MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#976 Mensagem por Guerra » Sáb Jul 31, 2010 12:16 pm

Uma duvida aqui. Se é tão importante pagar a divida porqe o Brasil não paga? Teve uma epoca que o governo anunciou que tinha dinheiro para pagar a divida, dai vieram com aquela historia que é mais negocio emprestar e pagar a divida com os juros.




A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#977 Mensagem por Sterrius » Sáb Jul 31, 2010 12:52 pm

o governo ja gasta por volta de 5-6% do PIB pra pagar divida marechal. È o maior gasto do governo atualmente.

A nao ser que vc esteja pedindo pra parar educação etc pra pagar divida. Pq é fato ja que nao tem muito onde cortar hoje pra aumentar o que ja pagamos.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#978 Mensagem por Bourne » Sáb Jul 31, 2010 3:55 pm

Guerra escreveu:Uma duvida aqui. Se é tão importante pagar a divida porqe o Brasil não paga? Teve uma epoca que o governo anunciou que tinha dinheiro para pagar a divida, dai vieram com aquela historia que é mais negocio emprestar e pagar a divida com os juros.
A questão não é pagar, mas manter uma relação confortável em proporção ao PIB. O que evolve a rolagem de divida, alongamento dos prazos e juros menores. Não precisa ser paga em si por que liquida e faz novos empréstimos o tempo todo, como também, as vezes aumenta ou diminui dependendo do momento da arrecadação e necessidades de gastos. Tudo dentro de uma margem de manobra ao longo do tempo. :mrgreen:




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#979 Mensagem por marcelo l. » Sáb Jul 31, 2010 4:13 pm

Bourne escreveu:
Guerra escreveu:Uma duvida aqui. Se é tão importante pagar a divida porqe o Brasil não paga? Teve uma epoca que o governo anunciou que tinha dinheiro para pagar a divida, dai vieram com aquela historia que é mais negocio emprestar e pagar a divida com os juros.
A questão não é pagar, mas manter uma relação confortável em proporção ao PIB. O que evolve a rolagem de divida, alongamento dos prazos e juros menores. Não precisa ser paga em si por que liquida e faz novos empréstimos o tempo todo, como também, as vezes aumenta ou diminui dependendo do momento da arrecadação e necessidades de gastos. Tudo dentro de uma margem de manobra ao longo do tempo. :mrgreen:
Por sinal Bourne, sem acabar com a dependência do dinheiro do BNDES como será possível de diminuir a dívida interna? Já que em parte o que necessita são investimentos em infra-estrutura para diminuir o gargalo...não sei mas todas as respostas que eu vi para o círculo vicioso atual nenhuma me convence...




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#980 Mensagem por Bourne » Sáb Jul 31, 2010 5:53 pm

Vamos por partes.

O BNDES não é um problema para o endividamento interno. É sim um instrumento fundamental para fornecer financiamento de longo prazo para o setor produtivo. A iniciativa privada não tem interesse ou não tinha em se comprometer com projetos de longo prazo. A reforma dos anos 1960 que tentou atrair a iniciativa privada fracassou. Por que é menos arriscado e mais seguro/lucrativo fazer operações de curto prazo e incentivo ao consumo, como também, financiar o governo. O BNDES em si é muito pequeno para conseguir dar suporte a necessidade de financiamento das empresas, especialmente as médias e pequenas que não tem acesso ao mercado internacional e de capitais, como a aquisição de bens imóveis.

As instituições privadas deveriam dar o suporte, mas não vai. Como faz isso? Continua sendo um mistério. Parece que recentemente começou a mudar, mas ainda é nebuloso. Criar o sistema de financiamento de longo prazo que mescle opções públicas (BNDES, especialmente) e privadas é fundamental para dar musculatura e competitivo ao setor produtivo aquisição de bens de longuíssimo prazo de consumo como imóveis.

A divida interna não é um problema em si. A maioria dela é formada por esqueletos do passado potencializados pela política de juros altos do Banco Central e curto prazo de vencimento da dívida. Como acontece uma movimento paulatino de alongamento do perfil da dívida a menores taxas de juros. O custo da divida tende a cair como a sua proporção do PIB. O que realmente interessa para verificar se a divida é sustentável ou não é a proporção em relação ao PIB; prazo dos empréstimos; e o custo dos juros.

O endividamento estatal não pode ser analisado de forma linear como se fosse uma pessoa. O parâmetro da analise é baseada em proporção do PIB e como a divida está escalonada. Além do mais como o governo gasta, arrecada, o comportamento do BC e mexe com o humor dos agentes dá resultados muito loucos.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#981 Mensagem por LeandroGCard » Sáb Jul 31, 2010 8:38 pm

Bourne escreveu:Vamos por partes.

O BNDES não é um problema para o endividamento interno. É sim um instrumento fundamental para fornecer financiamento de longo prazo para o setor produtivo. A iniciativa privada não tem interesse ou não tinha em se comprometer com projetos de longo prazo. A reforma dos anos 1960 que tentou atrair a iniciativa privada fracassou. Por que é menos arriscado e mais seguro/lucrativo fazer operações de curto prazo e incentivo ao consumo, como também, financiar o governo. O BNDES em si é muito pequeno para conseguir dar suporte a necessidade de financiamento das empresas, especialmente as médias e pequenas que não tem acesso ao mercado internacional e de capitais, como a aquisição de bens imóveis.

As instituições privadas deveriam dar o suporte, mas não vai. Como faz isso? Continua sendo um mistério. Parece que recentemente começou a mudar, mas ainda é nebuloso. Criar o sistema de financiamento de longo prazo que mescle opções públicas (BNDES, especialmente) e privadas é fundamental para dar musculatura e competitivo ao setor produtivo aquisição de bens de longuíssimo prazo de consumo como imóveis.

A divida interna não é um problema em si. A maioria dela é formada por esqueletos do passado potencializados pela política de juros altos do Banco Central e curto prazo de vencimento da dívida. Como acontece uma movimento paulatino de alongamento do perfil da dívida a menores taxas de juros. O custo da divida tende a cair como a sua proporção do PIB. O que realmente interessa para verificar se a divida é sustentável ou não é a proporção em relação ao PIB; prazo dos empréstimos; e o custo dos juros.

O endividamento estatal não pode ser analisado de forma linear como se fosse uma pessoa. O parâmetro da analise é baseada em proporção do PIB e como a divida está escalonada. Além do mais como o governo gasta, arrecada, o comportamento do BC e mexe com o humor dos agentes dá resultados muito loucos.
Realmente o tamanho absoluto da dívida não é o ponto principal, pelo menos no caso brasileiro, pois ela ainda está em menos que 50% do PIB quando em muitos países já passa de 100%. Contanto que não deixem a dívida disparar, sua existência em si não é um grande problema. O problema maior é a taxa de juros utilizada para pagar o seu serviço, que em nosso país tem pouco a ver com a necessidade de captação de recursos mas sim com uma estratégia louca de tentar controlar a inflação no longo prazo apenas com o instrumento dos juros.

Os juros absurdamente elevados definidos pelo BC com a justificativa de combater a inflação "enxugam" o capital privado que deveria ser utilizado para financiar os investimentos de longo prazo e inibem o investimento produtivo, na prática impedindo o aumento mais rápido da oferta e causando um desequilíbrio com relação à demanda que acaba mantendo a pressão inflacionária. É um círculo vicioso no qual estamos presos há pelo menos 16 anos que só o pessoal do BC ainda não percebeu, ou alega não ter percebido (minha opinião pessoal é que eles sabem exatamente o que estão fazendo pois não são imbecis, mas seus interesses são outros).


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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#982 Mensagem por Sterrius » Sáb Jul 31, 2010 9:56 pm

em muitos países já passa de 100%


So correção. Apenas EUA, Japão, Italia e +2 paises africanos tem dividas acima de 100% do PIB;

O resto tem por volta de 90% pra baixo. Em media 70-80%

A russia e China tem dividas quase nulas, vantagem do fim da URSS que ela empurro a divida pra galera.( E quero ver quem vai reclamar e cobrar :lol: )




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#983 Mensagem por Bourne » Ter Ago 03, 2010 11:15 am

LeandroGCard escreveu:Realmente o tamanho absoluto da dívida não é o ponto principal, pelo menos no caso brasileiro, pois ela ainda está em menos que 50% do PIB quando em muitos países já passa de 100%. Contanto que não deixem a dívida disparar, sua existência em si não é um grande problema. O problema maior é a taxa de juros utilizada para pagar o seu serviço, que em nosso país tem pouco a ver com a necessidade de captação de recursos mas sim com uma estratégia louca de tentar controlar a inflação no longo prazo apenas com o instrumento dos juros.

Os juros absurdamente elevados definidos pelo BC com a justificativa de combater a inflação "enxugam" o capital privado que deveria ser utilizado para financiar os investimentos de longo prazo e inibem o investimento produtivo, na prática impedindo o aumento mais rápido da oferta e causando um desequilíbrio com relação à demanda que acaba mantendo a pressão inflacionária. É um círculo vicioso no qual estamos presos há pelo menos 16 anos que só o pessoal do BC ainda não percebeu, ou alega não ter percebido (minha opinião pessoal é que eles sabem exatamente o que estão fazendo pois não são imbecis, mas seus interesses são outros).


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Ainda tem o efeito de atrair capital especulativo de curto prazo no mercado internacional que conjugado com a liberdade na movimentação de capitais valoriza o câmbio artificialmente. O que o BC faz? Suaviza a trajetória comprando dólares, mas não se preocupa em mudar a taxa por que considera e é impossível com a mobilidade elevada de capital. Como também, os caras do BC não consideram que o câmbio valorizado afete negativamente o setor produtivo no longo prazo por que o que interessa é a produtividade.

O BC pensa e age descaradamente assim desde de 1999. As reservas de mais de 250 bilhões são em boa parte resultado de um momento de estabilidade da economia mundial e muito capital especulativo circulando na economia mundial. Atraídos para o brasil pela alta remuneração e baixo risco. Isso pode mudar do dia para noite. As reservas podem virar pó se os capitais resolverem abandonarem ao país. Não precisa nem ter a ver com o Brasil.

A discussão seguinte e adjacente a remodelação do BC que vai ocorrer é como controlar a movimentação dos capitais especulativos e seu efeito desestabilizador. O que envolve uma nova regulação (interna e mundial) e algum controle na movimentação de capitais. Nada absurdo. Países tão diferentes quanto China e Chile tem algum tipo de controle de capitais. O objetivo é o mesmo: se proteger das instabilidades geradas pela especulação financeira.

Essa discussão está emergindo. Os que são a favor das mudanças ganharam força pós-crise de 2008. Os que defendiam a posição contrária simplesmente sumiram e/ou tem cada vez menos poder de influência. Quem está no governo ou pretende entrar adoraria por em prática as mudanças imediatamente, mas demora fazê-las.




Editado pela última vez por Bourne em Ter Ago 03, 2010 11:20 am, em um total de 1 vez.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#984 Mensagem por Bourne » Ter Ago 03, 2010 11:17 am

Sterrius escreveu:
em muitos países já passa de 100%


So correção. Apenas EUA, Japão, Italia e +2 paises africanos tem dividas acima de 100% do PIB;

O resto tem por volta de 90% pra baixo. Em media 70-80%

A russia e China tem dividas quase nulas, vantagem do fim da URSS que ela empurro a divida pra galera.( E quero ver quem vai reclamar e cobrar :lol: )
A porcentagem do PIB comprometido com o endividamento tem a ver com o prazo e quanto custa. Por que uma coisa é dever 100 mil para pagar em um ano com taxa de juros de 50% e, outra, dever os mesmos 100 para pagar em 30 anos a taxa de juros de 1,5% ao ano. :mrgreen:




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#985 Mensagem por LeandroGCard » Ter Ago 03, 2010 5:53 pm

Bourne escreveu:A discussão seguinte e adjacente a remodelação do BC que vai ocorrer é como controlar a movimentação dos capitais especulativos e seu efeito desestabilizador. O que envolve uma nova regulação (interna e mundial) e algum controle na movimentação de capitais. Nada absurdo. Países tão diferentes quanto China e Chile tem algum tipo de controle de capitais. O objetivo é o mesmo: se proteger das instabilidades geradas pela especulação financeira.

Essa discussão está emergindo. Os que são a favor das mudanças ganharam força pós-crise de 2008. Os que defendiam a posição contrária simplesmente sumiram e/ou tem cada vez menos poder de influência. Quem está no governo ou pretende entrar adoraria por em prática as mudanças imediatamente, mas demora fazê-las.
Tinha me esquecido deste ponto, que também é muito importante.

A estrutura de circulação (entrada e saída) de dólares no Brasil foi montada no início do governo FHC com o objetivo declarado de facilitar a entrada de divisa estrangeira e assim permitir a manutenção da âncora cambial utilizada na época para combater a inflação, juntamente com a política de juros elevadíssimos (que é sinérgica com a primeira). As circunstâncias mudaram, interna e externamente, mas o BC mantém ainda a mesma estrutura, e se recusa a adotar medidas de controle de aceitação internacional, como a quarentena. Recentemente foi até facilitada a entrada de dólares, com a redução de impostos sobre algumas aplicações para investidores estrangeiros.

Por estas e outras é que não consigo acreditar que os caras estão de boa fé, e que seus erros evidentes ocorrem por pura ignorância ou ideologice. Só pode ser caso pensado, no interesse de alguém.


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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#986 Mensagem por Vitor » Qui Ago 05, 2010 10:24 am

Os sempre malvados especuladores e os BCs para salvarem os dias através de manipulação financeira. Ou alguém acha que os especuladores não sabem tomar vantagem dos joguinhos do BC?




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#987 Mensagem por Grifon » Ter Ago 10, 2010 6:28 pm

Escassez de engenheiros: obstáculo para o crescimento do país

RIO - O Brasil possui cerca de 600 mil engenheiros registrados. Não seria suficiente para tocar o crescimento do país? Há controvérsias, ressalta José Pastore, professor de Relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Para alguns, seis engenheiros para cada mil trabalhadores é muito pouco. Nos Estados Unidos, são 25. Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), até 2012 faltarão cerca de 150 mil engenheiros para preencher as vagas que estão surgindo.

A maior demanda será por engenheiros na área de energia. O engenheiro de energia lida com todas as formas de energia que compõem a matriz energética brasileira - seja ela renovável, como hídrica, solar, eólica ou de biomassa, seja não renovável, obtida de petróleo, carvão, gás natural ou material radioativo, como o urânio (usado em usinas nucleares). Faltarão também engenheiros para as áreas de transporte (terrestre, marítimo e aéreo), óleo e gás, construção pesada, produção industrial e sistemas de informação.

Para Pastore, excesso ou escassez dependem do tipo de profissional que se busca: no Brasil, diz ele, a falta é gritante quando se procura recrutar engenheiros com quatro ou cinco anos de experiência com tecnologias de ponta nas áreas acima indicadas.

- O profissional pronto e acabado, com conhecimento amplo das novidades da ciência e da tecnologia, é raro. Os especialistas dizem que, dos cerca de 30 mil engenheiros que se formam no Brasil todos os anos, apenas 10 mil têm a necessária competência para atender às novas demandas.

Ele diz que o desencontro decorre ainda do fato de a economia brasileira ter ficado estagnada por mais de 20 anos, quando o mercado ficou saturado para várias profissões.

- Na época, muitos engenheiros foram trabalhar em outras áreas, como financeira, comercial, administração e até recursos humanos. Esses profissionais, em sua maioria, não conseguem se reciclar para atender às tecnologias de última geração. Por isso, os 600 mil engenheiros existentes no Brasil não podem ser considerados como a oferta total.

Marcos Formiga, coordenador do comitê gestor do iNova Engenharia - programa da CNI em parceria com 80 empresas, lançado em 2006 -, ressalta que, apesar de o piso salarial dos engenheiros ter mais que duplicado nos últimos quatro anos, ainda é baixo: a remuneração inicial dos profissionais gira em torno de R$ 6 mil.

- No mercado paralelo, isto é, de administração, financeiro ou até nas vagas abertas em concursos públicos, o salário é mais atraente. E pelo menos dois terços dos profissionais vão para essas outras atividades - afirma Formiga.

O coordenador do iNova Engenharia lembra que todos os países que estão na crista do crescimento internacional optaram pelo desenvolvimento tecnológico via engenharia. Na Coréia, por exemplo, engenharia é o curso universitário mais concorrido - opção de 29% dos estudantes. Lá, formam-se 80 mil engenheiros por ano. Aqui, somente 4,4% escolhem o curso. Na China, são 400 mil engenheiros formados por ano e, na Índia, 300 mil/ano.

Pastore ressalta que a saída encontrada por muitas empresas tem sido treinar seus próprios quadros. Segundo ele, os treinamentos in company de engenharia estão em primeiro lugar, seguidos de administração. A montadora General Motors é uma das empresas mais agressivas nesse campo. Um acordo firmado em 2005 com a Escola Politécnica da USP, um dos principais centros de formação de engenheiros no Brasil, deu à GM uma vantagem. Os estudantes de engenharia da Poli aprendem a desenhar carros no sistema GM de projetar veículos. A empresa emprega atualmente 2 mil engenheiros, 95% deles no parque fabril de São Caetano do Sul (SP).

- Sentíamos dificuldades de encontrar engenheiros com experiência em sistemas digitais para conceber, projetar e manufaturar novos produtos. Doamos, então, as estações de trabalho para a Poli/USP e essa disciplina faz parte de todas as especialidades de engenharia da instituição. Isso começou em 2005 e agora, em 2010, esses primeiros engenheiros estão se formando - ressalta Alberto Rejman, diretor executivo de Engenharia para a América do Sul da General Motors.

Se dependesse do número de cursos de engenharia e das vagas oferecidas nele no país, escassez de engenheiros não seria um problema. O Brasil tem quase 1.500 cursos de engenharia, que oferecem aproximadamente 150 mil vagas por ano. Apesar de tal oferta generosa, o país tem apenas 300 mil estudantes nessa área - deveria ter 750 mil, se todas as vagas estivessem preenchidas - e apenas 30 mil se formam anualmente.

Em artigo sobre a escassez de engenheiros, o diretor da Escola Politécnica da USP (Poli/USP), João Roberto Cardoso, ressalta que a evasão nos cursos de engenharia é enorme, sem contar que recentes avaliações apontam que apenas um quarto desse contingente tem nível de formação considerado satisfatório. O diretor da Poli/USP ressalta ainda que levantamentos indicam que mais de 50% dos estudantes brasileiros abandonam o curso de engenharia ao final do segundo ano por não conseguirem acompanhá-lo, seja pela dificuldade inerente à formação ou por questões financeiras, visto que o curso de engenharia é caro, entre outros motivos, pela exigência de laboratórios especializados.

Para ele, o governo, considerando a dificuldade do momento, deveria injetar recursos nas escolas de engenharia para atualização de laboratórios e revisar as estruturas curriculares para acelerar o processo de aprendizagem e garantir uma boa formação. O MEC, por sua vez, diz Cardoso, precisa encontrar uma solução para mitigar esse baixo rendimento, que ocorre apenas nas carreiras tecnológicas.

- Uma das razões para o baixo rendimento está ligada à pouca importância que o ensino médio dá à física, química e matemática, matérias que são vetores de incentivo à carreira tecnológica. Há professores sem formação específica lecionando tais disciplinas e, se o país pretende atingir um patamar de desenvolvimento superior, suportado por uma tecnologia própria e de alto nível, a carga horária precisa ser revista.

http://oglobo.globo.com/economia/boacha ... 355457.asp




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#988 Mensagem por GustavoB » Qui Ago 12, 2010 5:24 pm

Fonte: Redação Terra

Economia Nacional
Brasil tem a nona maior reserva de moedas do mundo

Luciana Cobucci
Direto de Brasília

As reservas internacionais brasileiras atingiram R$ 239 bilhões em 2009, valor 15,6% maior que o registrado em 2008, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central (BC). O valor é uma marca recorde e coloca o País em nono lugar no ranking mundial, segundo o BC.

As reservas internacionais são uma espécie de economia feita pelo governo para atravessar períodos de crise, como a ocorrida em 2008, que protege o País em tempos de grandes oscilações monetárias.

De acordo com o BC, o valor divulgado nesta quinta-feira leva em consideração os dólares que a instituição tem a receber dos bancos devido a empréstimos feitos em moeda estrangeira durante a crise.

Do total das reservas brasileiras medidas em 31 de dezembro do ano passado, quase 82% é em dólares; 7% em euros e pouco mais de 11% em outras moedas, como dólares australianos e canadenses, libras esterlinas e ienes.

Na comparação com 2008, a quantidade de dólares diminuiu: há dois anos, quase 90% das reservas internacionais brasileiras eram em moeda americana, 9,4% em euros e 1,5% em outras moedas.

O diretor de política econômica do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, explica que o dólar e o euro foram substituídos por outras moedas como parte de uma estratégia brasileira.

"Os Estados Unidos e os países europeus que adotaram a moeda comum tiveram pior desempenho econômico em 2009. Em contrapartida, outros países como Inglaterra e o Canadá têm situação fiscal muito estável e forte e cujas economias estão se saindo melhor do que a Europa e os EUA ao longo de 2009. Também aumentamos o estoque de libras esterlinas numa alternativa ao euro", disse Mendes.

Aldo Luiz Mendes explica que as reservas internacionais são aplicadas em diferentes moedas no mercado internacional, e seguem três critérios: "Segurança é fator determinante na hora de montar a nossa estratégia. Preferimos aqueles ativos mais seguros. Em segundo lugar, está a liquidez, ou seja, só aplicamos em ativos de altíssima liquidez. E o terceiro fator é a rentabilidade", afirmou. Os resultados, no entanto, são medidos apenas em dólar.

A estimativa do BC é que as reservas internacionais brasileiras estejam, atualmente, em US$ 260 bilhões. O diretor do Banco Central, no entanto, explica que esta é apenas uma estimativa, já que esses balanços são divulgados com pelo menos seis meses de defasagem.




PRick

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#989 Mensagem por PRick » Qua Ago 18, 2010 8:20 am

Comércio varejista tem melhor semestre da história
Em junho de 2010, as vendas do varejo cresceram 1%. A receita nominal apresentou alta de 0,5%

iG São Paulo | 11/08/2010 09:08


O comércio varejista do País apresentou, no primeiro semestre do ano de 2010, um crescimento de 11,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo divulgou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi superior não só ao do segundo semestre de 2009, que alcançou 7,2%, como também de toda a série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio, iniciada em 2001, principalmente a partir do ano de 2004, quando passa a ter índices semestrais positivos.

Foto: AE Ampliar

Comércio manteve-se com resultado positivo

De acordo com o IBGE, cabe ressaltar que no primeiro semestre de 2009 a economia brasileira sofria a influência da crise financeira internacional. "Somente em meados do segundo semestre daquele ano que a economia começa a se estabilizar, com suas atividades se aproximando dos patamares do período pré-crise."

Segundo o levantamento divulgado nesta quarta, o comércio varejista manteve-se com resultado positivo no mês junho de 2010, apresentando taxas de 1% no volume de vendas e de 0,5% na receita nominal, ambas as variações com relação ao mês anterior ajustadas sazonalmente. O resultado completa também dois meses consecutivos de crescimento no volume de vendas após a forte queda do mês de abril. Para a receita nominal de vendas, é o sexto mês consecutivo de taxas positivas, como aponta a evolução dos indicadores de base fixa.

Nas demais comparações, obtidas das séries originais sem ajuste sazonal, o varejo nacional obteve, em termos de volume de vendas, acréscimos da ordem de 11,3% sobre junho do ano anterior e de 9,3% no acumulado dos últimos 12 meses. Para os mesmos indicadores, a receita nominal de vendas apresentou taxas de variação de 14% e de 12,4%, respectivamente.

Atividades

O segmento de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com variação de 11,9% no volume de vendas em junho sobre igual mês do ano anterior, é o principal responsável pelo crescimento da taxa do varejo (50%). Segundo o instituto, o resultado se justifica ainda pelo aumento do poder de compra da população, além do comportamento dos preços no setor que evoluíram, no acumulado dos últimos 12 meses, em 3,5% no Grupo Alimentação no Domicilio, abaixo da inflação global medida pelo IPCA (4,8%).

A atividade de móveis e eletrodomésticos, com alta de 17% no volume de vendas em relação a junho do ano passado, foi responsável pela segunda maior contribuição (23%) da taxa global do varejo. "Esse resultado deve ser atribuído ainda às vendas relacionadas ao evento da Copa do Mundo, aliado a ampla oferta de crédito", afirma o IBGE.
http://economia.ig.com.br/empresas/come ... 93253.html




PRick

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#990 Mensagem por PRick » Qui Ago 26, 2010 10:31 am

Desemprego no País é o menor para meses de julho, aponta IBGE
Taxa de desocupação no mês passado foi de 6,9%; no mesmo período em 2009 índice registrou variação de 8%

iG São Paulo | 26/08/2010 09:05 - Atualizada às 09:51


A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País foi de 6,9% em julho, um recuo de 1,1 ponto percentual em relação ao mesmo período em 2009, quando o índice foi de 8%. O resultado é o menor para um mês de julho desde o início da nova série histórica da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), em março de 2002.

A população desocupada (1,6 milhão) ficou estável no mês e recuou 11,3% na comparação anual. A população ocupada (22 milhões) manteve-se estável no mês e cresceu 3,2% em relação a julho de 2009.


O número de pessoas com carteira de trabalho assinada no setor privado (10,2 milhões) ficou estável no mês mas cresceu 5,9% em relação a julho de 2009.

O rendimento médio real dos trabalhadores (R$ 1.452,50) cresceu 2,2% no mês e teve alta de 5,1% no ano.

A média de janeiro a julho da taxa de desocupação (7,3%) caiu 1,2 ponto percentual em comparação com igual período do ano passado (8,5%).

Desocupação nas capitais

Regionalmente, a taxa de desocupação teve variação significativa em Recife (de 8,6% em junho para 10% em julho). Na análise anual, houve quedas de 1 ponto percentual em Belo Horizonte, de 0,9 ponto percentual no Rio de Janeiro, de 1,7 ponto percentual em São Paulo e de 1 ponto percentual em Porto Alegre.

A população ocupada no total das seis regiões metropolitanas permaneceu estável em todos os grupamentos de atividade, em relação a junho. Na comparação anual, houve alta nos seguintes grupamentos: indústria extrativa, de transformação e distribuição de eletricidade, gás e água (7,1%), educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (4,5%) e dos outros serviços (5,6%). Houve queda apenas o grupamento dos serviços domésticos (-5,4%).




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