ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Serra no JN foi um desastre: pelo menos 8 mentiras, 2 contradições e 9 erros políticos
A entrevista de José Serra (PSDB/SP) no Jornal Nacional foi um desastre.
Contamos 8 mentiras, 9 erros políticos, e Serra ainda conseguiu cair em contradição duas vezes dentro da mesma entrevista. É muita coisa para um candidato só em 12 minutos de entrevista.
Em vermelho estão nossos comentários daqui do blog.
William Bonner: A entrevista vai durar 12 minutos, e o tempo começa a ser contado a partir de agora. Candidato, desde o início desta campanha, o senhor tem procurado evitar críticas ao presidente Lula. O senhor acha que... E em alguns casos fez até elogios a ele... o senhor acha que essa é a postura que o eleitor espera de um candidato da oposição?
Tal qual um lobo em pele de cordeiro, Serra quer se apresentar como candidato pós-Lula e não de oposição a Lula. A pergunta foi feita para tentar neutralizar a imagem anti-Lula.
Na pergunta, Bonner incluiu uma afirmação do interesse dos marqueteiros de Serra: "fez até elogios a Lula"... Bonner levantou a bola para Serra cortar.
Detalhe: no vídeo nota-se Serra remexendo-se na cadeira, e engolindo em seco, antes de responder.
José Serra: Olha, o Lula não é candidato a presidente. O Lula, a partir de 1º de janeiro, não vai ser mais presidente da República. Quem estiver lá vai ter de conduzir o Brasil. Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros. Eu estou focado no futuro. Hoje tem problemas e tem coisas boas. O que nós temos que fazer? Reforçar aquilo que está bem e corrigir e poder melhorar aquilo que não andou direito. É por isso que eu tenho enfatizado sempre que o Brasil precisa e que o Brasil pode mais. Onde? Na área da saúde, na área da segurança, na área da educação, inclusive do ensino profissionalizante. Meu foco não é o Lula. Ele não está concorrendo comigo.
Serra foi muito ruim... era só cortar a bola levantada... e ele errou 3 vezes:
1ª) Lula não é candidato a presidente, mas tem candidata. Querer tirar a influência do presidente no pleito é um erro. Empurra com a barriga um duelo que ele vai ter que enfrentar. É um erro enfrentar mais à frente, quando estiver mais fraco, e sem tempo para corrigir rumos.
Serra irritou o eleitor que gosta de Lula, mas ainda não tem candidato, ao querer "aposentá-lo" ou "cassá-lo" do processo político antes da hora.
2ª) Quando ele disse "não há presidente que possa governar na garupa", ele tenta desqualificar a adversária, e com argumento bobo, em vez de mostrar suas próprias qualidades. Isso transparece inveja, fraqueza e insegurança. Não agrada aos eleitores. Além disso, a imagem de uma mulher muito inteligente e capaz, que Dilma passou em sua entrevista na segunda-feira, não combina com alguém que ficaria apenas na garupa.
3ª) Para convencer alguém a votar nele, não adianta só apontar problemas e dizer que vai melhorar. Isso todo político diz. É preciso ter credibilidade, e Serra não tem na área de segurança, nem na de educação, e na saúde só tem um pouco ainda, porque é produto de propaganda enganosa e da blindagem da imprensa, que vem sendo desmascarada graças à internet. Trataremos disso mais adiante.
William Bonner: Entendo. Agora, candidato, o senhor avalia o risco que o senhor corre de essa sua postura ser interpretada como um receio de ter que enfrentar a popularidade alta do presidente Lula?
Olha o Bonner levantando a mesma bola de novo, para ver se Serra acerta dessa vez.
José Serra: Não, não vejo por quê. Eu acho que as pessoas estão preocupadas com o futuro, né? Quem vai tocar o Brasil, quem tem mais condições de poder tocar o Brasil para a frente, que não é uma tarefa fácil. Inclusive de pegar aqueles problemas que hoje a população considera como os mais críticos e resolvê-los. Dou como exemplo, novamente, entre outros, a questão da saúde. Então, o importante agora é isso. E as pessoas estão nisso. O governo Lula fez coisas positivas, né? Outras coisas, deixou de fazer. A discussão não é o Lula. A discussão é o que vem para a frente, tá certo? Os problemas do Brasil de hoje e o que tem por diante.
Serra errou pela 4ª vez. Repetiu o terceiro erro citado acima: Para convencer alguém a votar nele, não adianta só apontar problemas e dizer que vai melhorar, porque isso todo político faz. O erro foi pior porque não foi só no conteúdo. Foi também na forma. A resposta de Serra foi um amontoado de obviedades descritas de forma pouco inteligível. Alguém entendeu o que ele quis dizer exatamente com "Dou como exemplo, novamente, entre outros, a questão da saúde. Então, o importante agora é isso. E as pessoas estão nisso"...?
Fátima Bernardes: O senhor tem insistido muito na tecla de que o eleitor deve procurar comparar as biografias dos candidatos que estarão concorrendo, que estão concorrendo nesta eleição. O senhor evita uma comparação de governos. Por exemplo, por quê, entre o governo atual e o governo anterior?
Fátima jogou pétalas para o candidato, suavizando a pergunta, que deveria ser: por que então o senhor esconde seu papel como ministro do planejamento, homem forte, e escolhido em 2002 para sucessor de FHC?
José Serra: Olha, porque são condições diferentes. Eles governaram em períodos diferentes, em circunstâncias diferentes. O governo anterior, do Fernando Henrique, fez uma... muitas contribuições ao Brasil, entre elas o Plano Real. A inflação era de 5.000% ao ano, né? E ela foi quebrada a espinha. As novas gerações nem têm boa memória disso. E várias outras coisas que o governo Lula recolheu e seguiu. O Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda do Lula e hoje é o principal assessor da candidata do PT, nunca parou de elogiar, por exemplo, o governo Fernando Henrique. Mas nós não estamos fazendo uma disputa sobre o passado. É como se eu ficasse discutindo, para ganhar a próxima Copa do Mundo, quem foi o melhor técnico: o Scolari ou o Parreira?
Serra falou a primeira grande mentira da noite. O plano Real foi feito no governo de Itamar Franco (será ele gostou de ser ignorado pelo Serra na TV?). FHC veio em seguida, e passou 8 anos sem dar nenhum passo adiante. Promoveu um populismo fiscal e cambial no primeiro mandato, que quebrou o país, mas ganhou a reeleição, e governou no segundo mandato remendando o país quebrado.
Fátima Bernardes: Mas...
José Serra: E o Mano Menezes, Fátima, desculpe, fosse estar preocupado em saber quem era melhor para efeito de ganhar a Copa de 14. Isso é uma coisa que os adversários fazem para tirar o foco de que o próximo presidente vai ter de governar e não pode ir na garupa. E tem que ter ideias também. Não só coisas que fez no passado, mas também ideias a respeito do futuro.
A comparação com futebol também foi falsa. Lula é um craque e sairá do governo com mais de 80% de aprovação. FHC saiu com baixíssima popularidade, está mais para o que chamam de "era Dunga" (sendo injusto com Dunga, porque ele, no futebol, é muito superior e vitorioso do que FHC, na presidência).
Fátima Bernardes: Mas, por exemplo, avaliar, analisar fracassos e sucessos não ajuda o eleitor na hora de ele decidir pelo voto dele?
Olha a Fátima levantando a mesma bola de novo, para ver se Serra acerta dessa vez.
José Serra: Por isso... E é isso o que eu estou fazendo. Por exemplo, mostro na saúde. Eu fui ministro da Saúde. Fiz os genéricos, os mutirões, a campanha contra a Aids que foi considerada a melhor campanha contra a Aids do mundo, uma série de coisas. A saúde, nos últimos anos, não andou bem. Por exemplo, queda, diminuição do número de cirurgias eletivas, aquelas que não precisa fazer de um dia para o outro, mas são muito importantes. Caiu, né? Pararam os mutirões. Muita prevenção que se fazia acabou ficando para trás. Faltam ainda hospitais nas regiões mais afastadas dos grandes centros. Tem problemas com as consultas, tem problemas de demoras. Enfim, tem um conjunto de coisas, inclusive relacionadas por exemplo com a saúde da mulher. Tudo isso precisa ser equacionado no presente. Eu estou apontando os problemas existentes.
Serra falou a segunda grande mentira da noite: Os genéricos não foi Serra quem fez. Foi Jamil Haddad no governo Itamar Franco (novamente ignorado por Serra).
Em seguida falou a terceira grande mentira: o programa da Aids não foi de Serra, foi de Lair Guerra e Adib Jatene.
Quanto às cirgurgias eletivas, foram elas ou as fraudes no SUS que diminuíram? Muitas cirurgias que não existiam eram cobradas e contabilizadas como se tivessem sido feitas. Além disso, as pessoas que subiram de classe social, e que arranjaram empregos formais, e tiveram acesso a planos de saúde, e não usaram o SUS, como entram nesta contabilidade?
Serra insiste em mutirões como solução em saúde para o SUS. Mutirão é quebra-galho, não é rede de saúde planejada, que o povo merece, e que funciona.
William Bonner: Agora, candidato, vamos ver uma questão... O senhor me permita, para a gente poder conversar melhor.
José Serra: Sim, sim, claro.
William Bonner: Uma questão política. Nesta eleição, existem contradições muito claras nas alianças formadas pelos dois partidos que têm polarizado as eleições presidenciais brasileiras aí nos últimos 16 anos, né? O PT se aliou a desafetos históricos. O seu partido, o PSDB, está ao lado do PTB, um partido envolvido no escândalo do mensalão petista, no escândalo que inclusive foi investigado e foi condenado de forma muito veemente pelo seu partido, o PSDB. Então, a pergunta é a seguinte: o PSDB errou lá atrás quando condenou o PTB ou está errando agora quando se alia a esse partido?
Bonner fingiu ser duro com Serra com perguntas incômodas, mas na verdade estava levantando a bola para Serra atacar o PT, tanto é que nem tocou no assunto "mensalão do DEM", nem do mensalão tcano, do Eduardo Azeredo (PSDB/MG).
José Serra: William, é uma boa pergunta. O PTB, no caso de São Paulo, por exemplo, sempre esteve com o PSDB, de uma ou de outra maneira. Isso teve uma influência grande na aliança nacional. Os partidos, você sabe, são muito heterogêneos. O personagem principal... Os personagens principais do mensalão nem foram do PTB. Os personagens principais foram do PT, aliás, mediante denúncia do Roberto Jeferson, que era então líder do PTB.
Serra cortou a bola levantada para atacar o PT.
Mas errou feio (pela 5ª vez) ao defender Roberto Jefferson, dizendo que ele era denunciante. Não era apenas denunciante, Roberto Jefferson é réu e teve seu mandato cassado por falta de ética.
William Bonner: Os nomes de petebistas, todos, uma lista muito vasta, começando pelo Maurício Marinho.
Bonner insiste no assunto, para requentá-lo e manter em evidência na entrevista. Levantou de novo a bola para Serra cortar.
José Serra: Você tem 40 lá no Supremo Tribunal Federal...
Willlam Bonner: Não, exato.
José Serra: E o PT ganha disparado.
Serra cortou a bola levantada por Bonner para atacar o PT, se esquivando de explicar sua relação com Roberto Jefferson.
William Bonner: Mas não há nenhum constrangimento para o senhor pelo fato de esta aliança por parte do seu partido, o PSDB, ter sido assinada com o PTB pelas mãos do presidente do partido que teve o mandato cassado inclusive com votos de políticos do seu partido, o PSDB? Isso não provoca nenhum tipo de constrangimento?
O aparente "aperto" não passa de pautar a entrevista em torno de desgastar o PT.
José Serra: Olha, o Roberto Jefferson, é o presidente do PTB, ele não é candidato. Ele conhece muito bem o meu programa de governo, o meu estilo de governar. O PTB está conosco dentro dessa perspectiva. Eu não tenho compromisso com o erro. Aliás, nunca tive na minha vida. Tem coisa errada, as pessoas pagam, né? Quem é responsável por si é aquele que comete o erro, é ele que deve pagar. Eu não fico julgando. Mas eu não tenho compromisso com nenhum erro. Agora, quem está comigo sabe o jeito que eu trabalho. Por exemplo, eu não faço aquele loteamento de cargos. Para mim, não tem grupinho de deputados indicando diretor financeiro de uma empresa ou indicando diretor de compras de outra. Por quê? Para que que um deputado quer isso? Evidentemente não é pra ajudar a melhorar o desempenho. É para corrupção. Comigo isso não acontece. Não aconteceu na saúde, no governo de São Paulo e na prefeitura.
Serra errou (pela 6ª vez), por que caiu na 1ª contradição. A defesa que ele faz do relacionamento com Roberto Jefferson, contradiz as críticas que ele fez ao PT. O povo não é bobo.
Serra falou a quarta mentira: até político de Mato Grosso (Antero Paes de Barros) e Pernambuco (Roberto Freire), que estavam desempregados, ele arrumou uma boquinha na SABESP e na Prefeitura de São Paulo.
Fátima Bernardes: Candidato, nesta eleição, quer dizer, o senhor destaca muito a sua experiência política. Mas na hora da escolha do seu vice, houve um certo, um certo conflito com o DEM exatamente porque houve uma demora para o aparecimento desse nome. Muitos dos seus críticos atribuem essa demora ao seu perfil centralizador. O nome do deputado Índio da Costa apareceu 18 dias depois da sua oficialização, da convenção que oficializou a sua candidatura. É... O senhor considera que o deputado, em primeiro mandato, está pronto para ser o vice-presidente, uma função tão importante?
Fátima suavizou a pergunta. Ela teria que ter perguntado se José Roberto Arruda (ex-DEMos), seria o vice, caso não fosse preso no mensalão do DEM. Deveria perguntar também, sobre os problemas com Aécio, sobre a recusa em ser vice.
José Serra: Está. Fátima, deixa só eu te dizer uma coisa. Eu não sou centralizador. Eu sei que tenho a fama de centralizador. Mas no trabalho, eu delego muito. Eu sou mais um cobrador. Eu acompanho tudo.
Fátima Bernardes: Eu falei centralizador porque até no seu discurso de despedida do governo de São Paulo, o senhor mesmo explicou sobre essa fama de centralizador.
José Serra: Que eu não era centralizador. E todo muito que trabalha comigo sabe disso, eu delego muito. Agora, eu acompanho porque quem coordena, quem chefia tem que acompanhar para as coisas acontecerem. A questão da vice estava orientada numa direção. Por circunstancias políticas, acabou não acontecendo. E o Índio da Costa, que foi o escolhido, estava entre os nomes que a gente cogitava. Só que isso não tinha ido para a opinião pública porque senão é uma fofoca só. Fulano, cicrano, isso e aquilo. Ele disputou quatro eleições, é um homem de 40 anos e foi um dos líderes da aprovação do ficha limpa no Congresso. Eu acho que...
Fátima Bernardes: Mas a experiência dele é municipal, na verdade, não é? Ele teve três mandatos de vereador, o senhor acha que isso o qualifica?
José Serra: E um mandato deputado federal.
Fátima Bernardes: Que ele está exercendo pela primeira vez.
José Serra: Eu acho que isso o qualifica perfeitamente. O que vale é a experiência na vida pública. Tem livros sobre administração e eu insisto. Sua atuação no Congresso Nacional foi marcada pelo ficha limpa. Se você for pegar também outros vices, do ponto de vista da experiência pública, cada um tem suas limitações. Mas eu não estou aqui para ficar julgando os outros. Eu só sei que o meu vice, jovem, ficha limpa, preparado, com muita vontade, e do Rio de Janeiro, é um vice adequado. Eu me sinto muito bem com ele. Agora, devo dizer o seguinte...
Serra caiu na 2ª contradição. Ele defende seu vice dizendo que um deputado federal pela primeira vez, do baixo clero, é "perfeitamente qualificado", enquanto tenta desqualificar Dilma, que já ocupou cargos muitos mais importantes e se saiu muito bem. Serra desmontou suas próprias críticas à Dilma, ao defender seu vice.
Quinta mentira: a ficha do vice está suja e lambuzada de merenda escolar, segundo uma vereadora, tucana acima de qualquer suspeita.
William Bonner: Candidato... Candidato.
José Serra: Eu tenho muito boa saúde. Ninguém está sendo vice comigo achando que eu não vou concluir o mandato.
Serra errou ao dizer isso. Falou demais, e errou duas vezes (7º e 8º erro):
1ª) Chamou atenção para algo que a maioria dos telespectadores não estava pensando, e foram induzidos a ser perguntar: E se o Serra faltar? É aquele Indio da Costa que será presidente?
2ª) Na prática, disse que o vice é de "brincadeirinha", desqualificando-o, depois de tê-lo defendido.
William Bonner: Mas um vice não assume só nessas circunstâncias...
Fátima Bernardes: Trágicas.
Agora foi a Fátima quem, sem querer, colocou "a pulga atrás da orelha" do telespectador ...
José Serra: Mas, enfim... Eu não sei até que ponto...
William Bonner: Candidato, eu gostaria de abordar um pouquinho também da sua passagem pelo governo de São Paulo. O senhor foi governo em São Paulo durante quatro anos, seu partido está no poder em São Paulo há 16 anos. Então é razoável que a gente avalie aqui algumas dessas ações. A primeira que eu colocaria em questão aqui é um hábito que o senhor mesmo tem de criticar o modelo de concessão das estradas federais. De outro lado, os usuários, muitos usuários das estradas estaduais de São Paulo que estão sob regime de concessão, se queixam muito do preço e da frequência com que são obrigados a parar para pedágio, quer dizer, uma quantidade de praças de pedágio que eles consideram excessiva. Pergunta: o senhor pretende levar para o Brasil inteiro esse modelo de concessão de estradas estaduais de São Paulo?
Bonner suavizou muito a pergunta. E a fez muito longa, dispersando a atenção do telespectador que não conheça os abusos dos pedágios paulistas.
José Serra: Olha, antes disso. No caso de São Paulo, tem uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes, um organismo independente: 75% dos usuários das estradas do Brasil acham as paulistas ótimas ou boas. 75%, um índice de aprovação altíssimo. Isso para as federais é apenas 25%. De cada dez estradas federais, sete estão esburacadas. São as rodovias da morte. Na Bahia, em Minas, BH, Belo Horizonte, Governador Valadares, em Santa Catarina. Enfim, por toda a parte. O governo federal fez um tipo de concessão que não está funcionando.
Serra falou a sexta mentira: nesta mesma pesquisa Pesquisa rodoviária da CNT quele citou, realizada em 2009, mostra em relação aos 87.552 quilômetros avaliados: Pavimentação (págs. 32 a 35, do Relatório Gerencial): 94,3% não apresentam buracos. De onde ele tirou essa mentira que 7 em cada 10 estão esburacadas?
William Bonner: Mas a que o senhor fez motivou críticas quanto ao preço. Então a questão que se impõe é a seguinte, candidato: não existe um meio termo? Ou o cidadão brasileiro tem uma estrada boa e cara ou ele tem uma estrada ruim e barata. Não tem um meio termo nessa história?
José Serra: Eu acho que pode ter uma estrada boa que não seja cara, se você trabalhar direito. Por exemplo, a concessão que eu fiz da Ayrton Senna. O pedágio anterior era cobrado pelo órgão estadual. Caiu para a metade o pedágio. É que realmente, geralmente, os exemplos bons não veem...
A rodovia Ayrton Senna, a única que Serra cita como tendo "reduzido" o pedágio, tem apenas 48,3 Km. E os milhares de Km das outras rodovias pedagiadas de São Paulo, cujos pedágios só subiram?
Detalhe: o pedágio da Ayrton Senna só diminuiu porque ela corre paralela à via Dutra. Se o pedágio fosse mais caro do que na Dutra, quase ninguém a usaria.
William Bonner: Mas esse modelo vai ser exportado para as estradas federais?
José Serra: Esse modelo que diminuiu pode ser adotado, porque você tem critérios para ser examinados. O governo federal fez estradas pedagiadas. Só que estão, por exemplo, no caso de São Paulo, a Régis Bittencourt, que é federal, ela continua sendo a rodovia da morte. E a Fernão Dias, Minas-São Paulo, está fechada. Você percebe? Nunca o Brasil esteve com as estradas tão ruins. Agora, tem mais: em 1000 é, é, no começo de 2003 para cá, foram arrecadados R$ 65 bilhões para transportes, para estradas na Cide. É um imposto. Sabe quanto foi gasto disso pelo governo federal? Vinte e cinco. Ou seja, foram R$ 40 bilhões arrecadados dos contribuintes para investir em estradas do governo federal que não foram utilizados. A primeira coisa que eu vou fazer, William, é utilizar esses recursos para melhorar as estradas. Não é o assunto de concessão que está na ordem do dia. É gastar. É entender o seguinte: por que de cada R$ 3 que o Governo Federal arrecadou, foram 65, ele gastou um terço disso? É uma barbaridade.
Serra errou (pela 9ª vez) ao apavorar os brasileiros com a ameaça de extender o modelo de pedágios paulista, com tarifas abusivas para o resto do Brasil.
A principal diferença nos pedágios federais na era Lula é que não são onerosos e a margem de lucro é baixa (próximo da taxa selic). O resultado é uma tarifa muito baixa. Os governos demo-tucanos paulistas fazem o contrário: concessão onerosa, que são repassadas às tarifas, e margem de lucro das concessionárias acima de 20% (um absurdo).
A sétima mentira: A rodovia Fernão Dias não está fechada.
A oitava mentira: A arrecadação da CIDE não é só para estradas. Ela é usada também para infra-estrutura do transporte urbano nas cidades, projetos ambientais, e para subsidiar o preço de combustíveis, quando necessário.
O IPVA (quase R$ 9 bilhões só em São Paulo em 2009) que é estadual e Serra recolheu como governador, é que deveria ser para conservar rodovias, e não se sabe para onde vai, nem como é gasto, já que as rodovias paulistas foram privatizadas. O cidadão paulista paga um pedágio caríssimo, e ainda paga um IPVA também bastante caro.
Fátima Bernardes: Nós estamos...
José Serra: Por isso as estradas federais estão nessa situação. Desculpa, Fátima, fala.
Fátima Bernardes: Não, candidato. É que como nós temos um tempo, eu queria dar ao senhor os 30 segundos para o encerramento, para o senhor se dirigir ao...
José Serra: Já passou?!
Fátima Bernardes: Já passou, já estamos, olhe lá, Onze e quarenta e sete e os seus eleitores.
José Serra: Olha, eu vim aqui, queria, em primeiro lugar, agradecer a vocês por essa oportunidade. Eu tenho uma origem modesta, meus pais eram muito modestos. Eu acho que eles nunca sonharam que um dia eu estaria aqui no Jornal Nacional, que eles assistiam diariamente, aliás pela segunda vez, falando como candidato a presidente da República. Eu devo a eles até onde eu cheguei. Devo a eles, devo à escola pública e acabei virando professor universitário, mas também sempre ligado às questões públicas, desde que eu fui presidente da União Nacional dos Estudantes até hoje. O que eu peço hoje...
Serra ensaiou, ensaiou, ensaiou... e o que saiu foi isso aí.
William Bonner: Seu tempo, candidato.
José Serra: Para concluir é o seguinte: eu acho que o Brasil pode continuar e pode melhorar muito. O que eu queria pedir às pessoas...
William Bonner: Candidato, o senhor me obriga a interrompê-lo, me perdoe, me perdoe.
José Serra: Não posso nem falar um pouquinho?
William Bonner: É em respeito... Não posso. Porque é em respeito aos demais candidatos que estiveram aqui. E eu sei que o senhor vai compreender. E eu quero agradecer a sua presença aqui.
José Serra: Não. Eu compreendo. Obrigado.
Quem pensou que Bonner foi "durão" com Serra, não conhece o outro lado da história.
Se o tempo fosse a mais para Serra, Dilma e Marina teriam direito a voltar ao Jornal Nacional outro dia para completar o tempo igual para todos, de acordo com as leis eleitorais.
Em: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
Um fraternal abraço,
Serra no JN foi um desastre: pelo menos 8 mentiras, 2 contradições e 9 erros políticos
A entrevista de José Serra (PSDB/SP) no Jornal Nacional foi um desastre.
Contamos 8 mentiras, 9 erros políticos, e Serra ainda conseguiu cair em contradição duas vezes dentro da mesma entrevista. É muita coisa para um candidato só em 12 minutos de entrevista.
Em vermelho estão nossos comentários daqui do blog.
William Bonner: A entrevista vai durar 12 minutos, e o tempo começa a ser contado a partir de agora. Candidato, desde o início desta campanha, o senhor tem procurado evitar críticas ao presidente Lula. O senhor acha que... E em alguns casos fez até elogios a ele... o senhor acha que essa é a postura que o eleitor espera de um candidato da oposição?
Tal qual um lobo em pele de cordeiro, Serra quer se apresentar como candidato pós-Lula e não de oposição a Lula. A pergunta foi feita para tentar neutralizar a imagem anti-Lula.
Na pergunta, Bonner incluiu uma afirmação do interesse dos marqueteiros de Serra: "fez até elogios a Lula"... Bonner levantou a bola para Serra cortar.
Detalhe: no vídeo nota-se Serra remexendo-se na cadeira, e engolindo em seco, antes de responder.
José Serra: Olha, o Lula não é candidato a presidente. O Lula, a partir de 1º de janeiro, não vai ser mais presidente da República. Quem estiver lá vai ter de conduzir o Brasil. Não há presidente que possa governar na garupa, ouvindo terceiros ou sendo monitorado por terceiros. Eu estou focado no futuro. Hoje tem problemas e tem coisas boas. O que nós temos que fazer? Reforçar aquilo que está bem e corrigir e poder melhorar aquilo que não andou direito. É por isso que eu tenho enfatizado sempre que o Brasil precisa e que o Brasil pode mais. Onde? Na área da saúde, na área da segurança, na área da educação, inclusive do ensino profissionalizante. Meu foco não é o Lula. Ele não está concorrendo comigo.
Serra foi muito ruim... era só cortar a bola levantada... e ele errou 3 vezes:
1ª) Lula não é candidato a presidente, mas tem candidata. Querer tirar a influência do presidente no pleito é um erro. Empurra com a barriga um duelo que ele vai ter que enfrentar. É um erro enfrentar mais à frente, quando estiver mais fraco, e sem tempo para corrigir rumos.
Serra irritou o eleitor que gosta de Lula, mas ainda não tem candidato, ao querer "aposentá-lo" ou "cassá-lo" do processo político antes da hora.
2ª) Quando ele disse "não há presidente que possa governar na garupa", ele tenta desqualificar a adversária, e com argumento bobo, em vez de mostrar suas próprias qualidades. Isso transparece inveja, fraqueza e insegurança. Não agrada aos eleitores. Além disso, a imagem de uma mulher muito inteligente e capaz, que Dilma passou em sua entrevista na segunda-feira, não combina com alguém que ficaria apenas na garupa.
3ª) Para convencer alguém a votar nele, não adianta só apontar problemas e dizer que vai melhorar. Isso todo político diz. É preciso ter credibilidade, e Serra não tem na área de segurança, nem na de educação, e na saúde só tem um pouco ainda, porque é produto de propaganda enganosa e da blindagem da imprensa, que vem sendo desmascarada graças à internet. Trataremos disso mais adiante.
William Bonner: Entendo. Agora, candidato, o senhor avalia o risco que o senhor corre de essa sua postura ser interpretada como um receio de ter que enfrentar a popularidade alta do presidente Lula?
Olha o Bonner levantando a mesma bola de novo, para ver se Serra acerta dessa vez.
José Serra: Não, não vejo por quê. Eu acho que as pessoas estão preocupadas com o futuro, né? Quem vai tocar o Brasil, quem tem mais condições de poder tocar o Brasil para a frente, que não é uma tarefa fácil. Inclusive de pegar aqueles problemas que hoje a população considera como os mais críticos e resolvê-los. Dou como exemplo, novamente, entre outros, a questão da saúde. Então, o importante agora é isso. E as pessoas estão nisso. O governo Lula fez coisas positivas, né? Outras coisas, deixou de fazer. A discussão não é o Lula. A discussão é o que vem para a frente, tá certo? Os problemas do Brasil de hoje e o que tem por diante.
Serra errou pela 4ª vez. Repetiu o terceiro erro citado acima: Para convencer alguém a votar nele, não adianta só apontar problemas e dizer que vai melhorar, porque isso todo político faz. O erro foi pior porque não foi só no conteúdo. Foi também na forma. A resposta de Serra foi um amontoado de obviedades descritas de forma pouco inteligível. Alguém entendeu o que ele quis dizer exatamente com "Dou como exemplo, novamente, entre outros, a questão da saúde. Então, o importante agora é isso. E as pessoas estão nisso"...?
Fátima Bernardes: O senhor tem insistido muito na tecla de que o eleitor deve procurar comparar as biografias dos candidatos que estarão concorrendo, que estão concorrendo nesta eleição. O senhor evita uma comparação de governos. Por exemplo, por quê, entre o governo atual e o governo anterior?
Fátima jogou pétalas para o candidato, suavizando a pergunta, que deveria ser: por que então o senhor esconde seu papel como ministro do planejamento, homem forte, e escolhido em 2002 para sucessor de FHC?
José Serra: Olha, porque são condições diferentes. Eles governaram em períodos diferentes, em circunstâncias diferentes. O governo anterior, do Fernando Henrique, fez uma... muitas contribuições ao Brasil, entre elas o Plano Real. A inflação era de 5.000% ao ano, né? E ela foi quebrada a espinha. As novas gerações nem têm boa memória disso. E várias outras coisas que o governo Lula recolheu e seguiu. O Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda do Lula e hoje é o principal assessor da candidata do PT, nunca parou de elogiar, por exemplo, o governo Fernando Henrique. Mas nós não estamos fazendo uma disputa sobre o passado. É como se eu ficasse discutindo, para ganhar a próxima Copa do Mundo, quem foi o melhor técnico: o Scolari ou o Parreira?
Serra falou a primeira grande mentira da noite. O plano Real foi feito no governo de Itamar Franco (será ele gostou de ser ignorado pelo Serra na TV?). FHC veio em seguida, e passou 8 anos sem dar nenhum passo adiante. Promoveu um populismo fiscal e cambial no primeiro mandato, que quebrou o país, mas ganhou a reeleição, e governou no segundo mandato remendando o país quebrado.
Fátima Bernardes: Mas...
José Serra: E o Mano Menezes, Fátima, desculpe, fosse estar preocupado em saber quem era melhor para efeito de ganhar a Copa de 14. Isso é uma coisa que os adversários fazem para tirar o foco de que o próximo presidente vai ter de governar e não pode ir na garupa. E tem que ter ideias também. Não só coisas que fez no passado, mas também ideias a respeito do futuro.
A comparação com futebol também foi falsa. Lula é um craque e sairá do governo com mais de 80% de aprovação. FHC saiu com baixíssima popularidade, está mais para o que chamam de "era Dunga" (sendo injusto com Dunga, porque ele, no futebol, é muito superior e vitorioso do que FHC, na presidência).
Fátima Bernardes: Mas, por exemplo, avaliar, analisar fracassos e sucessos não ajuda o eleitor na hora de ele decidir pelo voto dele?
Olha a Fátima levantando a mesma bola de novo, para ver se Serra acerta dessa vez.
José Serra: Por isso... E é isso o que eu estou fazendo. Por exemplo, mostro na saúde. Eu fui ministro da Saúde. Fiz os genéricos, os mutirões, a campanha contra a Aids que foi considerada a melhor campanha contra a Aids do mundo, uma série de coisas. A saúde, nos últimos anos, não andou bem. Por exemplo, queda, diminuição do número de cirurgias eletivas, aquelas que não precisa fazer de um dia para o outro, mas são muito importantes. Caiu, né? Pararam os mutirões. Muita prevenção que se fazia acabou ficando para trás. Faltam ainda hospitais nas regiões mais afastadas dos grandes centros. Tem problemas com as consultas, tem problemas de demoras. Enfim, tem um conjunto de coisas, inclusive relacionadas por exemplo com a saúde da mulher. Tudo isso precisa ser equacionado no presente. Eu estou apontando os problemas existentes.
Serra falou a segunda grande mentira da noite: Os genéricos não foi Serra quem fez. Foi Jamil Haddad no governo Itamar Franco (novamente ignorado por Serra).
Em seguida falou a terceira grande mentira: o programa da Aids não foi de Serra, foi de Lair Guerra e Adib Jatene.
Quanto às cirgurgias eletivas, foram elas ou as fraudes no SUS que diminuíram? Muitas cirurgias que não existiam eram cobradas e contabilizadas como se tivessem sido feitas. Além disso, as pessoas que subiram de classe social, e que arranjaram empregos formais, e tiveram acesso a planos de saúde, e não usaram o SUS, como entram nesta contabilidade?
Serra insiste em mutirões como solução em saúde para o SUS. Mutirão é quebra-galho, não é rede de saúde planejada, que o povo merece, e que funciona.
William Bonner: Agora, candidato, vamos ver uma questão... O senhor me permita, para a gente poder conversar melhor.
José Serra: Sim, sim, claro.
William Bonner: Uma questão política. Nesta eleição, existem contradições muito claras nas alianças formadas pelos dois partidos que têm polarizado as eleições presidenciais brasileiras aí nos últimos 16 anos, né? O PT se aliou a desafetos históricos. O seu partido, o PSDB, está ao lado do PTB, um partido envolvido no escândalo do mensalão petista, no escândalo que inclusive foi investigado e foi condenado de forma muito veemente pelo seu partido, o PSDB. Então, a pergunta é a seguinte: o PSDB errou lá atrás quando condenou o PTB ou está errando agora quando se alia a esse partido?
Bonner fingiu ser duro com Serra com perguntas incômodas, mas na verdade estava levantando a bola para Serra atacar o PT, tanto é que nem tocou no assunto "mensalão do DEM", nem do mensalão tcano, do Eduardo Azeredo (PSDB/MG).
José Serra: William, é uma boa pergunta. O PTB, no caso de São Paulo, por exemplo, sempre esteve com o PSDB, de uma ou de outra maneira. Isso teve uma influência grande na aliança nacional. Os partidos, você sabe, são muito heterogêneos. O personagem principal... Os personagens principais do mensalão nem foram do PTB. Os personagens principais foram do PT, aliás, mediante denúncia do Roberto Jeferson, que era então líder do PTB.
Serra cortou a bola levantada para atacar o PT.
Mas errou feio (pela 5ª vez) ao defender Roberto Jefferson, dizendo que ele era denunciante. Não era apenas denunciante, Roberto Jefferson é réu e teve seu mandato cassado por falta de ética.
William Bonner: Os nomes de petebistas, todos, uma lista muito vasta, começando pelo Maurício Marinho.
Bonner insiste no assunto, para requentá-lo e manter em evidência na entrevista. Levantou de novo a bola para Serra cortar.
José Serra: Você tem 40 lá no Supremo Tribunal Federal...
Willlam Bonner: Não, exato.
José Serra: E o PT ganha disparado.
Serra cortou a bola levantada por Bonner para atacar o PT, se esquivando de explicar sua relação com Roberto Jefferson.
William Bonner: Mas não há nenhum constrangimento para o senhor pelo fato de esta aliança por parte do seu partido, o PSDB, ter sido assinada com o PTB pelas mãos do presidente do partido que teve o mandato cassado inclusive com votos de políticos do seu partido, o PSDB? Isso não provoca nenhum tipo de constrangimento?
O aparente "aperto" não passa de pautar a entrevista em torno de desgastar o PT.
José Serra: Olha, o Roberto Jefferson, é o presidente do PTB, ele não é candidato. Ele conhece muito bem o meu programa de governo, o meu estilo de governar. O PTB está conosco dentro dessa perspectiva. Eu não tenho compromisso com o erro. Aliás, nunca tive na minha vida. Tem coisa errada, as pessoas pagam, né? Quem é responsável por si é aquele que comete o erro, é ele que deve pagar. Eu não fico julgando. Mas eu não tenho compromisso com nenhum erro. Agora, quem está comigo sabe o jeito que eu trabalho. Por exemplo, eu não faço aquele loteamento de cargos. Para mim, não tem grupinho de deputados indicando diretor financeiro de uma empresa ou indicando diretor de compras de outra. Por quê? Para que que um deputado quer isso? Evidentemente não é pra ajudar a melhorar o desempenho. É para corrupção. Comigo isso não acontece. Não aconteceu na saúde, no governo de São Paulo e na prefeitura.
Serra errou (pela 6ª vez), por que caiu na 1ª contradição. A defesa que ele faz do relacionamento com Roberto Jefferson, contradiz as críticas que ele fez ao PT. O povo não é bobo.
Serra falou a quarta mentira: até político de Mato Grosso (Antero Paes de Barros) e Pernambuco (Roberto Freire), que estavam desempregados, ele arrumou uma boquinha na SABESP e na Prefeitura de São Paulo.
Fátima Bernardes: Candidato, nesta eleição, quer dizer, o senhor destaca muito a sua experiência política. Mas na hora da escolha do seu vice, houve um certo, um certo conflito com o DEM exatamente porque houve uma demora para o aparecimento desse nome. Muitos dos seus críticos atribuem essa demora ao seu perfil centralizador. O nome do deputado Índio da Costa apareceu 18 dias depois da sua oficialização, da convenção que oficializou a sua candidatura. É... O senhor considera que o deputado, em primeiro mandato, está pronto para ser o vice-presidente, uma função tão importante?
Fátima suavizou a pergunta. Ela teria que ter perguntado se José Roberto Arruda (ex-DEMos), seria o vice, caso não fosse preso no mensalão do DEM. Deveria perguntar também, sobre os problemas com Aécio, sobre a recusa em ser vice.
José Serra: Está. Fátima, deixa só eu te dizer uma coisa. Eu não sou centralizador. Eu sei que tenho a fama de centralizador. Mas no trabalho, eu delego muito. Eu sou mais um cobrador. Eu acompanho tudo.
Fátima Bernardes: Eu falei centralizador porque até no seu discurso de despedida do governo de São Paulo, o senhor mesmo explicou sobre essa fama de centralizador.
José Serra: Que eu não era centralizador. E todo muito que trabalha comigo sabe disso, eu delego muito. Agora, eu acompanho porque quem coordena, quem chefia tem que acompanhar para as coisas acontecerem. A questão da vice estava orientada numa direção. Por circunstancias políticas, acabou não acontecendo. E o Índio da Costa, que foi o escolhido, estava entre os nomes que a gente cogitava. Só que isso não tinha ido para a opinião pública porque senão é uma fofoca só. Fulano, cicrano, isso e aquilo. Ele disputou quatro eleições, é um homem de 40 anos e foi um dos líderes da aprovação do ficha limpa no Congresso. Eu acho que...
Fátima Bernardes: Mas a experiência dele é municipal, na verdade, não é? Ele teve três mandatos de vereador, o senhor acha que isso o qualifica?
José Serra: E um mandato deputado federal.
Fátima Bernardes: Que ele está exercendo pela primeira vez.
José Serra: Eu acho que isso o qualifica perfeitamente. O que vale é a experiência na vida pública. Tem livros sobre administração e eu insisto. Sua atuação no Congresso Nacional foi marcada pelo ficha limpa. Se você for pegar também outros vices, do ponto de vista da experiência pública, cada um tem suas limitações. Mas eu não estou aqui para ficar julgando os outros. Eu só sei que o meu vice, jovem, ficha limpa, preparado, com muita vontade, e do Rio de Janeiro, é um vice adequado. Eu me sinto muito bem com ele. Agora, devo dizer o seguinte...
Serra caiu na 2ª contradição. Ele defende seu vice dizendo que um deputado federal pela primeira vez, do baixo clero, é "perfeitamente qualificado", enquanto tenta desqualificar Dilma, que já ocupou cargos muitos mais importantes e se saiu muito bem. Serra desmontou suas próprias críticas à Dilma, ao defender seu vice.
Quinta mentira: a ficha do vice está suja e lambuzada de merenda escolar, segundo uma vereadora, tucana acima de qualquer suspeita.
William Bonner: Candidato... Candidato.
José Serra: Eu tenho muito boa saúde. Ninguém está sendo vice comigo achando que eu não vou concluir o mandato.
Serra errou ao dizer isso. Falou demais, e errou duas vezes (7º e 8º erro):
1ª) Chamou atenção para algo que a maioria dos telespectadores não estava pensando, e foram induzidos a ser perguntar: E se o Serra faltar? É aquele Indio da Costa que será presidente?
2ª) Na prática, disse que o vice é de "brincadeirinha", desqualificando-o, depois de tê-lo defendido.
William Bonner: Mas um vice não assume só nessas circunstâncias...
Fátima Bernardes: Trágicas.
Agora foi a Fátima quem, sem querer, colocou "a pulga atrás da orelha" do telespectador ...
José Serra: Mas, enfim... Eu não sei até que ponto...
William Bonner: Candidato, eu gostaria de abordar um pouquinho também da sua passagem pelo governo de São Paulo. O senhor foi governo em São Paulo durante quatro anos, seu partido está no poder em São Paulo há 16 anos. Então é razoável que a gente avalie aqui algumas dessas ações. A primeira que eu colocaria em questão aqui é um hábito que o senhor mesmo tem de criticar o modelo de concessão das estradas federais. De outro lado, os usuários, muitos usuários das estradas estaduais de São Paulo que estão sob regime de concessão, se queixam muito do preço e da frequência com que são obrigados a parar para pedágio, quer dizer, uma quantidade de praças de pedágio que eles consideram excessiva. Pergunta: o senhor pretende levar para o Brasil inteiro esse modelo de concessão de estradas estaduais de São Paulo?
Bonner suavizou muito a pergunta. E a fez muito longa, dispersando a atenção do telespectador que não conheça os abusos dos pedágios paulistas.
José Serra: Olha, antes disso. No caso de São Paulo, tem uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes, um organismo independente: 75% dos usuários das estradas do Brasil acham as paulistas ótimas ou boas. 75%, um índice de aprovação altíssimo. Isso para as federais é apenas 25%. De cada dez estradas federais, sete estão esburacadas. São as rodovias da morte. Na Bahia, em Minas, BH, Belo Horizonte, Governador Valadares, em Santa Catarina. Enfim, por toda a parte. O governo federal fez um tipo de concessão que não está funcionando.
Serra falou a sexta mentira: nesta mesma pesquisa Pesquisa rodoviária da CNT quele citou, realizada em 2009, mostra em relação aos 87.552 quilômetros avaliados: Pavimentação (págs. 32 a 35, do Relatório Gerencial): 94,3% não apresentam buracos. De onde ele tirou essa mentira que 7 em cada 10 estão esburacadas?
William Bonner: Mas a que o senhor fez motivou críticas quanto ao preço. Então a questão que se impõe é a seguinte, candidato: não existe um meio termo? Ou o cidadão brasileiro tem uma estrada boa e cara ou ele tem uma estrada ruim e barata. Não tem um meio termo nessa história?
José Serra: Eu acho que pode ter uma estrada boa que não seja cara, se você trabalhar direito. Por exemplo, a concessão que eu fiz da Ayrton Senna. O pedágio anterior era cobrado pelo órgão estadual. Caiu para a metade o pedágio. É que realmente, geralmente, os exemplos bons não veem...
A rodovia Ayrton Senna, a única que Serra cita como tendo "reduzido" o pedágio, tem apenas 48,3 Km. E os milhares de Km das outras rodovias pedagiadas de São Paulo, cujos pedágios só subiram?
Detalhe: o pedágio da Ayrton Senna só diminuiu porque ela corre paralela à via Dutra. Se o pedágio fosse mais caro do que na Dutra, quase ninguém a usaria.
William Bonner: Mas esse modelo vai ser exportado para as estradas federais?
José Serra: Esse modelo que diminuiu pode ser adotado, porque você tem critérios para ser examinados. O governo federal fez estradas pedagiadas. Só que estão, por exemplo, no caso de São Paulo, a Régis Bittencourt, que é federal, ela continua sendo a rodovia da morte. E a Fernão Dias, Minas-São Paulo, está fechada. Você percebe? Nunca o Brasil esteve com as estradas tão ruins. Agora, tem mais: em 1000 é, é, no começo de 2003 para cá, foram arrecadados R$ 65 bilhões para transportes, para estradas na Cide. É um imposto. Sabe quanto foi gasto disso pelo governo federal? Vinte e cinco. Ou seja, foram R$ 40 bilhões arrecadados dos contribuintes para investir em estradas do governo federal que não foram utilizados. A primeira coisa que eu vou fazer, William, é utilizar esses recursos para melhorar as estradas. Não é o assunto de concessão que está na ordem do dia. É gastar. É entender o seguinte: por que de cada R$ 3 que o Governo Federal arrecadou, foram 65, ele gastou um terço disso? É uma barbaridade.
Serra errou (pela 9ª vez) ao apavorar os brasileiros com a ameaça de extender o modelo de pedágios paulista, com tarifas abusivas para o resto do Brasil.
A principal diferença nos pedágios federais na era Lula é que não são onerosos e a margem de lucro é baixa (próximo da taxa selic). O resultado é uma tarifa muito baixa. Os governos demo-tucanos paulistas fazem o contrário: concessão onerosa, que são repassadas às tarifas, e margem de lucro das concessionárias acima de 20% (um absurdo).
A sétima mentira: A rodovia Fernão Dias não está fechada.
A oitava mentira: A arrecadação da CIDE não é só para estradas. Ela é usada também para infra-estrutura do transporte urbano nas cidades, projetos ambientais, e para subsidiar o preço de combustíveis, quando necessário.
O IPVA (quase R$ 9 bilhões só em São Paulo em 2009) que é estadual e Serra recolheu como governador, é que deveria ser para conservar rodovias, e não se sabe para onde vai, nem como é gasto, já que as rodovias paulistas foram privatizadas. O cidadão paulista paga um pedágio caríssimo, e ainda paga um IPVA também bastante caro.
Fátima Bernardes: Nós estamos...
José Serra: Por isso as estradas federais estão nessa situação. Desculpa, Fátima, fala.
Fátima Bernardes: Não, candidato. É que como nós temos um tempo, eu queria dar ao senhor os 30 segundos para o encerramento, para o senhor se dirigir ao...
José Serra: Já passou?!
Fátima Bernardes: Já passou, já estamos, olhe lá, Onze e quarenta e sete e os seus eleitores.
José Serra: Olha, eu vim aqui, queria, em primeiro lugar, agradecer a vocês por essa oportunidade. Eu tenho uma origem modesta, meus pais eram muito modestos. Eu acho que eles nunca sonharam que um dia eu estaria aqui no Jornal Nacional, que eles assistiam diariamente, aliás pela segunda vez, falando como candidato a presidente da República. Eu devo a eles até onde eu cheguei. Devo a eles, devo à escola pública e acabei virando professor universitário, mas também sempre ligado às questões públicas, desde que eu fui presidente da União Nacional dos Estudantes até hoje. O que eu peço hoje...
Serra ensaiou, ensaiou, ensaiou... e o que saiu foi isso aí.
William Bonner: Seu tempo, candidato.
José Serra: Para concluir é o seguinte: eu acho que o Brasil pode continuar e pode melhorar muito. O que eu queria pedir às pessoas...
William Bonner: Candidato, o senhor me obriga a interrompê-lo, me perdoe, me perdoe.
José Serra: Não posso nem falar um pouquinho?
William Bonner: É em respeito... Não posso. Porque é em respeito aos demais candidatos que estiveram aqui. E eu sei que o senhor vai compreender. E eu quero agradecer a sua presença aqui.
José Serra: Não. Eu compreendo. Obrigado.
Quem pensou que Bonner foi "durão" com Serra, não conhece o outro lado da história.
Se o tempo fosse a mais para Serra, Dilma e Marina teriam direito a voltar ao Jornal Nacional outro dia para completar o tempo igual para todos, de acordo com as leis eleitorais.
Em: http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/
Um fraternal abraço,
.'.
"... E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. ... "
Maria Judith Brito, Presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais).
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Para quem não viu ou queira fazer uma comparação quanto a postura do casal 45 e da Rede Globo.
Tentativas de desconstruir a imagem da candidata Dilma Rousseff. Postura rude e arrogante do entrevistador. Interrupções contínuas na tentativa de impedir que a candidata respondesse com clareza às perguntas. Claro ataque ao Presidente Lula e seu governo.
Integralmente a entrevista teve como alvo não o PV ou a candidata Marina da Silva, mas sim buscou continuamente a atacar o governo do Presidente Lula. Postura rude e arrogante do antrevistador.
Bate papo entre amigos, cordialidades e sorrisos. Perguntas convenientes, para hora o candidato Serra apresentar suas propagandas políticas, hora para atacar o governo do Presidente Lula ou a candidata Dilma Rousseff, no melhor estilo "eu levanto a bola para você cortar". Clara intenção de tentar desvincular o governo do Presidente Lula da candidata Dilma Roussef. Assuntos polêmicos que poderiam denegrir a imagem do candidfato e de seu partido convenientemente esquecidas. Apresentadores pisando em ovos. Só faltou perguntas ao estilo Veja, tipo: Porque o senhor se considera o candidato mais preparado? Porque na sua opinião é preciso uma renovação no governo federal? Etc.
Um fraternal abraço,
Tentativas de desconstruir a imagem da candidata Dilma Rousseff. Postura rude e arrogante do entrevistador. Interrupções contínuas na tentativa de impedir que a candidata respondesse com clareza às perguntas. Claro ataque ao Presidente Lula e seu governo.
Integralmente a entrevista teve como alvo não o PV ou a candidata Marina da Silva, mas sim buscou continuamente a atacar o governo do Presidente Lula. Postura rude e arrogante do antrevistador.
Bate papo entre amigos, cordialidades e sorrisos. Perguntas convenientes, para hora o candidato Serra apresentar suas propagandas políticas, hora para atacar o governo do Presidente Lula ou a candidata Dilma Rousseff, no melhor estilo "eu levanto a bola para você cortar". Clara intenção de tentar desvincular o governo do Presidente Lula da candidata Dilma Roussef. Assuntos polêmicos que poderiam denegrir a imagem do candidfato e de seu partido convenientemente esquecidas. Apresentadores pisando em ovos. Só faltou perguntas ao estilo Veja, tipo: Porque o senhor se considera o candidato mais preparado? Porque na sua opinião é preciso uma renovação no governo federal? Etc.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
1) De novo caro amigo, de novo.Carlos Mathias escreveu:Exatamente como o previsto, perguntas direcionadas para permiti ao Serra malhar o Lula, a Dilma e enaltecer as "qualidades" dele.
Como eu disse antes, as vezes tenho cá minhas dúvidas se o Chávez realmente estava errado fechando a TV lá na venezuela2.
O TRE, ou STE não poderiam intervir?
Algo como estipular que as mesmas perguntas sejam feitas à todos igualmente?
Sei lá, fica na mão dos caras o poder absoluto de levar a massa feito gado prá onde eles querem1.
Esse é o Brasil que querem de volta.
2) No Brasil qualquer tentativa de moralização, regulação ou sei-lá-o-quê já é taxado de atentado à liberdade de expressão, censura. Novamente fica escancarado que os detentores de concessões públicas as usam para interesses particulares nocivos à nação, mas eis uma oportunidade de a sociedade reagir e exigir uma programação de qualidade e um mínimo de responsabilidade.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Parecia uma pauta dirigida. Falou da saúde, teoricamente ponto forte do Serra. Perguntas sobre o mensalão, com intuito de acertar Lula/Dilma. Aquele início falando de não se governar na garupa. Depois um tema geral, mas que é de alcance nacional, estradas. E, muito diferente das duas anteriores entrevistas, Serra só foi realmente interrompido no final. Coisa descarada. É uma pena que o JN tenha agido assim. E o bom humor dos apresentadores desde o chamada inicial de abertura. Outro ponto "interessante", logo após o final da entrevista, no retorno do brake, falando que o JN é finalista de um prêmio internacional, com uma reportagem justamente sobre apagão do ano passado...Será que acham que os brasileiros não lembram da crise energética do governo psdbista?
O grande problema é que a imprensa é uma instituição importantíssima para a democracia. A liberdade ainda mais. Mas há que se preservar regras para a isenção. Se o veículo tem liberdade para agir, ele também tem que dar o mesmo tratamento aos candidatos, ainda mais em relevante assunto como a eleição presidencial. O pior é que são cabeças-duras. Metem o pau, e o governo está nos braços do povo, com popularidade recorde. Vimos agora estas entrevistas no JN. Tem as pesquisas do instituto da FSP, que vão contra os demais. Tem a Veja, que a poucos meses atrás, quando das inundações recordes, atribuiu o fato em SP a natureza e no Rio ao descaso estadual/federal.
Acho a liberdade de imprensa fundamental. Porém creio que as autoridades responsáveis devam abrir os olhos e fiscalizar com rigor o pleito. Aos editores das revistas, jornais e emissoras citados neste post, peço que tentem ser o mais imparcial possível. A Globo tem qualidades. A FSP tem matérias importantes. A Veja publica ótimas reportagens, particularmente, sobre medicina. Que reflitam e mudem o seu comportamento para servirem ao país de forma mais democrática e imparcial possível.
Grande abraço a todos!
O grande problema é que a imprensa é uma instituição importantíssima para a democracia. A liberdade ainda mais. Mas há que se preservar regras para a isenção. Se o veículo tem liberdade para agir, ele também tem que dar o mesmo tratamento aos candidatos, ainda mais em relevante assunto como a eleição presidencial. O pior é que são cabeças-duras. Metem o pau, e o governo está nos braços do povo, com popularidade recorde. Vimos agora estas entrevistas no JN. Tem as pesquisas do instituto da FSP, que vão contra os demais. Tem a Veja, que a poucos meses atrás, quando das inundações recordes, atribuiu o fato em SP a natureza e no Rio ao descaso estadual/federal.
Acho a liberdade de imprensa fundamental. Porém creio que as autoridades responsáveis devam abrir os olhos e fiscalizar com rigor o pleito. Aos editores das revistas, jornais e emissoras citados neste post, peço que tentem ser o mais imparcial possível. A Globo tem qualidades. A FSP tem matérias importantes. A Veja publica ótimas reportagens, particularmente, sobre medicina. Que reflitam e mudem o seu comportamento para servirem ao país de forma mais democrática e imparcial possível.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
pois é, just a dream! rs os intere$$e$ dificilmente permitiriam uma mudança!
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Me perdoe, mein Führer!!!
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Collor: "Lula é o melhor presidente que Brasil já teve"
MACEIÓ - O senador Fernando Collor (PTB) disse que, se ganhar as eleições ao Governo de Alagoas em 2010, pode não concluir o mandato para entrar em outra disputa eleitoral em 2014. Não disse para qual cargo.
"Não sei dizer se deixaria o mandato antes, depende das circunstâncias políticas, depende de muitos fatores. Mas, o que desejo é fazer um Governo à altura das expectativas dos alagoanos", disse Collor. Ele foi entrevistado pela rádio Difusora de Alagoas, horas antes do protesto "Fora Collor", organizado por estudantes, sem terra e representantes da sociedade civil organizada. Em 1989, Collor renunciou ao Governo de Alagoas para disputar - e vencer - a Presidência da República.
Na entrevista, Collor citou o nome da petista Dilma Rousseff e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ter seguido uma agenda implantada por ele, Collor, "e melhorando o que eu fiz, o presidente Lula, a meu modo de ver, é o melhor presidente que o Brasil já teve", completou. Ele carregava um adesivo de Dilma do lado direito do peito; à esquerda, estava o dele.
Ele pediu desculpas sobre os xingamentos usados contra o repórter Hugo Marques, da revista IstoÉ, mas não ao profissional de imprensa. "Ele cometeu má fé por ter divulgado um trecho da gravação. Eu, eu já tenho apanhado tanto, sofro tanto, não perdi minha capacidade de me indignar".
18:56 - 11/08/2010
MACEIÓ - O senador Fernando Collor (PTB) disse que, se ganhar as eleições ao Governo de Alagoas em 2010, pode não concluir o mandato para entrar em outra disputa eleitoral em 2014. Não disse para qual cargo.
"Não sei dizer se deixaria o mandato antes, depende das circunstâncias políticas, depende de muitos fatores. Mas, o que desejo é fazer um Governo à altura das expectativas dos alagoanos", disse Collor. Ele foi entrevistado pela rádio Difusora de Alagoas, horas antes do protesto "Fora Collor", organizado por estudantes, sem terra e representantes da sociedade civil organizada. Em 1989, Collor renunciou ao Governo de Alagoas para disputar - e vencer - a Presidência da República.
Na entrevista, Collor citou o nome da petista Dilma Rousseff e disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por ter seguido uma agenda implantada por ele, Collor, "e melhorando o que eu fiz, o presidente Lula, a meu modo de ver, é o melhor presidente que o Brasil já teve", completou. Ele carregava um adesivo de Dilma do lado direito do peito; à esquerda, estava o dele.
Ele pediu desculpas sobre os xingamentos usados contra o repórter Hugo Marques, da revista IstoÉ, mas não ao profissional de imprensa. "Ele cometeu má fé por ter divulgado um trecho da gravação. Eu, eu já tenho apanhado tanto, sofro tanto, não perdi minha capacidade de me indignar".
18:56 - 11/08/2010
Cabeça dos outros é terra que ninguem anda... terras ermas...
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Uma conspiração da Globo e do Datafolha?
Por Altamiro Borges
Líder absoluto de audiência, o Jornal Nacional da TV Globo levou ao ar nesta semana sua série de entrevistas com os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de opinião. Dilma Rousseff foi a primeira a enfrentar Willian Bonner e Fátima Bernardes. O casal global promoveu algo parecido com um interrogatório policial – só faltaram os instrumentos de tortura. Até o presidente Lula, sempre tão conciliador, criticou a “falta de gentileza” do apresentador do JN.
Já na terça-feira, a verde Marina Silva foi visivelmente conduzida para criticar o governo. Parte da entrevista foi utilizada ardilosamente para repisar o chamado “escândalo do mensalão do PT”, reforçando a tese de que a candidatura do PV serve ao intento de garantir um segundo turno. Para encerrar a encenação, com ares de tragicomédia, o casal teve uma conversa bem amigável com o demotucano José Serra. Até o insuspeito Roberto Jefferson, do PTB, confessou o crime: “Willian Bonner e Fátima Bernardes facilitaram para o meu candidato. Foram mais amenos com ele”.
Lula colhe o que plantou
Agora, os comandos de campanha avaliam o desempenho dos candidatos e a postura editorial da TV Globo. Entre as forças que apóiam o governo Lula, todos garantem que Dilma Rousseff saiu-se muito bem no primeiro teste e aproveitam para criticar as manipulações da poderosa emissora. De forma ácida, mas certeira, o blogueiro Luis Carlos Azenha despreza a choradeira. “O governo Lula não pode reclamar da mídia. É a mídia que este governo ajudou a financiar e ele está apenas colhendo o que plantou. Parece ser um caso de síndrome de Estocolmo”.
Passado este episódio tão educativo, surge agora outra suspeita. Por que o Datafolha deixou para fazer sua nova pesquisa eleitoral exatamente neste final de semana? Ela tentará repercutir a série manipulada das entrevistas da TV Globo para garantir sobrevida ao seu candidato, o demotucano José Serra? O deputado federal Brizola Neto, que tem se destacado na denúncia das maracutaias da mídia, não tem dúvida sobre a hipótese de uma conspiração envolvendo Globo-Datafolha.
Coincidência ou jogo sujo?
Para reforçar sua suspeita, ele cita um texto elucidativo postado no sítio da revista Veja. “O blog de Lauro Jardim mostra qual será o caminho da mídia para sustentar o último suspiro de Serra antes do início da campanha pela TV, quando a desvantagem do tucano tende a se acentuar. E a estratégia será, mais uma vez, com o dedicado empenho do Datafolha... O colunista afirma com todas as letras: ‘Quem vai definir se Serra acordará no dia 17 em condições de boa disputa com Dilma é o Datafolha’. Pronto, está explícito o roteiro a ser seguido pela Veja e os grandes meios de comunicação”.
E como o Datafolha justificará a tramóia, quando os outros três institutos apontam crescimento de Dilma e queda do tucano? “Também está tudo explicadinho no blog do colunista da Veja. O instituto usará o debate da Band, que pela versão midiática Serra ‘venceu por pontos’, como escreveu Jardim, e o somará às entrevistas desta semana no Jornal Nacional... Serra será o último entrevistado pelo principal telejornal da Rede Globo, o que poderá ser usado para justificar um suposto recall de memória em alguns entrevistados, já que o Datafolha irá a campo no dia seguinte à fala do tucano. Coincidência, né?”.
http://altamiroborges.blogspot.com/2010 ... folha.html
Por Altamiro Borges
Líder absoluto de audiência, o Jornal Nacional da TV Globo levou ao ar nesta semana sua série de entrevistas com os três candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de opinião. Dilma Rousseff foi a primeira a enfrentar Willian Bonner e Fátima Bernardes. O casal global promoveu algo parecido com um interrogatório policial – só faltaram os instrumentos de tortura. Até o presidente Lula, sempre tão conciliador, criticou a “falta de gentileza” do apresentador do JN.
Já na terça-feira, a verde Marina Silva foi visivelmente conduzida para criticar o governo. Parte da entrevista foi utilizada ardilosamente para repisar o chamado “escândalo do mensalão do PT”, reforçando a tese de que a candidatura do PV serve ao intento de garantir um segundo turno. Para encerrar a encenação, com ares de tragicomédia, o casal teve uma conversa bem amigável com o demotucano José Serra. Até o insuspeito Roberto Jefferson, do PTB, confessou o crime: “Willian Bonner e Fátima Bernardes facilitaram para o meu candidato. Foram mais amenos com ele”.
Lula colhe o que plantou
Agora, os comandos de campanha avaliam o desempenho dos candidatos e a postura editorial da TV Globo. Entre as forças que apóiam o governo Lula, todos garantem que Dilma Rousseff saiu-se muito bem no primeiro teste e aproveitam para criticar as manipulações da poderosa emissora. De forma ácida, mas certeira, o blogueiro Luis Carlos Azenha despreza a choradeira. “O governo Lula não pode reclamar da mídia. É a mídia que este governo ajudou a financiar e ele está apenas colhendo o que plantou. Parece ser um caso de síndrome de Estocolmo”.
Passado este episódio tão educativo, surge agora outra suspeita. Por que o Datafolha deixou para fazer sua nova pesquisa eleitoral exatamente neste final de semana? Ela tentará repercutir a série manipulada das entrevistas da TV Globo para garantir sobrevida ao seu candidato, o demotucano José Serra? O deputado federal Brizola Neto, que tem se destacado na denúncia das maracutaias da mídia, não tem dúvida sobre a hipótese de uma conspiração envolvendo Globo-Datafolha.
Coincidência ou jogo sujo?
Para reforçar sua suspeita, ele cita um texto elucidativo postado no sítio da revista Veja. “O blog de Lauro Jardim mostra qual será o caminho da mídia para sustentar o último suspiro de Serra antes do início da campanha pela TV, quando a desvantagem do tucano tende a se acentuar. E a estratégia será, mais uma vez, com o dedicado empenho do Datafolha... O colunista afirma com todas as letras: ‘Quem vai definir se Serra acordará no dia 17 em condições de boa disputa com Dilma é o Datafolha’. Pronto, está explícito o roteiro a ser seguido pela Veja e os grandes meios de comunicação”.
E como o Datafolha justificará a tramóia, quando os outros três institutos apontam crescimento de Dilma e queda do tucano? “Também está tudo explicadinho no blog do colunista da Veja. O instituto usará o debate da Band, que pela versão midiática Serra ‘venceu por pontos’, como escreveu Jardim, e o somará às entrevistas desta semana no Jornal Nacional... Serra será o último entrevistado pelo principal telejornal da Rede Globo, o que poderá ser usado para justificar um suposto recall de memória em alguns entrevistados, já que o Datafolha irá a campo no dia seguinte à fala do tucano. Coincidência, né?”.
http://altamiroborges.blogspot.com/2010 ... folha.html
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Flando em campanha, Aércio diz em entrevista que entregará as rodovias aos estados e estadualizará o Dnit e a PRF... este merda ignora o que pensa os quase 10 mil PRFs, ignora que mesmo com um efetivo reduzido somos a polícia que mais apreende drogas, e em muitos lugares, o único referência da população local de um órgão federal. Ignora também a capacidade de organização nacional do orgão bem como sua capilaridade e potencialidade. Mas deixa pra lá....bom mesmo pra este bosta é um estado reduzido, de preferência com tudo terceirizado e pedagiado e policiais ganhando uma miséria. Se Deus quiser esta corja, vai demorar pra entrar no governo de novo.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Aécio está privatizando o sistema prisional mineiro, cortou nosso salário na crise, abaixou o salário dos professores. Podem esperar que se ele for presidente a era de trevas voltará para o setor público.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Mais uma campanha "patriótica" do PSDB e do PIG.CAMPANHA CONTRA A CAPITALIZAÇÃO DA PETROBRAS: ELES NÃO DESISTIRAM DE IMPEDIR A SOBERANIA NO PRÉ-SAL
Desde a descoberta das jazidas do pré-sal, a coalizão eleitoral conservadora tentou barrar o debate e a aprovação dos marcos regulatórias que pudessem dificultar o avanço das petroleiras mundiais sobre essas riquezas. Serra mais de uma vez advogou o adiamento da discussão para 2011, na esperança de que sua eventual vitória fornecesse a margem de manobra ideológica para reverter a estratégia de soberania formulada pelo governo Lula. A ofensiva conservadora foi derrotada, primeiro, na Câmara e, no dia 10 de junho também no Senado. Com o voto contrário dos demotucanos, o poder Legislativo aprovou o projeto de lei que cria a Pré-Sal Petróleo S.A, a estatal que assumirá a gestão das maiores jazidas de petróleo descobertas no planeta nas últimas décadas. No último dia 2 de agosto, o Presidente Lula sancionou na criação da nova empresa. Mas eles não desistiram. O objetivo agora é sabotar a capitalização da Petrobras, passo financeiro indispensável para reunir os recursos que permitirão à empresa exercer o comando efetivo da pesquisa e exploração dos novos campo. Se a capitalização fracassar, a soberania aprovada democraticamente vira letra morta. Os interesses petroleiros, então, poderão alegar ‘incapacidade financeira’ da estatal brasileira para exercer suas atribuições. Contarão, naturalmente, com o amparo da mídia e dos consultores para ecoar os tambores da 'abertura eficiente e racional do setor'. Um aperitivo pode ser saboreado na manchete desta 5º feira da Folha de São Paulo, um jornalismo, como se sabe, 'a serviço do Brasil'. Aspas para o título garrafal da 1º página da Folha: "Procurador pede apuração que pode contestar o pré-sal ". No texto, a estratégia escancarada assinala: '(este é)... o primeiro sinal de que o pré-sal pode ir aos tribunais’. Resumindo, passo 1: tumultuar o mercado para inibir a capitalização através da emisssão de ações pela Petrobras --o que requer um ambiente de segurança para os investidores ; passo 2: requerer a anulação da soberania em tribunais aliados; passo 3: continuar bombando Serra; se ele vencer, tudo fica mais fácil...
(Carta Maior; 13-08)
Em: http://www.cartamaior.com.br
Um fraternal abraço,
.'.
"... E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. ... "
Maria Judith Brito, Presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais).
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Matheus, você deve lembrar que apreensão de drogas para este Sr.... bem... deixa pra lá...Matheus escreveu:Flando em campanha, Aércio diz em entrevista que entregará as rodovias aos estados e estadualizará o Dnit e a PRF... este merda ignora o que pensa os quase 10 mil PRFs, ignora que mesmo com um efetivo reduzido somos a polícia que mais apreende drogas, e em muitos lugares, o único referência da população local de um órgão federal. Ignora também a capacidade de organização nacional do orgão bem como sua capilaridade e potencialidade. Mas deixa pra lá....bom mesmo pra este bosta é um estado reduzido, de preferência com tudo terceirizado e pedagiado e policiais ganhando uma miséria. Se Deus quiser esta corja, vai demorar pra entrar no governo de novo.
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
.'.
"... E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. ... "
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Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
O interessante é que essa campanha paralela da mída (Estadão, Folha, Globo) não é percebida apenas por nós que lemos, que entramos no fórum todos os dias e estamso antenados.
Se você perguntar para qualquer pelego na rua sobre de que lado que está a Globo ele sabe dar a resposta. Eu já fiz isso, o povo está sabendo do que está acontecendo.
E, na boa, isso tá pegando muito mal para a imprensa.
abraços]
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amor fati
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