Pergunte ao Bourne
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Re: Pergunte ao Bourne
Marcelo,
Respondendo a pergunta: por que o Plano real teve um quebra estrutural em 1998/1999.
O ponto central é simples: quebra estrutural por que mudou de rumo quando abandonou o câmbio fixo valorizado para controlar a inflação e adotou o regime de metas de inflação.
Isso não foi uma opção, mas uma força maior do mercado dado o ataque especulativo intenso da época contra o real. Era impossível sustentar aquela situação sem dólares para manter a moeda valorizada e enfrentar os especuladores. Além do mais os custos de manter a moeda valorizada eram impossíveis de serem suportados pelo lado real da economia. Caso prosseguisse o país tinha sérias chances de se transformar em uma novo Argentina.
Ao mesmo tempo, a desvalorização do real foi uma ação unilateral do Brasil. Os demais membros do mercosul tinham o compromisso de manter a moeda fixa, especialmente a Argentina, e estava apalavrado que um avisaria o outro o que faria em relação as políticas monetárias. Haja vista que a intenção era criar uma moeda unica dentro da ideia de um mercado comum no estilo União Européia. O Brasil implodiu tudo isso em nome de seus interesses e forçou os outros a fazerem o mesmo pela ação do mercado. Nesse ponto o Mercosul como mercado comum morreu e virou outra coisa cada vez mais parecida com área de livre comércio.
Assim, a lógica da política monetária brasileira busca combater a inflação e mantê-la dentro da meta. O resto é consequência e se equilibra naturalmente. Pode parecer duro para muitos, mas o pessoal do BC não acredita que o câmbio afeta a economia real. Eles pensam assim. esqueçam a menção de achar que eles estão preocupados com outras variáveis. O resultado é que hoje o câmbio flutua ou afunda
É claro que dá para meter o pau gostoso em vários aspectos, mas isso é uma outra estória. Um dia Mister Bourne conta quando for pertinente.
Respondendo a pergunta: por que o Plano real teve um quebra estrutural em 1998/1999.
O ponto central é simples: quebra estrutural por que mudou de rumo quando abandonou o câmbio fixo valorizado para controlar a inflação e adotou o regime de metas de inflação.
Isso não foi uma opção, mas uma força maior do mercado dado o ataque especulativo intenso da época contra o real. Era impossível sustentar aquela situação sem dólares para manter a moeda valorizada e enfrentar os especuladores. Além do mais os custos de manter a moeda valorizada eram impossíveis de serem suportados pelo lado real da economia. Caso prosseguisse o país tinha sérias chances de se transformar em uma novo Argentina.
Ao mesmo tempo, a desvalorização do real foi uma ação unilateral do Brasil. Os demais membros do mercosul tinham o compromisso de manter a moeda fixa, especialmente a Argentina, e estava apalavrado que um avisaria o outro o que faria em relação as políticas monetárias. Haja vista que a intenção era criar uma moeda unica dentro da ideia de um mercado comum no estilo União Européia. O Brasil implodiu tudo isso em nome de seus interesses e forçou os outros a fazerem o mesmo pela ação do mercado. Nesse ponto o Mercosul como mercado comum morreu e virou outra coisa cada vez mais parecida com área de livre comércio.
Assim, a lógica da política monetária brasileira busca combater a inflação e mantê-la dentro da meta. O resto é consequência e se equilibra naturalmente. Pode parecer duro para muitos, mas o pessoal do BC não acredita que o câmbio afeta a economia real. Eles pensam assim. esqueçam a menção de achar que eles estão preocupados com outras variáveis. O resultado é que hoje o câmbio flutua ou afunda
É claro que dá para meter o pau gostoso em vários aspectos, mas isso é uma outra estória. Um dia Mister Bourne conta quando for pertinente.
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Re: Pergunte ao Bourne
Vosmecê está assistindo muito a CNN ou Fox News. Começa a achar que aqui é os EUA ou Espanha.WalterGaudério escreveu:Bourne, como é que é... Vamos ter uma bolha imobiliária no Brasil tb, só por pura especulação?
Não. Não. Não. Não existe margem para isso e o mercado não é propício. A não ser que consiga hipotecar a sua casa de 300 mil, comprar uma outra financiada de 500 mil e torrar a diferença em consumo.
- P44
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Re: Pergunte ao Bourne
Bourne
vc que é quase Nobel em Economia, que diz desta comparação Portugal/Grécia, quem irá primeiro prós beleleu?
vc que é quase Nobel em Economia, que diz desta comparação Portugal/Grécia, quem irá primeiro prós beleleu?
Triste sina ter nascido português
- Bourne
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Re: Pergunte ao Bourne
Não importa. A questão não é Portugal, mas a zona como um "toldo". Os tugas estão sendo colocado como a próxima vitima e devem ser, mas quem sabe alguém passa na frente. Se amenizar agora vai parecer que está tudo bem até uma nova crise estourar. Além do mais muitos vão ganhas alguns bilhões nessa brincadeira, principalmente quem não sabe o que fazer com dólares e outras moedas conversíveis que circulam por aí. Nada pessoal, apenas negócios.P44 escreveu:Bourne
vc que é quase Nobel em Economia, que diz desta comparação Portugal/Grécia, quem irá primeiro prós beleleu?
- marcelo l.
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Re: Pergunte ao Bourne
Bourne, subida de 0,75% do COPOM ontem, é prova viva que a economia do Brasil está doente?
Afinal, países saudáveis tem juros baixos...o Brasil voltar para dianteira dos juros reais mais altos do mundo...Cambio derrete de vez?
Afinal, países saudáveis tem juros baixos...o Brasil voltar para dianteira dos juros reais mais altos do mundo...Cambio derrete de vez?
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: Pergunte ao Bourne
Inacreditável, além de ressuscitar este tópico ficou INTELIGENTE!!!
Para mim esse sobe-desce dos juros visa manter a economia livre justamente das malditas bolhas de consumo, quando o mercado aquece demais os juros sobem, quando desaquece eles descem. Isso me parece saudável, principalmente se fosse seguido por outras medidas, como controle de gastos públicos, saneamento da Previdência e uma reforma tributária séria (que teria necessariamente, a meu ver, de estar a reboque de uma reforma política). Que teria o nosso guru de Economia a dizer disso?
Gostei muito de ver o Bourne falando do que sabe melhor, isso só nos engrandece.
Para mim esse sobe-desce dos juros visa manter a economia livre justamente das malditas bolhas de consumo, quando o mercado aquece demais os juros sobem, quando desaquece eles descem. Isso me parece saudável, principalmente se fosse seguido por outras medidas, como controle de gastos públicos, saneamento da Previdência e uma reforma tributária séria (que teria necessariamente, a meu ver, de estar a reboque de uma reforma política). Que teria o nosso guru de Economia a dizer disso?
Gostei muito de ver o Bourne falando do que sabe melhor, isso só nos engrandece.
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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- Bourne
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Re: Pergunte ao Bourne
Não.marcelo l. escreveu:Bourne, subida de 0,75% do COPOM ontem, é prova viva que a economia do Brasil está doente?
Afinal, países saudáveis tem juros baixos...o Brasil voltar para dianteira dos juros reais mais altos do mundo...Cambio derrete de vez?
Por que as taxas de juros no Brasil são altas? A resposta paira uma questão filosófica. Podes falar que é uma aberração estrutural do Brasil por que sempre foi alta e mascarada pela inflação que também mascarava o elevado spread. Alguns, afirmam que a taxa de juros é alta por que o governo insiste em pagar uma taxa de juros básica bem maior do que poderia sobre os seus títulos considerando o risco quase nulo, levando as demais taxas de financiamento se construírem em cima de uma base de juros alta e risco superestimado. Como quebra isso é um mistério por que isso é um circulo vicioso de décadas e mais décadas.
Por que o COPOM aumentou os juros? Simples caro Robin. O BC adota um regime chamado de "metas de inflação" em que o objetivo do Banco Central é garantir que a meta de inflação atinja determinado algo em certo período de tempo. O resto não importa. Isso mesmo, não importa. Entre as equações estruturais que eles tem um componente de demanda agregada e como influencia o nível de preço. Não é o único tem outros fatores como câmbio, inflação inercial (ou passada), dívida do governo, etc.... Isso quer dizer que a economia não pode crescer mais que uma certa taxa para não gerar inflação considerando a interação com os demais fatores. Portanto, se crescer mais que aquilo, eles sobem a taxa de juros para desaquecer a economia e abaixar a inflação. É exatamente o que o pessoal do BC está fazendo que é a receita de bolo do regime de metas de inflação.
Quem defende o regime de metas de inflação vai falar que é fantástico por que mentem a inflação baixa. Os que não concordam vão começar a argumentar que os países que não adotam o regime de metas também mantiverem a inflação baixa na década de 1990 como EUA e UE. Mais recentemente os críticos enfatizam o problema de ser uma coisa criada para momentos de estabilidade e inadequados para crises.
Quando a imprensa fala coisa do tipo como não se cresce sem gerar inflação é besteira. Por que primeiro tem que considerar que existe uma troca entre crescimento e inflação. Segundo que os outros fatores que supostamente geram inflação não anulem o efeito positivo do crescimento sobre inflação. Outro erro comum é dizer que o BC tentando segurar a valorização do real por que não está, mas apenas e tão somente suavizando a trajetória de longo prazo por que para eles (o BC) a taxa de câmbio não influi no lado real da economia no longo prazo. Quem toma atitude para controlar a valorização do real, mesmo a revelia do BC, é o governo por medidas fiscais e legais ainda que bem tímidas para tentar fugir dos efeitos maléficos do fluxo de capital de curto prazo.
O efeito da SELIC não é direto. Mexe muito, mais muito mais, com a sensibilidade das instituições financeiras em fixar suas taxas de juros e do setor produtivo ficar convencido de que vale a pena investir em aumento da produção naquele momento. Como também pode atrair especuladores de curto prazo que vão jogar com o câmbio e juros para ter lucro levando o real a ser ainda mais valorizado levando a primeiro efeito negativo sobre o setor produtivo. O outro é que o governo terá os encargos de sua divida elevados refletindo na capacidade de gastar e investir. O que indiretamente pode ter influência na iniciativa privada. Sendo radical pode se falar que está se criando um ambiente propício para uma crise cambial e fiscal.
- Bourne
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Re: Pergunte ao Bourne
Acho que vosmecê começa a ser moldado para fazer parte do COPOM. Talvez até como presidente do BC se conseguir falar mais bonito.Túlio escreveu:Inacreditável, além de ressuscitar este tópico ficou INTELIGENTE!!!
Para mim esse sobe-desce dos juros visa manter a economia livre justamente das malditas bolhas de consumo, quando o mercado aquece demais os juros sobem, quando desaquece eles descem. Isso me parece saudável, principalmente se fosse seguido por outras medidas, como controle de gastos públicos, saneamento da Previdência e uma reforma tributária séria (que teria necessariamente, a meu ver, de estar a reboque de uma reforma política). Que teria o nosso guru de Economia a dizer disso?
Gostei muito de ver o Bourne falando do que sabe melhor, isso só nos engrandece.
Acabou de descrever o chamado por Misnky de "caminho para o inferno". Se a economia está financeiramente fragilizada com as empresas e consumidores endividados e se arriscando além do que poderiam elevar as taxas de juros vai implodir o esquema e mostrar as fragilidades, quebrar muita gente, levando a recessão e aumento de desemprego. Depois de criar o ambiente recessivo adota uma política fiscal contorcionista com aumento de impostos e redução de gastos vai aprofundar a recessão e o desemprego. Uma crise leve vai virar a "mãe de todas as crises". As contas do governo deveria ser postas em ordem em tempos de crescimento e não de crise.
Por isso que os norte-americanos na prática nunca seguiram a receita ao pé da letra e outros lá pela Europa e Ásia também. E não por acaso é o que está acontecendo em alguns países europeus. É claro que a coisa é bem diferente por que fazem parte de uma união monetária chamada de euro o que pode ser ainda pior por que existem problemas oriundos de desesquilibrios internos, contágios, não ter moeda própria e soberania sobre a política monetária e por aí vai.
Por que os juros subiram? Releia o post anterior.
Capitalismo sem crise não é capitalismo.
Re: Pergunte ao Bourne
Agora o Bourne deu um sho. Em econômia o homem é mestre. Mas quando o assunto é mulher...Túlio escreveu:Gostei muito de ver o Bourne falando do que sabe melhor, isso só nos engrandece.
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
- marcelo l.
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Re: Pergunte ao Bourne
Bourne, o problema do Brasil não é o sistema de metas, mas a meta escolhida, 4,5% é muito baixo se pensar que o país quer crescer em ritmo acelerado haverá portanto diminuição do desemprego e aumento dos salários, e ainda existem fortes fatores inflacionários externos.
Juros altos e cambio baixo vai levar a crise, só não ocorrerá se encontrarmos algum mercado para produtos industrializados.
Juros altos e cambio baixo vai levar a crise, só não ocorrerá se encontrarmos algum mercado para produtos industrializados.
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"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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- soultrain
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Re: Pergunte ao Bourne
Bourne,
Com esta crise é melhor arrecadar mulheres agora, ou esperar que o cambio baixe?
[[]]'s
Com esta crise é melhor arrecadar mulheres agora, ou esperar que o cambio baixe?
[[]]'s
"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento"
NJ
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Re: Pergunte ao Bourne
Foi basicamente isso que eu ouvi na palestra de 2 dias da PETROBRAS.marcelo l. escreveu:Bourne, o problema do Brasil não é o sistema de metas, mas a meta escolhida, 4,5% é muito baixo se pensar que o país quer crescer em ritmo acelerado haverá portanto diminuição do desemprego e aumento dos salários, e ainda existem fortes fatores inflacionários externos.
Juros altos e cambio baixo vai levar a crise, só não ocorrerá se encontrarmos algum mercado para produtos industrializados.
Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...
Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.
Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: Pergunte ao Bourne
Vou responder pelo Bourne companheiro pois já captei o que ele pensa. Com o cambio baixo tu não pega nada. Aproveite o teu momento de cambio alto para tentar o ataque e arrecadar algo. Lá em Portugal que fique bem claro que por aqui a moeda extrangeira está frouxa, desvalorizada.soultrain escreveu:Bourne,
Com esta crise é melhor arrecadar mulheres agora, ou esperar que o cambio baixe?
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Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
- soultrain
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Re: Pergunte ao Bourne
Então é arrecadar já como não houvesse amanhã?
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Re: Pergunte ao Bourne
soultrain escreveu:Então é arrecadar já como não houvesse amanhã?
muitos maridos irão se voluntariar para contribuir para que arrecades imensas
Triste sina ter nascido português