ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Moderador: Conselho de Moderação
- xatoux
- Intermediário
- Mensagens: 337
- Registrado em: Sex Jan 06, 2006 2:55 pm
- Localização: Santos/SP
- Agradeceram: 4 vezes
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Classe média de SP critica PT mas não vê Serra como alternativa
O jornal O Estado de S. Paulo publicou neste domingo uma série especial sobre como pensam os eleitores de vários cantos do Brasil. As narrativas que seguem não pretendem ter consistência estatística. Não são pesquisas, nem sequer qualitativas: são reportagens. Como esta, feita na porta de um restaurante na capital paulista onde oito pessoas de classe média alta deram suas opiniões a respeito das eleições 2010.
Apesar de não ter o valor de uma pesquisa, o leitor não deixará de notar uma correlação entre os resultados das pesquisas de aprovação do governo e de intenção de voto e as opiniões expressas pelos entrevistados. Muitos dos estereótipos se confirmam na série publicada pelo jornal: o espírito crítico dos mais instruídos e urbanos, a gratidão dos mais pobres para com os programas sociais, a identificação especial dos nordestinos com o presidente Lula, as habituais queixas e inquietudes dos produtores rurais e dos empresários.
Nas opiniões colhidas entre eleitores das classes A e B paulistana, por exemplo, percebe-se que as sucessivas administrações do PSDB no Estado não deixaram nenhuma marca importante. E o governo federal, apesar das restrições dos eleitores ao PT, é alvo mais de elogios do que críticas. No meio campo, a candidata verde Marina Silva é quem acaba colhendo mais frutos.
Veja abaixo a reportagem sobre São Paulo. Neste link, pode-se ler os outros artigos relativos às demais localidades brasileiras.
http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 8357,0.htm
Críticas e elogios se equilibram em SP
Na calçada de um restaurante na Praça Benedito Calixto, no bairro de Pinheiros, oito profissionais liberais e pequenos empresários paulistanos, na faixa de 28 a 46 anos, expuseram, numa noite de sexta-feira, o vasto espectro de modos de pensar que caracteriza a classe média alta de São Paulo. Eles veem pontos positivos e negativos nos governos do presidente Lula e do ex-governador José Serra, e gostam da senadora Marina Silva.
"Tenho as mesmas queixas que qualquer empresário tem: burocracia, carga tributária", enumera Rogério Acquadro, 28 anos, sócio de um escritório de consultoria em informática. "Mas, para mim, tem melhorado." Em 2006, Rogério deixou a segurança de um emprego com carteira assinada para abrir seu negócio. Hoje, fatura entre R$ 200 mil e R$ 300 mil por ano, tem três funcionários e oito clientes.
"A crise do último ano não aconteceu comigo", testemunha Rogério, formado em física. "Ao menos no meu ramo, com meus clientes, não senti." Segundo ele, "as queixas são as mesmas: o imposto é alto, trabalha-se muito e ganha-se pouco, mas as pessoas não se queixam como se queixavam antes". À pergunta sobre se já pensou em como votará, ele responde: "Já. Continuísmo."
"Tem mudanças significativas para pessoas com carência econômica", reconhece Itamar Gonçalves, de 46 anos, coordenador de programas da filial brasileira de uma organização não-governamental internacional, que atua contra o abuso e a exploração sexual de crianças. "O Bolsa-Família é uma necessidade", atesta Itamar. "Isso pode não ser sentido aqui em São Paulo. Mas atuo muito em comunidades carentes de Pernambuco. Lá faz total diferença na vida das pessoas."
Mas Itamar critica a falta de políticas para que as pessoas deixem de precisar do benefício. "O Bolsa-Família não pode se perpetuar, e não vejo solução para ele", diz Itamar, formado em geografia com especialização em psicologia. "Eu gostaria de um governo que criasse condições para as pessoas terem dignidade, sem cair nessa linha assistencialista." Itamar está desapontado com o PT: "Eu tinha uma esperança de que pudesse ser diferente. Com as composições feitas (no Congresso), não vejo diferença entre os governos do PSDB e do PT. A política monetária é a mesma."
"Eu tinha um sentimento de que fôssemos superar a corrupção", continua Itamar. "O governo Lula foi tal e qual (os anteriores), e isso me abalou muito, causou muita descrença. É um governo muito corrupto." Ele pretende votar em Marina, "em busca de alternativa, mesmo sabendo que ela também teria de fazer composições que não seriam muito diferentes". Itamar diz que sua escolha "não é só uma questão programática, mas também de ter pessoas dignas no governo". Ele acha que Marina não tem chances: "É para mostrar que tem uma insatisfação contida."
"As coisas básicas, como segurança, educação e saúde, não melhoram", impacienta-se Camila Aló, de 31 anos. Formada em administração, ela trabalhou durante dez anos em grandes empresas, como Ambev, Nokia e Unilever, da qual saiu há um ano para estudar pedagogia na PUC.
"Para quem tem uma condição de vida ruim, que não é o caso aqui da entrevista, melhorou", admite Camila, que vive da poupança que fez quando trabalhava. "O governo Lula tem uma política totalmente voltada para o social, com que às vezes eu não concordo", afirma ela. "O Bolsa-Família é um escândalo. As pessoas burlam as regras. É uma vergonha, uma enganação."
"A política é uma mesmice", queixa-se Camila, que vai votar em Marina. "Acho que ela tem ideias que fogem do padrão, mas não temos a consciência coletiva para fazer isso", afirma, prevendo que sua candidata não será eleita. "Gosto da visão social, mas não da Dilma (Rousseff). Não sou contra o Serra, até porque o PSDB também tem essa preocupação social."
O publicitário Alexandre Martins, de 42 anos, discorda de Camila quanto à saúde. Ele diz que teve infecção intestinal e foi a um posto de saúde em São Roque, a 60 km de São Paulo, onde possui um sítio, foi bem atendido e ganhou remédios. Alexandre, que trabalha num banco, acredita que a saúde melhorou, e atribui isso aos três níveis de governo.
O publicitário conta que demitiu seu caseiro, que tem quatro filhos, e só depois de desempregado ele foi pedir Bolsa-Família. "Em lugares menores, as coisas são mais bem geridas", acha Alexandre. "Lá tem assistente social que passa de casa em casa." Ele votou no senador Cristovam Buarque (PDT) para presidente em 2006. Apesar de seu relativo otimismo, não pretende votar este ano: "Nenhum dos candidatos que estão aí merece meu voto." Numa coisa, Alexandre e Camila concordam: "Lula é populista."
O produtor de eventos Paulo Tosetti, 38 anos, também votou em Cristovam no primeiro turno, e em Lula no segundo. "Tenho restrições com relação ao Serra", diz Paulo, formado em história. "Prometeu terminar o mandato como prefeito e foi candidato a governador. Não confio mais nele." Paulo diz que não sabe muito sobre Dilma. "Foi criada porque o PT perdeu seus candidatos na crise do mensalão. Estou esperando a campanha para conhecê-la mais."
"Economicamente, o Brasil nunca viveu uma época como esta", reconhece Paulo, que abriu sua empresa há nove anos, depois de trabalhar como pesquisador de história e gerente de bar. "Atribuo a um caminho que vem sendo trilhado, desde Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula. O mérito que dou ao Lula é que nenhum governo pensou tanto no social quanto o dele."
No ano passado, seu negócio sofreu uma queda forte com a crise econômica mundial. "As empresas não investiam em eventos por medo, não porque não tinham dinheiro", analisa. "Depois se descobriu que era uma marola." Paulo estima que o impacto sobre o Brasil foi menor por ser mais exportador de matéria-prima, para a qual sempre há demanda, do que de serviços ou tecnologia. "O mérito do governo federal foi saber usar isso."
"Para mim, o que mais pesa é o social", diz Paulo. "Aprovo os programas sociais. Podem ser melhorados. Itamar e FHC estabilizaram a economia. Os próximos governos precisam continuar cuidando da estabilidade para poder olhar para o social - saúde, segurança, as condições básicas." Ele acha que Marina se preocupa com isso, mas lhe falta um partido forte. "Quem não tem força do partido para fazer política vai pagar mensalão."
Em 2002, Fernando Molina, de 28 anos, votou em Lula porque achava que o Brasil precisava de mudança. Ele aprovara a estabilização da economia e a privatização por Fernando Henrique Cardoso, mas achava que era hora de "dar chance aos que não tinham chances e também pagam imposto". E, de fato, "essas pessoas melhoraram de vida" no governo Lula, diz ele.
"Não acredito que seja a melhor solução dar alguma coisa, porque as pessoas tendem a dar menos valor àquilo que elas ganham do que àquilo que elas trabalham para conseguir", pondera Fernando, formado em administração de empresas, com MBA. "Mas não é justo eu falar que o Bolsa-Família é uma proposta errada quando vim de uma família que me proporcionou condição de batalhar pelas coisas que tenho. Quem nunca teve nada ter uma oportunidade de ter alguma coisa é justo."
Mesmo assim, Fernando desgostou do governo Lula, por causa de sua aliança com o PMDB de José Sarney. "O PMDB não prega mais nada, só busca permanência nos cargos que tem", critica. "Apesar de eu acreditar que as propostas do PSDB sejam mais certas, Lula tem um grande trunfo, que é o seu carisma, inclusive fora do país", observa. "Votaria no Serra por alinhamento com o PSDB. PT e PSDB fogem dos extremos, caminham no centro", elogia. "O errado é que não procuraram se unir. Preferiram buscar o poder. É muito triste ter de escolher entre um e outro."
Fonte: O Estado de S. Paulo
O jornal O Estado de S. Paulo publicou neste domingo uma série especial sobre como pensam os eleitores de vários cantos do Brasil. As narrativas que seguem não pretendem ter consistência estatística. Não são pesquisas, nem sequer qualitativas: são reportagens. Como esta, feita na porta de um restaurante na capital paulista onde oito pessoas de classe média alta deram suas opiniões a respeito das eleições 2010.
Apesar de não ter o valor de uma pesquisa, o leitor não deixará de notar uma correlação entre os resultados das pesquisas de aprovação do governo e de intenção de voto e as opiniões expressas pelos entrevistados. Muitos dos estereótipos se confirmam na série publicada pelo jornal: o espírito crítico dos mais instruídos e urbanos, a gratidão dos mais pobres para com os programas sociais, a identificação especial dos nordestinos com o presidente Lula, as habituais queixas e inquietudes dos produtores rurais e dos empresários.
Nas opiniões colhidas entre eleitores das classes A e B paulistana, por exemplo, percebe-se que as sucessivas administrações do PSDB no Estado não deixaram nenhuma marca importante. E o governo federal, apesar das restrições dos eleitores ao PT, é alvo mais de elogios do que críticas. No meio campo, a candidata verde Marina Silva é quem acaba colhendo mais frutos.
Veja abaixo a reportagem sobre São Paulo. Neste link, pode-se ler os outros artigos relativos às demais localidades brasileiras.
http://www.estadao.com.br/noticias/naci ... 8357,0.htm
Críticas e elogios se equilibram em SP
Na calçada de um restaurante na Praça Benedito Calixto, no bairro de Pinheiros, oito profissionais liberais e pequenos empresários paulistanos, na faixa de 28 a 46 anos, expuseram, numa noite de sexta-feira, o vasto espectro de modos de pensar que caracteriza a classe média alta de São Paulo. Eles veem pontos positivos e negativos nos governos do presidente Lula e do ex-governador José Serra, e gostam da senadora Marina Silva.
"Tenho as mesmas queixas que qualquer empresário tem: burocracia, carga tributária", enumera Rogério Acquadro, 28 anos, sócio de um escritório de consultoria em informática. "Mas, para mim, tem melhorado." Em 2006, Rogério deixou a segurança de um emprego com carteira assinada para abrir seu negócio. Hoje, fatura entre R$ 200 mil e R$ 300 mil por ano, tem três funcionários e oito clientes.
"A crise do último ano não aconteceu comigo", testemunha Rogério, formado em física. "Ao menos no meu ramo, com meus clientes, não senti." Segundo ele, "as queixas são as mesmas: o imposto é alto, trabalha-se muito e ganha-se pouco, mas as pessoas não se queixam como se queixavam antes". À pergunta sobre se já pensou em como votará, ele responde: "Já. Continuísmo."
"Tem mudanças significativas para pessoas com carência econômica", reconhece Itamar Gonçalves, de 46 anos, coordenador de programas da filial brasileira de uma organização não-governamental internacional, que atua contra o abuso e a exploração sexual de crianças. "O Bolsa-Família é uma necessidade", atesta Itamar. "Isso pode não ser sentido aqui em São Paulo. Mas atuo muito em comunidades carentes de Pernambuco. Lá faz total diferença na vida das pessoas."
Mas Itamar critica a falta de políticas para que as pessoas deixem de precisar do benefício. "O Bolsa-Família não pode se perpetuar, e não vejo solução para ele", diz Itamar, formado em geografia com especialização em psicologia. "Eu gostaria de um governo que criasse condições para as pessoas terem dignidade, sem cair nessa linha assistencialista." Itamar está desapontado com o PT: "Eu tinha uma esperança de que pudesse ser diferente. Com as composições feitas (no Congresso), não vejo diferença entre os governos do PSDB e do PT. A política monetária é a mesma."
"Eu tinha um sentimento de que fôssemos superar a corrupção", continua Itamar. "O governo Lula foi tal e qual (os anteriores), e isso me abalou muito, causou muita descrença. É um governo muito corrupto." Ele pretende votar em Marina, "em busca de alternativa, mesmo sabendo que ela também teria de fazer composições que não seriam muito diferentes". Itamar diz que sua escolha "não é só uma questão programática, mas também de ter pessoas dignas no governo". Ele acha que Marina não tem chances: "É para mostrar que tem uma insatisfação contida."
"As coisas básicas, como segurança, educação e saúde, não melhoram", impacienta-se Camila Aló, de 31 anos. Formada em administração, ela trabalhou durante dez anos em grandes empresas, como Ambev, Nokia e Unilever, da qual saiu há um ano para estudar pedagogia na PUC.
"Para quem tem uma condição de vida ruim, que não é o caso aqui da entrevista, melhorou", admite Camila, que vive da poupança que fez quando trabalhava. "O governo Lula tem uma política totalmente voltada para o social, com que às vezes eu não concordo", afirma ela. "O Bolsa-Família é um escândalo. As pessoas burlam as regras. É uma vergonha, uma enganação."
"A política é uma mesmice", queixa-se Camila, que vai votar em Marina. "Acho que ela tem ideias que fogem do padrão, mas não temos a consciência coletiva para fazer isso", afirma, prevendo que sua candidata não será eleita. "Gosto da visão social, mas não da Dilma (Rousseff). Não sou contra o Serra, até porque o PSDB também tem essa preocupação social."
O publicitário Alexandre Martins, de 42 anos, discorda de Camila quanto à saúde. Ele diz que teve infecção intestinal e foi a um posto de saúde em São Roque, a 60 km de São Paulo, onde possui um sítio, foi bem atendido e ganhou remédios. Alexandre, que trabalha num banco, acredita que a saúde melhorou, e atribui isso aos três níveis de governo.
O publicitário conta que demitiu seu caseiro, que tem quatro filhos, e só depois de desempregado ele foi pedir Bolsa-Família. "Em lugares menores, as coisas são mais bem geridas", acha Alexandre. "Lá tem assistente social que passa de casa em casa." Ele votou no senador Cristovam Buarque (PDT) para presidente em 2006. Apesar de seu relativo otimismo, não pretende votar este ano: "Nenhum dos candidatos que estão aí merece meu voto." Numa coisa, Alexandre e Camila concordam: "Lula é populista."
O produtor de eventos Paulo Tosetti, 38 anos, também votou em Cristovam no primeiro turno, e em Lula no segundo. "Tenho restrições com relação ao Serra", diz Paulo, formado em história. "Prometeu terminar o mandato como prefeito e foi candidato a governador. Não confio mais nele." Paulo diz que não sabe muito sobre Dilma. "Foi criada porque o PT perdeu seus candidatos na crise do mensalão. Estou esperando a campanha para conhecê-la mais."
"Economicamente, o Brasil nunca viveu uma época como esta", reconhece Paulo, que abriu sua empresa há nove anos, depois de trabalhar como pesquisador de história e gerente de bar. "Atribuo a um caminho que vem sendo trilhado, desde Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula. O mérito que dou ao Lula é que nenhum governo pensou tanto no social quanto o dele."
No ano passado, seu negócio sofreu uma queda forte com a crise econômica mundial. "As empresas não investiam em eventos por medo, não porque não tinham dinheiro", analisa. "Depois se descobriu que era uma marola." Paulo estima que o impacto sobre o Brasil foi menor por ser mais exportador de matéria-prima, para a qual sempre há demanda, do que de serviços ou tecnologia. "O mérito do governo federal foi saber usar isso."
"Para mim, o que mais pesa é o social", diz Paulo. "Aprovo os programas sociais. Podem ser melhorados. Itamar e FHC estabilizaram a economia. Os próximos governos precisam continuar cuidando da estabilidade para poder olhar para o social - saúde, segurança, as condições básicas." Ele acha que Marina se preocupa com isso, mas lhe falta um partido forte. "Quem não tem força do partido para fazer política vai pagar mensalão."
Em 2002, Fernando Molina, de 28 anos, votou em Lula porque achava que o Brasil precisava de mudança. Ele aprovara a estabilização da economia e a privatização por Fernando Henrique Cardoso, mas achava que era hora de "dar chance aos que não tinham chances e também pagam imposto". E, de fato, "essas pessoas melhoraram de vida" no governo Lula, diz ele.
"Não acredito que seja a melhor solução dar alguma coisa, porque as pessoas tendem a dar menos valor àquilo que elas ganham do que àquilo que elas trabalham para conseguir", pondera Fernando, formado em administração de empresas, com MBA. "Mas não é justo eu falar que o Bolsa-Família é uma proposta errada quando vim de uma família que me proporcionou condição de batalhar pelas coisas que tenho. Quem nunca teve nada ter uma oportunidade de ter alguma coisa é justo."
Mesmo assim, Fernando desgostou do governo Lula, por causa de sua aliança com o PMDB de José Sarney. "O PMDB não prega mais nada, só busca permanência nos cargos que tem", critica. "Apesar de eu acreditar que as propostas do PSDB sejam mais certas, Lula tem um grande trunfo, que é o seu carisma, inclusive fora do país", observa. "Votaria no Serra por alinhamento com o PSDB. PT e PSDB fogem dos extremos, caminham no centro", elogia. "O errado é que não procuraram se unir. Preferiram buscar o poder. É muito triste ter de escolher entre um e outro."
Fonte: O Estado de S. Paulo
.
- prp
- Sênior
- Mensagens: 8830
- Registrado em: Qui Nov 26, 2009 11:23 am
- Localização: Montes Claros
- Agradeceu: 117 vezes
- Agradeceram: 412 vezes
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Troca-se o Brasil por jujubas - tratar com Serra.Quiron escreveu:Troca-se refinarias por cocaína - Tratar com Dilma.
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
É isto. A acrescentar apenas que o espaço deixado pelo DEA na Bolívia foi ocupado pela PF.Enlil escreveu:A questão é q quem fez uma crítica baseada em "ideologice" foi o senhor Serra, por puro oportunismo e falta de foco eleitoreiro. Muito fácil criticar os países vizinhos quando temos controles bundalelês em nossas fronteiras. A cocaína q chega ao Brasil não vem só da Bolívia mas também, sobretudo, da Colômbia, Peru e Suriname. Curiosamente tem q cruzar meio Brasil para chegar em SP. Esse é um problema q afeta todos países sul-americanos e acusar um país vizinho de conivência é uma crítica superficial e oportunista, para não falar hipócrita. No caso boliviano é sobretudo um problema social, assim como nas regiões produtoras de maconha no nordeste do Brasil. Se a população não tiver outra opção de renda não deixará de produzir matéria-prima de narcóticos para os produtores de entorpecentes. Não sei se muita gente sabe mas Evo Morales surge como lider cocaleiro justamente durante os governos liberais da Bolívia na década de 1990 q adotaram a chamada política de "troca de cultura" incentivadas pelo DEA dos EUA. Em vez de produzirem folhas de coca trocariam por outros produtos, sobretudo, milho, transgênico americano, sem grande apoio, subsídio, financiamento do governo federal... Buenas, como essa "troca" começou a ser exercida compulsoriamente pelo governo e a renda com o novo produto era pífia perto da anterior, q já não era grande coisa, muito campesinos reduzidos a miséria voltaram a produzir folha de coca. A truculência e violência levaram a organização e união dos cocaleiros por direitos e melhores condições de vida. E aí nesse contexto q surge Evo Morales como líder popular no país, q tem mais de 80% da população de origem indígena e nunca teve um líder nacional dessa ascendência.
Em síntese, a coisa não e tão simples de resolver, a curto prazo, sem alternativas de renda viáveis não haverá trocas de cultura e o governo boliviano tem trabalhado com programas sociais q visam diminuir a miséria crônica do país, sobretudo no campo.
Por outro lado, há uma extrema hipocrisia nessa crítica porque a maior parte da cocaína q vem para o Brasil é da Colômbia q embora tenha tido um governo linha dura com as FARCS/ELN, q de fato se sustentam dando proteção ao narcotráfico, por outro fez vista grossa aos PARAMILITARES, q na verdade pseudo se desmobilizaram e q TAMBÉM vivem da proteção aos pequenos e médios cartéis surgidos com o fim dos grandes de Calle e Medellín, sem falar q a base de apoio política de Uribe é sabidamente envolvida com paramilitares e narcotraficantes, inclusive um primo de Uribe e seu tio e padrinho político, denúncias da Suprema Corte de Justiça da Colômbia. Logo, se há q se fazer críticas a "conivências" estrangeiras, escondendo nossa própria incompetência, corrupção policial, política e falta de investimento, então teria q se denunciar a verdades do fatos, não apenas meia-verdades, descontextualizadas e superciais, feitas por puro oportunismo político-eleitoral de um candidato em queda nas intenções de voto.
- Túlio
- Site Admin
- Mensagens: 61474
- Registrado em: Sáb Jul 02, 2005 9:23 pm
- Localização: Tramandaí, RS, Brasil
- Agradeceu: 6307 vezes
- Agradeceram: 6657 vezes
- Contato:
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Valdemort escreveu:MÃE DO PAC: DADIVOSA OU CASTRADORA?
Maria Lucia Victor Barbosa
04/05/2010
Durante muitos anos o PT construiu, retocou e inflou uma única figura com o propósito de se alçar junto com ela ao poder mais alto da República. Tratava-se do sindicalista Luiz Inácio da Silva que, posteriormente, adicionou ao seu nome o apelido Lula.
Nordestino que se fez politicamente em São Paulo, homem de origem simples, parco em letras, mas dotado de exuberante verborragia e linguajar popularesco era a imagem ideal a se encaixar num partido que se dizia de esquerda. E, assim, nasceu o mito do representante dos pobres e oprimidos no papel de salvador da pátria, do “proletário” versus o patrão explorador, do paladino da luta de classes.
Depois de breve passagem pela elite da classe operária como metalúrgico Luiz Inácio passou viver de política sem grandes problemas de sobrevivência, pois até casa um companheiro lhe fornecia.
O PT logrou eleger seu “proletário” deputado federal, cujo desempenho foi medíocre. Mas a meta era mais ambiciosa e, finalmente, na quarta eleição presidencial, a cúpula sindicalista do PT foi ao paraíso. Para trás ficou a ideologia, a classe operária, a propalada ética. Se tinha vindo para mudar o PT fez igual ou pior do que os governos anteriores que duramente criticara. Tornou-se como os demais um partido não de esquerda ou de direita, mas do lado de cima. E o deslumbramento foi tanto que um a um de seus quadros, que poderia suceder ao salvador da pátria ao término de seus mandatos, despencou sob o peso de pesadas denúncias carregadas de escândalo de corrupção.
Sem sucessor a criatura dominou o criador. Já não era Luiz Inácio que dependia do PT para existir, mas, sim, os petistas é que estavam ligados de forma inexorável á única pessoa capaz de manter privilégios alcançados e intrinsecamente ligados ao poder. Desse modo, fez-se a obediência total ao “líder” com algumas cenas de servilismo total e abjeto.
Sem alternativas dentro do partido, Luiz Inácio impôs a candidatura de Dilma Rousseff, sucessora na Casa Civil do todo-poderoso José Dirceu que poderia ter sido o candidato ideal após o período Luiz Inácio. Contudo, como outros companheiros, José Dirceu, chamado por uma autoridade do Judiciário de “chefe da quadrilha do mensalão” e deputado cassado foi obrigado a se recolher em atividades de cunho particular sem, é claro, abrir mão do comando à sombra.
Mulher por mulher para ser presidente, o plano petista possivelmente havia previsto Marta Suplicy. Porém, Marta perdera duas vezes as eleições para prefeita de São Paulo e pior, nas duas vezes fora em vão apoiada por Luiz Inácio. Então, algum marqueteiro inspirado soprou nas orelhas presidenciais que sobrara Dilma Rousseff. Que fosse ela a escolhida para formar o par perfeito com o pai dadivoso e amantíssimo, uma espécie de santificado padim padi Ciço. Pai e mãe, que mais poderia agradar tanto ao povo criança do Brasil, que sente a necessidade de ser tutelado? E assim nasceu a imagem da mãe do PAC.
Se a estratégia de conquistar votos em si foi boa, a teoria na prática é outra. Vestir na mulher de fala dura e arrogante, modos viris, carranca denotando constante mau humor a fantasia do eterno feminino de doçura, tolerância e sedução, era tarefa que nem Duda Mendonça, que esculpiu o “Lulinha de paz e amor”, seria capaz de fazer.
Além do mais, existe uma ambigüidade na figura materna, que foi bem analisada por Gérard Mendel na obra La Revolte contre le pére, une introduction à la sociopsychanalyse. Menciona o autor “a mãe arcaica, fonte de todos os dons, mas também de todos os males (a mãe cruel, Medéia devoradora dos filhos)... Essa mãe é, portanto, castradora”.
Por suas atitudes e palavreado, pela falta de empatia, Dilma está mais para Medéia. Então, para ocultar a verdadeira personalidade da candidata presidencial os marqueteiros tentam fazer dela a sombra do pai patriarcal, Luiz Inácio, a mulher submissa ao seu senhor, aquela que vive em função dele, que o chama de chefe, que não diz duas palavras sem mencioná-lo, enfim, uma criatura despersonalizada.
Ao mesmo tempo, Rousseff seria uma cópia feminina do pai Lula, típico machão latino-americano que faz sucesso dizendo palavrão, contando piadas pesadas, gracejando o tempo todo como se o Brasil fosse um enorme bar onde ele se sentisse à vontade entre companheiros.
Nessa caricatura de si mesma Dilma Rousseff parece perdida, vacilante, confusa, passando a imagem de incompetência política. Nem a plástica nem os demais retoques físicos a que se submete poderiam mudar sua personalidade. Desse modo, a falsa imagem da candidata é um desastre.
Poderá Rousseff ganhar a eleição? Tudo é possível, sobretudo, quando se leva em conta que tem a seu favor a máquina estatal, eficiente em compra de votos através das bondades presidenciais. É um poderio ilegal, descomunal, antidemocrático que nenhum outro candidato dispõe. Sim, ela poderá ganhar, mas depois não se queixem os eleitores, porque onde Dilma passar nem grama vai crescer.
Maria Lucia Victor Barbosa é socióloga.
mlucia@sercomtel.com.br
http://www.maluvibar.blogspot.com
Texto imbecil e preconceituoso. Os tucanos precisam tanto desse tipo de deselegância quanto de um tiro nos dois pés. Se essa for a linha (bem rasteira e abjeta) a ser seguida na campanha, vão perder no primeiro turno...
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Esperar o q de uma "colaboradora" do Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo e Instituto Millenium .
O nível de suas "matérias" não passa disso:
Coliformes mentais
por Maria Lucia Victor Barbosa
Dia 26 deste, durante entrevista coletiva que encerrou o encontro oficial de Lula da Silva com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o presidente brasileiro mais uma vez contaminou a platéia com seus coliformes mentais. Deitando falatório pelos cotovelos como se estivesse num daqueles comícios em que leva a mãe do PAC a tiracolo, ele sapecou diante da delegação inglesa a seguinte “preciosidade”, referindo-se à crise mundial: “É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis que antes da crise parecia que sabia tudo e agora demonstra não saber nada”...
Revista Jus Vigilantibus, Domingo, 29 de março de 2009
http://jusvi.com/colunas/38943
>
Deveria casar com o Reinaldo Azevedo da Veja, são do mesmo naipe.
O nível de suas "matérias" não passa disso:
Coliformes mentais
por Maria Lucia Victor Barbosa
Dia 26 deste, durante entrevista coletiva que encerrou o encontro oficial de Lula da Silva com o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, o presidente brasileiro mais uma vez contaminou a platéia com seus coliformes mentais. Deitando falatório pelos cotovelos como se estivesse num daqueles comícios em que leva a mãe do PAC a tiracolo, ele sapecou diante da delegação inglesa a seguinte “preciosidade”, referindo-se à crise mundial: “É uma crise causada por comportamentos irracionais de gente branca de olhos azuis que antes da crise parecia que sabia tudo e agora demonstra não saber nada”...
Revista Jus Vigilantibus, Domingo, 29 de março de 2009
http://jusvi.com/colunas/38943
>
Deveria casar com o Reinaldo Azevedo da Veja, são do mesmo naipe.
-
- Sênior
- Mensagens: 5921
- Registrado em: Sex Set 09, 2005 2:38 am
- Agradeceu: 29 vezes
- Agradeceram: 5 vezes
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
A Dilma cada vez mais se fortalecendo ...
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
-
- Sênior
- Mensagens: 1663
- Registrado em: Dom Dez 30, 2007 5:49 pm
- Localização: Araruama-RJ
- Agradeceram: 2 vezes
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Touchéprp escreveu:Troca-se o Brasil por jujubas - tratar com Serra.Quiron escreveu:Troca-se refinarias por cocaína - Tratar com Dilma.
Um fraternal abraço,
.'.
"... E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. ... "
Maria Judith Brito, Presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais).
"... E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. ... "
Maria Judith Brito, Presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais).
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Ficou sabendo da última, né? [42 x 37]pafuncio escreveu:A Dilma cada vez mais se fortalecendo ...
[]'s.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
-
- Sênior
- Mensagens: 5921
- Registrado em: Sex Set 09, 2005 2:38 am
- Agradeceu: 29 vezes
- Agradeceram: 5 vezes
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
A Sonia Racy, das principais colunistas do Estadão, já adiantou o pânico da cúpula psdbista com esta pesquisa ...
Cara, se a Dilma vencer no primeiro turno !!!
Cara, se a Dilma vencer no primeiro turno !!!
"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
- EDSON
- Sênior
- Mensagens: 7303
- Registrado em: Sex Fev 16, 2007 4:12 pm
- Localização: CURITIBA/PR
- Agradeceu: 65 vezes
- Agradeceram: 335 vezes
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Aonde tem esta pesquisa?DELTA22 escreveu:Ficou sabendo da última, né? [42 x 37]pafuncio escreveu:A Dilma cada vez mais se fortalecendo ...
[]'s.
-
- Sênior
- Mensagens: 8577
- Registrado em: Seg Ago 18, 2008 1:23 am
- Agradeceu: 7 vezes
- Agradeceram: 28 vezes
Re: ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010, BRASIL
Tem um post de ontem no "Coturnonoturno":
Segunda-feira, Maio 31, 2010
PT com a Sensus x PMDB com Ibope: é a guerra de pesquisas em Minas Gerais. ...
http://coturnonoturno.blogspot.com/
Acho q ele não está aparecendo porque está com medo de perder seu rebanho no espeto ...
Em último caso acho q devemos organizar um excursão para São Gabriel em outubro para reivindicar nossos direitos panelários ...
Segunda-feira, Maio 31, 2010
PT com a Sensus x PMDB com Ibope: é a guerra de pesquisas em Minas Gerais. ...
http://coturnonoturno.blogspot.com/
Acho q ele não está aparecendo porque está com medo de perder seu rebanho no espeto ...
Em último caso acho q devemos organizar um excursão para São Gabriel em outubro para reivindicar nossos direitos panelários ...