moura escreveu:Bolovo,
quando trabalhei no Acre o pessoal dos BIS do EB eram só elogios ao 7.62 e segundo eles em testes no SIGS o 5.56 não foi tão efeciente quanto o 7.62 na selva, sei que polemica entre os dois calibres é interminavel mas creio que ainda vai levar um bom tempo para o EB substitui-lo.
A MB e a FAB já trabalham com o 5.56 a um bom tempo no entanto o EB ainda não conseguiu adotota-lo por varios motivos que o Guerra ja explicou aqui.
Na minha experiencia com os dois calibres fico com 7.62 apesar do peso ele soma algumas vantagens que dificilmente o 5.56 consiga ter, como alcance e psicologico no inimigo, acredite, que podem fazer a diferença num combate.
Mas como ja acompanhei varios comentarios e sei que são bem fundamentados gostaria de ler seu ponto de vista.
Um abraço.
Moura.
Eu tenho como tese que o EB todo é moldado em volta do FAL. Como assim?
Oras, o GC brasileiro salvo engano são de 9 pessoas, e maioria dessas 9 pessoas vão de FAL (não lembro, acho que vai uma duas FAP, que é basicamente um FAL de apoio). Trocando pura e simplesmente o FAL por um fz 556 qualquer, claramente vai ficar mais fraco, afinal é um calibre quase duas vezes menor. Porém, os exércitos que adotaram o 556 antigamente perceberam isso e passaram modificar todo o GC para compensar o calibre mais fraco. É como o Sgt Guerra diz, diminuiram as armas individuais para aumentar as coletivas.
Vamos aos exemplos. Um soldado brasileiro tem um FAL de 20 tiros e mais uns 8 carregadores, o que dá uns 180 tiros. Um soldado com um fz 556 (por ex o americano, o britânico, o belga, o francês, até certo ponto o russo e etc), vai carregar pelo mesmo peso quase o dobro de munição e sendo assim, ter um poder de fogo (vai manter mais tempo de fogo pois vai ter mais tiros) e vai poder "manobrar" mais pelo terreno. Em números, um fz 556 de 30 tiros mais cerca de 8 carregadores são quase 300 tiros.
Outro item de um GC moderno hoje é a metralhadora leve, algo inexistente por aqui (exceto FE/Comandos e CFN). Todo GC hoje é baseado nas metralhadoras leves. Por ex, o GC dos Marines americanos são de 12 fuzileiros, sendo 3 times de quatro fuzileiros, nuclearizados por uma Minimi (em breve um IAR ao que parece, mas a idéia continua a mesma). No EB esse cidadão tem um FAP, pesado e com apenas 20 tiros. Do outro lado, tem um cara com uma Minimi com 200 tiros. Quem vai prover melhor cobertura?
Não podemos esquecer de outras armas que apareceram nesse desenvolvimento. Para substituir a granada de bocal e dar maior poder de fogo ao CG, inventaram o lança-granadas, que é muito comum de ser visto aclopado nas M16 e M4. Isso é outra coisa que ainda falta por aqui. Os lança-rojão (AT4 e ALAC) só começaram a aparece agora. Idem para os Carl Gustav. Como pode ver, falta muita coisa para nós. O FAL até certo ponto "faz tudo isso", de maneira mais barata, porém menos eficiente do que com essa tralha toda. E aí que tá o problema do EB. Para trocar o FAL, precisa mudar todo o GC brasileiro e aí a coisa pega, porque é caro. Entretanto, visto que o EB vem mantendo vários projetos ao mesmo tempo com o "fz 556" (como o próprio EB chama, não eu!), "ALAC", "lança-grandas Mikol" e etc, acredito que a minha tese esteja certa.
Não sei se alguém lê os relatos daquele cabo canadense que o Clermont postou (eu acho que ngm leu). Mas aquilo lá é muito bom e mostra bem o que é um combate moderno. Segundo esse cabo, que combateu lá, o 556 cumpriu muito bem o que precisou, nos combates de até 300 metros. Com o grande poder de fogo (quantidade de tiros) que o CG canadense tem, eles podiam manter os talebans de cabeça abaixada enquanto procuravam modos de flanquear e alvejar os alvos. Lá mostra o que é uma guerra, é fogo e manobra o tempo todo e não um stand de tiro onde ficam atirando de quilometros de distância tentando se acertar... Em poucas horas de combate eles acabavam com 10 carregadores de 556. Tenta fazer isso com 180 tiros de FAL. Eu fico imaginando isso na Amazônia, onde os combates são muito, muito mais próximos. O 556 dá e sobra para esse trabalho.
Concordo com o pessoal do Acre que tu trabalhou. Estão certos mesmos, trocar fz 762 por um fz 556 é fazer cagada. Agora perguntem para eles se eles já trocaram o "GC FAL" por um "GC 556", com toda aquela tralha que eu mencionei. O que será que assusta mais, um FAL atirando ou uma granada de 40mm explodindo ao lado? Uma rajada de 20 tiros de FAP ou fogo de 200 tiros de Minimi? É essa coisa que eu digo. O 556 (ou o calibre intermediário que for, 5.45mm soviético, 6.5mm etc) tem vantagem nisso, pois pode manter mais fogo, aliado a isso, é mais barato e leve, o que facilita a logística (que é quem na verdade ganha as guerras). Meu negócio não é nem exaltar o 556, mas sim tentar mostrar que a era do 762 já passou...
O EB um dia chega lá e eu creio nisso!
Abraço, Moura!
E quanto ao CM, lamentável, outro turista do terrestres, passa aqui só pra postar smile e falar groselha...