Marino escreveu:Caramba, imagina a vaquinha que vão ter que fazer para a MB
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E tudo isto só com 2 escoltas andando.
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Esquadra comemora 188 anos
Em 10 de novembro de 1822, o Pavilhão Nacional foi içado pela primeira vez em um navio de guerra brasileiro, a Nau “Martim de Freitas”, depois rebatizada de Nau “D. Pedro I”, nosso primeiro Capitânia. Nascia, assim, a Esquadra Brasileira, criada para combater as forças navais portuguesas que se opunham à Independência do Brasil. Atuando de forma decisiva na consolidação da soberania brasileira, participou, também, das campanhas do Império e das duas Guerras Mundiais, trabalhando sempre pela manutenção da integridade do território nacional.
A Esquadra de hoje procura se manter atualizada e pronta a cumprir suas tarefas, realizando importantes comissões operativas
no âmbito nacional como “Aspirantex”, “Aderex I”, “Fraterno XXVIII”, “Atlântico II” (com o Exército Brasileiro e a Força Aérea), “Apolog Norte/ Amazônia” e “Cruzex”. A Esquadra também participa de comissões internacionais como “Joint Warrior 2010”, “Unitas LI”, “Canadá/ Venbras 2010”, “África 2010”, “Ibsamar II” e “Atlasur VIII”.
O ano de 2010 foi especial para a Esquadra. Além das comissões operativas, destacaram-se as comissões “Haiti” VIII, IX, X e XI, de ajuda humanitária, que ocorreram após o terremoto de Janeiro de 2010. Foram transportados para o Haiti materiais prioritários e emergenciais. Naquele momento, havia necessidade de rapidez e a característica leve dos materiais indicaram o transporte aéreo como o mais apropriado. Em seguida, deu-se início ao transporte de material mais volumoso e pesado. A Esquadra empregou os seus meios desde o início do esforço brasileiro de ajuda ao Haiti, transportando cargas num total de 2.231 toneladas de material, de fevereiro a julho.
Em janeiro, o Rio de Janeiro recebeu o encontro internacional “Grandes Veleiros Rio 2010 - Velas Sudamérica”, onde a Marinha do Brasil foi representada pelo Navio-Veleiro “Cisne Branco”. Inédito na América do Sul, o evento contou com a presença de regatas internacionais como as Armadas da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Holanda, México, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
Outras comissões como XXIV Viagem de Instrução de Guardas-Marinha, com o Navio-escola “Brasil”, e a participação nas Comemorações do Bicentenário do Chile, com a Corveta “Barroso”, levaram a representação da Marinha do Brasil por vários portos amigos.
Com as Marinhas Amigas,
foram realizadas operações “Passex” com a participação de navios como o Porta Aviões USS “Carl Vinson” e o submarino nuclear USS “Memphis”, da Marinha Americana. Participaram, também, o navio D-533 “Andrea Doria”, da Marinha Italiana, da Fragata “Chevalier Paul”, da Marinha Francesa, e do HMS “Ocean”, da Marinha Inglesa. Ao longo dessas comissões, a Esquadra operou com as Marinhas da Argentina, Canadá, Chile, Estados Unidos da América, França, Índia, Itália, Reino Unido, Uruguai e Venezuela. A previsão é encerrar este ano totalizando, aproximadamente, 1.400 dias de mar.
Entre os eventos deste ano, podemos citar, ainda, a 1ª transferência de óleo no mar (TOM) realizada pela Marinha do Brasil com o Navio Aeródromo “Cavour”, da Marinha Militar Italiana. Pela primeira vez, o referido navio realizou TOM com um Navio-Tanque de outra Marinha.
Ocorreram, também, a primeira travessia do Atlântico da Corveta “Barroso” sem reabastecimento; a Operação de Socorro e Salvamento (SAR) do Veleiro Canadense “Concórdia”, a cerca de 300 milhas, aproximadamente 555 Km, do litoral do Rio de Janeiro, com 64 pessoas a bordo, muitas delas estudantes; e o início dos testes de máquina do Navio-Aeródromo “São Paulo”, após cumprir um programa de reparos programado e modernizações.
À Esquadra, de hoje e sempre, espinha dorsal de nosso Poder Naval, cumpre a nobre missão de conduzir Operações Navais e Aeronavais, empregando os meios subordinados para a proteção de tão importante patrimônio da Nação Brasileira, a Amazônia Azul.
COMANDO-EM-CHEFE DA ESQUADRA
NITERÓI,RJ.
Em 10 de novembro de 2010.
ORDEM DO DIA Nº1/2010
Assunto: Aniversário da Esquadra
A Esquadra Brasileira surgiu com a necessidade de combater as forças navais portuguesas contrárias à nossa independência, sendo fundamental para a sua consolidação e para a manutenção da integridade territorial, graças à sua vitoriosa participação em inúmeros eventos que delinearam a história do Brasil.
Ao completar 188 anos, a Esquadra Brasileira renova os ideais e anseios daqueles que pela primeira vez içaram o pavilhão nacional em um navio de guerra brasileiro, a Nau “Martim de Freitas”, posteriormente rebatizada de Nau “D. Pedro I”, em 10 de novembro de 1822, nosso primeiro Capitânia.
Inicialmente, devemos olhar o passado e relembrar a bravura e o espírito de sacrifício das gerações de marinheiros que contribuíram para a decisiva atuação do núcleo do Poder Naval brasileiro nas Guerras da Independência, da Cisplatina, da Tríplice Aliança e nas duas Guerras Mundiais; nas revoltas, ocorridas no período regencial, da Cabanagem, Farroupilha e Sabinada, cumprindo com sucesso suas tarefas de realizar o bloqueio das províncias rebeldes e transportar as tropas do Exército Imperial entre as distantes regiões do país, mantendo-as municiadas e abastecidas; bem como no controle do acesso aos rios da Prata, Paraguai e Amazonas, que contribuiu fortemente para a fixação da nossa fronteira oeste.
Em segundo lugar, devemos refletir sobre a cada vez maior inserção da Marinha do Brasil no cenário internacional, fruto de sua intensa e profícua atuação em diversas comissões operativas de âmbito multinacional no ano de 2010, ressaltando as seguintes: “JOINT WARRIOR 2010”, “UNITAS LI”, “FRATERNO XXVIII”, “Centenário da Marinha Canadense, VENBRAS”, “África 2010”, “IBSAMAR II” e, ainda em andamento, a “ATLASUR VIII”. Além de dar grande visibilidade à nossa Marinha em termos internacionais, essas comissões serviram para mostrar nossa bandeira em vários continentes, resultando em uma repercussão e representatividade peculiar, devido à presença e ao desempenho de nossos navios.
Ademais, as operações PASSEX também estiveram presentes no calendário da Esquadra, com a participação de navios como o Porta Aviões USS Carl Vinson e o submarino nuclear USS Memphis da Marinha Norte-Americana. Junto às marinhas européias operamos com o Contratorpedeiro italiano Andréa Doria, a Fragata francesa Chevalier, o Navio Anfíbio britânico HMS Ocean e o Navio Aeródromo italiano Cavour, que, pela primeira vez, realizou transferência de óleo no mar com um navio tanque de outra marinha.
No âmbito nacional, foram realizados importantes adestramentos, com destaque para as comissões operativas “ASPIRANTEX”, “ADEREX I”, “ATLÂNTICO II”, no âmbito do Ministério da Defesa, “APOLOG NORTE, AMAZÔNIA” e “CRUZEX”, e ainda serão realizadas as operações “ADEREX II” e Semana da Marinha.
Fato marcante foi a primeira travessia do Oceano Atlântico realizada pela Corveta “Barroso”, sem reabastecimento, aumentando as expectativas de grandes conquistas para o mais novo escolta da MB. Nessa viagem, junto com o NT “Alte Gastão Motta”, foram visitados portos na África do Sul, Namíbia, Angola, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Nigéria e Gana.
No campo material, o início das provas de mar do NAe “São Paulo” não poderia deixar de ser mencionado, fruto do esforço desenvolvido, por diferentes setores da Marinha, para a manutenção dos seus diversos equipamentos e sistemas e para o adestramento da sua tripulação.
Cabe destacar que a atuação da Esquadra, no ano de 2010, transcendeu o aspecto operativo mencionado acima.
Os NDCC “Garcia D’Avila” e “Alte Saboia” foram vitais na consecução de ajuda humanitária no terremoto que devastou o Haiti, em janeiro, quando para atender às inúmeras solicitações e anseios do povo haitiano, foram realizadas quatro comissões para transporte dos materiais prioritários das equipes envolvidas na cena de ação, desde o início do esforço de ajuda brasileiro, totalizando 2.231,69 toneladas de material no período de fevereiro a julho.
Em janeiro deste ano, a cidade do Rio de Janeiro foi palco do encontro internacional de grandes veleiros, intitulado “Grandes Veleiros Rio 2010 – Velas Sudamérica”, inédito na América do Sul, que contou com a presença das Marinhas da Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Espanha, Holanda, México, Peru, Portugal, República Dominicana, Uruguai e Venezuela, em que o país foi representado pelo Navio-Veleiro “Cisne Branco”.
Os navios da Esquadra também estiveram presentes em Operações de Socorro e Salvamento (SAR), como a do Veleiro Canadense “Concórdia”, a cerca de 300 milhas náuticas do litoral do Estado do Rio de Janeiro, com 64 tripulantes e passageiros, na maioria jovens estudantes, que foi bastante divulgada na imprensa, reforçando a idéia junto à comunidade internacional e à opinião pública nacional sobre a nossa capacidade no atendimento às emergências que possam surgir em toda a nossa extensa área de jurisdição SAR.
De forma inédita e corajosa, a Esquadra também está este ano participando do Programa Antártico Brasileiro, por meio do NSS “Felinto Perry”, que se encontra apoiando a Estação Antártica Comandante Ferraz e as atividades desenvolvidas por nosso pessoal, ratificando sua condição de esperança da Marinha do Brasil para cumprir sua honrosa missão.
Por dever de justiça, cabe reconhecer e enfatizar que todos estes feitos só estão sendo possíveis graças ao trabalho incansável daqueles que participam direta ou indiretamente de diversas atividades em prol da Esquadra. Servidores Civis e Militares tenham a certeza de que o fator humano é o nosso grande diferencial para superar as inúmeras dificuldades, impostas principalmente pela escassez de recursos e tempo. Sem dúvida alguma, o espírito de sacrifício, disciplina, denodo, zelo e conhecimento profissional de nossos antepassados estão sendo incorporados e assimilados pela atual geração na consecução de suas tarefas, servindo-nos de modelo, incentivando-nos a superar novos desafios e garantindo um futuro promissor à nossa Esquadra.
Nesse contexto, é relevante registrar a elevada prioridade com que a Alta Administração Naval tem procurado atender nossas demandas de material e pessoal, buscando aumentar a disponibilidade de meios e o seu pleno guarnecimento, qualitativo e quantitativo.
Manifesto, ainda, a confiança e o reconhecimento no desempenho dos Comandos das Forças-Tipo, das Divisões e Esquadrões pela maneira profissional como têm racionalizado o preparo e o emprego dos meios, bem como na dedicação das bases, centros de instrução, de apoio e de manutenção.
Aproveito a oportunidade para apresentar nosso respeito aos distintos Chefes Navais que nos antecederam, ex-Comandantes-em-Chefe, que nos distinguem com sua presença, abrilhantando sobremaneira esta cerimônia. Tenham a certeza de que o legado deixado por Vossas Excelências é extremamente valioso. É ele que nos permite vislumbrar uma Esquadra cada vez mais forte nos anos vindouros, capaz de fazer frente aos desafios impostos pelo advento do Pré-Sal. Devemos ter a consciência de que a Amazônia Azul está adquirindo uma importância sem precedentes na história do Brasil, de difícil complexidade, onde o esforço principal para atender às demandas da sociedade brasileira na defesa deste imenso patrimônio recairá em grande parte sobre a Esquadra, o que remonta ao nosso lema “Na Esquadra, a soberania de nosso mar”.
EDUARDO MONTEIRO LOPES
Vice-Almirante
Comandante-em-Chefe