Pressões Nucleares sobre o Brasil

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Cunha
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#871 Mensagem por Cunha » Qua Mai 19, 2010 4:14 pm

DELTA22 escreveu:Acho que devemos começar a ver estes fatos por outro ângulo. Acho importante entendermos que esta reação americana acaba de abrir espaço para que todos os países signatários do TNP o coloque, no mínimo, sob observação. Se não vejamos: se um país acusado de não estar cumprindo o acordo por não flexibilizar posição em uma questão que o próprio tratado permite que seja feito (enriquecimento à 20%), o que não lhe condena legalmente, e este país se permite abrir para uma hipotetica negociação que levaria talvez à renúncia (ou revisão de objetivos) desse direito soberano e tem mesmo assim seu "gesto" colocado sob suspeita, recebendo em troca sanções, o que pensarão os outros países signatários que possuem tecnologia nuclear em nível similar se não perguntar ""serei eu a próxima vítima?""??? Contam-se nos dedos de uma mão quem tem tecnologia de enriquecimento e não possui a bomba.

Como entender o movimento americano? Na minha opinião de leigo (não sou militar nem nunca fui, não faço parte do governo, não sou da ABIN, nada dessas coisas...), as sanções que querem impor os EUA via ONU, tem por objetivo causar problemas internos no Irã, que desestabilizariam o governo interno, apressando sua caída. Essa é uma tentativa antiga de Washington desde que se instalou naquele país o regime dos Aiatolás. Penso ser muito inocente acreditar que o interesse neste assunto seja apenas uma questão nuclear. Os serviços secretos sabem que o Irã está longe da bomba. O que não é divulgado, intencionalmente ou não, é que a AIEA está no Irã fazendo suas inspeções de rotina e sabem tudo o que se passa por lá. É só ler os relatórios da Agência, não há ressalvas quanto às inspeções das instalações naquele país.

Li aqui, um texto que diz que usinas de urânio natural não são inspecionadas, e que por este caminho é que segue a bomba do Irã. Bem, há controversas. Todo o programa nuclear argentino é baseado em urânio natural e está sob regulação da AIEA. Reatores HWR e CANDU produzem sim plutonio, porém não se pode acusar um país de estar fabricando uma bomba só por possuí-los, caso da Argentina por exemplo. Acho que a análise foi vaga, e sinceramente, é difícil acreditar que alguém esteja repassando informações de serviços secretos e/ou teve acesso irrestrito à estes, para poder afirmar tais coisas.

É preciso compreender que o Brasil não está defendendo o Irã. Está defendendo a si próprio. As mesma acusações sobre a questão nuclear que estão sendo feitas ao Irã poderiam perfeitamente serem feitas ao Brasil. No entanto, o Irã é a "bola da vez" por uma questão estratégica dos EUA. Quando aquela região não for mais "interessante", para onde virarão as "canhoneiras"?? Acho que deixar abrir precedente neste caso é colocar o Brasil na rota de colisão.

[]'s a todos.
Concordo consigo, DELTA22. A atitude americana de nem ao menos considerar as negociações entre Brasil, Turquia e Irã coloca sob supeita todo o TNP (coisa que já deveria estar sob supeita desde o momento em que o artigo 6º não foi cumprido, ou seja, nunca!), mas creio que tanto Rússia quanto a China estão esperando a carta do Irã à AIEA (prazo de uma semana após o acordo) pois por enquanto o que os americanos têm são apenas esboços para uma possível sanção.

Aguardemos os próximos dias. Se o Irã seguir adiante com a carta à AIEA e dependendo do conteúdo desta, talvez Rússia e China inibam as pretensões americanas lá no CS, TALVEZ.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#872 Mensagem por Francoorp » Qua Mai 19, 2010 4:29 pm

Cunha escreveu:
DELTA22 escreveu:Acho que devemos começar a ver estes fatos por outro ângulo. Acho importante entendermos que esta reação americana acaba de abrir espaço para que todos os países signatários do TNP o coloque, no mínimo, sob observação. Se não vejamos: se um país acusado de não estar cumprindo o acordo por não flexibilizar posição em uma questão que o próprio tratado permite que seja feito (enriquecimento à 20%), o que não lhe condena legalmente, e este país se permite abrir para uma hipotetica negociação que levaria talvez à renúncia (ou revisão de objetivos) desse direito soberano e tem mesmo assim seu "gesto" colocado sob suspeita, recebendo em troca sanções, o que pensarão os outros países signatários que possuem tecnologia nuclear em nível similar se não perguntar ""serei eu a próxima vítima?""??? Contam-se nos dedos de uma mão quem tem tecnologia de enriquecimento e não possui a bomba.

Como entender o movimento americano? Na minha opinião de leigo (não sou militar nem nunca fui, não faço parte do governo, não sou da ABIN, nada dessas coisas...), as sanções que querem impor os EUA via ONU, tem por objetivo causar problemas internos no Irã, que desestabilizariam o governo interno, apressando sua caída. Essa é uma tentativa antiga de Washington desde que se instalou naquele país o regime dos Aiatolás. Penso ser muito inocente acreditar que o interesse neste assunto seja apenas uma questão nuclear. Os serviços secretos sabem que o Irã está longe da bomba. O que não é divulgado, intencionalmente ou não, é que a AIEA está no Irã fazendo suas inspeções de rotina e sabem tudo o que se passa por lá. É só ler os relatórios da Agência, não há ressalvas quanto às inspeções das instalações naquele país.

Li aqui, um texto que diz que usinas de urânio natural não são inspecionadas, e que por este caminho é que segue a bomba do Irã. Bem, há controversas. Todo o programa nuclear argentino é baseado em urânio natural e está sob regulação da AIEA. Reatores HWR e CANDU produzem sim plutonio, porém não se pode acusar um país de estar fabricando uma bomba só por possuí-los, caso da Argentina por exemplo. Acho que a análise foi vaga, e sinceramente, é difícil acreditar que alguém esteja repassando informações de serviços secretos e/ou teve acesso irrestrito à estes, para poder afirmar tais coisas.

É preciso compreender que o Brasil não está defendendo o Irã. Está defendendo a si próprio. As mesma acusações sobre a questão nuclear que estão sendo feitas ao Irã poderiam perfeitamente serem feitas ao Brasil. No entanto, o Irã é a "bola da vez" por uma questão estratégica dos EUA. Quando aquela região não for mais "interessante", para onde virarão as "canhoneiras"?? Acho que deixar abrir precedente neste caso é colocar o Brasil na rota de colisão.

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Concordo consigo, DELTA22. A atitude americana de nem ao menos considerar as negociações entre Brasil, Turquia e Irã coloca sob supeita todo o TNP (coisa que já deveria estar sob supeita desde o momento em que o artigo 6º não foi cumprido, ou seja, nunca!), mas creio que tanto Rússia quanto a China estão esperando a carta do Irã à AIEA (prazo de uma semana após o acordo) pois por enquanto o que os americanos têm são apenas esboços para uma possível sanção.

Aguardemos os próximos dias. Se o Irã seguir adiante com a carta à AIEA e dependendo do conteúdo desta, talvez Rússia e China inibam as pretensões americanas lá no CS, TALVEZ.

Realmente agora o que o Brasil tem a fazer é abandonara a ONU !! Isso mesmo, não reconhecer mais a ONU, seus tratados, principalmente o TNP, nem suas autarquias e institutos e nem mesmo suas disposições !!

Ficou claro que esta instituição não passa de uma fabrica de álibis para os interesses vários do G5, pouco importa a paz e os acordos que geram a paz, eles não aceitarão nada que seja contra os próprios interesses !!

Então não temos mais nada que nós mantenha unida a esta instituição falida, que somente da aval "legal" para a invasão de nações e países soberanos !! Hoje esta instituição é o contrário do espírito que a fundou... façamos outra, assim como fizeram esta ONU sobre os restos da liga das nações, uma nova instituição global onde não existe um conselho de segurança com membros havendo direito de veto, onde seja um país, um voto !!

Basta com este teatrinho de fantasmas e zumbis chamado ONU !!

BRASIL FORA DA ONU JA !!!

Valeu !!




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#873 Mensagem por Marino » Qua Mai 19, 2010 7:12 pm

Brasil e Turquia enviam carta ao Conselho de Segurança da ONU; leia íntegra
19/05/2010

Colaboração para Folha

Após o acordo tripartite firmado entre Brasil, Turquia e Irã sobre o programa nuclear iraniano, uma declaração conjunta assinada pelos chanceleres da Turquia e Brasil foi enviada ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), nesta quarta-feira (19), esclarecendo detalhes da troca de urânio enriquecido por combustível nuclear e reiterando aos membros do Conselho o compromisso dos três países em manter os termos do acordo. A carta pede que os países do Conselho evitem as sanções e deem uma chance às negociações pacíficas. Leia íntegra:

“Excelência,

Nós temos o prazer de encaminhar em anexo uma cópia da ‘Declaração Conjunta emitida por Irã, Turquia e Brasil’, redigida pela Sua Excelência Mahmoud Ahmadinejad, presidente da República Islâmica do Irã, Sua Excelência Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República Federativa do Brasil e Sua Excelência Recep Tayyip Erdogan, primeiro-ministro da República da Turquia, em Teerã no dia 17 de maio de 2010.

A Declaração Conjunta foi assinada pela Sua Excelência Manoucher Mottaki, ministro das Relações Exteriores da República Islâmica do Irã, Sua Excelência Ahmet Davutoglu, ministro de Assuntos Estrangeiros da República da Turquia e Sua Excelência Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil.

A Declaração Conjunta destaca o direito de desenvolver pesquisa, produção e uso de energia nuclear para fins pacíficos e ao mesmo tempo sublinha a forte convicção dos três países de que a troca de combustível nuclear providenciará uma oportunidade para dar início a um processo que visa futuramente objetivar a criação de uma atmosfera positiva, construtiva e não confrontacional levando a uma era de interação e cooperação.

A Declaração reflete, neste contexto, a clara concordância do Irã em depositar 1.200 quilogramas de urânio enriquecido (LEU, na sigla em inglês) na Turquia. Ela também determina um mapa de atuação realista e atingível levando aos acordos e medidas necessários que devem ser negociados entre as partes diretamente envolvidas, dentro de prazos específicos, para a provisão de 120 quilogramas de combustível nuclear necessários ao Reator de Pesquisa de Teerã (TRR, na sigla em inglês), em troca do urânio enriquecido depositado.

Nós temos plena confiança de que o P5 + 1 revisará a Declaração Conjunta com a visão de concretizar o caminho tanto para o reabastecimento do Reator de Pesquisa de Teerã (TRR) da maneira mais eficiente e efetiva e considerando assuntos relacionados com o programa nuclear iraniano quanto os assuntos mais amplos de interesse mútuo, através de um diálogo construtivo.

O Brasil e a Turquia estão convencidos de que é chegada a hora de dar uma chance às negociações para evitar medidas que são prejudiciais à uma solução pacífica para esta questão.

Por favor aceite, Sua Excelência, as garantias de nossa mais alta consideração”.

Celso Amorim – Ministro das Relações Exteriores da República Federativa do Brasil

Ahmet Davutoglu – Ministro de Assuntos Estrangeiros da República da Turquia




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#874 Mensagem por Marino » Qua Mai 19, 2010 7:17 pm

Iniciados projetos que aumentam autonomia nuclear brasileira

– Em visita ao Rio de Janeiro, na semana passada, o ministro da Ciência e Tecnologia Sérgio Rezende anunciou que a construção do tão aguardado Reator Multipropósito Brasileiro (RMB) seria, finalmente, iniciada. “O reator multipropósito tem um papel muito importante para o programa nuclear", destacou o ministro, informando que a liberação de R$ 50 milhões, necessários para desenvolver o projeto básico do reator, foi aprovada pelo conselho do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, vinculado ao ministério, para contornar a falta de recursos no Orçamento da União para o projeto neste ano. [1]

Um dos principais objetivos do projeto é dar autonomia ao País na fabricação de radiofármacos cujo fornecimento mundial enfrenta uma grave crise após a parada do reator canadense National Research Universal (NRU) – responsável por quase 40% da produção mundial do radioisótopo molibdênio-99 (Mo-99) - por problemas técnicos. O Mo-99 gera, por decaimento, o tecnécio-99m (Tc-99m) que, por sua vez, é utilizado em mais de 90% de todos os exames de medicina nuclear. Atualmente, o Brasil importa 100% do Mo-99 que necessita. [2]

Orçado em R$ 850 milhões, o RMB será construído em Iperó, a 130 quilômetros de São Paulo, ao lado do Centro Experimental de Aramar, da Marinha, que cedeu um terreno de 1,2 milhões de metros quadrados.

Rezende veio ao Rio para inaugurar o Laboratório Multiusuário de Fusão a Arco, desenvolvido em parceria entre a Coppe (programa de pós-graduação em engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e o Instituto Militar de Engenharia. O Laboratório produzirá, em escala pré-industrial, tubos com liga de zircônio onde são colocadas as pastilhas de urânio enriquecido para formar o chamado elemento combustível dos reatores nucleares. As usinas de Angra 1 e 2 usam, respectivamente, 121 e 193 elementos combustíveis, totalizando cerca de 70 mil tubos (varetas). A cada recarga anual, um terço desses tubos (varetas) é substituído. "A produção dessa liga é estratégica. Se detenho a tecnologia, posso discutir preço com os produtores internacionais. E se houver restrição no mercado, eu não dependerei dos fornecedores internacionais, poderei reagir rapidamente", afirmou Samuel Fayad, diretor de Produção do Combustível da INB, que recordou as dificuldades para o fornecimento de elementos combustíveis de Angra 1, na década de 1980, por parte da Westinghouse: "Tivemos problemas com Angra 1 e fomos buscar uma solução com a Siemens, na época em que iniciava o acordo Brasil-Alemanha”, disse ele.

Entretanto, um dos aspectos mais relevantes da visita de Rezende foi sua declaração que o País vem enfrentando uma espécie de boicote por causa da determinação do governo de atingir a autonomia no programa nuclear, desenvolvendo tecnologias para dominar o ciclo do elemento combustível: "Há vários componentes do programa nuclear e espacial que o Brasil não consegue dos países que detêm essa tecnologia por motivos que todos entendemos. Não podemos ficar temerosos do que pode acontecer. Mas já estamos enfrentando em muitos aspectos essa questão: é quase um boicote", afirmou o ministro. Dito por outras palavras, trata-se da política de “apartheid tecnológico” praticada por potências hegemônicas, desde o final da Segunda Guerra Mundial, para controlar o desenvolvimento dos setores nuclear e espacial no Brasil e outros países.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#875 Mensagem por AlbertoRJ » Qui Mai 20, 2010 12:14 am

'Alguns países não querem solução à crise', diz especialista
Publicada em 19/05/2010 às 23h40m
Deborah Berlinck


PARIS - Para Thierry Coville, do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas (Iris) de Paris, "é ridículo" que Brasil e Turquia sejam tratados como ingênuos. Segundo ele, ao rejeitarem o acordo assinado em Teerã, os EUA podem destruir o pouco de confiança restabelecida entre Irã e comunidade internacional.

O texto de sanções anunciado por Washington estava pronto quando Brasil e Turquia negociavam com o Irã. Os emergentes não têm espaço no mundo multipolar como imaginavam?
THIERRY COVILLE: É a primeira vez que países emergentes intervêm de forma tão explícita sobre um dossiê tão importante, tratado desde o início pelos países do Conselho de Segurança. Pode haver o sentimento de que somos nós (membros permanentes do conselho) que temos que decidir. Mas se considerarmos que o mais importante é o dossiê em si e que, finalmente, a base do acordo é a mesma da negociada em Genebra, mesmo que a resolução para sanções estivesse pronta, o mínimo que se deveria ter feito era esperar e ver o que poderia ser feito a partir deste acordo. A reação de Washington é surpreendente e arriscada.

Brasil e Turquia são ingênuos como dizem americanos e franceses?
COVILLE: É ridículo tratar de ingênuos dois países que tentam restabelecer o diálogo com o Irã. O que querem exatamente os diplomatas ocidentais? Tenho a impressão de que alguns países não querem solucionar a crise.

Por quê?
COVILLE: É preciso reconhecer que a iniciativa brasileira e turca foi a melhor maneira de solucionar a crise. Eles não reinventaram: retomaram as bases do que havia sido negociado no final de setembro. O que há de ingênuo nisso?

Trata-se de uma resposta dura às pretensões brasileiras de ter um papel na diplomacia internacional, não?
COVILLE: Podemos compreender a irritação de países do Conselho de Segurança. Mas é preciso ser pragmático. Não se pode continuar repetindo sempre que é preciso que o Irã faça concessões. Ora, uma concessão foi feita agora pelo Irã, não aos ocidentais, mas ao Brasil e à Turquia. Se dizemos que o Irã quer enganar a todos quando faz concessões, não vamos resolver nunca essa crise.

Sanções passadas não funcionaram e avalia-se que a política de confrontação com o Irã só fez confirmar o poder da linha-dura iraniana. O senhor concorda?
COVILLE: Temos um exemplo claro: quando o Irã faz concessões, a resposta dos ocidentais é mais sanção. Se estamos esperando uma capitulação, vamos ter de esperar muito tempo! Eu me pergunto: o que querem os ocidentais?

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/ ... 633273.asp




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#876 Mensagem por Sterrius » Qui Mai 20, 2010 12:31 am

Boa analise do especialista! Foi direto ao ponto.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#877 Mensagem por romeo » Qui Mai 20, 2010 1:04 am

A resposta provavel do Irã à imposição de mais sanções é previsível... Retirada do TNP.

Quanto ao Brasil sair da ONU... Dá vontade né... Mas menos... menos... vamos devagar.

Melhor transferir a sede da ONU para o Rio... Cederemos até o Sambódromo pra eles de ajeitarem.

Aaaaa... O Conselho de Segurança pode se estabelecer no camarote da Brahma.

É brincadeira a atitude desses poderosos. Uma trágica brincadeira. Infelizmente.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#878 Mensagem por Dieneces » Qui Mai 20, 2010 2:09 am

O Brasil tá jogando um jogo para o qual não está preparado . Só se peita uma ou mais potências , apostando em amizades com Estados Terroristas , quem tem estofo para tal . Aconselhado pelo seu diplomata de araque , Top Top Garcia e pela ala Esquerdista Vintage do Itamarati , o Lula está nos fazendo pagar um mico histórico e computando mais um fracasso historico em sua política internacional de negociador sindical de porta de fábrica globalizado. Estamos perdendo desde par ou ímpar internacional , como foi em Honduras até esse poquerzinho geopolítico nuclear...




Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#879 Mensagem por Dieneces » Qui Mai 20, 2010 2:11 am

O Brasil tá jogando um jogo para o qual não está preparado . Só se peita uma ou mais potências , apostando em amizades com Estados Terroristas , quem tem estofo para tal . Aconselhado pelo seu diplomata de araque , Top Top Garcia e pela ala Esquerdista Vintage do Itamarati , o Lula está nos fazendo pagar um mico histórico e computando mais um fracasso historico em sua política internacional de negociador sindical de porta de fábrica globalizado. Estamos perdendo desde par ou ímpar internacional , como foi em Honduras até esse poquerzinho geopolítico nuclear...




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#880 Mensagem por romeo » Qui Mai 20, 2010 4:02 am

Dieneces escreveu:O Brasil tá jogando um jogo para o qual não está preparado . Só se peita uma ou mais potências , apostando em amizades com Estados Terroristas , quem tem estofo para tal . Aconselhado pelo seu diplomata de araque , Top Top Garcia e pela ala Esquerdista Vintage do Itamarati , o Lula está nos fazendo pagar um mico histórico e computando mais um fracasso historico em sua política internacional de negociador sindical de porta de fábrica globalizado. Estamos perdendo desde par ou ímpar internacional , como foi em Honduras até esse poquerzinho geopolítico nuclear...
Caro Dieneces; concordo plenamente com a primeira frase da sua sentença; mas quanto às demais, permita-me discordar.

A história do mundo vai continuar; e o que vai ficar registrado e re-afirmado, é a posição conciliadora e pacifista do Brasil. Isso sim será lembrado deste episódio, e fortalecerá a posição brasileira em pleitos futuros.

Não sou "Lulista" e muito menos anti-americano; mas quando você se refere ao Brasil ter amizades com Estados Terroristas deve estar se referindo ao tratado de cooperação que firmamos com os EUA; este sim o país cuja atuação dos ultimos governantes gera mais terror ao redor do mundo.

Se perguntarmos a cada país se é a atuação dos EUA ou do Irã que às aterroriza mais, garanto que a do governo americano ganha disparado a medalha de "Terrorista Mor".

Carro bomba perto dos bombardeios que eles fazem, é estalinho de são joão.

Os gringos ganham fácil em número de inocentes mortos, de qualquer radical islâmico.

Os americanos tinham tudo para serem os pilares do mundo; e jogaram tudo na latrina da cobiça.

Tristeza...




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#881 Mensagem por Rodrigoiano » Qui Mai 20, 2010 4:16 am

Estamos falando de Estados e de Relações Internacionais. Não se trata de "amizades". Se trata de tentar, vejam bem, tentar um viés diferente, diálogo, concessões, e não apenas o porrete e imposições unilaterais. Se vai dar certo, não sabemos, MAS SÓ A INTENÇÃO JÁ VALEU. E ainda levou acordos comerciais bilaterais. Não concordo com o termo utilizado no JN, aliás, tá foda a Globo este ano tá querendo a todo custo, bater no governo e enaltecer a oposição. Pois bem, utilizar o termo rebeldia, além de tendencioso, soa infantil para um telejornal da maior rede televisiva, parece que o Lula e o premiê turco, foram a passeio e brincadeira a Teerã e que tem de rezar a cartilha completa dos EUA. Soma-se ao fato já narrado em outro tópico, a contradição de afirmar que divulgaria todas as pesquisas e não mostra as recentes que, certamente, foram contrárias as suas preferências. E a jornalista M. Waldvogel entrevistando os diplomatas na G. News sobre a crise do Irã, no início, ambos elogiaram a tentativa turco-brasileira e os esforços do Lula na solução pacífica, e ela a toda a hora interrompendo tentando fazê-los criticar a postura do presidente.

Bom, se vai ser efetiva a tentativa de acordo efetuada pelo Brasil, não sei, mas valeu o esforço e a postura do Brasil, não por "peitar" as potências como muitos falam, mas por mostrar caminhos diferentes e mostrar que tem voz no mundo.

Grande abraço!

"É preciso a certeza de que tudo vai mudar;
É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós:
onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.
O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração;
Pois a vida está nos olhos de quem sabe ver ...
Se não houve frutos, valeu a beleza das flores.
Se não houve flores, valeu a sombra das folhas.
Se não houve folhas, valeu a intenção da semente."

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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#882 Mensagem por Luiz Bastos » Qui Mai 20, 2010 4:19 am

romeo escreveu: Caro Dieneces; concordo plenamente com a primeira frase da sua sentença; mas quanto às demais, permita-me discordar.

A história do mundo vai continuar; e o que vai ficar registrado e re-afirmado, é a posição conciliadora e pacifista do Brasil. Isso sim será lembrado deste episódio, e fortalecerá a posição brasileira em pleitos futuros.

Não sou "Lulista" e muito menos anti-americano; mas quando você se refere ao Brasil ter amizades com Estados Terroristas deve estar se referindo ao tratado de cooperação que firmamos com os EUA; este sim o país cuja atuação dos ultimos governantes gera mais terror ao redor do mundo.

Se perguntarmos a cada país se é a atuação dos EUA ou do Irã que às aterroriza mais, garanto que a do governo americano ganha disparado a medalha de "Terrorista Mor".

Carro bomba perto dos bombardeios que eles fazem, é estalinho de são joão.

Os gringos ganham fácil em número de inocentes mortos, de qualquer radical islâmico.

Os americanos tinham tudo para serem os pilares do mundo; e jogaram tudo na latrina da cobiça.

Tristeza...
Romeo.
Perfeito seu comentário. Confesso que nunca tinha olhado por este angulo, mas agora que você colocou, é a mais pura verdade. Meus parabéns . Fui :wink:




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#883 Mensagem por Sterrius » Qui Mai 20, 2010 4:45 am

A resposta provavel do Irã à imposição de mais sanções é previsível... Retirada do TNP.


Se fizer isso é praticamente admitir que ta criando armas nucleares e ae ninguem vai por a mão no fogo e todos vão apoiar sanções.

O ideal seria o irã engolir as sanções e tentar fazer o acordo funcionar. Isso deixaria os EUA numa saia extremamente justa ja que a bola continuaria com eles.

os EUA estão rezando pra que eles saiam do TNP ou recuem do acordo firmado pelo Brasil. Tudo que eles nao precisam é um irã colaborando agora.

Nao creio que seja necessario mudar a sede da ONU, e muito menos sair da ONU. A ONU tem muitas falhas, ninguem nega isso. Mas é ainda o melhor metodo de organização geopolitica que existe, nenhuma outra organização tem todos os paises existentes e permite que todos eles debatam e votem sobre os mais diversos temas.

O que se precisa é agora flexibilizar a ONU. Algo que mais cedo ou mais tarde vai ocorrer, não é questão de escolha das potencias. È fato que ou isso ocorre 1 dia ou a ONU vai perder sua influencia. E uma ONU fraca seria um regresso para a epoca onde os imperios mandavam e obedecia quem tinha juizo.




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#884 Mensagem por EDSON » Qui Mai 20, 2010 5:13 am

Tenho visto muitos comentários e percebo um certo medo em algumas declarações como:

O que os americanos irão pensar de nós? :lol:

Aí Buana... nos perdoe. :lol:




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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil

#885 Mensagem por P44 » Qui Mai 20, 2010 6:03 am

as acções de sabotagem dos EUA ao acordo tripartido revelam o seu desespero por cada vez mais países rejeitarem a sua "cartilha" e são (apenas) mais uma tentativa de impedir que Países como o Brasil assumam o seu lugar na arena internacional.

Tristes são aqueles que aplaudem os bwanas e com o seu pedacito de pão duro e cheio de bolor na mão, ficam todos contentes quando o grande bwana lhes deixa limpar um bocadinho do molho do prato de lentilhas.




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