GEOPOLÍTICA
Moderador: Conselho de Moderação
Re: GEOPOLÍTICA
Interessante! Leiam!!!
Não é da "imprensa" nacional, é da DW!
O Lampréia tá que não se aguenta de envidia!
[]'s a todos.
=====================================
Brasil | 18.05.2010
Desqualificar atuação do Brasil é opção que resta a EUA, diz especialista
Em conversa com especialistas, destacam-se visões distintas sobre o efeito do acordo com o Irã intermediado pelo Brasil. Houve uma concordância, no entanto: se Irã honrar compromisso, quem sai fortalecido é o Brasil.
A foto rodou os principais jornais do mundo e parecia ilustrar um fim de campanha eleitoral. Lula e Mahmud Ahmadinejad de mãos dadas e braços estendidos, num gesto que simboliza a vitória – depois de uma disputa contra oponentes.
O governo brasileiro comemorou o acordo com o Irã, em que a república islâmica concorda em enviar 1,2 tonelada de urânio pouco enriquecido para a Turquia em troca de 120 quilos de combustível nuclear. Mas a reação internacional foi pior do que o esperado. Um dia depois do aceno iraniano, os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (18/05) que irão apresentar sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Entre as demais reações que se seguiram, Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU, disse que o acordo pode ser positivo. A China também seguiu esse tom – desde que Ahmadinejad cumpra os termos assinados.
"Imagem do Brasil pode ficar arranhada"
Para quem acompanhou por vários anos as relações brasileiras mundo afora, as chances de o Irã honrar o compromisso, no entanto, são pequenas. É o que acredita Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro de Relações Exteriores durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1991 e 2005.
"Certamente, se der errado, a imagem do Brasil ficará arranhada. O Brasil não tinha nenhuma razão clara, própria, para se envolver nessa questão e, tendo se envolvido, coloca em jogo a sua credibilidade e seu prestígio internacional", analisa Lampreia.
O insucesso é mais provável porque o governo iraniano tem se mostrado pouco confiável e pouco interessado em mudar o rumo de sua política que, acredita o ex-ministro, "é o rumo que segue visivelmente no sentido de adquirir uma arma nuclear".
Já para Rafael Duarte Villa, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, o evento não deixou dúvidas: "O Brasil saiu muito fortalecido. Talvez fosse o que faltava para o Brasil mostrar que tem possibilidade de ter uma posição de primeira ordem na política internacional".
Diplomacia versus sanções
Se antes havia um consenso entre a comunidade internacional a favor de sanções caso Ahmadinejad não concordasse em exportar urânio pouco enriquecido para a Turquia–, agora o panorama é de indefinição.
"O efeito do acordo tem uma posição bastante enfraquecedora da posição americana. Alguns membros muito poderosos, como a China, já anunciaram hoje (18/05) que também reconhecem o pacto", pontua Rafael Duarte Villa.
Clinton quer sançõesBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Clinton quer sanções
E o posicionamento dos Estados Unidos de que apresentarão, mesmo assim, as sanções para serem votadas, é muito ruim para a imagem daquele país, salienta Villa. "Isso acaba mostrando que podem existir outras intenções por trás, além do acordo em si. Porque toda essa intransigência, essa desconfiança, mostra que esses países – não só os Estados Unidos, mas também os europeus – querem sanções contra o Irã a qualquer preço."
Poder e malícia
"Ingenuidade" foi um adjetivo atribuído por alguns políticos europeus e americanos aos brasileiros que encabeçaram as negociações com o Irã. "Não acredito nisso. Os envolvidos no processo são pessoas muito experientes, vividas, como o ministro Celso Amorim. O que pode ter é, digamos, vontade de ter êxito, de se chegar a um resultado positivo", defende Luiz Felipe Lampreia.
Apesar de todo o destaque que a política externa brasileira ganhou ultimamente devido à aproximação com o Irã, o ex-ministro não acredita que a ONU possa, com isso, conceder uma vaga permanente no Conselho de Segurança. "Muito pelo contrário. Acho que, normalmente, o Brasil fica prejudicado por esse envolvimento todo porque é um envolvimento forçado, não é natural."
Lógico, ou não, Rafael Villa faz outra leitura desse envolvimento brasileiro. "Esse evento mostrou uma coisa muito importante: os EUA e os países europeus estão perdendo espaço para emergentes, como Brasil, Índia, China. Se eles já mostraram sucesso diversas vezes no aspecto comercial, agora eles mostram que conseguem utilizar sua diplomacia cooperativa para também influenciar decisões em assuntos extremamente difíceis, como armamento nuclear."
Villa acredita que, para a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, não resta outra opção a não ser desqualificar a atuação do Brasil como uma atuação ingênua. "É preciso compreender que há algo mais profundo em curso, que há a emergência de novos países nesse tipo de assunto, como a crise iraniana. E isso será cada vez mais comum."
Autora: Nádia Pontes
Revisão: Roselaine Wandscheer
http://www.dw-world.de/dw/article/0,,5586641,00.html
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Brasil | 18.05.2010
Desqualificar atuação do Brasil é opção que resta a EUA, diz especialista
Em conversa com especialistas, destacam-se visões distintas sobre o efeito do acordo com o Irã intermediado pelo Brasil. Houve uma concordância, no entanto: se Irã honrar compromisso, quem sai fortalecido é o Brasil.
A foto rodou os principais jornais do mundo e parecia ilustrar um fim de campanha eleitoral. Lula e Mahmud Ahmadinejad de mãos dadas e braços estendidos, num gesto que simboliza a vitória – depois de uma disputa contra oponentes.
O governo brasileiro comemorou o acordo com o Irã, em que a república islâmica concorda em enviar 1,2 tonelada de urânio pouco enriquecido para a Turquia em troca de 120 quilos de combustível nuclear. Mas a reação internacional foi pior do que o esperado. Um dia depois do aceno iraniano, os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (18/05) que irão apresentar sanções contra o Irã no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Entre as demais reações que se seguiram, Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU, disse que o acordo pode ser positivo. A China também seguiu esse tom – desde que Ahmadinejad cumpra os termos assinados.
"Imagem do Brasil pode ficar arranhada"
Para quem acompanhou por vários anos as relações brasileiras mundo afora, as chances de o Irã honrar o compromisso, no entanto, são pequenas. É o que acredita Luiz Felipe Lampreia, ex-ministro de Relações Exteriores durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, entre 1991 e 2005.
"Certamente, se der errado, a imagem do Brasil ficará arranhada. O Brasil não tinha nenhuma razão clara, própria, para se envolver nessa questão e, tendo se envolvido, coloca em jogo a sua credibilidade e seu prestígio internacional", analisa Lampreia.
O insucesso é mais provável porque o governo iraniano tem se mostrado pouco confiável e pouco interessado em mudar o rumo de sua política que, acredita o ex-ministro, "é o rumo que segue visivelmente no sentido de adquirir uma arma nuclear".
Já para Rafael Duarte Villa, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais da Universidade de São Paulo, o evento não deixou dúvidas: "O Brasil saiu muito fortalecido. Talvez fosse o que faltava para o Brasil mostrar que tem possibilidade de ter uma posição de primeira ordem na política internacional".
Diplomacia versus sanções
Se antes havia um consenso entre a comunidade internacional a favor de sanções caso Ahmadinejad não concordasse em exportar urânio pouco enriquecido para a Turquia–, agora o panorama é de indefinição.
"O efeito do acordo tem uma posição bastante enfraquecedora da posição americana. Alguns membros muito poderosos, como a China, já anunciaram hoje (18/05) que também reconhecem o pacto", pontua Rafael Duarte Villa.
Clinton quer sançõesBildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: Clinton quer sanções
E o posicionamento dos Estados Unidos de que apresentarão, mesmo assim, as sanções para serem votadas, é muito ruim para a imagem daquele país, salienta Villa. "Isso acaba mostrando que podem existir outras intenções por trás, além do acordo em si. Porque toda essa intransigência, essa desconfiança, mostra que esses países – não só os Estados Unidos, mas também os europeus – querem sanções contra o Irã a qualquer preço."
Poder e malícia
"Ingenuidade" foi um adjetivo atribuído por alguns políticos europeus e americanos aos brasileiros que encabeçaram as negociações com o Irã. "Não acredito nisso. Os envolvidos no processo são pessoas muito experientes, vividas, como o ministro Celso Amorim. O que pode ter é, digamos, vontade de ter êxito, de se chegar a um resultado positivo", defende Luiz Felipe Lampreia.
Apesar de todo o destaque que a política externa brasileira ganhou ultimamente devido à aproximação com o Irã, o ex-ministro não acredita que a ONU possa, com isso, conceder uma vaga permanente no Conselho de Segurança. "Muito pelo contrário. Acho que, normalmente, o Brasil fica prejudicado por esse envolvimento todo porque é um envolvimento forçado, não é natural."
Lógico, ou não, Rafael Villa faz outra leitura desse envolvimento brasileiro. "Esse evento mostrou uma coisa muito importante: os EUA e os países europeus estão perdendo espaço para emergentes, como Brasil, Índia, China. Se eles já mostraram sucesso diversas vezes no aspecto comercial, agora eles mostram que conseguem utilizar sua diplomacia cooperativa para também influenciar decisões em assuntos extremamente difíceis, como armamento nuclear."
Villa acredita que, para a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, não resta outra opção a não ser desqualificar a atuação do Brasil como uma atuação ingênua. "É preciso compreender que há algo mais profundo em curso, que há a emergência de novos países nesse tipo de assunto, como a crise iraniana. E isso será cada vez mais comum."
Autora: Nádia Pontes
Revisão: Roselaine Wandscheer
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: GEOPOLÍTICA
Brasil FTW
U.S.A.
Se isso é uma política ingênua, imagina o que a gente fazia quando não tinha posição na política internacional, dar os peões pros outros países jogarem?
Sendo isso positivo ou não, mostra que a gente já pode escolher a nossa posição sobre qualquer assunto no mundo. De bomba atômica pra frente é só derrota sô.
U.S.A.
Se isso é uma política ingênua, imagina o que a gente fazia quando não tinha posição na política internacional, dar os peões pros outros países jogarem?
Sendo isso positivo ou não, mostra que a gente já pode escolher a nossa posição sobre qualquer assunto no mundo. De bomba atômica pra frente é só derrota sô.
- Franz Luiz
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Re: GEOPOLÍTICA
O Brasil não sai arranhado. Sai com a imagem fortalecida de país conciliador e defensor da paz, algo ininteligível aos detentores dos últimos 500 anos de dominação mundial.
E agora, mais do que nunca, sabemos o que esperar daqueles. O que já sabíamos.
Ponto positivo para o país e sua diplomacia, que não se omitiu. É fácil considerar-se o bom
quando não se perde, mas ao mesmo tempo também se omite.
E voltamos a mesma pergunta que não quer se calar. Israel pode? India pode? Paquistão, China pode?
Irã, Brasil, Argentina não pode?
Não que queiramos ou venhamos a ter a bomba (sou contra).
Mas não dá mais para se ter uma ONU criando diferenças. Assim não se manterá por muitos anos.
Acho que o Brasil jogou a pá de cal neste tipo de ONU atual. Alga sairá no futuro das consequências do que ocorrer
neste imbróglio EUA-Europa X Irã.
Um abraço
Franz
E agora, mais do que nunca, sabemos o que esperar daqueles. O que já sabíamos.
Ponto positivo para o país e sua diplomacia, que não se omitiu. É fácil considerar-se o bom
quando não se perde, mas ao mesmo tempo também se omite.
E voltamos a mesma pergunta que não quer se calar. Israel pode? India pode? Paquistão, China pode?
Irã, Brasil, Argentina não pode?
Não que queiramos ou venhamos a ter a bomba (sou contra).
Mas não dá mais para se ter uma ONU criando diferenças. Assim não se manterá por muitos anos.
Acho que o Brasil jogou a pá de cal neste tipo de ONU atual. Alga sairá no futuro das consequências do que ocorrer
neste imbróglio EUA-Europa X Irã.
Um abraço
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Re: GEOPOLÍTICA
No meu modo de ver, o Lamprea (Que me lembra aquelas lombrigas dos anos 60) deu mais uma bola fora. Não entendo como ainda chamam um entreguista destes a dar opinião de algo que ele nunca entendeu direito, pois nunca olhava na cara de seus oponentes pois ia logo virando e arriando as calças.
Foi um golaço do Brasil e quem saiu arranhado nesta estoria toda foram EUA, França e Reino Unido, com sua intransigência contumaz.
Também no Brasil a camarilha de FHC e PIG não gostaram nada do apedeuta ter resolvido uma crise mundial, onde já se viu? Ainda mais agora que os chifres mefistofilos do PSDB/DEM doíam a vera pela caída nas pesquisas, vem este Torneiro Mecânico resolver os problemas do mundo.
"Assim não pode... Assim não dá" By FHC
Foi um golaço do Brasil e quem saiu arranhado nesta estoria toda foram EUA, França e Reino Unido, com sua intransigência contumaz.
Também no Brasil a camarilha de FHC e PIG não gostaram nada do apedeuta ter resolvido uma crise mundial, onde já se viu? Ainda mais agora que os chifres mefistofilos do PSDB/DEM doíam a vera pela caída nas pesquisas, vem este Torneiro Mecânico resolver os problemas do mundo.
"Assim não pode... Assim não dá" By FHC
Re: GEOPOLÍTICA
Boa Noite....
Sou novo no fórum e estou pegando o bonde meio que andando.
Minha opinião a respeito da aventura brasileira no Irã é de que há um sentido mais comercial do que político, "países não tem amigos apenas interesses"; o Irã é um grande mercado consumidor e os acordos que empresários brasileiros estavam por lá discutindo envolvem o financiamento direto do governo brasileiro através do PROEX da exportação de 1 Bilhão de Euros em alimentos durante 5 anos, ou seja, o acordo nuclear serve apenas como um meio de legitimar a incursão brasileira em país vítima de sanções há décadas.
Há outros motivos mas enxergo este como sendo o principal motivo.
Abraços.
Thiago
Sou novo no fórum e estou pegando o bonde meio que andando.
Minha opinião a respeito da aventura brasileira no Irã é de que há um sentido mais comercial do que político, "países não tem amigos apenas interesses"; o Irã é um grande mercado consumidor e os acordos que empresários brasileiros estavam por lá discutindo envolvem o financiamento direto do governo brasileiro através do PROEX da exportação de 1 Bilhão de Euros em alimentos durante 5 anos, ou seja, o acordo nuclear serve apenas como um meio de legitimar a incursão brasileira em país vítima de sanções há décadas.
Há outros motivos mas enxergo este como sendo o principal motivo.
Abraços.
Thiago
"Quando se deve matar um homem, não custa nada ser gentil"
Winston Churchill
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- marcelo l.
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Re: GEOPOLÍTICA
http://drezner.foreignpolicy.com/posts/ ... supporters
If realists have a literary trope, it's talking about the decline and fall of great powers -- and Steve Walt does not disappoint in this post about, "the impending end of the Atlantic Era."
He makes a good case. The European project as we know it is in serious trouble. The United States is in much better shape. That said, there are weeks when we no longer seem like the center of the diplomatic universe. Brazil and Turkey are negotiating deals with Iran, and regionalism in the Pacific Rim seems to be passing America by.
Still, my take is that what's going on is a combination of two separate problems. If either one is fixed, then I suspect that the shift in greast power politics will not be terribly acute.
The first is the decline in the "supporters" of the U.S.-led system -- Japan and Europe. International relations theory likes to stress the importance of hegemonic states. When it comes to creating stable world orders, however, this only works when supporter states are willing to sign up (click here and here for scholarly takes on this point). I agree with Walt that, in the near term at least, both of America's principal supporters are going to be turning inward.
The second is whether the United States can adapt to this shift in the distribution of power, and here I'm on the fence. There are ways in which U.S. support for the shift from the G-8 to the G-20 showed some creative adaptation to new realities. The G-8 was overweighted towards European countries, exaggerating their influence. In shifting from the G-8 to the G-20, EU members saw their power diluted. The United States, in contrast, maintains stronger bilateral ties with each of the other G-20 members than most do with each other. If one thinks of the United States as the central node in a more networked governance arrangement, then one can see how the reforms made to date do not weaken American influence.
The thing is, this only holds if rising powers such as Brazil and India want to be supporters of a U.S.-led system, or if they want to posit an alternative. This is where some of that strategic vision and adroit diplomacy that the Obama administration allegedly possesses in ample quantities would make a difference. To date, however, that is not what I see from this administration. To be fair, they were handed a foreign policy mess, and have done an admirable job of accelerating the clean-up that began in the Bush administration's last two years. What they have not done -- yet -- is articulate a message that will win it new supporters in world politics.
The National Security Strategy is due to be rolled out any week now, and this is precisely the kind of issue it needs to address. So I'll be paying very close attention to see if the strategy document addresses this problem.
If realists have a literary trope, it's talking about the decline and fall of great powers -- and Steve Walt does not disappoint in this post about, "the impending end of the Atlantic Era."
He makes a good case. The European project as we know it is in serious trouble. The United States is in much better shape. That said, there are weeks when we no longer seem like the center of the diplomatic universe. Brazil and Turkey are negotiating deals with Iran, and regionalism in the Pacific Rim seems to be passing America by.
Still, my take is that what's going on is a combination of two separate problems. If either one is fixed, then I suspect that the shift in greast power politics will not be terribly acute.
The first is the decline in the "supporters" of the U.S.-led system -- Japan and Europe. International relations theory likes to stress the importance of hegemonic states. When it comes to creating stable world orders, however, this only works when supporter states are willing to sign up (click here and here for scholarly takes on this point). I agree with Walt that, in the near term at least, both of America's principal supporters are going to be turning inward.
The second is whether the United States can adapt to this shift in the distribution of power, and here I'm on the fence. There are ways in which U.S. support for the shift from the G-8 to the G-20 showed some creative adaptation to new realities. The G-8 was overweighted towards European countries, exaggerating their influence. In shifting from the G-8 to the G-20, EU members saw their power diluted. The United States, in contrast, maintains stronger bilateral ties with each of the other G-20 members than most do with each other. If one thinks of the United States as the central node in a more networked governance arrangement, then one can see how the reforms made to date do not weaken American influence.
The thing is, this only holds if rising powers such as Brazil and India want to be supporters of a U.S.-led system, or if they want to posit an alternative. This is where some of that strategic vision and adroit diplomacy that the Obama administration allegedly possesses in ample quantities would make a difference. To date, however, that is not what I see from this administration. To be fair, they were handed a foreign policy mess, and have done an admirable job of accelerating the clean-up that began in the Bush administration's last two years. What they have not done -- yet -- is articulate a message that will win it new supporters in world politics.
The National Security Strategy is due to be rolled out any week now, and this is precisely the kind of issue it needs to address. So I'll be paying very close attention to see if the strategy document addresses this problem.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA
http://blogs.aljazeera.net/europe/2010/ ... oure-ready
It's a great time to be in lovely Istanbul, taking in the Bosphorus and all the historic sites by foot. The scenery on Turkey's political landscape is every bit as dramatic.
Consider Turkey's statesmanship today in Tehran (along with Brazil) to try and resolve the ongoing Iranian nuclear standoff.
Or the Turkish parliament's vote over constitutional amendments.
In the backdrop lies the increasingly inconsequential issue that used to dominate news on Turkey - its long stalled bid for EU accession.
Just last week I was concentrating on this subject at a majestic retreat in Austria courtesy of the Salzburg Global Seminar.
For five days I deliberated with a group of distinguished Turkish and European diplomats, politicians, business people and scholars, all eager to explore how the Turkish accession project might conclude.
I suppose I showed my own hand when I enquired out loud, with news of Greece's financial crisis and the puzzling EU response, why Turkey should anyhow want to join?
Chatham House rules applied, so I can't say what others felt (though my hypothesis was shared). I did get an interesting "on record" insight from Turkish parliamentarian and AK party executive committee member Suat Kiniklioglu.
Until we met in Austria's verdant hills last week I was pleased to learn we had stomped the same grounds when were living "la vida think tank" in Washington DC's Dupont Circle, circa 2005.
With all of Turkey's economic successes, I asked Suat why the ruling AK party should want to continuing pursuing a membership that will mean inheriting the liabilities of 27 deeply divided countries with unequally performing economies.
Given the strength of Turkish foreign policy, its growing nexus to the global energy supply, its youthful population (etc, I could go on), why would Ankara now want to subordinate itself to a group that more resembles an aging diplomatic country club?
One important impression I gathered from the Salzburg discussions: Germany, France, and especially Austria, will never, repeat never, allow Turkey to join.
Too much bad blood, "enlargement fatigue," the excuse of domestic politics, and probably even a degree of not-so-latent ethnic discrimination.
So what's wrong with Turkey turning from its position of strength to say, 'Thanks, but no thanks!?' I can't find a compelling answer against it.
Meanwhile, I notice there are many Germans, French, and Austrians walking around the same touristic sites as me.
Too bad for them that the euro is so weak, although it will still buy you some killer street food.
It's a great time to be in lovely Istanbul, taking in the Bosphorus and all the historic sites by foot. The scenery on Turkey's political landscape is every bit as dramatic.
Consider Turkey's statesmanship today in Tehran (along with Brazil) to try and resolve the ongoing Iranian nuclear standoff.
Or the Turkish parliament's vote over constitutional amendments.
In the backdrop lies the increasingly inconsequential issue that used to dominate news on Turkey - its long stalled bid for EU accession.
Just last week I was concentrating on this subject at a majestic retreat in Austria courtesy of the Salzburg Global Seminar.
For five days I deliberated with a group of distinguished Turkish and European diplomats, politicians, business people and scholars, all eager to explore how the Turkish accession project might conclude.
I suppose I showed my own hand when I enquired out loud, with news of Greece's financial crisis and the puzzling EU response, why Turkey should anyhow want to join?
Chatham House rules applied, so I can't say what others felt (though my hypothesis was shared). I did get an interesting "on record" insight from Turkish parliamentarian and AK party executive committee member Suat Kiniklioglu.
Until we met in Austria's verdant hills last week I was pleased to learn we had stomped the same grounds when were living "la vida think tank" in Washington DC's Dupont Circle, circa 2005.
With all of Turkey's economic successes, I asked Suat why the ruling AK party should want to continuing pursuing a membership that will mean inheriting the liabilities of 27 deeply divided countries with unequally performing economies.
Given the strength of Turkish foreign policy, its growing nexus to the global energy supply, its youthful population (etc, I could go on), why would Ankara now want to subordinate itself to a group that more resembles an aging diplomatic country club?
One important impression I gathered from the Salzburg discussions: Germany, France, and especially Austria, will never, repeat never, allow Turkey to join.
Too much bad blood, "enlargement fatigue," the excuse of domestic politics, and probably even a degree of not-so-latent ethnic discrimination.
So what's wrong with Turkey turning from its position of strength to say, 'Thanks, but no thanks!?' I can't find a compelling answer against it.
Meanwhile, I notice there are many Germans, French, and Austrians walking around the same touristic sites as me.
Too bad for them that the euro is so weak, although it will still buy you some killer street food.
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: GEOPOLÍTICA
Bem vindo ao DB,MAZ543 escreveu:Boa Noite....
Sou novo no fórum e estou pegando o bonde meio que andando.
Minha opinião a respeito da aventura brasileira no Irã é de que há um sentido mais comercial do que político, "países não tem amigos apenas interesses"; o Irã é um grande mercado consumidor e os acordos que empresários brasileiros estavam por lá discutindo envolvem o financiamento direto do governo brasileiro através do PROEX da exportação de 1 Bilhão de Euros em alimentos durante 5 anos, ou seja, o acordo nuclear serve apenas como um meio de legitimar a incursão brasileira em país vítima de sanções há décadas.
Há outros motivos mas enxergo este como sendo o principal motivo.
Abraços.
Thiago
Se você ler este tópico e outros correlacinados perceberá que a questão não é comercial, apeser que também conta, até poquê dificilmente as sanções atingirá produtos agricolas. O x da questão é o nosso programa nuclear, as pressões que virão serão enormes. A bola da vez hoje é o Irã amanhã seremos nós. O Brasil está mostrando o seu lado, se querem briga, briga terão.
Abs.
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Reação negativa dos EUA preocupa Brasil
Resistência a acordo começou antes mesmo de assinatura, com telefonemas de Obama a anfitriões de Lula na Rússia e no Qatar
Brasil diz estranhar ofensiva de presidente dos EUA, já que acordo fechado com Irã atenderia a linhas definidas por carta de americano a Lula
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
Sem se manifestar desde que deixou o Irã na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem tempo para "amadurecer as reações" em torno do acordo com os iranianos (e os turcos) antes de se pronunciar.
O presidente tem dito a seus assessores mais próximos que sabe perfeitamente o alto teor de polêmica contido no acordo Irã/Brasil/Turquia. Por isso, qualquer pronunciamento acrescentaria gasolina ao incêndio, o que não interessa ao governo brasileiro.
O eixo das preocupações do Palácio do Planalto passou a ser, surpreendentemente, os Estados Unidos e sua reação.
O presidente dos EUA, Barack Obama, exerceu uma pressão "excepcional", na versão ouvida pela Folha na delegação brasileira que foi ao Irã, para que fracassasse a missão do presidente brasileiro em busca de um acordo.
Obama ficou uma hora e meia ao telefone com o presidente russo, Dmitri Medvedev, na véspera da chegada de Lula a Moscou. Em seguida, telefonou também para o premiê do Qatar, etapa seguinte da viagem da comitiva brasileira.
O presidente estranhou a ofensiva, na medida em que o acordo que estava sendo negociado com o Irã (e a Turquia) seguia estritamente as linhas de carta que Obama enviara três semanas antes a Lula.
Ou seja, sugeria que a negociação deveria passar pela troca de urânio pobremente enriquecido do Irã por urânio enriquecido a 20%, suficiente para fins civis, mas insuficiente para fabricar a bomba.
Essa troca fora proposta originalmente pela Agência Internacional de Energia Atômica, ao se reiniciar, em outubro, a negociação entre o Irã e o P5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -EUA, Rússia, China, França e Reino Unido- mais a Alemanha).
A carta também insistia em que o Irã deveria comprometer-se a obedecer rigorosamente o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear).
O documento final emitido anteontem em Teerã contém essas linhas, mas nem assim a pressão cessou.
Acordo atrasado
Lula comenta também com seus auxiliares mais diretos que percebeu já em meados do ano passado, durante a Assembleia Geral da ONU, que nenhum dos membros permanentes do Conselho de Segurança estava conversando com o Irã.
Ele próprio teve, na ocasião, um encontro com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, no qual sentiu que havia espaço para uma negociação.
Intuitivo como é e convencido de que sua experiência de negociador no movimento sindical lhe daria uma boa chance de intervir no caso levou-o ao intenso trabalho que culminou na segunda-feira.
A reação dos EUA fez a diplomacia brasileira entender que os princípios valiam para um acordo que fosse fechado seis meses atrás, não agora. Em outubro do ano passado, aconteceu a primeira rodada de negociações entre o P5+1 e o Irã, que não foi a lugar algum.
É possível que a resistência americana, agora, se deva ao cálculo que se faz nos EUA de que o Irã aumentou o seu estoque de urânio, o que tornaria a quantia acertada no acordo de segunda insuficiente para impedir o país de continuar com o programa que os ocidentais acreditam ser de fins militares.
O Brasil considera de todo modo que, apesar do avanço ontem no Conselho de Segurança da ONU, a hipótese de sanções tornou-se inviável. "Eles [os EUA] vão se dar mal, se tentarem o caminho das sanções", disse o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia. Acrescentou: "Seria moral e politicamente inaceitável".
Ele diz, também, que o dueto proposto pela secretária de Estado Hillary Clinton (negociações mas também sanções) é impraticável: "Se houver sanções, não haverá negociação. O Irã é um país muito importante para se submeter".
Resistência a acordo começou antes mesmo de assinatura, com telefonemas de Obama a anfitriões de Lula na Rússia e no Qatar
Brasil diz estranhar ofensiva de presidente dos EUA, já que acordo fechado com Irã atenderia a linhas definidas por carta de americano a Lula
CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A MADRI
Sem se manifestar desde que deixou o Irã na segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ontem tempo para "amadurecer as reações" em torno do acordo com os iranianos (e os turcos) antes de se pronunciar.
O presidente tem dito a seus assessores mais próximos que sabe perfeitamente o alto teor de polêmica contido no acordo Irã/Brasil/Turquia. Por isso, qualquer pronunciamento acrescentaria gasolina ao incêndio, o que não interessa ao governo brasileiro.
O eixo das preocupações do Palácio do Planalto passou a ser, surpreendentemente, os Estados Unidos e sua reação.
O presidente dos EUA, Barack Obama, exerceu uma pressão "excepcional", na versão ouvida pela Folha na delegação brasileira que foi ao Irã, para que fracassasse a missão do presidente brasileiro em busca de um acordo.
Obama ficou uma hora e meia ao telefone com o presidente russo, Dmitri Medvedev, na véspera da chegada de Lula a Moscou. Em seguida, telefonou também para o premiê do Qatar, etapa seguinte da viagem da comitiva brasileira.
O presidente estranhou a ofensiva, na medida em que o acordo que estava sendo negociado com o Irã (e a Turquia) seguia estritamente as linhas de carta que Obama enviara três semanas antes a Lula.
Ou seja, sugeria que a negociação deveria passar pela troca de urânio pobremente enriquecido do Irã por urânio enriquecido a 20%, suficiente para fins civis, mas insuficiente para fabricar a bomba.
Essa troca fora proposta originalmente pela Agência Internacional de Energia Atômica, ao se reiniciar, em outubro, a negociação entre o Irã e o P5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU -EUA, Rússia, China, França e Reino Unido- mais a Alemanha).
A carta também insistia em que o Irã deveria comprometer-se a obedecer rigorosamente o TNP (Tratado de Não Proliferação Nuclear).
O documento final emitido anteontem em Teerã contém essas linhas, mas nem assim a pressão cessou.
Acordo atrasado
Lula comenta também com seus auxiliares mais diretos que percebeu já em meados do ano passado, durante a Assembleia Geral da ONU, que nenhum dos membros permanentes do Conselho de Segurança estava conversando com o Irã.
Ele próprio teve, na ocasião, um encontro com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, no qual sentiu que havia espaço para uma negociação.
Intuitivo como é e convencido de que sua experiência de negociador no movimento sindical lhe daria uma boa chance de intervir no caso levou-o ao intenso trabalho que culminou na segunda-feira.
A reação dos EUA fez a diplomacia brasileira entender que os princípios valiam para um acordo que fosse fechado seis meses atrás, não agora. Em outubro do ano passado, aconteceu a primeira rodada de negociações entre o P5+1 e o Irã, que não foi a lugar algum.
É possível que a resistência americana, agora, se deva ao cálculo que se faz nos EUA de que o Irã aumentou o seu estoque de urânio, o que tornaria a quantia acertada no acordo de segunda insuficiente para impedir o país de continuar com o programa que os ocidentais acreditam ser de fins militares.
O Brasil considera de todo modo que, apesar do avanço ontem no Conselho de Segurança da ONU, a hipótese de sanções tornou-se inviável. "Eles [os EUA] vão se dar mal, se tentarem o caminho das sanções", disse o assessor presidencial Marco Aurélio Garcia. Acrescentou: "Seria moral e politicamente inaceitável".
Ele diz, também, que o dueto proposto pela secretária de Estado Hillary Clinton (negociações mas também sanções) é impraticável: "Se houver sanções, não haverá negociação. O Irã é um país muito importante para se submeter".
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Falta a química
Não que as coisas entre Estados Unidos e Brasil estejam indo mal, na vida real. Elas estão normais, evoluindo até. Outro dia assinamos um acordo militar com eles, o primeiro desde os anos 1970. Mas a sintonia entre os presidente não é a mesma de antes
Por Alon Feuerwerker
Já notei aqui que as relações entre Brasil e Estados Unidos pareciam mais azeitadas quando George W. Bush ocupava a Casa Branca e cultivava Luiz Inácio Lula da Silva como o particular progressista de estimação. Bush era um presidente de direita, e as circunstâncias do seu período no cargo reforçaram essa imagem.
A parceria entre os dois presidentes não trouxe maiores resultados práticos ao Brasil. Nós bem que fomos atrás. No primeiríssimo plano, as tentativas de concluir a Rodada Doha e de emplacar o etanol de cana como biocombustível no mercado americano.
Nada deu em nada. Ou deu em muito pouco. Lula gabava-se de ser atendido por Bush ao telefone quando quisesse (por exemplo, quando acordava “invocado”), mas a exuberância dessa laranja não resultou em muito suco.
Bush está aposentado no Texas e agora é Barack Obama. O primeiro negro na Casa Branca, o homem que mobilizou o segmento mais “liberal” (no jargão deles significa esquerdista) da sociedade americana, o político da ruptura antes impensável, o presidente das grandes preocupações sociais. Em teoria, na ideologia, muito mais próximo de Lula que o antecessor.
Ideologia nem sempre (quase nunca) é o principal instrumento a moldar as relações entre líderes.
Não que as coisas entre Estados Unidos e Brasil estejam indo mal, na vida real. Elas estão normais, evoluindo até. Outro dia assinamos um acordo militar, o primeiro desde os anos 1970. Se não fosse um petista na Presidência provavelmente o mundo teria caído. Como o governo é do PT, não caiu.
Mesmo no caso do Irã agora, a estratégia de Lula teoricamente converge para o interesse americano: o Brasil diz estar empenhado em impedir que os iranianos adquiram poderio atômico.
E não há elementos para afirmar com certeza que o Brasil esteja dissimulando. Existe no governo quem veja num Irã nuclear o desejado contraponto à influência americana na região, mas fica difícil enxergar o que Lula ganharia se passasse à História como um cavalo de Troia.
Trata-se então, sempre em tese, de arrufos entre próximos, quase iguais. Mas o desconforto é visível do lado de cá. Menos no Itamaraty e mais no Palácio do Planalto.
Um problema é Obama não precisar de Lula para fazer relações públicas em escala planetária. Outro problema é Obama ter pouquíssimo ou quase nada a oferecer no âmbito dos nossos desejos imediatos.
A Casa Branca tem procurado concentrar-se na aprovação de pontos críticos da agenda eleitoral democrata, como as reformas da Saúde e do sistema financeiro. Diante da obstrução republicana, é improvável que aceite dispersar forças só para cultivar as relações com o amigo meridional.
Insuficiente
O assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que o Brasil prefere tratar assuntos relativos aos direitos humanos de maneira discreta, quando envolvem gestões junto a governos.
Garcia tem razão. Aqui vale mais o resultado do que o barulho. Especialmente quando o excesso de barulho pode dificultar o resultado desejado.
É complicado, porém, quando regimes ditatoriais oferecem aliviar as transgressões aos direitos humanos como moeda de troca de negociações políticas. É uma forma particularmente cruel e desprezível de obter dividendos.
O Brasil pouco ou nada pode fazer para interferir nas políticas de outras nações soberanas, inclusive quando a pauta são os direitos humanos. Pode obter concessões pontuais, e quando consegue é ótimo.
Pode também procurar exercer alguma forma — mesmo que discreta — de pressão moral. Movimentos junto à opinião pública. Lula tem cacife para isso. Deveria usá-lo.
É possível pressionar sem confrontar, advertir sem humilhar, criticar sem injuriar. É também para isso que existe a diplomacia.
Garcia tem razão se a coisa for tomada pelo ângulo puramente operacional. Já pelo ângulo simbólico, Lula está no vermelho na defesa pública dos direitos humanos em certos países amigos.
Não chega a ser original. Ele não está sozinho no comportamento. Mas vale o registro.
Não que as coisas entre Estados Unidos e Brasil estejam indo mal, na vida real. Elas estão normais, evoluindo até. Outro dia assinamos um acordo militar com eles, o primeiro desde os anos 1970. Mas a sintonia entre os presidente não é a mesma de antes
Por Alon Feuerwerker
Já notei aqui que as relações entre Brasil e Estados Unidos pareciam mais azeitadas quando George W. Bush ocupava a Casa Branca e cultivava Luiz Inácio Lula da Silva como o particular progressista de estimação. Bush era um presidente de direita, e as circunstâncias do seu período no cargo reforçaram essa imagem.
A parceria entre os dois presidentes não trouxe maiores resultados práticos ao Brasil. Nós bem que fomos atrás. No primeiríssimo plano, as tentativas de concluir a Rodada Doha e de emplacar o etanol de cana como biocombustível no mercado americano.
Nada deu em nada. Ou deu em muito pouco. Lula gabava-se de ser atendido por Bush ao telefone quando quisesse (por exemplo, quando acordava “invocado”), mas a exuberância dessa laranja não resultou em muito suco.
Bush está aposentado no Texas e agora é Barack Obama. O primeiro negro na Casa Branca, o homem que mobilizou o segmento mais “liberal” (no jargão deles significa esquerdista) da sociedade americana, o político da ruptura antes impensável, o presidente das grandes preocupações sociais. Em teoria, na ideologia, muito mais próximo de Lula que o antecessor.
Ideologia nem sempre (quase nunca) é o principal instrumento a moldar as relações entre líderes.
Não que as coisas entre Estados Unidos e Brasil estejam indo mal, na vida real. Elas estão normais, evoluindo até. Outro dia assinamos um acordo militar, o primeiro desde os anos 1970. Se não fosse um petista na Presidência provavelmente o mundo teria caído. Como o governo é do PT, não caiu.
Mesmo no caso do Irã agora, a estratégia de Lula teoricamente converge para o interesse americano: o Brasil diz estar empenhado em impedir que os iranianos adquiram poderio atômico.
E não há elementos para afirmar com certeza que o Brasil esteja dissimulando. Existe no governo quem veja num Irã nuclear o desejado contraponto à influência americana na região, mas fica difícil enxergar o que Lula ganharia se passasse à História como um cavalo de Troia.
Trata-se então, sempre em tese, de arrufos entre próximos, quase iguais. Mas o desconforto é visível do lado de cá. Menos no Itamaraty e mais no Palácio do Planalto.
Um problema é Obama não precisar de Lula para fazer relações públicas em escala planetária. Outro problema é Obama ter pouquíssimo ou quase nada a oferecer no âmbito dos nossos desejos imediatos.
A Casa Branca tem procurado concentrar-se na aprovação de pontos críticos da agenda eleitoral democrata, como as reformas da Saúde e do sistema financeiro. Diante da obstrução republicana, é improvável que aceite dispersar forças só para cultivar as relações com o amigo meridional.
Insuficiente
O assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia, disse ontem que o Brasil prefere tratar assuntos relativos aos direitos humanos de maneira discreta, quando envolvem gestões junto a governos.
Garcia tem razão. Aqui vale mais o resultado do que o barulho. Especialmente quando o excesso de barulho pode dificultar o resultado desejado.
É complicado, porém, quando regimes ditatoriais oferecem aliviar as transgressões aos direitos humanos como moeda de troca de negociações políticas. É uma forma particularmente cruel e desprezível de obter dividendos.
O Brasil pouco ou nada pode fazer para interferir nas políticas de outras nações soberanas, inclusive quando a pauta são os direitos humanos. Pode obter concessões pontuais, e quando consegue é ótimo.
Pode também procurar exercer alguma forma — mesmo que discreta — de pressão moral. Movimentos junto à opinião pública. Lula tem cacife para isso. Deveria usá-lo.
É possível pressionar sem confrontar, advertir sem humilhar, criticar sem injuriar. É também para isso que existe a diplomacia.
Garcia tem razão se a coisa for tomada pelo ângulo puramente operacional. Já pelo ângulo simbólico, Lula está no vermelho na defesa pública dos direitos humanos em certos países amigos.
Não chega a ser original. Ele não está sozinho no comportamento. Mas vale o registro.
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Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Brasil e Turquia denunciarão EUA e aliados ao Conselho da ONU
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 3522,0.htm
Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 3522,0.htm
Segundo países, Washington não deu prazo para Irã implementar acordo e impôs sanções precipitadamente
BRASÍLIA- O Itamaraty não escondeu nesta terça-feira, 18, a sua indignação com a atitude dos Estados Unidos de ignorar o acordo extraído pelo Brasil e a Turquia do governo iraniano e enviar uma proposta de novas sanções contra o Irã ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Como reação, os chanceleres do Brasil e da Turquia encaminharão nesta semana uma carta a cada membro do Conselho.
No texto, que na prática funcionará como uma denúncia da posição dos Estados Unidos e aliados, Brasil e Turquia defenderão que o acordo traz exatamente os termos exigidos por essas potências e censurarão o fato de Washington não ter dado um prazo para que o Irã pudesse colocá-lo em marcha antes de colocar a máquina das sanções em ação.
"O acordo (de Teerã) é o acordo que eles propuseram. Nós (Brasil e Turquia) apenas estávamos viabilizando uma maneira de chegar ao acordo que estava sobre a mesa. Todas as dificuldades foram superadas", afirmou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. "Recusar o acordo não é uma atitude construtiva", arrematou, para em seguida admitir que essa reação poderá "melindrar" o Irã.
Segundo o chanceler, as negociações conduzidas pelas delegações turca e brasileira no último final de semana permitiram eliminar todas as resistências e novas exigências do Irã em relação à proposta de acordo de outubro do ano passado.
Conforme argumentou, o governo iraniano aceitou o depósito de 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido na Turquia em um prazo de 30 dias e o recebimento, um ano depois, dos elementos combustíveis para o reator de Teerã.
O Irã, portanto, recuou em sua exigência de que a troca fosse simultânea. Segundo Amorim, o governo iraniano também se dispôs a informar à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em uma semana sobre o acerto e a dar continuidade às negociações para a recuperação da confiança internacional na finalidade pacífica de seu programa nuclear. Da mesma forma, acatou a presença de inspetores da AIEA - imposição implícita no texto do acordo e que significa uma garantia clara de que o Irã não enriquecerá urânio a 20%.
Na avaliação de Amorim, o acordo de Teerã pode ser considerado um "passaporte para uma solução negociada e pacífica". Nesse sentido, o mínimo esperado dos EUA e de seus aliados seria uma manifestação de boa vontade, que poderia ser traduzida no prazo de pelo menos um mês para que o Irã cumprisse os termos iniciais do acordo.
"Ignorar o acordo é desprezar a busca de uma solução pacífica e negociada", declarou Amorim. "Nenhum especialista do país mais anti-Irã do mundo acha que o Irã pode fazer uma bomba atômica em um mês", reagiu.
Amorim decidiu retornar hoje a Brasília, inesperadamente. Sua agenda para os próximos dias previa a tarefa de acompanhar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula Iberoamericana, em Madri, e em visita bilateral a Lisboa. Ainda hoje, conversou com os ministros de Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, e da China, Yang Jiechi, cujos governos acataram a proposta de resolução com novas sanções ao Irã. Diante da imprensa, Amorim preferiu não confrontar com as decisões da China e da Rússia.
Insatisfação
A embaixadora do Brasil na ONU, Maria Luiza Ribeiro Viotti, também deixou claro que não ficou satisfeita com os Estados Unidos e seus aliados terem aparentemente ignorado o acordo firmado com o Irã em conjunto com a Turquia.
"O Brasil não se envolverá em nenhuma discussão sobre a resolução neste ponto porque sentimos que há uma nova situação", disse a embaixadora.
"Houve um acordo ontem que foi muito importante, acrescentou".
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Re: GEOPOLÍTICA
Parece que o único caminho que satisfaz os EUA é o da guerra, esse esboço de sanções é inaceitável para um país soberano e que acaba de fazer um acordo.
Quero ver é como vão fiscalizar os navios Iranianos em alto mar? Os Iranianos vão ficar sentados assistindo? Penso que não.
Quero ver é como vão fiscalizar os navios Iranianos em alto mar? Os Iranianos vão ficar sentados assistindo? Penso que não.
"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: GEOPOLÍTICA
Jornal: sanções ao Irã são 'bofetada' em países emergentes
19 de maio de 2010 • 08h54 • atualizado às 09h30
Um editorial do jornal britânico The Guardian afirma que a resolução proposta pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU prevendo sanções contra Teerã é uma "bofetada nos esforços de negociação" das potências emergentes.
O texto defende o acordo negociado na segunda-feira por Brasil e Turquia com o Irã. Para o jornal, o entendimento turco-brasileiro é "o mais perto que chegamos até agora do início de uma resolução" para a questão nuclear iraniana.
Por isso, diz o "Guardian", "a proposta de resolução (promovida pelos EUA) pode ser interpretada como uma bofetada das grandes potências nos esforços de negociação de outros países. Mas, em um mundo multipolar, Barack Obama não pode simplesmente fazer isso."
"A Turquia está emergindo como uma importante potência diplomática no Oriente Médio. Turquia e Brasil, o outro mediador do acordo, são membros não-permanentes do Conselho de Segurança e signatários do tratado de não-proliferação. O Japão, igualmente, compartilha o comprometimento de encontrar uma solução diplomática neste impasse com o Irã. Juntas, essas nações assumiram o papel de mediadores honestos abandonados pela Grã-Bretanha, a França e a Alemanha."
Melindre
A questão suscitou artigos incisivos nesta quarta-feira em diversos jornais estrangeiros. Na França, o matutino Le Figaro se pergunta por que a manobra iraniana "uniu as grandes potências" em torno da resolução americana, incluindo países tradicionalmente contrários às sanções, como Rússia e China.
"A realidade é que a Rússia e a China não gostaram nem um pouco que o Brasil e a Turquia se permitissem fazer um acordo nuclear com Teerã sem se dar ao trabalho de consultar Moscou e Pequim de antemão", opina o jornal.
"Chocados por uma diplomacia turco-brasileira tão desenvolta no conteúdo quanto na forma, os chineses e russos cederam (à proposta americana)."
Já alguns dos principais jornais americanos fizeram duras críticas ao Brasil e à Turquia por patrocinar o acordo com o Irã.
O The New York Times aponta que ambos os países "estão ávidos para desempenhar um maior papel internacional" e "ávidos para evitar um conflito com o Irã".
"Respeitamos estas ambições. Mas como todo mundo, eles foram manipulados por Teerã", afirma o editorial, lembrando que desde 2006 o governo iraniano "desafia as reivindicações do Conselho de Segurança de suspender seu programa nuclear".
Para o NYT, a nova resolução "provavelmente não é dura o suficiente para fazer Teerã mudar de ideia. Mas o fato de a Rússia e a China terem concordado deve gerar nervosismo entre alguns atores dentro do dividido governo iraniano."
"Brasil e Turquia deveriam se unir às outras potências e votar a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU. Mesmo antes disto, deveriam voltar a Teerã e pressionar os mulás por um acordo crível e por negociações sérias."
Ironia
Mais incisivo, o diário americano Wall Street Journal diz que o governo brasileiro aproveitou a boa vontade de Washington para entrar na negociação iraniana e "triangular sua própria solução diplomática". Para o diário financeiro, o acordo de Brasil e Turquia com o Irã foi um "fiasco" para a diplomacia Obama.
"O governo tentou se recuperar rapidamente anunciando, no dia seguinte, que havia chegado a um acordo com a Rússia e a China para sanções na ONU", afirma o editorial. O jornal diz que esta situação é um "fracasso" diplomático, que deve ser "totalmente creditado à estratégia diplomática infeliz do governo Obama".
"O duplo constrangimento é que os EUA incentivaram a diplomacia de Lula como uma maneira de angariar apoio para uma resolução de sanções na ONU. Em vez disso, Lula usou a abertura para triangular sua própria solução diplomática. Assim, em vez de EUA e Europa colocarem o Irã contra a parede, foi Ahmadinejad quem colocou Obama no canto."
Para o jornal, a política de "mão estendida" para o Irã resultou em que o Irã está hoje menos isolado diplomaticamente, e mais perto de desenvolver uma bomba atômica.
"Israel terá de considerar seriamente suas opções militares. Tal confrontação é muito mais provável hoje graças ao presidente americano, cujo principal sucesso diplomático foi convencer os vilões de que lhe falta determinação para conter suas ambições destrutivas."
19 de maio de 2010 • 08h54 • atualizado às 09h30
Um editorial do jornal britânico The Guardian afirma que a resolução proposta pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU prevendo sanções contra Teerã é uma "bofetada nos esforços de negociação" das potências emergentes.
O texto defende o acordo negociado na segunda-feira por Brasil e Turquia com o Irã. Para o jornal, o entendimento turco-brasileiro é "o mais perto que chegamos até agora do início de uma resolução" para a questão nuclear iraniana.
Por isso, diz o "Guardian", "a proposta de resolução (promovida pelos EUA) pode ser interpretada como uma bofetada das grandes potências nos esforços de negociação de outros países. Mas, em um mundo multipolar, Barack Obama não pode simplesmente fazer isso."
"A Turquia está emergindo como uma importante potência diplomática no Oriente Médio. Turquia e Brasil, o outro mediador do acordo, são membros não-permanentes do Conselho de Segurança e signatários do tratado de não-proliferação. O Japão, igualmente, compartilha o comprometimento de encontrar uma solução diplomática neste impasse com o Irã. Juntas, essas nações assumiram o papel de mediadores honestos abandonados pela Grã-Bretanha, a França e a Alemanha."
Melindre
A questão suscitou artigos incisivos nesta quarta-feira em diversos jornais estrangeiros. Na França, o matutino Le Figaro se pergunta por que a manobra iraniana "uniu as grandes potências" em torno da resolução americana, incluindo países tradicionalmente contrários às sanções, como Rússia e China.
"A realidade é que a Rússia e a China não gostaram nem um pouco que o Brasil e a Turquia se permitissem fazer um acordo nuclear com Teerã sem se dar ao trabalho de consultar Moscou e Pequim de antemão", opina o jornal.
"Chocados por uma diplomacia turco-brasileira tão desenvolta no conteúdo quanto na forma, os chineses e russos cederam (à proposta americana)."
Já alguns dos principais jornais americanos fizeram duras críticas ao Brasil e à Turquia por patrocinar o acordo com o Irã.
O The New York Times aponta que ambos os países "estão ávidos para desempenhar um maior papel internacional" e "ávidos para evitar um conflito com o Irã".
"Respeitamos estas ambições. Mas como todo mundo, eles foram manipulados por Teerã", afirma o editorial, lembrando que desde 2006 o governo iraniano "desafia as reivindicações do Conselho de Segurança de suspender seu programa nuclear".
Para o NYT, a nova resolução "provavelmente não é dura o suficiente para fazer Teerã mudar de ideia. Mas o fato de a Rússia e a China terem concordado deve gerar nervosismo entre alguns atores dentro do dividido governo iraniano."
"Brasil e Turquia deveriam se unir às outras potências e votar a favor da resolução do Conselho de Segurança da ONU. Mesmo antes disto, deveriam voltar a Teerã e pressionar os mulás por um acordo crível e por negociações sérias."
Ironia
Mais incisivo, o diário americano Wall Street Journal diz que o governo brasileiro aproveitou a boa vontade de Washington para entrar na negociação iraniana e "triangular sua própria solução diplomática". Para o diário financeiro, o acordo de Brasil e Turquia com o Irã foi um "fiasco" para a diplomacia Obama.
"O governo tentou se recuperar rapidamente anunciando, no dia seguinte, que havia chegado a um acordo com a Rússia e a China para sanções na ONU", afirma o editorial. O jornal diz que esta situação é um "fracasso" diplomático, que deve ser "totalmente creditado à estratégia diplomática infeliz do governo Obama".
"O duplo constrangimento é que os EUA incentivaram a diplomacia de Lula como uma maneira de angariar apoio para uma resolução de sanções na ONU. Em vez disso, Lula usou a abertura para triangular sua própria solução diplomática. Assim, em vez de EUA e Europa colocarem o Irã contra a parede, foi Ahmadinejad quem colocou Obama no canto."
Para o jornal, a política de "mão estendida" para o Irã resultou em que o Irã está hoje menos isolado diplomaticamente, e mais perto de desenvolver uma bomba atômica.
"Israel terá de considerar seriamente suas opções militares. Tal confrontação é muito mais provável hoje graças ao presidente americano, cujo principal sucesso diplomático foi convencer os vilões de que lhe falta determinação para conter suas ambições destrutivas."
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: GEOPOLÍTICA
Acabou exatamente como o previsto, embora mais rápido do que o esperado. Ninguém pode enriquecer urânio se estiver fora do clubinho.