VENEZUELA
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- Sterrius
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Re: CHAVEZ: de novo.
realmente com a economia em queda é dificil não ter problemas de projetos e investimentos! E obviamente com as coisas piorando a politicagem começa a aparecer. Por mais lucrativo que tenha sido qualquer empresa que pisou na venezuela estava ciente do risco.
- Francoorp
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Re: CHAVEZ: de novo.
No fim ainda creio que seremos nós a sair ganhando, pois estes investimentos pesam e muito nas relações entre os dois países e ainda mais quando se fala em levar um mínimo de melhoria ao sistema que esta quebrando, pois investimentos externos são sempre bem vindos em época de crise...
Mas Chavez foi estúpido, deveria ter copiado a nossa lei de responsabilidade fiscal, a 101 de 2000, feita por técnicos da máquina burocrática brasileira e ainda a lei do emprego público, a 8.112 de 1990, outra lei feita por técnicos, e a melhor de todas, a 8.666 de 1993, a de contratos e licitações... e os partidos tiveram que engulir todas, pois recusar daria problemas graves de imagem e na justificação perante o povo, lembrando que quem vota no congresso nacional são todos os partidos eleitos.
Viver assim como o Brasil viveu nos anos 80 e 90 não da, o país quebra mesmo com este tanto de parentes comissionados em todos os ângulos do governo, num tem saída não, tem que copiar as nossas regras pois se não a casa cai, e vamos cobrar a conta depois... e com juros!
O socialismo neste caso aqui não tem nada a ver, é so propaganda, pois o líder populista sabe que o povo quer medidas sociais do governo, como hospitais públicos, escolas, universidades, garantias trabalhistas etc, Socialismo em soma, e nestes países sofridos que nem hospitais públicos tinha antes, agora acreditam nestas manobras do populista, e o populista usa isso contra eles mesmos, mas no fim de socialismo como tem no Brasil, la eles estão é sonhando...
Mas Chavez foi estúpido, deveria ter copiado a nossa lei de responsabilidade fiscal, a 101 de 2000, feita por técnicos da máquina burocrática brasileira e ainda a lei do emprego público, a 8.112 de 1990, outra lei feita por técnicos, e a melhor de todas, a 8.666 de 1993, a de contratos e licitações... e os partidos tiveram que engulir todas, pois recusar daria problemas graves de imagem e na justificação perante o povo, lembrando que quem vota no congresso nacional são todos os partidos eleitos.
Viver assim como o Brasil viveu nos anos 80 e 90 não da, o país quebra mesmo com este tanto de parentes comissionados em todos os ângulos do governo, num tem saída não, tem que copiar as nossas regras pois se não a casa cai, e vamos cobrar a conta depois... e com juros!
O socialismo neste caso aqui não tem nada a ver, é so propaganda, pois o líder populista sabe que o povo quer medidas sociais do governo, como hospitais públicos, escolas, universidades, garantias trabalhistas etc, Socialismo em soma, e nestes países sofridos que nem hospitais públicos tinha antes, agora acreditam nestas manobras do populista, e o populista usa isso contra eles mesmos, mas no fim de socialismo como tem no Brasil, la eles estão é sonhando...
- P44
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Re: CHAVEZ: de novo.
Novo Presidente da Colômbia abre canal de diálogo com Chávez
http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t= ... ual=3&tm=7
http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t= ... ual=3&tm=7
Triste sina ter nascido português
- Luiz Bastos
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Re: CHAVEZ: de novo.
P44 escreveu:Novo Presidente da Colômbia abre canal de diálogo com Chávez
http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t= ... ual=3&tm=7
E no final das contas nosso maravilhoso apedeuta é que tinha razão. Nao passava de "Briguinha de cumadres".
- Marino
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Re: CHAVEZ: de novo.
Prejuízos à vista na Venezuela
Empresas brasileiras poderão pagar caro por haver acreditado no presidente Hugo Chávez e, mais que isso, por ter levado a sério o entusiasmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao companheiro bolivariano, grande arauto do socialismo do século 21. A Braskem já sabe onde se meteu e retirou 25 das 30 pessoas que mantinha na Venezuela para tocar dois projetos no valor de US$ 3,5 bilhões. O investimento seria realizado em associação com a estatal Pequiven, mas o governo venezuelano descumpriu sua parte, segundo uma fonte conhecedora do assunto, citada por nossa enviada a Caracas, Patricia Campos Mello. Companhias exportadoras descobriram bem mais cedo o risco enorme dos negócios com o mercado venezuelano. Já ocorreram muitos atrasos de pagamento e o perigo do calote é considerável, porque os importadores dependem de um sistema de câmbio sujeito a controle oficial e a decisões arbitrárias.
Empresas brasileiras ficariam livres do risco de estatização, segundo prometeu o presidente Hugo Chávez a seu amigo Lula. A promessa foi feita logo depois da desapropriação de uma indústria de capital argentino. E foi recebida sem sinal de indignação pela presidente Cristina Kirchner. Ela e seu marido também têm sido aliados muito próximos do chefão bolivariano. Mas parte do empresariado argentino teve uma reação à altura do ultraje e acusou seu governo de usar a parceria com Chávez para se vingar de desafetos. Agora é a vez de brasileiros perderem o sono por causa da ameaça de desapropriação.
Uma nova lei permitirá ao governo venezuelano confiscar equipamentos e apropriar-se de obras públicas paralisadas ou atrasadas. O projeto foi aprovado pela Assembleia Nacional em primeiro turno e deverá ser aprovado também no segundo, porque o Legislativo é controlado pelo governo.
"Se for aprovada, a lei poderá ser um enorme problema para empreiteiras brasileiras", disse o diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Venezuela, Fernando Portela. Empreiteiras brasileiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, estão envolvidas em grandes empreendimentos na Venezuela e sujeitas, portanto, às variações de humor de um chefão autoritário.
Mesmo agora, a única segurança dessas empresas é a proximidade entre os presidentes Chávez e Lula. Mas o mandachuva bolivariano poderá investir contra empresas brasileiras, a qualquer momento, quando julgar necessário para manter a ascendência sobre uma população cada vez mais sacrificada pela inflação, pela escassez de comida, pelos apagões e por uma prolongada crise econômica. Neste ano, só dois países da América Latina e do Caribe devem permanecer em recessão. Um deles é o Haiti, muito pobre e ainda sob os efeitos de um devastador terremoto. O outro é a Venezuela, nação rica em petróleo e com grande potencial de desenvolvimento, mas devastada por um governo irresponsável.
No ano passado o PIB venezuelano diminuiu 3,3% e a inflação ficou pouco acima de 25%. Os preços continuam subindo aceleradamente e a economia encolhe. O governo desviou os petrodólares ganhos em tempos de prosperidade para armar o país, transferir renda sem criar empregos produtivos e distribuir favores a aliados estrangeiros.
Nesse jogo, negligenciou a produção de petróleo e destruiu boa parte da economia. Foi preciso aumentar a importação de alimentos, mas nem o produto importado chega aos consumidores. Neste ano, milhares de toneladas de comida - algumas estimativas indicam 130 mil - apodreceram em contêineres.
Enquanto o país afunda, Chávez continua tentando criar inimigos externos. Ao mesmo tempo, recorre a truques macabros, como a exumação e a exibição dos ossos de Simón Bolívar, numa tentativa, talvez, de vincular sua morte - possivelmente por envenenamento - a uma conspiração da oligarquia colombiana do século 19.
Se o país de Chávez se tornar sócio pleno do Mercosul, como deseja o amigão Lula, o chefão bolivariano poderá ampliar o alcance de sua ação desagregadora. Mas alguns empresários brasileiros - poucos, é verdade - também apoiam essa insensatez. Talvez os novos desmandos cometidos na Venezuela possam mostrar-lhes o tamanho desse erro.
Empresas brasileiras poderão pagar caro por haver acreditado no presidente Hugo Chávez e, mais que isso, por ter levado a sério o entusiasmo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao companheiro bolivariano, grande arauto do socialismo do século 21. A Braskem já sabe onde se meteu e retirou 25 das 30 pessoas que mantinha na Venezuela para tocar dois projetos no valor de US$ 3,5 bilhões. O investimento seria realizado em associação com a estatal Pequiven, mas o governo venezuelano descumpriu sua parte, segundo uma fonte conhecedora do assunto, citada por nossa enviada a Caracas, Patricia Campos Mello. Companhias exportadoras descobriram bem mais cedo o risco enorme dos negócios com o mercado venezuelano. Já ocorreram muitos atrasos de pagamento e o perigo do calote é considerável, porque os importadores dependem de um sistema de câmbio sujeito a controle oficial e a decisões arbitrárias.
Empresas brasileiras ficariam livres do risco de estatização, segundo prometeu o presidente Hugo Chávez a seu amigo Lula. A promessa foi feita logo depois da desapropriação de uma indústria de capital argentino. E foi recebida sem sinal de indignação pela presidente Cristina Kirchner. Ela e seu marido também têm sido aliados muito próximos do chefão bolivariano. Mas parte do empresariado argentino teve uma reação à altura do ultraje e acusou seu governo de usar a parceria com Chávez para se vingar de desafetos. Agora é a vez de brasileiros perderem o sono por causa da ameaça de desapropriação.
Uma nova lei permitirá ao governo venezuelano confiscar equipamentos e apropriar-se de obras públicas paralisadas ou atrasadas. O projeto foi aprovado pela Assembleia Nacional em primeiro turno e deverá ser aprovado também no segundo, porque o Legislativo é controlado pelo governo.
"Se for aprovada, a lei poderá ser um enorme problema para empreiteiras brasileiras", disse o diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Venezuela, Fernando Portela. Empreiteiras brasileiras, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa, estão envolvidas em grandes empreendimentos na Venezuela e sujeitas, portanto, às variações de humor de um chefão autoritário.
Mesmo agora, a única segurança dessas empresas é a proximidade entre os presidentes Chávez e Lula. Mas o mandachuva bolivariano poderá investir contra empresas brasileiras, a qualquer momento, quando julgar necessário para manter a ascendência sobre uma população cada vez mais sacrificada pela inflação, pela escassez de comida, pelos apagões e por uma prolongada crise econômica. Neste ano, só dois países da América Latina e do Caribe devem permanecer em recessão. Um deles é o Haiti, muito pobre e ainda sob os efeitos de um devastador terremoto. O outro é a Venezuela, nação rica em petróleo e com grande potencial de desenvolvimento, mas devastada por um governo irresponsável.
No ano passado o PIB venezuelano diminuiu 3,3% e a inflação ficou pouco acima de 25%. Os preços continuam subindo aceleradamente e a economia encolhe. O governo desviou os petrodólares ganhos em tempos de prosperidade para armar o país, transferir renda sem criar empregos produtivos e distribuir favores a aliados estrangeiros.
Nesse jogo, negligenciou a produção de petróleo e destruiu boa parte da economia. Foi preciso aumentar a importação de alimentos, mas nem o produto importado chega aos consumidores. Neste ano, milhares de toneladas de comida - algumas estimativas indicam 130 mil - apodreceram em contêineres.
Enquanto o país afunda, Chávez continua tentando criar inimigos externos. Ao mesmo tempo, recorre a truques macabros, como a exumação e a exibição dos ossos de Simón Bolívar, numa tentativa, talvez, de vincular sua morte - possivelmente por envenenamento - a uma conspiração da oligarquia colombiana do século 19.
Se o país de Chávez se tornar sócio pleno do Mercosul, como deseja o amigão Lula, o chefão bolivariano poderá ampliar o alcance de sua ação desagregadora. Mas alguns empresários brasileiros - poucos, é verdade - também apoiam essa insensatez. Talvez os novos desmandos cometidos na Venezuela possam mostrar-lhes o tamanho desse erro.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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- Marino
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Re: CHAVEZ: de novo.
Venezuela: faltam comida, luz e oposição a Chávez
Alternativas políticas ao "Socialismo do Século 21" não chegam a redutos governistas
Patrícia Campos Mello ENVIADA ESPECIAL CARACAS - O Estado de S.Paulo
José Antonio Sánchez tem poucos dentes, trabalha como sapateiro semana sim, semana não, e vive em Petare, a maior e mais perigosa favela de Caracas - 1 milhão de habitantes. Em sua casa, a água chega de vez em quando, amarela. O posto de saúde que frequenta, com seus médicos cubanos, tem uma fila enorme e só abre até meio-dia. No mercadinho socialista de Hugo Chávez, o Mercal, falta frango, carne, margarina e papel higiênico. Apesar disso, Sánchez não pensa em votar na oposição em 26 de setembro. Não sabe quem a representa.
A Venezuela vive a maior recessão dos últimos anos. Sua inflação deve ficar em 35%, a mais alta do mundo. O desemprego está em 8,5%. Enquanto toda a América Latina cresce, o PIB da Venezuela vai encolher 4,4%, depois de ter recuado 3,3% no ano passado. A produção de petróleo, arrimo do país, deve cair 1%. O racionamento de energia deixa milhões de venezuelanos até 6 horas por dia sem luz.
Mesmo assim, a popularidade de Chávez está em 47%, segundo pesquisa de julho da Datanalisis. Está em queda, se comparada à de 2006, quando 71,5% dos venezuelanos o apoiavam. Mas ainda é maior que a presidente americano Barack Obama, que está com 44%, segundo Gallup desta semana.
Apesar de todas as más notícias que cercam o governante bolivariano, a oposição da Venezuela não engrena. A pouco mais de um mês das eleições legislativas, quando serão eleitos 165 deputados para a assembleia nacional, a oposição ainda luta para se articular. Nas previsões mais otimistas, conseguirá no máximo a metade dos assentos da assembleia. Os chavistas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) devem manter a maioria.
A oposição venezuelana é fragmentada e carece de um projeto que vá além do "fora Chávez", dizem analistas. Em 2005, os oposicionistas boicotaram as eleições legislativas, em uma estratégia que deu a Chávez poder absoluto na assembleia para passar suas leis de concentração de poder. Só há quatro meses houve uma tentativa de coalizão. Formou-se a Mesa da Unidade Democrática, que agrega cerca de 30 agremiações contra Chávez.
A população está cada vez mais descontente por causa da falta de segurança e a inflação. Boa parte dos venezuelanos dizem sem travas que Chávez "anda muito radical" e gostariam de alternância de poder. Mas estes mesmos identificam a oposição com uma volta a um passado pré-chavista. "Há um problema de ver a oposição como restauração, uma volta ao que havia antes de Chávez, e as pessoas tampouco querem isso", diz José Albornoz, secretário-executivo do Pátria Para Todos, partido que tenta ser uma terceira via. De acordo com a empresa de pesquisas Hinterlaces, os "ni-ni" - nem Chávez, nem oposição - representam 48% do eleitorado da Venezuela. Entre eles, os que apoiam a ideia de "socialismo do século 21" são 27%, enquanto 21% são a favor da oposição.
A oposição tem dificuldade em conquistar os votos mesmo de quem não se considera chavista. "O descontentamento com Chávez não necessariamente se traduz em votos para opositores - a oposição precisa ir às ruas, às favelas, para mostrar que é uma alternativa", diz Omar Noria, professor da Universidade Central da Venezuela. Segundo a Hinterlaces, o trunfo de Chávez é que oposição "não apresenta alternativas concretas que garantam à população repostas para seus problemas sociais." "O único projeto da oposição é tirar Chávez do poder - mas daí, o que eles vão fazer? Será que vai melhorar mesmo?", questiona o taxista Jefry Tovar.
Há poucos nomes capazes de enfrentar o carisma de Chávez. Quando surgem, Chávez trata de "desabilitá-los", usando fatores técnicos para impedi-los de concorrer a eleições. Leopoldo Lopez, por exemplo, ex-prefeito de Chacao, era um nome forte e foi desabilitado pelas autoridades eleitorais. Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, teve seu poder reduzido por manobras de Chávez para transferir parte de suas atribuições para conselhos comunitários. Além disso, Chávez redesenhou as leis eleitorais para reduzir as chances de avanço de seus opositores. Mudou as regras de proporcionalidade. Hoje, estados pobres e chavistas têm muito mais peso do que as grandes cidades, onde Chávez perde popularidade. Chávez usa a máquina do governo como nunca - funcionários fazem campanha, TVs e jornais estatais também. E à medida que a economia cambaleia, a pressão sobre meios de comunicação e organizações de defesa dos direitos humanos aumenta (ver quadro).
"A oposição precisa parar com o discurso ideológico, de se opor ao comunismo e exaltar a propriedade privada, e se focar em coisas práticas - mostrar como o metrô de Caracas era ótimo e agora é uma porcaria, falar da falta de segurança, da falta de eletricidade e racionamento de água", diz o analista político Fausto Masó. "Senão, a população não vai ver na oposição uma alternativa concreta para seus problemas. Vai continuar seduzida pelo discurso Robin Hood de Chávez, achando que os problemas do país não são culpa dele, mas sim dos especuladores capitalistas."
Consertando sapatos, Sánchez ganha 200, 250 bolívares fortes por mês - US$ 100 dólares no câmbio oficial, US$ 30 no mercado negro. Só de aluguel, paga 200 bolívares por mês. No mês passado, 469 pessoas foram assassinadas em Caracas. Sánchez vive com sua mãe de 81 anos, que tenta há anos receber aposentadoria, em vão. Mas perto da casa dele em Petare - a maior favela da América Latina, dizem com uma ponta de orgulho os venezuelanos - há um restaurante do governo, onde almoça de graça.
"A situação está difícil, mas não é culpa do Chávez", afirma Sánchez. "Com ele, os pobres vencerão os Estados Unidos."
Alternativas políticas ao "Socialismo do Século 21" não chegam a redutos governistas
Patrícia Campos Mello ENVIADA ESPECIAL CARACAS - O Estado de S.Paulo
José Antonio Sánchez tem poucos dentes, trabalha como sapateiro semana sim, semana não, e vive em Petare, a maior e mais perigosa favela de Caracas - 1 milhão de habitantes. Em sua casa, a água chega de vez em quando, amarela. O posto de saúde que frequenta, com seus médicos cubanos, tem uma fila enorme e só abre até meio-dia. No mercadinho socialista de Hugo Chávez, o Mercal, falta frango, carne, margarina e papel higiênico. Apesar disso, Sánchez não pensa em votar na oposição em 26 de setembro. Não sabe quem a representa.
A Venezuela vive a maior recessão dos últimos anos. Sua inflação deve ficar em 35%, a mais alta do mundo. O desemprego está em 8,5%. Enquanto toda a América Latina cresce, o PIB da Venezuela vai encolher 4,4%, depois de ter recuado 3,3% no ano passado. A produção de petróleo, arrimo do país, deve cair 1%. O racionamento de energia deixa milhões de venezuelanos até 6 horas por dia sem luz.
Mesmo assim, a popularidade de Chávez está em 47%, segundo pesquisa de julho da Datanalisis. Está em queda, se comparada à de 2006, quando 71,5% dos venezuelanos o apoiavam. Mas ainda é maior que a presidente americano Barack Obama, que está com 44%, segundo Gallup desta semana.
Apesar de todas as más notícias que cercam o governante bolivariano, a oposição da Venezuela não engrena. A pouco mais de um mês das eleições legislativas, quando serão eleitos 165 deputados para a assembleia nacional, a oposição ainda luta para se articular. Nas previsões mais otimistas, conseguirá no máximo a metade dos assentos da assembleia. Os chavistas do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) devem manter a maioria.
A oposição venezuelana é fragmentada e carece de um projeto que vá além do "fora Chávez", dizem analistas. Em 2005, os oposicionistas boicotaram as eleições legislativas, em uma estratégia que deu a Chávez poder absoluto na assembleia para passar suas leis de concentração de poder. Só há quatro meses houve uma tentativa de coalizão. Formou-se a Mesa da Unidade Democrática, que agrega cerca de 30 agremiações contra Chávez.
A população está cada vez mais descontente por causa da falta de segurança e a inflação. Boa parte dos venezuelanos dizem sem travas que Chávez "anda muito radical" e gostariam de alternância de poder. Mas estes mesmos identificam a oposição com uma volta a um passado pré-chavista. "Há um problema de ver a oposição como restauração, uma volta ao que havia antes de Chávez, e as pessoas tampouco querem isso", diz José Albornoz, secretário-executivo do Pátria Para Todos, partido que tenta ser uma terceira via. De acordo com a empresa de pesquisas Hinterlaces, os "ni-ni" - nem Chávez, nem oposição - representam 48% do eleitorado da Venezuela. Entre eles, os que apoiam a ideia de "socialismo do século 21" são 27%, enquanto 21% são a favor da oposição.
A oposição tem dificuldade em conquistar os votos mesmo de quem não se considera chavista. "O descontentamento com Chávez não necessariamente se traduz em votos para opositores - a oposição precisa ir às ruas, às favelas, para mostrar que é uma alternativa", diz Omar Noria, professor da Universidade Central da Venezuela. Segundo a Hinterlaces, o trunfo de Chávez é que oposição "não apresenta alternativas concretas que garantam à população repostas para seus problemas sociais." "O único projeto da oposição é tirar Chávez do poder - mas daí, o que eles vão fazer? Será que vai melhorar mesmo?", questiona o taxista Jefry Tovar.
Há poucos nomes capazes de enfrentar o carisma de Chávez. Quando surgem, Chávez trata de "desabilitá-los", usando fatores técnicos para impedi-los de concorrer a eleições. Leopoldo Lopez, por exemplo, ex-prefeito de Chacao, era um nome forte e foi desabilitado pelas autoridades eleitorais. Antonio Ledezma, prefeito de Caracas, teve seu poder reduzido por manobras de Chávez para transferir parte de suas atribuições para conselhos comunitários. Além disso, Chávez redesenhou as leis eleitorais para reduzir as chances de avanço de seus opositores. Mudou as regras de proporcionalidade. Hoje, estados pobres e chavistas têm muito mais peso do que as grandes cidades, onde Chávez perde popularidade. Chávez usa a máquina do governo como nunca - funcionários fazem campanha, TVs e jornais estatais também. E à medida que a economia cambaleia, a pressão sobre meios de comunicação e organizações de defesa dos direitos humanos aumenta (ver quadro).
"A oposição precisa parar com o discurso ideológico, de se opor ao comunismo e exaltar a propriedade privada, e se focar em coisas práticas - mostrar como o metrô de Caracas era ótimo e agora é uma porcaria, falar da falta de segurança, da falta de eletricidade e racionamento de água", diz o analista político Fausto Masó. "Senão, a população não vai ver na oposição uma alternativa concreta para seus problemas. Vai continuar seduzida pelo discurso Robin Hood de Chávez, achando que os problemas do país não são culpa dele, mas sim dos especuladores capitalistas."
Consertando sapatos, Sánchez ganha 200, 250 bolívares fortes por mês - US$ 100 dólares no câmbio oficial, US$ 30 no mercado negro. Só de aluguel, paga 200 bolívares por mês. No mês passado, 469 pessoas foram assassinadas em Caracas. Sánchez vive com sua mãe de 81 anos, que tenta há anos receber aposentadoria, em vão. Mas perto da casa dele em Petare - a maior favela da América Latina, dizem com uma ponta de orgulho os venezuelanos - há um restaurante do governo, onde almoça de graça.
"A situação está difícil, mas não é culpa do Chávez", afirma Sánchez. "Com ele, os pobres vencerão os Estados Unidos."
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: CHAVEZ: de novo.
Exumar Bolívar para reescrever a história
Se o presidente venezuelano, Hugo Chávez, puder afirmar que libertador foi assassinado na Colômbia, reforçará sua tese de que seus vizinhos e outros têm um complô para matá-lo
*Simon Romero/THE NEW YORK TIMES - O Estado de S.Paulo
O relógio acabara de marcar meia-noite. A maior parte do país estava dormindo. Mas isto não impediu o presidente Hugo Chávez de anunciar nas primeiras horas do dia 16 de julho que a última fase de sua Revolução Bolivariana começara.
Ao som do hino nacional, um pelotão de soldados, especialistas em medicina forense e assessores presidenciais se reuniram ao redor do sarcófago de Simón Bolívar, o aristocrata do século 19 que libertou da Espanha grande parte da América do Sul. Uma equipe da televisão estatal filmava o grupo, vestido com os jalecos brancos, rede prendendo os cabelos e máscaras.
Eles removeram os parafusos do féretro, levantaram a tampa e retiraram uma bandeira da Venezuela que cobria os restos mortais. Uma câmera suspensa captou as imagens de um esqueleto. Cidadãos insones observaram de queixo caído a cobertura ao vivo da exumação de Bolívar pela televisão estatal, com a narração do ministro do Interior, Tareck El Aissami.
"Que momentos impressionantes vivenciamos esta noite!", Chávez disse aos seus seguidores em uma série de mensagens pelo twitter enviadas durante a exumação e redistribuídas pela agência nacional de notícias. "Levanta, Simón, não é hora de morrer! Imediatamente lembrei que Bolívar vive!"
Até os venezuelanos acostumados ao teatro político de Chávez se surpreenderam com a exumação, que deixou de lado questões como um escândalo a respeito de alimentos importados apodrecendo nos portos, a raiva por uma economia em recessão e as provas apresentadas pela Colômbia de que guerrilheiros colombianos estão em solo venezuelano.
Os venezuelanos coçaram a cabeça, nas últimas semanas, indagando os possíveis motivos que levaram Chávez a retirar os restos mortais de Bolívar do Panteão Nacional. O presidente apresentou sua própria explicação: a urgente necessidade de determinar se Bolívar morreu de envenenamento por arsênico em Santa Marta, na Colômbia, e não de tuberculose em 1830, como os historiadores aceitam há muito tempo. Há três anos, uma comissão criada por Chávez examina esta teoria.
Seu trabalho baseia-se nas afirmações de alguns "bolivariólogos", como aqui são chamados os especialistas na história de Bolívar, de que uma carta escrita por Bolívar revela que ele foi traído pela aristocracia da Colômbia. Decifrando a carta mediante a utilização de códigos maçons, eles sugerem que
a conspiração era ainda maior, incluindo o então presidente dos EUA, Andrew Jackson, e o rei da Espanha.
As descobertas apresentadas a um congresso médico, este ano, nos EUA, encorajaram ainda mais Chávez. No congresso, Paul Auwaerter, especialista em doenças infecciosas da Universidade Johns Hopkins, disse que provavelmente Bolívar morreu pela ingestão de arsênico, afirmação com a qual a imprensa venezuelana respaldou a tese de que Bolívar foi assassinado.
Pouco importa que o dr. Auwaerter diga que foi mal interpretado, pois a ingestão de arsênico poderia ser acidental, mediante medicamentos contendo arsênico, comuns na época, ou por meio de água contaminada. "Não concordo com as teorias do presidente Chávez", ele disse em um e-mail.
Impávido, o governo afirma que irá até o fim para descobrir como Bolívar morreu. O ministro da Justiça deixou claro que as autoridades consideram o mistério contido nos ossos de Bolívar como o equivalente a uma cena do crime e uma questão nacional.
Se Chávez puder afirmar que Bolívar foi assassinado na Colômbia, poderá usar isto contra o atual governo colombiano, reforçando sua insistente afirmação de que os colombianos e outros têm um complô para matá-lo.
Isso também permitiria a Chávez reescrever parte importante da história da Venezuela. O presidente identifica a si e ao seu movimento com Bolívar. Rebatizou o país de República Bolivariana da Venezuela, sua agência de espionagem é o Serviço Bolivariano de inteligência e assim por diante. Retratos de Bolívar são vistos ao lado do de Chávez nas repartições públicas.
A intelligentsia deste país se concentra no legado de Bolívar e no uso de Bolívar não apenas por parte de Chávez, mas por governantes até mesmo do século 19. Nas livrarias, títulos como Divino Bolívar, O Culto de Bolívar, O Pensamento do Libertador, e Por que não sou bolivariano alinham-se nas estantes. Estudiosos se perguntam como é possível que um ditador do século 20, Juan Vicente Gómez, possa compartilhar as datas do seu nascimento e morte com as de Bolívar.
Alguns dos principais assessores de Chávez já usam a exumação para atacar seus adversários. No mês passado, o ministro da Cultura, Francisco Sesto, criticou Baltazar Porras, arcebispo venezuelano, por ter cometido um "sacrilégio verbal" ao afirmar que, na realidade, Bolívar estava morto.
Movimentos políticos inspirados pelos restos de um morto não são uma novidade. Um exemplo recente foi o de Carlos Menem, o ex-presidente da Argentina, que mandou trazer os restos mortais do caudilho do século 19, Juan Manuel de Rosas, enterrado na Grã-Bretanha, para ser sepultado na Argentina em 1989. "Disputas sobre cadáveres são disputas de poder sobre o passado e sobre o presente", disse Lyman Johnson, historiador da Universidade da Carolina do Norte, especialista em cultos do corpo na América Latina. "Estes poderosos significados forçam uma nova vida em corpos mortos há muito tempo".
Ao remover os dentes e alguns fragmentos de osso do esqueleto de Bolívar para testes de DNA, Chávez levar a apropriação dos mortos a novos patamares. As autoridades do país ignoraram pedidos de descendentes da família de Bolívar (acredita-se que ele não teve filhos) para que os restos mortais fossem deixados em paz. "A exumação foi um dos espetáculos mais grotescos que já vi", disse Lope Mendoza, 71 anos, empresário conhecido na Venezuela e sobrinho-tataraneto de Bolívar.
As autoridades venezuelanas dizem que estão longe de terminar seu trabalho. Planejam construir um Panteão para Bolívar, que deve ser concluído no ano que vem e onde os ossos do libertador serão depositados dentro de uma urna de ouro, em vez de um sarcófago de chumbo.
De acordo com o vice-presidente Elías Jaua, o próximo cadáver na lista de exumações será o da irmã de Bolívar, María Antonia Bolívar, cujos restos mortais estão na Catedral de Caracas. Jaua disse que testes de DNA serão realizados com o esqueleto dela para determinar se os ossos encontrados na tumba de Bolívar são realmente dele.
"Quando nos certificarmos de que estes são os restos do libertador", disse Jaua, "prepararemos um documentário como forma de testemunho histórico". / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
*CORRESPONDENTE EM CARACAS
Se o presidente venezuelano, Hugo Chávez, puder afirmar que libertador foi assassinado na Colômbia, reforçará sua tese de que seus vizinhos e outros têm um complô para matá-lo
*Simon Romero/THE NEW YORK TIMES - O Estado de S.Paulo
O relógio acabara de marcar meia-noite. A maior parte do país estava dormindo. Mas isto não impediu o presidente Hugo Chávez de anunciar nas primeiras horas do dia 16 de julho que a última fase de sua Revolução Bolivariana começara.
Ao som do hino nacional, um pelotão de soldados, especialistas em medicina forense e assessores presidenciais se reuniram ao redor do sarcófago de Simón Bolívar, o aristocrata do século 19 que libertou da Espanha grande parte da América do Sul. Uma equipe da televisão estatal filmava o grupo, vestido com os jalecos brancos, rede prendendo os cabelos e máscaras.
Eles removeram os parafusos do féretro, levantaram a tampa e retiraram uma bandeira da Venezuela que cobria os restos mortais. Uma câmera suspensa captou as imagens de um esqueleto. Cidadãos insones observaram de queixo caído a cobertura ao vivo da exumação de Bolívar pela televisão estatal, com a narração do ministro do Interior, Tareck El Aissami.
"Que momentos impressionantes vivenciamos esta noite!", Chávez disse aos seus seguidores em uma série de mensagens pelo twitter enviadas durante a exumação e redistribuídas pela agência nacional de notícias. "Levanta, Simón, não é hora de morrer! Imediatamente lembrei que Bolívar vive!"
Até os venezuelanos acostumados ao teatro político de Chávez se surpreenderam com a exumação, que deixou de lado questões como um escândalo a respeito de alimentos importados apodrecendo nos portos, a raiva por uma economia em recessão e as provas apresentadas pela Colômbia de que guerrilheiros colombianos estão em solo venezuelano.
Os venezuelanos coçaram a cabeça, nas últimas semanas, indagando os possíveis motivos que levaram Chávez a retirar os restos mortais de Bolívar do Panteão Nacional. O presidente apresentou sua própria explicação: a urgente necessidade de determinar se Bolívar morreu de envenenamento por arsênico em Santa Marta, na Colômbia, e não de tuberculose em 1830, como os historiadores aceitam há muito tempo. Há três anos, uma comissão criada por Chávez examina esta teoria.
Seu trabalho baseia-se nas afirmações de alguns "bolivariólogos", como aqui são chamados os especialistas na história de Bolívar, de que uma carta escrita por Bolívar revela que ele foi traído pela aristocracia da Colômbia. Decifrando a carta mediante a utilização de códigos maçons, eles sugerem que
a conspiração era ainda maior, incluindo o então presidente dos EUA, Andrew Jackson, e o rei da Espanha.
As descobertas apresentadas a um congresso médico, este ano, nos EUA, encorajaram ainda mais Chávez. No congresso, Paul Auwaerter, especialista em doenças infecciosas da Universidade Johns Hopkins, disse que provavelmente Bolívar morreu pela ingestão de arsênico, afirmação com a qual a imprensa venezuelana respaldou a tese de que Bolívar foi assassinado.
Pouco importa que o dr. Auwaerter diga que foi mal interpretado, pois a ingestão de arsênico poderia ser acidental, mediante medicamentos contendo arsênico, comuns na época, ou por meio de água contaminada. "Não concordo com as teorias do presidente Chávez", ele disse em um e-mail.
Impávido, o governo afirma que irá até o fim para descobrir como Bolívar morreu. O ministro da Justiça deixou claro que as autoridades consideram o mistério contido nos ossos de Bolívar como o equivalente a uma cena do crime e uma questão nacional.
Se Chávez puder afirmar que Bolívar foi assassinado na Colômbia, poderá usar isto contra o atual governo colombiano, reforçando sua insistente afirmação de que os colombianos e outros têm um complô para matá-lo.
Isso também permitiria a Chávez reescrever parte importante da história da Venezuela. O presidente identifica a si e ao seu movimento com Bolívar. Rebatizou o país de República Bolivariana da Venezuela, sua agência de espionagem é o Serviço Bolivariano de inteligência e assim por diante. Retratos de Bolívar são vistos ao lado do de Chávez nas repartições públicas.
A intelligentsia deste país se concentra no legado de Bolívar e no uso de Bolívar não apenas por parte de Chávez, mas por governantes até mesmo do século 19. Nas livrarias, títulos como Divino Bolívar, O Culto de Bolívar, O Pensamento do Libertador, e Por que não sou bolivariano alinham-se nas estantes. Estudiosos se perguntam como é possível que um ditador do século 20, Juan Vicente Gómez, possa compartilhar as datas do seu nascimento e morte com as de Bolívar.
Alguns dos principais assessores de Chávez já usam a exumação para atacar seus adversários. No mês passado, o ministro da Cultura, Francisco Sesto, criticou Baltazar Porras, arcebispo venezuelano, por ter cometido um "sacrilégio verbal" ao afirmar que, na realidade, Bolívar estava morto.
Movimentos políticos inspirados pelos restos de um morto não são uma novidade. Um exemplo recente foi o de Carlos Menem, o ex-presidente da Argentina, que mandou trazer os restos mortais do caudilho do século 19, Juan Manuel de Rosas, enterrado na Grã-Bretanha, para ser sepultado na Argentina em 1989. "Disputas sobre cadáveres são disputas de poder sobre o passado e sobre o presente", disse Lyman Johnson, historiador da Universidade da Carolina do Norte, especialista em cultos do corpo na América Latina. "Estes poderosos significados forçam uma nova vida em corpos mortos há muito tempo".
Ao remover os dentes e alguns fragmentos de osso do esqueleto de Bolívar para testes de DNA, Chávez levar a apropriação dos mortos a novos patamares. As autoridades do país ignoraram pedidos de descendentes da família de Bolívar (acredita-se que ele não teve filhos) para que os restos mortais fossem deixados em paz. "A exumação foi um dos espetáculos mais grotescos que já vi", disse Lope Mendoza, 71 anos, empresário conhecido na Venezuela e sobrinho-tataraneto de Bolívar.
As autoridades venezuelanas dizem que estão longe de terminar seu trabalho. Planejam construir um Panteão para Bolívar, que deve ser concluído no ano que vem e onde os ossos do libertador serão depositados dentro de uma urna de ouro, em vez de um sarcófago de chumbo.
De acordo com o vice-presidente Elías Jaua, o próximo cadáver na lista de exumações será o da irmã de Bolívar, María Antonia Bolívar, cujos restos mortais estão na Catedral de Caracas. Jaua disse que testes de DNA serão realizados com o esqueleto dela para determinar se os ossos encontrados na tumba de Bolívar são realmente dele.
"Quando nos certificarmos de que estes são os restos do libertador", disse Jaua, "prepararemos um documentário como forma de testemunho histórico". / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
*CORRESPONDENTE EM CARACAS
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: CHAVEZ: de novo.
Desconhecia até hoje que chamar nomes no twitter era insultar cara a cara
traficante uribe, uma anedota http://anaispoliticos.blogspot.com/2010 ... uribe.html
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?s ... ews=463573segunda-feira, 9 de Agosto de 2010 | 16:26
Uribe chama «cobarde» a Chávez por «insultos à distância»
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe chamou “cobarde” ao chefe de Estado venezuelano, Hugo Chavez, por lançar “insultos à distância”, segundo a página do político numa conhecida rede social.
“Notifico o Presidente Hugo Chavez para deixar de ser um cobarde ao lançar insultos à distância”, publicou no domingo Álvaro Uribe na rede social Twitter.
O líder venezuelano rompeu a 22 de julho as relações bilaterais com Bogotá, na sequência da decisão colombiana de acusar Caracas, na Organização de Estados Americanos (OEA), de proteger guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e do Exército de Libertação Nacional (ELN).
Chavez congratulou-se no sábado pelo fim do Governo de Uribe e acusou o antigo Presidente de ser “um lacaio do império (Estados Unidos) que durante oito anos levou a Colômbia para caminhos de sangue, guerra e de morte, e destruiu as relações internacionais, o direito internacional, a soberania dos povos e o respeito entre governos”.
Durante oito anos, as relações entre Chavez e Uribe tiveram vários avanços e recuos, o que levou ao congelamento das relações bilaterais em 2009.
traficante uribe, uma anedota http://anaispoliticos.blogspot.com/2010 ... uribe.html
http://www.cmjornal.xl.pt/noticia.aspx? ... 0000000021Colômbia: Traficante ajudou Uribe
Um dos mais poderosos do narcotráfico na Colômbia, Diego Murillo, condenado nos EUA, afirmou ter financiado a campanha eleitoral do presidente Álvaro Uribe.
Triste sina ter nascido português
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Re: CHAVEZ: de novo.
O fato é que depois de 8 anos o traficante, ditador, lacaio do império deixou o poder. enquanto isso o libertador, ultra-super-hiper democrático tá lá e de lá ninguém tira!!
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- Guerra
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Re: CHAVEZ: de novo.
Chávez diz não prever quando deixará o poder
Após encontro com Lula em Brasília, venezuelano lembra que em plebiscito de 2009 população de seu país apoiou reeleição ilimitada
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quarta-feira que não tem previsão de quando deixará o poder, afirmando que permanecerá no cargo enquanto essa for a "vontade" de seu povo. "Vocês conhecem nossa Constituição, e a Constituição é a vontade de um povo", disse Chávez, logo após um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.
Questionado sobre quando deixaria o governo, Chávez respondeu: "Sei lá". "Se o povo e o partido decidirem que devo ser candidato novamente, vamos ver", acrescentou, lembrando que a Venezuela terá eleições presidenciais em 2012.
Chávez disse ainda que o Brasil terá, em breve, "um novo presidente ou presidenta", mas que no caso da Venezuela, sua sucessão não está prevista. "Onde é que está previsto isso? Não tenho sucessor previsto", disse o chefe de Estado venezuelano, que está há 12 anos no cargo.
Questionado sobre a possibilidade de sua permanência no cargo prejudicar a democracia no país, Chávez disse que é preciso "respeitar as particularidades de cada país". Em um plebiscito realizado em 2009, os venezuelanos aprovaram a reeleição ilimitada no país.
Chávez disse que é preciso "respeitar as particularidades de cada país".
Mesma desculpa do Fidel.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: CHAVEZ: de novo.
Guerra escreveu:O fato é que depois de 8 anos o traficante, ditador, lacaio do império deixou o poder. enquanto isso o libertador, ultra-super-hiper democrático tá lá e de lá ninguém tira!!
Basta perder uma eleição popular!
Ele tem eleição de 2 em 2 anos, 1 é para eleger, e a outra é para confirmar se resta no cargo ou vai pra casa... mas não tem limite de tempo de governo, igual outras democracias:
- na França(8anos + infinitas reeleições, Mitterant ficou décadas e mais décadas no poder..),
- ou Italia(6anos também para o 1° ministro+ infinitas reeleições, Andreotti foi cinco vezes 1° ministro e hoje é senador à vida, isso mesmo, SENADOR à VIDA...)+ os senadores à vida, estes são NOMEADOS pelo presidente da república, e ainda o povo vota é no partido e não no político, assim o partido escolhe o cupincha mais querido para ser deputado ou senador... ja pensou assim no Brasil também, vamos copiar o primeiro mundo gente, la é democracia!!!
- ou na Inglaterra Tempo indefinido, depende da manutenção do poder no plenário,
à parte que nestes dois últimos quem escolhe o líder do governo é o CONGRESSO/PARLAMENTO e não o povo em votação direta, nada de "diretas já" pra eles!
Belo o mundo das democracias políticas não???
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Re: CHAVEZ: de novo.
Com reeleições ilimitadas Chavez vai permanecer longo tempo no governo vencendo todas eleições. Na chamada República Velha, o Borges de Medeiros governou a provincia do Rio Grande por 25 anos, sendo reeleito constantemente. Só saiu depois de uma revolução. Aqui vão alguns "conselhos" que ele recebeu de seu orientador para manter-se tanto tempo no poder.
1. Se faltar luz, faltar comida ou ela apodrecer nos portos, e outras coisas assim:
Quando um erro cometeres,
(o que bem pode se dar)
Não deves ignorar
Como se sai da rascada:
A culpa é da peonada,
O patrão não pode errar.
2. Se aparecer uma liderança nova, que começa a destacar-se e pode ser uma sombra:
Quando vires um peão,
Mesmo o melhor no serviço
Ir pretendendo por por isso
Adquirir importância,
Bota pra fora da estância
Mas sem fazer rebuliço.
1. Se faltar luz, faltar comida ou ela apodrecer nos portos, e outras coisas assim:
Quando um erro cometeres,
(o que bem pode se dar)
Não deves ignorar
Como se sai da rascada:
A culpa é da peonada,
O patrão não pode errar.
2. Se aparecer uma liderança nova, que começa a destacar-se e pode ser uma sombra:
Quando vires um peão,
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Re: CHAVEZ: de novo.
Mais alguns "conselhos" para o Chavez governar 25 anos, sempre reeleito:
A regra é - rédeas curtas -
Pra ter tudo nos seus eixos;
Puxar forte pelos queixos,
De vez em quando convém..
Mesmo aos que procedem bem
Queixa-te de seu desleixos.
Cada qual tem o seu fraco
E também sua pereva,
É por aí que se os leva,
Mas sem dar a perceber;
Está tudos em se meter
Com jeito o porco na ceva.
Predominar sobre todos
E mandar com muito arrojo;
Da adulação não ter nojo,
E tirar dela partido.
Fica disto convencido:
Quem ordenha bebe o apojo.
* Partes do poema satírico "Antonio Chimango" feitos contra Borges de Medeiros.
A regra é - rédeas curtas -
Pra ter tudo nos seus eixos;
Puxar forte pelos queixos,
De vez em quando convém..
Mesmo aos que procedem bem
Queixa-te de seu desleixos.
Cada qual tem o seu fraco
E também sua pereva,
É por aí que se os leva,
Mas sem dar a perceber;
Está tudos em se meter
Com jeito o porco na ceva.
Predominar sobre todos
E mandar com muito arrojo;
Da adulação não ter nojo,
E tirar dela partido.
Fica disto convencido:
Quem ordenha bebe o apojo.
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Re: CHAVEZ: de novo.
Por muito que me oponha ao Chavez, também concordo que se o povo quer, porque é que não pode ter um líder pelo período que deseja? As limitações de reeleições limitam a escolha do povo de eleger quem quer a eleger quem pode ser eleito. Cria mais oportunidades para outros políticos chegarem ao topo da carreira mas não vejo qual é a vantagem para a população. Se os politicos não prestam é porque o povo não sabe votar e aí, só tem o que merecem.
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- delmar
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Re: CHAVEZ: de novo.
Discordo do companheiro. Todo governo que permanece muito tempo no poder tende a tornar-se opressor na política e letárgico na adoção de medidas inovadoras ou modernas. A máquina estatal fica muito mais burocrática que o normal. O tempo passa e sempre as mesmas pessoas, com as mesmas idéias e métodos ocupam as mesmas posições de mando. Nada de novo acontece, nada de novo é criado. Após algum tempo o país fica estagnado na mesmice social, cultural e econômica. Estes governos quase sempre acabam ou são depostos por revoltas e conflitos, com mudanças violentas, inúmeros são os exemplos.tflash escreveu:Por muito que me oponha ao Chavez, também concordo que se o povo quer, porque é que não pode ter um líder pelo período que deseja? As limitações de reeleições limitam a escolha do povo de eleger quem quer a eleger quem pode ser eleito. Cria mais oportunidades para outros políticos chegarem ao topo da carreira mas não vejo qual é a vantagem para a população. Se os politicos não prestam é porque o povo não sabe votar e aí, só tem o que merecem.
Aqui o governo de Borges de Medeiros acabou em uma revolução. Seu sucessor foi Getúlio Vargas que acabou liderando outra revolta, desta vez contra o governo central, em 1930, que colocou um fim ao que foi chamado, no Brasil, de "velha República".
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