A Revolta da Chibata
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Re: A Revolta da Chibata
Pobre povo brasileiro.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: A Revolta da Chibata
Se tivesse sido um "combatente da liberdade" e tivesse pegado em armas para instaurar o comunismo no Brasil a família de João Cândido já teria recebido uma indenização milionária além de uma polpuda pensão vitalícia.Revolta da Chibata: filho de João Cândido fala sobre centenário
De frente para as águas da Baía de Guanabara, de costas para o antigo entreposto de pesca que lhe garantiu o sustento até o fim da vida, após a Revolta da Chibata, João Cândido Felisberto, desde 2008, não tem mais apenas as pedras pisadas do cais como monumento — como registra a letra de “Mestre sala dos mares”, de João Bosco e Aldir Blanc. A homenagem ao “Almirante Negro” está ali na Praça Quinze para lembrar, no centenário do levante, que a luta por melhores condições de trabalho e pelo fim dos castigos físicos na Marinha não foi em vão.
— Meu pai passou dois anos na Inglaterra, esperando a frota se modernizar, e conviveu com os sindicatos. Viu que a marujada de lá não apanhava. Na volta, uma semana depois da posse do (presidente) Marechal Hermes, um marinheiro levou 250 chibatadas. Ele e os companheiros deram um basta e assumiram a frota, dando um ultimato ao governo — conta Adalberto do Nascimento Cândido, o Candinho, de 71 anos, caçula do líder, detalhando a origem da revolta naquele longínquo 22 de novembro de 1910.
Anistia esquecida
O objetivo do levante foi atingido, mas a anistia esquecida pela Marinha, que prendeu e perseguiu João Cândido, levado até para o Hospital Nacional de Alienados — de onde recebeu alta graças a um laudo do psiquiatra Juliano Moreira, atestando que o marinheiro não tinha sinais de perturbação.
— Em 1912, ele foi absolvido, mas excluído da Marinha de Guerra. Tentou trabalho na Mercante, mas, quando descobriam quem ele era, tinha que desembarcar.
Patente foi devolvida em 2008
Considerado desertor pela Marinha, João Cândido só recebeu a anistia da União, que devolveu a ele e aos demais envolvidos na revolta a patente, 39 anos após sua morte, em 2008, quando o presidente Lula assinou a Lei 11.756. A indenização esperada pela família, no entanto, não foi concedida.
— A Marinha disse ao presidente que o Tesouro não tinha condições de pagar indenização póstuma a 2.300 marinheiros — explica o historiador Marco Morel.
Marco é neto do jornalista Edmar Morel, autor do livro que deu ao “Almirante Negro” o real valor histórico.
— Foi ele quem criou o nome Revolta da Chibata. Antes, referiam-se ao episódio como Revolta dos Marujos ou Revolução da Armada — diz Marco.
Candinho só descobriu a dimensão do feito do pai, gaúcho de Encruzilhada do Sul, pela obra, em 1959:
— Ele era reservado e nunca se queixou. Era homem de assumir as palavras.
Procurada no Rio e em Brasília, a Marinha não se manifestou sobre o assunto.
Pílulas de história:
1. O nome do líder negro continuará a navegar, uma de suas paixões. Na sexta-feira, a Petrobras lançou ao mar o primeiro navio do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro, batizado de João Cândido, no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca (PE).
2. A perseguição ao líder da revolta o acompanhou até a morte. No dia do seu enterro, havia um carro de polícia em frente ao cemitério do Caju. João Cândido recebia uma pensão especial do governo de Porto Alegre, mas o benefício, não extensivo à viúva Ana do Nascimento, foi cortado.
Fonte: http://extra.globo.com/geral/casosdecid ... 289902.asp
- Marino
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Re: A Revolta da Chibata
Este tema é uma vergonha nacional.
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''Almirante negro'' vai ser tema de museu no Rio
São João de Meriti pretende homenagear marinheiro que liderou a Revolta da Chibata e morou na
cidade até morrer, aos 89 anos
Felipe Werneck - O Estado de S.Paulo
O prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos (PR), admite que não sabia quem foi o
marinheiro João Cândido Felisberto (1880-1969) até assumir o seu primeiro mandato de vereador na
cidade, há dez anos. Só descobriu a história do negro que liderou a Revolta da Chibata (1910) porque
existe uma medalha com o nome dele na Câmara local. Agora, o prefeito, aos 40 anos, pretende
construir no alto do Morro do Embaixador, área pobre de Meriti, um museu em homenagem ao
marinheiro, conhecido como "almirante negro". Gaúcho, ele morou na cidade até morrer, aos 89 anos.
Se sair do papel, o Museu Marinheiro João Cândido será o primeiro do município de 450 mil
moradores. O investimento previsto é de R$ 5 milhões. Matos afirma que já conseguiu R$ 2 milhões do
governo federal e que pelo menos mais R$ 2 milhões estão prometidos para o início de 2011. O projeto
engloba urbanização, iluminação, drenagem e saneamento da área. As ruas do morro são de barro e não
há tratamento de esgoto.
A ideia é reformar uma casa no topo do morro, construída no fim do século 19, e usá-la como
bilheteria e biblioteca do futuro museu, projetado em forma de navio. Atualmente, dez pessoas moram no
local. "João Cândido é um herói municipal. Se bobear, a população não sabe quem foi. Eu mesmo
estudei em colégio municipal e só fui saber quando me tornei vereador", diz.
O museu vai abordar a revolta e a história do marinheiro, além de abrigar exposições temporárias
e ter espaço para apresentações musicais e de teatro. Segundo o projeto, haverá um prédio principal, de
400 metros quadrados, e outro menor, de 200 metros quadrados, além da casa.
O acervo, diz Matos, será doado pela família de João Cândido, entidades como a Fundação
Cultural Palmares e a Marinha, com apoio do Instituto Brasileiro de Museus. Segundo ele, a "pedra
fundamental" será lançada dia 27, 100 anos após a Revolta da Chibata, com a presença do ministro da
Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Elói Ferreira. A pasta é uma das parceiras do
projeto. O início das obras, porém, está previsto para abril de 2011, com prazo de um ano para sua
conclusão. E o preço do ingresso? "A ideia é que, a princípio, o museu seja gratuito", diz o prefeito. O
objetivo é levar estudantes para conhecer a história da revolta.
O Morro do Embaixador tem esse nome porque a casa no topo que hoje é motivo de disputa
abrigou um embaixador de Portugal no século passado. Ao lado, fica o Morro do Guarani, dominado por
uma facção criminosa que usa o local como rota de fuga. Para o prefeito, o projeto vai levar qualidade de
vida ao bairro.
Despejo. As dez pessoas que vivem na casa que deve abrigar o museu não aprovam a ideia da
prefeitura. "O dono disso aqui deixou para o meu avô há 40 anos. Já veio um pessoal da prefeitura, mas
não tem nada de concreto até agora. Querem tirar a gente do nada, não dá. Tá todo mundo com medo
de ficar sem casa", diz José Célio de Oliveira, um dos moradores. Para ele, um museu é "a última coisa
que o morro precisa". "Não tem nada a ver. Deviam asfaltar, botar um campo, uma pracinha. Quem vai
subir morro para ver museu?"
O prefeito afirma que a família está "morando de favor". "O terreno não é deles, está penhorado
por causa de uma dívida federal. Nós vamos fazer o depósito da penhora judicial. Com isso, o imóvel
passa para a prefeitura, e eles terão prioridade em um condomínio do Minha Casa, Minha Vida que fica a
3 km." Matos afirma que os atuais moradores não serão retirados do local até que haja uma solução
definitiva de moradia para eles. "Vamos liberar dois apartamentos. Para eles, vai ser muito melhor."
QUEM FOI
JOÃO CÂNDIDO
MARINHEIRO E LÍDER DA REVOLTA DA CHIBATA
Em 16 de novembro de 1910, um companheiro de João Cândido Felisberto (1880-1969) foi
condenado a receber 250 chibatadas por ferir um cabo no navio Minas Gerais. João Cândido conduziu
2,3 mil marinheiros, sargentos e cabos e tomou embarcações, fez oficiais reféns e provocou a morte de
seis militares. Depois de seis dias de motim, o governo aceitou o fim das punições físicas. Mas os
revoltosos foram fuzilados e presos; João Cândido ficou detido por quase dois anos. Depois, trabalhou
como carregador de peixes.
Acervo sobre João Cândido está disperso, diz especialista
O acervo sobre João Cândido é vasto, mas está disperso, aponta o jornalista Fernando Granato,
autor de um livro sobre o marinheiro. Há fotografias na Biblioteca Nacional, documentos no Museu da
Marinha e até bordados com motivos náuticos feitos pelo "almirante negro" quando esteve preso na Ilha
das Cobras.
Entre os documentos pesquisados no Museu da Marinha, Granato destaca a ficha do marinheiro
no Hospital dos Alienados, onde João Cândido foi internado em abril de 1911, seis meses depois da
revolta, "sofrendo de astenia cerebral, com melancolia e episódios delirantes".
"É importantíssimo um museu como esse para preservar a memória de João Cândido. Eu o
considero o primeiro herói do século 20", diz Granato. "Infelizmente, as coisas com ele vêm muito lentas.
A anistia, por exemplo, só foi concedida em 2008."
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''Almirante negro'' vai ser tema de museu no Rio
São João de Meriti pretende homenagear marinheiro que liderou a Revolta da Chibata e morou na
cidade até morrer, aos 89 anos
Felipe Werneck - O Estado de S.Paulo
O prefeito de São João de Meriti, Sandro Matos (PR), admite que não sabia quem foi o
marinheiro João Cândido Felisberto (1880-1969) até assumir o seu primeiro mandato de vereador na
cidade, há dez anos. Só descobriu a história do negro que liderou a Revolta da Chibata (1910) porque
existe uma medalha com o nome dele na Câmara local. Agora, o prefeito, aos 40 anos, pretende
construir no alto do Morro do Embaixador, área pobre de Meriti, um museu em homenagem ao
marinheiro, conhecido como "almirante negro". Gaúcho, ele morou na cidade até morrer, aos 89 anos.
Se sair do papel, o Museu Marinheiro João Cândido será o primeiro do município de 450 mil
moradores. O investimento previsto é de R$ 5 milhões. Matos afirma que já conseguiu R$ 2 milhões do
governo federal e que pelo menos mais R$ 2 milhões estão prometidos para o início de 2011. O projeto
engloba urbanização, iluminação, drenagem e saneamento da área. As ruas do morro são de barro e não
há tratamento de esgoto.
A ideia é reformar uma casa no topo do morro, construída no fim do século 19, e usá-la como
bilheteria e biblioteca do futuro museu, projetado em forma de navio. Atualmente, dez pessoas moram no
local. "João Cândido é um herói municipal. Se bobear, a população não sabe quem foi. Eu mesmo
estudei em colégio municipal e só fui saber quando me tornei vereador", diz.
O museu vai abordar a revolta e a história do marinheiro, além de abrigar exposições temporárias
e ter espaço para apresentações musicais e de teatro. Segundo o projeto, haverá um prédio principal, de
400 metros quadrados, e outro menor, de 200 metros quadrados, além da casa.
O acervo, diz Matos, será doado pela família de João Cândido, entidades como a Fundação
Cultural Palmares e a Marinha, com apoio do Instituto Brasileiro de Museus. Segundo ele, a "pedra
fundamental" será lançada dia 27, 100 anos após a Revolta da Chibata, com a presença do ministro da
Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Elói Ferreira. A pasta é uma das parceiras do
projeto. O início das obras, porém, está previsto para abril de 2011, com prazo de um ano para sua
conclusão. E o preço do ingresso? "A ideia é que, a princípio, o museu seja gratuito", diz o prefeito. O
objetivo é levar estudantes para conhecer a história da revolta.
O Morro do Embaixador tem esse nome porque a casa no topo que hoje é motivo de disputa
abrigou um embaixador de Portugal no século passado. Ao lado, fica o Morro do Guarani, dominado por
uma facção criminosa que usa o local como rota de fuga. Para o prefeito, o projeto vai levar qualidade de
vida ao bairro.
Despejo. As dez pessoas que vivem na casa que deve abrigar o museu não aprovam a ideia da
prefeitura. "O dono disso aqui deixou para o meu avô há 40 anos. Já veio um pessoal da prefeitura, mas
não tem nada de concreto até agora. Querem tirar a gente do nada, não dá. Tá todo mundo com medo
de ficar sem casa", diz José Célio de Oliveira, um dos moradores. Para ele, um museu é "a última coisa
que o morro precisa". "Não tem nada a ver. Deviam asfaltar, botar um campo, uma pracinha. Quem vai
subir morro para ver museu?"
O prefeito afirma que a família está "morando de favor". "O terreno não é deles, está penhorado
por causa de uma dívida federal. Nós vamos fazer o depósito da penhora judicial. Com isso, o imóvel
passa para a prefeitura, e eles terão prioridade em um condomínio do Minha Casa, Minha Vida que fica a
3 km." Matos afirma que os atuais moradores não serão retirados do local até que haja uma solução
definitiva de moradia para eles. "Vamos liberar dois apartamentos. Para eles, vai ser muito melhor."
QUEM FOI
JOÃO CÂNDIDO
MARINHEIRO E LÍDER DA REVOLTA DA CHIBATA
Em 16 de novembro de 1910, um companheiro de João Cândido Felisberto (1880-1969) foi
condenado a receber 250 chibatadas por ferir um cabo no navio Minas Gerais. João Cândido conduziu
2,3 mil marinheiros, sargentos e cabos e tomou embarcações, fez oficiais reféns e provocou a morte de
seis militares. Depois de seis dias de motim, o governo aceitou o fim das punições físicas. Mas os
revoltosos foram fuzilados e presos; João Cândido ficou detido por quase dois anos. Depois, trabalhou
como carregador de peixes.
Acervo sobre João Cândido está disperso, diz especialista
O acervo sobre João Cândido é vasto, mas está disperso, aponta o jornalista Fernando Granato,
autor de um livro sobre o marinheiro. Há fotografias na Biblioteca Nacional, documentos no Museu da
Marinha e até bordados com motivos náuticos feitos pelo "almirante negro" quando esteve preso na Ilha
das Cobras.
Entre os documentos pesquisados no Museu da Marinha, Granato destaca a ficha do marinheiro
no Hospital dos Alienados, onde João Cândido foi internado em abril de 1911, seis meses depois da
revolta, "sofrendo de astenia cerebral, com melancolia e episódios delirantes".
"É importantíssimo um museu como esse para preservar a memória de João Cândido. Eu o
considero o primeiro herói do século 20", diz Granato. "Infelizmente, as coisas com ele vêm muito lentas.
A anistia, por exemplo, só foi concedida em 2008."
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- rodrigo
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Re: A Revolta da Chibata
São João de Meriti pretende homenagear marinheiro que liderou a Revolta da Chibata e morou na
cidade até morrer, aos 89 anos
Cada um tem o demagogo que merece.O investimento previsto é de R$ 5 milhões. Matos afirma que já conseguiu R$ 2 milhões do
governo federal e que pelo menos mais R$ 2 milhões estão prometidos para o início de 2011. O projeto
engloba urbanização, iluminação, drenagem e saneamento da área. As ruas do morro são de barro e não
há tratamento de esgoto.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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Re: A Revolta da Chibata
Isso não é nada, estou esperando para ver eles criarem o Museo Del Gran Mariscal, onde hoje é o Palácio do Catete. Lá será a nossa MECA, onde todos deveremos ir ao menos uma vez na vida para nos penitenciarmos pelo grande mal que nossos cruéis antepassados fizeram ao 'pobre pueblo paraguaio'...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: A Revolta da Chibata
(quem quiser ver "sua santidade", Inácio da Silva, basta ir à Pça XV. Não deixa de ser curioso assistir ao Comandante Supremo das Forças Armadas Brasileiras, participando da celebração do centenário de um motim militar, no qual subordinados assassinaram superiores. A mais total e completa violação do mais básico fundamento de uma organização militar: a disciplina baseada na hierarquia. Só fico imaginando, quando é que vão comemorar, também, a Revolta dos Sargentos de 1963 e a Revolta dos Marinheiros de 1964.)
Prefeitura termina a recuperação do monumento a João Cândido em comemoração ao centenário da Revolta da Chibata.
O GLOBO, 19.11.10.
RIO - A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos terminou nesta quinta-feira a recuperação do monumento a João Cândido, em comemoração ao cententário da Revolta da Chibata, liderada por ele. Nesta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Sérgio Cabral e o prefeito em exercício, Jorge Felippe, vão participar da homenagem pela data especial. O monumento fica na Praça XV, no Centro do Rio.
A estátua de dois metros de altura, feita em bronze pelo artista plástico Walter de Brito, retrata o líder da Revolta da Chibata segurando um leme em uma das mãos, enquanto a outra aponta para o mar. O monumento passou por limpeza e o granito preto que reforça o pedestal de 1,20 metro foi recuperado.
No dia 22 de novembro 1910, marinheiros negros se rebelaram contra os castigos a que eram submetidos a bordo de embarcações brasileiras e ocuparam por cinco dias vários navios na Baía da Guanabara, então capital do Brasil. João Cândido, conhecido como o "Almirante Negro", liderou a ação, que ficou conhecida como Revolta da Chibata.
Prefeitura termina a recuperação do monumento a João Cândido em comemoração ao centenário da Revolta da Chibata.
O GLOBO, 19.11.10.
RIO - A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos terminou nesta quinta-feira a recuperação do monumento a João Cândido, em comemoração ao cententário da Revolta da Chibata, liderada por ele. Nesta sexta, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Sérgio Cabral e o prefeito em exercício, Jorge Felippe, vão participar da homenagem pela data especial. O monumento fica na Praça XV, no Centro do Rio.
A estátua de dois metros de altura, feita em bronze pelo artista plástico Walter de Brito, retrata o líder da Revolta da Chibata segurando um leme em uma das mãos, enquanto a outra aponta para o mar. O monumento passou por limpeza e o granito preto que reforça o pedestal de 1,20 metro foi recuperado.
No dia 22 de novembro 1910, marinheiros negros se rebelaram contra os castigos a que eram submetidos a bordo de embarcações brasileiras e ocuparam por cinco dias vários navios na Baía da Guanabara, então capital do Brasil. João Cândido, conhecido como o "Almirante Negro", liderou a ação, que ficou conhecida como Revolta da Chibata.
- Marino
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Re: A Revolta da Chibata
Mais uma vez, para os que se interessarem em conhecer a verdade:
http://www.mar.mil.br/diversos/Joao_Can ... andido.htm
http://www.mar.mil.br/diversos/Joao_Can ... andido.htm
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: A Revolta da Chibata
Deixa o cara fazer um museu no fim vira um museu de época mesmo, onde são mostrados como se vivia etc...acho que essa é tendência atual da museologia no Brasil vide o museu do Ipiranga.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: A Revolta da Chibata
Clermont escreveu:(quem quiser ver "sua santidade", Inácio da Silva, basta ir à Pça XV. Não deixa de ser curioso assistir ao Comandante Supremo das Forças Armadas Brasileiras, participando da celebração do centenário de um motim militar, no qual subordinados assassinaram superiores. A mais total e completa violação do mais básico fundamento de uma organização militar: a disciplina baseada na hierarquia. Só fico imaginando, quando é que vão comemorar, também, a Revolta dos Sargentos de 1963 e a Revolta dos Marinheiros de 1964.)
Como antigo militar tenho a clara noção do sentido de disciplina e de tudo o que lhe está adjacente, assim como do que pode significar a quebra da mesma nos fundamentos da instituição militar, contudo quero ressalvar duas ou três coisas.
Comando/Comandante: Tem um C e um O atrás do Mandante e isso faz toda a diferença.
Qualquer quebra na disciplina de uma unidade numa situação destas é, em primeira instancia, da responsabilidade única do comando da mesma. Demonstra desleixo e falta de sentido de chefia assim como um afastamento "elitista" e contrario aos principios da instituição militar, diante daqueles a quem se pode ter de exigir a própria vida. A seguir ao cumprimento da missão confiada por todos os meios, a salvaguarda e bem estar dos subordinados é a preocupação que deve estar na mente de qualquer Comando/Comandante.
Como tal, estes acontecimentos são, acima de tudo, um desprestigio para a instituição e para aqueles que deveriam zelar pela mesma, pois não souberam/quiseram ler os sinais da mudança dos tempos e desleixaram os seus deveres de chefia levando a um ponto em que o resultado não poderia ser outro.
- marcelo l.
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Re: A Revolta da Chibata
Só lembrando o Luís Filipe de Saldanha da Gama cujo a Marinha homenageia dando o nome em seu navio escola, depois de uma estupenda carreira militar, foi líder da segunda revolta Marinha contra Floriano Peixoto, acredito que em todos os casos seja ver os pontos positivos da história de qualquer personagem, afinal pontos negativos sempre tem e é sempre bom ir a um museu, ler um bom livro, uma boa garrafa de vinho etc...afinal, precisamos ter mais condescendência com o passado, a razão para Saldanha da Gama ter se rebelado assim como o João Candido...Assim, como deve existir outras homenagens a pessoas que se rebelaram dentro da hierarquia militar e contra a república, é tudo passado, é melhor glorificar que viver dizendo que é uma m...ou revolver para procurar culpados e outros quentais.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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- Marino
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Re: A Revolta da Chibata
Saldanha da Gama de revoltou e foi para o campo de batalha, onde morreu.
Caso único de um Almirante morto em uma carga de cavalaria no RGS.
João Cândido e revoltosos se amotinaram (diferente da atitude de Saldanha), assassinaram Oficiais dormindo, quase mataram o futuro Alte Álvaro Alberto (veja a perda que o Brasil teria), ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro e sua população inocente com os canhões dos encouraçados, etc.
Viu a diferença?
Caso único de um Almirante morto em uma carga de cavalaria no RGS.
João Cândido e revoltosos se amotinaram (diferente da atitude de Saldanha), assassinaram Oficiais dormindo, quase mataram o futuro Alte Álvaro Alberto (veja a perda que o Brasil teria), ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro e sua população inocente com os canhões dos encouraçados, etc.
Viu a diferença?
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Re: A Revolta da Chibata
Marino, me desculpe não concordar com tudo com o que voce disse,mas é complicado e dificil comparar um oficial que comandou uma revolta política, vamos colocar assim, e um marinheiro negro, que pela história,era açoitado por seus superiores como um escravo para repreende-lo por erros cometidos, ele e outros, não estou dizendo que tudo o que ele fez era certo como, o que você disse acima, mas acredito que você concorde com isso era injusto e covarde o que faziam com os marinheiros de patentes inferiores e negros dentro marinha.E ao meu ver qual outra opção eles tinham, a não ser revoltarem contra seus superiores.Marino escreveu:Saldanha da Gama de revoltou e foi para o campo de batalha, onde morreu.
Caso único de um Almirante morto em uma carga de cavalaria no RGS.
João Cândido e revoltosos se amotinaram (diferente da atitude de Saldanha), assassinaram Oficiais dormindo, quase mataram o futuro Alte Álvaro Alberto (veja a perda que o Brasil teria), ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro e sua população inocente com os canhões dos encouraçados, etc.
Viu a diferença?
Acredito que você como oficial da MB, deva se colocar ao lado de seus iguais pelo fato dessa ser a história oficial da caserna, que marinheiro, ou seja, subalternos se rebelaram e se amotinaram contra seus ofíciais comandantes, os mataram e tomaram as naves e ameaçaram o governo central de bombardiar o RJ , a não ser que suas exigêcias fossem atendidas.
Cara, eu não sou sociologo, sou contra muitas consessões que o atual governo fez, a índios, MSTs da vida, e muitos movimentos sociais que existem por ai, mas para essa pessoas que não tiveram acesso há quase nada na vida e são massa de manobra pre muita gente grande, é complicado porque não vivemos isso na pele, eles sim.
- Marino
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Re: A Revolta da Chibata
Minha posição foi escrita aqui muitas vezes, basta voltar algumas páginas.
Repito: a chibata era degradante, inaceitável. Ponto.
Mas não podemos nos colocar em erro, como muitos hoje fazem, de avaliarmos uma ação com os olhos de hoje, e não os da época.
A MB tinha saído do século 19, a poucos anos do fim da escravidão, com recrutamento muitas vezes forçado, em que criminosos ganhavam a pena de servir na Armada. Esta era a realidade.
Tudo errado? Sim, sem dúvida. Mas era a realidade da época.
Volto a dizer: coisa abominável.
Mas também foram abomináveis os assassinatos, o motim, a quebra de hierarquia e disciplina, a ameaça de bombardeio contra civis inocentes, etc.
Leia o link que postei acima e conheça melhor, com mais base, esta história infame de nosso país.
Aqui está: http://www.mar.mil.br/diversos/Joao_Can ... andido.htm
Repito: a chibata era degradante, inaceitável. Ponto.
Mas não podemos nos colocar em erro, como muitos hoje fazem, de avaliarmos uma ação com os olhos de hoje, e não os da época.
A MB tinha saído do século 19, a poucos anos do fim da escravidão, com recrutamento muitas vezes forçado, em que criminosos ganhavam a pena de servir na Armada. Esta era a realidade.
Tudo errado? Sim, sem dúvida. Mas era a realidade da época.
Volto a dizer: coisa abominável.
Mas também foram abomináveis os assassinatos, o motim, a quebra de hierarquia e disciplina, a ameaça de bombardeio contra civis inocentes, etc.
Leia o link que postei acima e conheça melhor, com mais base, esta história infame de nosso país.
Aqui está: http://www.mar.mil.br/diversos/Joao_Can ... andido.htm
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: A Revolta da Chibata
Floriano, que, por sua vez, era um militar golpista. Ladrão que rouba ladrão, tem cem anos de perdão.marcelo l. escreveu:Só lembrando o Luís Filipe de Saldanha da Gama cujo a Marinha homenageia dando o nome em seu navio escola, depois de uma estupenda carreira militar, foi líder da segunda revolta Marinha contra Floriano Peixoto
Compreendo o ponto de vista. Mas, só gostaria de sugerir que isto é válido para o historiador, seja este civil ou militar. Mas não pode ser válido para o Comandante-Supremo das Forças Armadas, que, de acordo com a Constituição, PRECISA zelar pela manutenção da disciplina e o respeito aos valores básicos das instituições militares.acredito que em todos os casos seja ver os pontos positivos da história de qualquer personagem, afinal pontos negativos sempre tem e é sempre bom ir a um museu, ler um bom livro, uma boa garrafa de vinho etc...afinal, precisamos ter mais condescendência com o passado, a razão para Saldanha da Gama ter se rebelado assim como o João Candido..
E isto, não só em nome da preservação da Democracia; da preservação da instituição da Presidência da República, mas, inclusive, até da autopreservação da própria vida. Veja-se o exemplo do pastel da foto abaixo, fantasiado com o chapéu de lata:
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Re: A Revolta da Chibata
À propósito, como já escrevi antes, o próprio comandante do Minas Geraes, que foi morto no motim, era contra a chibata.Marino escreveu:Minha posição foi escrita aqui muitas vezes, basta voltar algumas páginas.
Repito: a chibata era degradante, inaceitável. Ponto.
Mas não podemos nos colocar em erro, como muitos hoje fazem, de avaliarmos uma ação com os olhos de hoje, e não os da época.
A MB tinha saído do século 19, a poucos anos do fim da escravidão, com recrutamento muitas vezes forçado, em que criminosos ganhavam a pena de servir na Armada. Esta era a realidade.
Logo que assumiu o comando, ele aboliu a penalidade. Depois de pouco tempo, os crimes à bordo, cresceram tanto, que ele, muito à contragosto, foi forçado a reintroduzir a penalidade.