Crise Econômica Mundial

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Re: Crise Econômica Mundial

#1606 Mensagem por Bourne » Seg Abr 26, 2010 11:40 am

Bolovo escreveu:UE implodindo em 5, 4, 3, 2...
Seu americanófilo :evil:

Se implodir minhas visões a respeito estarão certas a respeito da reedução dos problemas estruturais das uniões monetárias. Imagina uma moeda comum para o Mercosul que problemas traria. [099]




Editado pela última vez por Bourne em Seg Abr 26, 2010 11:42 am, em um total de 1 vez.
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Re: Crise Econômica Mundial

#1607 Mensagem por P44 » Seg Abr 26, 2010 11:41 am

Acções (act.)
Terramoto na bolsa de Lisboa, PSI 20 afunda 3,4%

Eudora Ribeiro e Rita Paz
26/04/10 15:05


Merkel veio hoje exigir mais medidas anti-défice ao Governo de Papandreou como condição para aprovar o pacote de ajudas à Grécia.

A bolsa portuguesa está a viver mais uma sessão negra, depois de a Alemanha ter adiado uma decisão sobre a ajuda à Grécia. Atenas também cai mais de 3%.

Depois de Angela Merkel ter dito hoje que a Alemanha só vai decidir uma eventual ajuda à Grécia nos próximos dias, o principal índice português acentuou as quedas da sessão e cai agora 3,44% para os 7.536,28 pontos, o pior desempenho desde inícios de Fevereiro.

Com o desempenho de hoje, o PSI 20 já perde 10% desde o início do ano.

Mas também a Bolsa de Atenas seguia em forte queda, com um tombo de 3,30%. São os dois piores desempenhos no mundo.

"Fala-se constantemente de Portugal e não há ninguém "credível" que venha dizer que Portugal está noutro patamar e isso pode verificar-se até nos CDS portugueses", disse João de Deu, trader da Dif Broker ao Económico.

"Enquanto não houver uma decisão concreta sobre o que vão fazer e como vai ser conseguido o empréstimo à Grécia por parte da Europa, os problemas vão continuar e a bolsa não vai recuperar", acrescentou o mesmo perito.

Em Lisboa, os títulos da banca são os que mais se destacam. BES e BCP afundam mais de 4%, enquanto o BPI recuava 3,4%. Isto porque os bancos são dos que mais sofrem com o agravamento dos indicadores de dívida nacionais, e hoje está a ser mais um dia de recordes.

É que o preço de fazer um eventual incumprimento de Portugal atingiu hoje um novo máximo recorde, nos 313 pontos, o valor mais elevado de sempre.

Ainda na Bolsa de Lisboa, nota para o tombo da EDP Renováveis, que afundava 5,21% para negociar nos 5,06 euros, depois de ter já tombado quase 7% para mínimos de 16 meses, devido aos receios dos cortes de estímulos às energias renováveis em mercados cruciais para a energética liderada por Ana Maria Fernandes, como Espanha e os Estados Unidos.
http://economico.sapo.pt/noticias/psi-2 ... 87845.html




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Re: Crise Econômica Mundial

#1608 Mensagem por Bourne » Seg Abr 26, 2010 11:46 am

Não quero ser pessimista. Porém aparentemente Portugal é o próximo a ser contaminado pelas Grécia. Sem um plano de reestruturação aos gregos, Portugal se torna a próxima vítima que precisa ser auxiliada. Se continuar assim os próximos da fila são Espanha e Itália. Aí o bicho pega dado o tamanho deles dentro da União Européia.




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Re: Crise Econômica Mundial

#1609 Mensagem por Bolovo » Seg Abr 26, 2010 11:47 am

Bourne escreveu:
Bolovo escreveu:UE implodindo em 5, 4, 3, 2...
Seu americanófilo :evil:

Se implodir minhas visões a respeito estarão certas a respeito da reedução dos problemas estruturais das uniões monetárias. Imagina uma moeda comum para o Mercosul que problemas traria. [099]
Pois é [025]




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Re: Crise Econômica Mundial

#1610 Mensagem por P44 » Seg Abr 26, 2010 11:51 am

Bourne escreveu:Não quero ser pessimista. Porém aparentemente Portugal é o próximo a ser contaminado pelas Grécia. Sem um plano de reestruturação aos gregos, Portugal se torna a próxima vítima que precisa ser auxiliada. Se continuar assim os próximos da fila são Espanha e Itália. Aí o bicho pega dado o tamanho deles dentro da União Européia.

Claro que vai ser o próximo , só os grandes "génios" deste (des)governo ainda dizem que não, e como este povinho é a coisa mais idiota e ignorante que existe (ainda ontem vi na Tv umas velhas a babarem-se aos beijinhos ao trocas-te, ainda teve a lata de ir á manif do 25 de Abril), só quando estivermos já a meio caminho penhasco abaixo talvez abram os olhos.

O próximo problema global: Portugal

É este o título de um texto publicado por Peter Boone, investigador da London School of Economics, e Simon Johnson, antigo economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, no blog Economix, do jornal New York Times.

Sónia M. Lourenço
19:16 Quinta-feira, 15 de Abril de 2010

Peter Boone, investigador da London School of Economics, e Simon Johnson, antigo economista-chefe do Fundo Monetário Internacional não têm dúvidas: Portugal é o próximo problema global. É esse o título de um texto que, em conjunto, publicaram hoje no blog Economix , do jornal New York Times.

O seu argumento é claro. Após o anúncico do pacote de ajuda europeu e do Fundo Monetário Internacional à Grécia, Portugal é o próximo país no radar. Aliás, para os autores a única razão porque as atenções dos mercados ainda não se centraram em Portugal é a gravidade da situação grega.

"Ambos os países estão, economicamente, à beira da falência, e cada um parece muito mais arriscado do que parecia a Argentina em 2001, quando entrou em incumprimento", afirmam Peter Boone e Simon Johnson.
Dívida de 78% do PIB em 2009

Os autores frisam que Portugal gastou demasiado nos últimos anos, levando a sua dívida a atingir 78% do PIB no final de 2009, o que compara com os 114% da Grécia e com 62% da Argentina, à data do incumprimento. Além disso, tal como acontece com a Grécia, a dívida portuguesa foi "em grande medida financiada pelo estrangeiro".

Portugal, tal como a Grécia, "refinancia os seus pagamentos de juros emitindo nova dívida", argumentam Boone e Johnson. Por isso, em 2012, o rácio entre a dívida e o PIB deve atingir 108%. "A certa altura os mercados financeiros irão simplesmente recusar-se a financiar este esquema Ponzi", enfatizam.
Taxa de câmbio muito sobrevalorizada

O maior problema que Portugal enfrenta, tal como a Grécia, a Irlanda ou a Espanha é, para os autores, estar preso a uma taxa de câmbio muito sobrevalorizada, quando tem necessidade de um ajustamento fiscal muito abrangente.

Por isso, Boone e Johnson consideram que o governo luso pode esperar "vários anos de desemprego elevado e políticas difíceis".

Só que "nem os líderes políticos portugueses, nem os gregos, estão preparados para fazer os cortes necessários", defendem.

E reforçam: "Os portugueses nem sequer estão a discutir cortes sérios. No seu orçamento para 2010 prevêem um défice orçamental de 8,3% do PIB, pouco diferente do que foi registado em 2009 (9,4%). Estão à espera, com esperança que o crescimento económico os tire desta confusão. Mas um crescimento dessa ordem só poderia advir de um extraordinário boom económico global".
O que se segue para Portugal?

Para Boone e Johnson, após o pacote de regate da Grécia, "os políticos portugueses nada mais podem fazer do que esperar que a situação piore e, nessa altura, exigir o seu pacote de resgate também".

A questão é que, eventualmente no futuro, "a Europa cansar-se-à de resgatar os seus países mais fracos", consideram os autores, apontando que Alemanha deverá ser o primeiro país a fechar a torneira.

Até lá a dívida continuará a acumular-se, tornando a situação cada vez mais perigosa. E, quando a torneira fechar, "pelo menos uma nação enfrentará um doloroso incumprimento", rematam Boone e Johnson.

Clique aqui para ler o texto na íntegra
http://aeiou.expresso.pt/o-proximo-prob ... al=f576761




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Re: Crise Econômica Mundial

#1611 Mensagem por marcelo l. » Seg Abr 26, 2010 7:00 pm

Portugal é talvez dos países europeus um dos mais complicados para aceitar o fim do Estado nacional até por ser o primeiro Estado-nação...mas, dos novos países muitos aceitariam e algumas provincias de países tradicionais também.




"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
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Re: Crise Econômica Mundial

#1612 Mensagem por soultrain » Ter Abr 27, 2010 6:22 pm

marcelo l. escreveu:Portugal é talvez dos países europeus um dos mais complicados para aceitar o fim do Estado nacional até por ser o primeiro Estado-nação...mas, dos novos países muitos aceitariam e algumas provincias de países tradicionais também.
concordo Marcelo.





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: Crise Econômica Mundial

#1613 Mensagem por soultrain » Ter Abr 27, 2010 6:23 pm

A Message to Wall Street's Fabulous Fabs
Goldman will survive, but the expectations have changed

By Michael Lewis

magazine cover

April 26, 2010

If you happen to be sitting on the Goldman Sachs (GS) bond-trading floor, life must feel horribly unfair. You did nothing worse than live by the ethical assumptions of your market—any money-making event short of obviously illegal is admirable—and now your own grandfather thinks you're some kind of monster. Your world feels upside down. What was right is now wrong, what was good is now bad, what once felt like winning now feels like losing. You're probably wondering: What next? What will the angry rabble—all those ordinary people who can never really understand your business—now demand that you explain to them, so they can disapprove of you all over again?

Here, for a start, is what the world beyond Wall Street is entitled to:

Full knowledge of the inner workings of your proprietary trading desk. In particular, the moment-to-moment dealings of your correlations traders from late 2004, when they first exploited AIG's (AIG) idiotic willingness to sell cheap insurance on pools of subprime mortgage loans, until the end of 2007, when they would have taken most of their profits from the total collapse of the subprime bond markets.

Your bosses claim to have lost $100 million or more on the Abacus trade for which your firm is being sued. This seems, to put it mildly, disingenuous. In March 2007, the time of this particular Abacus trade, your prop traders were already short the subprime market. Would they really have taken a naked long position in a deal you helped to construct precisely so that it would fail, without offsetting in some other way on their books?

Sadly, it will not suffice to offer up Fabrice Tourre as a ritual sacrifice. No one is going to accept a then-27-year-old Frenchman, whose job was apparently to keep sweet the patsies on the other end of your trades, as the world's authority on your trading positions. His name isn't even on the top of the list of Goldman traders on the $2 billion Abacus deal for which you are being sued. The name on top of that document is "Jonathan Egol." Egol appears to have been the bond trader at the center of your Abacus program. The same Jonathan Egol who told fellow traders in 2006—a year before this transaction—that the subprime market was doomed. The public eventually will ask: Who is Jonathan Egol, and what exactly was his game?

Then there's the matter of your relations with the inaptly named "CDO manager." In this case, the manager was ACA but it wasn't the only one. Others were equally pliable. The Securities & Exchange Commission lawsuit charges you with using ACA as a shill: The investors in these deals assumed that it was ACA's job to figure out whether the bonds inside the collateralized debt obligations were intelligent investments. But ACA quite clearly had no idea what it was doing—and you quite clearly understood that.

The telling details here are the e-mails between your French salesman and ACA in which ACA feels it needs to understand exactly what John Paulson's interests are in this new CDO. Paulson, who had done a great deal of analysis on the underlying bonds, was of course picking the ones he wanted to see inside the CDO. (Hard to understand why it didn't disturb you that he was even in the conversation, by the way, but that's another story.) The SEC accuses you of lying to ACA by suggesting that Paulson was a long investor in the deal when he was in fact selling the deal short.

What's interesting here is what you appear to take for granted: that ACA has no talent for evaluating the bonds picked by Paulson. After all, if ACA was doing its job it wouldn't have cared one way or the other what Paulson (then a third-tier hedge fund manager) was up to. ACA would have known which bonds were good and which were bad, and picked the good ones. In their anxiety about Paulson's motives we can all glimpse their incompetence. They want to know that Paulson has an interest in picking the good ones because they themselves have no clue which ones they are.

But if a CDO manager had no independent ability to select the bonds inside a CDO, then what, please explain to us, was its financial function? Why did you select ACA to manage your deal?

Finally, what is the reason for being so unconcerned for so long with the consequences of your actions? The masses deserve to know, for instance, how you became blinded to the very simple difference between right and wrong. The more moralistic among them will ask the question mainly to fuel their own outrage, the more tactical will ask the question because they sense that the financial system doesn't function unless you have the incentive to think in these terms—and you clearly do not. What begins as an effort to change your business may well end up as an attempt to change your soul.

Just as there was a time when people could smoke on airplanes, or drive drunk without guilt, there was a time when a Wall Street bond trader could work with a short seller to create a bond to fail, trick and bribe the ratings agencies into blessing the bond, then sell the bond to a slow-witted German without having to worry if anyone would ever know, or care, what he'd just done. That just changed.

Michael Lewis, a columnist for Bloomberg News, is the author of Liar's Poker, Moneyball, and The Blind Side, and most recently the best-selling The Big Short.





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Re: Crise Econômica Mundial

#1614 Mensagem por soultrain » Ter Abr 27, 2010 6:27 pm

Os responsáveis disto deveriam ser presos, eu ouvi da boca de alguns, ninguém me disse, que não faziam nada de mal. Apenas aproveitavam que as empresas e países estavam frágeis para ganhar dinheiro. É o mesmo que você deixar a porta encostada da sua casa, e o ladrão dizer que não tem culpa nenhuma, não roubou nada, a porta estava quase aberta...





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Re: Crise Econômica Mundial

#1615 Mensagem por P44 » Qua Abr 28, 2010 4:19 am



«Portugal está a arder», diz “Financial Times"

Hoje às 07:01

Os alemães andam preocupados com a situação económica portuguesa. A edição alemã do “Financial Times” escreve mesmo em título “Portugal está também a arder”.

A agência de notação financeira Standard&Poor's reduziu em dois níveis o rating da dívida portuguesa. É agora mais arriscado emprestar dinheiro a Portugal, o que tem como consequência a penalização das empresas.

Depois da Grécia, também Portugal é arrastado pela crise das dívidas que se agrava dramaticamente. O perigo de bancarrota para Portugal e também Espanha e Irlanda foi sempre visto como um cenário de horror, escreve o “Finantial Times”.

O jornal atribuiu a responsabilidade pelo alastrar da crise a Portugal e às grandes hesitações sobre a ajuda à Grécia.

O ministro alemão da economia é menos pessimista admitindo o perigo para uma sobrevalorização da situação, afirmando que o cenário em Portugal e Espanha é agora mais calmo, sendo necessário manter a cabeça fria para ajudar a Grécia.

O economista Thomas Mayer aconselha já os países europeus a preparam-se para uma possível insolvência da Grécia em 2011.

Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia estão a deixar os investidores à beira de um ataque de nervos.
http://tsf.sapo.pt/PaginaInicial/Econom ... id=1555175




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Re: Crise Econômica Mundial

#1616 Mensagem por P44 » Qua Abr 28, 2010 10:30 am

28-04-2010 13:43 - Situação de Portugal e Espanha não é preocupante

O governo alemão referiu hoje que os problemas orçamentais com que Portugal e Espanha se confrontam actualmente "não são comparáveis" aos da Grécia.

“Não é uma situação comparável”, afirmou uma porta-voz do Ministério alemão dos Negócios Estrangeiros em conferência de imprensa quando questionada se a Alemanha considera que Portugal e Espanha poderão precisar de ser resgatados.

“A situação [nos dois países] não é um motivo de preocupação”, segundo a mesma responsável, citada pela AFP.

Os mercados bolsista e da dívida em Portugal e Espanha têm estado a ser fortemente penalizados nos últimos dias devido aos receios de contágio da crise grega.








Jornal de Negócios - Jornal de Negócios Online




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Re: Crise Econômica Mundial

#1617 Mensagem por marcelo l. » Qua Abr 28, 2010 10:39 am

País perde acesso a interbancário europeu
Assis Moreira, de Genebra
Valor economico

Os bancos europeus fecharam ontem de vez o caixa para as instituições financeiras gregas. Nenhum centavo mais foi emprestado. O único acesso a liquidez para os bancos gregos era o Banco Central Europeu, que ainda recebia os bônus gregos, já considerados papéis especulativos no mercado.

Os quatro maiores bancos comerciais da Grécia acumulam títulos públicos do país no montante de € 40 bilhões. Já seu capital próprio não passa de € 25 bilhões.

Os investidores em papéis gregos vão sofrer um prejuízo de até 30%, de acordo com Willem Buiter, economista do Citigroup citado pelo jornal Haldelsblatt. Sem surpresa, as ações das instituições financeiras degringolavam na Europa. Os bancos franceses e alemães são os mais engajados em créditos a Atenas.

Analistas alertam que, enquanto reinar confusão entre os europeus, os mercados vão continuar reagindo da pior maneira. Portugal, considerado o segundo mais fraco na zona euro depois da Grécia, sofria no meio da tarde de ontem a humilhação de ver seus bônus soberanos serem considerados mais arriscado do que de países como o Líbano e Guatemala.

Com os mercados em pânico, a Europa prometia socorrer rapidamente a Grécia com uma ajuda financeira sem precedentes na história da zona euro, para evitar o contágio a outros países. Mas a Alemanha, a maior economia, continuava a arrastar os pés, exigindo fortes garantias e uma solução de longo prazo.

Tanto mais que o desastre grego vai pesar por anos: o governo tem € 238 bilhões de dívidas a vencer até 2020, dos quais dois terços até 2015. Ou seja, Atenas precisa refinanciar € 27 bilhões por ano nos próximos seis anos.

Para analistas, o rebaixamento dos bônus soberanos da Grécia e de Portugal significa que a crise fiscal na zona euro continuará a se aprofundar. E que, mesmo um forte pacote de socorro para a Grécia, quando aparecer, poderá não ser o fim da crise na Europa.

O ministro alemão de finanças, Wolfgang Scheuble, prometeu que Berlim não vai deixar a Grécia quebrar de vez. Mas parlamentares insistiam que o governo force bancos e fundos de investimentos, detentores de bônus gregos, a repartir os custos do socorro ao país.

Enquanto o governo português prometia poupar mais, para tentar acalmar os mercados, a Irlanda parecia calma e as autoridades da Espanha temiam um efeito dominó, enquanto insistiam que era diferentes da Grécia.

O vice-presidente do Banco Central Europeu, o grego Lucas Papademos, considerou "essencial", segundo agências de notícias, que o programa de socorro a Atenas defina medidas orçamentárias e estruturais que ataques de vez "as raízes do desequilíbrio das contas publicas do país".

Para Papademos, lições da crise começam a ser tiradas, tanto para a Grécia como para países com problemas similares de endividamento gigantesco e perda de competitividade.

O BC grego propôs mais cortes nos gastos públicos e o primeiro-ministro George Papandreou continuava apelando para seus colegas do Partido Socialista apoiarem as reformas.




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Re: Crise Econômica Mundial

#1618 Mensagem por P44 » Qua Abr 28, 2010 10:42 am

soultrain escreveu:Os responsáveis disto deveriam ser presos, eu ouvi da boca de alguns, ninguém me disse, que não faziam nada de mal. Apenas aproveitavam que as empresas e países estavam frágeis para ganhar dinheiro. É o mesmo que você deixar a porta encostada da sua casa, e o ladrão dizer que não tem culpa nenhuma, não roubou nada, a porta estava quase aberta...

segundo os mentideros , a S&P está a fazer o trabalho dos ingleses e a lixar o euro e a Alemanha a toda a força




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Re: Crise Econômica Mundial

#1619 Mensagem por marcelo l. » Qua Abr 28, 2010 10:45 am

A primeira onda veio dos EUA, a segunda agora da zona do Euro, quando bater na Inglaterra vai fazer estragos...agora, o papel alemão parece querer enfraquecer os países em crise, eles não vão ter política economica própria.

Mas, esse editoral combina com que penso.

Valor Econômico

Ajuda demora e Grécia caminha para a moratória


A Grécia está à beira da moratória. Os mercados agora se recusam a financiar a montanha de dívidas gregas, cerca de US$ 300 bilhões, a preços suportáveis. Ontem os retornos dos títulos de dois anos do país subiram para 15%, os maiores do mundo para débitos de curto prazo, ultrapassando até mesmo os de Argentina e Venezuela. Os sismógrafos financeiros apontam um desastre. Para os títulos de dez anos a taxa chegou aos 10%, quando o governo grego já considerava impossível sustentar a rolagem dos débitos a 6%. Os mercados sofreram fortes perdas ontem com uma notícia esperada: o rebaixamento da dívida grega. É difícil saber se o país aguentará à tona até o dia 19 de maio, quando vencem mais US$ 11 bilhões.

As perspectivas para a Grécia pioraram muito justamente após o anúncio de que receberia ajuda dos países da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional. Ambos tomaram a decisão política de colocar de pé um pacote de US$ 60 bilhões, um dos maiores até hoje já feitos para um país, mas das intenções à prática transcorreu um tempo longo demais para quem está sob forte ataque dos investidores.

Além de sua própria desordem e negligência com os gastos públicos, a Grécia é vítima de duras cobranças da Alemanha, agravadas pelas eleições regionais, onde a chanceler Angela Merkel, por ideologia e por deferência à oposição dos alemães a uma ajuda ao país, insiste em um programa detalhado de ajuste para os três próximos anos. "Venho dizendo há semanas que a Grécia precisa fazer sua lição de casa antes", disse Merkel na terça. O governo de George Papandreou, segundo as pesquisas, enfrenta um fogo cruzado que a deterioração econômica pode intensificar. Os gregos consideraram errado o pedido de ajuda ao FMI e à Comunidade Europeia e não acham, ao mesmo tempo, que a atual equipe seja capaz de retirar a Grécia da tremenda enrascada em que se meteu.

Para cumprir as exigências de seus parceiros da zona do euro, com a Alemanha à frente, Papandreou terá de se comprometer antecipadamente com um duro programa de sacrifícios até 2012. Com uma dívida de 113% do PIB e um déficit anual de 13,6% , ele terá de realizar a proeza de cortar gastos que representem 10% do PIB até 2012. Os cortes aprofundarão a recessão e parece óbvio que com a queda da arrecadação as metas sejam atingidas. Restam poucas alternativas à Grécia. Uma delas é realizar um programa de ajustes em um prazo mais longo, com uma ajuda financeira substancialmente maior. Isso parece impossível de se conseguir e nem está na mesa de negociações. Já é difícil obter os US$ 60 bilhões sem cumprir com obrigações duras. A outra, cada vez mais provável, é a moratória, e isso possivelmente não isentaria o governo grego da necessidade de pedir recursos emprestados.

Os países da zona do euro não parecem estar preocupados, enquanto os investidores colocam no radar a possibilidade de uma crise dos títulos soberanos. Já em fevereiro a Grécia poderia ter sido socorrida, mas os europeus ainda discutiam se o recurso pela Grécia ao dinheiro do Fundo Monetário seria ou não um golpe forte demais para a união monetária e namorava a ideia da criação de um Fundo monetário regional. A Alemanha chegou ao cúmulo de insistir na exigência de juros de mercado (em alta) para a remuneração do auxílio financeiro. Perdeu-se um tempo precioso demais e sequer foram construídos mecanismos automáticos de defesa, que evitem a via crucis a que o governo grego terá de se submeter, um verdadeiro pesadelo burocrático. Além de ter de obter um acordo com a CE, o Banco Central Europeu e o FMI, ele terá de ser aprovado em cada um dos 16 países da zona do euro. Nesse passo, a Grécia provavelmente afunda antes.

O contágio grego se agravou. Os retornos dos títulos de Portugal e Espanha subiram e um contrato para se proteger de um calote português (credit default swap) é hoje um dos mais caros do mundo, superando Líbano e Guatemala. A punição a Portugal, Espanha e países com altas dívidas será tanto maior quanto mais se prolongue a agonia grega. O FMI já se prontificou a dar mais US$ 15 bilhões à Grécia, mas falta impulso político para deslanchar a ajuda dos países da zona do euro. A provável moratória da Grécia atingirá fortemente os bancos alemães e franceses, que não tiveram dificuldades comparáveis para obter socorro de bilhões de dólares de seus governos.




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Re: Crise Econômica Mundial

#1620 Mensagem por P44 » Qua Abr 28, 2010 10:48 am

os ingleses estão na falência, e agora querem arrastar o resto da europa com eles




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