Sobre o KC-390
Moderadores: Glauber Prestes, Conselho de Moderação
- Alitson
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Re: Sobre o KC-390
Concorrente se elimina, parceiros se fazem com co-produtores, distribuições, produções, logística. Ou melhor, quebra o concorrente no mercado e "compra" o que ele tinha de melhor, isso sim.
A&K M249 MK.I
G&P M4 CARBINE V5
G&P M4A1
G&P M16A3+M203
ARES SCAR-L
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STARK ARMS G-18C GBB
CYMA G-18C AEP
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Re: Sobre o KC-390
Óbvio que bichos de pelúcia não ameaçarão nossa industrialização, mas eles são apenas uma alegoria da incapacidade brasileira em competir com a China, e antes da China, com outros países industrializados.PRick escreveu:Isso está ocorrendo porque a China tem uma política industrial nacionalista, geração de empregos acima de tudo. E a grande maioria das empresas ainda são estatais.
Me parece que o modelo chinês é demais para nós, podemos seguir algo mais mercadista. Porém, não tenho ilusões, nem acho que esse seja o problema a importação dessas traquinanas. Nelas a China é imbatível. Não serão esses produtos que ameaçarão nossa industrialização. O que nos interessa são os produtos de maior valor agregado. Afinal, dá para produzir traquinana, de uma hora para outra.
Quando aos empresários, eu diria, não são todos iguais, na China o maior empresário é o Estado. A economia é dirigida.
Estava comparando eletrodomésticos, os chineses tem melhores preços, porém, a qualidade dos nossos é bem melhor.
Se repararmos, nossa produção industrial continua crescendo. O dólar hoje está a 1,70, em 1994 estava a 0,85, na época a mídia não falava em desindustrialização.
Me parece que o patamar mínimo do Dólar é mesmo 1,70. E o governo vem tomando várias medidas para garantir esse patamar. Existe muito sensacionalismo nos jornais brasileiros, para variar.
[]´s
Se nem para produzir bichos de pelúcia, que é uma indústria de baixo valor tecnológico, conseguimos, que dirá uma indústria qualquer de alto valor tecnológico, que são ramos industriais de longa maturação?!
Para isso é preciso existir uma política que transcenda valores arcaicos como algum tipo de "nacionalismo industrial" ou até mesmo porque não dizer, um certo resquício mercantilista.
Da mesma forma podemos apontar de forma inequívoca que vários players mundiais da indústria de alta tecnologia se estabeleceram na China, e não me consta que eles sejam nacionalistas chineses. Ressalto novamente que o Capital Privado não respeita fronteiras nacionais. Eles lá se estabeleceram porque encontraram condições de produzir de forma mais competitiva do que em seus países de origem, porque a opção à isso era ver a concorrência fazê-lo e, eventualmente, suplantá-lo.
É importante também relembrar que lucratividade na indústria de alta tecnologia é um fator PRIMORDIAL, porque exatamente sendo uma indústria de longa maturação, são estes granhos econômicos que viabilizam P&D, investimentos em capital fixo, etc... Assumindo que o Brasil é menos competitivo do que a China, defender um "nacionalismo industrial" seria o mesmo que defender que o empresariado nacional pode ou deve reduzir suas margens deliberadamente para manter-se produzindo e desenvolvendo no Brasil.
Podemos exemplificar casos em que empresas nacionais se viram em dificuldades quando tentaram competir diretamente contra players internacionais, muitos dos quais se utilizam extensamente da produção e desenvolvimento em países emergentes. A Gradiente é um caso típico, pois era a empresa com maior índice de nacionalização de seus produtos eletrônicos, e estava investindo fortemente no setor de Celulares. Não aguentou. Embora seja louvável que o Sr. Staub tente produzir e desenvolver tudo aqui, infelizmente isso levou sua empresa à dificuldades enormes. O caso do Gurgel também é clássico. O processo de internalização e verticalização dele desviou forças do setor comercial para o setor industrial de sua empresa. Resultado: vinte anos depois de criada sua empresa, viu todo esforço ir ralo abaixo por conta de um decreto. Sua empresa não estava preparada para enfrenter em pé de igualdade as concorrentes mais experimentadas.
E porque não usar o exemplo das Big Three de Detroit? Foram literalmente suplantadas pela incapacidade em tornarem-se competitivas em relação às asiáticas, e a timidez e lentidão em implementarem reformas internas. Mantiveram enorme capital fixo na América, onde perdiam mais e mais espaço para a concorrência, e não moveram uma palha sequer para mudar a situação. A Chrysler então é um acinte. Vendia MENOS de um milhão de veículos nos EUA, com uma estrutura industrial quase do porte de uma GM...
Resta comprovado que uma política tida por nacionalista não se sustenta por muito tempo se isso não tiver reflexos claros na capacidade destas empresas de gerarem aquilo para que foram criadas: lucro e riqueza.
Se não houver campo aberto
lá em cima, quando me for
um galpão acolhedor
de santa fé bem coberto
um pingo pastando perto
só de pensar me comovo
eu juro pelo meu povo,
nem todo o céu me segura
retorno à velha planura
pra ser gaúcho de novo
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Re: Sobre o KC-390
Não penso assim. Cada um tem um ponto de vista. Imagina se pensásemos todos iguais?!Bourne escreveu:Roberto, boa sorte na discussão sobre a "PRick economics". Eu desisti a temposRobertoRS escreveu:Vejam onde eles chegaram...
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- LeandroGCard
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Re: Sobre o KC-390
Sobre esta questão da competitividade, investimento, lucratividade, tecnologia, etc... da indústria nacional, permitam-me colocar duas questões:
1) Como é que se ajusta as condições de competitividade de um país como o Brasil, que busca trabalhar dentro das regras mais aceitas do comércio internacional, para competir com um país como a China, cuja moeda é artificialmente mantida em patamares muito inferiores ao que seria o correto caso fosse deixada flutuar segundo as regras de mercado? Se a diferença fosse pequena, de 30, 40%, ainda tudo bem, mas existem estimativas de que o yuan está desvalorizado em até 400% com relação ao que deveria. Que medidas “de mercado” podem compensar isso?
2) É de conhecimento geral que apesar de toda a concorrência das companhias instaladas na China a Coréia do Sul é um dos países que está apresentando um dos melhores desempenhos econômicos do mundo, e com uma economia baseada no setor industrial. E a moeda Coreana não está artificialmente baixa. Isto para mim era um grande mistério (como eles podiam ser tão competitivos?!?), mas algumas semanas atrás estive em um cliente em BH, uma grande estamparia que possui uma das maiores ferramentarias do país. E hoje eles não produzem mais suas ferramentas, tudo é feito na Coréia do Sul. Conversando com o engenheiro responsável pela engenharia de ferramentas, que acabou de voltar de uma estadia de 1 mês lá, ele me desvendou parte do segredo.
O governo coreano montou em diversos pontos do país uma série de galpões, onde instalou todo o maquinário e a infra-estrutura necessária para o trabalho de ferramentaria. Foram investimentos de centenas de milhões de dólares. Agora, se alguma empresa coreana quiser usinar e ajustar uma ferramenta ( a etapa mais cara do trabalho de construção do ferramental industrial para a produção de automóveis por exemplo) ela simplesmente marca uma hora, leva os fundidos até um dos galpões do governo e faz todo o trabalho com as máquinas que estão á disposição, pagando uma taxa praticamente simbólica pelo tempo de uso. O empresário coreano não precisa fazer investimentos, calcular amortizações, ficar com as máquinas paradas se não tiver serviço, etc... . O governo cuidou disso tudo para ele. O resultado é que uma quantidade enorme de ferramentas de estampagem, injeção, etc... do mundo inteiro está hoje sendo construída na Coréia do Sul. E neste momento grande parte das ferramentarias de grande porte no Brasil (e em outros lugares do mundo) está parada, sem serviço. Em qual remodelo de capitalismo se encaixa este tipo de ação do governo coreano?
Eu vejo as discussões na mídia e aqui no fórum sobre os problemas do setor industrial brasileiro, o pessoal falando sobre competitividade, lucratividade, investimentos, etc... , mas sempre dentro das mais estritas “regras de mercado” . Só que outros países no mundo estão pouco se lixando para elas, e estão se virando com métodos que sequer aceitamos imaginar aqui. Qual a solução “de mercado” para isto?
Leandro G. Card
1) Como é que se ajusta as condições de competitividade de um país como o Brasil, que busca trabalhar dentro das regras mais aceitas do comércio internacional, para competir com um país como a China, cuja moeda é artificialmente mantida em patamares muito inferiores ao que seria o correto caso fosse deixada flutuar segundo as regras de mercado? Se a diferença fosse pequena, de 30, 40%, ainda tudo bem, mas existem estimativas de que o yuan está desvalorizado em até 400% com relação ao que deveria. Que medidas “de mercado” podem compensar isso?
2) É de conhecimento geral que apesar de toda a concorrência das companhias instaladas na China a Coréia do Sul é um dos países que está apresentando um dos melhores desempenhos econômicos do mundo, e com uma economia baseada no setor industrial. E a moeda Coreana não está artificialmente baixa. Isto para mim era um grande mistério (como eles podiam ser tão competitivos?!?), mas algumas semanas atrás estive em um cliente em BH, uma grande estamparia que possui uma das maiores ferramentarias do país. E hoje eles não produzem mais suas ferramentas, tudo é feito na Coréia do Sul. Conversando com o engenheiro responsável pela engenharia de ferramentas, que acabou de voltar de uma estadia de 1 mês lá, ele me desvendou parte do segredo.
O governo coreano montou em diversos pontos do país uma série de galpões, onde instalou todo o maquinário e a infra-estrutura necessária para o trabalho de ferramentaria. Foram investimentos de centenas de milhões de dólares. Agora, se alguma empresa coreana quiser usinar e ajustar uma ferramenta ( a etapa mais cara do trabalho de construção do ferramental industrial para a produção de automóveis por exemplo) ela simplesmente marca uma hora, leva os fundidos até um dos galpões do governo e faz todo o trabalho com as máquinas que estão á disposição, pagando uma taxa praticamente simbólica pelo tempo de uso. O empresário coreano não precisa fazer investimentos, calcular amortizações, ficar com as máquinas paradas se não tiver serviço, etc... . O governo cuidou disso tudo para ele. O resultado é que uma quantidade enorme de ferramentas de estampagem, injeção, etc... do mundo inteiro está hoje sendo construída na Coréia do Sul. E neste momento grande parte das ferramentarias de grande porte no Brasil (e em outros lugares do mundo) está parada, sem serviço. Em qual remodelo de capitalismo se encaixa este tipo de ação do governo coreano?
Eu vejo as discussões na mídia e aqui no fórum sobre os problemas do setor industrial brasileiro, o pessoal falando sobre competitividade, lucratividade, investimentos, etc... , mas sempre dentro das mais estritas “regras de mercado” . Só que outros países no mundo estão pouco se lixando para elas, e estão se virando com métodos que sequer aceitamos imaginar aqui. Qual a solução “de mercado” para isto?
Leandro G. Card
- Izaias Maia
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Re: Sobre o KC-390
Brasil mira mercado de reabastecimento
O Brasil se prepara para entrar no disputado mercado de aviões de reabastecimento e transporte com o KC-390, projeto da Embraer bancado pela FAB que já angariou promessas de parceria e compras de seis países.
A FAB comprará 28 unidades, que devem ser entregues após 2014 -custo de R$ 3 bi.
O avião, contudo, é de uma classe diferente da dos grandes aviões-tanque A330-MRTT e 767. É menor, assemelhando-se aos atuais KC-130 o Brasil opera dois desses antigos Hércules capazes de reabastecer caças, helicópteros e outras aeronaves.
Essa é uma tendência no mercado, que busca substitutos para os mais de 2.500 Hércules em operação em todo o mundo em dez países, voam também as versões de reabastecimento. O KC-390 mira esse nicho, e já tem mais de 50 encomendas.
Já entre os pesos-pesados, a grande competição em curso é a KC-X, que começou em 2007. A Airbus associou-se à Northrop americana e ganhou da Boeing com o A330. O contrato era de US$ 35 bilhões para 179 aviões.
A Boeing protestou e, contando com o apoio de políticos descontentes com a vitória europeia, conseguiu a anulação do processo, que foi reaberto em 2009. Está em curso, com a Airbus agora sozinha e a Boeing. Um consórcio azarão da US Aerospace e a ucraniana Antonov ainda tenta entrar na disputa.
ACIDENTE
O acidente mais conhecido com a versão comercial do A330 foi o do voo da Air France entre Rio e Paris, que matou 228 pessoas em 2009. (IG)
http://www.fab.mil.br/portal/capa/index ... a_notimpol
O Brasil se prepara para entrar no disputado mercado de aviões de reabastecimento e transporte com o KC-390, projeto da Embraer bancado pela FAB que já angariou promessas de parceria e compras de seis países.
A FAB comprará 28 unidades, que devem ser entregues após 2014 -custo de R$ 3 bi.
O avião, contudo, é de uma classe diferente da dos grandes aviões-tanque A330-MRTT e 767. É menor, assemelhando-se aos atuais KC-130 o Brasil opera dois desses antigos Hércules capazes de reabastecer caças, helicópteros e outras aeronaves.
Essa é uma tendência no mercado, que busca substitutos para os mais de 2.500 Hércules em operação em todo o mundo em dez países, voam também as versões de reabastecimento. O KC-390 mira esse nicho, e já tem mais de 50 encomendas.
Já entre os pesos-pesados, a grande competição em curso é a KC-X, que começou em 2007. A Airbus associou-se à Northrop americana e ganhou da Boeing com o A330. O contrato era de US$ 35 bilhões para 179 aviões.
A Boeing protestou e, contando com o apoio de políticos descontentes com a vitória europeia, conseguiu a anulação do processo, que foi reaberto em 2009. Está em curso, com a Airbus agora sozinha e a Boeing. Um consórcio azarão da US Aerospace e a ucraniana Antonov ainda tenta entrar na disputa.
ACIDENTE
O acidente mais conhecido com a versão comercial do A330 foi o do voo da Air France entre Rio e Paris, que matou 228 pessoas em 2009. (IG)
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A morte do homem começa no instante em que ele desiste de aprender. (Albino Teixeira)
- tflash
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Re: Sobre o KC-390
Alguém sabe qual é o aparelho? Acho que é mais um rumor para consumo interno mas posso estar enganado.e a ucraniana Antonov ainda tenta entrar na disputa.
Kids - there is no Santa. Those gifts were from your parents. Happy New Year from Wikileaks
- Glauber Prestes
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Re: Sobre o KC-390
An-112.
http://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/
Cuidado com os sintomas.
Você é responsável pelo ambiente e a qualidade do fórum que participa. Faça sua parte.
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Re: Sobre o KC-390
Que nada mais é, do que um Antonov 70 com duas turbinas...glauberprestes escreveu:An-112.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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- Penguin
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Re: Sobre o KC-390
Somado a isso, há uma outra condição sine qua non preenchida pelos Sul Coreanos:LeandroGCard escreveu:Sobre esta questão da competitividade, investimento, lucratividade, tecnologia, etc... da indústria nacional, permitam-me colocar duas questões:
1) Como é que se ajusta as condições de competitividade de um país como o Brasil, que busca trabalhar dentro das regras mais aceitas do comércio internacional, para competir com um país como a China, cuja moeda é artificialmente mantida em patamares muito inferiores ao que seria o correto caso fosse deixada flutuar segundo as regras de mercado? Se a diferença fosse pequena, de 30, 40%, ainda tudo bem, mas existem estimativas de que o yuan está desvalorizado em até 400% com relação ao que deveria. Que medidas “de mercado” podem compensar isso?
2) É de conhecimento geral que apesar de toda a concorrência das companhias instaladas na China a Coréia do Sul é um dos países que está apresentando um dos melhores desempenhos econômicos do mundo, e com uma economia baseada no setor industrial. E a moeda Coreana não está artificialmente baixa. Isto para mim era um grande mistério (como eles podiam ser tão competitivos?!?), mas algumas semanas atrás estive em um cliente em BH, uma grande estamparia que possui uma das maiores ferramentarias do país. E hoje eles não produzem mais suas ferramentas, tudo é feito na Coréia do Sul. Conversando com o engenheiro responsável pela engenharia de ferramentas, que acabou de voltar de uma estadia de 1 mês lá, ele me desvendou parte do segredo.
O governo coreano montou em diversos pontos do país uma série de galpões, onde instalou todo o maquinário e a infra-estrutura necessária para o trabalho de ferramentaria. Foram investimentos de centenas de milhões de dólares. Agora, se alguma empresa coreana quiser usinar e ajustar uma ferramenta ( a etapa mais cara do trabalho de construção do ferramental industrial para a produção de automóveis por exemplo) ela simplesmente marca uma hora, leva os fundidos até um dos galpões do governo e faz todo o trabalho com as máquinas que estão á disposição, pagando uma taxa praticamente simbólica pelo tempo de uso. O empresário coreano não precisa fazer investimentos, calcular amortizações, ficar com as máquinas paradas se não tiver serviço, etc... . O governo cuidou disso tudo para ele. O resultado é que uma quantidade enorme de ferramentas de estampagem, injeção, etc... do mundo inteiro está hoje sendo construída na Coréia do Sul. E neste momento grande parte das ferramentarias de grande porte no Brasil (e em outros lugares do mundo) está parada, sem serviço. Em qual remodelo de capitalismo se encaixa este tipo de ação do governo coreano?
Eu vejo as discussões na mídia e aqui no fórum sobre os problemas do setor industrial brasileiro, o pessoal falando sobre competitividade, lucratividade, investimentos, etc... , mas sempre dentro das mais estritas “regras de mercado” . Só que outros países no mundo estão pouco se lixando para elas, e estão se virando com métodos que sequer aceitamos imaginar aqui. Qual a solução “de mercado” para isto?
Leandro G. Card
Global science
Climbing Mount Publishable
The old scientific powers are starting to lose their grip
Nov 11th 2010 | from PRINT EDITION
http://www.economist.com/node/17460678/print
TWENTY years ago North America, Europe and Japan produced almost all of the world’s science. They were the aristocrats of technical knowledge, presiding over a centuries-old regime. They spent the most, published the most and patented the most. And what they produced fed back into their industrial, military and medical complexes to push forward innovation, productivity, power, health and prosperity.
All good things, though, come to an end, and the reign of these scientific aristos is starting to look shaky. In 1990 they carried out more than 95% of the world’s research and development (R&D). By 2007 that figure was 76%.
Such, at least, is the conclusion of the latest report* from the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organisation, UNESCO. The picture the report paints is of a waning West and a rising East and South, mirroring the economic shifts going on in the wider world. The sans culottes of science are on the march.
GERD is good
Comparisons of the scientific prowess of countries frequently begin with spending. One measure of this is GERD, gross domestic expenditure on R&D. Globally, GERD amounted to $1.15 trillion in 2007 (the last year the UNESCO report measures). That was up 45% compared with 2002. Moreover, in those five years Asia’s share of the total rose from 27% to 32%.
When comparing economies of different sizes, the share of national wealth spent on R&D is also useful—particularly as scientific excellence tends to concentrate itself in small areas of the world, allowing researchers in tiny countries like Singapore to challenge those of larger ones, such as America. In 2007 Japan spent 3.4% of its GDP on R&D, America 2.7%, the European Union (EU) collectively 1.8% and China 1.4% (see chart 1). Many countries seeking to improve their global scientific standing want to increase these figures. China plans to push on to 2.5% and Barack Obama would like to nudge America up to 3%.
The number of researchers has also grown everywhere. China is on the verge of overtaking both America and the EU in the quantity of its scientists. Each had roughly 1.5m researchers out of a global total of 7.2m in 2007. Nevertheless, the number of scientists per million people remains relatively low in China. And India, second only to China in the size of its population, has only a tenth as many researchers. This is a surprising anomaly for a country that has become the world’s leading exporter of information-technology services and ranks third after America and Japan in terms of the volume of pharmaceuticals it produces.
Having lots of boffins does not matter, though, if they are not productive. One indicator of prowess is how much a country’s researchers publish. As an individual country, America still leads the world by some distance. Yet America’s share of world publications, at 28% in 2007, is slipping. In 2002 it was 31%. The EU’s collective share also fell, from 40% to 37%, whereas China’s has more than doubled to 10% and Brazil’s grew by 60%, from 1.7% of the world’s output to 2.7% (see chart 2).
The size of Asia’s population leads UNESCO to conclude that it will become the “dominant scientific continent in the coming years”. But citation of English-language articles in Chinese journals by other publications remains low. This could be because Chinese science is poor or because researchers in America, Europe and Japan have an historical bias towards citing each other. The average American paper was cited 14.3 times between 1998 and 2008, whereas the average Chinese paper was cited only 4.6 times, about the same as papers published in India and less than those published in South Korea.
For science’s aristos, then, much of this suggests the tumbrels await. But the story does not end there. What also counts is the extent to which countries are successful in using the knowledge they generate.
One way of looking at that is to count how many patents a country produces. This can be tricky. A recent report from Thomson Reuters, an information firm that is also the source of much of UNESCO’s data on scientific publications, suggests that between 2003 and 2009 Chinese patent filings grew by 26%—far faster than anywhere else. By this measure China will become the world’s largest registrar of patents in 2011. There is a snag, though. Bureaucrats in Chinese patent offices are paid more if they approve more. As a result there is a mountain of Chinese patents of dubious quality.
UNESCO’s latest attempt to look at patents has therefore focused on the offices of America, Europe and Japan, as these are deemed of “high quality”. In these patent offices, America dominated, with 41.8% of the world’s patents in 2006, a share that had fallen only slightly over the previous our years. Japan had 27.9%, the EU 26.4%, South Korea 2.2% and China 0.5%.
The prospects for R&D investment by business look bright in many of the emerging scientific nations, however. Between 2002 and 2007 business investment as a proportion of GDP has risen rapidly in China, India, Singapore and South Korea (although India’s increase was from a low base). But at least one aristo is fighting back, for investment has risen rapidly in Japan.
Although much of this might seem cause for the old regime to fret, there is one other pattern worth noting: that of growing international collaboration. Thanks to cheap travel and the rise of the internet, scientists find it easier than ever to work together. According to Sir Chris Llewellyn-Smith, the chairman of the advisory group for another report on global science (to be published early next year by the Royal Society, the world’s oldest scientific academy), more than 35% of articles in leading journals are now the product of international collaboration. That is up from 25% 15 years ago—something the old regime and the new alike can celebrate.
* “UNESCO Science Report 2010. The Current Status of Science Around the World”. UNESCO Publishing.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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- soultrain
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Re: Sobre o KC-390
Não chegaram a tempo de entregar a proposta, falharam por poucos minutos...WalterGaudério escreveu:Que nada mais é, do que um Antonov 70 com duas turbinas...glauberprestes escreveu:An-112.
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
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Re: Sobre o KC-390
Será o futuro transportador chinês:soultrain escreveu:Não chegaram a tempo de entregar a proposta, falharam por poucos minutos...WalterGaudério escreveu: Que nada mais é, do que um Antonov 70 com duas turbinas...
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
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Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
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- Penguin
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Re: Sobre o KC-390
Penguin escreveu:Somado a isso, há uma outra condição sine qua non preenchida pelos Sul Coreanos:LeandroGCard escreveu:Sobre esta questão da competitividade, investimento, lucratividade, tecnologia, etc... da indústria nacional, permitam-me colocar duas questões:
1) Como é que se ajusta as condições de competitividade de um país como o Brasil, que busca trabalhar dentro das regras mais aceitas do comércio internacional, para competir com um país como a China, cuja moeda é artificialmente mantida em patamares muito inferiores ao que seria o correto caso fosse deixada flutuar segundo as regras de mercado? Se a diferença fosse pequena, de 30, 40%, ainda tudo bem, mas existem estimativas de que o yuan está desvalorizado em até 400% com relação ao que deveria. Que medidas “de mercado” podem compensar isso?
2) É de conhecimento geral que apesar de toda a concorrência das companhias instaladas na China a Coréia do Sul é um dos países que está apresentando um dos melhores desempenhos econômicos do mundo, e com uma economia baseada no setor industrial. E a moeda Coreana não está artificialmente baixa. Isto para mim era um grande mistério (como eles podiam ser tão competitivos?!?), mas algumas semanas atrás estive em um cliente em BH, uma grande estamparia que possui uma das maiores ferramentarias do país. E hoje eles não produzem mais suas ferramentas, tudo é feito na Coréia do Sul. Conversando com o engenheiro responsável pela engenharia de ferramentas, que acabou de voltar de uma estadia de 1 mês lá, ele me desvendou parte do segredo.
O governo coreano montou em diversos pontos do país uma série de galpões, onde instalou todo o maquinário e a infra-estrutura necessária para o trabalho de ferramentaria. Foram investimentos de centenas de milhões de dólares. Agora, se alguma empresa coreana quiser usinar e ajustar uma ferramenta ( a etapa mais cara do trabalho de construção do ferramental industrial para a produção de automóveis por exemplo) ela simplesmente marca uma hora, leva os fundidos até um dos galpões do governo e faz todo o trabalho com as máquinas que estão á disposição, pagando uma taxa praticamente simbólica pelo tempo de uso. O empresário coreano não precisa fazer investimentos, calcular amortizações, ficar com as máquinas paradas se não tiver serviço, etc... . O governo cuidou disso tudo para ele. O resultado é que uma quantidade enorme de ferramentas de estampagem, injeção, etc... do mundo inteiro está hoje sendo construída na Coréia do Sul. E neste momento grande parte das ferramentarias de grande porte no Brasil (e em outros lugares do mundo) está parada, sem serviço. Em qual remodelo de capitalismo se encaixa este tipo de ação do governo coreano?
Eu vejo as discussões na mídia e aqui no fórum sobre os problemas do setor industrial brasileiro, o pessoal falando sobre competitividade, lucratividade, investimentos, etc... , mas sempre dentro das mais estritas “regras de mercado” . Só que outros países no mundo estão pouco se lixando para elas, e estão se virando com métodos que sequer aceitamos imaginar aqui. Qual a solução “de mercado” para isto?
Leandro G. Card
Global science
Climbing Mount Publishable
The old scientific powers are starting to lose their grip
Nov 11th 2010 | from PRINT EDITION
http://www.economist.com/node/17460678/print
TWENTY years ago North America, Europe and Japan produced almost all of the world’s science. They were the aristocrats of technical knowledge, presiding over a centuries-old regime. They spent the most, published the most and patented the most. And what they produced fed back into their industrial, military and medical complexes to push forward innovation, productivity, power, health and prosperity.
All good things, though, come to an end, and the reign of these scientific aristos is starting to look shaky. In 1990 they carried out more than 95% of the world’s research and development (R&D). By 2007 that figure was 76%.
Such, at least, is the conclusion of the latest report* from the United Nations Educational, Scientific and Cultural Organisation, UNESCO. The picture the report paints is of a waning West and a rising East and South, mirroring the economic shifts going on in the wider world. The sans culottes of science are on the march.
GERD is good
Comparisons of the scientific prowess of countries frequently begin with spending. One measure of this is GERD, gross domestic expenditure on R&D. Globally, GERD amounted to $1.15 trillion in 2007 (the last year the UNESCO report measures). That was up 45% compared with 2002. Moreover, in those five years Asia’s share of the total rose from 27% to 32%.
When comparing economies of different sizes, the share of national wealth spent on R&D is also useful—particularly as scientific excellence tends to concentrate itself in small areas of the world, allowing researchers in tiny countries like Singapore to challenge those of larger ones, such as America. In 2007 Japan spent 3.4% of its GDP on R&D, America 2.7%, the European Union (EU) collectively 1.8% and China 1.4% (see chart 1). Many countries seeking to improve their global scientific standing want to increase these figures. China plans to push on to 2.5% and Barack Obama would like to nudge America up to 3%.
The number of researchers has also grown everywhere. China is on the verge of overtaking both America and the EU in the quantity of its scientists. Each had roughly 1.5m researchers out of a global total of 7.2m in 2007. Nevertheless, the number of scientists per million people remains relatively low in China. And India, second only to China in the size of its population, has only a tenth as many researchers. This is a surprising anomaly for a country that has become the world’s leading exporter of information-technology services and ranks third after America and Japan in terms of the volume of pharmaceuticals it produces.
Having lots of boffins does not matter, though, if they are not productive. One indicator of prowess is how much a country’s researchers publish. As an individual country, America still leads the world by some distance. Yet America’s share of world publications, at 28% in 2007, is slipping. In 2002 it was 31%. The EU’s collective share also fell, from 40% to 37%, whereas China’s has more than doubled to 10% and Brazil’s grew by 60%, from 1.7% of the world’s output to 2.7% (see chart 2).
The size of Asia’s population leads UNESCO to conclude that it will become the “dominant scientific continent in the coming years”. But citation of English-language articles in Chinese journals by other publications remains low. This could be because Chinese science is poor or because researchers in America, Europe and Japan have an historical bias towards citing each other. The average American paper was cited 14.3 times between 1998 and 2008, whereas the average Chinese paper was cited only 4.6 times, about the same as papers published in India and less than those published in South Korea.
For science’s aristos, then, much of this suggests the tumbrels await. But the story does not end there. What also counts is the extent to which countries are successful in using the knowledge they generate.
One way of looking at that is to count how many patents a country produces. This can be tricky. A recent report from Thomson Reuters, an information firm that is also the source of much of UNESCO’s data on scientific publications, suggests that between 2003 and 2009 Chinese patent filings grew by 26%—far faster than anywhere else. By this measure China will become the world’s largest registrar of patents in 2011. There is a snag, though. Bureaucrats in Chinese patent offices are paid more if they approve more. As a result there is a mountain of Chinese patents of dubious quality.
UNESCO’s latest attempt to look at patents has therefore focused on the offices of America, Europe and Japan, as these are deemed of “high quality”. In these patent offices, America dominated, with 41.8% of the world’s patents in 2006, a share that had fallen only slightly over the previous our years. Japan had 27.9%, the EU 26.4%, South Korea 2.2% and China 0.5%.
The prospects for R&D investment by business look bright in many of the emerging scientific nations, however. Between 2002 and 2007 business investment as a proportion of GDP has risen rapidly in China, India, Singapore and South Korea (although India’s increase was from a low base). But at least one aristo is fighting back, for investment has risen rapidly in Japan.
Although much of this might seem cause for the old regime to fret, there is one other pattern worth noting: that of growing international collaboration. Thanks to cheap travel and the rise of the internet, scientists find it easier than ever to work together. According to Sir Chris Llewellyn-Smith, the chairman of the advisory group for another report on global science (to be published early next year by the Royal Society, the world’s oldest scientific academy), more than 35% of articles in leading journals are now the product of international collaboration. That is up from 25% 15 years ago—something the old regime and the new alike can celebrate.
* “UNESCO Science Report 2010. The Current Status of Science Around the World”. UNESCO Publishing.
http://www.alide.com.br/wforum/viewtopi ... 29&start=0a infraestrutura de financiamento da defesa: instituições e recursos financeiros dedicados ao
financiamento de pesquisa científica e tecnológica e ao desenvolvimento de produtos com aplicação em
defesa e ao financiamento de vendas externas de produtos de defesa, "uma função vital para a saúde de
todo o sistema, que possui características tão específicas".
Sem financiamento governamental, diz Eduardo Brick, não há P&D para sustentar a inovação de
produtos de defesa. Sem inovação, "o sistema de defesa, rapidamente, fica obsoleto e incapaz de
enfrentar as novas ameaças que não cessam de evoluir".
A realidade, porém, é que o Brasil dedica pouquíssimos recursos para pesquisa de interesse
para defesa. Em 2006, o Brasil investiu apenas 0,6% dos recursos de pesquisa e desenvolvimento na
área de defesa. Em 2003, ano em que o Brasil investiu apenas 1,2%, os EUA investiram 56%, a Espanha
24%, a França 23% e a Coreia 13%.
O pouco investimento que existiu resultou em significativos avanços para aplicações civis, lembra
Eduardo Brick, que cita o exemplo da Embraer com o projeto do AMX, que permitiu o desenvolvimento
dos jatos regionais EMB 135, 145 e 190 que hoje dominam grande parte do mercado internacional,
gerando postos de trabalho de alta qualidade no Brasil e receitas de exportação.
Também o investimento da Marinha no ciclo de combustível nuclear garantiu o fornecimento
desse combustível para nossas usinas nucleares. "Os benefícios, estratégicos, financeiros e sociais
desses sucessos foram, sem sombra de dúvida, muitas ordens de grandeza superiores aos
investimentos feitos", comenta Brick.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla