Irã tem como se defender de Israel?

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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2191 Mensagem por FOXTROT » Seg Set 06, 2010 4:38 pm

romeo escreveu:O papel de Israel no desencadear de um ataque ao Irão
Rumo a um cenário de III Guerra Mundial? Parte II – O roteiro militar

by Michel Chossudovsky

http://www.globalresearch.ca/index.php? ... &aid=20679

Romeo
Ótimo artigo romeo, demonstra que os EUA e seus tentáculos nunca estão parados, mas sim a espreita de uma oportunidade para atacar quem ouse desafiar os seus interesses.

Aqui no Brasil quem ousar duvidar das "boas intenções Yanques" logo é rotulado de anti-EUA, comunista, louco e etc.....

Saudações




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2192 Mensagem por FOXTROT » Dom Set 12, 2010 10:56 am

terra.com.br


Analistas: Israel não permitirá que Irã tenha arsenal nuclear
12 de setembro de 2010

No final da semana passada, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã anunciou que irá retaliar em caso de agressão às suas instalações nucleares por Israel e que a resposta será um ataque às instalações israelenses. Analistas ouvidos pelo Terra têm visões diferentes sobre a iminência de um conflito entre as duas nações. Uma guerra que, segundo eles, levaria o Ocidente a uma crise e poderia provocar uma onda de ataques terroristas pelo mundo.

Para o fundador e membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, Geraldo Lesbat Cavagnari Filho, ameaça de confronto militar entre Irã e Israel é, do ponto de vista militar, uma questão muito mais importante para a região do que a paz entre israelenses e palestinos. Segundo ele, "a questão nuclear altera o equilíbrio nuclear do Oriente Médio, que hoje em dia abriga apenas Israel como potência nuclear".

Apesar de salientar que é muito difícil prever a proximidade de eventuais conflitos e de que não há indicativos de que ele esteja mais próximo do que em outros momentos, o professor afirma que o Irã deseja construir um arsenal nuclear. "O Irã com capacidade nuclear será um tormento para Israel, porque ele tem como objetivo a destruição de Israel", diz. Ele acredita que uma vez dominando o ciclo nuclear completo, O Irã "vai lutar para se tornar uma potência no Oriente Médio. E a existência de Israel é um complicador para que isso aconteça".

Para Cavagnari Filho, é muito difícil que Israel deflagre o conflito. Mas ele lembra que os últimos enfrentamentos no Oriente Médio envolvendo o país "pegaram a opinião pública internacional de surpresa". Segundo o analista, Israel possui um sistema de inteligência extremamente efetivo que lhe permite antecipar planos de ataques de seus inimigos. "Por enquanto, eu acredito que os serviços de inteligência israelense e americano ainda não conseguiram detectar o desenvolvimento tecnológico de um arsenal nuclear por parte do Irã. Se em um momento eles detectarem, certamente lançarão uma ofensiva militar".

Ele ainda afirma que "uma vez que a situação se tornar perigosa para a existência de Israel, imediatamente os EUA intervirão no conflito". Para o professor, este eventual ataque, considerando a supremacia militar do Estado israelense, levaria o Irã praticamente à destruição.

Cenário negro
Em carta enviada para a revista americana Foreign Polícy, o coronel americano aposentado Peter Mansoor, ex-comandante de brigada no Iraque e conselheiro do ex-comandante geral dos EUA no país, general David Petraeus, defendeu a tese de que Israel não aceitará que o Irã possua armas nucleares. "Apesar de acadêmicos americanos dizerem que podemos conviver com a bomba iraniana, Israel não vai permitir - pelo menos não enquanto alguém que nega o Holocausto, que já fez ameaças veladas ao Estado judeu, permanecer no poder", disse, fazendo referência ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.

Por outro lado, o professor Paulo Edgard Resende, Coordenador do Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional PUC-SP, acredita que o governo Obama fará de tudo para evitar o confronto. "Para ele (Obama), certamente não é bom negócio. Seja o agenciamento de uma guerra preventiva, seja o confronto aberto de um de seus aliados no preciso instante em que é anunciado o término da guerra no Iraque, iniciada há sete anos". Ele também pondera que pesa contra o fato de os EUA ainda estarem sob o "pesadelo do Afeganistão".

Resende ainda afirma que o Irã possuir armas nucleares não resultaria, necessariamente, em um conflito armado. Ele lembra que, em outros casos, arsenais de destruição em massa funcionaram como elementos de dissuasão do conflito. "As armas nucleares operaram em sentido contrário nas relações entre Estados Unidos e União Soviética. Também no caso Índia-Paquistão", disse. Contudo, ele acrescenta que existe uma ameaça de confronto mesmo que o Irã não desenvolva a tecnologia. "O governo de Israel, unilateralmente com suas escondidas ogivas, poderá sempre colocar em perigo a paz regional e mundial".

Mas, caso a guerra aconteça no Oriente Médio, Resende afirma que ela provocaria uma sensação de medo em todo o planeta. "Pânico geral, condições excepcionais para o terrorismo expandir alvos, e os nossos templos se encheriam de fiéis, diante do apocalipse", afirma.

Por sua vez, Mansoor, que atualmente dá aulas de história na universidade Ohio State, alerta que a situação deflagraria uma resposta imediata de grupos militantes islâmicos. "Israel, sem dúvidas, terá que invadir o sul do Líbano novamente para suprimir a inevitável chuva de mísseis que virá do Hezbollah. O Ocidente terá que entrar em alerta máximo contra ataques terroristas". Ele ainda afirma que a guerra levaria a uma nova crise do petróleo que "mergulharia o Ocidente em uma dupla recessão/depressão".

Em relação à possibilidade de um conflito aberto envolvendo várias nações do Oriente Médio, Cavagnari Filho não acredita em um envolvimento efetivo de outros estados islâmicos no conflito. Ele salienta que alguns países árabes como a Jordânia - politicamente estável -, ainda que jamais venham a formar alianças com Israel, compartilham laços com o Estado judeu e não têm interesse em se lançar em um confronto direto.

O professor identifica apenas a Síria como um potencial inimigo israelense. "A Síria é um Estado raivoso. Ela quer a destruição do Israel efetivamente". Segundo ele, os dois países têm animosidades oriundas da disputa pelas Colinas de Golã, que faziam parte do território sírio e passaram para o controle de Israel após a Guerra dos Seis Dias (1967). "Eles perderam algo valioso para pressionar Israel (as Colinas de Golã)", acrescenta. Cavagnari explica que a geografia elevada das Colinas de Golã permitia à Síria bombardear




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2193 Mensagem por Penguin » Dom Set 12, 2010 2:25 pm

FOXTROT escreveu:terra.com.br


Analistas: Israel não permitirá que Irã tenha arsenal nuclear
12 de setembro de 2010

No final da semana passada, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã anunciou que irá retaliar em caso de agressão às suas instalações nucleares por Israel e que a resposta será um ataque às instalações israelenses. Analistas ouvidos pelo Terra têm visões diferentes sobre a iminência de um conflito entre as duas nações. Uma guerra que, segundo eles, levaria o Ocidente a uma crise e poderia provocar uma onda de ataques terroristas pelo mundo.

Para o fundador e membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, Geraldo Lesbat Cavagnari Filho, ameaça de confronto militar entre Irã e Israel é, do ponto de vista militar, uma questão muito mais importante para a região do que a paz entre israelenses e palestinos. Segundo ele, "a questão nuclear altera o equilíbrio nuclear do Oriente Médio, que hoje em dia abriga apenas Israel como potência nuclear".

Apesar de salientar que é muito difícil prever a proximidade de eventuais conflitos e de que não há indicativos de que ele esteja mais próximo do que em outros momentos, o professor afirma que o Irã deseja construir um arsenal nuclear. "O Irã com capacidade nuclear será um tormento para Israel, porque ele tem como objetivo a destruição de Israel", diz. Ele acredita que uma vez dominando o ciclo nuclear completo, O Irã "vai lutar para se tornar uma potência no Oriente Médio. E a existência de Israel é um complicador para que isso aconteça".

Para Cavagnari Filho, é muito difícil que Israel deflagre o conflito. Mas ele lembra que os últimos enfrentamentos no Oriente Médio envolvendo o país "pegaram a opinião pública internacional de surpresa". Segundo o analista, Israel possui um sistema de inteligência extremamente efetivo que lhe permite antecipar planos de ataques de seus inimigos. "Por enquanto, eu acredito que os serviços de inteligência israelense e americano ainda não conseguiram detectar o desenvolvimento tecnológico de um arsenal nuclear por parte do Irã. Se em um momento eles detectarem, certamente lançarão uma ofensiva militar".

Ele ainda afirma que "uma vez que a situação se tornar perigosa para a existência de Israel, imediatamente os EUA intervirão no conflito". Para o professor, este eventual ataque, considerando a supremacia militar do Estado israelense, levaria o Irã praticamente à destruição.

Cenário negro
Em carta enviada para a revista americana Foreign Polícy, o coronel americano aposentado Peter Mansoor, ex-comandante de brigada no Iraque e conselheiro do ex-comandante geral dos EUA no país, general David Petraeus, defendeu a tese de que Israel não aceitará que o Irã possua armas nucleares. "Apesar de acadêmicos americanos dizerem que podemos conviver com a bomba iraniana, Israel não vai permitir - pelo menos não enquanto alguém que nega o Holocausto, que já fez ameaças veladas ao Estado judeu, permanecer no poder", disse, fazendo referência ao presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.

Por outro lado, o professor Paulo Edgard Resende, Coordenador do Núcleo de Análise de Conjuntura Internacional PUC-SP, acredita que o governo Obama fará de tudo para evitar o confronto. "Para ele (Obama), certamente não é bom negócio. Seja o agenciamento de uma guerra preventiva, seja o confronto aberto de um de seus aliados no preciso instante em que é anunciado o término da guerra no Iraque, iniciada há sete anos". Ele também pondera que pesa contra o fato de os EUA ainda estarem sob o "pesadelo do Afeganistão".

Resende ainda afirma que o Irã possuir armas nucleares não resultaria, necessariamente, em um conflito armado. Ele lembra que, em outros casos, arsenais de destruição em massa funcionaram como elementos de dissuasão do conflito. "As armas nucleares operaram em sentido contrário nas relações entre Estados Unidos e União Soviética. Também no caso Índia-Paquistão", disse. Contudo, ele acrescenta que existe uma ameaça de confronto mesmo que o Irã não desenvolva a tecnologia. "O governo de Israel, unilateralmente com suas escondidas ogivas, poderá sempre colocar em perigo a paz regional e mundial".

Mas, caso a guerra aconteça no Oriente Médio, Resende afirma que ela provocaria uma sensação de medo em todo o planeta. "Pânico geral, condições excepcionais para o terrorismo expandir alvos, e os nossos templos se encheriam de fiéis, diante do apocalipse", afirma.

Por sua vez, Mansoor, que atualmente dá aulas de história na universidade Ohio State, alerta que a situação deflagraria uma resposta imediata de grupos militantes islâmicos. "Israel, sem dúvidas, terá que invadir o sul do Líbano novamente para suprimir a inevitável chuva de mísseis que virá do Hezbollah. O Ocidente terá que entrar em alerta máximo contra ataques terroristas". Ele ainda afirma que a guerra levaria a uma nova crise do petróleo que "mergulharia o Ocidente em uma dupla recessão/depressão".

Em relação à possibilidade de um conflito aberto envolvendo várias nações do Oriente Médio, Cavagnari Filho não acredita em um envolvimento efetivo de outros estados islâmicos no conflito. Ele salienta que alguns países árabes como a Jordânia - politicamente estável -, ainda que jamais venham a formar alianças com Israel, compartilham laços com o Estado judeu e não têm interesse em se lançar em um confronto direto.

O professor identifica apenas a Síria como um potencial inimigo israelense. "A Síria é um Estado raivoso. Ela quer a destruição do Israel efetivamente". Segundo ele, os dois países têm animosidades oriundas da disputa pelas Colinas de Golã, que faziam parte do território sírio e passaram para o controle de Israel após a Guerra dos Seis Dias (1967). "Eles perderam algo valioso para pressionar Israel (as Colinas de Golã)", acrescenta. Cavagnari explica que a geografia elevada das Colinas de Golã permitia à Síria bombardear
O último parágrafo que ficou truncado:
O professor identifica apenas a Síria como um potencial inimigo israelense. "A Síria é um Estado raivoso. Ela quer a destruição do Israel efetivamente". Segundo ele, os dois países têm animosidades oriundas da disputa pelas Colinas de Golã, que faziam parte do território sírio e passaram para o controle de Israel após a Guerra dos Seis Dias (1967). "Eles perderam algo valioso para pressionar Israel (as Colinas de Golã)", acrescenta. Cavagnari explica que a geografia elevada das Colinas de Golã permitia à Síria bombardear os kibuts (assentamentos israelenses) e que isso era um instrumento de pressão constante utilizado pelos sírios.
http://noticias.terra.com.br/mundo/noti ... 15,00.html




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2194 Mensagem por FOXTROT » Dom Set 12, 2010 3:55 pm

Pois é santiago, classificar a Síria como um Estado raivoso me pareceu um tanto parcial, afinal o que ele espera da Síria, enquanto esta tiver suas terras ocupadas, flores?

Saudações




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2195 Mensagem por romeo » Seg Set 13, 2010 1:01 am

A Biblia relata o Dilúvio no mundo... Hoje se sabe que esse "mundo" foi o mundo biblico; ou seja, o Oriente Médio.

A Biblia relata o Apocalipse no mundo... Alguém tem dúvidas sobre a que "mundo" ela se refere ?

Infelizmente os acontecimentos convergem para isso.

Meu coração chora, por saber que na região estão milhões de pessoas inocentes, sendo levadas a um destino terrível por causa de políticas sobre as quais não têm como interferir.

A última esperança é que tanto Israel como o Irã são democracias; e podem ter seus governantes mudados em eleições.

Esse litígio não é um jogo sem consequencias.

O sangue iraniano tem a mesma cor do sangue israelense; e a dor em um israelense em nada difere da dor em um iraniano.

Deus permita assim.




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2196 Mensagem por Clermont » Qui Set 16, 2010 10:36 am

A GUERRA IRÃ-ISRAEL NÃO É INEVITÁVEL.

Por Rex Wingerter - 16 de setembro de 2010.

Um coro de especialistas, ultimamente, tem argumentado que um ataque israelense contra as instalações nucleares do Irã é, ou inevitável ou recomendável. Recentemente, Jeffery Goldberg previu no The Atlantic que Israel atacaria em julho. Reuel Marc Gerecht, um editor para o Weekly Standard proclama que a estabilidade regional exige que Israel não gaste mais tempo para desfechar um ataque preventivo. Estes argumentos, previsivelmente, se originam da turba neoconservadora que exigiu que os Estados Unidos derrubassem Saddam Hussein como um caminho rumo à mudança de regime no Irã.

Mas, vozes similares tem sido ouvidas fora da coorte usual. Quase um terço dos republicanos da Casa dos Representantes assinou uma resolução endossando um ataque israelense preventivo contra o Irã. Um relatório do denominado Centro de Política Bipartidária, de coautoria de dois ex-senadores americanos, prevê um ataque israelense. O Joint Forces Quarterly, uma publicação da Universidade Nacional de Defesa, recentemente, aconselhou que os Estados Unidos precisam "se preparar para as inevitáveis conseqüências" de um ataque israelense contra o Irã.

Comum a estas visões de videntes e conselheiros é imagem de um ataque nuclear iraniano contra Israel. Inexplicavelmente ausente do argumento está qualquer consideração de por quê o Irã desfecharia um primeiro ataque contra Israel. O discurso vitriólico, anti-sionista e negacionista do Holocausto do presidente Ahmadinejad é inescrupuloso, mas não se traduz numa intenção clara de lançar um míssil nuclear contra Israel.


Os cálculos racionais do Irã.

As exortações agressivas de Ahmadinejad visam a agrupar a "rua árabe" e mostrar que um líder persa se importa mais com os palestinos do que os líderes árabes. Mas, até mesmo esta retórica pró-palestina tem se mostrado, em grande medida, vazia. Durante o assalto israelense de três semanas contra Gaza, o Irã não ofereceu nenhuma ameaça crível contra Israel e nem pressionou os estados árabes vizinhos para intervirem contra a carnificina. O Irã, de forma similar, deixou os aliados do Hezbollah ao seu destino, durante a guerra de 2006 no sul do Líbano. E, antes do que colocar em risco seus intereresses maiores econômicos e políticos, o Irã permaneceu, relativamente silencioso, quando a Rússia e a China, violentamente, reprimiram ativistas islâmicos, na Chechênia e entre os uigures étnicos na região do Sinkiang.

Este comportamento é ilustrativo de um regime que calcula, racionalmente, seus interesses nacionais de estado. Israel é um estado nuclear, com sistemas de lançamento terrestres, aéreos e marítimos, e o estado judaico retaliaria, maciçamente, se o Irã atacasse. A liderança do Irã não mostra, predileção alguma, para cometer suicídio. A repressão política, no Irã, seguindo-se as eleições fraudulentas de junho de 2009, sublinham a intenção do Líder Supremo, Khamenei e de Ahmadinejad, de manterem o poder político, a qualquer custo. Eles não vão jogar fora esta posição, com um fútil ataque contra Israel. Os substanciais investimentos pessoais dos, ideologicamente apaixonados, líderes da Guarda Revolucionária, em todos os setores da economia iraniana, ilustrados num estudo da Rand Corporation, de 2009, deverão moderar sua ânsia por uma guerra desnecessária. Até mesmo zelotas querem preservar seu poder e influência.

Finalmente, um ataque nuclear contra Israel, provavelmente, destruirá Jerusalém, um reverenciado lugar santo muçulmano. Ele mataria uma substancial parcela dos mais de um milhão e meio de muçulmanos árabe-israelenses (23 porcento da população de Israel) e talvez, uma fatia dos quatro milhões de muçulmanos que moram na Margem Ocidental e em Gaza. Tal morte e destruição, com certeza, não seriam vistos como vitória no Irã ou no mundo muçulmano.


Diversas respostas israelenses.

A beligerância de Ahmadinejad é razão para muitos israelenses temerem um Irã nuclear. Mas nem todos os líderes israelenses acreditam que o Irã é uma ameaça mortal imbatível. "O Irã compreende, muito bem," raciocinou o Ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, "que um ataque desta espécie o faria recuar milhares de anos na história." O antigo chefe do Mossad, Ephraim Halevi, de forma similar, acredita que a capacidade do Irã e a vulnerabilidade de Israel são exageradas. Como ele expôs, numa entrevista em 2009, "O Irã não é uma ameaça existencial. Não está ao alcance do Irã, o poder para destruir o estado de Israel - no máximo, ele pode provocar graves danos. Israel é indestrutível."

A afirmação de que o Irã está à beira de adquirir uma arma nuclear é, de modo similar, equivocado. O tenente-general do Exército, James Cartwright, o Vice-Presidente da Junta de Chefes de Estado-Maior, oferece uma avaliação mais precisa. Testemunhando, em abril de 2010, diante do Comitê das Forças Armadas do Senado, ele estimou que o Irã está há três ou cinco anos distante da construção de uma arma nuclear. E mais, esta avaliação pode ter superestimado a capacidade tecnológica do Irã: o julgamento de Cartwright inclui a obtenção simultânea, pelo Irã, de uma suficiente quantidade de urânio, altamente enriquecido, montar uma bomba funcional e construir um míssil de precisão. Mas, até isto pressupõe que o regime iraniano decidiu construir uma bomba, um veredido carecendo de apoio em evidências. Muitos observadores acreditam que o Irã, no final, adotará a "opção Japão": possuir a capacidade de construir, rapidamente, uma arma nuclear, se suficientemente ameaçado.

Um ataque israelense, apenas, faria recuar, mas não destruiria a indústria nuclear do Irã. Um documento do Oxford Research Group, previu que, após um ataque, o Irã abandonaria o Tratado de Não-Proliferação Nuclear (por quê permanecer, quando um estado não-signatário bombardeia, impunemente, um estado signatário?) e não teria mais razões para deixar de iniciar um programa de armas nucleares. Israel sentiria-se compelido a atacar, de novo, detonando uma série de contra-ataques em escalada. O Oriente Médio, inteiro, rapidamente, mergulharia numa onda de violência.


Jogos de Guerra.

Num jogo de guerra, executado em dezembro de 2009, na Brookings Institution, um ataque israelense ao Irã desencadeou uma conflagração regional. De acordo com o cenário, a luta escalaria para incluir Líbano e Gaza, ataques terroristas em Israel e Europa, ataques de mísseis contra os campos petrolíferos sauditas, ataques ao navios petroleiros, minagem do Estreito de Ormuz e, por fim, uma maciça intervenção militar dos Estados Unidos na região do Golfo. Um ataque complicaria, enormemente, os atuais esforços americanos para estabilizar o Iraque, Afeganistão e Paquistão. Um relatório do International Crisis Group, recentemente, descreveu, com arrepiantes detalhes, como Israel, Hezbollah, Síria e Irã, atualmente estão posicionados um precário equilíbrio do terror. A menor provocação ou erro de cálculo, podem detonar uma carnificina, até hoje, nunca vista no moderno Oriente Médio. Uma catástrofe, que um ataque contra o Irã, certamente, provocará.

Um ataque israelense reforçaria a propaganda da al-Qaeda de que os Estados Unidos estão em guerra com o Islã. Washington, atualmente, combate em cinco países muçulmanos (Iraque, Afeganistão, Paquistão, Iêmen e Somália). O mundo árabe outros países, majoritariamente muçulmanos, veriam os Estados Unidos como completos cúmplices em qualquer ataque israelense, um estado cristão apoiando um estado judeu para fazer guerra contra um sexto estado muçulmano. A posição do presidente Obama no mundo árabe, que uma nova pesquisa de opinião da Pew Research, mostra ter caído, enormemente, no último ano, mergulharia em queda livre, cancelando sua promessa de alcançar o mundo muçulmano.

Entre as muitas lições tiradas da invasão americana do Iraque, está que conseqüências imprevistas, invariavelmente, decorrem de uma guerra, mesmo uma de sua própria escolha. As atuais garantias de que um ataque israelense contra o Irã, protegeria os aliados dos Estados Unidos e reforçaria a paz e a estabilidade regional, devem ser tratadas com o mesmo respeito que agora concedemos as garantias da administração Bush de que o Iraque de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.


________________________________

Rex Wingerter é editor de MiddleEastReads.com e um contribuidor para o Foreign Policy in Focus.




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2197 Mensagem por kurgan » Qui Set 16, 2010 4:26 pm

16/09/2010 - 13h51
Armas atômicas: UE e EUA se opõem a texto que pede adesão de Israel ao TNP

VIENA, 16 Set 2010 (AFP) -A União Europeia e os Estados Unidos solicitaram nesta quinta-feira aos países árabes que abandonem seu projeto de resolução pedindo a Israel que assine o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

No quarto e último dia de reunião dos diretores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, a UE declarou seu apoio a Washington em oposição a esta possível resolução, estimando que poderia perturbar as atuais negociações israelo-palestinas.

EUA e UE afirmam que o texto relativo ao Estado de Israel - considerado a única potência nuclear do Oriente Médio - também colocaria em risco um projeto de conferência em 2012 em prol da desnuclearização da região.

Para o embaixador belga, Franck Recker, "isolar um país (...) poderia impedir a AIEA e seus países membros de contribuir positivamente para estabelecer uma zona sem armas de destruição em massa" no Oriente Médio.

Os países árabes membros da AIEA querem propor um projeto de resolução em carácter obrigatório, a ser votado na semana que vem durante a conferência geral anual da organização.

No ano passado, uma resolução parecida, sem caráter vinculante, foi adotada com pequena maioria.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... o-tnp.jhtm




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2198 Mensagem por Clermont » Qui Set 16, 2010 4:39 pm

kurgan escreveu:Para o embaixador belga, Franck Recker, "isolar um país (...) poderia impedir a AIEA e seus países membros de contribuir positivamente para estabelecer uma zona sem armas de destruição em massa" no Oriente Médio.
Curioso. Mas, quando se trata do Irã, a idéia de "isolar um país" parece a coisa mais acertada e decente do mundo.

Dois pesos, duas medidas...




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2199 Mensagem por Guerra » Qui Set 16, 2010 4:44 pm

Por isso que eu digo, Irã com arma nuclear nunca mais vamos falar em guerra naquela região.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2200 Mensagem por suntsé » Qui Set 16, 2010 4:53 pm

È claro, que os Europeus e Estadounidenses diram não os os arabes iram acveitar contrariados.....

Se essa liga árabe fosse feita por homens com H Maiusculo....cortariam relações diplomaticas com Israel.




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2201 Mensagem por FOXTROT » Qui Set 16, 2010 5:08 pm

kurgan escreveu:16/09/2010 - 13h51
Armas atômicas: UE e EUA se opõem a texto que pede adesão de Israel ao TNP

VIENA, 16 Set 2010 (AFP) -A União Europeia e os Estados Unidos solicitaram nesta quinta-feira aos países árabes que abandonem seu projeto de resolução pedindo a Israel que assine o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

No quarto e último dia de reunião dos diretores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, a UE declarou seu apoio a Washington em oposição a esta possível resolução, estimando que poderia perturbar as atuais negociações israelo-palestinas.


Depois não sabem por que são atacados!

Saudações
EUA e UE afirmam que o texto relativo ao Estado de Israel - considerado a única potência nuclear do Oriente Médio - também colocaria em risco um projeto de conferência em 2012 em prol da desnuclearização da região.

Para o embaixador belga, Franck Recker, "isolar um país (...) poderia impedir a AIEA e seus países membros de contribuir positivamente para estabelecer uma zona sem armas de destruição em massa" no Oriente Médio.

Os países árabes membros da AIEA querem propor um projeto de resolução em carácter obrigatório, a ser votado na semana que vem durante a conferência geral anual da organização.

No ano passado, uma resolução parecida, sem caráter vinculante, foi adotada com pequena maioria.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... o-tnp.jhtm




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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2202 Mensagem por FOXTROT » Ter Set 21, 2010 12:35 pm

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Guarda Revolucionária iraniana recebe novo modelo de mísseis de superfície
21 de setembro de 2010

A Guarda Revolucionária, corpo de elite do Exército iraniano, recebeu a primeira remessa da nova geração de mísseis de superfície Fateh-110, revelou hoje o ministro da Defesa Ahmad Vahidi.
Segundo as autoridades locais, estes projéteis foram desenhados e fabricados integralmente no país, utilizam combustível sólido, são dotados de um novo sistema remoto e aptos a destruir alvos em terra, com um alcance máximo de 195 quilômetros.

Durante uma cerimônia militar realizada nesta terça-feira, o ministro destacou que "com estes novos mísseis, a Guarda Revolucionária poderá multiplicar sua operabilidade", e ressaltou que sua produção demonstra "o fracasso" das sanções internacionais impostas a seu país.

O Irã está submetido a um embargo de armas internacional desde que, na década de 1980, travou guerra com o vizinho Iraque (1980-1988).

Em 2010 foram aplicadas novas sanções por conta das suspeitas sobre o programa nuclear iraniano. Teerã insiste que o programa é "totalmente pacífico".

Apesar das sanções, o Irã diz ter conseguido desenvolver uma vasta indústria armamentista local que permitiu que fabricasse carros de combate, embarcações de guerra, caças-bombardeiros, aviões espiões e mísseis de médio alcance capazes, aparentemente, capazes de chegar até Israel, seu principal inimigo.

As autoridades militares iranianas anunciaram no fim do mês de agosto que a Guarda Revolucionária, bastião ideológico do regime, tinha testado com sucesso o lançamento de um míssil Fateh-110, de terceira geração.

Vahidi, citado pela agência de notícias local "Fars", antecipou que engenheiros iranianos preparam uma versão mais avançada deste projétil.




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P44
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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2203 Mensagem por P44 » Ter Set 21, 2010 12:37 pm

Guerra escreveu:Por isso que eu digo, Irã com arma nuclear nunca mais vamos falar em guerra naquela região.

e está tudo dito




Triste sina ter nascido português 👎
kurgan
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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2204 Mensagem por kurgan » Ter Set 21, 2010 4:23 pm

21/09/2010 - 14h35
Israel adverte que árabes põem em perigo acordo de desarmamento

Viena, 21 set (EFE).- Israel advertiu hoje que os planos dos países árabes de denunciar suas atividades nucleares na atual Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) coloca em perigo as tentativas de se chegar a um acordo de controle de armas no Oriente Médio.

O grupo de países árabes apresentou na segunda-feira um projeto de resolução que denuncia o programa nuclear israelense e exige que esse país submeta todas suas atividades e instalações nucleares à fiscalização da AIEA.

O documento deve ir à votação na próxima quinta-feira. Embora o resultado seja incerto, não haveria nenhum efeito legal vinculativo caso fosse aprovado.

Uma resolução similar foi adotada no ano passado após ter sido aprovada por uma estreita margem na Conferência, o que foi celebrado pelo Irã e pelos Estados árabes como um "voto histórico" contra Israel.

Em seu discurso de hoje no plenário da Conferência, o diretor-geral da Comissão israelense de Energia Atômica, Shaul Chovev, disse que se trata de uma "campanha política para difamar o Estado de Israel".

"Qualquer tentativa de distinção explícita de Israel arruína a perspectiva de avanço nas medidas de controle de armas no Oriente Médio", ressaltou em referência aos esforços de criar nessa região uma zona livre de armas de destruição em massa.

Na conferência de revisão do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), em maio, ficou decidido que em 2012 será convocada uma conferência regional para esse objetivo.

Israel rejeita participar desta reunião enquanto não exista um acordo exaustivo de paz, sobretudo perante as ameaças do Irã, acusado pelo Ocidente de querer produzir um programa nuclear com fins militares.

Em alusão a Índia e Paquistão, o representante israelense lembrou que seu país não é o único da região do Oriente Médio e Ásia do Sul que optou por não assinar o TNP.

"No entanto, Israel é o único país que é pressionado para tomar uma decisão que está contra seus interesses nacionais", afirmou Chorev.

Analistas internacionais suspeitam que Israel disponha de um arsenal nuclear, algo que o Governo desse país nunca confirmou nem desmentiu.

Os Estados Unidos tinham advertido na semana passada que uma denúncia contra Israel na Conferência da AIEA poria em perigo o recém-iniciado processo de paz entre israelenses e palestinos.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... mento.jhtm




Enlil
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Re: Irã tem como se defender de Israel?

#2205 Mensagem por Enlil » Ter Set 21, 2010 5:09 pm

É, a hipocrisia não tem limites quando é conveniente...




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