GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Eu achei este video no Youtube, achei interessante os numeros das 2 marinhas, me parece que a CHINA esta preocupada em encrementar seu poderio Naval eos EUA estão com frio na espinha....
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Re: GEOPOLÍTICA
WalterGaudério escreveu:Então e isso. Os americanos teriam que invadir o Paquistão e punir não só os terroristas mas tb elementos do governo paquistanês, considerados "não cooperativos..."kurgan escreveu:07/05/2010 - 21h03
Hillary adverte Paquistão das "consequências" caso não ajude
Washington, 7 mai (EFE).- A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, disse que o Governo do Paquistão foi advertido das "consequências severas" caso um atentado como o fracassado em Times Square prosperasse e fosse determinado que se originou nesse país.
Em entrevista no programa "60 minutos", da rede de televisão "CBS", Hillary defendeu os esforços do Governo paquistanês na luta antiterrorista.
A secretária de Estado assegurou que os Estados Unidos receberam "muito mais cooperação" de Islamabad que no ano passado, quando ela criticou o país duramente no Congresso por não fazer o suficiente para combater os insurgentes e extremistas e concentrar-se unicamente na Índia.
"Tenho que defender os esforços do Governo do Paquistão. Recebemos muito mais cooperação e vimos realmente uma mudança de fundo no compromisso do Governo paquistanês", assegurou.
O Governo do presidente Barack Obama está em contato permanente com o Paquistão para que colabore na investigação do atentado fracassado do fim de semana passado em Nova York.
Os EUA investigam os vínculos com o Paquistão do suspeito de ter colocado um carro-bomba no fim de semana passado na Times Square, Faizal Shahzad, e se o ataque foi organizado ou dirigido do país.
Shahzad, de 30 anos, confessou ter recebido treinamento com explosivos em um acampamento da região paquistanesa de Waziristão, reduto dos talibãs.
Hillary disse que Washington "deixou muito claro que - acrescentou -, Deus não permita, mas se um atentado como este que nos conduz ao Paquistão tivesse prosperado, então haveria consequências muito severas".
A secretária de Estado assinalou, além disso, que desde que a relação com o Paquistão melhorou, os resultados foram encorajadores.
"Também temos uma relação entre nossas Forças Armadas, os serviços de inteligência e Governos muito melhor que antes", explicou, para acrescentar que no passado houve um "jogo duplo" no qual os paquistaneses "falaram" muito, mas produziram poucos resultados.
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noti ... ajude.jhtm
Ainda bem que o Paquistão é amigo dos americanos, imagina se...
MUI AMIGOS !!!!
Vai la ! Vai La!! Esta esperando o que, Alquaeda ter as armas atômicas do Paquistão operativas nas terras sacras do Tio Sam ??
Tem que fazer esta guerra preventiva imediatamente, e mostrar que tem fígado de invadir país com as Atômicas... tanto no fim serão as tuas tropas a morrer, não as do meu Brasil... então, te dou toda a força para esta tua luta pela Justiça, Liberdade e Democracia...
Certamente as repercussões seriam imprevisíveis, mas pelo menos nós tiraria da MIRA deles como a "Bola da Vez", coisa clara naquela reportagem do DER SPIEGEL, là no Pressões nucleares contra o Brasil.
Valeu, e eu quero mesmo que entrem no Paquistão com todo o Gás, como fizeram na Coréia, no Vietnam, no Iraque, no Afeganistão... pois assim ganhamos tempo, aqui no Brasil !!
- Viktor Reznov
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Re: GEOPOLÍTICA
Cresceram e viram que todo aquele barulho que faziam era vazio de razões, em parte. Hoje fazem uma oposição mais racional à guerra.Bolovo escreveu:Eu tava pensando nisso esses dias. Foi um inferno político o período do Vietnã, foi um escandalo, teve os protestos e tal. Agora os americanos tem uma guerra eu acho que até pior (por causa do motivo) e não fazem nada, ficam todos acomodados esperando o tempo passar. Mas o que aconteceu com o povo dos anos 60??!Enlil escreveu:Apesar de várias ressalvas, respeito dois presidentes americanos: Roosevelt e Eisenhower. O discurso de Eisenhower em sua despedida da presidência deveria ser visto por todos aqueles q tem uma fé cega no "sonho americano" e nas "boas intenções" de sua política externa; ele já alertava naquela época na ascenção de uma sombra ao Estado chamada complexo industrial-militar, q junto com as corporações financeiras agem como uma força política e econômica q matiza a política de Estado dos EUA. Falou isso "apenas" com a autoridade de quem comandou a guerra americana na Europa Ocidental durante a Segunda Guerra Mundial e foi presidente dos EUA por 8 anos, no auge de uma política de banalização nuclear.
Só há interesses, poucos países no mundo conseguem ter uma política de Estado tão intensamente hipócrita e oportunista.
Infelizmente a sociedade americana passa por uma intensa fase de acomodação, uma letargia sem presedentes nos últimos 30 anos, é impressionante como uma nação inteira (salvo alguns) apoiou a guerra mais promíscua desse século no Iraque enquanto todo o mundo sabia do óbvio; ou a passividade frente uma crise q levou milhões de cidadãos comuns a bancarrota enquanto o governo simplesmente salvou os especuladores q criaram a crise.
Esse é os EUA do sonho americano:
O de hoje não passa de um espantalho de hipocrisia, prepotência, oportunismo e q acha q o resto do mundo existe somente para servi-lo.
Essa sociedade deveria se perguntar: porque nos odeiam?...
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Re: GEOPOLÍTICA
Se é funcional eu não sei, mas não anda dando muito certo.Cross escreveu:Cresceram e viram que todo aquele barulho que faziam era vazio de razões, em parte. Hoje fazem uma oposição mais racional à guerra.
"Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu."
Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: GEOPOLÍTICA
Atualizado em 8 de maio, 2010 - 19:24 (Brasília) 22:24 GMT
Gates quer Pentágono que economize US$ 10 bilhões
O secretário de Defesa americano, Robert Gates, disse neste sábado desejar economizar mais de US$ 10 bilhões do orçamento do Pentágono que considera mal aproveitados.
Ele afirmou que custos administrativos correspondem a cerca de 40% do orçamento do departamento de Defesa e que a economia deve ser revertida para as tropas americanas que combatem no Afeganistão e Iraque.
A meta é transferir de 2% a 3% do que é gasto internamente para as frentes de combate, dinheiro "necessário para sustentar o poderio militar americano e nos prepararmos para um futuro incerto”.
O jornal americano The New York Times diz que, embora a quantia pareça pequena perto do orçamento de US$ 550 bilhões do Pentágono para o ano que vem, a proposta de cortes deve enfrentar resistência dentro do departamento.
Aniversário
Gates disse que todos os aspectos da estrutura interna do Pentágono devem ser reexaminados, como por exemplo os altos custos com saúde.
"Os custos com saúde estão comendo vivo o departamento de Defesa", disse ele.
Gates questiou também por que, duas décadas após o colapso da União Soviética, os EUA mantêm "ainda mais de 40 generais, almirantes ou equivalentes civis baseados no continente" europeu.
O secretário de Defesa fez as declarações no dia do aniversário de 65 anos da vitória dos aliados na Europa, durante a 2ª Guerra Mundial. Gates assumiu a pasta durante a administração de George W. Bush e aceitou permanecer até o final deste ano por pedido do atual presidente, Barack Obama.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_rc.shtml
Gates quer Pentágono que economize US$ 10 bilhões
O secretário de Defesa americano, Robert Gates, disse neste sábado desejar economizar mais de US$ 10 bilhões do orçamento do Pentágono que considera mal aproveitados.
Ele afirmou que custos administrativos correspondem a cerca de 40% do orçamento do departamento de Defesa e que a economia deve ser revertida para as tropas americanas que combatem no Afeganistão e Iraque.
A meta é transferir de 2% a 3% do que é gasto internamente para as frentes de combate, dinheiro "necessário para sustentar o poderio militar americano e nos prepararmos para um futuro incerto”.
O jornal americano The New York Times diz que, embora a quantia pareça pequena perto do orçamento de US$ 550 bilhões do Pentágono para o ano que vem, a proposta de cortes deve enfrentar resistência dentro do departamento.
Aniversário
Gates disse que todos os aspectos da estrutura interna do Pentágono devem ser reexaminados, como por exemplo os altos custos com saúde.
"Os custos com saúde estão comendo vivo o departamento de Defesa", disse ele.
Gates questiou também por que, duas décadas após o colapso da União Soviética, os EUA mantêm "ainda mais de 40 generais, almirantes ou equivalentes civis baseados no continente" europeu.
O secretário de Defesa fez as declarações no dia do aniversário de 65 anos da vitória dos aliados na Europa, durante a 2ª Guerra Mundial. Gates assumiu a pasta durante a administração de George W. Bush e aceitou permanecer até o final deste ano por pedido do atual presidente, Barack Obama.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... o_rc.shtml
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Re: GEOPOLÍTICA
coréia do sul seguindo o mesmo caminho...Marino escreveu:China negocia terras para soja e milho no Brasil
Presidente da maior estatal chinesa do setor agrícola admite interesse em cultivar grãos no País e
já investe em 40 países com atividades de produção
Jamil Chade, CORRESPONDENTE, GENEBRA - O Estado de S.Paulo
Hyundai quer comprar terras no Brasil
Empresa negocia com governos de PI, MA, TO e BA 10 mil hectares para plantar soja; objetivo é exportar para a Coreia
Pelo menos outros nove grupos de países asiáticos visitaram o país em busca de terras, investimento considerado estratégico
ESTELITA HASS CARAZZAI
LUIZA BANDEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Executivos da empresa sul-coreana Hyundai negociam com governos estaduais a compra de terra no Brasil com o objetivo de plantar e exportar soja para a Coreia do Sul. Representantes da empresa visitaram o Piauí na semana passada e, em junho, terão reuniões com os governos do Maranhão, do Tocantins e da Bahia.
Os coreanos querem comprar 10 mil hectares no Brasil, mas ainda não têm prazo para fechar o negócio. Segundo o diretor da Hyundai Corporation no Brasil, Gi-Seob Kim, o projeto é "muito recente". Essa não é a única investida de orientais no agronegócio brasileiro.
Desde o início do ano, ao menos mais nove grupos, entre coreanos, chineses e indonésios, visitaram o país em busca de terra para plantio e exportação.
O investimento é tido como estratégico para garantir o suprimento de alimentos a esses países, que têm grande população e pouca área agricultável.
A Coreia do Sul, por exemplo, tem apenas 0,6% da terra agricultável que existe no Brasil. A área, pouco menor que o Sergipe, tem de abastecer população de 48,5 milhões de pessoas. Segundo Gi-Seob Kim, várias empresas do país têm comprado terras no exterior para exportar alimentos já há alguns anos.
A própria Hyundai é um exemplo: em 2009, a empresa comprou 10 mil hectares na Rússia para plantar soja e milho. Em abril deste ano, ocorreu a primeira colheita: foram 4.500 toneladas de soja e 2.000 toneladas de milho -tudo exportado para a Coreia do Sul.
Segundo Gi-Seob, a ideia é reproduzir esse mesmo projeto no Brasil. Aqui, a empresa quer plantar exclusivamente soja, um dos principais insumos da indústria de alimentos, e colher 50 mil toneladas do produto por ano, sendo que parte dele deve ser processada localmente antes de ser exportado. O volume corresponde a 4% do total de soja que a Coreia importa.
China
Apesar da investida coreana, os maiores interessados na compra de terras no Brasil têm sido os chineses, os maiores importadores de soja do mundo.
Segundo o diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Kevin Tang, nos últimos meses seis grupos chineses demonstraram interesse em comprar terras no Brasil -três deles com participação estatal.
Embora não possa revelar as empresas nem os locais de investimento, Tang diz que o foco dos empresários é o Nordeste, onde as terras são mais baratas.
O oeste da Bahia e o sul do Maranhão e do Piauí são apontados como locais preferenciais para investimento. No Piauí, diz o governo estadual, há 8 milhões de hectares disponíveis.
O governo da Bahia, de olho na oportunidade, levará à China nesta semana uma delegação de empresários para prospectar negócios em agricultura.
Segundo Tang, a intenção dos chineses não é só garantir suprimento, mas também assegurar que o país não fique à mercê das tradings do setor e possa ter mais controle sobre a cotação das commodities.
Fonte: Folha de SP
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
China de olho no minério brasileiro
Ubirajara Loureiro, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - A temporada de caça está aberta, e vai continuar por muito tempo: de olho no suprimento de suas necessidades de matéria-prima, a China está em plena ofensiva de aquisição de mineradoras brasileiras. Assim, para manter suas taxas de crescimento econômico sem paralelo, partiu para garantir o suprimento nas fontes de origem, e já fechou pelo menos três grandes compras de jazidas de ferro no Brasil.
País que mais cresce no mundo, a China consome 1,3 bilhão de toneladas de minério de ferro por ano, mas tem uma produção de apenas 350 milhões de toneladas.
Com a crise que derrubou as cotações do minério de ferro no mundo em 2008, o país chegou a estabelecer contratos de preço fixo, com prazo de um ano, obtendo condições favorecidas para garantir o suprimento de um insumo estratégico.
Mas agora a China está sendo obrigada a renegociar preços, até 100% maiores, e prazos em condições mais difíceis. E enfrenta as três gigantes mundiais do ferro – a Vale e as australianas BHP e Rio Tinto.
As três detêm nada menos do que 80% da produção mundial de minério de ferro, e, já fora do olho do furacão da crise, que deprimiu o mercado de commodities, com queda da ordem de 30% em volumes e preços, têm melhores condições para chegarem a cotações mais elevadas, e os reajustes já são trimestrais.
Nessas condições, a estratégia chinesa foi partir para a compra de mineradoras. Há meses, foi fechada com o grupo Votorantim operação que resultou no controle da Sul Americana de Metais (SAM), por US$ 390 milhões.
A SAM é detentora de reservas minerais da ordem de 2,8 bilhões de toneladas
O negócio foi fechado pela Honbridge, holding sediada em Hong Kong, representando o Xinwen Mining Group, grande produtora de minério de ferro, e a siderúrgica gigante Shandong Iron and Steel. O potencial é de produção de 25 milhões de toneladas/ano.
O projeto prevê a construção de unidade de beneficiamento em Grão Mogol (MG), e de um mineroduto de 500 km até Ilheus, na Bahia, com investimentos de US$ 2,58 bilhões.
A maior operação no Brasil, entretanto, ocorreu em março, com a compra de 100% da Itaminas Comércio de Minérios, empresa com mais de meio século de atuação, dona de reservas estimadas em 1,3 bilhão de toneladas, em Sarzedo, perto de Belo Horizonte. O preço foi de US$ 1,2 bilhão. O comprador foi o Birô de Exploração e Desenvolvimento Mineral do leste da China (ECE).
O plano é elevar a produção dos atuais 3 milhões de toneladas/ano para 25 milhões de toneladas anuais. Mas isto parece ser apenas uma fase inicial de operação que concorrerá com a produção nacional. Shao Yi, diretor do grupo ECE, admitiu que várias siderúrgicas chinesas estão interessadas em parceria no negócio. E que há planos para parcerias com outras empresas brasileiras do setor.
Na mesma linha, a siderúrgica Wuhan Iron and Steel Company (Wisco) anunciou a compra de 21,5% do capital da mineradora MMX, do empresário Eike Batista, por US$ 400 milhões. O negócio inclui a construção de uma usina de US$ 5 bilhões junto ao Porto do Açu, no Rio de Janeiro.
O apetite do Wisco não foi saciado com esta operação: estão em curso entendimentos com a Passagem Mineração S/A (Pamin), de Mariana, em Minas Gerais, dona dos ativos minerários da no Morro de Santana, com reservas de 750 milhões de toneladas de itabirito, com teor de 55% de minérios de ferro.
A negociação da jazida com o grupo Wisco deve ser concluída em três meses e envolverá a construção, pela Wisco, de uma usina de aços especiais nos arredores da cidade, o que tornaria os chineses concorrentes diretos da multinacional de origem indiana ArcelorMittal, que opera em Timóteo (MG).
============================================================
País tem estratégia agressiva contra eventual alta de preços
O interesse dos chineses em verticalizar a cadeia produtiva minero-siderúrgica em Mariana, segundo Walter Rodrigues Filho, da Pamin, demonstra que a estratégia do país asiático vai além de aumentar a produção própria de minério.
– A aquisição de ativos minerários em outros países prova que a preocupação deles é se proteger de eventuais altas no preço do insumo – explicou.
Marco Polo de Mello Lopes, presidente-excutivo do Instituto Aço Brasil (que sucedeu o Instituto Brasileiro de Siderurgia) analisa a ofensiva compradora chinesa como decorrência natural da concentração de empresas, no Brasil e no mundo.
Num passado relativamente recente, explica Mello Lopes, no Brasil existiam grandes mineradoras, como Samarco, Samitri, Ferteco, Soicomex. Hoje, a grande mineradora é a Vale, que com a BHP e a Rio Tinto, domina o mercado mundial. Houve um processo de verticalização da produção, e a China não é diferente. Está buscando este tipo de ativo em todo o mundo para assegurar sua produção.
O presidente-executivo do Aço Brasil destaca ainda que, de um modo geral, os países desenvolvidos, em geral, estão migrando em direção das nações em desenvolvimento devido a questões trabalhistas e ambientais que oneram seus processos de produção. A busca pelo ativo mina é perfeitamente normal, piois quem precisa de matéria-prima estratégica fica muito inseguro diante das oscilações cíclicas no mercado internacional.
Analista de mineração e siderurgia da Corretora Geração Futuro, Rafael Weber encara que o movimento comprador chinês ajudará a valorizar os ativos nacionais.
Para Weber, as aquisições chinesas no Brasil restringem-se a minas de pouca capacidade. E opina que a expansão chinesa seria maior em minas situadas na África.
O analista destaca também que a localização de siderúrgicas próximas da costa chinesa é indício de que o país pretende suprir suas necessidades com minério do exterior.
A estratégia expansionista chinesa na mineração de ferro além de suas fronteiras é confirmada por Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China.
– As empresas chinesas vão continuar comprando minas de minério no Brasil, como forma de suprir as gigantescas necessidades de matéria-prima da China. A demanda chinesa contribuiu para o crescimento do Brasil, ajudou o país a acumular riquezas e divisas. Além disso, a compra de empresas ou de participação em grupos brasileiros fortalece o mercado interno com empregos e o lucro é taxado quando enviado para a China – diz Tang.
Ubirajara Loureiro, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - A temporada de caça está aberta, e vai continuar por muito tempo: de olho no suprimento de suas necessidades de matéria-prima, a China está em plena ofensiva de aquisição de mineradoras brasileiras. Assim, para manter suas taxas de crescimento econômico sem paralelo, partiu para garantir o suprimento nas fontes de origem, e já fechou pelo menos três grandes compras de jazidas de ferro no Brasil.
País que mais cresce no mundo, a China consome 1,3 bilhão de toneladas de minério de ferro por ano, mas tem uma produção de apenas 350 milhões de toneladas.
Com a crise que derrubou as cotações do minério de ferro no mundo em 2008, o país chegou a estabelecer contratos de preço fixo, com prazo de um ano, obtendo condições favorecidas para garantir o suprimento de um insumo estratégico.
Mas agora a China está sendo obrigada a renegociar preços, até 100% maiores, e prazos em condições mais difíceis. E enfrenta as três gigantes mundiais do ferro – a Vale e as australianas BHP e Rio Tinto.
As três detêm nada menos do que 80% da produção mundial de minério de ferro, e, já fora do olho do furacão da crise, que deprimiu o mercado de commodities, com queda da ordem de 30% em volumes e preços, têm melhores condições para chegarem a cotações mais elevadas, e os reajustes já são trimestrais.
Nessas condições, a estratégia chinesa foi partir para a compra de mineradoras. Há meses, foi fechada com o grupo Votorantim operação que resultou no controle da Sul Americana de Metais (SAM), por US$ 390 milhões.
A SAM é detentora de reservas minerais da ordem de 2,8 bilhões de toneladas
O negócio foi fechado pela Honbridge, holding sediada em Hong Kong, representando o Xinwen Mining Group, grande produtora de minério de ferro, e a siderúrgica gigante Shandong Iron and Steel. O potencial é de produção de 25 milhões de toneladas/ano.
O projeto prevê a construção de unidade de beneficiamento em Grão Mogol (MG), e de um mineroduto de 500 km até Ilheus, na Bahia, com investimentos de US$ 2,58 bilhões.
A maior operação no Brasil, entretanto, ocorreu em março, com a compra de 100% da Itaminas Comércio de Minérios, empresa com mais de meio século de atuação, dona de reservas estimadas em 1,3 bilhão de toneladas, em Sarzedo, perto de Belo Horizonte. O preço foi de US$ 1,2 bilhão. O comprador foi o Birô de Exploração e Desenvolvimento Mineral do leste da China (ECE).
O plano é elevar a produção dos atuais 3 milhões de toneladas/ano para 25 milhões de toneladas anuais. Mas isto parece ser apenas uma fase inicial de operação que concorrerá com a produção nacional. Shao Yi, diretor do grupo ECE, admitiu que várias siderúrgicas chinesas estão interessadas em parceria no negócio. E que há planos para parcerias com outras empresas brasileiras do setor.
Na mesma linha, a siderúrgica Wuhan Iron and Steel Company (Wisco) anunciou a compra de 21,5% do capital da mineradora MMX, do empresário Eike Batista, por US$ 400 milhões. O negócio inclui a construção de uma usina de US$ 5 bilhões junto ao Porto do Açu, no Rio de Janeiro.
O apetite do Wisco não foi saciado com esta operação: estão em curso entendimentos com a Passagem Mineração S/A (Pamin), de Mariana, em Minas Gerais, dona dos ativos minerários da no Morro de Santana, com reservas de 750 milhões de toneladas de itabirito, com teor de 55% de minérios de ferro.
A negociação da jazida com o grupo Wisco deve ser concluída em três meses e envolverá a construção, pela Wisco, de uma usina de aços especiais nos arredores da cidade, o que tornaria os chineses concorrentes diretos da multinacional de origem indiana ArcelorMittal, que opera em Timóteo (MG).
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País tem estratégia agressiva contra eventual alta de preços
O interesse dos chineses em verticalizar a cadeia produtiva minero-siderúrgica em Mariana, segundo Walter Rodrigues Filho, da Pamin, demonstra que a estratégia do país asiático vai além de aumentar a produção própria de minério.
– A aquisição de ativos minerários em outros países prova que a preocupação deles é se proteger de eventuais altas no preço do insumo – explicou.
Marco Polo de Mello Lopes, presidente-excutivo do Instituto Aço Brasil (que sucedeu o Instituto Brasileiro de Siderurgia) analisa a ofensiva compradora chinesa como decorrência natural da concentração de empresas, no Brasil e no mundo.
Num passado relativamente recente, explica Mello Lopes, no Brasil existiam grandes mineradoras, como Samarco, Samitri, Ferteco, Soicomex. Hoje, a grande mineradora é a Vale, que com a BHP e a Rio Tinto, domina o mercado mundial. Houve um processo de verticalização da produção, e a China não é diferente. Está buscando este tipo de ativo em todo o mundo para assegurar sua produção.
O presidente-executivo do Aço Brasil destaca ainda que, de um modo geral, os países desenvolvidos, em geral, estão migrando em direção das nações em desenvolvimento devido a questões trabalhistas e ambientais que oneram seus processos de produção. A busca pelo ativo mina é perfeitamente normal, piois quem precisa de matéria-prima estratégica fica muito inseguro diante das oscilações cíclicas no mercado internacional.
Analista de mineração e siderurgia da Corretora Geração Futuro, Rafael Weber encara que o movimento comprador chinês ajudará a valorizar os ativos nacionais.
Para Weber, as aquisições chinesas no Brasil restringem-se a minas de pouca capacidade. E opina que a expansão chinesa seria maior em minas situadas na África.
O analista destaca também que a localização de siderúrgicas próximas da costa chinesa é indício de que o país pretende suprir suas necessidades com minério do exterior.
A estratégia expansionista chinesa na mineração de ferro além de suas fronteiras é confirmada por Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China.
– As empresas chinesas vão continuar comprando minas de minério no Brasil, como forma de suprir as gigantescas necessidades de matéria-prima da China. A demanda chinesa contribuiu para o crescimento do Brasil, ajudou o país a acumular riquezas e divisas. Além disso, a compra de empresas ou de participação em grupos brasileiros fortalece o mercado interno com empregos e o lucro é taxado quando enviado para a China – diz Tang.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: GEOPOLÍTICA
France, Germany Forced Greece to Buy Arms: MEP
AGENCE FRANCE-PRESSE
Published: 7 May 2010 11:15
PARIS - France and Germany, while publicly urging Greece to make harsh public spending cuts, bullied its government to confirm billions of euros in arms deals, a leading Euro-MP alleged Friday.
Franco-German lawmaker Daniel Cohn-Bendit said that Paris and Berlin are seeking to force Prime Minister George Papandreou to spend Greece's scarce cash on submarines, a fleet of warships, helicopters and war planes.
"I met Mr. Papandreou last week. I was in Athens. I've known him for a long time," Cohn-Bendit told reporters, accusing Germany's Chancellor Angela Merkel and France's President Nicolas Sarkozy of blackmailing his friend.
Cohn-Bendit accused France and Germany of making their contributions to an IMF-led rescue package for the debt-ridden Greek economy contingent on Athens honoring massive arms deals signed by Papandreou's predecessor.
"It's incredible the way the Merkels and Sarkozys of this world treat a Greek prime minister," he declared, adding that Papandreou had recently met Sarkozy and French Prime Minister Francois Fillon in Paris.
"Mr. Fillon and Mr. Sarkozy told Mr. Papandreou: 'We're going to raise the money to help you, but you are going to have to continue to pay the arms contracts that we have with you'," Cohn-Bendit said.
"In the past three months we have forced Greece to confirm several billion dollars in arms contracts. French frigates that the Greeks will have to buy for 2.5 billion euros. Helicopters, planes, German submarines."
Despite its economic woes, which recently deepened spectacularly when its credit rating was downgraded, Greece is one of Europe's biggest arms buyers, seeking to keep pace with its regional rival Turkey.
Cohn-Bendit, a former leader of the 1968 student revolt in Paris, is leader of the Green group in the European parliament.
AGENCE FRANCE-PRESSE
Published: 7 May 2010 11:15
PARIS - France and Germany, while publicly urging Greece to make harsh public spending cuts, bullied its government to confirm billions of euros in arms deals, a leading Euro-MP alleged Friday.
Franco-German lawmaker Daniel Cohn-Bendit said that Paris and Berlin are seeking to force Prime Minister George Papandreou to spend Greece's scarce cash on submarines, a fleet of warships, helicopters and war planes.
"I met Mr. Papandreou last week. I was in Athens. I've known him for a long time," Cohn-Bendit told reporters, accusing Germany's Chancellor Angela Merkel and France's President Nicolas Sarkozy of blackmailing his friend.
Cohn-Bendit accused France and Germany of making their contributions to an IMF-led rescue package for the debt-ridden Greek economy contingent on Athens honoring massive arms deals signed by Papandreou's predecessor.
"It's incredible the way the Merkels and Sarkozys of this world treat a Greek prime minister," he declared, adding that Papandreou had recently met Sarkozy and French Prime Minister Francois Fillon in Paris.
"Mr. Fillon and Mr. Sarkozy told Mr. Papandreou: 'We're going to raise the money to help you, but you are going to have to continue to pay the arms contracts that we have with you'," Cohn-Bendit said.
"In the past three months we have forced Greece to confirm several billion dollars in arms contracts. French frigates that the Greeks will have to buy for 2.5 billion euros. Helicopters, planes, German submarines."
Despite its economic woes, which recently deepened spectacularly when its credit rating was downgraded, Greece is one of Europe's biggest arms buyers, seeking to keep pace with its regional rival Turkey.
Cohn-Bendit, a former leader of the 1968 student revolt in Paris, is leader of the Green group in the European parliament.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
Quanto a compra de terras para exportação. È apenas um negocio que tem que se ver com cuidado, usar a terra pra mandar o produto extremamente barato é ruim pro país que apesar da terra produtiva acaba ficando com lucro baixo na região. Mas com certos ajustes da pra lucrar normalmente e força-los a vender internamente em emergencia é uma arma que todo o governo tem.
Quanto a de minerios a muito tempo o Brasi deveria ja estar intensificando suas siderurgicas pra baixar sua exportação de minerio de ferro e aumentar a sua de aço, mais caro e com demanda tão ou mais alta que o ferro. Pois aço não so a china exige, como todo país que tem grandes obras em andamento. (Mundo todo quase).
Ao menos é bom saber que o Brasil ta de olho nos 2 casos e vai olhar com cuidado.
Quanto a de minerios a muito tempo o Brasi deveria ja estar intensificando suas siderurgicas pra baixar sua exportação de minerio de ferro e aumentar a sua de aço, mais caro e com demanda tão ou mais alta que o ferro. Pois aço não so a china exige, como todo país que tem grandes obras em andamento. (Mundo todo quase).
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Re: GEOPOLÍTICA
do área militar
Guerra dos seis dias, ainda em aberto
Jornal egípcio acusa Israel de crimes de guerra
06.05.2010
Em notícia publicada na imprensa egípcia, nesta quarta-feira, o exército de Israel é acusado de ter executado dezenas de prisioneiros egípcios durante a guerra dos seis dias em 1967.
Segundo aquela fonte, terão sido obtidas novas provas da existência de valas comuns utilizadas para enterrar os corpos. Essas evidências são compostas por testemunhos gravados, de beduínos que terão presenciado os alegados crimes no deserto.
Segundo aqueles, os soldados egípcios terão sido mortos após se terem rendido e entregue as armas.
Pelo menos 45 militares egípcios teriam segundo aquela fonte sido mortos pelas forças do exército de Israel na região central do deserto do Sinai, área que foi completamente tomada numa ofensiva relâmpago das forças armadas de Israel que ocorreu em 1967 e que ficou conhecida como guerra dos seis dias.
O deserto do Sinai estará – também segundo a mesma fonte – pejado de sepulturas resultado da morte de prisioneiros, que os soldados israelitas terão morto durante o seu avanço.
Acusação antiga
Este tipo de acusação não é uma novidade e várias vezes têm surgido relatos sobre a possibilidade de as tropas do exército de Israel terem morto prisioneiros egípcios durante a sua arrancada fulminante até ao canal de Suez.
No entanto, as fontes deste tipo de notícia são normalmente relacionadas com meios da oposição ao governo do Cairo, que pretendem de alguma forma embaraçar o governo egípcio, acusando-o de nada fazer para investigar as alegações.
O deserto do Sinai foi devolvido por Israel ao Egipto após os acordos de Camp David em 17 de Setembro de 1978.
A possibilidade de as tropas de Israel terem cometido este tipo de crime não é comprovada por nenhuma prova substancial, no entanto uma análise circunstancial da evolução da movimentação de tropas durante a guerra dos seis dias, não permite negar a possibilidade.
O avanço das forças de Israel foi fulminante e em todo o tipo de avanço muito rápido, as linhas tanto de defesa como de abastecimento do atacante são geralmente muito ténues.
Israel não possuía uma grande força de retaguarda e as áreas do deserto que estava a ocupar em apenas seis dias eram enormes quando comparadas com as áreas restritas do Estado de Israel.
O exército israelita não possuía o numero suficiente de tropas para policiar todo o Sinai, quando os avanços e os combates ainda decorriam.
Este é um problema clássico: O que fazer com os prisioneiros quando as nossas tropas ainda estão em combate e quando não podemos sequer dispensar forças para guardar os prisioneiros ?
Se os prisioneiros não forem guardados, eles podem por em causa as linhas de abastecimento e atacar as próprias forças pela retaguarda.
Neste caso, a história mostra que em muitos casos a opção foi a de eliminar essa ameaça, matando os prisioneiros.
As características do avanço estilo «Blitzkrieg» na guerra dos seis dias, suportam a tese defendida pelo jornal egípcio, ainda que as provas dos alegados crimes sejam apenas circunstanciais.
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Esse site não é dos meus favoritos, mas a matéria é relevante.
Guerra dos seis dias, ainda em aberto
Jornal egípcio acusa Israel de crimes de guerra
06.05.2010
Em notícia publicada na imprensa egípcia, nesta quarta-feira, o exército de Israel é acusado de ter executado dezenas de prisioneiros egípcios durante a guerra dos seis dias em 1967.
Segundo aquela fonte, terão sido obtidas novas provas da existência de valas comuns utilizadas para enterrar os corpos. Essas evidências são compostas por testemunhos gravados, de beduínos que terão presenciado os alegados crimes no deserto.
Segundo aqueles, os soldados egípcios terão sido mortos após se terem rendido e entregue as armas.
Pelo menos 45 militares egípcios teriam segundo aquela fonte sido mortos pelas forças do exército de Israel na região central do deserto do Sinai, área que foi completamente tomada numa ofensiva relâmpago das forças armadas de Israel que ocorreu em 1967 e que ficou conhecida como guerra dos seis dias.
O deserto do Sinai estará – também segundo a mesma fonte – pejado de sepulturas resultado da morte de prisioneiros, que os soldados israelitas terão morto durante o seu avanço.
Acusação antiga
Este tipo de acusação não é uma novidade e várias vezes têm surgido relatos sobre a possibilidade de as tropas do exército de Israel terem morto prisioneiros egípcios durante a sua arrancada fulminante até ao canal de Suez.
No entanto, as fontes deste tipo de notícia são normalmente relacionadas com meios da oposição ao governo do Cairo, que pretendem de alguma forma embaraçar o governo egípcio, acusando-o de nada fazer para investigar as alegações.
O deserto do Sinai foi devolvido por Israel ao Egipto após os acordos de Camp David em 17 de Setembro de 1978.
A possibilidade de as tropas de Israel terem cometido este tipo de crime não é comprovada por nenhuma prova substancial, no entanto uma análise circunstancial da evolução da movimentação de tropas durante a guerra dos seis dias, não permite negar a possibilidade.
O avanço das forças de Israel foi fulminante e em todo o tipo de avanço muito rápido, as linhas tanto de defesa como de abastecimento do atacante são geralmente muito ténues.
Israel não possuía uma grande força de retaguarda e as áreas do deserto que estava a ocupar em apenas seis dias eram enormes quando comparadas com as áreas restritas do Estado de Israel.
O exército israelita não possuía o numero suficiente de tropas para policiar todo o Sinai, quando os avanços e os combates ainda decorriam.
Este é um problema clássico: O que fazer com os prisioneiros quando as nossas tropas ainda estão em combate e quando não podemos sequer dispensar forças para guardar os prisioneiros ?
Se os prisioneiros não forem guardados, eles podem por em causa as linhas de abastecimento e atacar as próprias forças pela retaguarda.
Neste caso, a história mostra que em muitos casos a opção foi a de eliminar essa ameaça, matando os prisioneiros.
As características do avanço estilo «Blitzkrieg» na guerra dos seis dias, suportam a tese defendida pelo jornal egípcio, ainda que as provas dos alegados crimes sejam apenas circunstanciais.
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Re: GEOPOLÍTICA
A explicação mais acessível que li das causas da situação Grécia /Euro.
Folha de SP de hoje.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA
A natureza da crise na Europa
--------------------------------------------------------------------------------
É preciso repensar radicalmente o problema das finanças internacionais e dos deficit em conta-corrente
--------------------------------------------------------------------------------
O QUADRO financeiro europeu continua muito grave. A Alemanha, afinal, decidiu dar apoio ao pacote financeiro grego, de forma que a dívida do setor público da Grécia está equacionada. A imprensa tem dado amplo noticiário sobre o assunto, mas afinal se limita a informar sobre o deficit público e a dívida pública do Estado grego, em vez de informar sobre o problema fundamental que não é do setor público, e sim do setor privado: é o deficit em conta-corrente e a dívida externa dos países. O problema fiscal é grave porque o deficit de 2009 somou-se a elevados níveis de dívida pública, mas o desequilíbrio não está apenas nos governos; está nos países como um todo e, portanto, em seu deficit em conta-corrente e em sua dívida externa, que englobam o setor público e o setor privado.
Se o problema fosse apenas do setor público, o socorro financeiro e uma política dura de ajuste fiscal resolveriam a questão. Sendo do país, necessita da depreciação cambial que não podem realizar.
A União Europeia controla os deficit públicos, não controla os deficit em conta-corrente. Os jornais não publicam dados sobre esse deficit porque não os recebem dos economistas. Esses não os informam porque a teoria econômica ortodoxa pressupõe que o setor privado é equilibrado pelo mercado: é o chamado "princípio de Lawson", associado ao ministro das Finanças de Margaret Thatcher, Nigel Lawson.
A Crise Global de 2008 mostrou que essa tese é absurda no plano nacional. Agora o fenômeno se repete no plano internacional. Em 2009, enquanto a Alemanha, que reduziu salários nos últimos dez anos, obteve superavit em conta-corrente de 4,8% do PIB, Grécia, Portugal, Espanha e Itália realizaram deficit em conta-corrente de 10,2%, 10,5%, 5,8% e 3,9% do PIB, respectivamente. Esses deficit financiaram investimentos de médio prazo, mas as empresas e o Estado se endividaram no mercado financeiro de curto prazo.
Devedores e credores sabiam que os débitos não poderiam ser pagos de um dia para o outro -que teriam que ser rolados-, mas, dado o pressuposto dos mercados privados sempre equilibrados, foram adiante no processo. Até que, neste ano, repentinamente, os credores começaram a elevar os prêmios de risco e a suspender a rolagem da dívida.
O problema se agrava porque decidiram pelo "sudden stop" em um quadro no qual os países não têm o mecanismo de ajuste clássico para esses momentos: a desvalorização cambial, que reduziria os salários e equilibraria a conta-corrente. Os Estados de cada país podem ajustar suas finanças, mas não há solução para o desajuste privado de países que não têm moeda própria para desvalorizar.
Como na Crise Global, existe a solução financeira via Estado. O governo da União Europeia pode garantir a dívida externa daqueles quatro países por meio da criação, às pressas, de um FMI europeu, por meio do próprio FMI e via BC Europeu.
Neste momento, os ortodoxos dirão que o BCE não pode entrar no jogo porque estaria criando dinheiro ao socorrer os países, mas foi exatamente isso o que fez o Federal Reserve na Crise Global, sem causar inflação. Agora o BCE precisará criar dinheiro para salvar os países, ou melhor, novamente os bancos, porque foram eles que emprestaram.
Mas uma situação como essa não pode continuar para sempre. A política de crescimento com poupança externa já vitimou muitos países. É preciso repensar radicalmente o problema das finanças internacionais e dos deficit em conta-corrente.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 75, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Globalização e Competição".
Folha de SP de hoje.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA
A natureza da crise na Europa
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É preciso repensar radicalmente o problema das finanças internacionais e dos deficit em conta-corrente
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O QUADRO financeiro europeu continua muito grave. A Alemanha, afinal, decidiu dar apoio ao pacote financeiro grego, de forma que a dívida do setor público da Grécia está equacionada. A imprensa tem dado amplo noticiário sobre o assunto, mas afinal se limita a informar sobre o deficit público e a dívida pública do Estado grego, em vez de informar sobre o problema fundamental que não é do setor público, e sim do setor privado: é o deficit em conta-corrente e a dívida externa dos países. O problema fiscal é grave porque o deficit de 2009 somou-se a elevados níveis de dívida pública, mas o desequilíbrio não está apenas nos governos; está nos países como um todo e, portanto, em seu deficit em conta-corrente e em sua dívida externa, que englobam o setor público e o setor privado.
Se o problema fosse apenas do setor público, o socorro financeiro e uma política dura de ajuste fiscal resolveriam a questão. Sendo do país, necessita da depreciação cambial que não podem realizar.
A União Europeia controla os deficit públicos, não controla os deficit em conta-corrente. Os jornais não publicam dados sobre esse deficit porque não os recebem dos economistas. Esses não os informam porque a teoria econômica ortodoxa pressupõe que o setor privado é equilibrado pelo mercado: é o chamado "princípio de Lawson", associado ao ministro das Finanças de Margaret Thatcher, Nigel Lawson.
A Crise Global de 2008 mostrou que essa tese é absurda no plano nacional. Agora o fenômeno se repete no plano internacional. Em 2009, enquanto a Alemanha, que reduziu salários nos últimos dez anos, obteve superavit em conta-corrente de 4,8% do PIB, Grécia, Portugal, Espanha e Itália realizaram deficit em conta-corrente de 10,2%, 10,5%, 5,8% e 3,9% do PIB, respectivamente. Esses deficit financiaram investimentos de médio prazo, mas as empresas e o Estado se endividaram no mercado financeiro de curto prazo.
Devedores e credores sabiam que os débitos não poderiam ser pagos de um dia para o outro -que teriam que ser rolados-, mas, dado o pressuposto dos mercados privados sempre equilibrados, foram adiante no processo. Até que, neste ano, repentinamente, os credores começaram a elevar os prêmios de risco e a suspender a rolagem da dívida.
O problema se agrava porque decidiram pelo "sudden stop" em um quadro no qual os países não têm o mecanismo de ajuste clássico para esses momentos: a desvalorização cambial, que reduziria os salários e equilibraria a conta-corrente. Os Estados de cada país podem ajustar suas finanças, mas não há solução para o desajuste privado de países que não têm moeda própria para desvalorizar.
Como na Crise Global, existe a solução financeira via Estado. O governo da União Europeia pode garantir a dívida externa daqueles quatro países por meio da criação, às pressas, de um FMI europeu, por meio do próprio FMI e via BC Europeu.
Neste momento, os ortodoxos dirão que o BCE não pode entrar no jogo porque estaria criando dinheiro ao socorrer os países, mas foi exatamente isso o que fez o Federal Reserve na Crise Global, sem causar inflação. Agora o BCE precisará criar dinheiro para salvar os países, ou melhor, novamente os bancos, porque foram eles que emprestaram.
Mas uma situação como essa não pode continuar para sempre. A política de crescimento com poupança externa já vitimou muitos países. É preciso repensar radicalmente o problema das finanças internacionais e dos deficit em conta-corrente.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 75, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Globalização e Competição".
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Re: GEOPOLÍTICA
A mão invisível que controla os mercados vem batendo bem forte há algum tempo...só que tem gente do lado de lá já a mudar de idéia...rsrsrs.Rogério Lima escreveu:A explicação mais acessível que li das causas da situação Grécia /Euro.
Folha de SP de hoje.
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Se o problema fosse apenas do setor público, o socorro financeiro e uma política dura de ajuste fiscal resolveriam a questão. Sendo do país, necessita da depreciação cambial que não podem realizar.
A União Europeia controla os deficit públicos, não controla os deficit em conta-corrente. Os jornais não publicam dados sobre esse deficit porque não os recebem dos economistas. Esses não os informam porque a teoria econômica ortodoxa pressupõe que o setor privado é equilibrado pelo mercado: é o chamado "princípio de Lawson", associado ao ministro das Finanças de Margaret Thatcher, Nigel Lawson.
A Crise Global de 2008 mostrou que essa tese é absurda no plano nacional. Agora o fenômeno se repete no plano internacional. Em 2009, enquanto a Alemanha, que reduziu salários nos últimos dez anos, obteve superavit em conta-corrente de 4,8% do PIB, Grécia, Portugal, Espanha e Itália realizaram deficit em conta-corrente de 10,2%, 10,5%, 5,8% e 3,9% do PIB, respectivamente. Esses deficit financiaram investimentos de médio prazo, mas as empresas e o Estado se endividaram no mercado financeiro de curto prazo.
Devedores e credores sabiam que os débitos não poderiam ser pagos de um dia para o outro -que teriam que ser rolados-, mas, dado o pressuposto dos mercados privados sempre equilibrados, foram adiante no processo. Até que, neste ano, repentinamente, os credores começaram a elevar os prêmios de risco e a suspender a rolagem da dívida.
O problema se agrava porque decidiram pelo "sudden stop" em um quadro no qual os países não têm o mecanismo de ajuste clássico para esses momentos: a desvalorização cambial, que reduziria os salários e equilibraria a conta-corrente. Os Estados de cada país podem ajustar suas finanças, mas não há solução para o desajuste privado de países que não têm moeda própria para desvalorizar.
Como na Crise Global, existe a solução financeira via Estado. O governo da União Europeia pode garantir a dívida externa daqueles quatro países por meio da criação, às pressas, de um FMI europeu, por meio do próprio FMI e via BC Europeu.
Neste momento, os ortodoxos dirão que o BCE não pode entrar no jogo porque estaria criando dinheiro ao socorrer os países, mas foi exatamente isso o que fez o Federal Reserve na Crise Global, sem causar inflação. Agora o BCE precisará criar dinheiro para salvar os países, ou melhor, novamente os bancos, porque foram eles que emprestaram.
Mas uma situação como essa não pode continuar para sempre. A política de crescimento com poupança externa já vitimou muitos países. É preciso repensar radicalmente o problema das finanças internacionais e dos deficit em conta-corrente.
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA, 75, professor emérito da Fundação Getulio Vargas, ex-ministro da Fazenda (governo Sarney), da Administração e Reforma do Estado (primeiro governo FHC) e da Ciência e Tecnologia (segundo governo FHC), é autor de "Globalização e Competição".
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Re: GEOPOLÍTICA
Eu tenho que dar risada, os americanos estão decepcionados!?hahahhahahhhahhaa
Graças a deus nós temos os americanos para nos ensinar o caminho.
10/05/2010 - 10h31
EUA manifestam decepção com junta de Mianmar
Os Estados Unidos estão "profundamente decepcionados" com os preparativos birmaneses para as eleições legislativas, antes do fim do ano, que provavelmente não terão legitimidade internacional, afirmou o emissário americano para Mianmar.
"O que vimos até o momento nos faz pensar que estas eleições não terão legitimidade internacional", afirmou o subsecretário de Estado americano para a Ásia do Leste e o Pacífico, Kurt Campbell.
"Apesar de estarmos muito decepcionados com a resposta das autoridades, eu continuo inspirado pelas pessoas com as quais me reuni que não pertencem ao governo", declarou após um encontro com líderes da oposição.
A líder opositora birmanesa Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliar há vários anos, se reuniu nesta segunda-feira com o emissário americano, que viajou a Yangun para discutir sobre as próximas eleições legislativas, das quais a Prêmio Nobel da Paz foi excluída.
Kurt Campbell, adjunto da secretária de Estado americana Hillary Clinton, e a dirigente da oposição foram levados em automóveis diferentes para uma residência de convidados do governo.
Suu Kyi e Campbell não apareceram em público juntos. Também não fizeram declarações antes ou depois do encontro, que teve duração de uma hora e 45 minutos.
Campbell já se encontrara com Suu Kyi em novembro de 2009 em Yangun.
O emissário recebeu a missão, como parte da nova política do presidente Barack Obama, de retomar o diálogo com a junta militar de Mianmar, um dos regimes mais fechados e isolados do mundo.
Os militares prometeram eleições no fim do ano, mas acabam de dissolver a Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido da líder dissidente.
Graças a deus nós temos os americanos para nos ensinar o caminho.
10/05/2010 - 10h31
EUA manifestam decepção com junta de Mianmar
Os Estados Unidos estão "profundamente decepcionados" com os preparativos birmaneses para as eleições legislativas, antes do fim do ano, que provavelmente não terão legitimidade internacional, afirmou o emissário americano para Mianmar.
"O que vimos até o momento nos faz pensar que estas eleições não terão legitimidade internacional", afirmou o subsecretário de Estado americano para a Ásia do Leste e o Pacífico, Kurt Campbell.
"Apesar de estarmos muito decepcionados com a resposta das autoridades, eu continuo inspirado pelas pessoas com as quais me reuni que não pertencem ao governo", declarou após um encontro com líderes da oposição.
A líder opositora birmanesa Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliar há vários anos, se reuniu nesta segunda-feira com o emissário americano, que viajou a Yangun para discutir sobre as próximas eleições legislativas, das quais a Prêmio Nobel da Paz foi excluída.
Kurt Campbell, adjunto da secretária de Estado americana Hillary Clinton, e a dirigente da oposição foram levados em automóveis diferentes para uma residência de convidados do governo.
Suu Kyi e Campbell não apareceram em público juntos. Também não fizeram declarações antes ou depois do encontro, que teve duração de uma hora e 45 minutos.
Campbell já se encontrara com Suu Kyi em novembro de 2009 em Yangun.
O emissário recebeu a missão, como parte da nova política do presidente Barack Obama, de retomar o diálogo com a junta militar de Mianmar, um dos regimes mais fechados e isolados do mundo.
Os militares prometeram eleições no fim do ano, mas acabam de dissolver a Liga Nacional para a Democracia (LND), o partido da líder dissidente.
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Re: GEOPOLÍTICA
TENDÊNCIAS/DEBATES
Sonho e realidade na América do Sul
ANTONIO JOSÉ FERREIRA SIMÕES
A política externa brasileira para a América do Sul não se pauta apenas por uma visão pragmática de viabilização de negócios e investimentos
UMA DÉCADA se passou desde que o Brasil tomou a iniciativa de convocar, em Brasília, a 1ª Reunião de Presidentes da América do Sul, realizada no ano 2000. Quase oito anos depois, em maio de 2008, o presidente Lula recebeu os chefes de Estado da região para a assinatura do tratado que fundou a União Sul-Americana de Nações (Unasul).
Para quem hoje observa a intensidade da agenda regional, é difícil imaginar que, até há pouco, os líderes do continente jamais tivessem se reunido. Dez anos atrás, a articulação da América do Sul não passava de um sonho. Hoje, é uma realidade concreta.
As estatísticas comprovam o sucesso da integração sul-americana. Desde o ano 2000, o comércio total do Brasil com a região passou de US$ 22 bilhões para US$ 63 bilhões. Em 2002, nossas exportações para os vizinhos somaram US$ 7,5 bilhões.
Em 2008, alcançaram 38,4 bilhões: um aumento de 412%. Em 2009, o índice de bens industrializados nas exportações brasileiras para a região alcançou cerca de 90% -vendemos, na nossa vizinhança, bens de alto valor agregado. Essas mercadorias geram renda e empregos com carteira assinada para milhões de brasileiros.
A presença das empresas brasileiras na América do Sul é crescente e tem transformado a infraestrutura de países vizinhos, com a construção de estradas, aeroportos, hidrelétricas, petroquímicas. Para apoiar esse esforço, o Brasil financia parte dos projetos, sobretudo por meio do BNDES.
O total de financiamentos em 2009 chegou a US$ 8 bilhões para a América do Sul. Cerca de US$ 3,1 bilhões referem-se a projetos em execução ou já concluídos, e outros US$ 4,9 bilhões, a projetos já aprovados.
São obras que ajudam a economia brasileira e contribuem para o desenvolvimento dos países da região. Os investimentos diretos das empresas brasileiras também têm crescido.
Na Argentina, por exemplo, o estoque total é estimado em US$ 8 bilhões. A América do Sul é o espaço primordial para a transnacionalização das empresas brasileiras.
Nem ingenuidade nem ideologia explicam a vertente sul-americana da política externa brasileira. Por ser o Brasil a maior e mais diversificada economia da região, é inevitável que o país exerça o papel de propulsor da integração. Solidariedade não é sinônimo de ingenuidade.
Porque queremos abrir mercados na América do Sul, interessa-nos que nossos vizinhos também sejam cada dia mais prósperos.
O Brasil deseja que a prosperidade e a justiça social se espalhem pela América do Sul. A política solidária não é incompatível com a busca de nossos legítimos interesses.
Um Brasil que contribui para a prosperidade continental reforça suas credenciais como fator de estabilidade e progresso no mundo. Junto com isso, avançam a democracia e um sistema econômico aberto.
Será preciso, porém, reforçar a consciência de nossos interesses comuns de longo prazo. Se franceses e alemães tivessem optado, no final da 2ª Guerra Mundial, pelos ganhos de curto prazo, perdendo-se na mesquinhez da contabilidade das reparações e no exercício das recriminações, teria sido possível construir o edifício que é hoje a União Europeia?
A política externa brasileira para a América do Sul não se pauta apenas por uma visão pragmática de viabilização de negócios e investimentos mas também está imbuída de uma visão política, estratégica, social e cultural de longo prazo.
Aqui, idealismo e realismo se combinam: o primeiro nos inspira a buscar um futuro melhor; o segundo nos estimula a colocar as mãos à obra.
ANTONIO JOSÉ FERREIRA SIMÕES é subsecretário-geral da América do Sul, Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Foi embaixador do Brasil em Caracas (2008-2010), diretor do Departamento de Energia (2006-2008) e secretário de Planejamento Diplomático (2005-2006) do MRE.
Sonho e realidade na América do Sul
ANTONIO JOSÉ FERREIRA SIMÕES
A política externa brasileira para a América do Sul não se pauta apenas por uma visão pragmática de viabilização de negócios e investimentos
UMA DÉCADA se passou desde que o Brasil tomou a iniciativa de convocar, em Brasília, a 1ª Reunião de Presidentes da América do Sul, realizada no ano 2000. Quase oito anos depois, em maio de 2008, o presidente Lula recebeu os chefes de Estado da região para a assinatura do tratado que fundou a União Sul-Americana de Nações (Unasul).
Para quem hoje observa a intensidade da agenda regional, é difícil imaginar que, até há pouco, os líderes do continente jamais tivessem se reunido. Dez anos atrás, a articulação da América do Sul não passava de um sonho. Hoje, é uma realidade concreta.
As estatísticas comprovam o sucesso da integração sul-americana. Desde o ano 2000, o comércio total do Brasil com a região passou de US$ 22 bilhões para US$ 63 bilhões. Em 2002, nossas exportações para os vizinhos somaram US$ 7,5 bilhões.
Em 2008, alcançaram 38,4 bilhões: um aumento de 412%. Em 2009, o índice de bens industrializados nas exportações brasileiras para a região alcançou cerca de 90% -vendemos, na nossa vizinhança, bens de alto valor agregado. Essas mercadorias geram renda e empregos com carteira assinada para milhões de brasileiros.
A presença das empresas brasileiras na América do Sul é crescente e tem transformado a infraestrutura de países vizinhos, com a construção de estradas, aeroportos, hidrelétricas, petroquímicas. Para apoiar esse esforço, o Brasil financia parte dos projetos, sobretudo por meio do BNDES.
O total de financiamentos em 2009 chegou a US$ 8 bilhões para a América do Sul. Cerca de US$ 3,1 bilhões referem-se a projetos em execução ou já concluídos, e outros US$ 4,9 bilhões, a projetos já aprovados.
São obras que ajudam a economia brasileira e contribuem para o desenvolvimento dos países da região. Os investimentos diretos das empresas brasileiras também têm crescido.
Na Argentina, por exemplo, o estoque total é estimado em US$ 8 bilhões. A América do Sul é o espaço primordial para a transnacionalização das empresas brasileiras.
Nem ingenuidade nem ideologia explicam a vertente sul-americana da política externa brasileira. Por ser o Brasil a maior e mais diversificada economia da região, é inevitável que o país exerça o papel de propulsor da integração. Solidariedade não é sinônimo de ingenuidade.
Porque queremos abrir mercados na América do Sul, interessa-nos que nossos vizinhos também sejam cada dia mais prósperos.
O Brasil deseja que a prosperidade e a justiça social se espalhem pela América do Sul. A política solidária não é incompatível com a busca de nossos legítimos interesses.
Um Brasil que contribui para a prosperidade continental reforça suas credenciais como fator de estabilidade e progresso no mundo. Junto com isso, avançam a democracia e um sistema econômico aberto.
Será preciso, porém, reforçar a consciência de nossos interesses comuns de longo prazo. Se franceses e alemães tivessem optado, no final da 2ª Guerra Mundial, pelos ganhos de curto prazo, perdendo-se na mesquinhez da contabilidade das reparações e no exercício das recriminações, teria sido possível construir o edifício que é hoje a União Europeia?
A política externa brasileira para a América do Sul não se pauta apenas por uma visão pragmática de viabilização de negócios e investimentos mas também está imbuída de uma visão política, estratégica, social e cultural de longo prazo.
Aqui, idealismo e realismo se combinam: o primeiro nos inspira a buscar um futuro melhor; o segundo nos estimula a colocar as mãos à obra.
ANTONIO JOSÉ FERREIRA SIMÕES é subsecretário-geral da América do Sul, Central e do Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Foi embaixador do Brasil em Caracas (2008-2010), diretor do Departamento de Energia (2006-2008) e secretário de Planejamento Diplomático (2005-2006) do MRE.
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Re: GEOPOLÍTICA
Monitor Mercantil:
Os militaristas na América Latina
O imperialismo é de um descaramento impressionante. Sabendo que controla a maioria dos
meios de comunicação, mente descaradamente com a certeza de que muito boa gente acreditará em
tudo o que saia dos laboratórios da guerra suja de Washington. E quando encontra pela frente um
governo progressista, que não se submete totalmente aos seus desejos de ave de rapina, então começa
a "guerrilha mediática". A Venezuela é um desses governos insubmissos. E paga cara a ousadia.
Segundo Frank Mora, vice-ministro de Defesa dos Estados Unidos, o governo bolivariano "deve
explicar com transparência para que é que se arma e o que é que vai fazer com essas armas que está
comprando". Esta advertência aparece numa sequência metodicamente elaborada de declarações sobre
o "militarismo" do governo de Hugo Chávez.
O que é que se passa realmente na América Latina em termos da compra de armas? Está a
Venezuela a comprá-las? Sim. Mas não de fabricantes dos Estados Unidos. Se por um lado a Venezuela
continua a ser um fornecedor fiel de petróleo ao império, a verdade é que este não paga na mesma
moeda, optando por boicotar a venda de material militar. Violando os contratos assinados há vários anos,
Washington tem-se negado sistematicamente a vender à Venezuela as peças e equipamentos
tecnológicos de que precisa para manter operacionais os aviões F16. Mas o império vai mais longe.
Impediu que o Brasil e a Espanha vendessem a Caracas unidades aéreas necessárias para modernizar
a sua força armada. Não esqueçamos que a "especialidade" de Washington é atacar países mais ou
menos desarmados.
O International Peace Research Institute (Sipri), com sede na capital sueca e grande
credibilidade nisto dos investimentos militares, oferece-nos uma boa comparação desses gastos e a sua
relação com o Produto Interno Bruto.
Vendo os números em questão, a preocupação de Frank Mora e das mídias internacionais é,
mais do que ridícula, uma provocação e uma cortina de fumaça para justificar possíveis ações militares
de Washington - ou da Colômbia - contra a Venezuela.
Vejamos o ano de 2008. As compras militares da Venezuela atingiram os US$1,987 milhões ou
seja, 1,3% do seu PIB. Entretanto, as da Colômbia mais do que triplicaram as do seu vizinho e chegaram
aos US$ 6,568 milhões (4,0% do PIB). O Chile, frequentemente apresentado como "governo bem
comportado", gastou US$ 4,778 milhões (3,4% do PIB). Como é natural, o Brasil é o grande comprador:
US$ 15,474 milhões, mas com uma relação de 1,5% ao PIB, ou seja abaixo da Colômbia e do Chile. Por
que será que Washington e a mídia do capitalismo não pedem explicações nem à Colômbia nem ao
Chile? Será porque um é país ocupado e o outro um "governo exemplar"?
Sempre seguindo os dados de Sipri podemos ver que entre 1968 e 2008, na Venezuela, a
relação gastos militares/PIB desceu, em termos percentuais, de 2,1 para 1,3. No caso do Chile a relação
passou de 2,1 para 3,4. Mas se falarmos de Bogotá ela saltou de 2,1 para 4,0. Escandaloso, mas o
imperialismo não se escandaliza! Por outro lado, qual é a autoridade moral dos Estados Unidos para falar
em armamentismo? Washington não só é o grande vendedor de armas, dando-se mesmo o caso - ou
casos - de que as vende às duas partes em conflito, como é o país com o maior orçamento militar. Este
ano são US$ 820 bilhões, mais do que todos os outros países do mundo juntos! E este gasto militar não
é necessariamente para a defesa do seu território, mas para tomar por assalto outros países. O Iraque e
o Afeganistão são duas situações gritantes.
Washington tem descaramento suficiente para ditar aulas de moral a todo o mundo. No caso das
drogas, o país que mais as consome, o que controla o país que mais cocaína produz (Colômbia) e o que
mais ópio exporta (Afeganistão) atreve-se a "certificar" nesta área alguns países... e reprovar os que não
se lhe submetem, como a Venezuela.
Leia-se, porém, isto: "Não basta que os Estados Unidos passem "certidões" de bom
comportamento a outros países (...) mas que também que se certifiquem a eles mesmos"; e mais isto:
Washington "carece de qualidade moral para pontificar no tema do consumo de narcóticos". Quem assim
fala não é um esquerdista suspeito de má vontade contra os Estados Unidos. É Jesus López Rodríguez,
dominicano e cardeal da Igreja Católica!
Pedro Campos
Fonte: Avante!, com adaptações ao português usado no Brasil
Os militaristas na América Latina
O imperialismo é de um descaramento impressionante. Sabendo que controla a maioria dos
meios de comunicação, mente descaradamente com a certeza de que muito boa gente acreditará em
tudo o que saia dos laboratórios da guerra suja de Washington. E quando encontra pela frente um
governo progressista, que não se submete totalmente aos seus desejos de ave de rapina, então começa
a "guerrilha mediática". A Venezuela é um desses governos insubmissos. E paga cara a ousadia.
Segundo Frank Mora, vice-ministro de Defesa dos Estados Unidos, o governo bolivariano "deve
explicar com transparência para que é que se arma e o que é que vai fazer com essas armas que está
comprando". Esta advertência aparece numa sequência metodicamente elaborada de declarações sobre
o "militarismo" do governo de Hugo Chávez.
O que é que se passa realmente na América Latina em termos da compra de armas? Está a
Venezuela a comprá-las? Sim. Mas não de fabricantes dos Estados Unidos. Se por um lado a Venezuela
continua a ser um fornecedor fiel de petróleo ao império, a verdade é que este não paga na mesma
moeda, optando por boicotar a venda de material militar. Violando os contratos assinados há vários anos,
Washington tem-se negado sistematicamente a vender à Venezuela as peças e equipamentos
tecnológicos de que precisa para manter operacionais os aviões F16. Mas o império vai mais longe.
Impediu que o Brasil e a Espanha vendessem a Caracas unidades aéreas necessárias para modernizar
a sua força armada. Não esqueçamos que a "especialidade" de Washington é atacar países mais ou
menos desarmados.
O International Peace Research Institute (Sipri), com sede na capital sueca e grande
credibilidade nisto dos investimentos militares, oferece-nos uma boa comparação desses gastos e a sua
relação com o Produto Interno Bruto.
Vendo os números em questão, a preocupação de Frank Mora e das mídias internacionais é,
mais do que ridícula, uma provocação e uma cortina de fumaça para justificar possíveis ações militares
de Washington - ou da Colômbia - contra a Venezuela.
Vejamos o ano de 2008. As compras militares da Venezuela atingiram os US$1,987 milhões ou
seja, 1,3% do seu PIB. Entretanto, as da Colômbia mais do que triplicaram as do seu vizinho e chegaram
aos US$ 6,568 milhões (4,0% do PIB). O Chile, frequentemente apresentado como "governo bem
comportado", gastou US$ 4,778 milhões (3,4% do PIB). Como é natural, o Brasil é o grande comprador:
US$ 15,474 milhões, mas com uma relação de 1,5% ao PIB, ou seja abaixo da Colômbia e do Chile. Por
que será que Washington e a mídia do capitalismo não pedem explicações nem à Colômbia nem ao
Chile? Será porque um é país ocupado e o outro um "governo exemplar"?
Sempre seguindo os dados de Sipri podemos ver que entre 1968 e 2008, na Venezuela, a
relação gastos militares/PIB desceu, em termos percentuais, de 2,1 para 1,3. No caso do Chile a relação
passou de 2,1 para 3,4. Mas se falarmos de Bogotá ela saltou de 2,1 para 4,0. Escandaloso, mas o
imperialismo não se escandaliza! Por outro lado, qual é a autoridade moral dos Estados Unidos para falar
em armamentismo? Washington não só é o grande vendedor de armas, dando-se mesmo o caso - ou
casos - de que as vende às duas partes em conflito, como é o país com o maior orçamento militar. Este
ano são US$ 820 bilhões, mais do que todos os outros países do mundo juntos! E este gasto militar não
é necessariamente para a defesa do seu território, mas para tomar por assalto outros países. O Iraque e
o Afeganistão são duas situações gritantes.
Washington tem descaramento suficiente para ditar aulas de moral a todo o mundo. No caso das
drogas, o país que mais as consome, o que controla o país que mais cocaína produz (Colômbia) e o que
mais ópio exporta (Afeganistão) atreve-se a "certificar" nesta área alguns países... e reprovar os que não
se lhe submetem, como a Venezuela.
Leia-se, porém, isto: "Não basta que os Estados Unidos passem "certidões" de bom
comportamento a outros países (...) mas que também que se certifiquem a eles mesmos"; e mais isto:
Washington "carece de qualidade moral para pontificar no tema do consumo de narcóticos". Quem assim
fala não é um esquerdista suspeito de má vontade contra os Estados Unidos. É Jesus López Rodríguez,
dominicano e cardeal da Igreja Católica!
Pedro Campos
Fonte: Avante!, com adaptações ao português usado no Brasil
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco