GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Penguin
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Re: GEOPOLÍTICA

#2491 Mensagem por Penguin » Qua Jul 21, 2010 8:15 am

SEGUNDA-FEIRA, 12 DE JULHO DE 2010
Educação, ciências e o futuro do Bric

Foi notícia no Estadão: a produção científica brasileira ultrapassou a da Rússia e pode superar também a da Índia, consolidando-se como a segunda maior no Bric (grupo de economias emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia e China). Em produção científica no bloco, em relativamente pouco tempo, o Brasil ficará atrás apenas da China, segundo levantamento da divisão de pesquisas da Agência Thomson Reuters, que analisou as 10.500 mais importantes revistas científicas do mundo.

A notícia, sem dúvida, merece celebração, mas também dá margem a ponderações. Primeiro, a celebração. A produção científica brasileira deu salto de 3.665 para 30.021 artigos publicados entre 1990 e 2008, aponta a pesquisa. No mesmo período, a produção russa, considerada por muito tempo uma das mais avançadas do mundo, permaneceu estável, com 27.603 artigos em 1990 e 27.605 em 2008. O avanço brasileiro impressiona e, mantido esse ritmo de crescimento na produção científica em todos os países do bloco, o Brasil poderá superar a Índia nos próximos anos. Trata-se de um ótimo indicador do desenvolvimento do País.

Outro indicador positivo: segundo o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Brasil está investindo em 2010 o equivalente a 1,5% do produto interno bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento, o maior nível de investimento dos últimos 11 anos nesse setor.

Agora, as ponderações. Se, por um lado, é positivo o fato de o Brasil se destacar em produção científica no Bric e aumentar investimentos na área, por outro, convém observar que o País ainda não é um player de primeira linha nesse campo. A média brasileira de 0,92 pesquisador por grupo de mil trabalhadores está muito abaixo da média de 6 a 8 do G-7, o seleto clube dos países mais industrializados. Dentro do próprio Bric, o Brasil ainda perde para a China. O levantamento da Reuters indica que a produção científica chinesa saltou de 8.581 artigos em 1990 para 112.318 em 2008! Também cabe lembrar que o Brasil ainda forma menos doutores que os colegas de Bric, Índia, Rússia e China.

É evidente que nenhum membro do Bric quer ficar para trás, seja em relação aos parceiros do bloco ou às demais nações. Assim é que a educação vem conquistando cada vez maior espaço na agenda governamental desses países. E não necessariamente a educação superior, a maior responsável pela produção científica, mas, sobretudo, a fundamental, onde tudo começa. Para a maioria dos integrantes do Bric, o gargalo está justamente nos primeiros anos escolares.

A China, por exemplo, acaba de aprovar seu Plano Nacional de Desenvolvimento e Reforma Educacional de Médio e Longo Prazo (2010-2020), que estabelece, entre outras metas, chegar a 2012 investindo 4% do PIB em educação (em 2008 essa média era de 3,48% e no Brasil já supera os 4%). O plano também prevê qualidade em educação como “política fundamental”, acompanhada de mais recursos para áreas carentes. As reformas no país comunista pretendem estimular até organizações privadas e indivíduos a desempenhar maior papel no sistema educacional. Na China, como se sabe, as decisões políticas do poder central são efetivamente cumpridas.

Na Índia, a Lei do Direito à Educação, recém-promulgada, inclui o país no grupo das 135 nações onde a educação fundamental gratuita e compulsória tem garantias legais. Espera-se que a iniciativa alavanque a formação das crianças indianas, uma vez que milhões delas ainda não têm acesso a uma educação adequada. O Ministério do Desenvolvimento indiano, que engloba o Departamento de Educação e Alfabetização, deflagrou processo de consulta pública para desenhar um modelo de parceria público-privada para a área educacional. Disposto também a garantir equidade e inclusão, lançou no final de 2009 o Programa Saakshar Bharat, que prevê a alfabetização de 70 milhões de indianos, 60 milhões deles mulheres.

A Rússia, por sua vez, apesar do elevado nível educacional de expressiva parcela de sua população (a taxa de alfabetização no país é de 99%, segundo a ONU), está preocupada com a qualidade de seus professores. No início deste ano, reunião do conselho do Ministério da Educação e da Ciência russo debateu questões como o nível das aulas, ações para atrair jovens para o magistério (só de 8% a 12% dos professores têm menos de 30 anos de idade no país) e a capacitação dos docentes em geral. O governo está disposto a elevar o nível de seus educadores para lidar com os novos padrões que o ensino russo vem adotando desde o Plano Nacional de Prioridades para a Educação, de 2006, o qual inclui, entre suas prioridades, a inovação e a modernização na formação dos estudantes daquele país.

É a partir de ações fundamentais, esboçadas em planos e metas, que os países do Bric esperam elevar seu padrão educacional e se tornar mais competitivos entre si e na arena global. Afinal, as disparidades persistem dentro e fora do bloco.

Nessa corrida contra o relógio para lançar a educação a patamares desejáveis no século 21 e incrementar a produção científica, o Brasil já deu a largada, como o comprova a pesquisa da Reuters, graças à implementação de programas de incentivo à educação. Agora o País necessitará de novo fôlego, ou seja, uma política consistente e sustentável, acima dos interesses partidários momentâneos, para alcançar e se manter entre os primeiros lugares. É preciso também que a proposta de uma política de Estado para a ciência e a tecnologia, a principal proposta da 4.ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, realizada em Brasília no final de maio, se concretize e estimule o mesmo para a área de educação. Com isso o Brasil garantirá mais facilmente o tal almejado espaço entre as grandes potências do planeta.

Fonte: Geopolítica Brasil ( http://brasilnicolaci.blogspot.com/2010 ... -bric.html




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA

#2492 Mensagem por Marino » Qua Jul 21, 2010 11:25 am

Monitor Mercantil:
Oriente Médio - aonde querem chegar?
Preliminarmente enfatizo que não sou terrorista e ainda não sou anti-semita, embora o esforço
dos governos de Israel, dos últimos anos, em transformar-me. A ressalva busca registrar que, ao
escrever a favor ou contra Israel, não podem me classificar assim como fazem, generalizadamente, com
todos que se atrevem. Saliento também que tenho inúmeros (não um) amigos chamados Isaac e afins,
alguns dos quais se constituem em motivo de orgulho para mim.
Isto posto abordarei alguns assuntos que vêm frequentando as manchetes dos jornais nas
últimas semanas, não necessariamente em sequência, a saber:
- a interceptação, em águas internacionais, por parte de Israel, de comboio que se intitulava
como "ajuda humanitária" a Gaza;
- o Acordo Irã- Brasil-Turquia;
- a sanção (proposta pelos EUA) e aprovada no Conselho de Segurança da ONU;
- o momento pós-sanção.
São matérias que têm a aparência de vínculos diretos, que se entrelaçam e convergem para uma
visão política mais ampla que será compactada ao final.
A - Interceptação
Para avaliar as questões relativas à interceptação do comboio "humanitário", as cartas de leitores
de diversos jornais - colecionados por nós - constituem rico material para interpretação do evento.
No resumo, difícil de ser feito com continuidade, são constantes as referências a holocausto e
seu uso político: "Os israelenses se fazem eternamente de vitimas da História por algo que ocorreu na
primeira metade do século passado .Hoje consta do protocolo da qualquer visitante lamentar o
holocausto como parte dos cumprimentos de um chefe de Estado. Quando o holocausto deixará de ser o
álibi de Israel para o papel de vítima como forma de persistir, impunemente, com suas atrocidades?
Utilizam a alma de seus mortos, o holocausto ou o nome do Irã para justificar qualquer crime hediondo?
Até quando se julgará raça superior? Até hoje se critica o silencio do povo alemão que permitiu as
barbaridades nazistas. Todos(?) esperam os protestos dos judeus do mundo inteiro."
Outros, dentro do mesmo tema, introduzem criticas mais pesadas: "Não dêem mais cadáveres a
este povo: exploram um há mais de 2 mil anos (civilização judaico-cristã-americana), multiplicam por 100
o numero de cadáveres (evidentemente uma barbaridade) para "industrializar o tema" do holocausto.
Tem museu, tem estudos específicos destinados a alimentar o eterno ressentimento. Que tristeza! E os
índios , os negros, os milhões de mortos do outro lado? Será que não temem um dia em que a história
seja contada pelos atuais vencidos?"
A abordagem mais direta é repleta de acusações, tais quais: "O brutal ataque ao comboio de
Gaza não representa qualquer novidade. Israel mais uma vez transmite ao mundo que se considera uma
nação à parte das normas que devem reger a convivência civilizada entre povos e países. É useiro e
vezeiro em atacar. Do alto da posse de 300 ogivas atômicas dão-se impunemente a este desfrute e
estimulam o maior pudor em relação ao programa nuclear. Se é tão irresponsável a ponto de cometer
atos desta natureza - terrorismo ou crime em águas internacionais, bombardeio a Gaza, assassinato de
nove pessoas... - que garantias podemos ter que não irá fazer uso de armas nucleares que possui? Mata
quem quer, faz o que quer e nada lhe acontece porque tem a proteção dos EUA. Tem bomba atômica,
não há inspeção e ninguém investiga. É um perigo para o mundo que possua armas nucleares com a
benção de uma nação que já as usou contra mulheres e crianças indefesas no Japão (o primeiro ato
terrorista da História). A cada dia Israel se torna um país conhecido por suas atrocidades, distanciandose
de um país construído por um povo perseguido, hoje com governo perseguidor. Dos 670 ativistas
"armados" morreram nove; quantos israelenses "desarmados" morreram na ação?"
As criticas questionam ainda a comunidade internacional: "Que a ONU comporta-se como a
justiça das ditaduras - jamais age contra o interesse dos poderosos. Como tolera tamanha violência?
Como se deixou desmoralizar pelos EUA e por Israel, que não cumpre as suas resoluções? Para que o
Brasil quer fazer parte do Conselho de Segurança de um órgão tão desmoralizado?"
O incrível na síntese destas correspondências é que a Grande Imprensa, conservadora, sempre
tão simpática - ou cooptada - por Israel, selecionou desta vez pouquíssima argumentação a favor
daquele país, que por óbvia e tendenciosa não merece maiores referências.
A exceção digna de uma reflexão sintetiza-se: "Com apreensão leio que haverá uma tentativa de
romper o bloqueio a faixa de Gaza. Em especial pelo Irã, que já declarou pretender "varrer do mapa" o
Estado judeu. São atitudes puramente provocadoras (...) sob a indiferença ou complacência do mundo.
Israel errou, erra e errará. Para muitos pode ter havido respostas desproporcionais a ataques constantes.
Mas não se pode negar o direito e a obrigação de Israel se defender. Os judeus têm dado contribuições
importantes a atividade humana e já receberam 20% do total de prêmios Nobel. Para que tanto ódio?"
Qual a coerência da posição norte-americana em insistir na imposição de sanções ao Irã
enquanto se opõe a qualquer punição a Israel? E o que dizer da posição nos últimos anos do governo
israelense: permite ou estimula a expansão dos assentamentos, promove a invasão do Líbano, ataca
Gaza em verdadeiro genocídio, insiste no bloqueio a Gaza (crime de guerra segundo a Convenção de
Genebra), ataque a flotilha que sabemos não tinha objetivos humanitários e sim políticos. Teria
fortalecido o Hezbollah, o Hamas, irritado a comunidade internacional, municiado de argumentos o Irã,
arruinado relações com a tradicional aliada Turquia, e criado mais obstáculos à política de Obama. E o
grave é que são tidos como inteligentes!
O Brasil buscou a paz; os EUA radicalizaram, obedecendo a que objetivo estratégico?
B - Acordo Brasil-Irã-Turquia
O Brasil ajudou a costurar um acordo em que o Irã enviaria urânio para a Turquia e receberia de
volta parte deste urânio já enriquecido. Teria feito o acordo conforme pretensão norte-americana (carta
de Obama) e obedecendo também a idéia de enriquecimento em outra nação.
Lembra-se que a hipótese anterior levava em conta entrega à Rússia e enriquecimento na
França. Para surpresa de muitos, no dia seguinte os EUA, através da secretária Hillary Clinton, levava à
ONU proposta de imposição de sanções ao Irã. Não cabe analisar o acordo, já exaustivamente
abordado, mas perguntar o por quê das sanções?
Para tanto, algumas questões devem ser formuladas: o Irã, tendo a bomba atômica, seria capaz
de usá-la? Considerando que a hipótese só poderia se configurar em, no mínimo, três anos, qual a razão
da urgência das sanções? Sendo a Turquia vizinha do Irã, contribuiria para a posse do artefato? Teriam
os cinco membros do Conselho de Segurança avaliado que o acordo conseguido por dois países não
membros esvaziaria o seu poder? Qual a influencia na decisão dos fatos de que mais de 80% das
reservas de urânio estejam em seis países e de que apenas oito países detêm o ciclo completo e de que
não mais do que cinco empresas produzem 75% do urânio? O que teme Israel, país que aliás não é
signatário do TNP?
Qualquer estrategista militar sabe que uma invasão convencional contra o Irã é de dificílima
execução. Lembrem-se do episódio dos helicópteros no período Carter e a prisão de norte-americanos
na embaixada em Teerã. Muito mais importante do que impedir que o Irã tenha bomba atômica teria sido
evitar que tivesse mísseis.
As questões do Estreito de Ormuz, do petróleo do Golfo Pérsico, dos milhões de xiitas nos
países do Golfo, a posição geográfica das principais cidades iranianas, os desdobramentos até nos
países do Estreito de Aden-Yemen e Somália tornam uma ação militar um convite a uma guerra de
proporções catastróficas.
Assim, se verdadeiramente o problema não é a bomba e é difícil a guerra convencional, que
estranhos motivos conduziram os EUA , com a anuência dos outros quatro principais, a impor sanções?
A governança global está sendo reconstruída?
As conferências de desarmamento têm resultado sempre em fracasso. Teria fundamento a frase
de Celso Amorim que "o mundo não pode ser gerido por pequeno grupo que se auto-intitula tomadores
de decisão?"
Sob o ponto de vista militar aparentemente não há razões para a implementação de sanções.
Sob os ângulos econômicos e político as razões podem ser mais amplas: a perda de poder dos EUA no
mundo e de Israel no Oriente Médio; o lobby israelense nos EUA; o lobby dos produtores e
comercializadores de urânio e equipamentos de centrais nucleares; a pressão para adesão ao
complemento do TNP.
Segundo o professor Tony Judt (Univ. de New York): "Existe um lobby israelense em Washington
e ele faz um trabalho muito bom - é para isto que os lobbies existem. O lobby é muito influente e tem um
ponto: o lobby do petróleo, o lobby das armas e o lobby bancário tem causado mais danos aos EUA. Mas
o lobby de Israel é desproporcionalmente influente. Uma coisa é denunciar a engrenagem excessiva de
um lobby, outra é acusarem os judeus de "comandarem o país"".
Deve-se acrescentar: quem detém o poder na mídia nos EUA e no mundo ocidental? Não há
duvida que os lobbies sionistas dos EUA e Europa, bem como da indústria de armas, representam
poderoso componente na posição norte-americana, mas ainda assim é difícil entender porque jogaram
fora uma possibilidade de persistir negociando através de uma saída diplomática e honrosa.
No momento em que os EUA têm 15 milhões de desempregados, persiste enorme o
endividamento pessoal e há duas guerras sem perspectivas e com ingerência relativa do Poder
Executivo, tomar-se uma decisão que contraria dois países amigos - Turquia e Brasil - e põe por terra
argumentos anteriores deve ter insondáveis razões.
É preciso lembrar que ninguém vai da Ásia para a Europa e vice-versa sem passar por Turquia e
Irã. Sem a Turquia, não conseguirão seus objetivos regionais no Irã, no mundo árabe ou no Afeganistão.
É necessário também ter em mente que no início da guerra do Iraque, a Turquia bloqueou o acesso
norte-americano. O que ainda não se formulou é se as sanções resultariam de algum desespero.
Persistir negociando numa posição melhor.
Adicionalmente deve-se analisar a posição da imprensa em geral e da brasileira, em particular,
que é engraçadíssima: "Trata-se de frear o acesso a armas nucleares de um país liderado por fanática
ditadura religiosa que tem entre seus clientes habituais o Hamas e o Hezbollah".
E quem são os clientes da China, da Rússia e dos próprios EUA? E a Coréia do Norte, o
Paquistão e Israel são menos perigosos e fanáticos do que o Irã? Será que não sabem que em meio a
crise a única industria que cresceu demais foi a de armas, patrocinada pelos cinco membros do
Conselho de Segurança?
"Apoiar o Irã, uma ditadura teocrática completamente fora das leis internacionais e do respeito
aos direitos humanos, é um absurdo." Quem está de acordo com as leis internacionais: os EUA, que não
tomam conhecimento da ONU? Israel, que bombardeou Gaza? Para fazer uma analogia, é como se o
Exercito brasileiro bombardeasse a Rocinha.
Não tentam responder se a posição brasileira é justa? Se outros têm a bomba e não são "flor que
se cheira", por que o Irã não pode ter? As vozes que se dizem da cautela e da prudência, nas quais se
inserem os "embaixadores de pijama", insistem, também por medo, a negarem ao Brasil papel
internacional mais relevante, inclusive na condição reconhecida de conciliador.
Desejam continuar como no passado, parentes em folha de pagamento da CIA? Persistem em
afirmar, sem pesquisa e por pura bajulação, que o anti-semitismo tem entre nós escassas e detestadas
manifestações.
O que temem? Serem classificados como anti-semitas e terroristas e terem o mesmo fim que o
assessor da Casa Branca que caiu por críticas aos judeus, ou sofrer como Helen Thomas, decana dos
correspondentes da Casa Branca, que foi aposentada por sugerir que os judeus caíssem fora da
Palestina e voltassem pára casa para países como Polônia, Alemanha ,Estados Unidos ou qualquer
outro lugar?
Será que não percebem que esta pusilanimidade afasta a todos da verdade e que isto está
conduzindo a um enorme beco sem saída? A manipulação nunca pode ser eterna. E de repente
começam a cair os sofismas e mentiras.
O Brasil não é neófito em termos de relações diplomáticas. Com o Irã mantém relações desde a
primeira década do século XX (dinastia Qadjar, Palhevi, Irã dos soviéticos, Irã dos ingleses, o
nacionalismo de Mossadegh, e de novo a monarquia ditatorial de Reza Palhevi e, após 79, com a
revolução islâmica) e desenvolve relações externas em geral. Na monarquia ditatorial do Xá, forte e
permanentemente armada pelos norte-americanos, as "vestais" da imprensa e da diplomacia submissa
nunca protestaram.
Todos sabem que sanções são ineficazes contra nações pois, quando muito, castigam o povo
inocente. Sabe-se também que o uso deste mecanismo obedece a objetivos estratégicos e que nunca
servem aos propósitos da paz. O Brasil buscou a paz. Os EUA radicalizaram, obedecendo a que objetivo
estratégico?
C - A sanção proposta pelos EUA e aprovada no Conselho de Segurança
Alem das sanções da ONU criaram-se condições na mesma resolução para que países aprovem
suas restrições unilaterais ao Irã. As sanções contemplaram armas (tanques navios de guerra,
helicópteros de combate e mísseis); negócios (cerco a transações com bancos, empresas da Guarda
Revolucionária, atividades do Banco Central iraniano, proíbe viagens do chefe do Centro Nuclear de
Isfahan e congela bens no exterior); inspeção (autoriza países a inspecionar navios e aviões suspeitos);
navegação (IRSL - lista negra inclui cinco empresas e 100 navios ligadas a navegação de carga); Guarda
Revolucionária (duas pessoas e quatro organizações ligadas a força); energia (lista negra inclui 22
empresas de petróleo e seguradoras, controladas pelo governo iraniano).
Os russos e chineses aprovaram as sanções mas sabe-se que negociaram um abrandamento e
preservaram seus interesses regionais, comerciais e estratégicos. O que mais obtiveram em troca para
sua mudança de posição?
Nos próximos meses teremos as respostas. O fato maior é que estas sanções podem ser
inócuas. Os contratos de petróleo e gás entre Irã, China e Rússia persistirão fazendo efeito. No que
concerne a armas, o Irã já as possui em quantidade, comprando-as nos últimos anos, já dispõe de
tecnologia para produzi-las e não está nem aí para o embargo.
Só em mísseis S-300 (os mesmos que os russos ofereceram ao Jobim) tem quantidade
suficiente para parar de comprar por um tempo. A grande preocupação, como veremos adiante, foca-se
na questão das inspeções navais.
D - O momento pós-sanção
A idéia de inspecionar barcos iranianos é um verdadeiro tiro no pé. Sabemos todos que os
principais petroleiros que transportam matéria-prima do Golfo passam pelo Estreito de Ormuz.
Parlamentares iranianos já informaram que o país começará a inspecionar navios no Estreito, caso suas
embarcações sejam vistoriadas.
Como as sanções estão previstas para serem iniciadas em meados de julho, o fluxo de petróleo
e gás pode se transformar num verdadeiro horror. Temos que ter atenção para os preços do petróleo.
As punições foram votadas em 9 de junho de 2010 e em 17 de junho a União Européia definia
sanções adicionais. As decisões, tanto anteriores, especificas dos EUA, como as recentes da Europa,
despertaram fortes criticas dos russos, que as classificaram como inaceitáveis.
"Para nós , a tentativa de se colocar acima do Conselho de Segurança é inaceitável", disse a
chancelaria russa. "A mesma história se repete: assim que se alcança o consenso no CS sobre pacote
de medidas cuidadosamente calibradas, EUA e UE não param e demonstram sua indiferença com a
parceria russa". A primeira frase do parágrafo supra é um ótimo indicador do que foi dito para
desvalorizar o acordo Brasil-Turquia-Irã.
Recente artigo do jornalista Richard Cohen (Washington Post) - " Um presidente em declínio" -
clarifica que a Rússia se lixa para as queixas norte-americanas, a Turquia não precisa mais dos EUA
como aliado na Guerra Fria e a declinante influência norte-americana não detém mais a influência
otomana do passado. A China está fora do alcance dos EUA e atualmente precisam mais dela do que ela
de nós... Israel que se cuide com a Turquia. O vazamento de óleo continua, as guerras continuam, a
divida aumenta..."
Afinal, se:
- os protestos contra Israel se generalizam pois os argumentos de vítima estão se
desmoralizando;
- se o lobby atua em cima de um poder que já não é mais o mesmo;
- o principal órgão internacional que poderia ajeitar a coisa foi desmoralizado por quem agora
busca o seu apoio;
- a ação dos outros lobbies, além de dispersas, começam a ficar conflitantes;
- os acordos que buscam a paz não prosperam até por vaidade política ou por razões não
explícitas, as outras são risíveis;
- é difícil uma ação militar convencional contra o que seria o principal inimigo;
- os fatos ficam mais difíceis de manipulação - as máscaras caíram;
- as sanções são quase totalmente inócuas, havendo o perigo de inspeções inadequadas;
- os EUA fazem mais guerra do que o dinheiro permite caminhando para um poder declinante.
O que buscam Israel e EUA? Persistem falando maravilhas de Israel e exercendo um governo
radical, de durões de intransigentes e deportadores. É hora de pararem para pensar que se já têm a terra
prometida, e se é tão magnífica, governos "anti-semitas e terroristas" podem, a pretexto de enviá-los para
o paraíso e se mostrarem igualmente radicais, deportarem judeus sem respeitar previamente sua
nacionalidade.
Deixem o radicalismo para o outro lado. Optem, como sempre, pelo bom senso, pela inteligência
e pela ausência de ódio. Da mesma maneira que dizem ser impossível "fazer-se política com o fígado",
mais impossível ainda é consolidar-se uma nação, com paz, justiça e inabalável soberania, com ódio.
Osvaldo Nobre
Autor dos livros Brasil, país do futuro e Bric ou RIC.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2493 Mensagem por Marino » Qui Jul 22, 2010 9:34 am

Visita rende garantias

Chanceler paraguaio retorna de Brasília com o apoio para a revisão de tarifa sobre o excedente de energia da usina hidrelétrica de Itaipu



O governo brasileiro prometeu disponibilizar US$ 133 milhões a cada três anos para a construção de uma linha de transmissão de 500 kV no Paraguai, avaliada em US$ 400 milhões. O orçamento do projeto não foi tema ontem da reunião entre o chanceler do Paraguai, Hector Lacognata, e seu colega Celso Amorim, em Brasília. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), que participou da visita não oficial do ministro paraguaio, relatou ao Correio que a contribuição extraordinária — que terá que ser aprovada anualmente pelo congresso — ficou de fora da pauta.

Emilio Giménez, representante do Paraguai no Mercosul, disse ontem ao jornal ABC Color que a obra deve receber a aprovação de um adiantamento de US$ 40 milhões do Fundo de Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), durante a próxima cúpula do bloco, em San Juan (Argentina), entre 2 e 3 de agosto. A obra tem um prazo de conclusão de 30 meses e contará com a contribuição do Brasil para honrar o crédito de construção. Giménez não conta com a hipótese de que o Congresso brasileiro vete a contribução “extraordinária” para a obra.

“Já não é uma questão de querer ou não querer, é um compromisso assumido pelo Brasil como país. Portanto, deve ser cumprido”, destacou em Assunção.

No encontro bilateral em Brasília, a principal preocupação de Amorim foi tranquilizar o chanceler paraguaio sobre a ratificação, por parte do Congresso Nacional, da revisão da tarifa paga pelo Brasil sobre o excedente de energia em Itaipu. “Em nenhum momento duvidamos que o governo brasileiro não vá cumprir com o acordado em 25 de julho de 2009, no Paraguai”, disse Lacognata, otimista depois de reuniões com Amorim; com o secretáriogeral das Relações Exteriores, Antônio Patriota; e com o assessor internacional da Presidência, Marco Aurelio Garcia, além de Vaccarezza. O acordo assinado em 2009 em Assunção também abriu a possibilidade de o Paraguai negociar diretamente o excedente de energia que lhe corresponde no sistema elétrico brasileiro e também assentou as bases para a construção de uma segunda ponte sobre o Rio Paraná.

Prioridade “A orientação do governo é aprovar o acordo no Congresso”, disse Vaccarezza. O parlamentar assegurou aos jornalistas presentes que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu “prioridade” para o tratado e mencionou a importância de aprová-lo “o mais rápido possível”. “O presidente Lula sabe, assim como os paraguaios, que nós estamos em recesso, que em ano eleitoral há dificuldades, mas nós vamos colocar entre os projetos de votação e unir esforço para votar na primeira semana de agosto (na Câmara dos Deputados)”, disse. A avaliação do deputado é que o projeto, após aprovado na Câmara, poderia ser ratificado pelo Senado na “primeira semana de setembro”.

“O acordo é justo, porque atualiza as tarifas de um tratado feito há muitos anos e é importante para a relação do Brasil com os países da América do Sul”, completou o deputado.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2494 Mensagem por Marino » Qui Jul 22, 2010 11:46 am

Pu.. mer.., não aprendem... :evil: :evil: :evil:

Petrobras quer novas áreas de exploração na Bolívia

O governo boliviano confirmou que está em avaliação um pedido da Petrobras para que a estatal brasileira amplie suas concessões de áreas para a exploração de hidrocarbonetos na Bolívia.

Os representantes da Petrobras "nos manifestaram seu desejo de contar com uma maior quantidade de blocos exploratórios. Vamos ver quais são esses blocos. Estamos trabalhando para definir 17 novos", disse o ministro de Hidrocarbonetos e Energia, Luis Vincenti.

O embaixador do Brasil na Bolívia, Frederico Cezar de Araujo, adiantou na terça-feira que a petroleira teria interesse em ampliar sua presença no país e que existia a possibilidade de aumentar os volumes de gás natural adquirido.

Demanda

Atualmente, o país compra 31 milhões de metros cúbicos por dia, acima do previsto por contrato. Desde o início do ano, a companhia tem aumentado sua demanda por gás boliviano.

Em janeiro, a média diária era de 21,2 milhões de metros cúbicos; e em fevereiro, subiu a 26,3 milhões. Em março caiu a 25,4 milhões; e em abril registrou nova queda, indo a 22,5 milhões. No mês de maio a solicitação voltou a crescer, a 27,8 milhões, de acordo com dados do ministério local.

A Petrobras atua na Bolívia desde 1995, quando começaram os trabalhos dos campos de San Antonio e San Alberto. Depois, participou do financiamento do gasoduto binacional que levaria o gás boliviano ao território brasileiro. A companhia tem contrato de importação de gás com a Bolívia até 2019, com previsão diária de no máximo 30 milhões de metros cúbicos.

Redação: Fábio Mendes




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Re: GEOPOLÍTICA

#2495 Mensagem por Sterrius » Qui Jul 22, 2010 12:30 pm

vou esperar detalhes dos planos de exploração antes de criticar.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2496 Mensagem por Francoorp » Qui Jul 22, 2010 2:25 pm

Eu sou a favor, pois aquela trapalhada do populista já teve seu revés, agora deve estar mancinho mancinho.

Devemos aproveitar, certamente deve ser um acordo proporcional para todos...




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

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Re: GEOPOLÍTICA

#2497 Mensagem por Rock n Roll » Qui Jul 22, 2010 3:30 pm

Tem tempo que digo que os lap tops de Reyes, capturados no Equador, eram uma caixa de Pandora para Chávez.
O processo de cozimento vai ser mais rápido a partir de agora; Ou fulminante, dependendo da reação do próprio
nos próximos dias.


[005] [005] [005]




Editado pela última vez por Rock n Roll em Qui Jul 22, 2010 3:31 pm, em um total de 1 vez.
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Re: GEOPOLÍTICA

#2498 Mensagem por prp » Qui Jul 22, 2010 3:30 pm

Eu penso assim também, o recado foi dado. Vamos ver o que acontece, além do mais se não for a petrobras irão outras, que por petroleo o pessoal faz pacto até com o diabo.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2499 Mensagem por Marino » Qui Jul 22, 2010 3:34 pm

Defesanet:
Hidrelétrica na Caxemira cria disputa entre Índia e Paquistão

Paquistaneses temem que projeto indiano impeça chegada de água de geleiras aos campos secos de Punjab, coração agrícola do país
Neste vale alto do Himalaia chamado Bandipore, no lado indiano da Caxemira, a mais recente linha de batalha entre a Índia e o Paquistão foi desenhada.

Desta vez não é o chão debaixo dos pés, que tem sido contestado desde a sangrenta divisão da Índia britânica em 1947, mas a água das geleiras das montanhas que desce para campos secos dos agricultores do coração agrícola do Paquistão.

Trabalhadores indianos estão competindo para construir uma cara barragem hidrelétrica em um vale remoto na região, uma das várias barragens que a Índia planeja construir nos próximos dez anos para alimentar sua economia em rápido crescimento, mas com grande escassez de energia.

No Paquistão, o projeto cria temores de que a Índia, país vizinho e rival, tenha o poder de manipular a água que flui à sua indústria agrícola - um quarto de sua economia e setor responsável por empregar metade da sua população.

Em maio, o país entrou com um processo junto ao tribunal de arbitragem internacional para impedir isso. Com as suas populações em rápida expansão, a água é fundamental para ambas as nações.

O Paquistão tem o maior sistema de irrigação contíguo do mundo, segundo os peritos. O país também se tornou um terreno cada vez mais fértil para o recrutamento para grupos insurgentes que aproveitam a falta de oportunidade e o sentimento de oposição à Índia.

Os rios que atravessam Punjab, província mais populosa do Paquistão e coração de sua indústria agrícola, são vitais para o país e a disputa sobre a sua utilização está no centro de seus medos a respeito do país vizinho, maior e mais forte.

Para a Índia, os projetos de hidroeletricidade são vitais para o aproveitamento da água do Himalaia para suprir a grave falta de energia que prejudica sua economia. Cerca de 40% da população da Índia vive sem energia e a falta de eletricidade tem prejudicado a indústria do país.

O projeto Kishenganga é uma parte fundamental dos planos da Índia para diminuir essa lacuna.

O projeto indiano ficou na prancheta por décadas e faz parte de um tratado de 50 anos que divide o rio Indo e seus afluentes entre os dois países.

"O tratado funcionou bem no passado, principalmente porque os indianos não estavam construindo nada", disse John Briscoe, especialista em questões sobre a água do sul da Ásia na Universidade de Harvard. "Este é um jogo completamente diferente. Agora há uma série de projetos hidrelétricos".

Se a Índia optar por encher as barragens em um momento crucial para o Paquistão, tem o potencial de arruinar a colheita do país vizinho.

Briscoe estima que se a Índia construir todos os projetos previstos poderá ter a capacidade de armazenar até cerca de um mês do fluxo do rio durante a época da seca no Paquistão, o suficiente para destruir uma colheita inteira.

Por Lydia Polgreen e Sabrina Tavernise




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Re: GEOPOLÍTICA

#2500 Mensagem por Junker » Qui Jul 22, 2010 8:18 pm

As "conversações com a África atlântica", à que se referia o ministro Jobim:
Brasil e Nigéria firmam acordo de cooperação militar que prevê exploração mineral no Atlântico
22/07/2010 18:47

Daniella Jinkings
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Brasil pretende desenvolver ações de exploração mineral no Oceano Atlântico em parceira com a Nigéria. O acordo de cooperação militar firmado nesta quinta-feira (22) entre o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e ministro da Defesa da Nigéria, príncipe Adetokunbo Kayode, pretende aprofundar as relações entre os dois países.

De acordo com o Ministério da Defesa, a Nigéria tem interesse em estreitar as relações com a Marinha brasileira, especialmente com a Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron). Além disso, o país africano também demonstrou interesse pelas lanchas escolares desenvolvidas pela Marinha, que transportam crianças de áreas ribeirinhas para escolas públicas da Região Norte.

O ministério informou ainda que Jobim conversou com diversos países africanos sobre a necessidade de atuar em conjunto na Organização das Nações Unidas para evitar que, quando forem concedidos os direitos de mineração em águas internacionais do Oceano Atlântico, as rotas de navegação que ligam a América do Sul à África não sejam prejudicadas.

O principal temor, segundo o Ministério da Defesa, é que os países mineradores criem áreas de exclusão sobre as áreas de mineração e obriguem os navios mercantes a fazerem voltas desnecessárias, o que encareceria o frete e, consequentemente, o preço das mercadorias.

Edição: Rivadavia Severo
http://agenciabrasil.ebc.com.br/home;js ... Id=1005199




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Re: GEOPOLÍTICA

#2501 Mensagem por Sterrius » Qui Jul 22, 2010 8:36 pm

agora esse tipo de noticia passar na midia principal nao passa :roll:

Muito complicado educar as pessoas a se preocupar com relações exteriores etc quando mais da metade das noticias importantes nao ganham nem um cantinho da pg 14 de um jornal.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2502 Mensagem por Junker » Qui Jul 22, 2010 9:57 pm

8-]
SA, Brazil mull cooperation on aerospace, agriculture, health and energy
By: Keith Campbell
23rd July 2010

Picture by: Agência Brasil
Imagem
BROTHERS IN ARMS: South African President Jacob Zuma (left) with Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva at the South Africa-Brazil Business Forum at the sandton Convention Centre, July 9

Aerospace, agriculture, health, nuclear energy and shipbuilding were all sectors highlighted for cooperation between South Africa and Brazil during the recent visit to this country by Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva. Few details were, however, released.

Addressing a South Africa-Brazil Business Forum, in Sandton, north of Johannesburg, on July 9, South African Trade and Industry Minister Dr Rob Davies reported that the two sides “had some fruitful discussions on cooperation in aerospace”. He continued that South Africa was interested in such cooperation with Brazil but that the South African government had processes that had to be followed before any decision could be taken. “We undertook to get back [to the Brazilians] as quickly as possible.”

Brazil is known to have put South Africa on the list of countries it wants as strategic partners in the Embraer KC-390 military transport and air-to-air refuelling aircraft programme. Indeed, Lula da Silva made explicit reference to this at a joint press conference with President Jacob Zuma earlier that day. Lula da Silva also stated that Brazil was looking at South African unmanned air vehicles.

Addressing the forum, Zuma – who referred to Lula da Silva as “my friend and my brother” – said: “We have mechanisms to develop cooperation. A memorandum of understanding was signed in 2009 between the Department of Trade and Industry and the Brazilian Ministry of Development, Industry and Foreign Trade.

“It is vital that we give attention to the creation of partnerships.” Zuma cited the need to “strengthen our shipbuilding industries, to lessen our dependence on foreign vessels for trade” across the South Atlantic.

He also highlighted health as an area of future cooperation, including the provision of universal healthcare (Brazil has a universal healthcare system), the financing of healthcare and the joint production of pharmaceuticals, for both domestic markets and for third country markets.

“We want to follow Brazil’s example of using education to drive social and economic development,” stated Zuma. “Cooperation with Brazil in nuclear and renewable energy is also a priority for South Africa.”

In his address to the Business Forum, Lula da Silva – who described Zuma as “my brother, my comrade” – said: “What we need is to get to know the potential of each of our capabilities. We could manufacture helicopters in partnership with South Africa. We could manufacture cargo aircraft.

“South Africa has very sophisticated agriculture,” he added, predicting an agricultural revolution in Africa, in general, over the next 15 years. Lula da Silva also strongly advocated the production of sugar cane-based ethanol across the continent, asserting that developed countries could, in future, buy biofuels from Africa. “Let’s show the potential for development that Africa has,” he urged.

Trade was also touched on. “We firmly believe that there is great potential to significantly expand the scope of South- South trade,” averred Zuma. “Brazil is a key partner in this regard. It is very clear to us in South Africa that deepening South-South trade and economic cooperation is not just a ‘nice to have’ but an imperative,” said Davies.

Regarding bilateral trade, Zuma pointed out that it had grown steadily from 2005 to 2009.

“Foreign trade between Brazil and South Africa has once again started to grow,” cited Brazilian Development, Industry and Foreign Trade Vice-Minister Ivan Ramalho.

“In the first semester of this year, Brazil’s imports from South Africa grew by 70%.” Although the terms of trade remain in Brazil’s favour, the gap is narrowing and is expected to be significantly reduced by the end of the year. While Brazil wants to increase its exports, Ramalho gave the assurance that the country desired balanced trade and so also sought to increase its imports.

Edited by: Martin Zhuwakinyu
http://www.engineeringnews.co.za/articl ... 2010-07-23




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Re: GEOPOLÍTICA

#2503 Mensagem por Rock n Roll » Sex Jul 23, 2010 1:06 am

Chávez e Colômbia.
Problemas econômicos e políticos graves com impopularidade,
substituídos pelo inimigo externo e a pátria. Guerra se preciso,
e assim foi. Receita seguida por Chávez.
A mesma de Galtieri na Argentina em 1982.
O resultado...

[005] [005] [005]




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Re: GEOPOLÍTICA

#2504 Mensagem por Marino » Sex Jul 23, 2010 4:19 pm

Plano Brasil
EUA se envolvem em disputa por ilhas asiáticas
23/07/2010


O governo norte-americano se envolveu hoje nas complicadas disputas territoriais sobre algumas ilhas no sul do Mar da China, declarando que a resolução da questão é de “interesse nacional” dos Estados Unidos, medida que deve irritar a China. Durante um fórum de segurança regional no Vietnã, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que Washington preocupa-se com a possibilidade de os conflitos sobre a posse das ilhas Spratly e Paracel interferirem no comércio marítimo, dificultar o acesso às águas internacionais na região e prejudicar a lei da Organização das Nações Unidas (ONU) para águas marítimas.

“Os Estados Unidos apoiam o processo diplomático colaborativo de todos os requerentes para a resolução das várias disputas territoriais sem coerção. Nós nos opomos ao uso da ameaça ou da força por qualquer reclamante”, afirmou Hillary. Ela destacou que os EUA não apoiam a reclamação de nenhuma das nações a respeito das ilhas. Mesmo assim, as declarações devem irritar o governo chinês, que afirma ter soberania sobre o sul do Mar da China e insiste em lidar com a questão diretamente com os outros países, fora da arena internacional.

A secretária norte-americana disse que seu país quer trabalhar com todos os lados – China, Vietnã, Taiwan, Malásia, Brunei e Filipinas – para ajudar a negociar o fim das disputas. O Ministério de Relações Exteriores da China não comentou as declarações de Hillary, mas funcionários dos EUA presentes à reunião contaram que o chanceler chinês Yang Jiechi repetiu a antiga posição de Pequim de que as disputas não devem ser “internacionalizadas”.

Confrontos

Conflitos territoriais no sul do Mar da China já resultaram em confrontos armados, embora o governo chinês e outros países que reclamam a soberania as ilhas venham buscando resolver suas diferenças de forma pacífica, sob um código de conduta de 2002.

Forças chinesas tomaram as ilhas Paracels do Vietnã em 1974 e afundaram três embarcações vietnamitas em 1988 durante uma batalha naval. Os lados já demarcaram suas fronteiras marítimas. Além de áreas de pesca, acredita-se que a região tenha grandes reservas de petróleo e gás. O grupo de ilhas está no meio de movimentadas rotas marítimas que são um importante caminho para o transporte de petróleo e outros recursos que abastecem a crescente economia chinesa.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2505 Mensagem por Rock n Roll » Sex Jul 23, 2010 4:29 pm

Tentei mas não resisti em postar essa aqui. Saiu no Estadão de hoje com o título:

PT e FARC, uma antiga relação ideológica que encontrou abrigo no governo brasileiro;
(por João Bosco Rabello 21/07/2010).

Acusar o PT de vínculo com o narcotráfico, como o fez o deputado Índio da Costa, candidato a vice de José Serra, é um reducionismo indevido que compromete a verdadeira crítica a ser feita ao governo Lula – de vista grossa com a ligação entre o movimento e o narcotráfico.
À essa postura é atribuída uma ação insuficiente no policiamento de fronteira, onde em nome de uma causa política a Farc operam de braços dados com o crime organizado.
É a identificação ideológica do PT com as Farc em sua origem que leva o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, a classificá-la de “movimento insurgente”, quando ela já é considerada um movimento terrorista pela Colômbia, Estados Unidos e União Européia.
Qualquer fator que reduza as dificuldades para o trânsito da droga no País tem efeitos nefastos sobre a Segurança, a Educação e a Saúde. O candidato do PSDB, José Serra, ao propor o Ministério da Segurança, procura desvinculá-lo do contexto de promessas de campanha e elegê-lo como uma prioridade a fazer diferença em um eventual governo tucano.
A tolerância do PT com o papel das Farc nesse contexto, no raciocínio do candidato, abre espaço para mostrar que a Segurança, como política prioritária não frequentou a agenda de governo do presidente Lula, a não ser como uma preocupação admitida, mas insuficiente para dar forma a uma estratégia de Estado para enfrentamento do crime organizado.
As Farc integraram até 2002 uma entidade política, o Foro de São Paulo, criada, em 1990, por Lula e Fidel Castro – e inicialmente presidida pelo brasileiro. Depois de 2002, ano do seqüestro da então senadora e candidata à presidência da Colômbia, Ingrid Betancourt, desvincularam-se do Foro, mas continuaram a frequentá-lo informalmente. O objetivo declarado do Foro é debater estratégias para tornar o continente sul-americano socialista, o que é perfeitamente legal.
Essa estratégia, uma vez Lula no poder, está em curso através de uma política externa claramente hostil aos Estados Unidos e ostensivamente tolerante com regimes ditatoriais, como os de Cuba e Venezuela. O alinhamento da Colômbia aos EUA para combate ao tráfico, é fator de tensão com governos vizinhos como os de Chávez e Rafael Correa, do Equador. Não por acaso, o foco maior das tensões é a ação das Farc.

O Foro de São Paulo e o PT.

O Foro reúne-se periodicamente com os partidos-membros e simpatizantes para avaliar estratégias e táticas que favoreçam o ideal que o gerou. Lula, que disse mais de uma vez que nunca foi de esquerda – e outras tantas que é -, divide com Fidel Castro as honras de personagem mais ilustre do Foro.
Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Daniel Ortega (Nicarágua) e Rafael Correa (Equador) são outras figuras ilustres a integrá-lo. Nele, debatem-se as conjunturas dos governos do continente: impasses, soluções, ações e reações, de acordo com uma visão estratégica que se afine ao objetivo que o inspira.
As Farc, apesar de seu perfil criminoso, sempre foram recebidas como grupo político legítimo no âmbito do Foro, participando intensamente dos debates. O PT diz que as relações das Farc com o Foro foram rompidas depois que abandonaram, a partir de 2002, as negociações para um acordo de paz na Colômbia e enveredaram pelo caminho dos seqüestros e do narcotráfico.
O governo Lula diz jamais ter tido qualquer tipo de contato com as Farc, mas recusa-se a classificá-las como terroristas. Consideram-nas um grupo insurgente. Nada mais.
Mulher de líder refugiado no Brasil trabalha no Planalto
No entanto, há quatro anos, a pedido da ministra Dilma Rousseff, foi requisitada para cargo de confiança na Secretaria Especial da Aquicultura e Pesca, com ônus para a Casa Civil, a professora Angela Maria Slongo, funcionária do Estado do Paraná. Vem a ser esposa de Olivério Medina, que na ocasião estava preso no Brasil, acusado pelo governo da Colômbia de ser um dos dirigentes das Farc.
Hoje, solto, Medina goza do status de refugiado político, não obstante pedido de extradição do governo colombiano, que mantém tratado nesse sentido com o governo brasileiro.
Quando do resgate de Ingrid Betancourt, o PT emitiu nota saudando sua libertação, mas, em vez de pedir a punição dos sequestradores, pleiteou, como desdobramento, uma “negociação que permita a inserção dos guerrilheiros e de seus simpatizantes na vida pública”. Ou seja, em vez da aplicação da lei, o governo colombiano deveria “negociar” a anistia e a inserção dos criminosos no ambiente político.
Farc no Brasil
Em reportagem publicada no dia 06.06 2010, o Estado de S.Paulo traz depoimento de um ex-guerrilheiro das Farc, que trabalhou 15 anos em território brasileiro. Ele diz que o País “é o melhor mercado para a cocaína na região”. E afirma que, em troca da droga, grupos insurgentes colombianos “recebem armas e insumos”. Essa conexão é que o PSDB quer expor.
Ela envolve organizações criminosas como Comando Vermelho e PCC. A fonte do jornal é uma das responsáveis pela venda de cocaína e troca do produto por armas no Brasil. Tinha dezenas de subordinados e morou alguns anos em Manaus a serviço da guerrilha, ocasião em que conheceu o traficante Fernandinho Beira-Mar.
Junto à Polícia Federal, que prendeu um desses traficantes na ocasião, o repórter Rodrigo Rangel apurou que “a base das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), desarticulada em Manaus no mês de maio, é apenas uma pequena ponta da extensa rede que a guerrilha tem mantido no Brasil para vender drogas e abastecer-se de todo o tipo de insumos e produtos – incluindo armamentos, trocados por cocaína com traficantes de São Paulo e Rio.”
Ele conta que teve acesso a um relatório sigiloso produzido pela inteligência da Polícia Federal (PF), afirmando que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) violam a fronteira Colômbia-Brasil e usam o território brasileiro para seus negócios. José Samuel Sanchez, o “Tatareto”, apontado como integrante da comissão de logística e finanças da Frente 1 das Farc, foi preso sob a acusação de operar uma base de rádio e de controlar rotas do tráfico de drogas e suprimentos da guerrilha no Brasil. O governo da Colômbia já pediu a extradição do narcotraficante.”
Na mesma reportagem, uma fonte da PF admitiu que uma ação mais vigorosa na fronteira esbarra na insegurança do órgão por causa da posição tolerante do governo com o movimento, em razão da política em relação aos países vizinhos.
Farc vivem de sequestro, roubo de gado e narcotráfico
A prática das Farcs é essencialmente criminosa. Suas fontes de renda, segundo a Unidade de Informações e Análises Financeiras (UIAF), do Ministério do Interior da Colômbia, são basicamente três.
A primeira é a extorsão mediante sequestro. Essa atividade criminosa rende-lhe anualmente US$ 37,32 milhões. A segunda fonte é o furto de gado, estimado em US$ 22,19 milhões anuais.
As drogas ilícitas (cocaína, heroína) representam a terceira fonte de arrecadação. Rendem US$ 11,59 milhões e têm duas subvertentes: taxa revolucionária e participação na comercialização. A taxa revolucionária é paga pela produção de folhas de coca (matéria-prima para a elaboração do cloridrato de cocaína) em áreas controladas pela guerrilha.
A comercialização direta do cloridrato de cocaína, cuja clientela são os cartéis de refino, rende a bagatela de US$ 3,01 milhões. Anualmente, os produtores colombianos ofertam ao mercado mundial de 250 a 500 toneladas de cocaína. Calcula-se que cerca de 80% da cocaína que circula no planeta é de procedência colombiana. As Farc tornaram-se estratégicas nesse processo.
Somadas suas três fontes de receita, o faturamento bruto anual, é de US$ 77,16 milhões. Os gastos com alimentação, uniformes, armas e munições, segundo a mesma UIAF, ficam em US$ 35,63 milhões. Ou seja, sobram-lhes US$ 41,53 milhões. Empreendimento, sem dúvida, dos mais rentáveis.
No Brasil, são notórias as ligações das Farc com organizações criminosas (Comando Vermelho, PCC), às quais treinam e vendem armas e drogas. Um de seus interlocutores era Fernandinho Beira-Mar, que está preso.
Nada disso, porém, constrangeu a presença de gente das Farc no Foro de São Paulo. O desligamento formal não impediu que representantes daquela milícia se fizessem presentes. Na última reunião do Foro, no Uruguai, havia um representante seu.




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