gribel escreveu:Como seria a distribuição dos rafas? São 3 Grupos de 12, né? Eles viriam e com o tempo engrossariam um grupo por vez, ou poderiam ir formando os 3 grupos de uma vez? A END trata a coisa nesse nível?
Prezados Senhores
Tudo indica que finalmente o longo processo de obtenção de uma nova aeronave para a aviação de caça da Força Aérea Brasileira (FAB) esta chegando ao fim. Mais de uma década depois a FAB poderá elevar de forma exponencial o poder de dissuasão no espaço aéreo brasileiro, hoje sob a responsabilidade de vetores concebidos nos anos 1950/60. Aeronaves que embora modernizadas não são compatíveis há muitos anos com o patrimônio a ser defendido: a população brasileira. Os especialistas falam, por exemplo, em defesa dos centros industriais e políticos, mas poucos falam do maior bem de uma nação, a sua população. Chamo a atenção dos colegas de Fórum ao aspecto população por entender que em relação à defesa nacional o que tem acontecido no Brasil nos últimos anos e um grande absurdo. Ótimo que hoje existe a END que vários programas estão em andamento e que existem perspectivas de recuperação real da capacidade industrial e do poder de combate das Forças Armadas. Entretanto e péssimo olharmos ao nosso redor e constatarmos o desperdício dos recursos públicos em obras mal planejadas e/ou inacabadas, doações de milhões de reais para entidades de natureza duvidosa, infra-estrutura de transporte inadequada a produção industrial, políticos corruptos, mais de U$ 10 bilhões gastos anualmente no afretamento de navios no exterior... etc. Ao compararmos os investimentos com a ‘’nossa defesa’’ com os orçamentos, por exemplo, do Senado ou da Câmara Federal, lamentamos a desproporcionalidade comparativa entre os mesmos em face a suas estruturas e missões. Ficamos estarrecidos ao vermos estados e municípios se digladiando em função dos royalties da exploração de petróleo no mar. Outro absurdo brasileiro o mar territorial pertence a União, e sendo assim municípios e estados não teriam qualquer parcela de ganho. Mas os políticos ávidos de recursos inventam leis para que possam de alguma forma ter ganhos em seu próprio beneficio. Enquanto isso nas Forças Armadas o orçamento e comprometido com o pagamento de pessoal, enquanto em outros ministérios o funcionalismo e renumerado em separado. Vale aqui lembrar que esta fragilização do orçamento de defesa aconteceu por obra do intelectual e seguidor do consenso de Washington o Sr Fernando Henrique Cardoso (PSDB).Como brasileiro fico preocupado com a minha defesa e dos meus descendentes. Questiono o real entendimento por parte dos políticos da importância do Brasil no mundo e que este mesmo mundo não é conduzido por ‘’bons moços’’. Será que eles sabem, por exemplo, que 1/5 da água potável disponível para pronta utilização no planeta esta concentrada em nosso país. A novela FX só me faz aumentar o temor de que ainda não temos a plena consciência que de fato para ter PAZ devemos estar preparados para a GUERRA. Para justificar meu pensamento retorno um pouco na história. Os trabalhos da Comissão Projeto Aeronave de Combate (COPAC) tiveram inicio nos primeiros anos da década de 1990, na ocasião eu tinha 32 anos de idade, hoje já tenho dois netos e nada de definição do FX. Prezados Amigos às vezes e preciso desabafar, tenho acompanhado esta novela desde o inicio, talvez alguns dos Senhores eram crianças e adolescentes quando tudo começou. Ficamos nesta expectativa do anúncio do vencedor de uma compra de ridículos 36 aviões para um país que já tem um dos maiores PIB’s do planeta. Aguardando o resultado de uma ‘’novela’’ cheia de lances de incompetência e falta de profissionalismo por parte dos oficiais-generais da FAB. No caso da FAB sempre existiu a possibilidade de serem avaliadas aeronaves de combate, ser escolhida uma delas, serem negociadas as contrapartidas de transferência de tecnologia e finalmente realizada a obtenção do meio. Outra oportunidade perdida por causa de decisões tomadas ‘’com o fígado’’ foi na ocasião do FX. 1. A EMBRAER iria produzir no Brasil o Mirage 2000, mas alguns brigadeiros consideraram que a diretoria da empresa estava sobrepujando suas competências. O que aconteceu, os tais brigadeiros hoje estão de ‘’pijama’’ e a FAB voando ainda os F5. Os aviões seriam produzidos em São José dos Campos na versão MK.9 e estaria aberta a partir desta parceria a participação futura do Brasil no desenvolvimento do RAFALE. O fato e que recursos existem, falta e firme vontade política. Caso fossemos um pais realmente serio esta compra inicial seria de aeronaves para FAB e para a MB com pelo menos 60 e 24 aeronaves respectivamente. Aeronaves já montadas no Brasil com crescente nível de nacionalização, gerando empregos e renda e lançando as bases de uma indústria aeronáutica de defesa permanente. Em paralelo teríamos a assinatura de acordo com os italianos para a produção local do M346 na função de treinador LIFT (bobagem esta de utilizar o Super Tucano nesta função), compra adicional de Super Tucanos, substituição dos P 95 Bandeirulha (fora a tal modernização) pelo C295 MP e por ai vai...Viva a FAB. Parece que chegamos ao capitulo final da novela FX. Parabéns a todos nos que pacientemente acompanhamos cada um dos capítulos deste ‘’pastelão brasileiro’.
Agradeço a especial atenção dos Amigos em acompanhar meu ''desabafo''.
Um forte abraço a todos.
Lord Nauta