Pressões Nucleares sobre o Brasil
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Pois é... Está na hora de decidirmos q país queremos ser, o "Brasil conservador", obediante, consoante com essa ordem mundial caduca e hipócrita, ou se de fato iremos agir como POTÊNCIA emergente.
Por mais q hajam críticas não há dúvida q mesmo com seus erros e gafes, um certo amadorismo é explicável tendo em vista o atual status brasileiro - sem precendentes - temos uma política externa bem razoavelmente independente e soberana.
Tenho n ressalvas em relação ao GF, no entanto, não gosto nem de pensar na possibilidade de novo desmanche do Estado, de novas políticas públicas concentradoras de renda e, sobretudo, a volta do Brasil da "velha ordem"...
Como brasileiro e patriota me envergonho de termos setores políticos tão oportunistas, q governam para corporações nacionais, estrangeiras e para a classe média alienada e corporativista, q tem um projeto de país para minorias priviliegiadas, q estão dispostos a reproduzir um statu quo q sempre nos relegou a cozinha da ordem mundial, q embarga nossos programas estratégicos, q diz q "tecnologia x não está autorizada para nós", q nos torna um país individado, q sobrevive com empréstimos internacionais, exportador de commodities, q sucatea o Estado em um dos países com uma das maiores desigualdades socias do mundo, q acha q não devemos ter NOSSA política externa mas sim seguir a cartilha do estableshment ocidental q sempre nos relegou a país B. É o país do M60, do F-16MLU, da Knox, do fim do VLS, do fim do programa do submarino nuclear, o país q assina o TNPN na boa e também assim assinaria o protocolo adicional.
Talvez alguns achem este post demasiado "político" mas para mim não é apenas o próximo presidente q será escolhido em outubro mas sim o país q seremos até meados da metade deste século. O atual Governo é corrupto, clientelista, corporativista, tem os mesmos vícios dos anteriores, no entanto, tenho q reconhecer nele um projeto de país SOBERANO e é exatamente isso q nos manterá como uma potência mundial emergente em ascenção. Meu maior medo e vergonha é q essa soberania ascendente seja interrompida por mais 4 anos de retomada de um projeto de poder q durante 8 anos cometeu algums dos maiores crimes contra a SOBERANIA nacional, q sucateou e lesou o Estado brasileiro, relegou nossas FAs ao obsoletismo, em consoância com interesses polítcos e econômicos estrangeiros q nos desejam obedientes, como mais um peão da velha ordem mundial.
Enfim, é esse tipo de gente q mais me envergonha na história da política brasileira: o Brasil COVARDE, o Brasil passivo e obediente, o Brasil provinciano: "o q vão pensar de nós", é, o Brasil apenas das mulatas e do carnaval, do turismo sexual, o paraíso tropical bananeiro-cafeicultor .
Por mais q hajam críticas não há dúvida q mesmo com seus erros e gafes, um certo amadorismo é explicável tendo em vista o atual status brasileiro - sem precendentes - temos uma política externa bem razoavelmente independente e soberana.
Tenho n ressalvas em relação ao GF, no entanto, não gosto nem de pensar na possibilidade de novo desmanche do Estado, de novas políticas públicas concentradoras de renda e, sobretudo, a volta do Brasil da "velha ordem"...
Como brasileiro e patriota me envergonho de termos setores políticos tão oportunistas, q governam para corporações nacionais, estrangeiras e para a classe média alienada e corporativista, q tem um projeto de país para minorias priviliegiadas, q estão dispostos a reproduzir um statu quo q sempre nos relegou a cozinha da ordem mundial, q embarga nossos programas estratégicos, q diz q "tecnologia x não está autorizada para nós", q nos torna um país individado, q sobrevive com empréstimos internacionais, exportador de commodities, q sucatea o Estado em um dos países com uma das maiores desigualdades socias do mundo, q acha q não devemos ter NOSSA política externa mas sim seguir a cartilha do estableshment ocidental q sempre nos relegou a país B. É o país do M60, do F-16MLU, da Knox, do fim do VLS, do fim do programa do submarino nuclear, o país q assina o TNPN na boa e também assim assinaria o protocolo adicional.
Talvez alguns achem este post demasiado "político" mas para mim não é apenas o próximo presidente q será escolhido em outubro mas sim o país q seremos até meados da metade deste século. O atual Governo é corrupto, clientelista, corporativista, tem os mesmos vícios dos anteriores, no entanto, tenho q reconhecer nele um projeto de país SOBERANO e é exatamente isso q nos manterá como uma potência mundial emergente em ascenção. Meu maior medo e vergonha é q essa soberania ascendente seja interrompida por mais 4 anos de retomada de um projeto de poder q durante 8 anos cometeu algums dos maiores crimes contra a SOBERANIA nacional, q sucateou e lesou o Estado brasileiro, relegou nossas FAs ao obsoletismo, em consoância com interesses polítcos e econômicos estrangeiros q nos desejam obedientes, como mais um peão da velha ordem mundial.
Enfim, é esse tipo de gente q mais me envergonha na história da política brasileira: o Brasil COVARDE, o Brasil passivo e obediente, o Brasil provinciano: "o q vão pensar de nós", é, o Brasil apenas das mulatas e do carnaval, do turismo sexual, o paraíso tropical bananeiro-cafeicultor .
Editado pela última vez por Enlil em Ter Mai 04, 2010 7:53 am, em um total de 3 vezes.
- Sávio Ricardo
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
X2 EnlilEnlil escreveu:Pois é... Está na hora de decidirmos q país queremos ser, o "Brasil conservador", obediante, consoante com essa ordem mundial caduca e hipócrita, ou se de fato iremos agir como POTÊNCIA emergente.
Por mais q hajam críticas não há dúvida q mesmo com seus erros e gafes, um certo amadorismo é explicável tendo em vista o atual status brasileiro - sem precendentes - temos uma política externa independente, soberana.
Tenho n ressalvas em relação ao GF, no entanto, não gosto nem de pensar na possibilidade de novo desmanche do Estado, de novas políticas públicas concentradoras de renda e, sobretudo, a volta do Brasil a "velha ordem"...
Estamos, acho eu, na fase mais delicada de todo processo de mudança de Status...
Agora é que veremos se temos lenha pra queimar, agora vem as maiores pressões internas e externas, agora que temos que mostrar aonde queremos chegar...tenho fé que conseguiremos, pois vejo que o atual governo tem pulso, não arredou o pé no caso Honduras, não esta arredando no caso Irã e nem vai arredar no TNP. Acho que após estes episódios seremos vistos com outros olhos.
Mr. Obama bem que tentou nos diludibriar com frases como "Esse é o Cara" etc... mas não somos tão baratos assim Mr.
Sempre após a tempestade vem a calmaria.
- varj
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Digamos que o Brasil assine o protocolo.Desta forma tornarão-se "públicos"nossos avanços na área de beneficiamento.Digamos também OK para isto.Bem em contra partida, claro afinal não tão bobos assim somos, queremos ter acesso a tosas tecnologias - incluindo claro as secretas pois não é assim que querem nos tratar - de qualquer outro país signatário.Acredito ser mais justo.Há também quero que o Brasil tenha o controle - just in time - da "mira"dos vetores nucleares, bem como os códigos fontes dos mesmos incluindo os dentro de subnucs, bombardeiros e de alguns que voam um pouquinho mais alto.Isto só para garantir aquele detalhe referente do risco se algum equívoco nos colocar na mira de artefatos um pouco mais fortes e destrutivos.Hummm acho que desta forma podemos pensar em assinar....háá não podemos deixar de reclamar que nas terras das areias escaldantes africanas tem um possível detentor de umas duas centenas destas bombas anabolizadas...será que devemos também ter alguma ação mais enérgica?Quem sabe bloqueando seus recursos internacionais??
Chega!!!!!!!
Chega!!!!!!!
- Marino
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
FSP:
Acordo China-Paquistão reforça argumento de Teerã
CLAUDIA ANTUNES - DA SUCURSAL DO RIO
A decisão da China de construir no Paquistão dois reatores nucleares para produção de energia,
anunciada na semana passada, ajuda a reforçar o argumento do Irã sobre um padrão duplo, que abona
atividades atômicas militares de países selecionados.
O Paquistão é potência nuclear fora do Tratado de Não Proliferação, e o acordo com a China
responde em parte ao que foi firmado, em 2005, entre os Estados Unidos e a Índia, sua rival regional.
O último abriu as instalações civis indianas -mas não as militares- a inspeções internacionais e
liberou a venda de material sensível a Nova Déli, por decisão do Grupo de Fornecedores Nucleares
(NSG, na sigla em inglês), do qual o Brasil faz parte.
"A exceção para a Índia criará problemas por muitos anos. Israel acredita que, se o Paquistão
conseguir um acordo de cooperação especial, também tem direito. Caso isso aconteça, poderemos ver o
fim do TNP", afirmou Daryl Kimball, da Associação pelo Controle de Armas (Washington).
O acordo EUA-Índia teve o apoio de franceses, britânicos e russos, que se beneficiarão da venda
de reatores e urânio, disse Kimball. "Brasil e África do Sul foram cúmplices, ao não agir contra. Acho que
parte da razão foi a relação especial entre os três países [que formam o fórum Ibas]. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva se deixou conquistar pelo premiê [indiano, Manmohan] Singh."
Para o americano, é importante que Brasil e África do Sul não deixem que o Irã equipare seu
programa nuclear aos deles, usando o argumento do direito ao uso pacífico do átomo.
"Os países que cumprem suas obrigações sob o TNP devem exigir que o Irã responda às
dúvidas da AIEA e suspenda a ampliação do enriquecimento de urânio, como medida de confiança",
argumentou ele.
Acordo China-Paquistão reforça argumento de Teerã
CLAUDIA ANTUNES - DA SUCURSAL DO RIO
A decisão da China de construir no Paquistão dois reatores nucleares para produção de energia,
anunciada na semana passada, ajuda a reforçar o argumento do Irã sobre um padrão duplo, que abona
atividades atômicas militares de países selecionados.
O Paquistão é potência nuclear fora do Tratado de Não Proliferação, e o acordo com a China
responde em parte ao que foi firmado, em 2005, entre os Estados Unidos e a Índia, sua rival regional.
O último abriu as instalações civis indianas -mas não as militares- a inspeções internacionais e
liberou a venda de material sensível a Nova Déli, por decisão do Grupo de Fornecedores Nucleares
(NSG, na sigla em inglês), do qual o Brasil faz parte.
"A exceção para a Índia criará problemas por muitos anos. Israel acredita que, se o Paquistão
conseguir um acordo de cooperação especial, também tem direito. Caso isso aconteça, poderemos ver o
fim do TNP", afirmou Daryl Kimball, da Associação pelo Controle de Armas (Washington).
O acordo EUA-Índia teve o apoio de franceses, britânicos e russos, que se beneficiarão da venda
de reatores e urânio, disse Kimball. "Brasil e África do Sul foram cúmplices, ao não agir contra. Acho que
parte da razão foi a relação especial entre os três países [que formam o fórum Ibas]. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva se deixou conquistar pelo premiê [indiano, Manmohan] Singh."
Para o americano, é importante que Brasil e África do Sul não deixem que o Irã equipare seu
programa nuclear aos deles, usando o argumento do direito ao uso pacífico do átomo.
"Os países que cumprem suas obrigações sob o TNP devem exigir que o Irã responda às
dúvidas da AIEA e suspenda a ampliação do enriquecimento de urânio, como medida de confiança",
argumentou ele.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
- Marino
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
OPINIÃO
A política de desarmamento do governo Obama
Depois de 15 meses de discursos e indecisões, o presidente Barack Obama conseguiu
transformar em fatos, o que deseja ser a marca de sua política externa, voltada para o desarmamento e
o controle nuclear. No inicio o mês de abril, Obama redefiniu a estratégia nuclear dos Estados Unidos,
prometendo não utilizar mais armas atômicas contra países que não as possuam e que assinem e
cumpram com o Tratado de Não-Proliferação. Logo em seguida, no dia 8 de abril, em Praga, Obama,
assinou um acordo com o presidente russo, Dmitri Medvedev, com o objetivo de reduzir o arsenal nuclear
das duas maiores potências atômicas do mundo. E, quatro dias depois, liderou a reunião da Cúpula de
Segurança Nuclear, em Washington, para discutir com 47 chefes de Estado e de governo sua própria
proposta de controle da proliferação nuclear ao redor do mundo. Tudo foi feito de olho na reunião
quinquenal de reexame do tratado, no próximo mês em Nova York, com a participação dos 189 países
signatários.
Até agora, a retórica e a encenação foram perfeitas, mas os limites e contradições desta nova
proposta de desarmamento do presidente Obama são muito visíveis. Em primeiro lugar, o que ele
chamou de "nova estratégia nuclear norte-americana" não passa de uma decisão e de um compromisso
verbal que pode ser revertido e abandonado a qualquer momento, dependendo das circunstâncias e de
uma decisão arbitrária dos próprios EUA. Em segundo lugar, o acordo entre os presidentes Obama e
Medvedev envolve uma redução insignificante e quase só simbólica dos seus arsenais atômicos,
permitindo ao mesmo tempo a substituição e modernização das ogivas nucleares dos vetores já
existentes. Além disto, o novo acordo de desarmamento não incluiu nenhuma discussão a respeito do
aumento exponencial dos gastos militares norte-americanos nos últimos anos, nem do aperfeiçoamento
dos novos vetores X-51 da Boeing, com capacidade nuclear, que entrarão em ação em 30 meses,
capazes de alcançar qualquer país do mundo em menos de uma hora.
Tampouco se falou dos novos submarinos russos Iassen, que têm capacidade de transportar 24
mísseis, cada um com seis bombas atômicas. Em terceiro lugar, em nenhum momento e em nenhuma
destas reuniões se mencionou o armamento atômico da Otan, localizado secretamente na Alemanha, na
Itália, na Bélgica, na Holanda e na Turquia. Muito menos se incluíram na discussão os arsenais atômicos
de Israel e Paquistão, hoje sob o controle de governos com forte presença de forças fundamentalistas e
belicistas, e que agem sob a batuta dos próprios norte-americanos.
Por fim, é lógico que não aparecem, em nenhum momento, nesta agenda "pacifista" de Barack
Obama, o aprofundamento recente da guerra no Afeganistão e os preparativos dos EUA e de Israel para
um ataque arrasador contra o Irã - país que não possui armamento atômico e que assinou o Tratado de
Não-Proliferação, ao contrário de Israel.
Estas contradições não são novas nem surpreendentes: fazem parte da política externa dos EUA
desde o fim da Guerra Fria. O importante, neste caso, é que os demais países envolvidos entendam e
assimilem a lição, e que saibam se posicionar em função dos seus próprios interesses. Os EUA são uma
"potência global", e os "interesses nacionais" de uma potência global envolvem posições a defender em
todo o mundo, o que diminuiu muito sua capacidade de sustentar princípios e valores universais.
Por isto, depois do fracasso do fundamentalismo quase religioso do governo Bush, o presidente
Obama vem surpreendendo alguns analistas com o realismo pragmático e relativista de sua política
externa. Mas o seu objetivo central continua o mesmo - ou seja, a primazia mundial dos EUA.
Além disto, ao contrário das aparências, em plena crise econômica, Obama decidiu mudar o foco
e dedicar-se à consolidação do poder militar norte-americano em todo o mundo, sem grandes
preocupações com diretos humanos ou com a difusão da democracia, demonstrando plena consciência
de que este poder militar é indispensável à reconstrução da economia e da própria liderança mundial do
dólar.
Deste ponto de vista, o que o presidente Obama está propondo, de fato, é uma espécie de
congelamento da atual hierarquia do poder militar mundial, com a manutenção do direito e da obrigação
norte-americana de aumentar continuamente os seus próprios arsenais.
Os reveses econômicos e militares dos EUA na primeira década do século XXI atingiram o
projeto de poder global do país, mas ele não foi abandonado. Hoje, está em curso um realinhamento
interno de forças dentro do establishment norte-americano - como ocorreu na década de 1970 - e desta
luta interna poderá surgir uma nova estratégia internacional, como aconteceu nos anos 1980, com o
governo Reagan. Mas estes processos de realinhamento costumam ser lentos e seus resultados
dependerão da própria luta interna e dos desdobramentos dos conflitos externos em que os EUA estão
envolvidos.
De qualquer maneira, o que é importante compreender é que, seja qual for o resultado desta
disputa interna, os EUA não abdicarão voluntariamente do poder global que já conquistaram e não
renunciarão à sua expansão futura. A política externa das potências globais tem uma lógica própria e,
por isso mesmo, com ou sem política de desarmamento, os EUA deverão seguir aumentando sua
capacidade militar de forma contínua, e numa velocidade que deverá crescer nos próximos anos, na
medida em que se aproxime a hora da ultrapassagem da economia norte-americana pela chinesa.
José Luís Fiori - Cientista político
A política de desarmamento do governo Obama
Depois de 15 meses de discursos e indecisões, o presidente Barack Obama conseguiu
transformar em fatos, o que deseja ser a marca de sua política externa, voltada para o desarmamento e
o controle nuclear. No inicio o mês de abril, Obama redefiniu a estratégia nuclear dos Estados Unidos,
prometendo não utilizar mais armas atômicas contra países que não as possuam e que assinem e
cumpram com o Tratado de Não-Proliferação. Logo em seguida, no dia 8 de abril, em Praga, Obama,
assinou um acordo com o presidente russo, Dmitri Medvedev, com o objetivo de reduzir o arsenal nuclear
das duas maiores potências atômicas do mundo. E, quatro dias depois, liderou a reunião da Cúpula de
Segurança Nuclear, em Washington, para discutir com 47 chefes de Estado e de governo sua própria
proposta de controle da proliferação nuclear ao redor do mundo. Tudo foi feito de olho na reunião
quinquenal de reexame do tratado, no próximo mês em Nova York, com a participação dos 189 países
signatários.
Até agora, a retórica e a encenação foram perfeitas, mas os limites e contradições desta nova
proposta de desarmamento do presidente Obama são muito visíveis. Em primeiro lugar, o que ele
chamou de "nova estratégia nuclear norte-americana" não passa de uma decisão e de um compromisso
verbal que pode ser revertido e abandonado a qualquer momento, dependendo das circunstâncias e de
uma decisão arbitrária dos próprios EUA. Em segundo lugar, o acordo entre os presidentes Obama e
Medvedev envolve uma redução insignificante e quase só simbólica dos seus arsenais atômicos,
permitindo ao mesmo tempo a substituição e modernização das ogivas nucleares dos vetores já
existentes. Além disto, o novo acordo de desarmamento não incluiu nenhuma discussão a respeito do
aumento exponencial dos gastos militares norte-americanos nos últimos anos, nem do aperfeiçoamento
dos novos vetores X-51 da Boeing, com capacidade nuclear, que entrarão em ação em 30 meses,
capazes de alcançar qualquer país do mundo em menos de uma hora.
Tampouco se falou dos novos submarinos russos Iassen, que têm capacidade de transportar 24
mísseis, cada um com seis bombas atômicas. Em terceiro lugar, em nenhum momento e em nenhuma
destas reuniões se mencionou o armamento atômico da Otan, localizado secretamente na Alemanha, na
Itália, na Bélgica, na Holanda e na Turquia. Muito menos se incluíram na discussão os arsenais atômicos
de Israel e Paquistão, hoje sob o controle de governos com forte presença de forças fundamentalistas e
belicistas, e que agem sob a batuta dos próprios norte-americanos.
Por fim, é lógico que não aparecem, em nenhum momento, nesta agenda "pacifista" de Barack
Obama, o aprofundamento recente da guerra no Afeganistão e os preparativos dos EUA e de Israel para
um ataque arrasador contra o Irã - país que não possui armamento atômico e que assinou o Tratado de
Não-Proliferação, ao contrário de Israel.
Estas contradições não são novas nem surpreendentes: fazem parte da política externa dos EUA
desde o fim da Guerra Fria. O importante, neste caso, é que os demais países envolvidos entendam e
assimilem a lição, e que saibam se posicionar em função dos seus próprios interesses. Os EUA são uma
"potência global", e os "interesses nacionais" de uma potência global envolvem posições a defender em
todo o mundo, o que diminuiu muito sua capacidade de sustentar princípios e valores universais.
Por isto, depois do fracasso do fundamentalismo quase religioso do governo Bush, o presidente
Obama vem surpreendendo alguns analistas com o realismo pragmático e relativista de sua política
externa. Mas o seu objetivo central continua o mesmo - ou seja, a primazia mundial dos EUA.
Além disto, ao contrário das aparências, em plena crise econômica, Obama decidiu mudar o foco
e dedicar-se à consolidação do poder militar norte-americano em todo o mundo, sem grandes
preocupações com diretos humanos ou com a difusão da democracia, demonstrando plena consciência
de que este poder militar é indispensável à reconstrução da economia e da própria liderança mundial do
dólar.
Deste ponto de vista, o que o presidente Obama está propondo, de fato, é uma espécie de
congelamento da atual hierarquia do poder militar mundial, com a manutenção do direito e da obrigação
norte-americana de aumentar continuamente os seus próprios arsenais.
Os reveses econômicos e militares dos EUA na primeira década do século XXI atingiram o
projeto de poder global do país, mas ele não foi abandonado. Hoje, está em curso um realinhamento
interno de forças dentro do establishment norte-americano - como ocorreu na década de 1970 - e desta
luta interna poderá surgir uma nova estratégia internacional, como aconteceu nos anos 1980, com o
governo Reagan. Mas estes processos de realinhamento costumam ser lentos e seus resultados
dependerão da própria luta interna e dos desdobramentos dos conflitos externos em que os EUA estão
envolvidos.
De qualquer maneira, o que é importante compreender é que, seja qual for o resultado desta
disputa interna, os EUA não abdicarão voluntariamente do poder global que já conquistaram e não
renunciarão à sua expansão futura. A política externa das potências globais tem uma lógica própria e,
por isso mesmo, com ou sem política de desarmamento, os EUA deverão seguir aumentando sua
capacidade militar de forma contínua, e numa velocidade que deverá crescer nos próximos anos, na
medida em que se aproxime a hora da ultrapassagem da economia norte-americana pela chinesa.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Tratado de Não Proliferação Nuclear é injusto, diz Amorim
Alex Rodrigues Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (3), em Washington, que
o Tratado de Não Proliferação Nuclear é “intrinsecamente injusto”. Para o ministro, o acordo negociado
em 1970, com o objetivo de conter a corrida armamentista nuclear e ratificado em 2002 por 188 países
acabou por dividir o mundo “entre os que têm” e os que “não têm” acesso à tecnologia nuclear.
Ao discursar durante a reunião para a revisão do tratado, que acontece na sede da Organização
das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Amorim lamentou o fato de que as cinco potências nucleares
da atualidade (os Estados Unidos, a Rússia, China, Grã-Bretanha e a França) sejam justamente os cinco
membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Para o ministro, isto “reforça a percepção de
que armas nucleares são um meio para obter proeminência política”.
“Ele [o tratado] é uma expressão dos desequilíbrios do sistema internacional. É o produto de uma
era na qual o poderio militar, principalmente o das armas nucleares, era a principal, senão a única, fonte
de prestígio e de poder político”, declarou Amorim, afirmando que 40 anos após o acordo ter entrado em
vigor, a ideia de um mundo livre de armas nucleares “continua sendo pouco mais do que uma miragem”.
Amorim ainda disse que estas armas não têm utilidade contra as atuais ameaças à segurança
nacional e prejudiquem a segurança de todos. Ele defendeu que não se deve negar o direito a atividades
nucleares pacíficas a nenhum país que cumpra os requisitos do tratado e da Agência Internacional de
Energia Atômica.
“Contanto que tal país aja de acordo com o tratado e com os requisitos da Agência Internacional
de Energia Atômica, as preocupações legítimas com a não-proliferação não devem impedir o exercício
do direito a atividades nucleares pacíficas”.
Em um tom duro, Amorim comentou que as metas e promessas negociadas ao longo da última
década – incluindo o programa negociado em 2000 pela Coalizão da Nova Agenda (grupo criado em
1998 pelo Brasil, a África do Sul, Irlanda, Nova Zelândia, o Egito, México e a Suécia para defender o
desarmamento nuclear) – ainda não foram cumpridas.
Para o chanceler, se quiserem dar mais credibilidade ao tratado, os países detentores de
armamentos nucleares devem assumir um compromisso claro de que não irão ser os primeiros a utilizálas,
mesmo quando agredidos por outras formas, além renunciarem ao aprimoramento ou
desenvolvimento de novos artefatos e de apresentarem garantias de segurança jurídica vinculantes aos
países que não as possuem
“Enquanto alguns Estados possuírem armamentos nucleares, haverá outros tentados a adquirílos
ou desenvolvê-los. Podemos lamentar esta lógica perversa, mas não podemos negá-la facilmente”,
disse Amorim, após garantir que, para o Brasil, a total eliminação das armas nucleares é a melhor
garantia para que elas não continuem se proliferando.
“O desarmamento nuclear requer passos amplos e verificáveis, bem como um cronograma
preciso e realista”, disse o ministro ao se referir à nova política nuclear norte-americana de reduzir a
importância das armas nucleares, ao mesmo tempo que tentaria impedir que outros países as
desenvolvessem. “Por mais que sejam importantes, medidas unilaterais e episódicas não nos levarão a
eliminar as armas nucleares”, concluiu Amorim.
Alex Rodrigues Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (3), em Washington, que
o Tratado de Não Proliferação Nuclear é “intrinsecamente injusto”. Para o ministro, o acordo negociado
em 1970, com o objetivo de conter a corrida armamentista nuclear e ratificado em 2002 por 188 países
acabou por dividir o mundo “entre os que têm” e os que “não têm” acesso à tecnologia nuclear.
Ao discursar durante a reunião para a revisão do tratado, que acontece na sede da Organização
das Nações Unidas (ONU), em Nova York, Amorim lamentou o fato de que as cinco potências nucleares
da atualidade (os Estados Unidos, a Rússia, China, Grã-Bretanha e a França) sejam justamente os cinco
membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Para o ministro, isto “reforça a percepção de
que armas nucleares são um meio para obter proeminência política”.
“Ele [o tratado] é uma expressão dos desequilíbrios do sistema internacional. É o produto de uma
era na qual o poderio militar, principalmente o das armas nucleares, era a principal, senão a única, fonte
de prestígio e de poder político”, declarou Amorim, afirmando que 40 anos após o acordo ter entrado em
vigor, a ideia de um mundo livre de armas nucleares “continua sendo pouco mais do que uma miragem”.
Amorim ainda disse que estas armas não têm utilidade contra as atuais ameaças à segurança
nacional e prejudiquem a segurança de todos. Ele defendeu que não se deve negar o direito a atividades
nucleares pacíficas a nenhum país que cumpra os requisitos do tratado e da Agência Internacional de
Energia Atômica.
“Contanto que tal país aja de acordo com o tratado e com os requisitos da Agência Internacional
de Energia Atômica, as preocupações legítimas com a não-proliferação não devem impedir o exercício
do direito a atividades nucleares pacíficas”.
Em um tom duro, Amorim comentou que as metas e promessas negociadas ao longo da última
década – incluindo o programa negociado em 2000 pela Coalizão da Nova Agenda (grupo criado em
1998 pelo Brasil, a África do Sul, Irlanda, Nova Zelândia, o Egito, México e a Suécia para defender o
desarmamento nuclear) – ainda não foram cumpridas.
Para o chanceler, se quiserem dar mais credibilidade ao tratado, os países detentores de
armamentos nucleares devem assumir um compromisso claro de que não irão ser os primeiros a utilizálas,
mesmo quando agredidos por outras formas, além renunciarem ao aprimoramento ou
desenvolvimento de novos artefatos e de apresentarem garantias de segurança jurídica vinculantes aos
países que não as possuem
“Enquanto alguns Estados possuírem armamentos nucleares, haverá outros tentados a adquirílos
ou desenvolvê-los. Podemos lamentar esta lógica perversa, mas não podemos negá-la facilmente”,
disse Amorim, após garantir que, para o Brasil, a total eliminação das armas nucleares é a melhor
garantia para que elas não continuem se proliferando.
“O desarmamento nuclear requer passos amplos e verificáveis, bem como um cronograma
preciso e realista”, disse o ministro ao se referir à nova política nuclear norte-americana de reduzir a
importância das armas nucleares, ao mesmo tempo que tentaria impedir que outros países as
desenvolvessem. “Por mais que sejam importantes, medidas unilaterais e episódicas não nos levarão a
eliminar as armas nucleares”, concluiu Amorim.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
"Os países que cumprem suas obrigações sob o TNP devem exigir que o Irã responda às
dúvidas da AIEA e suspenda a ampliação do enriquecimento de urânio, como medida de confiança",
argumentou ele.
Isso só seria valido se o Brasil tiver interesse em manter o Status Quo. O que não é verdade.
Brasil deve ta é adorando ver as potencias se enforcarem na hipocrisia.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Tornou-se insustentável esta hipócrita política:
- India pode, Israel pode, Paquistão pode.
- Irã não pode, Brasil não pode, etc...
Só uma pergunta aos amigos que tenham mais conhecimento sobre o adendo do TNP:
- Caso aceito, permitiria a entrada inopinada de "inspetores" em Iperó, na USP, na nova
Base de Submarinos nucleares ou outra base militar ligada ao desenvolvimento atômico?
Franz
- India pode, Israel pode, Paquistão pode.
- Irã não pode, Brasil não pode, etc...
Só uma pergunta aos amigos que tenham mais conhecimento sobre o adendo do TNP:
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Franz
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Se o Brasil tivesse apenas funcionários públicos legitimamente patriotas nas forças armas que conseguissem manter a boca fechada, nós também poderíamos ter o nosso modesto arsenal. Mas fode no momento em que a Argentina, quebrada, resolve se achar no direito de ter bombas também. Aí vira um grande atrativo pra Al Qaeda vir pra cá tentar roubar ogivas.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Também é uma de minhas muitas dúvidas companheiro.Franz Luiz escreveu:Tornou-se insustentável esta hipócrita política:
- India pode, Israel pode, Paquistão pode.
- Irã não pode, Brasil não pode, etc...
Só uma pergunta aos amigos que tenham mais conhecimento sobre o adendo do TNP:
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Base de Submarinos nucleares ou outra base militar ligada ao desenvolvimento atômico?
Franz
Será que vale a pena assinar ?
Pode se tornar uma "calça arriada" onde vale futucar tudo ?
Quais são as reais vantagens e desvantagens ?
O atual governo, o staff de diplomatas e cabeças realmente pensantes estão a altura do desafio que, norteará a política internacional para o assunto pelos próximos 50 anos ?
Debater, mais do que nunca, é preciso!
Editado pela última vez por Rock n Roll em Ter Mai 04, 2010 8:14 pm, em um total de 1 vez.
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Sim para todas as perguntas, amigo Franz.Franz Luiz escreveu:Tornou-se insustentável esta hipócrita política:
- India pode, Israel pode, Paquistão pode.
- Irã não pode, Brasil não pode, etc...
Só uma pergunta aos amigos que tenham mais conhecimento sobre o adendo do TNP:
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Base de Submarinos nucleares ou outra base militar ligada ao desenvolvimento atômico?
Franz
Inclui ai também TODAS as empresas envolvidas nos projetos, qualquer uma! Se fabricar um parafuso de 3/4 para algum projeto envolvendo energia nuclear, esta poderá ser inspecionada sem aviso prévio pela AIEA.
Lembrando: os inspetores são técnicos (engenheiros em sua maioria) altamente capacitados!
[]'s.
Editado pela última vez por DELTA22 em Ter Mai 04, 2010 8:14 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Dá uma olhada no "Crônicas de Uma Guerra Secreta" do embaixador Sérgio Corrêa da Costa; Editora Record.Cross escreveu:Se o Brasil tivesse apenas funcionários públicos legitimamente patriotas nas forças armas que conseguissem manter a boca fechada, nós também poderíamos ter o nosso modesto arsenal. Mas fode no momento em que a Argentina, quebrada, resolve se achar no direito de ter bombas também. Aí vira um grande atrativo pra Al Qaeda vir pra cá tentar roubar ogivas.
Cada página me deixa mais impressionado com o cerne da política dos hermanos. Ainda colocaram a anta do
Kirschner em organismo multilateral. Que sina essa nossa na AL...
Debater é preciso.
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Tito Lívio.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Amigo, o que tem a ver o servidor público brasileiro com a Al Qaeda?Cross escreveu:Se o Brasil tivesse apenas funcionários públicos legitimamente patriotas nas forças armas que conseguissem manter a boca fechada, nós também poderíamos ter o nosso modesto arsenal. Mas fode no momento em que a Argentina, quebrada, resolve se achar no direito de ter bombas também. Aí vira um grande atrativo pra Al Qaeda vir pra cá tentar roubar ogivas.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
DELTA22 escreveu:Sim para todas as perguntas, amigo Franz.Franz Luiz escreveu:Tornou-se insustentável esta hipócrita política:
- India pode, Israel pode, Paquistão pode.
- Irã não pode, Brasil não pode, etc...
Só uma pergunta aos amigos que tenham mais conhecimento sobre o adendo do TNP:
- Caso aceito, permitiria a entrada inopinada de "inspetores" em Iperó, na USP, na nova
Base de Submarinos nucleares ou outra base militar ligada ao desenvolvimento atômico?
Franz
Inclui ai também TODAS as empresas envolvidas nos projetos, qualquer uma! Se fabricar um parafuso de 3/4 para algum projeto envolvendo energia nuclear, esta poderá ser inspecionada sem aviso prévio pela AIEA.
Lembrando: os inspetores são técnicos (engenheiros em sua maioria) altamente capacitados!
[]'s.
Pô, então é calça arriada mesmo !!!!!
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
publicado em 06/04/2010 às 18h38:
Rússia busca equilíbrio com
EUA em acordo de desarmamento
Russos se achavam em desvantagem em acordos anteriores
A Rússia espera recuperar sua influência perdida no mundo e restaurar a situação de "igualdade" com os Estados Unidos após a assinatura na próxima quinta-feira (8) em Praga de um novo acordo de desarmamento nuclear START com seu ex-adversário da Guerra Fria, afirmam os analistas.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, afirmou nesta terça-feira (6) que a assinatura do acordo pelos presidentes Barack Obama e Dmitri Medvedev reflete "o novo nível de confiança entre Moscou e Washington".
Durante as negociações de vários meses que ocorreram em Genebra, os representantes russos insistiram a cada passo para que o princípio da igualdade russo-americana fosse reconhecido, afirmou Evgueni Volk, analista da Fundação Heritage nos Estados Unidos.
- Era um dos principais objetivos do Kremlim. É um sucesso para eles ter conseguido que os americanos reconhecessem a Rússia como um sócio de mesmo nível.
Russos se achavam em desvantagem
Os líderes políticos russos julgavam que os tratados assinados pelos dois países nos anos 1990 eram desfavoráveis a Moscou, incluindo o START, que expirou no dia 5 de dezembro de 2009.
Este acordo previa principalmente a presença permanente de inspetores americanos na fábrica russa de Votkinsk (580 km a leste de Moscou), onde são fabricadas armas estratégicas.
A presença dos inspetores irritava Moscou, que retirou em 2001 os seus de um local similar nos Estados Unidos. Mas a Rússia não conseguiu que os americanos partissem até o fim de 2009, horas antes do vencimento do START.
O conselheiro diplomático do presidente russo, Sergei Prijodko, manifestou na sexta-feira a sua satisfação de que as inspeções americanas voltem apenas quando o novo acordo entrar em vigor. Já Lavrov indicou nesta terça-feira estar satisfeito pelo fim das medidas "discriminatórias".
Antimíssel americano preocupa russos
Outras autoridades russas afirmaram que o novo tratado terá várias preocupações relacionadas com o projeto de escudo antimísseis americano na Europa, um ponto sensível nas relações entre os dois países.
Moscou considera que o sistema poderá representar uma ameaça para sua força de dissuasão nuclear. Lavrov preveniu que Moscou reservará o direito de se retirar do novo tratado, caso o escudo restrinja o potencial estratégico russo.
- A Rússia terá o direito de sair do tratado START se o desenvolvimento quantitativo e qualitativo do potencial de defesa antimísseis dos Estados Unidos começar a pesar sobre a eficácia das forças nucleares estratégicas.
Moscou esperava impor limites na questão de defesa antimísseis, mas finalmente se contentou com um compromisso por parte de Washington de que reconhece a existência de um "vínculo" entre as armas nucleares "ofensivas" e os sistemas antimísseis.
Se o Kremlim se alegra com o reconhecimento do "vínculo", os analistas afirmam que o novo tratado não impõe nenhum limite ao projeto antimísseis americano.
A Rússia também não pôde obter concessões em outros temas, como uma maior redução do número de vetores nucleares.
Copyright AFP - Todos os direitos de reprodução e representação reservados
Rússia busca equilíbrio com
EUA em acordo de desarmamento
Russos se achavam em desvantagem em acordos anteriores
A Rússia espera recuperar sua influência perdida no mundo e restaurar a situação de "igualdade" com os Estados Unidos após a assinatura na próxima quinta-feira (8) em Praga de um novo acordo de desarmamento nuclear START com seu ex-adversário da Guerra Fria, afirmam os analistas.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, afirmou nesta terça-feira (6) que a assinatura do acordo pelos presidentes Barack Obama e Dmitri Medvedev reflete "o novo nível de confiança entre Moscou e Washington".
Durante as negociações de vários meses que ocorreram em Genebra, os representantes russos insistiram a cada passo para que o princípio da igualdade russo-americana fosse reconhecido, afirmou Evgueni Volk, analista da Fundação Heritage nos Estados Unidos.
- Era um dos principais objetivos do Kremlim. É um sucesso para eles ter conseguido que os americanos reconhecessem a Rússia como um sócio de mesmo nível.
Russos se achavam em desvantagem
Os líderes políticos russos julgavam que os tratados assinados pelos dois países nos anos 1990 eram desfavoráveis a Moscou, incluindo o START, que expirou no dia 5 de dezembro de 2009.
Este acordo previa principalmente a presença permanente de inspetores americanos na fábrica russa de Votkinsk (580 km a leste de Moscou), onde são fabricadas armas estratégicas.
A presença dos inspetores irritava Moscou, que retirou em 2001 os seus de um local similar nos Estados Unidos. Mas a Rússia não conseguiu que os americanos partissem até o fim de 2009, horas antes do vencimento do START.
O conselheiro diplomático do presidente russo, Sergei Prijodko, manifestou na sexta-feira a sua satisfação de que as inspeções americanas voltem apenas quando o novo acordo entrar em vigor. Já Lavrov indicou nesta terça-feira estar satisfeito pelo fim das medidas "discriminatórias".
Antimíssel americano preocupa russos
Outras autoridades russas afirmaram que o novo tratado terá várias preocupações relacionadas com o projeto de escudo antimísseis americano na Europa, um ponto sensível nas relações entre os dois países.
Moscou considera que o sistema poderá representar uma ameaça para sua força de dissuasão nuclear. Lavrov preveniu que Moscou reservará o direito de se retirar do novo tratado, caso o escudo restrinja o potencial estratégico russo.
- A Rússia terá o direito de sair do tratado START se o desenvolvimento quantitativo e qualitativo do potencial de defesa antimísseis dos Estados Unidos começar a pesar sobre a eficácia das forças nucleares estratégicas.
Moscou esperava impor limites na questão de defesa antimísseis, mas finalmente se contentou com um compromisso por parte de Washington de que reconhece a existência de um "vínculo" entre as armas nucleares "ofensivas" e os sistemas antimísseis.
Se o Kremlim se alegra com o reconhecimento do "vínculo", os analistas afirmam que o novo tratado não impõe nenhum limite ao projeto antimísseis americano.
A Rússia também não pôde obter concessões em outros temas, como uma maior redução do número de vetores nucleares.
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Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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