Pressões Nucleares sobre o Brasil
Moderador: Conselho de Moderação
- Francoorp
- Sênior
- Mensagens: 3429
- Registrado em: Seg Ago 24, 2009 9:06 am
- Localização: Goiania-GO-Brasil, Voltei!!
- Contato:
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Brasil poderá ter megarreator em 2016
Máquina projetada pelo Ipen atenderia demanda nacional de elementos radioativos de uso médico e científico Hoje, compostos usados na medicina nuclear são importados, e parte do seu processamento é realizado no exterior
SABINE RIGHETTI
“Todo mundo agradece aos médicos ao receber um diagnóstico, mas ninguém agradece ao Ipen [Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares]“, diz José Augusto Perrota, diretor de projetos especiais do instituto.
A “reclamação” se refere a tratamentos e exames que dependem de elementos radioativos – os radioisótopos- usados na produção de vários tipos de fármacos.Tais elementos são importados e, com frequência, processados pelo Ipen. Agora, o instituto quer produzir nacionalmente os radioisótopos, de forma a atender toda a demanda do país.
O Ipen planeja, para isso, construir um novo reator nuclear, que deve custar cerca de R$ 850 milhões.Os recursos para elaboração do projeto -R$ 30 milhões- já foram aprovados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
Se o projeto for aprovado, o novo reator deve estar pronto em 2016. megainvestimento será feito em Iperó, no interior de São Paulo, numa área de 200 hectares cedida pela Marinha e pelo governo do Estado de São Paulo.
O objetivo é criar lá um novo polo de tecnologia nuclear, que deve se desenvolver ao redor do reator. A ideia é que o polo atue na formação de pessoas e auxilie pesquisas, inclusive de usuários não ligados aos institutos da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear, ao qual o Ipen é vinculado).
Apesar de ter a sexta maior reserva de urânio (necessário para a produção dos radioisótopos), o país praticamente não produz radioisótopos.
Com exceção do iodo-131, que tem 50% da produção feita no Brasil, os demais são importados de países como Argentina e Israel. Além disso, parte do processamento dos radioisótopos para produção de radiofármacos (moléculas para uso médico ligadas aos elementos) também é feito no exterior.
“Detemos o conhecimento, mas não temos a tecnologia”, lamenta Perrota. O maior e mais utilizado dos reatores nacionais, que fica no próprio Ipen, em São Paulo, foi inaugurado em 1958.
O novo reator poderá produzir e processar os radioisótopos para atender toda a demanda nacional. “Se usado pela comunidade brasileira como previsto, o reator de Iperó se pagará em menos de 20 anos”, diz Perrota.
Para ele, o país não deve se intimidar com os custos. “Não podemos deixar de fazer “big science” [projetos científicos de grande porte, com tecnologia cara].”
Fonte: Folha de São Paulo via Plano Brasil
Máquina projetada pelo Ipen atenderia demanda nacional de elementos radioativos de uso médico e científico Hoje, compostos usados na medicina nuclear são importados, e parte do seu processamento é realizado no exterior
SABINE RIGHETTI
“Todo mundo agradece aos médicos ao receber um diagnóstico, mas ninguém agradece ao Ipen [Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares]“, diz José Augusto Perrota, diretor de projetos especiais do instituto.
A “reclamação” se refere a tratamentos e exames que dependem de elementos radioativos – os radioisótopos- usados na produção de vários tipos de fármacos.Tais elementos são importados e, com frequência, processados pelo Ipen. Agora, o instituto quer produzir nacionalmente os radioisótopos, de forma a atender toda a demanda do país.
O Ipen planeja, para isso, construir um novo reator nuclear, que deve custar cerca de R$ 850 milhões.Os recursos para elaboração do projeto -R$ 30 milhões- já foram aprovados pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos).
Se o projeto for aprovado, o novo reator deve estar pronto em 2016. megainvestimento será feito em Iperó, no interior de São Paulo, numa área de 200 hectares cedida pela Marinha e pelo governo do Estado de São Paulo.
O objetivo é criar lá um novo polo de tecnologia nuclear, que deve se desenvolver ao redor do reator. A ideia é que o polo atue na formação de pessoas e auxilie pesquisas, inclusive de usuários não ligados aos institutos da CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear, ao qual o Ipen é vinculado).
Apesar de ter a sexta maior reserva de urânio (necessário para a produção dos radioisótopos), o país praticamente não produz radioisótopos.
Com exceção do iodo-131, que tem 50% da produção feita no Brasil, os demais são importados de países como Argentina e Israel. Além disso, parte do processamento dos radioisótopos para produção de radiofármacos (moléculas para uso médico ligadas aos elementos) também é feito no exterior.
“Detemos o conhecimento, mas não temos a tecnologia”, lamenta Perrota. O maior e mais utilizado dos reatores nacionais, que fica no próprio Ipen, em São Paulo, foi inaugurado em 1958.
O novo reator poderá produzir e processar os radioisótopos para atender toda a demanda nacional. “Se usado pela comunidade brasileira como previsto, o reator de Iperó se pagará em menos de 20 anos”, diz Perrota.
Para ele, o país não deve se intimidar com os custos. “Não podemos deixar de fazer “big science” [projetos científicos de grande porte, com tecnologia cara].”
Fonte: Folha de São Paulo via Plano Brasil
- Marino
- Sênior
- Mensagens: 15667
- Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
- Agradeceu: 134 vezes
- Agradeceram: 630 vezes
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
- Marino
- Sênior
- Mensagens: 15667
- Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
- Agradeceu: 134 vezes
- Agradeceram: 630 vezes
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
MUITO, acredite.Francoorp escreveu:Marino escreveu:viewtopic.php?f=2&t=13779&start=3165
E o que tem haver com submarino??
Valeu!!
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
E o tal reator com os argentinos? Escanteio?
[]'s.
[]'s.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
- Marino
- Sênior
- Mensagens: 15667
- Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
- Agradeceu: 134 vezes
- Agradeceram: 630 vezes
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Não, creio que haverá um projeto comum, mas com cada um construindo o seu.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Então esse ai da notícia é o projeto com os argentinos? Ou entendi tudo errado (+ uma vez!)?
[]'s.
[]'s.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
- Marino
- Sênior
- Mensagens: 15667
- Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
- Agradeceu: 134 vezes
- Agradeceram: 630 vezes
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Houve uma aproximação governamental com a Argentina para que ambos países construíssem o mesmo reator, que seria de projeto comum.
Aparentemente os hermanos também queriam isso, mas construiremos com, ou sem, a Argentina.
Aparentemente os hermanos também queriam isso, mas construiremos com, ou sem, a Argentina.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Ah.... Muito bom saber disso! Obrigado!
[]'s.
[]'s.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61627
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6364 vezes
- Agradeceram: 6707 vezes
- Contato:
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Marino escreveu:Não, creio que haverá um projeto comum, mas com cada um construindo o seu.
Apostaria que um NÃO VAI construir o dele e vai culpar o outro...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
- Marino
- Sênior
- Mensagens: 15667
- Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
- Agradeceu: 134 vezes
- Agradeceram: 630 vezes
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
.....muito boa Tulio.....Túlio escreveu:Marino escreveu:Não, creio que haverá um projeto comum, mas com cada um construindo o seu.
Apostaria que um NÃO VAI construir o dele e vai culpar o outro...
- Marino
- Sênior
- Mensagens: 15667
- Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
- Agradeceu: 134 vezes
- Agradeceram: 630 vezes
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
A notícia é preocupante, pois o alvo pode virar outro...
================================================
Irã considera fim do enriquecimento de urânio
Ahmadinejad insiste em culpar os EUA pelo 11/9, e Obama reage, taxando comentários de odiosos e imperdoáveis
NOVA YORK e VIENA. Adotando um tom mais ameno diante de dezenas de repórteres que se espremiam para ouví-lo em um hotel de Nova York, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou ontem que Teerã poderia suspender o processo de enriquecimento de urânio caso recebesse do Ocidente combustível nuclear para alimentar seu reator de pesquisas médicas.
Um dia após um discurso incendiário na ONU — no qual acusou os próprios Estados Unidos pelos atentados de 11 de setembro — Ahmadinejad reiterou a acusação e defendeu uma comissão para investigar os ataques.
Numa verdadeira batalha verbal, o presidente americano, Barack Obama, classificou — em entrevista à BBC em persa — as palavras do líder iraniano como odiosas e imperdoáveis
Em Viena, AIEA barra resolução anti-Israel O bate-boca indireto entre Obama e Ahmadinejad marcou o fim da Assembleia Geral da ONU — já esvaziada pela ausência de diversas lideranças mundias e pelas dúvidas quanto à eficiência do gigantesco órgão de 192 países quando, na realidade, as discussões globais mais relevantes se concentram no seleto grupo de membros do Conselho de Segurança.
Ahmadinejad garantiu estar disposto a retomar as negociações acerca de seu programa nuclear “provavelmente em outubro” e afirmou que a pressão internacional é contraprodutiva, “um insulto às nações e boa apenas para caubóis e retardados”.
— Não estamos interessados em continuar enriquecendo urânio a 20%. Eles (os EUA) politizaram a questão. Fomos obrigados a fazê-lo para dar apoio a nossos pacientes. Podemos considerar a suspensão do enriquecimento quando nos fornecerem combustível nuclear.
Mas, questionado sobre seu controverso discurso responsabilizando os EUA pelo 11 de setembro, Ahmadinejad retomou a retórica combativa e criticou as guerras no Iraque e Afeganistão como reações exageradas.
— Vocês não acham que chegou a hora de estabelecer uma comissão de investigação (sobre os ataques)? — disparou, ironicamente. — Os americanos não deveriam ocupar o Oriente Médio inteiro, bombardear festas de casamento, aniquilar vilas inteiras porque um terrorista está escondido lá.
Antes mesmo de Ahmadinejad reafirmar seus comentários, o presidente Barack Obama deu sua resposta em uma entrevista ao canal persa da rede BBC. Tentando demonstrar simpatia à audiência iraniana, Obama condenou a atitude do presidente.
— Foi ofensivo. Foi odioso.
Particularmente por fazer essas declarações apenas um pouco ao norte do Marco Zero, onde famílias perderam entes queridos.
Fazer aquele comentário foi imperdoável — afirmou Obama. — Isso só mostra mais uma vez a diferença em como a liderança iraniana e a maioria do povo iraniano, que pensa e é respeitoso, pensam essas questões.
Entre as promessas de americanos e iranianos — de que a porta do diálogo ainda está aberta — e trocas de farpas, a verborragia irritou o secretáriogeral da ONU, Ban Ki-moon.
Apesar de evitar qualquer menção direta ao discurso de Ahmadinejad e à reação de Obama, Ban alertou contra a demonização das diferenças entre o Ocidente e o mundo islâmico: — Deixe-nos compreender que vivemos num mundo em que um pequeno grupo pode causar grande estrago. Esse estrago pode ser multiplicado pela linguagem solta na política.
O clima polêmico, no entanto, se estendeu a Viena. Por 46 votos a favor, 51 contra e 23 abstenções, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) rejeitou ontem uma proposta de resolução dos países árabes pressionando Israel a aderir ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) — causando a indignação do Irã e dos países-membros da Liga Árabe
================================================
Irã considera fim do enriquecimento de urânio
Ahmadinejad insiste em culpar os EUA pelo 11/9, e Obama reage, taxando comentários de odiosos e imperdoáveis
NOVA YORK e VIENA. Adotando um tom mais ameno diante de dezenas de repórteres que se espremiam para ouví-lo em um hotel de Nova York, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou ontem que Teerã poderia suspender o processo de enriquecimento de urânio caso recebesse do Ocidente combustível nuclear para alimentar seu reator de pesquisas médicas.
Um dia após um discurso incendiário na ONU — no qual acusou os próprios Estados Unidos pelos atentados de 11 de setembro — Ahmadinejad reiterou a acusação e defendeu uma comissão para investigar os ataques.
Numa verdadeira batalha verbal, o presidente americano, Barack Obama, classificou — em entrevista à BBC em persa — as palavras do líder iraniano como odiosas e imperdoáveis
Em Viena, AIEA barra resolução anti-Israel O bate-boca indireto entre Obama e Ahmadinejad marcou o fim da Assembleia Geral da ONU — já esvaziada pela ausência de diversas lideranças mundias e pelas dúvidas quanto à eficiência do gigantesco órgão de 192 países quando, na realidade, as discussões globais mais relevantes se concentram no seleto grupo de membros do Conselho de Segurança.
Ahmadinejad garantiu estar disposto a retomar as negociações acerca de seu programa nuclear “provavelmente em outubro” e afirmou que a pressão internacional é contraprodutiva, “um insulto às nações e boa apenas para caubóis e retardados”.
— Não estamos interessados em continuar enriquecendo urânio a 20%. Eles (os EUA) politizaram a questão. Fomos obrigados a fazê-lo para dar apoio a nossos pacientes. Podemos considerar a suspensão do enriquecimento quando nos fornecerem combustível nuclear.
Mas, questionado sobre seu controverso discurso responsabilizando os EUA pelo 11 de setembro, Ahmadinejad retomou a retórica combativa e criticou as guerras no Iraque e Afeganistão como reações exageradas.
— Vocês não acham que chegou a hora de estabelecer uma comissão de investigação (sobre os ataques)? — disparou, ironicamente. — Os americanos não deveriam ocupar o Oriente Médio inteiro, bombardear festas de casamento, aniquilar vilas inteiras porque um terrorista está escondido lá.
Antes mesmo de Ahmadinejad reafirmar seus comentários, o presidente Barack Obama deu sua resposta em uma entrevista ao canal persa da rede BBC. Tentando demonstrar simpatia à audiência iraniana, Obama condenou a atitude do presidente.
— Foi ofensivo. Foi odioso.
Particularmente por fazer essas declarações apenas um pouco ao norte do Marco Zero, onde famílias perderam entes queridos.
Fazer aquele comentário foi imperdoável — afirmou Obama. — Isso só mostra mais uma vez a diferença em como a liderança iraniana e a maioria do povo iraniano, que pensa e é respeitoso, pensam essas questões.
Entre as promessas de americanos e iranianos — de que a porta do diálogo ainda está aberta — e trocas de farpas, a verborragia irritou o secretáriogeral da ONU, Ban Ki-moon.
Apesar de evitar qualquer menção direta ao discurso de Ahmadinejad e à reação de Obama, Ban alertou contra a demonização das diferenças entre o Ocidente e o mundo islâmico: — Deixe-nos compreender que vivemos num mundo em que um pequeno grupo pode causar grande estrago. Esse estrago pode ser multiplicado pela linguagem solta na política.
O clima polêmico, no entanto, se estendeu a Viena. Por 46 votos a favor, 51 contra e 23 abstenções, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) rejeitou ontem uma proposta de resolução dos países árabes pressionando Israel a aderir ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) — causando a indignação do Irã e dos países-membros da Liga Árabe
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Qta maldade nesse coração!!!!Túlio escreveu:Marino escreveu:Não, creio que haverá um projeto comum, mas com cada um construindo o seu.
Apostaria que um NÃO VAI construir o dele e vai culpar o outro...
- varj
- Avançado
- Mensagens: 646
- Registrado em: Qua Out 21, 2009 4:08 pm
- Localização: Belo Horizonte, MG
- Agradeceu: 2 vezes
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Mas que um projeto comum, mesmo que cada um construindo o seu, desfocaria um pouco os olhares, além de fortalecer o cone sul.