GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

Moderador: Conselho de Moderação

Mensagem
Autor
Avatar do usuário
marcelo l.
Sênior
Sênior
Mensagens: 6097
Registrado em: Qui Out 15, 2009 12:22 am
Agradeceu: 138 vezes
Agradeceram: 66 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2296 Mensagem por marcelo l. » Seg Jun 14, 2010 1:13 pm

Nem nós podemos ficar chateados, nem eles quando comparam o atual Estado dos terroristas do Irgun com o Nazismo. Afinal, Israel advoga a guerra contra Irã desde antes de atual presidente quando o país era presidido pelo moderado Mohammad Khatami...em plena guerra do golfo se alguém procurar tem textos pedindo isso do Capo Shimon Peres e do assasino Barak.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2297 Mensagem por Marino » Seg Jun 14, 2010 1:21 pm

Terras brasileiras em mãos estrangeiras

Aumenta a compra de áreas produtivas por investidores do Exterior, mas Lula pretende controlar a entrada deste capital

Hugo Marques e Ibiapaba Netto

O crescimento acelerado da economia brasileira trouxe à tona uma estatística que chamou a atenção do governo. Os números mostram que o setor agrícola do País tornou-se um polo de atração de investidores estrangeiros, especialmente os interessados em adquirir grandes áreas cultiváveis. De janeiro a abril, o ingresso de investimentos vindos do Exterior em agricultura, pecuária e produção florestal atingiu R$ 234 milhões, um aumento de 118% em relação ao mesmo período do ano passado. No Piauí, um dos Estados que mais recebem capital externo, as terras tiveram valorização de 70% em três anos. Preocupado com o ritmo desses investimentos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, na segunda-feira 7, impor novas restrições à compra de terras por cidadãos estrangeiros. “Vamos endurecer essa legislação”, disse Lula a um ministro. No mesmo dia, ao lançar o Plano Safra 2010/2011, o presidente voltou a tocar no assunto: “Uma coisa é comprar uma usina, comprar uma fábrica; outra é comprar terra. Daqui a pouco vamos ficar com um território diminuto.”

A preocupação de Lula com a internacionalização de parte do território cresceu quando ele viu relatórios da Abin sobre a extensão das terras adquiridas pelo norte-coreano Sun Myung Moon, o reverendo Moon, em Mato Grosso e no Paraguai, criando uma espécie de zona neutra na fronteira. Outro levantamento é sobre os negócios do sueco Johan Eliasch, proprietário de 160 mil hectares na Amazônia, uma parcela em parque estadual, utilizados para especular com créditos de carbono no Exterior. Diante deste movimento, Lula deve assinar um parecer da Consultoria-Geral da União, restringindo a compra de terras por estrangeiros. Este documento só não foi assinado em 2008 porque o governo tentava contornar os efeitos da crise internacional e não queria inibir a entrada de dólares. “Com a crise internacional, o governo ficou receoso de afugentar o capital estrangeiro”, diz uma autoridade federal. Antes de ser enviado ao presidente, o parecer deve ser apreciado pela Advocacia-Geral da União nas próximas semanas.

A regra restabelece artigos da Lei 5.709, de 1971, que impõe restrições para que estrangeiros adquiram terras. Assim, a compra de imóvel rural não poderá superar 50 módulos rurais. O módulo é o tamanho mínimo da propriedade, suficiente para garantir o sustento do agricultor e varia de tamanho em cada Estado. O maior módulo rural do País é o de Mato Grosso, com 100 hectares. Nos loteamentos rurais feitos por empresas, pelo menos 30% da área terá de ser destinada a brasileiros. As vendas para pessoas físicas e empresas estrangeiras terão de ser feitas exclusivamente por escritura pública, registrada em livros específicos dos cartórios, e ser informadas às corregedorias de Justiça nos Estados. Nas fronteiras, a compra de terra deverá passar por aprovação do Conselho de Segurança Nacional. Essas regras começaram a ser alteradas em 1994, mas o governo acabou perdendo totalmente o controle sobre terras vendidas a estrangeiros. O Incra calcula em 4,3 milhões de hectares as terras em mãos de estrangeiros, mas são dados declarados, que não incluem muitas empresas com capital externo nem terras em nome de laranjas.

Os investidores estrangeiros não receberam bem as eventuais medidas para restringir o comércio de terras no Brasil. “O governo tem ferramentas para controlar o uso da terra”, diz Gustavo Grobocopatel, rei da soja na Argentina, que está alugando 80 mil hectares no Brasil este ano pela empresa Ceagro, de seu grupo Los Grobo. “O Brasil será o grande fornecedor de alimentos para o mundo e é natural que muita gente queira investir aqui.” Os americanos Scot e Thomas Shanks, que compraram dez mil hectares em Luís Eduardo Magalhães (BA), a “Califórnia brasileira”, também não veem motivos para limitar a produção. “O Brasil é a nova fronteira para quem deseja produzir. A infraestrutura aqui é muito ruim, mas as terras são baratas e o custo de produção muito menor, se comparado ao dos Estados Unidos”, sentencia Scot Shanks.

Outro estrangeiro que se encantou pela Bahia e não quer arredar pé do Brasil é o irlandês Clive Weir. No mesmo município de Luís Eduardo Magalhães, Weir também comprou dez mil hectares para cultivar grãos. No Reino Unido, ele tirava o sustento do cultivo de batatas, cada vez menos lucrativo, afirma, por causa da diminuição dos subsídios. Cuidadoso com as palavras, ele conta que desembarcou na Bahia com toda a família: “Temos muito respeito pelo Brasil e não desejamos tomar nada. Apenas queremos alimentar o nosso país.” Para o governo, no entanto, não estão claras as participações de estrangeiros em várias propriedades de grande porte. Em Minas Gerais, no município de Unaí, a maior fazenda do Estado, a Agroreservas, soma 44 mil hectares e, embora registrada como empresa brasileira, é administrada por americanos. Muitos executivos que trabalham para grandes empresas rurais também são contra a mudança na legislação. “Não há invasão de estrangeiros. Os números são exagerados, não é a realidade”, afirma o paulista Harald Brunckhorst, da Calyx Agro Brasil, que recebeu investimentos da multinacional francesa Louis Dreyfus. “Uma boa parte dos franceses já casou com brasileiras ou já faleceu aqui no Brasil”, diz Brunckhorst.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Avatar do usuário
Franz Luiz
Sênior
Sênior
Mensagens: 811
Registrado em: Qui Jan 17, 2008 1:18 pm
Localização: Serra da Mantiqueira-MG
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 5 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2298 Mensagem por Franz Luiz » Seg Jun 14, 2010 2:59 pm

Para os que acreditam ainda na boa intenção americana em estimular a democracia pelo mundo:
Um abraço.

Esta vem do Plano Brasil:

"Estados Unidos identificam grande reserva mineral no Afeganistão"

Os Estados Unidos descobriram cerca de US$ 1 trilhão em depósitos minerais inexplorados no Afeganistão, muito além de qualquer reserva previamente conhecida e suficiente para alterar radicalmente a economia afegã e, talvez, a guerra do Afeganistão em si, segundo membros de alto escalão no governo americano.
A reserva, que inclui enormes quantidades de ferro, cobre, cobalto, ouro e metais industriais, como lítio, é tão grande e tem tantos minerais essenciais para a indústria moderna que pode transforma o Afeganistão em um dos mais importantes centros de mineração do mundo, segundo o membros do governo dos Estados Unidos.
Um memorando interno do Pentágono, por exemplo, aponta que Afeganistão pode se tornar a “Arábia Saudita do lítio”, uma matéria-prima essencial na fabricação de baterias para laptops e BlackBerrys.
A grande quantidade da riqueza mineral do Afeganistão foi descoberta por uma pequena equipe de funcionários do Pentágono e geólogos americanos. O governo afegão de Hamid Karzai e o presidente dos EUA, Barack Obama, foram informados recentemente sobre a descoberta, segundo fontes do governo americano.
Ao mesmo tempo em que a indústria da mineração ainda deve levar muitos anos para se estabelecer no Afeganistão, o potencial do país é tão grande que autoridades e empresários acreditam que a nova descoberta possa atrair investimentos pesados antes mesmo de as minas se tornarem rentáveis, oferecendo a possibilidade de empregos que possam alterar o panorama da guerra.
O valor dos depósitos de minerais recém-descobertos supera o tamanho da economia existente no Afeganistão, que é baseada principalmente na produção de ópio e no tráfico de entorpecentes, bem como a ajuda dos Estados Unidos e outros países industrializados. O Produto Interno Bruto (PIB) do Afeganistão é de apenas cerca de US$ 12 bilhões.




Petrovski
Intermediário
Intermediário
Mensagens: 243
Registrado em: Sex Dez 22, 2006 12:04 am

Re: GEOPOLÍTICA

#2299 Mensagem por Petrovski » Seg Jun 14, 2010 5:53 pm

Enquanto isso, no Brasil, prejudicamos drasticamente nossas próprias terras ao ignorar o estupro que o uso de plantas asiáticas de monocultura causam ao nosso solo. Se ao menos dessemos o mesmo valor que dão aos geógrafos de lá...




Avatar do usuário
LeandroGCard
Sênior
Sênior
Mensagens: 8754
Registrado em: Qui Ago 03, 2006 9:50 am
Localização: S.B. do Campo
Agradeceu: 69 vezes
Agradeceram: 812 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2300 Mensagem por LeandroGCard » Seg Jun 14, 2010 6:08 pm

Petrovski escreveu:Enquanto isso, no Brasil, prejudicamos drasticamente nossas próprias terras ao ignorar o estupro que o uso de plantas asiáticas de monocultura causam ao nosso solo. Se ao menos dessemos o mesmo valor que dão aos geógrafos de lá...
Deixa eu entender este seu comentário:

Você está dizendo que deveríamos parar de plantar tudo o que não fosse originário de nossas terras? Arroz, soja, cana-de-açúcar, café, banana, manga, tudo isso vem de fora das américas, bem como muitas outras culturas que são hoje tradicionais em nosso país.

Devíamos abandonar tudo isso e produzir somente milho, feijão, cacau, batata e mandioca (que pelo menos são plantas americanas, embora algumas não sejam originárias do Brasil)?


Leandro G. Card




Avatar do usuário
bruno mt
Sênior
Sênior
Mensagens: 1274
Registrado em: Qua Mar 12, 2008 2:26 pm
Localização: Cuiabá-MT
Agradeceu: 4 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2301 Mensagem por bruno mt » Seg Jun 14, 2010 7:32 pm

Petrovski, o problema não é a planta, se ocorrer adubação correta, for respeitado o tempo da terra e outras coisas não tem problema algum.


o principal meio de preservação eu não sei o nome mas é assim: planta soja por um tempo, dai você tem que plantar outra cultura que não retire os mesmos nutrientes do solo que a soja , para a terra se recuperar.


se isso for feito não tem nenhum problema




ImagemImagemImagem
GustavoB
Sênior
Sênior
Mensagens: 2835
Registrado em: Qua Abr 23, 2008 10:05 am
Agradeceram: 68 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2302 Mensagem por GustavoB » Seg Jun 14, 2010 7:59 pm

O assunto é amplo para o debate, mas creio que a maior preocupação deveria ser a eliminação da genética nativa. Por exemplo, aqui no RS se planta praticamente 100% de soja transgênica, o que coloca os produtores nas mãos de poucas empresas estrangeiras detentoras dos direitos intelectuais sobre o trabalho de manipulação genética das sementes. Essas mesmas empresas vendem a eles os "defensivos", específicos para aquela espécie de soja.
O caso é que a nossos agricultores tem como cultural a prática da multiplicação de sementes para as próximas safras, o que significa adaptar as espécias às condições do solo, clima e defensivos e etc. Eliminando essa prática, além da dependência econômica, deixamos nossas lavouras à mercê de pragas outras, talvez ainda até desconhecidas.

No Brasil o mercado de sementes transgênicas é dominado por apenas cinco (!) empresas transnacionais: Monsanto, Bayer, CropScience (ex-Aventis), DuPont, Syngenta e Dow AgroSciences.

No caso da soja, quatro empresas de fora (Cargill, ADM, Bunge e Dreyfus) compraram 66% da produção da leguminosa em 2007 (não sementes, do total), quadro que não se alterou muito.

Bem, deve haver alguém mais qualificado para discorrer sobre o assunto.




Avatar do usuário
Penguin
Sênior
Sênior
Mensagens: 18983
Registrado em: Seg Mai 19, 2003 10:07 pm
Agradeceu: 5 vezes
Agradeceram: 374 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2303 Mensagem por Penguin » Seg Jun 14, 2010 8:57 pm

?

O Afeganistão foi invadido porque o seu governo, o Talibã, abrigava e protegia o grupo que perpetrou os atendados de 11/9.
Não foi para implantar democracia e nem por suas riquezas que aliás eram secundarias em relação ao tamanho da encrenca.
O grande problema atual é como sair de lá sem que a situação piore ainda mais.

Talvez, essa descoberta sejam a saída e ajude a estabilizar o país.

[]s

Franz Luiz escreveu:Para os que acreditam ainda na boa intenção americana em estimular a democracia pelo mundo:
Um abraço.

Esta vem do Plano Brasil:

"Estados Unidos identificam grande reserva mineral no Afeganistão"

Os Estados Unidos descobriram cerca de US$ 1 trilhão em depósitos minerais inexplorados no Afeganistão, muito além de qualquer reserva previamente conhecida e suficiente para alterar radicalmente a economia afegã e, talvez, a guerra do Afeganistão em si, segundo membros de alto escalão no governo americano.
A reserva, que inclui enormes quantidades de ferro, cobre, cobalto, ouro e metais industriais, como lítio, é tão grande e tem tantos minerais essenciais para a indústria moderna que pode transforma o Afeganistão em um dos mais importantes centros de mineração do mundo, segundo o membros do governo dos Estados Unidos.
Um memorando interno do Pentágono, por exemplo, aponta que Afeganistão pode se tornar a “Arábia Saudita do lítio”, uma matéria-prima essencial na fabricação de baterias para laptops e BlackBerrys.
A grande quantidade da riqueza mineral do Afeganistão foi descoberta por uma pequena equipe de funcionários do Pentágono e geólogos americanos. O governo afegão de Hamid Karzai e o presidente dos EUA, Barack Obama, foram informados recentemente sobre a descoberta, segundo fontes do governo americano.
Ao mesmo tempo em que a indústria da mineração ainda deve levar muitos anos para se estabelecer no Afeganistão, o potencial do país é tão grande que autoridades e empresários acreditam que a nova descoberta possa atrair investimentos pesados antes mesmo de as minas se tornarem rentáveis, oferecendo a possibilidade de empregos que possam alterar o panorama da guerra.
O valor dos depósitos de minerais recém-descobertos supera o tamanho da economia existente no Afeganistão, que é baseada principalmente na produção de ópio e no tráfico de entorpecentes, bem como a ajuda dos Estados Unidos e outros países industrializados. O Produto Interno Bruto (PIB) do Afeganistão é de apenas cerca de US$ 12 bilhões.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
GustavoB
Sênior
Sênior
Mensagens: 2835
Registrado em: Qua Abr 23, 2008 10:05 am
Agradeceram: 68 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2304 Mensagem por GustavoB » Seg Jun 14, 2010 9:34 pm

O Afeganistão foi invadido porque o seu governo, o Talibã, abrigava e protegia o grupo que perpetrou os atendados de 11/9.
Não foi para implantar democracia e nem por suas riquezas que aliás eram secundarias em relação ao tamanho da encrenca.
Digamos que esta seja a versão oficial.

Uma pergunta que pouco se vê é: porque o Osama atacou os EUA?




Avatar do usuário
Franz Luiz
Sênior
Sênior
Mensagens: 811
Registrado em: Qui Jan 17, 2008 1:18 pm
Localização: Serra da Mantiqueira-MG
Agradeceu: 1 vez
Agradeceram: 5 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2305 Mensagem por Franz Luiz » Seg Jun 14, 2010 11:04 pm

Boa noite Santiago

Apenas quis dizer que com eles, mesmo que seja para "caçar Bin Laden" e vingar o 11/9,
ou para destruir as "armas de destruição em massa do Sadan", suas empresas acabam tendo
enorme lucro e os EUA ficam "abastecidos" por alguns anos.
Eu me lembro dos motivos citados na mídia para justificar as últimas 3 ou 4 guerras.
Apenas não acredito em nenhum deles.
Um abraço
Franz Luiz




Avatar do usuário
romeo
Sênior
Sênior
Mensagens: 869
Registrado em: Ter Fev 12, 2008 12:46 am
Agradeceu: 55 vezes
Agradeceram: 81 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2306 Mensagem por romeo » Seg Jun 14, 2010 11:52 pm

Brasil: O Gigante Desperta

Durante os dois primeiros séculos da sua história, o Brasil sempre se comprometeu a ser a promessa de amanhã. Apesar de ter imensos recursos naturais, um mercado interno enorme e um sólido sistema de educação pública, a dimensão do país, juntamente com a má gestão, viu esse colosso da América Latina falhar e afundar-se num mar de incompetência. Depois veio o Lula.

Em 2002, Presidente Luiz Inácio Lula da Silva herdou um empréstimo do FMI de 30 biliões de dólares, assinado pelo seu antecessor Fernando Henrique Cardoso. A dívida com o FMI foi paga anos antes do prazo final obrigatório e oito anos depois, o Brasil é uma potência da economia latino-americana, um jogador-chave na cena mundial diplomática e sua crescente influência é sentida em vários mercados mundiais.


Promovendo uma política diplomática que visava levar o Brasil mais próximo da América Latina e à coesão do Continente, Presidente Lula realizou, por exemplo, 17 reuniões com o seu homólogo venezuelano, Hugo Chávez, e, nas palavras de ambos os presidentes, fizeram mais em oito anos do que os seus antecessores no dois séculos anteriores; Lula também atribuiu muito mais importância para o MERCOSUL e UNASUL, fazendo com que o principal parceiro comercial do Brasil fosse o continente latino-americano em vez da União Europeia.


Em termos de comércio exterior, os déficits foram transformados em excedentes e a micro-economia do Brasil foi assim reforçada. Testemunho disso foi a melhoria nos padrões de vida da grande maioria dos quase 200 milhões de cidadãos do país. P rojetos de infra-estrutura no âmbito do Plano de Aceleração do Crescimento, como a ferrovia Transnordestina de 1.100 km. ligando o sertão para os portos do Atlântico, criaram as bases para a estimulação da economia do Brasil não só no presente mas também no futuro.


Habilmente criando as condições para o Brasil evitar os aspectos mais negativos sentidos em outros lugares durante a crise econômica e financeira, Lula conseguiu estimular o investimento estrangeiro, que apesar de um soluço, em 2009, promete voltar rapidamente aos níveis pré-crise já em 2010.


Entendendo que o caminho era através do estímulo do mercado interno, o presidente Lula entendeu que, tirando milhões de pessoas da pobreza através de programas apoiados pelo governo, o motor interno seria o suficiente para afastar a crise. O resultado dos pacotes de incentivo foi traduzido em termos reais, nomeadamente o aumento da classe média do Brasil de 43% da população em 2003 para 50% hoje, enquanto de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, cerca de 30 milhões de brasileiros foram retirados da pobreza , através de programas de benefícios sociais como Bolsa Família, Bolsa Escola e Fome Zero.


Quando temos em conta a crescente influência econômica do Brasil (o Brasil é o maior exportador de carne bovina, café, açúcar e suco de laranja do mundo, um dos principais exportadores de soja, aves e suínos) não surpreende que, no palco diplomático , a Presidência Lula já viu seu país elevado a um estatuto sem precedentes, o que permitiu a Brasília (juntamente com Ancara) resolver a questão do Irã, uma vez por todas.


Na arena internacional, Lula tem contribuído tanto quanto qualquer outra pessoa, ou talvez mais, para a criação de um mundo verdadeiramente multipolar, realçando a importância de grupos como os BRIC e os G20 e estabeleceu as bases para a economia do Brasil superar a da Itália, França e o Reino Unido até 2036.


Tendo testemunhado, e em grande parte provocado, uma grande mudança na balança de poder numa escala planetária, o legado da Presidência Lula é FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016. No Brasil.

Timothy BANCROFT-HINCHEY

PRAVDA.Ru

http://port.pravda.ru/cplp/brasil/03-06 ... _gigante-0

romeo
http://www.romeoniteroi.blogspot.com




Avatar do usuário
Bolovo
Sênior
Sênior
Mensagens: 28560
Registrado em: Ter Jul 12, 2005 11:31 pm
Agradeceu: 547 vezes
Agradeceram: 442 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2307 Mensagem por Bolovo » Ter Jun 15, 2010 2:27 am

bruno mt escreveu:Petrovski, o problema não é a planta, se ocorrer adubação correta, for respeitado o tempo da terra e outras coisas não tem problema algum.
O problema não é a planta, mas sim outro, a monocultura. O negócio está no modelo de produção, não necessariamente na planta ou o que ela faz. Usar um solo bom pra caramba como aquele, em extensões de perder de vista, pra plantar soja e depois exportar, sei lá, é algo que para mim não faz muito sentido.

Eu fui nesse sabado visitar uma usineira em Guaira, interior de SP, pra fazer um trabalho de geografia agrária e lá os caras comandam. A região tem um dos melhores solos do país, a tal terra roxa, um latossolo bem fertil. Tem cana pra todo lado e é tudo mecanizado. O engraçado é que o açucar produzido, o principal produto, é 100% exportado, fica nenhum grão no país. E eu acho isso engraçado, afinal tanta terra, tanta cana e o açucar que usei no café que eu tomei no hotel vem de outra região uns 500 km de lá.

É um treco complicado.




"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
Rodrigoiano
Sênior
Sênior
Mensagens: 3804
Registrado em: Qua Dez 03, 2008 12:34 am
Localização: Goiânia-GO
Agradeceu: 241 vezes
Agradeceram: 84 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2308 Mensagem por Rodrigoiano » Ter Jun 15, 2010 6:37 am

GustavoB escreveu:O assunto é amplo para o debate, mas creio que a maior preocupação deveria ser a eliminação da genética nativa. Por exemplo, aqui no RS se planta praticamente 100% de soja transgênica, o que coloca os produtores nas mãos de poucas empresas estrangeiras detentoras dos direitos intelectuais sobre o trabalho de manipulação genética das sementes. Essas mesmas empresas vendem a eles os "defensivos", específicos para aquela espécie de soja.
O caso é que a nossos agricultores tem como cultural a prática da multiplicação de sementes para as próximas safras, o que significa adaptar as espécias às condições do solo, clima e defensivos e etc. Eliminando essa prática, além da dependência econômica, deixamos nossas lavouras à mercê de pragas outras, talvez ainda até desconhecidas.

No Brasil o mercado de sementes transgênicas é dominado por apenas cinco (!) empresas transnacionais: Monsanto, Bayer, CropScience (ex-Aventis), DuPont, Syngenta e Dow AgroSciences.

No caso da soja, quatro empresas de fora (Cargill, ADM, Bunge e Dreyfus) compraram 66% da produção da leguminosa em 2007 (não sementes, do total), quadro que não se alterou muito.

Bem, deve haver alguém mais qualificado para discorrer sobre o assunto.
Prezado Gustavo, desconheço a questão de preço e disponibilidade, mas sei que a Embrapa dispõe de vários cultivares geneticamente modificados de soja, tão bons ou até melhores que os importados e de multinacionais. Talvez no site da Embrapa Soja (http://www.cnpso.embrapa.br/ ), localizada em Londrina/PR, haja mais informações.

Grande abraço!




Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2309 Mensagem por Marino » Ter Jun 15, 2010 9:34 am

Os emergentes devem ser ouvidos
Até recentemente decisões eram tomadas por potências tradicionais; hoje, novo grupo de países
quer moldar relações internacionais
Celso Amorim
The International Herald Tribune
Um editorial num renomado jornal francês previu que o 17 de maio, data da Declaração de Teerã
sobre o Programa Nuclear do Irã - negociada por Brasil e Turquia com o governo iraniano - chegará aos
livros de história. Um comentarista de um respeitado diário britânico sugeriu que os esforços
empreendidos pelos dois países emergentes desafiava a primazia dos membros permanentes do
Conselho de Segurança da ONU em questões de paz e segurança internacional - e isso não foi recebido
sem desconforto.
De fato, até recentemente todas as decisões globais eram tomadas por um punhado de
potências tradicionais. Os membros permanentes do Conselho de Segurança - Grã-Bretanha, China,
Estados Unidos, França, Rússia, que são incidentalmente as cinco potências Nucleares reconhecidas
como tal pelo Tratado de Não-Proliferação de armas Nucleares - tinham (e ainda têm) o privilégio de dar
as cartas em questões de paz e segurança internacional. O G-8 estava encarregado das decisões
importantes que afetam a economia global. Em questões relacionadas ao comércio internacional, o
"Quarteto" - EUA, União Europeia, Japão e Canadá - dominavam a cena.
Países como Brasil, China, Índia, África do Sul e alguns outros são os "caras novos no pedaço"
entre os players globais que moldam as relações internacionais. Eles legitimamente aspiram a uma maior
participação em instituições internacionais, que ainda sofrem de um "déficit democrático". As decisões
globais não podem mais ser tomadas sem ouvir as suas vozes.
Na reunião ministerial da Rodada Doha em Cancún, em 2003, Brasil, Índia, Argentina e outros
países em desenvolvimento resolveram não endossar uma decisão tomada pelos tradicionais interesses
- especialmente os de EUA e a União Europeia - que desconsideravam suas próprias reivindicações, em
especial com respeito à agricultura. A criação do Grupo dos 20 da Organização Mundial do Comércio
transformou o padrão das negociações comerciais multilaterais para sempre. A crise financeira salientou
ainda mais a maioridade de novos atores. O G-20 Financeiro, que é formado tanto por países ricos como
em desenvolvimento, substituiu o G-8 como principal fórum para discussões e decisões referentes à
economia mundial.
Sobre mudanças climáticas, as nações emergente sempre foram players importantes. Mas na
15.ª Conferência de Partes em Copenhague, o "acordo", por insuficiente que tenha sido, foi alcançado
numa sala onde o presidente dos Estados Unidos negociou com os líderes do Basic - Brasil, África do
Sul, Índia e China.
Em 15 de abril, Brasília recebeu duas reuniões internacionais do mais alto nível político: a
segunda cúpula do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) e o quarto Fórum de Diálogo Ibas (Índia, Brasil e
África do Sul). Esses grupos, por diferentes que sejam, mostram uma disposição e um compromisso de
potências emergentes com a redefinição da governança global. Muitos comentaristas salientaram essas
reuniões gêmeas como mais relevantes que as reuniões recentes do G-7 e do G-8.
As discussões sobre comércio, finanças, mudanças climáticas e mesmo governança global
começaram a saudar a presença de países em desenvolvimento. Há um entendimento de que sem a
presença de países como China, Índia, Brasil, África do Sul e México, nenhum resultado prático poderá
ser alcançado.
Paradoxalmente, questões relacionadas à paz e segurança internacional - alguns poderiam dizer
o "núcleo duro" da política global - continuam sendo o território exclusivo de um pequeno grupo de
países.
O fato de que Brasil e Turquia se aventuraram num assunto que seria tipicamente tratado pelos
cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais a Alemanha - e, o que é mais importante,
foram bem-sucedidos nisso - perturbou o status quo.
A insistência nas sanções contra o Irã - ignorando efetivamente a Declaração de Teerã, e sem
nem mesmo dar ao Irã tempo para responder aos comentários do "Grupo de Viena" (Estados Unidos,
França e Rússia) - confirmou as opiniões de muitos analistas que afirmaram que os centros tradicionais
de poder não partilharão de bom grado sua condição privilegiada.
Aliás, as negociações conduzidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva do Brasil e o primeiroministro
Recep Tayyip Erdogan, da Turquia, seguiram precisamente o script que estava na mesa havia
alguns meses e cuja validade havia sido reafirmada recentemente no mais alto nível.
Boa parte do mundo está com os olhos fixos na Copa do Mundo na África do Sul. No futebol, o
mais universal de todo os esportes, países em desenvolvimento como Brasil e Argentina sempre foram
grandes players.
Já é hora de que em questões graves de guerra e paz, nações emergentes como Turquia e
Brasil - e outras, como Índia, África do Sul, Egito e Indonésia - tenham suas vozes ouvidas. Isso não só
fará justiça a suas credenciais e habilidades; também será melhor para o mundo.
Tradução de Celso M. Paciornik - É chanceler do Brasil




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Avatar do usuário
Marino
Sênior
Sênior
Mensagens: 15667
Registrado em: Dom Nov 26, 2006 4:04 pm
Agradeceu: 134 vezes
Agradeceram: 630 vezes

Re: GEOPOLÍTICA

#2310 Mensagem por Marino » Ter Jun 15, 2010 9:55 am

Um tesouro sob botas e minas no Afeganistão

Estudo mostra que país está sobre US$1 trilhão em minérios, mas 'timing' e novidade da informação são questionados



WASHINGTON. Sob a guerra, as minas e os pés de milicianos talibãs repousa uma boa parte das reservas minerais do Afeganistão, que segundo uma reportagem divulgada ontem pelo "New York Times" valem aproximadamente US$1 trilhão - US$908 bilhões em ferro, ouro, cobre e lítio, substância usada na fabricação de bateria para laptops. Mas a notícia, que tem potencial para transformar a economia do país, vem acompanhada por uma boa dose de ceticismo: especialistas contestam o momento em que ela foi divulgada, os efeitos da corrução sobre o uso dos novos recursos e mesmo "a novidade" da informação.

Segundo o "New York Times", os depósitos vão bem além das reservas já conhecidas e podem transformar o Afeganistão num dos mais importantes centros de mineração do mundo. Para o Pentágono, o país pode se tornar "uma Arábia Saudita do lítio".

Mas a revista "The Atlantic" sugeriu em seu site que a divulgação da descoberta poderia ser parte uma "operação maciça de informação", já que reportagens na internet mostram que em 2007 o governo Bush já levantava a hipótese de o país estar sentado sobre vastos recursos minerais. Isso sem contar que o próprio presidente Hamid Karzai anunciou em janeiro que as reservas minerais do país poderiam chegar a US$1 trilhão. No mês passado, Karzai elevou a estimativa para até US$3 trilhões.



Descoberta pode acirrar disputa com talibãs

As informações de Karzai eram baseadas num estudo, que ainda não havia sido concluído, da U.S. Geological Survey (USGS). Desde 2007, uma força-tarefa do USGS e do Pentágono tentam identificar a extensão das riquezas de Afeganistão e Iraque. O esforço se concentrou primeiro no Iraque e só no ano passado desembarcou com maior empenho no Afeganistão.

- Há indícios de que mesmo a estimativa de US$1 trilhão seja inferior ao real potencial - disse o coronel Dave Lapan, porta-voz do Pentágono.

A maior parte das informações sobre as riquezas minerais do Afeganistão foi produzida entre 1950 e 1985. E o conteúdo de pesquisas foi guardado por cientistas do país durante décadas de conflito - como a retirada soviética, a ascensão e queda talibã. Em 2001, as informações voltaram para o governo.

As reservas estão espalhadas pelo território, incluindo o sul e o leste, ao longo da fronteira do Paquistão, de forte influência talibã. Os depósitos de lítio, por exemplo, estão na província de Ghazni, região de rebeldes, e seriam tão grandes quanto os da Bolívia - que possui a maior reserva mundial da substância.

Mas podem ser necessários anos para desenvolver a indústria mineradora afegã e, embora os EUA pretendam ajudar, há complicadores como a guerra e a corrupção no governo. No ano passado, o ministro de Minas foi substituído após ser acusado de receber propina para dar à China o direito de explorar cobre.

- Há uma grande quantidade de "se", naturalmente, mas acho que (a descoberta) é imensamente significativa - disse o general David H. Petraeus, chefe do Comando Central dos EUA.

Algumas pessoas contestam também o momento em que o estudo foi tornado público - quando a ofensiva liderada pelos americanos tem ganhos limitados e o governo dos EUA necessita de boas notícias.

A descoberta pode ainda ter um efeito colateral: fazer o Talibã lutar ainda mais pelo território que esconde riquezas e abrir desavenças entre o governo e líderes tribais.




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Responder