GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Bender

Re: GEOPOLÍTICA

#2461 Mensagem por Bender » Sex Jul 16, 2010 12:07 pm

Revendo ontem a audiência de 16 de Junho do Min. Samuel Pinheiro Guimarães,na comissão do Senado quando foi falar sobre a formulação do plano estratégico para o Brasil,dentre outras coisas vou destacar uma relevante as notícias transcritas nesta página.

Segundo ele "o maior e mais relevante problema,e que mais preocupa" entre os desáfios diplomáticos futuros do Brasil,está na assimetria do Brasil com relação as seus pares sul-americanos(menos um pouco em relação a Argentina,e a simetria entre esses pares.

Como exemplo desta disparidade de desenvolvimento,ele coloca esses países nossos visinhos como se estivessem vivendo uma situação de desenvolvimento econômico semelhante a do Brasil dos anos 60,com pauta de exportações restrita e dependente basicamente de recursos minerais específicos de cada país.

Ao mesmo tempo estes mesmos países dado o gigantismo da economia brasileira,se vem cada vez mais dependentes do Brasil em váras áreas.

Citado como exemplo,o fato do Brasil já ser possuidor de mais de 50% do parque cimenteiro da Argentina,ele afirma que não estão sendo autorizados mais nenhum tipo de financiamento via BNDES,que tenha como alvo a compra por grupos brasileiros,de ativos na américa do sul,sendo hoje este tipo de "avanço voraz" sobre empresas sul americanas,aparentemente já estar sendo considerado como "problema diplomático" e fonte de problemas futuros.

No caso do sr. CH,fica claro que este tipo de nóta fria, tem mais o aspecto de espicaçar politicamente o governo,taxando-o de lesa pátria em favor de outros,do que demonstrar alguma visão "do porque" destes movimentos do governo brasileiro de financiador de programas de infra-estrutura dos nossos vizinhos,este movimento brasileiro já é percebido no exterior,e na visão do Ministro é uma maneira de se mostrar não só solidário,mas também "responsável" ,pois é de nosso interesse estratégico o desenvolvimento de nossos vizinhos,tanto para a nossa "imagem" perante eles,quanto para a melhoria das relações futuras,assegurando para que haja mais simetria entre nóssos países.

Este tipo de conduta me leva a pensar em um outro tópico feito pelo Marino sobre o "fim do pacifismo" brasileiro,e chegar a conclusão talvez precipitada é óbvio de que tememos que nossa grandesa e superioridade marcantes no hemisfério,léve ao fim o "pacifismo" de nossos vizinhos quanto a maneira de enxergarem o Brasil,nós mesmos não desejamos sermos vistos como império,mas eu duvido que conseguiremos esta proesa.

SDS.





PS:
Assimetria:Ausência de simetria.
Simetria:Conformidade de tamanho,forma e posição entre as partes de um todo;harmonia resultante de certas combinações e proporções regulares;proporção;regularidade.
Fonte(s):
Dicionário Ilustrado Verbo da Língua Portuguesa.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2462 Mensagem por Marino » Sex Jul 16, 2010 4:58 pm

Venezuela exuma restos mortais de Simón Bolívar para exames

A Venezuela exumou na sexta-feira os restos mortais de Simón Bolívar, herói independentista do século 19, e vai submetê-los a exames para verificar se ele foi envenenado por inimigos na Colômbia.
O presidente venezuelano Hugo Chávez rejeita a versão tradicional segundo a qual Bolívar, brilhante tático militar venezuelano que libertou boa parte da América do Sul de séculos de domínio espanhol, morreu de tuberculose na Colômbia em 1830.

Chávez insiste que Bolívar foi assassinado por um rival colombiano, e o recém-inaugurado laboratório forense estatal da Venezuela está empreendendo como seu primeiro caso o estudo da morte do herói chamado por alguns de George Washington da América Latina.

"Que momentos maravilhosos vivemos esta noite! Vimos os restos mortais do Grande Bolívar," escreveu Chávez em sua página no microblog Twitter após a abertura do féretro de Bolívar, feita antes do amanhecer.

"Meu Deus, meu Deus... meu Cristo, nosso Cristo... Confesso que choramos, que proferimos palavras fortes. Digo a eles: este esqueleto glorioso deve ser Bolívar, porque podemos sentir sua presença. Meu Deus."

Em sua luta contra o "imperialismo ianque" dos Estados Unidos, Chávez costuma sempre evocar Bolívar, que perde apenas para Jesus como figura reverenciada em boa parte da América do Sul.

Em abril um cientista americano, Paul Auwaerter, da Universidade Johns Hopkins, disse apoiar a teoria de que Bolívar provavelmente morreu por intoxicação por arsênico.

Mas Auwaerter disse que isso provavelmente teria sido causado pelo consumo de água contaminada ou durante a tentativa de curar dores de cabeça e hemorróidas com um envenenamento natural— e afirmou recear que o governo venezuelano estivesse fazendo uma interpretação equivocada de sua pesquisa.

Chávez diz que Bolívar foi assassinado pelo general colombiano Francisco de Santander, e alguns analistas avisaram que o fato de o caso estar sendo estudado hoje pode intensificar as pressões nas relações já tensas entre os dois países vizinhos.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2463 Mensagem por ciclope » Sex Jul 16, 2010 5:30 pm

Daqui a pouco diram a grande descoberta: Durante exames de DNA descobriu-se que o dignissimo presidente da Venezuela e um parente distante de Simão Boliva.
O suficiente para os bolivarianos morrerem de orgasmos! :D :D :D




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Re: GEOPOLÍTICA

#2464 Mensagem por FOXTROT » Sex Jul 16, 2010 6:55 pm

Uribe se reúne com cúpula militar para tratar de conflito com Venezuela
16 de julho de 2010

O presidente colombiano, Álvaro Uribe, se reuniu hoje de urgência com a cúpula militar do país para analisar as provas da presença de chefes guerrilheiros na Venezuela, um assunto que terminou em consultas ao embaixador venezuelano em Bogotá.
Nem Uribe e nem os altos comandantes militares fizeram declarações depois dessa reunião, que aconteceu no aeroporto militar de Catam, em Bogotá, e na qual se falou também, segundo a imprensa local, da resposta que será dada ao pronunciamento feito pela Venezuela através de seu chanceler, Nicolás Maduro.

"Chamamos o embaixador Gustavo Márquez para que venha a consultas em Caracas e se junte à avaliação de uma série de medidas políticas e diplomáticas que serão tomadas nas próximas horas para rejeitar a agressão do Governo colombiano", disse o chanceler venezuelano em entrevista coletiva em Caracas.

Maduro respondia ao comunicado divulgado hoje pelo Governo da Colômbia, que afirmou que "durante seis anos" manteve um "diálogo paciente", mas "infrutífero" com a Venezuela sobre a presença de terroristas nesse país, o que lhe leva a "pensar novamente em apelar às instâncias internacionais".

O novo capítulo de tensão entre os dois países, cujas relações diplomáticas e comerciais estão congeladas há quase um ano por decisão do presidente venezuelano, Hugo Chávez, começou nesta quinta-feira, quando o Governo colombiano disse ter "provas" da presença de chefes guerrilheiros na nação vizinha.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2465 Mensagem por FOXTROT » Sex Jul 16, 2010 6:57 pm

Um avião Hondurenho que partiu da Colômbia em direção a Venezuela está desaparecido logo após ingressar no País caribenho, to achando que os SU-30 podem ter a ver com esse "desaparecimento", parece que as relações estão se complicando nas ultimas horas.

Saudações




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Re: GEOPOLÍTICA

#2466 Mensagem por Marino » Sáb Jul 17, 2010 9:54 am

UE quer regras internacionais para petrolíferas

Bloco vai propor um tratado para evitar acidentes como o da BP. Para analistas, Brasil precisa adaptar normas ao pré-sal

Deborah Berlinck* e Ramona Ordoñez



PARIS e RIO. A União Europeia (UE) vai propor, a partir de setembro, não apenas uma mudança nas regras de segurança e de prevenção de acidentes na exploração de petróleo em águas profundas pelos países do bloco — dando maior poder a Bruxelas — como a criação de um tratado internacional para garantir segurança máxima nas plataformas. Não existe hoje nenhum instrumento internacional que controle isso.

É o que defende o comissário europeu de Energia, Guenther Oettinger, que propôs esta semana aos países da UE a suspensão temporária de novos projetos de exploração em águas profundas, até que as causas do acidente da BP no Golfo do México sejam esclarecidas.

— O comissário quer fortalecer a cooperação internacional, e não apenas na Europa. Seria o caso de uma convenção internacional — disse Marlene Holzner, porta-voz de Oettinger.

Não é tarefa fácil. Um protocolo para combater a poluição provocada pela exploração em alto-mar no Mediterrâneo foi adotado em outubro de 1994 e até agora não entrou em vigor, porque nem todos os países o ratificaram. A própria UE não tem o controle da segurança na exploração petrolífera no continente, reconheceu Holzner. Hoje, cabe a cada governo do bloco implementar as leis da UE. Mas isso deverá mudar.

— Vamos apresentar uma proposta para que nós, a UE, passemos a fazer este controle — disse Holzner.

A indústria do petróleo critica a recomendação da UE de suspender a exploração de novos blocos em águas profundas.

Segundo Lloyd Slater, portavoz da Associação da Indústria de Produção de Petróleo e Gás (OGP), se os governos acatarem a orientação da UE, “isso pode acabar com o investimento (das empresas) na Europa”, além de afetar a oferta de petróleo dentro de 10 anos.

Falta tecnologia para conter vazamento, alerta especialista A indústria sabe que o poder da UE hoje é limitado. Até agora, nenhum governo do bloco reagiu à sua recomendação para suspender novas áreas exploratórias.

Oito países da UE exploram petróleo: Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, Malta, Itália, Irlanda e Holanda. A Noruega, maior produtor europeu, mas que não faz parte da UE, já havia anunciado a proibição de novas explorações em alto-mar até que se saibam as causas do acidente da BP.

Das 360 perfurações de petróleo no continente, a maioria é em águas pouco profundas: de até 90 metros. O que preocupa o comissário da UE são as explorações acima de mil metros de profundidade, onde um vazamento teria consequências parecidas com as do Golfo do México.

Há 22 perfurações deste tipo no Reino Unido, uma na Irlanda e um número desconhecido na Noruega.

Especialistas afirmam que o desastre ambiental no Golfo do México é um alerta de que não existe hoje, no mundo, tecnologia capaz de deter um vazamento em águas tão profundas.

O diretor de Tecnologia e Inovação da Coppe/UFRJ, Segen Estefen, lembra que, se no acidente da BP o poço está a cerca de 1.500 metros de profundidade, no pré-sal brasileiro o petróleo se encontra a mais de 2 mil metros de profundidade. Além disso, da abertura do poço até encontrar o petróleo, no subsolo, há uma espessa camada de sal de mais de dois mil metros. E os principais campos do pré-sal estão a 400 quilômetros da costa.

— Não existe tecnologia para estancar um vazamento a essa profundidade do pré-sal — destacou Estefen.

Ele lembrou que a Petrobras tem realizado estudos, junto com a universidade, com equipamentos a serem utilizados em profundidades cada vez maiores. No entanto, Estefen disse não ter conhecimento de pesquisas sobre tecnologias para conter vazamentos nas condições adversas dos campos no pré-sal: — Fazemos estudos de como prevenir acidentes. Mas não se estuda como conter um vazamento. A iniciativa teria que partir da Petrobras ou do órgão regulador.

Para o analista ambiental Rodrigo Rocco, os órgãos ambientais e fiscalizadores, assim como a Petrobras, deveriam estar pesquisando a adaptação dos atuais sistemas e normas de segurança para a produção no pré-sal.

A Petrobras investiu R$ 1,96 bilhão em meio ambiente no ano passado, contra R$ 1,97 bilhão em 2008. Apesar da ligeira redução, a Petrobras afirma que os investimentos na área ambiental permaneceram estáveis. Segundo a companhia, em 2008, foram investidos 4,09% da sua receita operacional em meio ambiente, e em 2009, 4,55%. A Petrobras informou ainda que tem investido continuamente em políticas, ações, processos e projetos ambientais e que, portanto, não será diferente em relação à exploração do pré-sal.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2467 Mensagem por Sterrius » Sáb Jul 17, 2010 12:16 pm

deve-se realmente pesquisar maneiras de parar um vazamento assim como o de prevenir, é valido a preocupação.

Agora parar a perfuração não é valido. MAs concordo que deve ser feito com todo o cuidado pra evitar um acidente do qual todo mundo se arrependeria mais tarde!




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Re: GEOPOLÍTICA

#2468 Mensagem por Penguin » Dom Jul 18, 2010 5:36 pm

FSP, São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

"O país não gosta de premiar os melhores e penalizar os piores"
DE SÃO PAULO

Nathan Berkovits, 49, professor do Instituto de Física Teórica da Unesp, acha que um clima de mais competição entre os pós-graduandos faria bem para o país.
"O aluno americano sabe que vai ter de ser o melhor para conseguir emprego. Há muita pressão sobre ele, mas ele valoriza o estudo, se esforça", diz. "Não que todos os alunos brasileiros sejam relaxados, os melhores daqui são iguais aos melhores de lá. Mas, na maioria dos casos, a atitude é diferente."
Segundo ele, a prática de "premiar os melhores e penalizar os piores", que no Brasil ganhou o apelido de meritocracia, faria bem ao país.
"Entre todos os professores das federais, os salários são iguais, as horas-aula iguais. Não há uma maneira para diferenciar um pesquisador bom de um ruim."
Mesmo prezando essa tradição americana -foi aluno em Harvard, e nas universidades da Califórnia e de Chicago- Berkovitz acabou deixando os EUA. Ainda em sua terra natal, casou-se com uma brasileira. Veio conhecer o país, gostou e ficou, mesmo depois de divorciado.
"Brasileiro trata estrangeiro até melhor do que trata o próprio brasileiro", diz. Isso talvez seja fruto de uma síndrome de inferioridade, apesar de ter impressão que isso está mudando, diz o físico, que chegou ao em 1994. Naturalizado desde 2002, não se considera mais americano.
"O brasileiro acha estranho um estrangeiro querer morar aqui. Mas é um lugar bom para morar se você não é pobre, apesar da violência."
O físico se incomoda com o frio de São Paulo. "As casas aqui são construídas para o calor. Nos EUA você não sente frio dentro de casa."
Há onze anos, se casou com outra brasileira. Não pensa, por enquanto, em voltar. "Aqui não existe tanta pressão para fazer o que todo mundo está fazendo. Além disso, algumas coisas melhoraram muito, como o CNPq."
Ele acha que o Brasil não sabe atrair bons cientistas de fora -processos de contratação em português ainda atrapalham numa área onde o inglês já é língua franca. (RM)

------------------------------------------------


"Excesso de cordialidade do brasileiro atrapalha a pesquisa"
DE SÃO PAULO

"Enquanto a Argentina está se perdendo nos últimos 35 anos, com uma decrepitude na sua classe média, educação e ciência, o Brasil evoluiu", diz o neurocientista argentino Martín Cammarota.
"Há 35 anos mal existia ciência brasileira. A argentina é muito mais antiga, tem cinco prêmios Nobel", diz, aos 41 anos e desde 2002 em Porto Alegre, hoje na PUCRS.
Apesar de muito otimista com a ciência brasileira, "que já é a melhor da América Latina", ele acredita que na Argentina se valoriza mais a universidade. "Muitos brasileiros ainda a encaram como uma fábrica de canudos."
Foi na Universidade de Buenos Aires, no doutorado, que conheceu uma gaúcha com quem se casou. Passaram cinco anos na Austrália e, na volta, com a Argentina sob instabilidade econômica, vieram para o Brasil.
"Quando vi, já tinha nascido nossa filha, ela já falava português, tomava chimarrão e torcia para o Inter." Na Copa, porém, ela usa uma camiseta da Argentina, diz ele.
Adaptado ao Brasil, ele pensa que o país já atingiu uma massa crítica de cientistas, e que é hora de selecionar os melhores.
"O Brasil tem um enorme complexo de inferioridade, e se colocou na cabeça que o país precisa de uma imensidade de doutores. Precisa é apoiar os que são bons."
"O problema é que o brasileiro evita o confronto, é muito diplomático, cordial. Há enorme dificuldade de falar para um aluno que ele não é bom o suficiente. O brasileiro diz "ah, por que não pensas um pouquinho? A ciência talvez não seja para ti. Não estou dizendo que você não serve! Serve, mas veja...'"
Outro problema é a pontualidade, diz. "Nesses anos, participei de 45 mil reuniões e nenhuma começou na hora. Aí falamos sobre a Copa, mulheres, Maradona, o tempo acaba e marcamos outra."
Ele só não gosta da pecha de argentino. "O que incomoda não é a propaganda da Skol. É a ideia de que, por você ser argentino, não entende os problemas do Brasil. Como se todos tivessem vindo com os portugueses." (RM)

------------------------------------------------


Fuga de cérebros tem via na contramão
Fluxo de pesquisadores é maior de dentro para fora do Brasil, mas alguns optaram pela trajetória oposta

Fator afetivo mantém cientistas estrangeiros de vanguarda no país; eles criticam burocracia para trabalhar na área

Rodrigo Capote/Folhapress

Nathan Berkovitz, físico americano, exibe cálculos em sua sala no Instituto de Física Teórica da Unesp, em São Paulo

RICARDO MIOTO
DE SÃO PAULO

Após carreira de sucesso em um país com tradição acadêmica, um cientista se muda para o Brasil e se torna referência na sua área. Essa trajetória, que pode parecer incomum, é compartilhada por alguns pesquisadores.
Para saber o que trouxe alguns desses cientistas ao país -tradicional exportador de cérebros- a Folha conversou com quatro deles e ouviu suas impressões sobre a ciência nacional.
Se o escritor britânico G. K. Chesterton estava certo ao dizer que é impossível conhecer uma catedral observando-a apenas de dentro, eles estão em posição invejável para comparar a pesquisa brasileira com a estrangeira.
Todos se dizem realizados e otimistas por fazer parte de um período de desenvolvimento acelerado da ciência nacional. Entre os pontos negativos, destacam a burocracia excessiva no país e a falta de valorização do mérito, além do ensino básico ruim.
Não se sabe quantos são os cientistas de vanguarda estrangeiros no país. O CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) não tem estatística sobre a nacionalidade de seus pesquisadores, mas diz que o número é "irrisório".
O grupo ouvido pela Folha é heterogêneo -vai de um neurocientista argentino a um físico chinês. Em comum, a competência: todos são bolsistas de produtividade do CNPq, uma espécie de marca da elite acadêmica.
Leia abaixo e à direita as impressões de alguns deles.




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Re: GEOPOLÍTICA

#2469 Mensagem por Penguin » Dom Jul 18, 2010 5:42 pm

FSP, São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010


"Vida de cientista é difícil em todo lugar"
Biólogo reclama da burocracia, mas diz que bons projetos obtêm verba

Revistas científicas ainda têm tratado com desconfiança a ciência feita nos países em desenvolvimento, diz

DE SÃO PAULO

O biólogo alemão Klaus Hartfelder, 55, se mudou da Alemanha há 28 anos. Mesmo tendo saído de um país com invejável tradição científica, diz que sua carreira não teria sido muito diferente se tivesse ficado lá. "Vida de cientista é bonita e difícil em qualquer lugar", afirma.
Se pudesse mudar alguma coisa na ciência brasileira, faria com que os alunos pudessem ingressar na graduação só por volta dos 20 anos: "Faz diferença em termos de maturidade". Além disso, diz, muitas vezes os estudantes precisam de um acompanhamento mais próximo porque não tiveram um ensino médio tão bom.
Algo que o incomoda é a desigualdade do financiamento à ciência. "Existem dois brasis: São Paulo, que tem a Fapesp, e o resto. Mas o CNPq melhorou muito desde que cheguei. Se um cientista brasileiro tem um bom projeto, consegue dinheiro."
Trabalhando com genética de abelhas, o biólogo conheceu o Brasil em 1982. Fixou-se há 12 em Ribeirão Preto (SP), onde é professor da USP. No intervalo, conheceu e se casou, em 1985, com uma brasileira, que não gosta do clima alemão.
No clima tropical do Brasil porém, é preciso enfrentar a burocracia para importar reagentes e materiais biológicos. "É desanimador."
Também o incomoda a sensação de que revistas científicas duvidam da ciência do país. Com a experiência de quem já remeteu trabalhos da Alemanha e do Brasil, diz que há preconceito.
"Não digo que os editores-chefes se importem com o país, mas funcionários da revista, em primeira análise, costumam preferir os países mais ricos." (RICARDO MIOTO)




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Re: GEOPOLÍTICA

#2470 Mensagem por Penguin » Dom Jul 18, 2010 5:43 pm

FSP, São Paulo, domingo, 18 de julho de 2010

"Quem gosta de estudar não é admirado no Brasil"
DE SÃO PAULO

Guo Qiang Hai, 48, físico chinês que mora em São Carlos (SP) desde 1993, veio para o Brasil sem conhecer ninguém, atrás de uma bolsa na Universidade Federal de São Carlos. Desde 2003 é professor da USP. Adora o país, mas está preocupado.
Tem uma filha de um ano com uma brasileira e acha que as escolas que ela vai frequentar não são tão boas quanto as chinesas.
"Na China a escola é em tempo integral, o aluno sempre volta com tarefa. Se precisar, ele estuda no sábado."
Para Hai, a escola chinesa não é melhor apenas que a brasileira. Ele tem outra filha, que estudava na China até o ano passado. Com dificuldades em matemática, tinha um professor particular.
Quando a menina se mudou com a mãe (também chinesa) para a Austrália, se tornou a melhor da turma na matéria. "Todos falam para ela "nossa, como você é inteligente'", conta Hai, rindo.
"Além de o professor chinês ganhar bem, os alunos respeitam. Existe uma cultura que valoriza o conhecimento. Aqui não é bem assim. Na TV, parece que só se admira quem participou do Big Brother, tem dinheiro, é modelo. A sociedade não põe na cabeça das crianças que elas têm de estudar."
Isso se reflete na qualidade da pesquisa brasileira, diz Hai. Ainda assim, ele diz que a valorização da ciência tem melhorado: "Em São Paulo, não falta financiamento".
Para o pesquisador é estranho sofrer pouca cobrança. "O docente aqui é funcionário público, não tem tanta pressão como nos EUA ou na China. Aqui existem muitos que se dedicam dia e noite, mas quem não faz nada continua na universidade."
Existem problemas, mas é preciso ressaltar as qualidades do país, diz. "As pessoas são legais, é fácil fazer amizade. Eu gosto muito, gosto do clima. Só português eu achei meio complicado", brinca.
Hai acompanha com otimismo as notícias de seu país. "Quando saí da China para a Europa, em 1988, ela era bem fechada. Hoje mudou muito. Ainda não existem jornais particulares, a TV é estatal. Mas você pode falar com os seus amigos o que quiser. Não é que nem a gente vê na televisão aqui."
Diz se impressionar com o crescimento econômico chinês. "Todo mundo está querendo ficar rico. Deus é grana", brinca. "Se você tem dinheiro, faz o que quiser." (RM)




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Re: GEOPOLÍTICA

#2471 Mensagem por Hader » Dom Jul 18, 2010 6:25 pm

Muito interessante as divagações. Aproveito para perguntar por onde andaria o Sr DiGênio, um dos artífices desta operação que transformou as faculdades do Brasil em "fábricas de canudos"... Sem falar do papel fundamental da turma do ACM nesta coisa toda. Infelizmente muito do que está nos textos que o Santiago postou é verdade...

[]'s




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Re: GEOPOLÍTICA

#2472 Mensagem por Rock n Roll » Dom Jul 18, 2010 9:28 pm

ciclope escreveu:Daqui a pouco diram a grande descoberta: Durante exames de DNA descobriu-se que o dignissimo presidente da Venezuela e um parente distante de Simão Boliva.
O suficiente para os bolivarianos morrerem de orgasmos! :D :D :D


Adiciono considerando que a grande frustração do Sr. Chávez talvez seja
por não ser como Kim Jong Il e seus "meios"; Pelas atitudes e tendências do
Sr. Chávez para produzir uma possível Venezuela com os mesmos "meios" de
uma "Coréia do Norte" no Cone Sul.
Por enquanto...

[012]




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Re: GEOPOLÍTICA

#2473 Mensagem por suntsé » Seg Jul 19, 2010 1:07 am

EUA concordam com o Peru sobre redução de armamentos na região

Chefe da diplomacia americana para a América Latina, Arturo Valenzuela. (Foto: Reuters)

07/15/2010 08:36 AM EDT

AFP

Os Estados Unidos concordam com a proposta peruana de reduzir o armamentismo na região, disse nesta terça-feira o chefe da diplomacia americana para a América Latina, Arturo Valenzuela, que chegou a Lima durante algumas visitas que incluem Chile e Equador.

“Cada país é soberano, tem todo o direito de renovar seus armamentos, mas concordamos com a proposta feita pelo Peru” sobre a redução do armamentismo, disse Valenzuela após reunir-se com o chanceler peruano José García Belaunde, informou a agência oficial Andina.

O gasto com armamentos nos últimos anos “baixou de forma geral”, afirmou o funcionário. “Isto demonstra que os países estão efetivamente em paz, e é importante garantir que haja recursos para investir em educação e infraestrutura”, acrescentou.

Em setembro de 2009 o presidente peruano Alan García solicitou à União das Nações Sul-Americanas (Unasur) um acordo para limitar os gastos na compra de armas e a assinatura de um pacto de não agressão.

Valenzuela e García Belaunde mantiveram conversação de duas horas na sede da chancelaria em Lima, onde trataram de assuntos como o meio ambiente e o papel da Unasur.

“Abordamos uma série de assuntos regionais, bem como outros mecanismos de colaboração que podemos ter”, completou Valenzuela.

O secretário adjunto dos Estados Unidos para a América Latina chegou a Lima com Todd Stern, enviado especial da Secretaria de Estado e do presidente Barack Obama para assuntos ligados à mudança climática.

http://www.dialogo-americas.com/index.php/article/1368/




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Re: GEOPOLÍTICA

#2474 Mensagem por Sterrius » Seg Jul 19, 2010 1:21 am

alguem surpreso?




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Re: GEOPOLÍTICA

#2475 Mensagem por suntsé » Seg Jul 19, 2010 1:50 am

Sterrius escreveu:alguem surpreso?
Prezado colega, você poderia pelo menos fingir que se surpreendeu......por exemplo Ohhhhh

:mrgreen: :mrgreen:




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