GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Pelo que fiquei sabendo, há 1947 documentos vazados pelo Wikileaks referentes à diplomacia norte-americana referindo-se ao Brasil.
Sobre o Brasil é só uma parte dos milhares de documentos. Vai abalar o mundo tudo isso...
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Re: GEOPOLÍTICA
Dependendo do conteudo o que era azedo vai virar um vinagre geral.DELTA22 escreveu:Pelo que fiquei sabendo, há 1947 documentos vazados pelo Wikileaks referentes à diplomacia norte-americana referindo-se ao Brasil.
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Re: GEOPOLÍTICA
Sobre o Brasil os documentos no máximo vão falar os que os paranóicos de plantão falam sempre, então já sabemos o que esperar
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Re: GEOPOLÍTICA
Ah... Certamente! Elementar, não? Quem escreveu os documentos da DIPLOMACIA DOS EUA foram os "paranoicos de plantão"...Boss escreveu:Sobre o Brasil os documentos no máximo vão falar os que os paranóicos de plantão falam sempre, então já sabemos o que esperar
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Re: GEOPOLÍTICA
Vou gostar de ler é sobre Portugal. Ver se depois os indeflectiveis, que andam tão colados ao rabo dos americanos que se os mesmos pararem de repente são sodomizados pelo nariz dos bajuladores, continuam a defender a "dama"
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Re: GEOPOLÍTICA
Você não entendeu o que eu disse.DELTA22 escreveu:Ah... Certamente! Elementar, não? Quem escreveu os documentos da DIPLOMACIA DOS EUA foram os "paranoicos de plantão"...Boss escreveu:Sobre o Brasil os documentos no máximo vão falar os que os paranóicos de plantão falam sempre, então já sabemos o que esperar
No MÁXIMO, iremos ter o que os paranóicos falam (planejaram invadir a Amazônia, o Pré-Sal, isso, aquilo, manipularam isso, aquilo, tentaram matar esse, aquele), então nem é surpresa aparecer essas coisas em uns documentos.
Surpresa vai ser os documentos sobre os "aliados" e "capachos" americanos, esses sim, dará prazer em ver
Do Brasil existem pessoas tão paranóicas com essas coisas que não será surpresa aparecer essas que eu citei, então...
Não que eu seja ingênuo de achar que eles são santos que respeitam a soberania de todos como mandam os bons costumes
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Re: GEOPOLÍTICA
Entendi bem. Quem não entendeu o que leu foi você.Boss escreveu:Você não entendeu o que eu disse.DELTA22 escreveu:Ah... Certamente! Elementar, não? Quem escreveu os documentos da DIPLOMACIA DOS EUA foram os "paranoicos de plantão"...
No MÁXIMO, iremos ter o que os paranóicos falam (planejaram invadir a Amazônia, o Pré-Sal, isso, aquilo, manipularam isso, aquilo, tentaram matar esse, aquele), então nem é surpresa aparecer essas coisas em uns documentos.
Surpresa vai ser os documentos sobre os "aliados" e "capachos" americanos, esses sim, dará prazer em ver
Do Brasil existem pessoas tão paranóicas com essas coisas que não será surpresa aparecer essas que eu citei, então...
Não que eu seja ingênuo de achar que eles são santos que respeitam a soberania de todos como mandam os bons costumes
Quando você chama de "paranoicos" quem cita o que está escrito em Documentos da Diplomacia Norte-Americana só agora vazados, esses não são "paranoicos", são sábios, você não acha??
Mais: hoje, não são só esses que você citou os interesses norte-americanos no Brasil. Pense...
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Re: GEOPOLÍTICA
Bem, qualquer interesse que eu não tenha citado é café pequeno perto de nos invadir, então é lucro (tem coisa pior que ser invadido ? A não ser que tenha um projeto de genocídio...)
E os documentos não vazaram (ou pelo menos não chegaram aos meus olhos), vamos ver quando saírem se existiam paranóicos ou sábios, ou se eu banco/bancava o ingênuo.
E os documentos não vazaram (ou pelo menos não chegaram aos meus olhos), vamos ver quando saírem se existiam paranóicos ou sábios, ou se eu banco/bancava o ingênuo.
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Re: GEOPOLÍTICA
Os documentos liberados são, em sua quase totalidade, avaliações feitas pelos diplomatas americanos sobre o Brasil. As avaliações sobre os políticos brasileiros são, muitas vezes, bastante ácidas e críticas, seja sobre a idoniedade, sobre a competência ou o comportamento pessoal deles. Os EUA tem um prazo de guarda sigilosa dos arquivos de documentos, após tal prazo são abertos à consulta de historiadores.prp escreveu:Dependendo do conteudo o que era azedo vai virar um vinagre geral.DELTA22 escreveu:Pelo que fiquei sabendo, há 1947 documentos vazados pelo Wikileaks referentes à diplomacia norte-americana referindo-se ao Brasil.
Sobre o Brasil é só uma parte dos milhares de documentos. Vai abalar o mundo tudo isso...
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Os comentários já abertos à consulta, feitos pelos diplomatas da época, diziam que um políitico tinha amante, que outro era bebum, que um terceiro ficara rico na função pública, outro nomeara os parentes para cargos públicos.
Mas vamos aguardar se desta vez tem algo mais que a revelação das coisas que todos sabiam mas ninguém falava.
m
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
Re: GEOPOLÍTICA
http://www.nytimes.com/2010/11/29/world ... r=1&src=meCables Obtained by WikiLeaks Shine Light Into Secret Diplomatic Channels
By SCOTT SHANE and ANDREW W. LEHREN
Published: November 28, 2010
WASHINGTON — A cache of a quarter-million confidential American diplomatic cables, most of them from the past three years, provides an unprecedented look at back-room bargaining by embassies around the world, brutally candid views of foreign leaders and frank assessments of nuclear and terrorist threats.
Some of the cables, made available to The New York Times and several other news organizations, were written as recently as late February, revealing the Obama administration’s exchanges over crises and conflicts. The material was originally obtained by WikiLeaks, an organization devoted to revealing secret documents. WikiLeaks posted the first installment of the archive on its Web site on Sunday.
The disclosure of the cables is sending shudders through the diplomatic establishment, and could strain relations with some countries, influencing international affairs in ways that are impossible to predict.
Secretary of State Hillary Rodham Clinton and American ambassadors around the world have been contacting foreign officials in recent days to alert them to the expected disclosures. A statement from the White House on Sunday said: “We condemn in the strongest terms the unauthorized disclosure of classified documents and sensitive national security information.
“President Obama supports responsible, accountable, and open government at home and around the world, but this reckless and dangerous action runs counter to that goal. By releasing stolen and classified documents, WikiLeaks has put at risk not only the cause of human rights but also the lives and work of these individuals.”
The cables, a huge sampling of the daily traffic between the State Department and some 270 embassies and consulates, amount to a secret chronicle of the United States’ relations with the world in an age of war and terrorism. Among their revelations, to be detailed in The Times in coming days:
A dangerous standoff with Pakistan over nuclear fuel: Since 2007, the United States has mounted a highly secret effort, so far unsuccessful, to remove from a Pakistani research reactor highly enriched uranium that American officials fear could be diverted for use in an illicit nuclear device. In May 2009, Ambassador Anne W. Patterson reported that Pakistan was refusing to schedule a visit by American technical experts because, as a Pakistani official said, “if the local media got word of the fuel removal, ‘they certainly would portray it as the United States taking Pakistan’s nuclear weapons,’ he argued.”
Thinking about an eventual collapse of North Korea: American and South Korean officials have discussed the prospects for a unified Korea, should the North’s economic troubles and political transition lead the state to implode. The South Koreans even considered commercial inducements to China, according to the American ambassador to Seoul. She told Washington in February that South Korean officials believe that the right business deals would “help salve” China’s “concerns about living with a reunified Korea” that is in a “benign alliance” with the United States.
Bargaining to empty the Guantánamo Bay prison: When American diplomats pressed other countries to resettle detainees, they became reluctant players in a State Department version of “Let’s Make a Deal.” Slovenia was told to take a prisoner if it wanted to meet with President Obama, while the island nation of Kiribati was offered incentives worth millions of dollars to take in Chinese Muslim detainees, cables from diplomats recounted. The Americans, meanwhile, suggested that accepting more prisoners would be “a low-cost way for Belgium to attain prominence in Europe.”
Suspicions of corruption in the Afghan government: When Afghanistan’s vice president visited the United Arab Emirates last year, local authorities working with the Drug Enforcement Administration discovered that he was carrying $52 million in cash. With wry understatement, a cable from the American Embassy in Kabul called the money “a significant amount” that the official, Ahmed Zia Massoud, “was ultimately allowed to keep without revealing the money’s origin or destination.” (Mr. Massoud denies taking any money out of Afghanistan.)
A global computer hacking effort: China’s Politburo directed the intrusion into Google’s computer systems in that country, a Chinese contact told the American Embassy in Beijing in January, one cable reported. The Google hacking was part of a coordinated campaign of computer sabotage carried out by government operatives, private security experts and Internet outlaws recruited by the Chinese government. They have broken into American government computers and those of Western allies, the Dalai Lama and American businesses since 2002, cables said.
Mixed records against terrorism: Saudi donors remain the chief financiers of Sunni militant groups like Al Qaeda, and the tiny Persian Gulf state of Qatar, a generous host to the American military for years, was the “worst in the region” in counterterrorism efforts, according to a State Department cable last December. Qatar’s security service was “hesitant to act against known terrorists out of concern for appearing to be aligned with the U.S. and provoking reprisals,” the cable said.
An intriguing alliance: American diplomats in Rome reported in 2009 on what their Italian contacts described as an extraordinarily close relationship between Vladimir V. Putin, the Russian prime minister, and Silvio Berlusconi, the Italian prime minister and business magnate, including “lavish gifts,” lucrative energy contracts and a “shadowy” Russian-speaking Italian go-between. They wrote that Mr. Berlusconi “appears increasingly to be the mouthpiece of Putin” in Europe. The diplomats also noted that while Mr. Putin enjoyed supremacy over all other public figures in Russia, he was undermined by an unmanageable bureaucracy that often ignored his edicts.
State's Secrets
Arms deliveries to militants: Cables describe the United States’ failing struggle to prevent Syria from supplying arms to Hezbollah in Lebanon, which has amassed a huge stockpile since its 2006 war with Israel. One week after President Bashar al-Assad promised a top State Department official that he would not send “new” arms to Hezbollah, the United States complained that it had information that Syria was providing increasingly sophisticated weapons to the group.
Clashes with Europe over human rights: American officials sharply warned Germany in 2007 not to enforce arrest warrants for Central Intelligence Agency officers involved in a bungled operation in which an innocent German citizen with the same name as a suspected militant was mistakenly kidnapped and held for months in Afghanistan. A senior American diplomat told a German official “that our intention was not to threaten Germany, but rather to urge that the German government weigh carefully at every step of the way the implications for relations with the U.S.”
The 251,287 cables, first acquired by WikiLeaks, were provided to The Times by an intermediary on the condition of anonymity. Many are unclassified, and none are marked “top secret,” the government’s most secure communications status. But some 11,000 are classified “secret,” 9,000 are labeled “noforn,” shorthand for material considered too delicate to be shared with any foreign government, and 4,000 are designated both secret and noforn.
Many more cables name diplomats’ confidential sources, from foreign legislators and military officers to human rights activists and journalists, often with a warning to Washington: “Please protect” or “Strictly protect.”
The Times has withheld from articles and removed from documents it is posting online the names of some people who spoke privately to diplomats and might be at risk if they were publicly identified. The Times is also withholding some passages or entire cables whose disclosure could compromise American intelligence efforts.
The cables show that nearly a decade after the attacks of Sept. 11, 2001, the dark shadow of terrorism still dominates the United States’ relations with the world. They depict the Obama administration struggling to sort out which Pakistanis are trustworthy partners against Al Qaeda, adding Australians who have disappeared in the Middle East to terrorist watch lists, and assessing whether a lurking rickshaw driver in Lahore, Pakistan, was awaiting fares or conducting surveillance of the road to the American Consulate.
They show American officials managing relations with a China on the rise and a Russia retreating from democracy. They document years of painstaking effort to prevent Iran from building a nuclear weapon — and of worry about a possible Israeli strike on Iran with the same goal.
Even when they recount events that are already known, the cables offer remarkable details.
For instance, it has been previously reported that the Yemeni government has sought to cover up the American role in missile strikes against the local branch of Al Qaeda. But a cable’s fly-on-the-wall account of a January meeting between the Yemeni president, Ali Abdullah Saleh, and Gen. David H. Petraeus, then the American commander in the Middle East, is nonetheless breathtaking.
“We’ll continue saying the bombs are ours, not yours,” Mr. Saleh said, according to the cable sent by the American ambassador, prompting Yemen’s deputy prime minister to “joke that he had just ‘lied’ by telling Parliament” that Yemeni forces had carried out the strikes.
Mr. Saleh, who at other times resisted American counterterrorism requests, was in a lighthearted mood. The authoritarian ruler of a conservative Muslim country, Mr. Saleh complains of smuggling from nearby Djibouti, but tells General Petraeus that his concerns are drugs and weapons, not whiskey, “provided it’s good whiskey.”
Likewise, press reports detailed the unhappiness of the Libyan leader, Col. Muammar el-Qaddafi, when he was not permitted to set up his tent in Manhattan or to visit ground zero during a United Nations session last year.
But the cables add a touch of scandal and alarm to the tale. They describe the volatile Libyan leader as rarely without the companionship of “his senior Ukrainian nurse,” described as “a voluptuous blonde.” They reveal that Colonel Qaddafi was so upset by his reception in New York that he balked at carrying out a promise to return dangerous enriched uranium to Russia. The American ambassador to Libya told Colonel Qaddafi’s son “that the Libyan government had chosen a very dangerous venue to express its pique,” a cable reported to Washington.
The cables also disclose frank comments behind closed doors. Dispatches from early this year, for instance, quote the aging monarch of Saudi Arabia, King Abdullah, as speaking scathingly about the leaders of Iraq and Pakistan.
Speaking to another Iraqi official about Nuri Kamal al-Maliki, the Iraqi prime minister, King Abdullah said, “You and Iraq are in my heart, but that man is not.” The king called President Asif Ali Zardari of Pakistan the greatest obstacle to that country’s progress. “When the head is rotten,” he said, “it affects the whole body.”
The American ambassador to Eritrea reported last year that “Eritrean officials are ignorant or lying” in denying that they were supporting the Shabab, a militant Islamist group in Somalia. The cable then mused about which seemed more likely.
As he left Zimbabwe in 2007 after three years as ambassador, Christopher W. Dell wrote a sardonic account of Robert Mugabe, that country’s aging and erratic leader. The cable called Mr. Mugabe “a brilliant tactician” but mocked “his deep ignorance on economic issues (coupled with the belief that his 18 doctorates give him the authority to suspend the laws of economics).”
The possibility that a large number of diplomatic cables might become public has been discussed in government and media circles since May. That was when, in an online chat, an Army intelligence analyst, Pfc. Bradley Manning, described having downloaded from a military computer system many classified documents, including “260,000 State Department cables from embassies and consulates all over the world.” In an online discussion with Adrian Lamo, a computer hacker, Private Manning said he had delivered the cables and other documents to WikiLeaks.
Mr. Lamo reported Private Manning’s disclosures to federal authorities, and Private Manning was arrested. He has been charged with illegally leaking classified information and faces a possible court-martial and, if convicted, a lengthy prison term.
In July and October, The Times, the British newspaper The Guardian and the German magazine Der Spiegel published articles based on documents about Afghanistan and Iraq. Those collections of dispatches were placed online by WikiLeaks, with selective redactions of the Afghan documents and much heavier redactions of the Iraq reports. The group has said it intends to post the documents in the current trove as well, after editing to remove the names of confidential sources and other details.
Fodder for Historians
Traditionally, most diplomatic cables remain secret for decades, providing fodder for historians only when the participants are long retired or dead. The State Department’s unclassified history series, titled “Foreign Relations of the United States,” has reached only 1972.
While an overwhelming majority of the quarter-million cables provided to The Times are from the post-9/11 era, several hundred date from 1966 to the 1990s. Some show diplomats struggling to make sense of major events whose future course they could not guess.
In a 1979 cable to Washington, Bruce Laingen, an American diplomat in Teheran, mused with a knowing tone about the Iranian revolution that had just occurred: “Perhaps the single dominant aspect of the Persian psyche is an overriding egoism,” Mr. Laingen wrote, offering tips on exploiting this psyche in negotiations with the new government. Less than three months later, Mr. Laingen and his colleagues would be taken hostage by radical Iranian students, hurling the Carter administration into crisis and, perhaps, demonstrating the hazards of diplomatic hubris.
In 1989, an American diplomat in Panama City mulled over the options open to Gen. Manuel Noriega, the Panamanian leader, who was facing narcotics charges in the United States and intense domestic and international political pressure to step down. The cable called General Noriega “a master of survival”; its author appeared to have no inkling that one week later, the United States would invade Panama to unseat General Noriega and arrest him.
In 1990, an American diplomat sent an excited dispatch from Cape Town: he had just learned from a lawyer for Nelson Mandela that Mr. Mandela’s 27-year imprisonment was to end. The cable conveys the momentous changes about to begin for South Africa, even as it discusses preparations for an impending visit from the Rev. Jesse L. Jackson.
The voluminous traffic of more recent years — well over half of the quarter-million cables date from 2007 or later — show American officials struggling with events whose outcomes are far from sure. To read through them is to become a global voyeur, immersed in the jawboning, inducements and penalties the United States wields in trying to have its way with a recalcitrant world.
In an era of satellites and fiber-optic links, the cable retains the archaic name of an earlier technological era. It has long been the tool for the secretary of state to send orders to the field and for ambassadors and political officers to send their analyses to Washington.
The cables have their own lexicon: “codel,” for a Congressional delegation; “visas viper,” for a report on a person considered dangerous; “démarche,” an official message to a foreign government, often a protest or warning.
Diplomatic Drama
But the drama in the cables often comes from diplomats’ narratives of meetings with foreign figures, games of diplomatic poker in which each side is sizing up the other and neither is showing all its cards.
Among the most fascinating examples recount American officials’ meetings in September 2009 and February 2010 with Ahmed Wali Karzai, the half brother of the Afghan president and a power broker in the Taliban’s home turf of Kandahar.
They describe Mr. Karzai, “dressed in a crisp white shalwar kameez,” the traditional dress of loose tunic and trousers, appearing “nervous, though eager to express his views on the international presence in Kandahar,” and trying to win over the Americans with nostalgic tales about his years running a Chicago restaurant near Wrigley Field.
But in midnarrative there is a stark alert for anyone reading the cable in Washington: “Note: While we must deal with AWK as the head of the Provincial Council, he is widely understood to be corrupt and a narcotics trafficker.” (Mr. Karzai has repeatedly denied such charges.) And the cables note statements by Mr. Karzai that the Americans, informed by a steady flow of eavesdropping and agents’ reports, believe to be false.
A cable written after the February meeting coolly took note of the deceit on both sides.
Mr. Karzai “demonstrated that he will dissemble when it suits his needs,” the cable said. “He appears not to understand the level of our knowledge of his activities. We will need to monitor his activity closely, and deliver a recurring, transparent message to him” about the limits of American tolerance.
Not all Business
Even in places far from war zones and international crises, where the stakes for the United States are not as high, curious diplomats can turn out to be accomplished reporters, sending vivid dispatches to deepen the government’s understanding of exotic places.
In a 2006 account, a wide-eyed American diplomat describes the lavish wedding of a well-connected couple in Dagestan, in Russia’s Caucasus, where one guest is the strongman who runs the war-ravaged Russian republic of Chechnya, Ramzan Kadyrov.
The diplomat tells of drunken guests throwing $100 bills at child dancers, and nighttime water-scooter jaunts on the Caspian Sea.
“The dancers probably picked upwards of USD 5000 off the cobblestones,” the diplomat wrote. The host later tells him that Ramzan Kadyrov “had brought the happy couple ‘a five-kilo lump of gold’ as his wedding present.”
“After the dancing and a quick tour of the premises, Ramzan and his army drove off back to Chechnya,” the diplomat reported to Washington. “We asked why Ramzan did not spend the night in Makhachkala, and were told, ‘Ramzan never spends the night anywhere.’ ”
________________________________
Scott Shane reported from Washington, and Andrew W. Lehren from New York. Reporting was contributed by Jo Becker, C. J. Chivers and James Glanz from New York; Eric Lichtblau, Michael R. Gordon, David E. Sanger, Charlie Savage, Eric Schmitt and Ginger Thompson from Washington; and Jane Perlez from Islamabad, Pakistan.
Re: GEOPOLÍTICA
http://www.guardian.co.uk/world/2010/no ... acy-crisisUS embassy cables leak sparks global diplomatic crisis
The United States was catapulted into a worldwide diplomatic crisis today, with the leaking to the Guardian and other international media of more than 250,000 classified cables from its embassies, many sent as recently as February this year.
At the start of a series of daily extracts from the US embassy cables – many designated "secret" – the Guardian can disclose that Arab leaders are privately urging an air strike on Iran and that US officials have been instructed to spy on the UN leadership. These two revelations alone would be likely to reverberate around the world. But the secret dispatches which were obtained by WikiLeaks, the whistleblowers' website, also reveal Washington's evaluation of many other highly sensitive international issues.
These include a shift in relations between China and North Korea, high level concerns over Pakistan's growing instability and details of clandestine US efforts to combat al-Qaida in Yemen.
Among scores of disclosures that are likely to cause uproar, the cables detail:
- Grave fears in Washington and London over the security of Pakistan's nuclear weapons programme, with officials warning that as the country faces economic collapse, government employees could smuggle out enough nuclear material for terrorists to build a bomb.
- Suspicions of corruption in the Afghan government, with one cable alleging that vice president Zia Massoud was carrying $52m in cash when he was stopped during a visit to the United Arab Emirates. Massoud denies taking money out of Afghanistan.
- How the hacker attacks which forced Google to quit China in January were orchestrated by a senior member of the Politburo who typed his own name into the global version of the search engine and found articles criticising him personally.
- The extraordinarily close relationship between Vladimir Putin, the Russian prime minister, and Silvio Berlusconi, the Italian prime minister, which is causing intense US suspicion. Cables detail allegations of "lavish gifts", lucrative energy contracts and the use by Berlusconi of a "shadowy" Russian-speaking Italian go-between.
- Allegations that Russia and its intelligence agencies are using mafia bosses to carry out criminal operations, with one cable reporting that the relationship is so close that the country has become a "virtual mafia state".
- Devastating criticism of the UK's military operations in Afghanistan by US commanders, the Afghan president and local officials in Helmand. The dispatches reveal particular contempt for the failure to impose security around Sangin – the town which has claimed more British lives than any other in the country.
- Inappropriate remarks by a member of the British royal family about a UK law enforcement agency and a foreign country.
The US has particularly intimate dealings with Britain, and some of the dispatches from the London embassy in Grosvenor Square will make uncomfortable reading in Whitehall and Westminster. They range from political criticisms of David Cameron to requests for specific intelligence about individual MPs.
The cables contain specific allegations of corruption, as well as harsh criticism by US embassy staff of their host governments, from Caribbean islands to China and Russia. The material includes a reference to Putin as an "alpha-dog", Hamid Karzai as being "driven by paranoia" while Angela Merkel allegedly "avoids risk and is rarely creative". There is also a comparison between Mahmoud Ahmadinejad and Adolf Hitler.
The cables names Saudi donors as the biggest financiers of terror groups, and provide an extraordinarily detailed account of an agreement between Washington and Yemen to cover up the use of US planes to bomb al-Qaida targets. One cable records that during a meeting in January with General David Petraeus, then US commander in the Middle East, Yemeni president Abdullah Saleh said: "We'll continue saying they are our bombs, not yours."
Other revelations include a description of a near "environmental disaster" last year over a rogue shipment of enriched uranium, technical details of secret US-Russian nuclear missile negotiations in Geneva, and a profile of Libya's Muammar Gaddafi, who they say is accompanied everywhere by a "voluptuous blonde" Ukrainian nurse.
Clinton led a frantic damage limitation exercise this weekend as Washington prepared foreign governments for the revelations, contacting leaders in Germany, Saudi Arabia, the Gulf, France and Afghanistan.
US ambassadors in other capitals were instructed to brief their hosts in advance of the release of unflattering pen-portraits or nakedly frank accounts of transactions with the US which they had thought would be kept quiet. Washington now faces a difficult task in convincing contacts around the world that any future conversations will remain confidential.
As the cables were published the White House released a statement condemning their release. "Such disclosures put at risk our diplomats, intelligence professionals, and people around the world who come to the US for assistance in promoting democracy and open government. By releasing stolen and classified documents, WikiLeaks has put at risk not only the cause of human rights but also the lives and work of these individuals."
In London, a Foreign Office spokesman said: "We condemn any unauthorised release of this classified information, just as we condemn leaks of classified material in the UK. They can damage national security, are not in the national interest and, as the US have said, may put lives at risk. We have a very strong relationship with the US Government. That will continue".
The state department's legal adviser has written to WikiLeaks founder Julian Assange and his London lawyer, warning that the cables were obtained illegally and that publication would place at risk "the lives of countless innocent individuals … ongoing military operations … and cooperation between countries".
The electronic archive of embassy dispatches from around the world was allegedly downloaded by a US soldier earlier this year and passed to WikiLeaks. Assange made them available to the Guardian and four other news organisations: the New York Times, Der Spiegel in Germany, Le Monde in France and El País in Spain. All five plan to publish extracts from the most significant cables, but have decided neither to "dump" the entire dataset into the public domain, nor to publish names that would endanger innocent individuals. WikiLeaks says that, contrary to the state department's fears, it also initially intends to post only limited cable extracts, and to redact identities.
The cables published today reveal how the US uses its embassies as part of a global espionage network, with diplomats tasked to obtain not just information from the people they meet, but personal details, such as frequent flyer numbers, credit card details and even DNA material.
Classified "human intelligence directives" issued in the name of Clinton or her predecessor, Condoleezza Rice, instruct officials to gather information on military installations, weapons markings, vehicle details of political leaders as well as iris scans, fingerprints and DNA.
The most controversial target was the UN leadership. That directive requested the specification of telecoms and IT systems used by top officials and their staff and details of "private VIP networks used for official communication, to include upgrades, security measures, passwords, personal encryption keys".
PJ Crowley, the state department spokesman in Washington, said: "Let me assure you: our diplomats are just that, diplomats. They do not engage in intelligence activities. They represent our country around the world, maintain open and transparent contact with other governments as well as public and private figures, and report home. That's what diplomats have done for hundreds of years."
The acting deputy spokesman for Ban Ki Moon, Farhan Haq, said the UN chief had no immediate comment: "We are aware of the reports."
The dispatches also shed light on older diplomatic issues. One cable, for example, reveals, that Nelson Mandela was "furious" when a top adviser stopped him meeting Margaret Thatcher shortly after his release from prison to explain why the ANC objected to her policy of "constructive engagement" with the apartheid regime. "We understand Mandela was keen for a Thatcher meeting but that [appointments secretary Zwelakhe] Sisulu argued successfully against it," according to the cable. It continues: "Mandela has on several occasions expressed his eagerness for an early meeting with Thatcher to express the ANC's objections to her policy. We were consequently surprised when the meeting didn't materialise on his mid-April visit to London and suspected that ANC hardliners had nixed Mandela's plans."
The US embassy cables are marked "Sipdis" – secret internet protocol distribution. They were compiled as part of a programme under which selected dispatches, considered moderately secret but suitable for sharing with other agencies, would be automatically loaded on to secure embassy websites, and linked with the military's Siprnet internet system.
They are classified at various levels up to "secret noforn" [no foreigners]. More than 11,000 are marked secret, while around 9,000 of the cables are marked noforn.
More than 3 million US government personnel and soldiers, many extremely junior, are cleared to have potential access to this material, even though the cables contain the identities of foreign informants, often sensitive contacts in dictatorial regimes. Some are marked "protect" or "strictly protect".
Last spring, 22-year-old intelligence analyst Bradley Manning was charged with leaking many of these cables, along with a gun-camera video of an Apache helicopter crew mistakenly killing two Reuters news agency employees in Baghdad in 2007, which was subsequently posted by WikiLeaks. Manning is facing a court martial.
In July and October WikiLeaks also published thousands of leaked military reports from Afghanistan and Iraq. These were made available for analysis beforehand to the Guardian, along with Der Spiegel and the New York Times.
A former hacker, Adrian Lamo, who reported Manning to the US authorities, said the soldier had told him in chat messages that the cables revealed "how the first world exploits the third, in detail".
He also said, according to Lamo, that Clinton "and several thousand diplomats around the world are going to have a heart attack when they wake up one morning and find an entire repository of classified foreign policy is available in searchable format to the public … everywhere there's a US post … there's a diplomatic scandal that will be revealed".
Asked why such sensitive material was posted on a network accessible to thousands of government employees, the state department spokesman told the Guardian: "The 9/11 attacks and their aftermath revealed gaps in intra-governmental information sharing. Since the attacks of 9/11, the US government has taken significant steps to facilitate information sharing. These efforts were focused on giving diplomatic, military, law enforcement and intelligence specialists quicker and easier access to more data to more effectively do their jobs."
He added: "We have been taking aggressive action in recent weeks and months to enhance the security of our systems and to prevent the leak of information."
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Re: GEOPOLÍTICA
Eu tenho este livro. A tradução tem suas falhas, mas acho que ele é um dos grandes correspondentes de guerra do mundo. Morando em Beirute há mais de 20 anos, cobriu a guerra Irã/Iraque. A narrativa do oriente médio parte daí, abrangendo uma miríade de fatos, inclusive a invasão soviética ao Afeganistão (o tópico chama-se, se não me engano, "eles matam russos").Rock n Roll escreveu:
Mas se você quer mesmo pirar na batatinha, ataque sem dó 1493 páginas do único ocidental que entrevistou Bin Laden 2 vezes, a última no Afeganistão e o convite para se converter ao Islã, e, saiu vivo sem se converter....
Falem bem ou mal mas falem de Robert Fisk e seu " A Grande Guerra Pela Civilização e a Conquista do Oriente Médio".
O melhor relato sobre a evolução da geoplítica no Oriente Médio até hoje. Vi o título em promoção nestes dias na FNAC do Rio.
Mais de um quilo de livro, com as informações mais dissecadas que já vi da região. Inclusive as "limpezas étnicas" que os turcos fizeram na Armênia e em outras regiões que pautaram recentemente conversas entre os EUA eTurquia.
ISBN 978-85-7665-284-7
Debater é Preciso.
É altamente crítico com as potências ocidentais, deplora as posições israelenses, muitas vezes transparece seu envolvimento pessoal com algumas figuras, como a do "pequeno e valente reizinho da Jordânia", falecido faz poucos anos. Lembra um pouco o Eric Hobsbawm, já ancião, escrevendo enfim acerca do séx. XX: "escrevo como autor, mas também como testemunha,afinal jovem, no interior da bavária, vi um certo cabo austríaco discursando".
No geral , leitura agradável e complexa, paradoxalmente desgastante, porque baseada em depoimentos de épocas várias, que escapam ao senso atual. Há de ser boa memória e capacidade de correlação. Estou lendo o livro com calma, faz mais de 02 meses.
Na realidade, já gostava muito do Fisk, visto que muitos dos seus artigos eram publicados na Folha de São Paulo. Admiro-o ainda mais, hoje ...
Pequeno detalhe: ele é inglês, filho único, quando nasceu seu pai já era velho, veterano da WWI (sim, a Primeira Guerra). Pai durão, distante e insensível, imbuído de rancores e preconceitos coloniais kiplingnianos (ironia ser filho ser o mais reconhecido dos correspondes no Oriente Médio). Saindo dos relatos jornalísticos e históricos, o livro tem pequenas pérolas pessoais e amarguras do filho enjeitado. Mas ele parece realmente emocionado, quando se lembra que o velho chamava-o, vejam só, de "fella". (nota pessoal - deve ser a doença do meu velho, mas sempre me emociono com esta difícil relação pai/filho).
Recomendo.
amplexos.
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Re: GEOPOLÍTICA
EL PAIS - WIKILEAKS
Irán y sus vecinos
Los árabes piden a EE UU frenar a Irán por cualquier medio
Los dirigentes árabes apoyan los esfuerzos de EE UU para frenar las aspiraciones nucleares de su vecino, pero desconfían de que tenga éxito
ÁNGELES ESPINOSA 28/11/2010
El recelo histórico que los países árabes han sentido hacia Irán está alcanzando cotas patológicas a medida que la República Islámica anuncia nuevos progresos en sus programas nuclear y de misiles. Los contactos al más alto nivel que quedan expuestos en los informes diplomáticos a los que ha tenido acceso EL PAÍS revelan mucha más preocupación de la que admiten en público. "Una guerra convencional ahora sería preferible a un Irán nuclear", llegan a decir los gobernantes de Emiratos Árabes Unidos (EAU) y Bahréin en sus conversaciones con altos cargos de EE UU. La mayoría de los líderes árabes, sin embargo, considera mucho peor el riesgo de un conflicto militar. Están dispuestos a apoyar cualquier otro esfuerzo de Washington para contener a Irán, aunque sin hacer ruido. De momento, esa percepción de peligro les lleva a rearmarse, algo que suscita dudas en Israel a pesar de ser quien más se cuida de Teherán. Rusia pone en duda la inminencia de la amenaza (apoyo).
"El rey [Abdalá] le ha dicho al general [James] Jones [consejero de Seguridad Nacional] que si Irán logra desarrollar armas nucleares, todos en la región harán lo mismo, incluida Arabia Saudí", escribe el embajador de EE UU en Riad, James Smith, en un informe que dirige a la secretaria de Estado, Hillary Clinton, para preparar su visita de febrero de este año (documento 248348). La misma advertencia le hizo el príncipe heredero de Abu Dhabi, el jeque Mohammed Bin Zayed al Nahayan, al secretario del Tesoro, Timothy Geithner, durante una cena en julio de 2009 (documento 217326). Las monarquías petroleras árabes consideran seriamente una carrera nuclear y quieren que su aliado tome en consideración el riesgo.
Consciente de esa inquietud, Clinton instruye a sus embajadas en los Estados miembros del Consejo de Cooperación del Golfo (CCG) para que tranquilicen a sus respectivos anfitriones (Arabia Saudí, EAU, Kuwait, Qatar, Bahréin y Omán) ante el anuncio de la nueva política de defensa antimisiles del presidente Obama, en septiembre del año pasado. "Los programas BMD [defensa de misiles balísticos] en Europa no van a requerir un desvío de activos de EE UU desde el Golfo", asegura uno de los puntos que la secretaria de Estado quiere transmitir a sus aliados árabes, según consta en uno de los documentos analizados (documento 225598).
Los diplomáticos norteamericanos también deben recordar a sus interlocutores que "Estados Unidos ha desplegado sistemas BMD en Oriente Próximo para proteger[les] de la amenaza de misiles iraníes, incluida la presencia de Aegis BMD en el golfo Pérsico y de dos baterías de misiles Patriot en Bahréin, Kuwait, Qatar y EAU". Curiosamente, el despliegue de los Aegis no se hizo oficial hasta cuatro meses después, en enero de este año. Ese mismo mes, una información del diario The New York Times en la que se mencionaban las conversaciones para el despliegue de los Patriot provocó el enfado de Kuwait y la indignación de Omán, dando una idea de la sensibilidad del asunto. Los dirigentes árabes temen que Irán les perciba como hostiles.
"Al Gobierno de Kuwait le ha molestado y disgustado el artículo", escribe la embajadora estadounidense, Deborah Jones (documento 247212). La semana anterior, el presidente del Parlamento iraní, Ali Lariyaní, ha visitado el emirato y exhortado a sus líderes a que no permitan que las bases estadounidenses en su territorio sirvan para atacar a Irán. Como explica Jones, los kuwaitíes temen que en caso de enfrentamiento, su país "quede atrapado entre dos fuegos". La reacción del Gobierno omaní es aún más fuerte porque, como señala el embajador Gary Grappo, "nunca ha habido una oferta oficial de Patriots a Omán". Explica que la buena colaboración entre ambos países "depende de mantener una extremada discreción y del cuidadoso objetivo de la política exterior del sultanato de equilibrar la percepción pública de sus relaciones con EE UU e Irán" (documento 246778).
En numerosos despachos, los líderes aconsejan discreción a sus interlocutores estadounidenses. "El rey [saudí] le dijo al general Jones que la agitación interna iraní [tras las elecciones de junio de 2009] constituye una oportunidad para debilitar al régimen (algo que él anima a hacer), pero también instó a que esto se haga de forma encubierta y subrayó que las declaraciones públicas en apoyo a los reformistas son contraproducentes", prosigue el largo informe del embajador para Clinton. Según su relato, Abdalá "considera que las sanciones podrían debilitar al Gobierno [iraní], pero solo si son fuertes y sostenidas". En el mismo sentido, Grappo concluye en un despacho que Mascate "no se opondría a la imposición de más medidas contra Irán por parte de las organizaciones internacionales; sin embargo, Omán no quiere mostrarse activo en la promoción de esas medidas" (documento 143790).
No quieren mostrarse activos, pero actúan. En una visita a Moscú en junio de 2009, Alexander Vershbow, secretario adjunto de Defensa, dice a sus interlocutores que "el mundo islámico está muy preocupado por el programa nuclear de Irán" y que "varios de sus vecinos árabes han pedido a EE UU misiles Patriot y otras medidas para protegerse contra un ataque iraní" (documento 228567). A lo largo de 2010, EE UU ha vendido a los países del CCG armas y servicios militares por importe de 123.000 millones de dólares (unos 93.000 millones de euros), más del triple que en los cuatro años anteriores. En el mensaje de la secretaria de Estado se recuerda que las defensas desplegadas por EE UU "complementan los sistemas BMD de la región que incluyen capacidad PAC-II en Arabia Saudí y Kuwait, y capacidad de Alerta Temprana Compartida en EAU", dos programas que simbolizan la larga cooperación militar con el aliado estadounidense. El despacho revela además que Washington "está estudiando la posibilidad de facilitar cobertura BMD adicional a los países del CCG, si las circunstancias lo requieren".
¿Es tal el caso? Las declaraciones bombásticas del presidente iraní , Mahmud Ahmadineyad, sobre las proezas de la Guardia Revolucionaria y el complejo industrial-militar que controla, dan que pensar. No pasa un mes sin que alguno de los cuerpos de ese ejército, el verdadero poder militar de Irán con 125.000 hombres, realice maniobras o pruebas de algún nuevo juguete bélico. En los dos últimos años, Irán ha alardeado sobre todo de sus misiles y de su programa espacial. Ese desarrollo solo refuerza las sospechas sobre su programa nuclear. La conjunción de capacidad atómica y misiles balísticos constituye la peor pesadilla no solo de EE UU, sino de todos los vecinos de Irán. Así que por mucho que Ahmadineyad trate de tender lazos, tales exhibiciones de poderío intranquilizan a los países de la península Arábiga, que todos juntos apenas suman la mitad de la población iraní (77 millones).
"Irán tiene el mayor y más activo programa de misiles de Oriente Próximo", afirma EE UU en un documento titulado El programa de misiles balísticos de Irán, que tras haber pasado el control de las agencias de espionaje, el Departamento de Estado distribuye a los participantes en una reunión del Régimen de Control de Tecnología de Misiles (MTCR), en noviembre de 2009 (documento 226534). Washington explica el arsenal de cohetes de que dispone Irán y expresa su preocupación de que "pudiera actuar como abastecedor de tecnología de misiles balísticos para otras partes". De hecho, menciona que ya está promocionando sus misiles de corto alcance "en exhibiciones de defensa y webs del Gobierno" y que ha llegado a acuerdos para la producción del Fateh-110 en Siria (que a su vez se los habría ofrecido a Hezbolá).
Para los israelíes no hay duda de que Irán tiene un programa militar y aunque los informes disponibles no dan detalles del contenido, mencionan la existencia de información secreta compartida. "La prioridad de Israel es impedir el programa militar nuclear de Irán", afirma Pinchas Buchris, director general del Ministerio de Defensa, durante una visita del vicesecretario estadounidense para Asuntos Político-Militares, Andrew Shapiro, en julio de 2009 (documento 218775). "Todas las opciones deben permanecer sobre la mesa", defiende Buchris, antes de precisar que parte de su trabajo "es asegurarse de que Israel está en condiciones de utilizar esa opción, por más indeseable que resulte". Otros participantes revelan su escepticismo de que la vía del diálogo vaya a funcionar.
Los israelíes también expresan su inquietud por el rearme árabe que ha suscitado la amenaza iraní e insisten en mantener su "ventaja militar cualitativa". "Una percepción de que se reduce la distancia entre Israel y los Estados árabes, unido a un Irán dotado de armas nucleares, podría llevar a los Estados árabes moderados a reevaluar la idea de que Israel es parte integrante de la región", argumenta Alon Bar, el vicedirector para Asuntos Estratégicos del Ministerio de Exteriores, citado por Cunningham. El embajador cuenta además que cuando Shaphiro menciona los intereses comunes con los Estados del Golfo, los militares israelíes se muestran escépticos de que la asistencia militar ofrecida vaya a ayudar contra Irán. Argumentan que los sistemas en discusión "no están diseñados para hacer frente a las amenazas, nuclear y asimétrica, que plantea Irán". El vicesecretario la justifica como "una señal para esos países (y para Irán) de que tienen grandes aliados en Occidente".
El rey saudí apoya la intervención militar
Significativamente los temores que la República Islámica despierta en Israel no se diferencian mucho de los que ocasiona entre sus vecinos árabes, algo que les convierte en extraños compañeros de viaje. También los saudíes están dispuestos a llegar hasta el final, según se desprende del despacho que firma el ministro consejero de la Embajada norteamericana en Riad, Michael Gfoeller, dando cuenta de una visita del general David Petraeus y el embajador estadounidense en Bagdad al rey Abdalá, en abril de 2008. El embajador saudí en Washington, Adel al Jubeir "recordó los frecuentes llamamientos que el rey ha hecho a EE UU para que ataque Irán y ponga fin a su programa de armas nucleares", escribe Gfoeller (documento 150519). "Les dijo que cortaran la cabeza de la serpiente", cita el diplomático a Al Jubeir quien utiliza un símil habitual entre los árabes.
Y es que la prevención del monarca saudí hacia su vecino es colosal. "El objetivo de Irán es causar problemas", le confía Abdalá de Arabia Saudí a John Brennan, asesor para la lucha antiterrorista del presidente Barack Obama, durante una audiencia en marzo del año pasado. El contenido de los 90 minutos de conversación entre ambos quedó recogido en el informe que al día siguiente elaboró el entonces embajador estadounidense en Riad, Ford M. Fraker (documento 198178). "Sin duda están algo desequilibrados", cita textualmente al rey, quien describe a Irán como "un vecino al que uno trata de evitar" y declara: "Qué Dios nos libre de ser víctimas de la maldad iraní".
Arabia Saudí, la cuna de los santos lugares del islam y el heraldo de la interpretación más radical de su rama suní, siempre ha observado con recelo a los chiíes del otro lado del golfo Pérsico, su único rival por el liderazgo regional. La desconfianza histórica se trocó en antagonismo real cuando la revolución de 1979 convirtió al Irán imperial en una República Islámica que con su sola existencia cuestionaba las credenciales religiosas de la dinastía de los Al Saud. Ese temor se vio enseguida corroborado por las intenciones de "exportar la revolución" del ayatolá Jomeiní, el líder de aquel movimiento que cambió las coordenadas estratégicas de la zona, y el inicio de la guerra irano-iraquí. El deshielo con los vecinos que inició el presidente Jatamí a partir de 1997 aún no se había consolidado cuando la oratoria desbocada de Ahmadineyad, su sucesor, ha vuelto a agitar los fantasmas.
De la lectura de los despachos disponibles se saca la impresión de que la preocupación saudí por Irán va en aumento. Aunque los motivos de inquietud van cambiando con el tiempo (disturbios durante la peregrinación anual a La Meca, interferencia en Bahréin, implicación en atentados, etcétera), el tema es una constante desde los textos datados en 1985 y se repite en todos los contactos bilaterales.
Ya en julio de 2007, el entonces embajador Richard Erdman identifica en otro informe "las prioridades de seguridad regional" del rey Abdalá como "poner en marcha de la solución de los dos Estados en [el conflicto de] Oriente Próximo y convencer a Irán para que cumpla con sus obligaciones nucleares" (documento 217248). "Los saudíes ven Irán como un peligroso poder chií inclinado a desestabilizar la región, desde Líbano a Irak, Bahrein y Yemen", escribe Erdman al general Petraeus, entonces al mando de las tropas en Irak, en vísperas de una visita a Riad. "Les preocupa que estemos dispuestos a aceptar un papel más relevante de Irán en la región a cambio de concesiones en su programa nuclear", interpreta el diplomático. "El rey está convencido de que el acercamiento a Irán no va a tener éxito. Quiere oír que nuestros esfuerzos en ese sentido están vinculados a los resultados y tienen fecha de caducidad".
Tres años después, el monarca saudí le cuenta a Brennan que el ministro iraní de Exteriores, Manuchehr Mottaki, ha estado allí, "sentado en ese mismo sitio", minutos antes, y le describe la conversación que han mantenido como "subida de tono". De acuerdo con el relato que reproduce el embajador Fraker, presente en la entrevista, cuando el rey inquiere a Mottaki por la interferencia iraní en los asuntos de Hamas, el ministro responde que "se trata de musulmanes". "No, de árabes", le replica Abdalá, "y ustedes, los persas, no tienen derecho a entrometerse en los asuntos árabes".
Tan poco diplomática frase, en boca de un hombre de 86 años conocido por su prudencia política, dista mucho de las cuidadas declaraciones con las que se da cuenta de esos encuentros bilaterales y constituye una clara indicación de que los saudíes están perdiendo la paciencia con la creciente influencia iraní en la región. "Tanto como apreciamos el apoyo iraní a las causas árabes, nos gustaría ver que se canaliza a través de la legalidad árabe y en armonía con los objetivos árabes", resumió la cita el ministro saudí de Exteriores, el príncipe Saud al Faisal.
De acuerdo con el relato de Fraker, "Abdalá aseguró que Irán estaba tratando de establecer organizaciones del tipo de Hezbolá en países africanos, señalando que los iraníes no creen que estén haciendo nada malo y no reconocen sus errores". El rey sugiere a Brennan que una solución al conflicto árabe israelí sería un gran logro, aunque admite que Irán encontrará otra forma de causar problemas. El monarca refirió también que los iraníes querían mejorar las relaciones bilaterales y que les daba un año para que mostraran su buena voluntad. "Después de eso, se acabará", aseguró que le había dicho a Mottaki.
De hecho, Abdalá rechazó la invitación a visitar Irán que le presentó el jefe de la diplomacia iraní, una visita que el Gobierno de Ahmadineyad trata de organizar desde 2007. "Todo lo que quiero es que ustedes nos libren de su maldad", dijo el rey que había respondido. "Hemos tenido relaciones correctas a lo largo de los años, pero el resultado final es que no se puede confiar en ellos", resumió ante Brennan.
La desconfianza saudí parece sustentare en fracasos anteriores. El rey le cuenta a Brennan que "hace tres años" el líder supremo iraní, Ali Jameneí, envió a su consejero para Asuntos Exteriores, Ali Akbar Velayatí, con una carta en la que proponía el establecimiento de un canal secreto de comunicación entre ambos dirigentes. Abdalá asegura que estuvo de acuerdo y que designaron al propio Velayatí y al príncipe Saud al Faisal como puntos de contacto, pero el canal nunca se ha utilizado.
No está claro cómo han respondido los iraníes al ultimátum saudí y los despachos diplomáticos se acaban en febrero de este año, justo en vísperas de que se cumpliera el plazo. Sin embargo, el pasado octubre, llamó la atención que la prensa del reino se hiciera eco de dos llamadas telefónicas de Ahmadineyad a Abdalá. La primera antes de su visita a Líbano y la segunda, 10 días después. Nada se ha sabido del contenido de esas conversaciones más allá del comunicado oficial, según el cual "comentaron asuntos regionales". Pero aunque el monarca telefoneara al presidente iraní en julio de 2006 para darle el pésame por la muerte de su padre y le recibiera sonriente en Riad un año después, no se fía de él. En marzo, tres meses antes de las elecciones iraníes, "Abdalá dijo que preferiría a Rafsanyaní si se presentara", escribe el embajador Fraker. No lo hizo y volvió a ganar Ahmadineyad.
La audiencia de Abdalá a Brennan tenía otros puntos del día, pero sin duda Irán fue el centro de su conversación y el que más pareció interesar al estadounidense. Así se desprende del informe que elabora el embajador, en el que dedica dos de sus seis páginas al asunto. "Brennan dijo que teníamos los ojos bien abiertos a las ambiciones iraníes y que no éramos naif respecto a los peligros que Irán planteaba a Arabia Saudí, y que no se puede permitir que Irán tenga éxito con sus actividades desestabilizadoras", escribe Frake. "Brennan señaló que el presidente había ordenado una revisión completa de la política de EE UU hacia Irán".
Los saudíes tampoco ocultan su pesimismo ante la forma en que Washington está gestionando la crisis iraní. "El rey está convencido de que los esfuerzos de EE UU para implicar a Teherán [en una negociación] no van a tener éxito; probablemente va a sentir que los hechos le dan la razón a la vista [del discurso] de Ahmadineyad del 11 de febrero jactándose de haber enriquecido uranio al 20% [y de que] Irán 'ya es un país nuclear", asegura Smith en su informe previo a la visita de Clinton los días 15 y 16 del pasado febrero (documento 248348).
En vísperas de la visita de la secretaria de Estado a Riad, se especuló iba a pedir ayuda a su anfitrión para vencer las reticencias de China a una nueva resolución sancionadora en el Consejo de Seguridad. Sin embargo, del despacho de Smith se deduce que o los saudíes ya estaban de acuerdo o la tarea de persuadirles se llevó a cabo de antemano. "Arabia Saudí ha dicho a los chinos que está dispuesta a garantizarles un suministro de petróleo a cambio de que presionen a Irán para que no desarrolle armas nucleares", afirma el embajador. Pekín, que en los últimos años ha hecho grandes inversiones en la República Islámica, teme una eventual interrupción del flujo de crudo. La seguridad de que sus industrias no se queden desabastecidas reduce su dependencia de los iraníes.
El ministro saudí de Exteriores dijo luego en una conferencia de prensa que China "no necesita las sugerencias de Arabia Saudí sobre lo que debe hacer", pero la realidad es que durante una visita de su colega chino a Riad, él mismo le suscitó el asunto (documento 254748). Más intrigante fue la afirmación del príncipe Saud al Faisal de que las sanciones son "una solución a largo plazo" y que la amenaza que plantean las ambiciones nucleares de Irán exige medidas más urgentes. Durante días, los analistas se devanaron los sesos tratando de dilucidar qué había querido decir el veterano jefe de la diplomacia saudí. A la vista del despacho de Smith, sus palabras bien podían referirse a la necesidad de que EE UU ratificara el mayor contrato de defensa entre ambos países, por un importe de 60.000 millones de dólares, que acaba de aprobar el Congreso de EE UU a pesar de las reticencias israelíes. "[El rey] también quiere conocer nuestros planes para reforzar las defensas del Golfo frente a Irán", escribió el embajador.
Los temores de los saudíes respecto a Irán no son solo de carácter existencial o ideológico. También tienen quejas concretas del comportamiento de sus vecinos, como le hace saber el poderoso ministro del Interior (y medio hermano del rey), el príncipe Nayef, a Brennan, el consejero de Obama para la lucha antiterrorista, durante una visita el 5 de septiembre del año pasado. Según el relato que de la misma hace el cónsul general en Yeddah, Martin R. Quinn (documento 224706), "Nayef se quejó de que durante los dos últimos años Irán ha albergado a saudíes (todos suníes) -incluido Ibrahim, uno de los hijos de Osama Bin Laden- que tuvieron contactos con terroristas y trabajaron contra el reino". El Gobierno de Arabia Saudí "considera que esta acción agresiva constituye una ruptura del acuerdo de seguridad que ambos países firmaron en 2001". Aquel compromiso, alcanzado durante la presidencia del reformista Jatamí, intentaba cerrar la crisis abierta tras el atentado de 1996 en Jóbar (que Riad atribuyó a los servicios secretos iraníes).
En esa cita, Brennan asegura a Nayef, siempre según el informe, que "el deseo del presidente Obama de hablar con los iraníes no significa que no entienda el problema" y que "los grandes amigos del Gobierno de Arabia Saudí en la Casa Blanca, incluido el presidente Obama, quieren trabajar con Arabia Saudí en ese frente". Otro motivo de preocupación más reciente es la revuelta de los Huthi en Yemen. Los saudíes, como la mayoría de los árabes, se muestran convencidos de que Irán apoya a esos insurgentes debido a su afiliación chií (documento 243447). EE UU les pide pruebas, algo que nadie parece capaz de proporcionar.
Tampoco nadie quiere ser el primero en dar un paso al frente para aislar a Irán. Su sombra es muy grande y, como sugiere el rey, es preferible hacerlo de forma encubierta.
Durante una visita el pasado febrero, el vicesecretario del Tesoro Neal Wolin pide a los responsables económicos saudíes ayuda para combatir la creciente actividad financiera de la Guardia Revolucionaria iraní y que el Gobierno de Arabia Saudí lidere el esfuerzo en ese sentido dentro del Consejo de Cooperación del Golfo (CCG). El ministro saudí de Finanzas, Ibrahim al Asaf, responde que "estaría encantado de hablar con los vecinos del Golfo, pero cada país miembro aborda el asunto de Irán de forma distinta" (documento 251191). Según el resumen de la cita que hace el embajador Smith, "Asaf dijo que el Gobierno de Arabia Saudí ha hablado con sus bancos respecto a las preocupaciones sobre Irán, y llegado a la conclusión de que la mayoría de las transacciones financieras con Irán se hacen en Dubai". El viceministro saudí del Interior, Mohamed bin Nayef, que también está presente en la reunión, declara desear que "nuestros amigos en EAU sean más agresivos".
EAU considera "inaceptable" a un Irán nuclear
El saudí se refiere sin duda a los gobernantes de Dubái, cuyo espectacular desarrollo se basa en el comercio y para quienes Irán es el principal socio. En el vecino Abu Dhabi, que preside la federación de EAU y es el mayor productor de petróleo de los siete emiratos, las ambiciones de Teherán se ven con mayor preocupación. El jeque Mohammed bin Zayed "describió un Irán nuclear como absolutamente inaceptable", asegura el embajador Richard Olson al dar cuenta de la cena que el príncipe heredero de Abu Dhabi y hombre fuerte de la federación ofreció al secretario del Tesoro, el 15 de julio de 2009.
"Está convencido de que se desatará un infierno si Irán llega a hacerse con la bomba, con Egipto, Arabia Saudí, Siria y Turquía desarrollando su propia capacidad nuclear militar, e Irán instigando el conflicto entre suníes y chiíes por todo el mundo", advierte el diplomático. Pero Al Nahayan, "el hombre que dirige" el país y "quien decide en asuntos de seguridad" aunque su único título oficial es vicecomandante supremo de las Fuerzas Armadas de EAU, va más allá y considera "una guerra convencional con Irán en el corto plazo como claramente preferible a las consecuencias a largo plazo de un Irán dotado del arma nuclear".
Dos semanas antes, una opinión similar expresada por su embajador en EE UU, Yusef al Otaiba, durante una seminario motivó un revuelo mediático y diplomático, al interpretarse como un respaldo al uso de la fuerza contra Irán. Al Otaiba se vio obligado a matizar sus palabras, pero a la luz de la conversación ahora revelada el enviado estaba en plena sintonía con sus jefes. De hecho, el pesimismo de Al Nahayan es total. Por eso insiste en que EAU debe prepararse, lo que en otros despachos Olson han calificado de "sus casi obsesivos esfuerzos para desarrollar sus Fuerzas Armadas".
"Declaró que las sanciones financieras nunca serán suficientes para frenar a Irán", escribe el embajador. Tampoco cree que pueda hacerlo un bombardeo israelí. En su opinión, "la clave para contener a Irán gira en torno al progreso del problema Israel / Palestina", sobre el que advierte que "no hay tiempo que perder". Ni siquiera un posible cambio de cara al frente del Gobierno de Teherán le merece confianza. Al comentar las elecciones presidenciales que Irán acababa de celebrar, Al Nahayan "advirtió de que Mir Hosein Musaví no es distinto de Ahmadineyad en las ambiciones nucleares, 'el mismo objetivo, diferente táctica'. Y recordó al secretario Geithner que Musaví y sus consejeros forman parte del mismo grupo que tomó la Embajada de EE UU en 1979".
Medio año después de aquella cena, Al Nahayan advertía al vicesecretario norteamericano de Energía, Daniel Poneman, de que "Irán ya estaba comportándose como una potencia nuclear" (documento 240364). Más grave aún, le acusaba de "estar creando emiratos por todo el mundo islámico, incluidos el sur de Líbano y Gaza, y emiratos durmientes en Kuwait, Bahréin, la provincia oriental de Arabia Saudí, la madre de todos los emiratos en el sur de Irak, y ahora en Saada, en Yemen". No obstante, estimaba que "Irán no es Corea del Norte" y que "el orgullo hace a los dirigentes iraníes más susceptibles a la presión internacional".
En un despacho enviado al presidente Obama antes de la visita de Al Nahayan a la Casa Blanca (documento 222954), Olson matiza que se trata de "un duro respecto a Irán, [pero que] hay otros más acomodaticios dentro de su propio sistema, especialmente en Dubai, donde el gobernante, Mohammed bin Rashid al Maktum (primer ministro de EAU), tiene una posición mucho más cercana a la de Qatar". Este, aunque está de acuerdo que Irán no debe tener armas nucleares, repite en todas las entrevistas con altos responsables de EE UU su preocupación por el impacto sobre Dubái tanto de una acción militar como de las sanciones (documento 94272). Irán es el principal socio comercial de Dubái y los bancos iraníes en ese país tienen depositados fondos estimados en miles de millones de dólares.
Qatar se ofrece para mediar
En Riad, en Abu Dhabi o en El Cairo se da por hecho que Qatar es un flanco débil a la hora de hacer un frente común árabe frente a Irán. El propio emir de Qatar, Hamad bin Khalifa al Thani, no esconde su pragmatismo político. "Debido al depósito de gas natural que Irán comparte con Qatar, Qatar no provocará un enfrentamiento con Irán", escribía el embajador estadounidense en Doha, Joseph LeBaron, tras la entrevista del emir con el senador John Kerry en febrero de este año (documento 250177). Sin embargo, el primer ministro, Hamad bin Jasim al Thani, revelaba pocos meses después que la relación tampoco es de confianza.
"Nos mienten y les mentimos", resumió al respecto el primer ministro tras constatar que EE UU se molesta a veces cuando oye hablar de la buena vecindad entre Irán y Qatar (documento 240782). El visitante en esta ocasión era el vicesecretario de Energía, Daniel Poneman. Estaba acabando diciembre y Estados Unidos empezaba a inquietarse por la falta de respuesta de Irán a la propuesta de intercambio de combustible. Bin Jasim expresó su escepticismo sobre que Occidente vaya a poder alcanzar un acuerdo con los líderes de Irán.
"Me sorprendería mucho si los iraníes alcanzaran un acuerdo. Siempre piensas que lo has logrado y luego [descubres] que no", comentó, según cita LeBaron. "La UE, Chirac y Solana... todos pensaron que tenían un acuerdo... Solana dijo en dos semanas; le advertí de que llevaría dos años", añadió. Poneman le preguntó entonces cómo actuar. "Bin Jasim dijo que era imperativo que los iraníes se comprometieran a redactar cualquier acuerdo, incluido el calendario", escribe LeBaron. "Pidan que ellos lo hagan porque si no, dirán 'si, pero...' y el 'pero' será pero que un 'no'", aconsejó.
-No quieren hacer una propuesta.
-Ustedes no lo entienden. Ni siquiera Musavi puede alcanzar un acuerdo.
-Estados Unidos no ofrecerá nada mejor que lo que hay en la mesa.
-Lo sé, pero ellos son así.
Y tal vez por eso, porque los iraníes son como son, Qatar prefiere no enemistarse con ellos. "Irán nunca nos ha molestado", le recordó el emir a Kerry, antes de atribuir a EE UU "el error de haber hablado por los manifestantes" (sic) tras las controvertidas elecciones presidenciales iraníes de junio del año pasado. En cualquier caso, ante las quejas del congresista por la falta de respuesta del Gobierno iraní a los intentos de diálogo de la actual Administración norteamericana, el emir responde ofreciéndose a mediar. "¿Qué le parece si hablo con el presidente iraní? ¿Qué quiere que le diga?".
Egipto recluta agentes en Irak y Siria para contrarrestar a Irán
"[El presidente egipcio, Hosni] Mubarak tiene un odio visceral hacia la República Islámica, a menudo se refiere a los iraníes como 'mentirosos' y les acusa de querer desestabilizar Egipto y la región", escribe la embajadora norteamericana en El Cairo, Margaret Scobey, en un informe a la secretaria de Estado, Hillary Clinton, el pasado febrero (documento 191130). En su opinión, "no hay duda de que Egipto considera a Irán como la mayor amenaza a largo plazo, tanto por su desarrollo de capacidad nuclear como por su intento de exportar la revolución chií". Aun así, matiza Scobey, "Mubarak le ha dicho a[l enviado especial para Oriente Próximo George] Mitchell que no se opone a que Estados Unidos hable con los iraníes, mientras 'no nos creamos una palabra de lo que dicen".
A finales de diciembre del año pasado, el jefe del Estado Mayor del Ejército israelí, el teniente general Gabi Ashkenazi, le dijo al congresista norteamericano Ike Skelton que "Mubarak asegura que Irán está promoviendo el cambio de régimen en Egipto", tal como recoge el resumen de la entrevista elaborado por la Embajada de EE UU en Tel Aviv (documento 241399). Ninguno de los despachos disponibles cita esa denuncia de una fuente directa, pero los dirigentes egipcios se muestran muy preocupados con la penetración iraní en su país.
Egipto ya ha "empezado un enfrentamiento con Hezbolá e Irán", le anunció el jefe de los servicios secretos egipcios, el general Omar Soliman, al almirante Michael Mullen, el jefe de la junta de jefes del Estado Mayor del Ejército norteamericano, durante una visita a El Cairo en abril del año pasado (documento 204990). Irán "es muy activo en Egipto", explica. Su principal objetivo es utilizar el país de las Pirámides para canalizar su ayuda financiera a Hamás que cifra en 25 millones de dólares al mes, según el despacho que firma Scobey. No obstante, Soliman asegura que están frustrando esos esfuerzos y pone como ejemplo que han impedido varios intentos iraníes de "pagar los salarios de los Batallones Al Qasam" y detenido a los miembros de la primera célula de Hezbolá en Egipto. Otra intrusión iraní, según Soliman, es el intento de "recabar el apoyo de los beduinos del Sinaí para facilitar el tráfico de armas a Gaza".
Mullen le expresa su agradecimiento por los esfuerzos para combatir el contrabando y le abre la puerta a que pueda pedir "asistencia adicional para la seguridad en la frontera en cualquier momento". Solimán insiste en la amenaza iraní. "No vamos a consentir que Irán opere en Egipto", afirma antes de añadir en que ya han advertido a Teherán de que si lo hacen, ellos también interferirán en Irán. De hecho, confía, su departamento "ya ha empezado a reclutar agentes en Irak y Siria". Se supone que para infiltrarlos en la República Islámica. "Irán debe pagar un precio por su comportamiento", concluye.
Un año antes durante la vista de una delegación del Congreso norteamericano a El Cairo, Soliman se muestra satisfecho de que la Nueva Estimación de Inteligencia sobre Irán no signifique un giro en la política de Washington hacia ese país (documento 136139). "Sabemos que Estados Unidos nunca permitirá que Irán tenga una bomba nuclear", manifestó, según el informe diplomático.
Jordania alerta ante la extensión del arco chií
"La metáfora que más a menudo utilizan los funcionarios jordanos cuando se habla de Irán es la de un pulpo cuyos tentáculos llegan insidiosamente a manipular, fomentar [sic] y minar los planes mejor establecidos de Occidente y los moderados de la región", escribe el embajador estadounidense en Ammán, Stephen Beecroft, en un informe sobre cómo reaccionarían los países de la zona a un eventual compromiso de EEUU con Irán (documento 200230). "Aunque los funcionarios jordanos dudan de que el diálogo con Estados Unidos vaya a convencer a Irán de retirar sus tentáculos, opinan que pueden cortarse privando a Irán de asuntos polémicos que le convierten en héroe para la calle árabe, como su defensa de la causa palestina".
"El rey Abdalá indicó al enviado especial George Mitchell en febrero que la implicación directa de EE UU con Irán en este momento solo profundizaría las divisiones intra árabes y que más 'países sin agallas' se pasarían al lado iraní", menciona Beecroft. El monarca jordano fue el primero en advertir del riesgo de un "arco chií", que iría desde Irán hasta Líbano, pasando por las minorías del Golfo y sobre todo Irak, si se intervenía para derribar al régimen de Saddam.
Algunos de sus asesores siguen temiendo que "EE UU y Occidente permitan que Irán sea hegemónico en Irak y a través de la región a cambio de abandonar su programa nuclear", recoge el informe. También menciona que Zeid Rifai, presidente del Senado hasta diciembre de 2009, predice que el diálogo con Irán no llevará a ninguna parte: "Bombardeen Irán o vivan con una bomba iraní. Sanciones, zanahorias, incentivos, no funcionarán". En definitiva, los jordanos temen que Irán sea el único que se beneficie del diálogo con EE UU, y que a ellos les toque paga el precio.
La sombra de Irán aterra al rey de Bahréin. "Hay que parar ese programa", le dice el rey Hamad bin Isa al Khalifa de Bahréin al general Petraeus, en noviembre de 2009, cuando este era comandante del Mando Central (CENTCOM) estadounidense (documento 232927). El informe de la reunión que elabora el embajador norteamericano en Manama, Adam Ereli, señala que el monarca defiende "con fuerza que se actúe para acabar con [el] programa nuclear [iraní], por cualquier medio necesario". "El peligro de dejarlo avanzar es mayor que el peligro de pararlo", cita textualmente al rey.
"Hamad señaló a Irán como la fuente de la mayoría de los problemas tanto en Irak como en Afganistán", reporta Ereli. Ni el rey ni el embajador hacen referencia a las razones internas que alientan esa suspicacia hacia Irán. La dinastía Al Khalifa pertenece a la rama suní del islam, mientras que la mayoría de los habitantes de Bahréin son chiíes y se quejan de discriminación en la educación, el empleo y el acceso a la vivienda. Sus lazos históricos y personales con Irán, de donde son originarias muchas familias les convierten automáticamente en sospechosos de quintacolumnistas. Aunque Bahréin es un archipiélago con apenas medio millón de habitantes, como sede de la V Flota, su estabilidad es clave para EE UU.
"El rey Hamad respaldó plenamente convencido de que un mayor compromiso e influencia árabes ayudarían a frustrar las intenciones iraníes en Irak", escribe Ereli. También recordó a Petraeus que "Bahréin estaba trabajando para reforzar la coordinación dentro del CCG", antes de confirmar que su país ha dado el visto bueno a la solicitud de la OTAN para utilizar la base aérea Isa para misiones AWACS (de reconocimiento aéreo).
Omán considera que los iraníes conocen sus límites
"Irán es un país grande con músculos y debemos tratar con él", le dice el sultán Qabús de Omán al entonces jefe del CENTCOM, el almirante William Fallon, en febrero de 2008 (documento 143790). Según el relato del embajador estadounidense en Mascate, Gary Grappo, el monarca comparte "las preocupaciones de EE UU sobre la intromisión iraní en Irak y otros lugares, pero sostiene que Teherán sabe que un enfrentamiento con EE UU no le beneficia".
El sultán opina que los iraníes "no están locos" y, de acuerdo con el despacho de Grappo, asegura que "Teherán se da cuenta que hay 'ciertas líneas que no puede cruzar' (por ejemplo, el enfrentamiento directo con EE UU)". "Debo decir que en tanto [que EEUU] esté en el horizonte, no tenemos nada que temer", concluye Qabús.
Pero esta percepción respecto a la amenaza que representa Irán y que repiten todos los cargos civiles omaníes, no es del todo compartida por sus militares y sus servicios de seguridad. "Omán niega que Irán plantee una amenaza directa a la seguridad nacional del sultanato. Sin embargo, [su] planteamiento de defensa, incluidos su organización y compra de material militar, muestra que reconoce claramente el riesgo que Irán plantea a la estabilidad regional", interpreta el ministro consejero de la embajada, Victor Hurtado, en un informe para el general Petraeus en julio de 2009.
Uno de los más precavidos frente a Irán es el teniente general Ali bin Majid al Ma'amari, el más alto responsable de seguridad y consejero del sultán. Tras una entrevista con Ali Bin Majid en agosto de 2008, el embajador escribe que los omaníes "son conscientes de las tácticas engañosas de Irán y de sus deseos de expansionismo ideológico en la región" (documento 165127). Pero cuando el diplomático le pregunta por las declaraciones iraníes amenazando con cerrar el estrecho de Ormuz, Ali Majid las desestima como "palabras hueras" y, resume el despacho, "tal vez un vago intento de aumentar su poder de negociación frente al G-6".
Los omaníes se sienten mucho menos preocupados por Irán que sus vecinos. Además, como resume otro informe (documento 216486), "los dirigentes omaníes siguen convencidos de que Irán no atacará países del CCG con misiles en respuesta a un ataque militar llevado a cabo en el Golfo. Ven más probables operaciones terroristas, asimétricas, de Irán contra los Estados del Golfo, incluidos objetivos de EE UU en estos países". En consecuencia, "los omaníes tienen poco interés por los caros misiles Patriot, pero están interesados en el Shared Early Warning (SEW) [sistema de alerta temprana compartida] y desean modernizar su capacidad -tanto defensiva como disuasiva- para hacer frente a las que consideran amenazas más posibles".
La familia real de Kuwait, dividida ante Irán
"Irán está decidido a exportar su revolución y solo puede ser disuadido por la fuerza de alcanzar sus ambiciones nucleares", le dijo el ministro kuwaití del Interior, el jeque Yaber al Jaled al Sabah, a la embajadora estadounidense, Deborah Jones, el pasado febrero (documento 219197). La contundencia de esas palabras contrasta con la actitud tibia que sus vecinos atribuyen a Kuwait a la hora de hacer frente común ante Teherán. La propia embajadora precisa en su informe sobre la entrevista que el jeque Yaber es "un duro en [asuntos de] seguridad cuyas opiniones no siempre reflejan las del resto del Gobierno".
Aun así, no deja de ser significativo que una voz de tanto peso (el ministro es un destacado miembro de la familia gobernante) califique a Irán de "centro neurálgico del extremismo islámico". Su grado de preocupación, o de paranoia, se intuye cuando Jones escribe que el jeque Yaber opina que "incluso los palestinos aspiran ahora a ser chiíes porque se han creído las 'historias' iraníes sobre que los chiíes están más preparados para 'luchar hasta el final' y hacer frente a Israel". El ministro también se hace eco de los intentos iraníes de "infiltrarse en Egipto, explotando la pobreza de ese país".
El jeque Yaber indica que habla con franqueza porque se trata de la mayor preocupación del Gobierno de Kuwait. Sin embargo, Jones matiza que su tono parece influido por sendos incidentes en los que lanchas rápidas de la Guardia Revolucionaria se acercaron a una terminal petrolera saudí-kuwaití en aguas internacionales y molestaron a unos pescadores kuwaitíes. Aunque sin duda las palabras del ministro dan pistas sobre las preocupaciones privadas de algunos altos cargos del emirato, otros despachos de esa embajada ponen en perspectiva la visión global de la familia real.
La postura del Gobierno kuwaití trata de "instar discretamente a Teherán para que cumpla con las salvaguardas del OIEA a la vez que mantiene una relación amistosa con un vecino que es mucho más grande y poderoso", resume un despacho del pasado febrero (documento 250223). En definitiva, "dará la bienvenida a cualquier propuesta que saque a Irán de su camino nuclear, pero no se expondrá a la ira iraní colocándose al frente de alguna de ellas", estima el encargado de negocios estadounidense, Tom Williams.
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Irán y sus vecinos
Los árabes piden a EE UU frenar a Irán por cualquier medio
Los dirigentes árabes apoyan los esfuerzos de EE UU para frenar las aspiraciones nucleares de su vecino, pero desconfían de que tenga éxito
ÁNGELES ESPINOSA 28/11/2010
El recelo histórico que los países árabes han sentido hacia Irán está alcanzando cotas patológicas a medida que la República Islámica anuncia nuevos progresos en sus programas nuclear y de misiles. Los contactos al más alto nivel que quedan expuestos en los informes diplomáticos a los que ha tenido acceso EL PAÍS revelan mucha más preocupación de la que admiten en público. "Una guerra convencional ahora sería preferible a un Irán nuclear", llegan a decir los gobernantes de Emiratos Árabes Unidos (EAU) y Bahréin en sus conversaciones con altos cargos de EE UU. La mayoría de los líderes árabes, sin embargo, considera mucho peor el riesgo de un conflicto militar. Están dispuestos a apoyar cualquier otro esfuerzo de Washington para contener a Irán, aunque sin hacer ruido. De momento, esa percepción de peligro les lleva a rearmarse, algo que suscita dudas en Israel a pesar de ser quien más se cuida de Teherán. Rusia pone en duda la inminencia de la amenaza (apoyo).
"El rey [Abdalá] le ha dicho al general [James] Jones [consejero de Seguridad Nacional] que si Irán logra desarrollar armas nucleares, todos en la región harán lo mismo, incluida Arabia Saudí", escribe el embajador de EE UU en Riad, James Smith, en un informe que dirige a la secretaria de Estado, Hillary Clinton, para preparar su visita de febrero de este año (documento 248348). La misma advertencia le hizo el príncipe heredero de Abu Dhabi, el jeque Mohammed Bin Zayed al Nahayan, al secretario del Tesoro, Timothy Geithner, durante una cena en julio de 2009 (documento 217326). Las monarquías petroleras árabes consideran seriamente una carrera nuclear y quieren que su aliado tome en consideración el riesgo.
Consciente de esa inquietud, Clinton instruye a sus embajadas en los Estados miembros del Consejo de Cooperación del Golfo (CCG) para que tranquilicen a sus respectivos anfitriones (Arabia Saudí, EAU, Kuwait, Qatar, Bahréin y Omán) ante el anuncio de la nueva política de defensa antimisiles del presidente Obama, en septiembre del año pasado. "Los programas BMD [defensa de misiles balísticos] en Europa no van a requerir un desvío de activos de EE UU desde el Golfo", asegura uno de los puntos que la secretaria de Estado quiere transmitir a sus aliados árabes, según consta en uno de los documentos analizados (documento 225598).
Los diplomáticos norteamericanos también deben recordar a sus interlocutores que "Estados Unidos ha desplegado sistemas BMD en Oriente Próximo para proteger[les] de la amenaza de misiles iraníes, incluida la presencia de Aegis BMD en el golfo Pérsico y de dos baterías de misiles Patriot en Bahréin, Kuwait, Qatar y EAU". Curiosamente, el despliegue de los Aegis no se hizo oficial hasta cuatro meses después, en enero de este año. Ese mismo mes, una información del diario The New York Times en la que se mencionaban las conversaciones para el despliegue de los Patriot provocó el enfado de Kuwait y la indignación de Omán, dando una idea de la sensibilidad del asunto. Los dirigentes árabes temen que Irán les perciba como hostiles.
"Al Gobierno de Kuwait le ha molestado y disgustado el artículo", escribe la embajadora estadounidense, Deborah Jones (documento 247212). La semana anterior, el presidente del Parlamento iraní, Ali Lariyaní, ha visitado el emirato y exhortado a sus líderes a que no permitan que las bases estadounidenses en su territorio sirvan para atacar a Irán. Como explica Jones, los kuwaitíes temen que en caso de enfrentamiento, su país "quede atrapado entre dos fuegos". La reacción del Gobierno omaní es aún más fuerte porque, como señala el embajador Gary Grappo, "nunca ha habido una oferta oficial de Patriots a Omán". Explica que la buena colaboración entre ambos países "depende de mantener una extremada discreción y del cuidadoso objetivo de la política exterior del sultanato de equilibrar la percepción pública de sus relaciones con EE UU e Irán" (documento 246778).
En numerosos despachos, los líderes aconsejan discreción a sus interlocutores estadounidenses. "El rey [saudí] le dijo al general Jones que la agitación interna iraní [tras las elecciones de junio de 2009] constituye una oportunidad para debilitar al régimen (algo que él anima a hacer), pero también instó a que esto se haga de forma encubierta y subrayó que las declaraciones públicas en apoyo a los reformistas son contraproducentes", prosigue el largo informe del embajador para Clinton. Según su relato, Abdalá "considera que las sanciones podrían debilitar al Gobierno [iraní], pero solo si son fuertes y sostenidas". En el mismo sentido, Grappo concluye en un despacho que Mascate "no se opondría a la imposición de más medidas contra Irán por parte de las organizaciones internacionales; sin embargo, Omán no quiere mostrarse activo en la promoción de esas medidas" (documento 143790).
No quieren mostrarse activos, pero actúan. En una visita a Moscú en junio de 2009, Alexander Vershbow, secretario adjunto de Defensa, dice a sus interlocutores que "el mundo islámico está muy preocupado por el programa nuclear de Irán" y que "varios de sus vecinos árabes han pedido a EE UU misiles Patriot y otras medidas para protegerse contra un ataque iraní" (documento 228567). A lo largo de 2010, EE UU ha vendido a los países del CCG armas y servicios militares por importe de 123.000 millones de dólares (unos 93.000 millones de euros), más del triple que en los cuatro años anteriores. En el mensaje de la secretaria de Estado se recuerda que las defensas desplegadas por EE UU "complementan los sistemas BMD de la región que incluyen capacidad PAC-II en Arabia Saudí y Kuwait, y capacidad de Alerta Temprana Compartida en EAU", dos programas que simbolizan la larga cooperación militar con el aliado estadounidense. El despacho revela además que Washington "está estudiando la posibilidad de facilitar cobertura BMD adicional a los países del CCG, si las circunstancias lo requieren".
¿Es tal el caso? Las declaraciones bombásticas del presidente iraní , Mahmud Ahmadineyad, sobre las proezas de la Guardia Revolucionaria y el complejo industrial-militar que controla, dan que pensar. No pasa un mes sin que alguno de los cuerpos de ese ejército, el verdadero poder militar de Irán con 125.000 hombres, realice maniobras o pruebas de algún nuevo juguete bélico. En los dos últimos años, Irán ha alardeado sobre todo de sus misiles y de su programa espacial. Ese desarrollo solo refuerza las sospechas sobre su programa nuclear. La conjunción de capacidad atómica y misiles balísticos constituye la peor pesadilla no solo de EE UU, sino de todos los vecinos de Irán. Así que por mucho que Ahmadineyad trate de tender lazos, tales exhibiciones de poderío intranquilizan a los países de la península Arábiga, que todos juntos apenas suman la mitad de la población iraní (77 millones).
"Irán tiene el mayor y más activo programa de misiles de Oriente Próximo", afirma EE UU en un documento titulado El programa de misiles balísticos de Irán, que tras haber pasado el control de las agencias de espionaje, el Departamento de Estado distribuye a los participantes en una reunión del Régimen de Control de Tecnología de Misiles (MTCR), en noviembre de 2009 (documento 226534). Washington explica el arsenal de cohetes de que dispone Irán y expresa su preocupación de que "pudiera actuar como abastecedor de tecnología de misiles balísticos para otras partes". De hecho, menciona que ya está promocionando sus misiles de corto alcance "en exhibiciones de defensa y webs del Gobierno" y que ha llegado a acuerdos para la producción del Fateh-110 en Siria (que a su vez se los habría ofrecido a Hezbolá).
Para los israelíes no hay duda de que Irán tiene un programa militar y aunque los informes disponibles no dan detalles del contenido, mencionan la existencia de información secreta compartida. "La prioridad de Israel es impedir el programa militar nuclear de Irán", afirma Pinchas Buchris, director general del Ministerio de Defensa, durante una visita del vicesecretario estadounidense para Asuntos Político-Militares, Andrew Shapiro, en julio de 2009 (documento 218775). "Todas las opciones deben permanecer sobre la mesa", defiende Buchris, antes de precisar que parte de su trabajo "es asegurarse de que Israel está en condiciones de utilizar esa opción, por más indeseable que resulte". Otros participantes revelan su escepticismo de que la vía del diálogo vaya a funcionar.
Los israelíes también expresan su inquietud por el rearme árabe que ha suscitado la amenaza iraní e insisten en mantener su "ventaja militar cualitativa". "Una percepción de que se reduce la distancia entre Israel y los Estados árabes, unido a un Irán dotado de armas nucleares, podría llevar a los Estados árabes moderados a reevaluar la idea de que Israel es parte integrante de la región", argumenta Alon Bar, el vicedirector para Asuntos Estratégicos del Ministerio de Exteriores, citado por Cunningham. El embajador cuenta además que cuando Shaphiro menciona los intereses comunes con los Estados del Golfo, los militares israelíes se muestran escépticos de que la asistencia militar ofrecida vaya a ayudar contra Irán. Argumentan que los sistemas en discusión "no están diseñados para hacer frente a las amenazas, nuclear y asimétrica, que plantea Irán". El vicesecretario la justifica como "una señal para esos países (y para Irán) de que tienen grandes aliados en Occidente".
El rey saudí apoya la intervención militar
Significativamente los temores que la República Islámica despierta en Israel no se diferencian mucho de los que ocasiona entre sus vecinos árabes, algo que les convierte en extraños compañeros de viaje. También los saudíes están dispuestos a llegar hasta el final, según se desprende del despacho que firma el ministro consejero de la Embajada norteamericana en Riad, Michael Gfoeller, dando cuenta de una visita del general David Petraeus y el embajador estadounidense en Bagdad al rey Abdalá, en abril de 2008. El embajador saudí en Washington, Adel al Jubeir "recordó los frecuentes llamamientos que el rey ha hecho a EE UU para que ataque Irán y ponga fin a su programa de armas nucleares", escribe Gfoeller (documento 150519). "Les dijo que cortaran la cabeza de la serpiente", cita el diplomático a Al Jubeir quien utiliza un símil habitual entre los árabes.
Y es que la prevención del monarca saudí hacia su vecino es colosal. "El objetivo de Irán es causar problemas", le confía Abdalá de Arabia Saudí a John Brennan, asesor para la lucha antiterrorista del presidente Barack Obama, durante una audiencia en marzo del año pasado. El contenido de los 90 minutos de conversación entre ambos quedó recogido en el informe que al día siguiente elaboró el entonces embajador estadounidense en Riad, Ford M. Fraker (documento 198178). "Sin duda están algo desequilibrados", cita textualmente al rey, quien describe a Irán como "un vecino al que uno trata de evitar" y declara: "Qué Dios nos libre de ser víctimas de la maldad iraní".
Arabia Saudí, la cuna de los santos lugares del islam y el heraldo de la interpretación más radical de su rama suní, siempre ha observado con recelo a los chiíes del otro lado del golfo Pérsico, su único rival por el liderazgo regional. La desconfianza histórica se trocó en antagonismo real cuando la revolución de 1979 convirtió al Irán imperial en una República Islámica que con su sola existencia cuestionaba las credenciales religiosas de la dinastía de los Al Saud. Ese temor se vio enseguida corroborado por las intenciones de "exportar la revolución" del ayatolá Jomeiní, el líder de aquel movimiento que cambió las coordenadas estratégicas de la zona, y el inicio de la guerra irano-iraquí. El deshielo con los vecinos que inició el presidente Jatamí a partir de 1997 aún no se había consolidado cuando la oratoria desbocada de Ahmadineyad, su sucesor, ha vuelto a agitar los fantasmas.
De la lectura de los despachos disponibles se saca la impresión de que la preocupación saudí por Irán va en aumento. Aunque los motivos de inquietud van cambiando con el tiempo (disturbios durante la peregrinación anual a La Meca, interferencia en Bahréin, implicación en atentados, etcétera), el tema es una constante desde los textos datados en 1985 y se repite en todos los contactos bilaterales.
Ya en julio de 2007, el entonces embajador Richard Erdman identifica en otro informe "las prioridades de seguridad regional" del rey Abdalá como "poner en marcha de la solución de los dos Estados en [el conflicto de] Oriente Próximo y convencer a Irán para que cumpla con sus obligaciones nucleares" (documento 217248). "Los saudíes ven Irán como un peligroso poder chií inclinado a desestabilizar la región, desde Líbano a Irak, Bahrein y Yemen", escribe Erdman al general Petraeus, entonces al mando de las tropas en Irak, en vísperas de una visita a Riad. "Les preocupa que estemos dispuestos a aceptar un papel más relevante de Irán en la región a cambio de concesiones en su programa nuclear", interpreta el diplomático. "El rey está convencido de que el acercamiento a Irán no va a tener éxito. Quiere oír que nuestros esfuerzos en ese sentido están vinculados a los resultados y tienen fecha de caducidad".
Tres años después, el monarca saudí le cuenta a Brennan que el ministro iraní de Exteriores, Manuchehr Mottaki, ha estado allí, "sentado en ese mismo sitio", minutos antes, y le describe la conversación que han mantenido como "subida de tono". De acuerdo con el relato que reproduce el embajador Fraker, presente en la entrevista, cuando el rey inquiere a Mottaki por la interferencia iraní en los asuntos de Hamas, el ministro responde que "se trata de musulmanes". "No, de árabes", le replica Abdalá, "y ustedes, los persas, no tienen derecho a entrometerse en los asuntos árabes".
Tan poco diplomática frase, en boca de un hombre de 86 años conocido por su prudencia política, dista mucho de las cuidadas declaraciones con las que se da cuenta de esos encuentros bilaterales y constituye una clara indicación de que los saudíes están perdiendo la paciencia con la creciente influencia iraní en la región. "Tanto como apreciamos el apoyo iraní a las causas árabes, nos gustaría ver que se canaliza a través de la legalidad árabe y en armonía con los objetivos árabes", resumió la cita el ministro saudí de Exteriores, el príncipe Saud al Faisal.
De acuerdo con el relato de Fraker, "Abdalá aseguró que Irán estaba tratando de establecer organizaciones del tipo de Hezbolá en países africanos, señalando que los iraníes no creen que estén haciendo nada malo y no reconocen sus errores". El rey sugiere a Brennan que una solución al conflicto árabe israelí sería un gran logro, aunque admite que Irán encontrará otra forma de causar problemas. El monarca refirió también que los iraníes querían mejorar las relaciones bilaterales y que les daba un año para que mostraran su buena voluntad. "Después de eso, se acabará", aseguró que le había dicho a Mottaki.
De hecho, Abdalá rechazó la invitación a visitar Irán que le presentó el jefe de la diplomacia iraní, una visita que el Gobierno de Ahmadineyad trata de organizar desde 2007. "Todo lo que quiero es que ustedes nos libren de su maldad", dijo el rey que había respondido. "Hemos tenido relaciones correctas a lo largo de los años, pero el resultado final es que no se puede confiar en ellos", resumió ante Brennan.
La desconfianza saudí parece sustentare en fracasos anteriores. El rey le cuenta a Brennan que "hace tres años" el líder supremo iraní, Ali Jameneí, envió a su consejero para Asuntos Exteriores, Ali Akbar Velayatí, con una carta en la que proponía el establecimiento de un canal secreto de comunicación entre ambos dirigentes. Abdalá asegura que estuvo de acuerdo y que designaron al propio Velayatí y al príncipe Saud al Faisal como puntos de contacto, pero el canal nunca se ha utilizado.
No está claro cómo han respondido los iraníes al ultimátum saudí y los despachos diplomáticos se acaban en febrero de este año, justo en vísperas de que se cumpliera el plazo. Sin embargo, el pasado octubre, llamó la atención que la prensa del reino se hiciera eco de dos llamadas telefónicas de Ahmadineyad a Abdalá. La primera antes de su visita a Líbano y la segunda, 10 días después. Nada se ha sabido del contenido de esas conversaciones más allá del comunicado oficial, según el cual "comentaron asuntos regionales". Pero aunque el monarca telefoneara al presidente iraní en julio de 2006 para darle el pésame por la muerte de su padre y le recibiera sonriente en Riad un año después, no se fía de él. En marzo, tres meses antes de las elecciones iraníes, "Abdalá dijo que preferiría a Rafsanyaní si se presentara", escribe el embajador Fraker. No lo hizo y volvió a ganar Ahmadineyad.
La audiencia de Abdalá a Brennan tenía otros puntos del día, pero sin duda Irán fue el centro de su conversación y el que más pareció interesar al estadounidense. Así se desprende del informe que elabora el embajador, en el que dedica dos de sus seis páginas al asunto. "Brennan dijo que teníamos los ojos bien abiertos a las ambiciones iraníes y que no éramos naif respecto a los peligros que Irán planteaba a Arabia Saudí, y que no se puede permitir que Irán tenga éxito con sus actividades desestabilizadoras", escribe Frake. "Brennan señaló que el presidente había ordenado una revisión completa de la política de EE UU hacia Irán".
Los saudíes tampoco ocultan su pesimismo ante la forma en que Washington está gestionando la crisis iraní. "El rey está convencido de que los esfuerzos de EE UU para implicar a Teherán [en una negociación] no van a tener éxito; probablemente va a sentir que los hechos le dan la razón a la vista [del discurso] de Ahmadineyad del 11 de febrero jactándose de haber enriquecido uranio al 20% [y de que] Irán 'ya es un país nuclear", asegura Smith en su informe previo a la visita de Clinton los días 15 y 16 del pasado febrero (documento 248348).
En vísperas de la visita de la secretaria de Estado a Riad, se especuló iba a pedir ayuda a su anfitrión para vencer las reticencias de China a una nueva resolución sancionadora en el Consejo de Seguridad. Sin embargo, del despacho de Smith se deduce que o los saudíes ya estaban de acuerdo o la tarea de persuadirles se llevó a cabo de antemano. "Arabia Saudí ha dicho a los chinos que está dispuesta a garantizarles un suministro de petróleo a cambio de que presionen a Irán para que no desarrolle armas nucleares", afirma el embajador. Pekín, que en los últimos años ha hecho grandes inversiones en la República Islámica, teme una eventual interrupción del flujo de crudo. La seguridad de que sus industrias no se queden desabastecidas reduce su dependencia de los iraníes.
El ministro saudí de Exteriores dijo luego en una conferencia de prensa que China "no necesita las sugerencias de Arabia Saudí sobre lo que debe hacer", pero la realidad es que durante una visita de su colega chino a Riad, él mismo le suscitó el asunto (documento 254748). Más intrigante fue la afirmación del príncipe Saud al Faisal de que las sanciones son "una solución a largo plazo" y que la amenaza que plantean las ambiciones nucleares de Irán exige medidas más urgentes. Durante días, los analistas se devanaron los sesos tratando de dilucidar qué había querido decir el veterano jefe de la diplomacia saudí. A la vista del despacho de Smith, sus palabras bien podían referirse a la necesidad de que EE UU ratificara el mayor contrato de defensa entre ambos países, por un importe de 60.000 millones de dólares, que acaba de aprobar el Congreso de EE UU a pesar de las reticencias israelíes. "[El rey] también quiere conocer nuestros planes para reforzar las defensas del Golfo frente a Irán", escribió el embajador.
Los temores de los saudíes respecto a Irán no son solo de carácter existencial o ideológico. También tienen quejas concretas del comportamiento de sus vecinos, como le hace saber el poderoso ministro del Interior (y medio hermano del rey), el príncipe Nayef, a Brennan, el consejero de Obama para la lucha antiterrorista, durante una visita el 5 de septiembre del año pasado. Según el relato que de la misma hace el cónsul general en Yeddah, Martin R. Quinn (documento 224706), "Nayef se quejó de que durante los dos últimos años Irán ha albergado a saudíes (todos suníes) -incluido Ibrahim, uno de los hijos de Osama Bin Laden- que tuvieron contactos con terroristas y trabajaron contra el reino". El Gobierno de Arabia Saudí "considera que esta acción agresiva constituye una ruptura del acuerdo de seguridad que ambos países firmaron en 2001". Aquel compromiso, alcanzado durante la presidencia del reformista Jatamí, intentaba cerrar la crisis abierta tras el atentado de 1996 en Jóbar (que Riad atribuyó a los servicios secretos iraníes).
En esa cita, Brennan asegura a Nayef, siempre según el informe, que "el deseo del presidente Obama de hablar con los iraníes no significa que no entienda el problema" y que "los grandes amigos del Gobierno de Arabia Saudí en la Casa Blanca, incluido el presidente Obama, quieren trabajar con Arabia Saudí en ese frente". Otro motivo de preocupación más reciente es la revuelta de los Huthi en Yemen. Los saudíes, como la mayoría de los árabes, se muestran convencidos de que Irán apoya a esos insurgentes debido a su afiliación chií (documento 243447). EE UU les pide pruebas, algo que nadie parece capaz de proporcionar.
Tampoco nadie quiere ser el primero en dar un paso al frente para aislar a Irán. Su sombra es muy grande y, como sugiere el rey, es preferible hacerlo de forma encubierta.
Durante una visita el pasado febrero, el vicesecretario del Tesoro Neal Wolin pide a los responsables económicos saudíes ayuda para combatir la creciente actividad financiera de la Guardia Revolucionaria iraní y que el Gobierno de Arabia Saudí lidere el esfuerzo en ese sentido dentro del Consejo de Cooperación del Golfo (CCG). El ministro saudí de Finanzas, Ibrahim al Asaf, responde que "estaría encantado de hablar con los vecinos del Golfo, pero cada país miembro aborda el asunto de Irán de forma distinta" (documento 251191). Según el resumen de la cita que hace el embajador Smith, "Asaf dijo que el Gobierno de Arabia Saudí ha hablado con sus bancos respecto a las preocupaciones sobre Irán, y llegado a la conclusión de que la mayoría de las transacciones financieras con Irán se hacen en Dubai". El viceministro saudí del Interior, Mohamed bin Nayef, que también está presente en la reunión, declara desear que "nuestros amigos en EAU sean más agresivos".
EAU considera "inaceptable" a un Irán nuclear
El saudí se refiere sin duda a los gobernantes de Dubái, cuyo espectacular desarrollo se basa en el comercio y para quienes Irán es el principal socio. En el vecino Abu Dhabi, que preside la federación de EAU y es el mayor productor de petróleo de los siete emiratos, las ambiciones de Teherán se ven con mayor preocupación. El jeque Mohammed bin Zayed "describió un Irán nuclear como absolutamente inaceptable", asegura el embajador Richard Olson al dar cuenta de la cena que el príncipe heredero de Abu Dhabi y hombre fuerte de la federación ofreció al secretario del Tesoro, el 15 de julio de 2009.
"Está convencido de que se desatará un infierno si Irán llega a hacerse con la bomba, con Egipto, Arabia Saudí, Siria y Turquía desarrollando su propia capacidad nuclear militar, e Irán instigando el conflicto entre suníes y chiíes por todo el mundo", advierte el diplomático. Pero Al Nahayan, "el hombre que dirige" el país y "quien decide en asuntos de seguridad" aunque su único título oficial es vicecomandante supremo de las Fuerzas Armadas de EAU, va más allá y considera "una guerra convencional con Irán en el corto plazo como claramente preferible a las consecuencias a largo plazo de un Irán dotado del arma nuclear".
Dos semanas antes, una opinión similar expresada por su embajador en EE UU, Yusef al Otaiba, durante una seminario motivó un revuelo mediático y diplomático, al interpretarse como un respaldo al uso de la fuerza contra Irán. Al Otaiba se vio obligado a matizar sus palabras, pero a la luz de la conversación ahora revelada el enviado estaba en plena sintonía con sus jefes. De hecho, el pesimismo de Al Nahayan es total. Por eso insiste en que EAU debe prepararse, lo que en otros despachos Olson han calificado de "sus casi obsesivos esfuerzos para desarrollar sus Fuerzas Armadas".
"Declaró que las sanciones financieras nunca serán suficientes para frenar a Irán", escribe el embajador. Tampoco cree que pueda hacerlo un bombardeo israelí. En su opinión, "la clave para contener a Irán gira en torno al progreso del problema Israel / Palestina", sobre el que advierte que "no hay tiempo que perder". Ni siquiera un posible cambio de cara al frente del Gobierno de Teherán le merece confianza. Al comentar las elecciones presidenciales que Irán acababa de celebrar, Al Nahayan "advirtió de que Mir Hosein Musaví no es distinto de Ahmadineyad en las ambiciones nucleares, 'el mismo objetivo, diferente táctica'. Y recordó al secretario Geithner que Musaví y sus consejeros forman parte del mismo grupo que tomó la Embajada de EE UU en 1979".
Medio año después de aquella cena, Al Nahayan advertía al vicesecretario norteamericano de Energía, Daniel Poneman, de que "Irán ya estaba comportándose como una potencia nuclear" (documento 240364). Más grave aún, le acusaba de "estar creando emiratos por todo el mundo islámico, incluidos el sur de Líbano y Gaza, y emiratos durmientes en Kuwait, Bahréin, la provincia oriental de Arabia Saudí, la madre de todos los emiratos en el sur de Irak, y ahora en Saada, en Yemen". No obstante, estimaba que "Irán no es Corea del Norte" y que "el orgullo hace a los dirigentes iraníes más susceptibles a la presión internacional".
En un despacho enviado al presidente Obama antes de la visita de Al Nahayan a la Casa Blanca (documento 222954), Olson matiza que se trata de "un duro respecto a Irán, [pero que] hay otros más acomodaticios dentro de su propio sistema, especialmente en Dubai, donde el gobernante, Mohammed bin Rashid al Maktum (primer ministro de EAU), tiene una posición mucho más cercana a la de Qatar". Este, aunque está de acuerdo que Irán no debe tener armas nucleares, repite en todas las entrevistas con altos responsables de EE UU su preocupación por el impacto sobre Dubái tanto de una acción militar como de las sanciones (documento 94272). Irán es el principal socio comercial de Dubái y los bancos iraníes en ese país tienen depositados fondos estimados en miles de millones de dólares.
Qatar se ofrece para mediar
En Riad, en Abu Dhabi o en El Cairo se da por hecho que Qatar es un flanco débil a la hora de hacer un frente común árabe frente a Irán. El propio emir de Qatar, Hamad bin Khalifa al Thani, no esconde su pragmatismo político. "Debido al depósito de gas natural que Irán comparte con Qatar, Qatar no provocará un enfrentamiento con Irán", escribía el embajador estadounidense en Doha, Joseph LeBaron, tras la entrevista del emir con el senador John Kerry en febrero de este año (documento 250177). Sin embargo, el primer ministro, Hamad bin Jasim al Thani, revelaba pocos meses después que la relación tampoco es de confianza.
"Nos mienten y les mentimos", resumió al respecto el primer ministro tras constatar que EE UU se molesta a veces cuando oye hablar de la buena vecindad entre Irán y Qatar (documento 240782). El visitante en esta ocasión era el vicesecretario de Energía, Daniel Poneman. Estaba acabando diciembre y Estados Unidos empezaba a inquietarse por la falta de respuesta de Irán a la propuesta de intercambio de combustible. Bin Jasim expresó su escepticismo sobre que Occidente vaya a poder alcanzar un acuerdo con los líderes de Irán.
"Me sorprendería mucho si los iraníes alcanzaran un acuerdo. Siempre piensas que lo has logrado y luego [descubres] que no", comentó, según cita LeBaron. "La UE, Chirac y Solana... todos pensaron que tenían un acuerdo... Solana dijo en dos semanas; le advertí de que llevaría dos años", añadió. Poneman le preguntó entonces cómo actuar. "Bin Jasim dijo que era imperativo que los iraníes se comprometieran a redactar cualquier acuerdo, incluido el calendario", escribe LeBaron. "Pidan que ellos lo hagan porque si no, dirán 'si, pero...' y el 'pero' será pero que un 'no'", aconsejó.
-No quieren hacer una propuesta.
-Ustedes no lo entienden. Ni siquiera Musavi puede alcanzar un acuerdo.
-Estados Unidos no ofrecerá nada mejor que lo que hay en la mesa.
-Lo sé, pero ellos son así.
Y tal vez por eso, porque los iraníes son como son, Qatar prefiere no enemistarse con ellos. "Irán nunca nos ha molestado", le recordó el emir a Kerry, antes de atribuir a EE UU "el error de haber hablado por los manifestantes" (sic) tras las controvertidas elecciones presidenciales iraníes de junio del año pasado. En cualquier caso, ante las quejas del congresista por la falta de respuesta del Gobierno iraní a los intentos de diálogo de la actual Administración norteamericana, el emir responde ofreciéndose a mediar. "¿Qué le parece si hablo con el presidente iraní? ¿Qué quiere que le diga?".
Egipto recluta agentes en Irak y Siria para contrarrestar a Irán
"[El presidente egipcio, Hosni] Mubarak tiene un odio visceral hacia la República Islámica, a menudo se refiere a los iraníes como 'mentirosos' y les acusa de querer desestabilizar Egipto y la región", escribe la embajadora norteamericana en El Cairo, Margaret Scobey, en un informe a la secretaria de Estado, Hillary Clinton, el pasado febrero (documento 191130). En su opinión, "no hay duda de que Egipto considera a Irán como la mayor amenaza a largo plazo, tanto por su desarrollo de capacidad nuclear como por su intento de exportar la revolución chií". Aun así, matiza Scobey, "Mubarak le ha dicho a[l enviado especial para Oriente Próximo George] Mitchell que no se opone a que Estados Unidos hable con los iraníes, mientras 'no nos creamos una palabra de lo que dicen".
A finales de diciembre del año pasado, el jefe del Estado Mayor del Ejército israelí, el teniente general Gabi Ashkenazi, le dijo al congresista norteamericano Ike Skelton que "Mubarak asegura que Irán está promoviendo el cambio de régimen en Egipto", tal como recoge el resumen de la entrevista elaborado por la Embajada de EE UU en Tel Aviv (documento 241399). Ninguno de los despachos disponibles cita esa denuncia de una fuente directa, pero los dirigentes egipcios se muestran muy preocupados con la penetración iraní en su país.
Egipto ya ha "empezado un enfrentamiento con Hezbolá e Irán", le anunció el jefe de los servicios secretos egipcios, el general Omar Soliman, al almirante Michael Mullen, el jefe de la junta de jefes del Estado Mayor del Ejército norteamericano, durante una visita a El Cairo en abril del año pasado (documento 204990). Irán "es muy activo en Egipto", explica. Su principal objetivo es utilizar el país de las Pirámides para canalizar su ayuda financiera a Hamás que cifra en 25 millones de dólares al mes, según el despacho que firma Scobey. No obstante, Soliman asegura que están frustrando esos esfuerzos y pone como ejemplo que han impedido varios intentos iraníes de "pagar los salarios de los Batallones Al Qasam" y detenido a los miembros de la primera célula de Hezbolá en Egipto. Otra intrusión iraní, según Soliman, es el intento de "recabar el apoyo de los beduinos del Sinaí para facilitar el tráfico de armas a Gaza".
Mullen le expresa su agradecimiento por los esfuerzos para combatir el contrabando y le abre la puerta a que pueda pedir "asistencia adicional para la seguridad en la frontera en cualquier momento". Solimán insiste en la amenaza iraní. "No vamos a consentir que Irán opere en Egipto", afirma antes de añadir en que ya han advertido a Teherán de que si lo hacen, ellos también interferirán en Irán. De hecho, confía, su departamento "ya ha empezado a reclutar agentes en Irak y Siria". Se supone que para infiltrarlos en la República Islámica. "Irán debe pagar un precio por su comportamiento", concluye.
Un año antes durante la vista de una delegación del Congreso norteamericano a El Cairo, Soliman se muestra satisfecho de que la Nueva Estimación de Inteligencia sobre Irán no signifique un giro en la política de Washington hacia ese país (documento 136139). "Sabemos que Estados Unidos nunca permitirá que Irán tenga una bomba nuclear", manifestó, según el informe diplomático.
Jordania alerta ante la extensión del arco chií
"La metáfora que más a menudo utilizan los funcionarios jordanos cuando se habla de Irán es la de un pulpo cuyos tentáculos llegan insidiosamente a manipular, fomentar [sic] y minar los planes mejor establecidos de Occidente y los moderados de la región", escribe el embajador estadounidense en Ammán, Stephen Beecroft, en un informe sobre cómo reaccionarían los países de la zona a un eventual compromiso de EEUU con Irán (documento 200230). "Aunque los funcionarios jordanos dudan de que el diálogo con Estados Unidos vaya a convencer a Irán de retirar sus tentáculos, opinan que pueden cortarse privando a Irán de asuntos polémicos que le convierten en héroe para la calle árabe, como su defensa de la causa palestina".
"El rey Abdalá indicó al enviado especial George Mitchell en febrero que la implicación directa de EE UU con Irán en este momento solo profundizaría las divisiones intra árabes y que más 'países sin agallas' se pasarían al lado iraní", menciona Beecroft. El monarca jordano fue el primero en advertir del riesgo de un "arco chií", que iría desde Irán hasta Líbano, pasando por las minorías del Golfo y sobre todo Irak, si se intervenía para derribar al régimen de Saddam.
Algunos de sus asesores siguen temiendo que "EE UU y Occidente permitan que Irán sea hegemónico en Irak y a través de la región a cambio de abandonar su programa nuclear", recoge el informe. También menciona que Zeid Rifai, presidente del Senado hasta diciembre de 2009, predice que el diálogo con Irán no llevará a ninguna parte: "Bombardeen Irán o vivan con una bomba iraní. Sanciones, zanahorias, incentivos, no funcionarán". En definitiva, los jordanos temen que Irán sea el único que se beneficie del diálogo con EE UU, y que a ellos les toque paga el precio.
La sombra de Irán aterra al rey de Bahréin. "Hay que parar ese programa", le dice el rey Hamad bin Isa al Khalifa de Bahréin al general Petraeus, en noviembre de 2009, cuando este era comandante del Mando Central (CENTCOM) estadounidense (documento 232927). El informe de la reunión que elabora el embajador norteamericano en Manama, Adam Ereli, señala que el monarca defiende "con fuerza que se actúe para acabar con [el] programa nuclear [iraní], por cualquier medio necesario". "El peligro de dejarlo avanzar es mayor que el peligro de pararlo", cita textualmente al rey.
"Hamad señaló a Irán como la fuente de la mayoría de los problemas tanto en Irak como en Afganistán", reporta Ereli. Ni el rey ni el embajador hacen referencia a las razones internas que alientan esa suspicacia hacia Irán. La dinastía Al Khalifa pertenece a la rama suní del islam, mientras que la mayoría de los habitantes de Bahréin son chiíes y se quejan de discriminación en la educación, el empleo y el acceso a la vivienda. Sus lazos históricos y personales con Irán, de donde son originarias muchas familias les convierten automáticamente en sospechosos de quintacolumnistas. Aunque Bahréin es un archipiélago con apenas medio millón de habitantes, como sede de la V Flota, su estabilidad es clave para EE UU.
"El rey Hamad respaldó plenamente convencido de que un mayor compromiso e influencia árabes ayudarían a frustrar las intenciones iraníes en Irak", escribe Ereli. También recordó a Petraeus que "Bahréin estaba trabajando para reforzar la coordinación dentro del CCG", antes de confirmar que su país ha dado el visto bueno a la solicitud de la OTAN para utilizar la base aérea Isa para misiones AWACS (de reconocimiento aéreo).
Omán considera que los iraníes conocen sus límites
"Irán es un país grande con músculos y debemos tratar con él", le dice el sultán Qabús de Omán al entonces jefe del CENTCOM, el almirante William Fallon, en febrero de 2008 (documento 143790). Según el relato del embajador estadounidense en Mascate, Gary Grappo, el monarca comparte "las preocupaciones de EE UU sobre la intromisión iraní en Irak y otros lugares, pero sostiene que Teherán sabe que un enfrentamiento con EE UU no le beneficia".
El sultán opina que los iraníes "no están locos" y, de acuerdo con el despacho de Grappo, asegura que "Teherán se da cuenta que hay 'ciertas líneas que no puede cruzar' (por ejemplo, el enfrentamiento directo con EE UU)". "Debo decir que en tanto [que EEUU] esté en el horizonte, no tenemos nada que temer", concluye Qabús.
Pero esta percepción respecto a la amenaza que representa Irán y que repiten todos los cargos civiles omaníes, no es del todo compartida por sus militares y sus servicios de seguridad. "Omán niega que Irán plantee una amenaza directa a la seguridad nacional del sultanato. Sin embargo, [su] planteamiento de defensa, incluidos su organización y compra de material militar, muestra que reconoce claramente el riesgo que Irán plantea a la estabilidad regional", interpreta el ministro consejero de la embajada, Victor Hurtado, en un informe para el general Petraeus en julio de 2009.
Uno de los más precavidos frente a Irán es el teniente general Ali bin Majid al Ma'amari, el más alto responsable de seguridad y consejero del sultán. Tras una entrevista con Ali Bin Majid en agosto de 2008, el embajador escribe que los omaníes "son conscientes de las tácticas engañosas de Irán y de sus deseos de expansionismo ideológico en la región" (documento 165127). Pero cuando el diplomático le pregunta por las declaraciones iraníes amenazando con cerrar el estrecho de Ormuz, Ali Majid las desestima como "palabras hueras" y, resume el despacho, "tal vez un vago intento de aumentar su poder de negociación frente al G-6".
Los omaníes se sienten mucho menos preocupados por Irán que sus vecinos. Además, como resume otro informe (documento 216486), "los dirigentes omaníes siguen convencidos de que Irán no atacará países del CCG con misiles en respuesta a un ataque militar llevado a cabo en el Golfo. Ven más probables operaciones terroristas, asimétricas, de Irán contra los Estados del Golfo, incluidos objetivos de EE UU en estos países". En consecuencia, "los omaníes tienen poco interés por los caros misiles Patriot, pero están interesados en el Shared Early Warning (SEW) [sistema de alerta temprana compartida] y desean modernizar su capacidad -tanto defensiva como disuasiva- para hacer frente a las que consideran amenazas más posibles".
La familia real de Kuwait, dividida ante Irán
"Irán está decidido a exportar su revolución y solo puede ser disuadido por la fuerza de alcanzar sus ambiciones nucleares", le dijo el ministro kuwaití del Interior, el jeque Yaber al Jaled al Sabah, a la embajadora estadounidense, Deborah Jones, el pasado febrero (documento 219197). La contundencia de esas palabras contrasta con la actitud tibia que sus vecinos atribuyen a Kuwait a la hora de hacer frente común ante Teherán. La propia embajadora precisa en su informe sobre la entrevista que el jeque Yaber es "un duro en [asuntos de] seguridad cuyas opiniones no siempre reflejan las del resto del Gobierno".
Aun así, no deja de ser significativo que una voz de tanto peso (el ministro es un destacado miembro de la familia gobernante) califique a Irán de "centro neurálgico del extremismo islámico". Su grado de preocupación, o de paranoia, se intuye cuando Jones escribe que el jeque Yaber opina que "incluso los palestinos aspiran ahora a ser chiíes porque se han creído las 'historias' iraníes sobre que los chiíes están más preparados para 'luchar hasta el final' y hacer frente a Israel". El ministro también se hace eco de los intentos iraníes de "infiltrarse en Egipto, explotando la pobreza de ese país".
El jeque Yaber indica que habla con franqueza porque se trata de la mayor preocupación del Gobierno de Kuwait. Sin embargo, Jones matiza que su tono parece influido por sendos incidentes en los que lanchas rápidas de la Guardia Revolucionaria se acercaron a una terminal petrolera saudí-kuwaití en aguas internacionales y molestaron a unos pescadores kuwaitíes. Aunque sin duda las palabras del ministro dan pistas sobre las preocupaciones privadas de algunos altos cargos del emirato, otros despachos de esa embajada ponen en perspectiva la visión global de la familia real.
La postura del Gobierno kuwaití trata de "instar discretamente a Teherán para que cumpla con las salvaguardas del OIEA a la vez que mantiene una relación amistosa con un vecino que es mucho más grande y poderoso", resume un despacho del pasado febrero (documento 250223). En definitiva, "dará la bienvenida a cualquier propuesta que saque a Irán de su camino nuclear, pero no se expondrá a la ira iraní colocándose al frente de alguna de ellas", estima el encargado de negocios estadounidense, Tom Williams.
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Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: GEOPOLÍTICA
El intercambio de documentos y las zonas calientes del planeta
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Re: GEOPOLÍTICA
O mapa mostra claramente como a América Latina está fora das "Zonas Quentes" da diplomacia. Com 1947 documentos o Brasil deve estar em muito longe das preocupações prioritárias dos EUA. Mas será interesssante ver as fofocas que escreveram. Já posso imaginar um informe dizendo que o nosso amado presidente estava um pouco "alegre" quando fez determinado discurso, que circulam boatos que o Evo Morales é gay, que correm boatos que nosso ministro da defesa, quando presidente do supremo "faturava" uma colega. Enfim colocando no papel todas esta mentiras que rolam por aí. Parece que um documento que já vazou colocava em dúvida a sanidade mental da presidenta da Argentina. Fofocas, fofocas, fofocas...
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.