França.
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Lindo pais, excelente comida e boa gente.
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Re: GEOPOLÍTICA
Tem mais alguns milhares de cables sobre a França lá. Em breve este tópico ultrapassa o FX!
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Re: GEOPOLÍTICA
Devem estar sendo lidos com atenção.Hader escreveu:Tem mais alguns milhares de cables sobre a França lá. Em breve este tópico ultrapassa o FX!
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Re: GEOPOLÍTICA
Relação de Sarkozy com Lula preocupa EUA, mostram documentos do WikiLeaks
RIO - As relações do presidente da França, Nicolas Sarkozy, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva preocupam o governo de Barack Obama. Segundo o jornal "El País", documentos vazados pelo site WikiLeaks mostram que, no fim de 2009, a embaixada dos Estados Unidos em Paris alertou Washington para a frequência dos encontros de Sarkozy e Lula - nove vezes em dois anos - e o incremento das relações diplomáticas, políticas, econômicas e militares entre os dois países.
Um dos cinco veículos que há semanas tiveram acesso aos documentos diplomáticos vazados pelo WikiLeaks, o "El País" informa que a advertência sobre as relações entre os dois presidentes está em uma mensagem da embaixada americana intitulada "França e Brasil: o começo de uma história de amor". Além da proximidade com Lula, a ambição de Sarkozy também preocupa os EUA.
"Sua impaciência na busca de resultados e seu desejo de levar a iniciativa (ainda que sem apoio de parceiros internacionais, nem de seu próprios assessores) nos obriga a canalizar suas propostas impulsivas de forma construtiva e com vistas ao longo prazo", adverte o embaixador dos EUA, Charles Rivkin, a seus superiores em Washington em um telegrama de dezembro do ano passado.
De acordo com o "El País", os telegramas diplomáticos americanos observam que Sarkozy não tem mecanismos de freio - políticos, pessoas ou ideológicos - para suas ambições globais. O presidente também é descrito pelo ex-embaixador americano, em 2007, como alguém que tem marcada tendência a corrigir erros de seus colaboradores, "inclusive seu primeiro-ministro (...) com estilo pessoal autoritário".
"Premia a quem segue suas ordens, e marginaliza a quem lhe apresenta uma opinião distinta ou cometa erros, como aconteceu com a ministra da Justiça, Rachida Dati, e a secretária de Estado de Exteriores, Rama Yade", alerta a outra mensagem diplomática, de 2009.
Americanos apontam 'exibicionismo' da vida pessoal do francês
O jornal diz que em outro telegrama diplomatas americanos afirma que Sarkozy estava decepcionado por não ter sido o primeiro líder europeu convidado por Obama para ir a Washington. Antes da visita do presidente francês, a embaixada também afirma que o "exibicionismo de sua vida pessoal" afetou a popularidade do líder.
"Ao menos deixou de lado a vocação gaullista francesa de questionar a posição hegemônica de Washington nos assuntos internacionais", diz o documento.
As mensagens americanas também mostram que Sarkozy enfrentou problemas quando tentou levar sua atual mulher, Carla Bruni, em uma visita à Arábia Saudita. A ex-modelo era então noiva do presidente.
Fontes consultadas em Riad pela embaixada dos EUA em Paris informaram que o governo saudita comunicou ao Palácio do Eliseu que o protocolo não permitia que o chefe de Estado fosse ao país com uma mulher com quem não fosse casado. As fontes também se queixaram de Sarkozy ter evitado pratos da cozinha árabe e ter parecido chateado com a tradicional cerimônia de espadas apresentada em sua chegada.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/ ... 156837.asp
Editado pela última vez por Grifon em Qua Dez 01, 2010 12:18 pm, em um total de 1 vez.