MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA

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marcelo l.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#916 Mensagem por marcelo l. » Ter Jun 29, 2010 11:54 am

Essa parece ser uma boa notícia :?:

Do Valor

Fazenda quer introduzir o conceito de custo no orçamento público

Luciana Otoni, de Brasília
28/06/2010

O Ministério da Fazenda quer modificar o modelo de análise da despesa pública. A meta é agregar a variável custo na contabilidade do orçamento e levar os analistas a avaliar o gasto da perspectiva dos resultados na gestão federal. Para isso, e também para estabelecer parâmetros de eficiência, o governo prepara o lançamento do Sistema de Custos do Governo Federal (Sic-Gov), uma plataforma de dados do orçamento que agregará informações de medidas monetárias e quantitativas.

Esse sistema terá um padrão de acumulação de custos para todas as áreas (saúde, educação, segurança, ambiente etc) e um padrão específico para investimentos. Por esse sistema, a análise do gasto federal, hoje feita a partir da contratação, liquidação e pagamento de verbas, levará em conta o estoque e não só o fluxo dos recursos.

Idealizador e formulador do Sic-Gov, o secretário-executivo da Fazenda, Nelson Machado, explica que a plataforma de dados foi montada a partir de determinações legais. Mas considerou, também, a necessidade, do ponto de vista oficial, de evitar que a avaliação de desempenho do setor público se restrinja à crítica sobre o aumento de gasto. "Existe uma dificuldade conceitual de explicar a despesa para a sociedade e para analistas", diz. "Quando alguém quiser saber quanto custa determinado serviço público, pelo amor de Deus, não vá olhar a despesa, porque senão entrará em um pântano. Daremos uma outra informação, que é o custo", acrescenta.



O ministro reitera que o Sic-Gov não modificará as etapas do Orçamento. As despesas continuarão sendo contratadas, liquidadas e pagas. A diferença é que haverá um sistema de custos, com informações conjuntas sobre o valor da despesa e das quantidades dos bens e serviços adquiridos.


Nessas condições, a análise de vários aspectos do Orçamento tende a mudar. Um exemplo são os restos a pagar, usualmente considerados da perspectiva do empenho, liquidação e contratação. Nos investimentos, os dados mais recentes mostram que dos R$ 12 bilhões pagos entre janeiro e abril, R$ 10 bilhões referem-se a restos a pagar de 2009. A não utilização integral de recursos para investimento do orçamento nos exercícios anuais fará com que o próximo presidente herde um montante recorde de restos a pagar. Com o Sic-Gov, essa avaliação passará a considerar o estoque. "Despesa, portanto, não significa nada do ponto de vista de se comparar efetivamente a gestão e o impacto na realidade", afirma Machado.

Ao montar o Sic-Gov, o Ministério da Fazenda decidiu que a base conceitual será a despesa liquidada. A partir disso, será feito um ajuste por meio de lançamentos contábeis. Para apurar o custo, o Ministério da Fazenda pegará a despesa liquidada ao fim do ano, excluirá os valores de despesas liquidadas em exercícios anteriores e que foram para o estoque. Por outro lado, se no exercício corrente forem usados bens ou serviços comprados em exercícios anteriores e que estavam em estoque, isso será somado ao custo.

Nesse sistema, haverá um padrão, baseado em processos ou período, para os projetos em geral. Já os custos dos investimentos serão acumulados por ordem de execução. O Sic-Gov fará o cruzamento de dados monetários do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) e de unidades quantitativas do Sistema de Informações Gerenciais e de Planejamento (Sigplan) e do Sistema Integrado de administração de Recursos Humanos (Siape).




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Edu Lopes
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#917 Mensagem por Edu Lopes » Qua Jun 30, 2010 12:22 pm

A Noruega tropical de Lula

O Estado de S.Paulo

Convidado pelo Financial Times (FT)de Londres a fazer uma avaliação do seu governo e a antecipar o que pretende fazer depois de deixar o Planalto, no primeiro dia de 2011, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu com um artigo de 700 palavras, publicado ontem em um suplemento especial sobre o Brasil.

Trata-se de uma versão comparativamente austera, como convém aos textos do mais influente diário econômico do mundo, da exuberante teoria do "nunca antes na história deste País", complementada pela promessa de "continuar a contribuir para a melhora da qualidade de vida das pessoas" - desta vez no mundo inteiro.

Mas a megalomania se livra dos arreios quando, para justificar o seu intento de fazer pelos latino-americanos, caribenhos e africanos o que se vangloria de ter feito pelos brasileiros, Lula não deixa por menos: "Não podemos ser uma ilha de prosperidade cercada por um mar de pobreza e injustiça social."

Sejam quais forem as evidências que ele queira enfileirar sobre os progressos dos últimos anos da economia brasileira e das condições de vida da população - e seria pueril, ou desonesto, negá-los -, Lula fala do Brasil, 75.º colocado no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como se fosse uma Noruega.

O país nórdico lidera o ranking criado pelas Nações Unidas e gasta proporcionalmente mais do que qualquer outro país em ajuda externa. Na realidade, já descontados os Estados Unidos e o Canadá, 16 países do Hemisfério têm um IDH melhor que o brasileiro.

Como era de esperar, Lula credita exclusivamente ao seu governo o fato de o Brasil sangrar em saúde. O que veio antes foi como se não tivesse existido, ou, quando existiu, foi contraproducente. "Devolvemos o crescimento a uma economia de há muito estagnada", alardeia, "e o fizemos mantendo a inflação sob controle, reduzindo a relação entre a dívida e o PIB e reconstruindo as funções reguladoras do Estado brasileiro."

O papel, como se diz, aceita tudo. Nem a conjuntura internacional excepcionalmente favorável a exportadores de produtos primários e insumos, como é o Brasil, nem, muito menos, a decisão de Lula de se apropriar da "herança maldita" do governo Fernando Henrique, na esfera macroeconômica, precisam ser reconhecidas ? o que não há de ter escapado àquela parcela dos leitores do Financial Times que sabe que a história do País não começou quando o atual presidente chegou ao Planalto.

Além de se atribuir a paternidade pelo "novo Brasil", título do caderno especial do FT, Lula fez pelo menos 2 gols em impedimento, na esperança de que os árbitros estivessem olhando para o outro lado. A afirmação sobre a reconstrução das funções reguladoras do Estado nacional é mais do que falsa. O que o lulismo tem feito com as agências reguladoras é privá-las de sua autonomia e manipular a sua composição para atender aos interesses do governo e seus aliados políticos e politiqueiros. A isso se chama destruir e não reconstruir.

O leitor distraído pode tomar pelo valor de face o que Lula escolheu dizer sobre a transformação material do País, mas os investidores sabem perfeitamente quanto há de embromação nas seguintes palavras: "Pusemos em marcha um processo poderoso de melhorar nossa infraestrutura (?). Como parte disso, estamos eliminando os gargalos que afetavam nossa competitividade no passado ? o que costuma ser chamado "custo Brasil"."

Lula reconhece "os enormes desafios pela frente", a começar da pobreza ainda significativa, a insuficiência do sistema de educação, além da droga e da violência. E menciona em seguida a necessidade das reformas tributária e político-eleitoral. Estas últimas "não podem esperar mais", sob pena de "comprometer a continuidade dos avanços de que desfrutamos nos anos recentes".

O presidente fala como se tivesse dado o melhor de si, ao longo desses 7 anos, para mudar as regras do jogo político. Não apenas não o fez - e ao não fazê-lo permitiu que prevalecessem no Congresso os interesses dos que querem que tudo permaneça como está -, como ainda tirou proveito da fragmentada e reduzida representatividade do sistema de partidos para formar a sua enxundiosa base parlamentar, vitaminada pelo mensalão.


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 4057,0.php




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#918 Mensagem por Zanako » Qua Jun 30, 2010 12:42 pm

C sobe para 7,3% previsão de crescimento do PIB em 2010
Estimativa anterior da autoridade monetária estava em 5,8% de expansão.
Revisão acontece após divulgação do PIB do 1º trimestre, que cresceu 9%.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
BC alerta que inflação pode subir e se distanciar do objetivo de 4,5%
O Banco Central elevou a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano de 5,8%, em março, para 7,3% em junho, informou a autoridade monetária nesta quarta-feira (30) por meio do relatório de inflação do segundo trimestre. Se confirmada, será a maior taxa de expansão desde 1986 - quando o país cresceu 7,49%.
Segundo o BC, o aumento de 5,8% para 7,3% foi o maior já feito na estimativa de PIB de um trimestre para o outro, período no qual é divulgado o relatório de inflação. A revisão aconteceu após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nos três primeiros meses de 2010, sobre igual período do ano passado, o PIB brasileiro cresceu 9% e, sobre o último trimestre de 2009, avançou 2,7%.
Consolidação do crescimento
"O crescimento vigoroso registrado pelo PIB no primeiro trimestre do ano evidencia a consolidação do atual ciclo de expansão da economia brasileira. Ressalte-se que a acomodação observada em abril, na atividade industrial e nas vendas do comércio varejista, não constitui indicativo de alteração da tendência de crescimento, que deverá seguir sustentada pelas trajetórias favoráveis do mercado de trabalho e dos índices de confiança de empresários e consumidores, e pela intensificação das operações de crédito", avaliou o BC no relatório de inflação.
Segundo análise do BC, as "trajetórias favoráveis" do mercado de trabalho, da renda real, dos investimentos e dos indicadores de confiança dos empresários e consumidores constituem
"indicativos importantes" de que o atual ciclo da economia brasileira deverá se sustentar no médio prazo.
Outras previsões
A projeção da autoridade monetária ainda é maior do que a expectativa oficial do governo, que consta no orçamento deste ano. A previsão do governo está em 5,5% de crescimento. Já o mercado financeiro prevê uma taxa de expansão de 7,13% para 2010. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz acreditar que a expansão poderá chegar a até 6,5% neste ano.
Setores
Segundo a expectativa da autoridade monetária, a indústria deverá crescer 11,6% neste ano, contra a expectativa anterior de 8,3% de crescimento. A indústrria extrativa mineral teve sua previsão de crescimento revista de 6,1% para 9,4%, e a indústria de transformação deverá avançar 12,3% em 2010 (contra a projeção anterior de 10,1%).
A previsão de crescimento da construção civil passou de 10,1% para 13,3%. Já o setor de agropecuária deverá registrar uma expansão de 5,4% neste ano
Para o setor de serviços, a expectativa do Banco Central é de um crescimento de 5,3% neste ano (contra a previsão anterior de 4,7% de expansão), sendo 9% a taxa de crescimento do comércio, na comparação com os 6,6% de aumento previstos em março.
Pela ótica da demanda, a estimativa para o consumo das famílias aumentou de 6,1% para
7,2%, evolução, segundo o BC, "consistente com as perspectivas de continuidade de melhora no emprego e na renda". Sobre os investimentos, a previsão de crescimento do BC para 2010 subiu de 15,7%, em março, para 17,1%.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#919 Mensagem por Penguin » Qua Jun 30, 2010 10:55 pm

Vai aqui mesmo...

30/6/2010 - Carro no Brasil custa até três vezes mais que nos EUA

Vender carro grande no Brasil é um excelente negócio, principalmente se for importado. Pelo menos os números assim indicam. Levantamento feito pela Jacto Dymanics do Brasil mostrou uma defasagem absurda de preço entre o mesmo modelo vendido aqui e nos EUA.

Na melhor das hipóteses, a diferença de preço entre os dois países é de mais de 76%, caso do Ford Fusion 2.5 16V SEL. Esse carro é vendido no Brasil por R$ 80,9 mil e nos Estados Unidos por R$ 45.365,00.

Em algumas situações a diferença é estarrecedora, como no caso do Mercedes Classe M ML 500, que custa nos Estados Unidos US$ 56.750,00 e no Brasil R$ 376.023,00. Se utilizarmos o câmbio de R$ 1,82, pagaríamos no mercado estadunidense R$ 104.420,00.

Não, não é a carga tributária que explica tamanha distorção do preço, mas sim o posicionamento do produto no mercado.

Há muito tempo o preço não é mais definido com base no custo de produção, e sim no posicionamento no mercado, o posicionamento em relação aos concorrentes, disse uma fonte da Mercedes-Benz, para explicar o preço do Classe ML 500.

Se os concorrentes estão nessa mesma faixa de preço não há porque posicionar o carro mais abaixo, informou o executivo. O Mercedes ML 500 concorre diretamente com o BMW X6 com motor 5.0 (R$ 390 mil), o Porsche Cayene S 4.8 V8 (R$ 339 mil) e o Audi Q7 4.2 V8 (R$ 349 mil ). Esses carros também custam bem menos nos EUA: No caso da BMW X6, o carro sai por R$123,6 mil. O Audi Q7 custaria R$ 112,2 mil, diferenças ultrapassam 200% de acréscimo.

Ainda há carros como o Tiguan, que a Volks vende por R$ 99,9 mil no Brasil e nos Estados Unidos custa R$ 48,3 mil. O pequeno Smart, que tem o preço de carro grande, custa R$ 57,9 mil aqui e lá R$ 31,2 mil, preço de um carro 1.0 no Brasil. Até o Fit, que é produzido em Sumaré, custa aqui o dobro do preço dos EUA. No Brasil o Fit 1.5 EX automático custa R$ 63,4 mil; nos EUA R$ R$ 28,9 mil.

Em outras palavras: enquanto o consumidor brasileiro pagar o que o fabricante (ou o importador) quer, não haverá razão para baixar o preço dos carros.

Veja abaixo a relação de carros vendidos no Brasil e nos Estados Unidos, com preços em real (cotação do dólar a R$ 1,82).

Marca_Modelo_Versão Preço Brasil R$ Preço EUA R$ Diferença %
AUDI Q7 3.6 FSI QUATTRO TIPTRONIC 278.000 86.296 222
AUDI Q7 4.2 FSI QUATTRO TIPTRONIC 349.000 112.240 211
BMW SERIES 3 335I 319.000 94.208 239
BMW X6 XDRIVE 35I 325.000 103.960 213
BMW X6 XDRIVE 50I 390.000 123.648 215
CHRYSLER TOWN & COUNTRY LIMITED 173.900 52.302 232
FORD FUSION 2.5 16V SEL 80.900 45.365 76
FORD FUSION 3.0 V6 4WD SEL 99.900 51.732 93
FORD EDGE 3.5 L DURATEC V6 4WD SEL 129.000 59.377 117
HONDA FIT 1.5 FLEX EX MT 59.530 27.416 117
HONDA FIT 1.5 FLEX EX AT 63.395 28.888 119
HONDA FIT 1.5 FLEX EXL MT 63.335 30.194 110
HONDA FIT 1.5 FLEX EXL AT 69.180 31.758 118
MERCEDES E-CLASS E 350 COUPE PLUS 285.000 88.412 222
MERCEDES E-CLASS E 350 AVANTGARDE 269.900 89.424 202
MERCEDES E-CLASS E 350 AVANTGARDE EXECUTIVE 299.000 89.424 234
MERCEDES M-CLASS ML 500 376.023 104.420 260
MINI COOPER CHILLI 91.000 34.592 163
MINI COOPER S 128.000 41.032 212
MINI CLUBMAN COOPER S 138.600 44.252 213
MINI COOPER CABRIO 123.000 44.620 176
MINI COOPER S CABRIO 144.500 49.956 189
SMART FORTWO CABRIO 1.0 62KW PASSION 64.900 25.742 152
SMART FORTWO COUPE 1.0 62KW PASSION 57.900 31.262 85
VOLKSWAGEN TIGUAN 2.0 TSI 4MOTION 99.990 48.300 107
VOLKSWAGEN TOUAREG 3.6 V6 TIPTRONIC 203.490 75.164 171
VOLVO XC60 3.0 COMFORT 138.500 68.448 102
VOLVO XC60 3.0 TOP 165.900 76.452 117
Fonte: Jacto Dymanics do Brasil




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#920 Mensagem por prp » Qua Jun 30, 2010 11:08 pm

PQP. isso que é cartel. :x




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Clermont
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#921 Mensagem por Clermont » Sex Jul 02, 2010 2:29 pm

CRISE FISCAL.

De Merval Pereira - O GLOBO / Blog do Noblat - 02.07.10.

Seja quem for que ganhe a próxima eleição, vai ter que encarar uma crise fiscal, especialmente se o cenário internacional piorar como está acontecendo. Qual o país do mundo em que o PIB cresce 7%, a receita cresce mais que o dobro disso, cerca de 18%, e o governo consegue gastar ainda mais, pois a despesa do governo cresceu 20%?

Isso quer dizer que os gastos governamentais estão crescendo três vezes mais que o PIB. Notícia perigosa, sobretudo porque esses gastos não são de investimentos, que são benéficos e podem ser controlados no futuro em caso de necessidade.

Mas estamos subindo gastos permanentes, e a receita não crescerá sempre nessa velocidade para sustentar os gastos, embora a candidata oficial Dilma Rousseff baseie suas propostas de reformulação do sistema tributário, com redução da carga tributária, na premissa de que a receita continuará crescendo devido ao crescimento do PIB.

Neste ano, ainda por cima, a receita está crescendo sobre uma base muito deprimida pela crise e, sobretudo, porque no início do ano passado a Petrobras, que é a maior contribuinte de impostos do país, estava fazendo truques contábeis para pagar menos impostos. Estão pagando este ano o dobro do que pagaram ano passado.

Segundo estudo do economista Felipe Salto, da Consultoria Tendências, com o aumento de gastos no governo Lula, a dívida total do setor público no país chegará ao maior patamar dos últimos dez anos.

Em dezembro deste ano, o endividamento chegará ao recorde de R$ 2,2 trilhões, correspondente a 64,4% do PIB. Em 2000, a dívida era de 52,7% do PIB.

A herança do governo Lula para o seu sucessor foi aumentada por "empréstimos" que o Tesouro vem realizando com o BNDES desde o ano passado, por meio da emissão de títulos públicos.

O governo está usando o que considera ser uma permissão para gastar dada aos governos nacionais pela crise financeira que se abateu sobre o mundo a partir de setembro do ano passado, com a quebra do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos.

A irresponsabilidade com que o equilíbrio fiscal vem sendo tratado nos últimos tempos parece ter, por parte dos mercados financeiros, uma "licença especial", na certeza de que o próximo governo tomará as providências necessárias.

Um número que passa a ser observado com atenção, mesmo que não afete as estatísticas fiscais, é o da dívida bruta. O Ministério da Fazenda está usando o que o mercado identifica como "um truque" para repassar recursos aos bancos públicos sem aumentar a dívida líquida, este, sim, um número que o mercado financeiro acompanha, especialmente sua relação com o PIB.

Desde junho de 2008, o volume de crédito do BNDES, que era insignificante para as contas públicas, subiu bastante, ficando em torno de 5% do PIB.

A dívida pública bruta passou para 66,5% do PIB, e deve chegar a mais de 70% em 2010 com os novos repasses.

Países que têm investment grade como o Brasil possuem uma dívida bruta em torno de 40% do PIB, embora os Estados Unidos já tenham chegado aos 80%, devido às medidas que tomou por conta da crise.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#922 Mensagem por prp » Sex Jul 02, 2010 2:46 pm

Não entendi nada. :?: :?: :?:




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#923 Mensagem por marcelo l. » Sex Jul 02, 2010 3:00 pm

prp escreveu:Não entendi nada. :?: :?: :?:
Idem.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#924 Mensagem por Algus » Sex Jul 02, 2010 3:05 pm

O dinheiro que o BNDES empresta é considerado como parte da dívida pública (entre titulos e outras coisas). Com Lula o BNDES passou a emprestar muito dinheiro, tanto a brasileiros quanto a projetos nos países vizinhos, como Bolívia, Paraguai e Argentina.

O Merval aí acha que estamos nos endividando demais por conta disso.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#925 Mensagem por Vitor » Sex Jul 02, 2010 5:25 pm

prp escreveu:PQP. isso que é cartel. :x
Bem, isso que é impostos eu diria. Também tem a questão que concorrência aqui não é tão acirrada como nos EUA. Mas nem adiantaria muito carro ser mais barato, se a nossa gasolina é mais cara que a americana (mas a Petrobrás é maravilhosa!), conheço muita gente classe C e D que inventou de comprar carro ke vive na garagem parado sem gasosa.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#926 Mensagem por Bolovo » Sáb Jul 03, 2010 3:51 am

Usa alcool. Paguei 1,09 o litro hoje.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#927 Mensagem por PRick » Sáb Jul 03, 2010 2:52 pm

"Brasil abandonou as ilusões da globalização”, diz diretor do FMI


03.07.2010

Era comum na década de 1990 ouvir que os investimentos públicos do Brasil estavam condicionados às diretrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI). Tudo que era proposto pelo Estado brasileiro precisava da chancela do Fundo, que tutelava o governo e o povo. Contudo, no governo Lula esse tempo passou e quem voltou a dar as cartas sobre os investimentos públicos é o Estado brasileiro.

Em entrevista ao Dilma na Web, o diretor executivo pelo Brasil e mais oito países no FMI, Paulo Nogueira Batista Junior, analisa esse novo momento do país e comemora o abandono das ilusões da globalização e fim do Estado inoperante que apostava apenas no mercado.



Qual a avaliação sobre o desempenho dos países em desenvolvimento na crise financeira mundial, iniciada em 2008?

Foi uma grande surpresa. Os países em desenvolvimento, em sua maioria, enfrentaram a crise razoavelmente bem. O Brasil se destacou nesse particular. Muito do prestigio atual do país se deve à percepção de que o Brasil soube lidar bem com os choques externos em 2008 e 2009. Houve a maior crise desde a Grande Depressão dos anos 1930, e o Brasil não só não teve grandes problemas em suas contas externas, como virou credor do FMI! Quem diria!

Que significado tem dentro e fora do FMI a mudança de posição do Brasil de devedor para credor externo?

Hoje a nossa posição é outra. A influência do Brasil no exterior, inclusive no FMI, G20, é crescente. O Brasil tem demonstrado capacidade de atuar de forma independente. Nem todos os emergentes têm essa capacidade. Houve, acredito, uma mudança enorme na posição internacional do país. Temos que trabalhar para manter e consolidar essa posição mais forte. Para isso, é importante, entre outras coisas, manter as contas em ordem e evitar a dependência de capitais externos.

Quais vantagens competitivas o senhor vê no Brasil em relação aos outros países?

O Brasil é um país-continente. É um dos maiores do mundo em termos de PIB [Produto Interno Bruto], população e extensão geográfica. Tem recursos naturais abundantes. Uma população ativa e criativa. Sempre acreditei, mesmo nos piores momentos durante os anos 1980 e 1990, no futuro do país e no seu potencial. Passamos por muito sofrimento, muita decepção, mas agora tomamos o rumo do desenvolvimento com independência. "A independência é para os povos, o que a liberdade é para o individuo", dizia De Gaullle. Depois de muita cabeçada, parece que finalmente o Brasil encontrou o seu caminho, abandonando as ilusões sobre “globalização", fim do Estado nacional e outras que nos seduziram na década de 1990.

O Brasil pode se tornar a 5ª maior economia do mundo, como algums preveem? É difícil prever. Mas o Brasil deve continuar crescendo mais do que a média mundial. Para continuar crescendo, é importante manter políticas econômicas sólidas, estimular o investimento e não se deixar inibir pelas estimativas pessimistas que muitos economistas fazem sobre o nosso "crescimento potencial". Essas estimativas são mais incertas do que se imagina. Não me parece exagerado buscar metas de crescimento ambiciosas, digamos, de 6% ao ano nos próximos anos.

Como o senhor vê os recentes desdobramentos da crise mundial na União Europeia e sobretudo os riscos para países em desenvolvimento?

A crise europeia não está resolvida. A tensão diminuiu, mas o quadro é de fragilidade. A perspectiva é de estagnação ou crescimento lento. Como ela representa mais de 20% do PIB mundial, um efeito adverso no resto do mundo é inevitável. Para o Brasil, o mercado europeu é importante e, portanto, a crise afeta as nossas exportações e provavelmente os preços das commodities (soja, minério de ferro) exportadas pelo país. Mas a posição brasileira é bastante boa. Temos reservas altas, contas razoavelmente sólidas, crescimento econômico robusto. A imagem do Brasil no exterior é muito favorável. A principal fragilidade, a meu ver, é o desequilíbrio crescente das contas externas correntes. Isso resulta da combinação de crescimento rápido e moeda valorizada. O Brasil está crescendo bem mais do que a maioria das principais economias. E os nossos juros são muito mais altos do que os praticados pelos principais bancos centrais do mundo.

Como andam as discussões para reformar o sistema financeiro internacional e até mesmo o FMI?

As reformas do FMI estão caminhando. A grande resistência é dos europeus, que estão super-representados na instituição e relutam muito em ceder espaço. Muito dinheiro foi e está sendo colocado no FMI desde a crise global. A briga interna, a disputa pelo poder dentro da instituição, se intensificou. Quanto à reforma financeira, houve progresso, mas não tanto quanto se poderia esperar. Afinal, as deficiências do sistema financeiro, da sua regulação e supervisão, tanto nos EUA como na Europa, provocaram uma crise fenomenal. O problema é que a influência dos lobbies financeiros é enorme. Os governos, pressionados pela opinião publica, estão enfrentando esses lobbies, com maior ou menor sucesso, mas a batalha é dura.




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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#928 Mensagem por PRick » Sáb Jul 03, 2010 2:55 pm

Algus escreveu:O dinheiro que o BNDES empresta é considerado como parte da dívida pública (entre titulos e outras coisas). Com Lula o BNDES passou a emprestar muito dinheiro, tanto a brasileiros quanto a projetos nos países vizinhos, como Bolívia, Paraguai e Argentina.

O Merval aí acha que estamos nos endividando demais por conta disso.
Isso é uma manipulação descarada, os quando os recursos vão para o BNDES já estão contabilizados como dívida pública, quer dizer, já estão contablizados hoje, e como são empréstimos, o que máximo que poderia acontecer é um calote, e a dívida não ser recuperada. Porém, o BNDES empresta com juros muito baixo. E o Brasil vai muito bem, apesar os urubus de plantão.

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PRick

Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#929 Mensagem por PRick » Sáb Jul 03, 2010 3:00 pm

Clermont escreveu:CRISE FISCAL.

De Merval Pereira - O GLOBO / Blog do Noblat - 02.07.10.

Seja quem for que ganhe a próxima eleição, vai ter que encarar uma crise fiscal, especialmente se o cenário internacional piorar como está acontecendo. Qual o país do mundo em que o PIB cresce 7%, a receita cresce mais que o dobro disso, cerca de 18%, e o governo consegue gastar ainda mais, pois a despesa do governo cresceu 20%?

Isso quer dizer que os gastos governamentais estão crescendo três vezes mais que o PIB. Notícia perigosa, sobretudo porque esses gastos não são de investimentos, que são benéficos e podem ser controlados no futuro em caso de necessidade.

Mas estamos subindo gastos permanentes, e a receita não crescerá sempre nessa velocidade para sustentar os gastos, embora a candidata oficial Dilma Rousseff baseie suas propostas de reformulação do sistema tributário, com redução da carga tributária, na premissa de que a receita continuará crescendo devido ao crescimento do PIB.

Neste ano, ainda por cima, a receita está crescendo sobre uma base muito deprimida pela crise e, sobretudo, porque no início do ano passado a Petrobras, que é a maior contribuinte de impostos do país, estava fazendo truques contábeis para pagar menos impostos. Estão pagando este ano o dobro do que pagaram ano passado.

Segundo estudo do economista Felipe Salto, da Consultoria Tendências, com o aumento de gastos no governo Lula, a dívida total do setor público no país chegará ao maior patamar dos últimos dez anos.

Em dezembro deste ano, o endividamento chegará ao recorde de R$ 2,2 trilhões, correspondente a 64,4% do PIB. Em 2000, a dívida era de 52,7% do PIB.

A herança do governo Lula para o seu sucessor foi aumentada por "empréstimos" que o Tesouro vem realizando com o BNDES desde o ano passado, por meio da emissão de títulos públicos.

O governo está usando o que considera ser uma permissão para gastar dada aos governos nacionais pela crise financeira que se abateu sobre o mundo a partir de setembro do ano passado, com a quebra do banco Lehman Brothers nos Estados Unidos.

A irresponsabilidade com que o equilíbrio fiscal vem sendo tratado nos últimos tempos parece ter, por parte dos mercados financeiros, uma "licença especial", na certeza de que o próximo governo tomará as providências necessárias.

Um número que passa a ser observado com atenção, mesmo que não afete as estatísticas fiscais, é o da dívida bruta. O Ministério da Fazenda está usando o que o mercado identifica como "um truque" para repassar recursos aos bancos públicos sem aumentar a dívida líquida, este, sim, um número que o mercado financeiro acompanha, especialmente sua relação com o PIB.

Desde junho de 2008, o volume de crédito do BNDES, que era insignificante para as contas públicas, subiu bastante, ficando em torno de 5% do PIB.

A dívida pública bruta passou para 66,5% do PIB, e deve chegar a mais de 70% em 2010 com os novos repasses.Olha como mentiroso trabalha, a dívida pública bruta, não leva em consideração as reservas e os títulos do governo brasileiro, por isso, não é considerado número adequado para fazer nenhuma análise. Seu aumento será bem inferior ao crescimento do PIB.

Países que têm investment grade como o Brasil possuem uma dívida bruta em torno de 40% do PIB, embora os Estados Unidos já tenham chegado aos 80%, devido às medidas que tomou por conta da crise.Mais mentiras, o que é levado em consideração é a dívida líquida que vem caindo de forma significativa desde o começo do atual governo. Porque estão fazendo isso, porque no Governo passado, como estávamos quebrados, a dívida bruta era igual a dívida líquida, porque o Brasil só devia, e não tinha reservas, país rico é o que tem empréstimos a receber e dinheiro em caixa. Porém, essa realidade não serve para fazer políticagem rasteira.

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marcelo l.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA

#930 Mensagem por marcelo l. » Sáb Jul 03, 2010 4:36 pm

Algus escreveu:O dinheiro que o BNDES empresta é considerado como parte da dívida pública (entre titulos e outras coisas). Com Lula o BNDES passou a emprestar muito dinheiro, tanto a brasileiros quanto a projetos nos países vizinhos, como Bolívia, Paraguai e Argentina.

O Merval aí acha que estamos nos endividando demais por conta disso.
Na verdade, ele fez uma salada de índices e idéias macroeconômicas,para chegar em ponto. Os empréstimos até seria estranho ele criticar por que a FSP e o Globo agora acham que o governo deveria seguir o caminho da China que é emprestar mais para esses países, por isso consideraram os resultados atuais de tímidos.

No fundo, o Merval saiu de uma premissa o governo está errado, e juntou todos números de certa forma que ajudam na sua idéia.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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