Pressões Nucleares sobre o Brasil

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varj
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#991 Mensagem por varj » Sáb Mai 29, 2010 11:07 pm

Saiu no Globo digital de hoje
"Israel rejeita chamado para se unir a tratado antinuclear
Plantão | Publicada em 29/05/2010 às 17h29m
Reuters/Brasil Online
R1
R2
R3
R4
R5
DÊ SEU VOTO
R1R2R3R4R5MÉDIA: 5,0
JERUSALÉM (Reuters) - Israel classificou neste sábado como "hipócrita e falha" uma declaração de signatários de um tratado mundial antiarmas nucleares que pedia ao país para que assine esse pacto e torne suas instalações nucleares passíveis de inspeções pela ONU.

Todos os 189 membros do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), incluindo os Estados Unidos, pediram em uma declaração a realização de uma conferência em 2012 para discutir o banimento das armas de destruição em massa do Oriente Médio.

"Como um Estado não-signatário do TNP, Israel não está obrigado a cumprir as decisões desta conferência, que não tem nenhuma autoridade sobre Israel", afirmou o governo israelense em um comunicado por e-mail.

"Dada a natureza distorcida desta declaração, Israel não poderá tomar parte de sua implementação" , diz o texto.

A declaração de 28 páginas diz que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e Estados-chave iriam organizar uma conferência que incluiria todas as nações da região, ou seja, teria entre os participantes inimigos duros, como Israel e Irã.

Presume-se que Israel tenha um grande arsenal nuclear, mas o país não confirma nem nega o fato. É a única nação do Oriente Médio que não assinou o TNP. Como Paquistão e Índia, também não-signatários, Israel não tomou parte na conferência de revisão do tratado.

Autoridades dos Estados Unidos deixaram claro que a proposta não levaria a nada, dizendo que o Oriente Médio não poderia ser declarado livre de armas de destruição em massa enquanto não houver paz entre Israel e mundo árabe e o Irã não contiver seu programa de enriquecimento de urânio.

Aludindo a esse ponto, o comunicado israelense diz: "Esta resolução é profundamente falha e hipócrita. Ignora as realidades do Oriente Médio e as verdadeiras ameaças enfrentadas pela região e o mundo inteiro."

O Irã não foi mencionado na declaração do TNP.

Israel e potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares por ter no passado escondido sua atividade nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão da ONU que supervisiona o uso pacífico da energia nuclear, e por fazer restrições ao acesso da AIEA às instalações do país.

O governo iraniano diz que está enriquecendo urânio apenas para gerar eletricidade e isótopos para tratamento medicinal e agricultura."


Pelo mesmo assumiu que a conversa esta em um nível hipócrita, pois de que adianta reclamar do Irã se seu "possível inimigo"e vizinho possui um arsenal de mais de 2 centenas de armas nucleares.Como deveria se portar o Irã?Se submeter?Ou criar opções de defesa?




Hezekiah
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#992 Mensagem por Hezekiah » Dom Mai 30, 2010 9:12 am

varj escreveu:Saiu no Globo digital de hoje
"Israel rejeita chamado para se unir a tratado antinuclear
Plantão | Publicada em 29/05/2010 às 17h29m
Reuters/Brasil Online
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JERUSALÉM (Reuters) - Israel classificou neste sábado como "hipócrita e falha" uma declaração de signatários de um tratado mundial antiarmas nucleares que pedia ao país para que assine esse pacto e torne suas instalações nucleares passíveis de inspeções pela ONU.

Todos os 189 membros do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), incluindo os Estados Unidos, pediram em uma declaração a realização de uma conferência em 2012 para discutir o banimento das armas de destruição em massa do Oriente Médio.

"Como um Estado não-signatário do TNP, Israel não está obrigado a cumprir as decisões desta conferência, que não tem nenhuma autoridade sobre Israel", afirmou o governo israelense em um comunicado por e-mail.

"Dada a natureza distorcida desta declaração, Israel não poderá tomar parte de sua implementação" , diz o texto.

A declaração de 28 páginas diz que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e Estados-chave iriam organizar uma conferência que incluiria todas as nações da região, ou seja, teria entre os participantes inimigos duros, como Israel e Irã.

Presume-se que Israel tenha um grande arsenal nuclear, mas o país não confirma nem nega o fato. É a única nação do Oriente Médio que não assinou o TNP. Como Paquistão e Índia, também não-signatários, Israel não tomou parte na conferência de revisão do tratado.

Autoridades dos Estados Unidos deixaram claro que a proposta não levaria a nada, dizendo que o Oriente Médio não poderia ser declarado livre de armas de destruição em massa enquanto não houver paz entre Israel e mundo árabe e o Irã não contiver seu programa de enriquecimento de urânio.

Aludindo a esse ponto, o comunicado israelense diz: "Esta resolução é profundamente falha e hipócrita. Ignora as realidades do Oriente Médio e as verdadeiras ameaças enfrentadas pela região e o mundo inteiro."

O Irã não foi mencionado na declaração do TNP.

Israel e potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares por ter no passado escondido sua atividade nuclear da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o órgão da ONU que supervisiona o uso pacífico da energia nuclear, e por fazer restrições ao acesso da AIEA às instalações do país.

O governo iraniano diz que está enriquecendo urânio apenas para gerar eletricidade e isótopos para tratamento medicinal e agricultura."


Pelo mesmo assumiu que a conversa esta em um nível hipócrita, pois de que adianta reclamar do Irã se seu "possível inimigo"e vizinho possui um arsenal de mais de 2 centenas de armas nucleares.Como deveria se portar o Irã?Se submeter?Ou criar opções de defesa?
É o cumulo da cara de pau, agora mudaram o mapa mundi, Israel não esta no Oriente Médio, sera uma area QUASE livre de armas nucleares.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#993 Mensagem por Penguin » Dom Mai 30, 2010 10:23 am

Santiago escreveu:MERVAL PEREIRA
Mal-entendido ou má intenção?

Na nova política de segurança divulgada pelo governo dos Estados Unidos, o Brasil ganhou
relevância em relação a documentos anteriores, mas continua bem abaixo dos outros três centros de
influência China, Rússia e Índia e quase da mesma importância que a África do Sul. O presidente dos
Estados Unidos, Barack Obama, pôs o Brasil em um segundo pelotão. Em todo o texto, ele cita a Índia
nove vezes; a China, dez; a Rússia, 14; e o Brasil, apenas cinco, mesmo número de vezes da África do
Sul. A Turquia é citada apenas uma vez. Os desentendimentos sobre o acordo nuclear com o Irã, que a
secretária de Estado, Hillary Clinton, classificou de sérios, estão no centro desse esfriamento de relações
entre Obama e Lula, que um dia ele já definiu como o cara. O vazamento da carta que Obama escreveu
ao presidente Lula é um desentendimento diplomático sério. A Casa Branca não gostou de saber que um
governo amigo divulga documentos pessoais entre presidentes
. Mas uma leitura atenta da carta, em vez
de demonstrar, como quer o governo brasileiro, que Lula seguiu à risca as orientações de Obama, deixa
claro que houve no mínimo um mal-entendido, que fala mal da diplomacia brasileira
. Ou uma tentativa
frustrada de criar um fato consumado que favorecesse o Irã
. Ao se referir aos termos do acordo de
novembro, Obama deixa claro que o objetivo dele era deixar o Irã sem material atômico para produzir a
bomba. Está claro que, sem essa precondição, não há acordo
.

Na carta, está dito claramente: A proposta da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica)
foi preparada de maneira a ser justa e equilibrada, e para permitir que ambos os lados ganhem
confiança. Para nós, o acordo iraniano quanto a transferir 1.200 quilos de seu urânio de baixo
enriquecimento (LEU) para fora do país reforçaria a confiança e diminuiria as tensões regionais, ao
reduzir substancialmente os estoques de LEU do Irã. Quero sublinhar que esse elemento é de
importância fundamental para os Estados Unidos. Para o Irã, o país receberia o combustível nuclear
solicitado para garantir a operação continuada do TRR (o Reator de Pesquisa de Teerã), a fim de
produzir os isótopos médicos necessários e, ao usar seu próprio material, os iranianos começariam a
demonstrar intenções nucleares pacíficas. Não obstante o desafio continuado do Irã a cinco resoluções
do Conselho de Segurança das Nações Unidas que ordenam o final de seu programa de enriquecimento
de urânio, estávamos preparados para apoiar e facilitar as ações quanto a uma proposta que forneceria
combustível nuclear ao Irã usando urânio enriquecido pelo Irã, uma demonstração de nossa disposição
de trabalhar criativamente na busca de um caminho para a construção de confiança mútua. O
pressuposto era, portanto, que o Irã reduzisse substancialmente os seus estoques. Qualquer acordo que
não reduzisse substancialmente os seus estoques, não teria sentido, portanto.

Em outro trecho, a carta diz: Compreendemos pelo que vocês, a Turquia e outros nos dizem que
o Irã continua a propor a retenção do LEU em seu território até que exista uma troca simultânea de LEU
por combustível nuclear. Como apontou o general [James] Jones [assessor de Segurança Nacional da
Casa Branca] durante o nosso encontro, seria necessário um ano para a produção de qualquer volume
de combustível nuclear. Assim, o reforço da confiança que a proposta da AIEA poderia propiciar seria
completamente eliminado para os Estados Unidos, e diversos riscos emergiriam. Primeiro, o Irã poderia
continuar a ampliar seu estoque de LEU ao longo do período, o que lhes permitiria acumular um estoque
de LEU equivalente ao necessário para duas ou três armas nucleares, em prazo de um ano. Ou seja, se
em um ano o Irã poderia continuar a ampliar o seu estoque de LEU, bastaria ao governo brasileiro fazer
as contas: de novembro a maio são seis meses, meio ano, tempo suficiente para um reforço e tanto no
estoque. O volume ser transferido ao exterior deveria ser, portanto, proporcionalmente aumentado. O
acordo fechado entre Brasil e Turquia com o Irã, nos termos em que foi concebido, isto é, permitindo que
o Irã continuasse a ter um estoque de urânio que manteria a possibilidade de chegar à bomba atômica,
criou, sem dúvida, uma turbulência internacional que interfere na decisão do Conselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas de implementar sanções contra o Irã
. Se, como tudo indica, as sanções
forem impostas com o apoio da grande maioria dos membros do Conselho de Segurança a informação é
de que apenas Brasil, Turquia e Líbano seriam contrários a elas , fica claro que o Brasil está isolado na
tentativa de salvar o Irã da punição.
Brasil e Turquia somente poderiam se considerar vitoriosos caso o Conselho rachasse devido ao
acordo.
São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

ELIANE CANTANHÊDE

Nervosos

BRASÍLIA - Barack Obama pode até se esforçar para amenizar o clima de desconforto e até de irritação entre o Brasil e os EUA, mas que esse clima existe, existe.
A Casa Branca e a Secretaria de Estado não ficaram nada felizes com a publicação na Folha da íntegra da carta de Obama estimulando Lula a tentar o acordo com Irã e Turquia. Quando o acordo saiu, os EUA tiraram o corpo fora e aumentaram a pressão por sanções ao regime iraniano. Pimba! O Brasil vazou a carta. Foi legítima defesa.
Após classificar a ação diplomática brasileira no Irã de "ingênua", Hillary Clinton subiu o tom. Agora diz que o acordo nuclear só deu mais tempo aos iranianos, "torna o mundo mais perigoso" e transforma as divergências do Brasil com os EUA em "muito sérias".
A boa notícia na nova Estratégia de Segurança dos EUA é que cita o Brasil mais vezes do que a anterior, de George W. Bush. A má é que o documento faz uma diferenciação quase malvada. Enquanto Rússia, Índia e China são chamados de "centros de influência fundamentais", o Brasil -o "B" dos Bric- é empurrado para o lado da África do Sul e da Indonésia como "nação de crescente influência". Segundo time dos emergentes?
A vinda de Obama ainda no primeiro semestre, como parecia ter sido praticamente acertado com Hillary em Brasília, foi simplesmente descartada. Com a eleição presidencial muito polarizada, Lula a mil por hora e o Irã no meio, ele certamente achou mais prudente ficar quieto em Washington.
Está evidente que algo não vai bem. O que não é tão evidente é por que o Brasil parece estar saboreando esse embate com a potência de US$ 14 trilhões de PIB. Algum motivo há de ter. Óbvio não é.
Boas relações não se fazem apenas com convergências, mas administrando divergências. O problema é quando elas deixam de ser "ingenuidade" e se tornam "muito sérias". E acompanhadas de tantas trombadas e interrogações.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#994 Mensagem por FOXTROT » Dom Mai 30, 2010 11:28 am

terra.com.br

Programa nuclear do Brasil é investigado após acordo com o Irã
30 de maio de 2010 • 11h05 • atualizado às 11h11 Comentários
7Notícia

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de auditoria da Organização das Nações Unidas, iniciou em segredo neste mês uma força-tarefa para avaliar as atividades nucleares do Brasil. A operação ocorre após o acordo firmado entre os governos brasileiro e iraniano sobre a transferência de urânio do Irã para a Turquia. A AIEA reclama de áreas secretas no programa nuclear do Brasil. As informações são do jornal Le Monde.

Segundo o diretor da Agência de Energia Atômica, Yukiya Amano, que visitou o Brasil em março, é "frustrante" que seus inspetores não possam acessar todas as atividades de enriquecimento de urânio realizadas no país. O governo brasileiro justifica a parte secreta de suas centrífugas por razões de concorrência comercial. O importante papel desempenhado pelo Exército - em especial a Marinha - no programa nuclear brasileiro reforça as preocupações apresentadas pela AIEA. Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.

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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#995 Mensagem por Marino » Dom Mai 30, 2010 11:38 am

Há quanto tempo vínhamos dizendo que isto ocorreria?
Agora, vamos separar os homens dos meninos.
Enquanto o Lula e o Jobin estiverem no governo, não haverá condescendência.
Depois, só Deus sabe.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#996 Mensagem por Grifon » Dom Mai 30, 2010 12:26 pm

FOXTROT escreveu:terra.com.br

Programa nuclear do Brasil é investigado após acordo com o Irã
30 de maio de 2010 • 11h05 • atualizado às 11h11 Comentários
7Notícia

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de auditoria da Organização das Nações Unidas, iniciou em segredo neste mês uma força-tarefa para avaliar as atividades nucleares do Brasil. A operação ocorre após o acordo firmado entre os governos brasileiro e iraniano sobre a transferência de urânio do Irã para a Turquia. A AIEA reclama de áreas secretas no programa nuclear do Brasil. As informações são do jornal Le Monde.

Segundo o diretor da Agência de Energia Atômica, Yukiya Amano, que visitou o Brasil em março, é "frustrante" que seus inspetores não possam acessar todas as atividades de enriquecimento de urânio realizadas no país. O governo brasileiro justifica a parte secreta de suas centrífugas por razões de concorrência comercial. O importante papel desempenhado pelo Exército - em especial a Marinha - no programa nuclear brasileiro reforça as preocupações apresentadas pela AIEA. Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.

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ô sim, só seremos investigados por causa do acordo Brasil-Turquia-Irã...se não fosse por ele, seriamos deixados em paz. sei... :roll:




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#997 Mensagem por Túlio » Dom Mai 30, 2010 12:34 pm

Marino escreveu:Há quanto tempo vínhamos dizendo que isto ocorreria?
Agora, vamos separar os homens dos meninos.
Enquanto o Lula e o Jobin estiverem no governo, não haverá condescendência.
Depois, só Deus sabe.


Não sei até que ponto a abordagem personalista (Lula, Jobim, Amorim, Dilma & quetales x FFHH, Serra, Aécio & quetales) seria a mais apropriada. Devemos notar que assinamos o nefando TNP com salvaguardas, ou seja, o sine qua non é a adesão plena dos 'atômicos', acabando com seus arsenais e se abrindo a inspeções, e isso não se verificou. Ademais, quando assinamos nossa Constituição já proibia esse tipo de arma entre nós. Cláusula Pétrea, acrescento. Para mudar tem que fazer outra Constituição. A assinatura do tratado foi até certo ponto redundante, a meu ver. Mais ainda, assinamos sob um tipo de pressão econômica que não me parece possível de ser repetida, nunca fomos tão resistentes a 'contaminações econômicas' como atualmente somos. Reservas de um quarto de trilhão de dólares são uma peça importante neste jogo, além do Pré-Sal e um mercado interno cada vez mais forte. E isso tudo fala por si, a despeito de quem segure as rédeas.

É o que penso. 8-]




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#998 Mensagem por julio_cmb » Dom Mai 30, 2010 12:47 pm

Grifon escreveu:
FOXTROT escreveu:terra.com.br

Programa nuclear do Brasil é investigado após acordo com o Irã
30 de maio de 2010 • 11h05 • atualizado às 11h11 Comentários
7Notícia

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de auditoria da Organização das Nações Unidas, iniciou em segredo neste mês uma força-tarefa para avaliar as atividades nucleares do Brasil. A operação ocorre após o acordo firmado entre os governos brasileiro e iraniano sobre a transferência de urânio do Irã para a Turquia. A AIEA reclama de áreas secretas no programa nuclear do Brasil. As informações são do jornal Le Monde.

Segundo o diretor da Agência de Energia Atômica, Yukiya Amano, que visitou o Brasil em março, é "frustrante" que seus inspetores não possam acessar todas as atividades de enriquecimento de urânio realizadas no país. O governo brasileiro justifica a parte secreta de suas centrífugas por razões de concorrência comercial. O importante papel desempenhado pelo Exército - em especial a Marinha - no programa nuclear brasileiro reforça as preocupações apresentadas pela AIEA. Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.

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ô sim, só seremos investigados por causa do acordo Brasil-Turquia-Irã...se não fosse por ele, seriamos deixados em paz. sei... :roll:
O fato de ser uma espécie de retaliação esta "investigação" da AIEA acaba por ser de fácil defesa pelo Brasil. É apenas birra do grupinho lá de cima, todos sabem disso.
Nenhum país do mundo tem autoridade moral para contestar o programa nuclear do Brasil.
É gente, estamos aí...esse lugar ao sol que tanto queremos vai fazer inveja pra muita elite de 1 mundo...que estejamos preparados e com bala na agulha. END neles.

Abs




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#999 Mensagem por FOXTROT » Dom Mai 30, 2010 12:50 pm

É bem por aí Túlio, gostaria de saber com o conhecimento técnico que temos sobre a bomba atômica e potencial tecnológico e industrial do Brasil, em caso de necessidade, quanto tempo levaríamos para produzi-la?

Porque mudar a CF é complicado politicamente, além de colocar o nosso programa em evidente enfoque internacional, o que não queremos.

Acredito que o Brasil deveria iniciar (se já não tem) um programa de mísseis de médio alcance, assim, quando surgir uma ameaça saberá exatamente como podemos nos opor a ela




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1000 Mensagem por DELTA22 » Dom Mai 30, 2010 2:10 pm

FOXTROT escreveu:terra.com.br

Programa nuclear do Brasil é investigado após acordo com o Irã
30 de maio de 2010 • 11h05 • atualizado às 11h11 Comentários
7Notícia

[...]
Só aceleramos o que inevitavelmente iria acontecer, independente do Irã.
Como sempre foi dito aqui, não foi (e/ou é) defesa do Irã, mas de nosso próprio programa nuclear. Poucos viram isso. Aqui mesmo teve e tem pessoas que acham que tudo o que foi feito foi "pirotecnia" do Itamaraty e do Lula. Dizem que peitamos "o gradão" por pura "rebeldia". E agora? Quem vai defender o programa nuclear brasileiro ou apoiar as suspeitas da AIEA e capitular?
É fácil falar do rabo dos outros quando está sentado em cima do próprio.
Conheceremos os brasileiros de verdade agora!

[]'s a todos.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1001 Mensagem por Junker » Dom Mai 30, 2010 2:50 pm

Essa frase não faz sentido algum!
(...)
Algumas fontes do Le Monde consideram que o Brasil é um país "em risco" porque tem garantias suficientes e nunca mencionou a posse da bomba como um elemento crucial do poder por sua própria conta.
(...)
D’autres sources considèrent que le Brésil n’est pas un pays «à risque» car il a fourni suffisamment de garanties et n’a jamais évoqué la possession de la bombe comme un élément décisif de puissance pour son propre compte.
(...)
Outras fontes consideram que o Brasil NÃO é um país "em risco" porque forneceu garantias suficientes e nunca evocou a possessão da bomba como um elemento decisivo de poder por sua própria conta.

:roll:

O artigo completo para quem quiser traduzir:
brésil samedi29 mai 2010
Le programme nucléaire suscite des doutes

L’Agence internationale de l’énergie atomique a mis en place une structure d’évaluation
Natalie Nougayrède envoyée spéciale à New YorkCollaboration: Jean-Pierre Langellier Rio de JaneiroLe Monde

Après avoir voulu prendre l’initiative sur le dossier nucléaire iranien, la diplomatie brésilienne traverse une phase difficile. L’accord négocié le 16 mai à Téhéran à propos d’un transfert d’uranium iranien vers la Turquie continue d’essuyer les critiques des Etats-Unis. Jeudi, la secrétaire d’Etat américaine Hillary Clinton a assuré à son homologue brésilien, Celso Amorim, que «faire gagner du temps à l’Iran, […] rend le monde plus dangereux et non moins» dangereux.

Zones d’ombre

Un autre facteur place le Brésil en position délicate: son propre programme nucléaire comporte des zones d’ombre. C’est pour cette raison que l’Agence internationale de l’énergie atomique (AIEA), l’organisme de vérification de l’ONU, a discrètement mis en place, en mai, une équipe spéciale chargée d’évaluer les activités nucléaires du géant d’Amérique latine. Cela n’a pas été annoncé publiquement.

L’AIEA, dont le directeur, Yukiya Amano, s’est rendu en mars au Brésil, est frustrée de voir que ses inspecteurs ne peuvent accéder à l’intégralité des activités d’enrichissement d’uranium menées par ce pays. Le secret sur une partie de ses centrifugeuses (les appareils permettant d’enrichir) est justifié par le Brésil pour des raisons de compétition commerciale. Sans tout à fait convaincre ses interlocuteurs.

A la fin des années 1980, le Brésil, sorti de la dictature, avait renoncé à un programme nucléaire militaire dont l’existence a été reconnue en 1990. Le Brésil et l’Argentine avaient ensuite passé un accord sur le contrôle de leurs matériaux nucléaires respectifs. Le Brésil, qui nourrit de grandes ambitions dans le nucléaire civil, tient un discours en faveur de l’abolition de l’arme suprême dans le monde, réitérant cette position lors de la conférence d’examen du Traité de non-prolifération (TNP), en mai, à New York.

Rôle de l’armée

Cacherait-il le développement d’un programme nucléaire militaire? Les avis des diplomates étrangers sont partagés. En marge de la conférence du TNP, les motivations du Brésil dans son approche du dossier iranien ont été amplement débattues. En défendant le droit de l’Iran à enrichir de l’uranium en dépit de l’opacité de son programme, Brasilia pourrait, selon certains, se ménager la possibilité d’accéder un jour au «seuil» nucléaire, c’est-à-dire la maîtrise de toutes les technologies liées à la bombe atomique, mais sans aller jusqu’à la fabriquer. Le rôle important joué par l’armée – singulièrement la marine – dans le programme nucléaire brésilien renforce ces interrogations.

D’autres sources considèrent que le Brésil n’est pas un pays «à risque» car il a fourni suffisamment de garanties et n’a jamais évoqué la possession de la bombe comme un élément décisif de puissance pour son propre compte. Mais en s’emparant de la question iranienne, le Brésil a attiré sur lui, non sans risque, une attention nouvelle.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1002 Mensagem por Penguin » Dom Mai 30, 2010 3:55 pm

Um caso típico de profecia auto-realizavel.




Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlos Mathias

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1003 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Mai 30, 2010 4:06 pm

Há quanto tempo vínhamos dizendo que isto ocorreria?
Agora, vamos separar os homens dos meninos.
Enquanto o Lula e o Jobin estiverem no governo, não haverá condescendência.
Depois, só Deus sabe.
Vamos ver quem são os verdadeiros brasileiros e os que penas moram aqui.
Acompanhemos as opiniões, os favoráveis às inspeções e etc.

E Túlio, tenho visto pessoas do PSDB em programas de televisão defendendo que abramos nossas perninhas às inspeções, essas pessoas estão horrozizadas por estarmos "desafiando" o poder dos EUA.

Por favor, me perdoe, mas tem matiz política sim, e muita. O capachismo no Brasil alcançou seu auge estratosférico nos tempos de FFHHCC, ninguém pode negar isso.

Querem debater como seria a reação PSDBista+DEMista num caso deste?




Carlos Mathias

Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1004 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Mai 30, 2010 4:09 pm

Me parece muito apropriado para o atual debate:
Por trás dos bastidores, o Lula Superstar gosta de falar sobre como obrigou os diplomatas brasileiros a abandonarem a “síndrome de vira-latas”, o seu termo para designar o profundamente arraigado complexo de inferioridade que os brasileiros demonstravam até recentemente em relação aos norte-americanos e aos europeus.

O fato ocorreu em 2003, na primeira aparição internacional importante de Lula, na reunião de cúpula do G8, em Evian, na França. Um grupo de pessoas estava sentado no saguão do hotel onde ocorria a conferência, aguardando o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Quando os norte-americanos finalmente entraram no recinto, todos se levantaram – menos Lula, que ordenou ao seu ministro das Relações Exteriores que também permanecesse sentado. “Eu não participarei desta subserviência”, declarou o presidente brasileiro. “Afinal, ninguém se levantou quando eu entrei”.
Agora, fechem os olhos e imaginem a mesma cena com José Serra & Cia no recinto...




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#1005 Mensagem por EDSON » Dom Mai 30, 2010 4:13 pm

Se prostariam?! :lol:




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