NOTÍCIAS POLÍTICAS

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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#601 Mensagem por Clermont » Sáb Mar 13, 2010 5:57 pm

A QUEM LULA SE REFERIU?

Ricardo Noblat - Blog do Noblat - 13.10.10.

Curioso.

Lula culpou os que governaram antes dele pelo alto índice de jovens envolvidos com o crime no país.

Transcrevo:

"Nós passamos 25 anos sem a economia crescer. Tem muito jovem que a gente vê hoje na televisão sendo preso, bandido, que é resultado de políticas econômicas irresponsáveis que não permitiram que esse País crescesse. Enquanto os governantes que fizeram a política estão soltos, a meninada inocente que é vítima está presa e condenada porque não tiveram oportunidade", afirmou, ao ressaltar avanços econômicos no seu governo. "Nós aprendemos a resolver os problemas deste País", emendou.


Será que Lula incluiria José Sarney entre os governantes culpados pela criminalidade juvenil?

Sarney é fiel aliado dele hoje. Lula não se preocupou em arrebentar o PT para evitar a saída de Sarney da presidência do Senado.

E Fernando Collor? Ele faz parte desse rol de governantes irresponsáveis?

Collor também é aliado de Lula. E estará no mesmo palanque de Lula e Dilma.

Generalização dá nisso...
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#602 Mensagem por Skyway » Qua Mar 17, 2010 11:40 am

Imagem


Agora é questão de honra


A partir das 16h, quando começa a passeata na Candelária, o Rio dará as mãos em resposta à Emenda Ibsen, que transfere a maior parte dos royalties do petróleo fluminense para outros estados e municípios.

O deputado, cassado no escândalo dos anões do orçamento, tentou emplacar ontem uma compensação para os prejudicados, mas esta acabou rechaçada pela União. Além disso, debochou da riqueza natural do estado e desdenhou da reação de seus habitantes nas ruas. Segundo o governador Sérgio Cabral, 150 mil pessoas são esperadas no ato público, que contará com quase 5 mil homens na segurança. No Congresso, a bancada do Rio montou uma operação para obter votos no Senado, próximo palco da batalha. Tema do dia A2 a A6, Editorial A8, Anna Ramalho A16, Hilde B5


Afronta

Homens assim é que transformam o Congresso em centro de raiva e repúdio por parte da opinião pública, tanto que pesquisa recente mostrou que só 14% o apoiam. Uma Casa tão importante para a democracia não merece ser julgada em função de atos isolados e declarações proferidas por nomes cujo currículo os desmerece.

Tanto a emenda que reduz os royalties quanto a ironia de seu autor são uma afronta a quem não dissocia o futuro do Rio e do Brasil.

Jornal do Brasil

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Eu vou
AD ASTRA PER ASPERA
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#603 Mensagem por Clermont » Dom Mar 28, 2010 7:09 pm

DANE-SE O PAÍS.

Mary Zaidan - 28.3.2010 / Blog do Noblat.

A repugnante frase do então governador de São Paulo, Orestes Quércia – “Quebrei o Estado, mas elegi meu sucessor” –, tem tudo para virar fichinha perto dos abusos do presidente Lula para tentar eleger Dilma Rousseff.

Protegido pela couraça da popularidade e há muito só com olhos nas eleições, Lula age sem qualquer limite. Jamais desce do palanque e lança seus dardos para todos os lados. Agride a fiscalização do Tribunal de Contas da União, que “paralisa o país”, zomba da Justiça Eleitoral e culpa terceiros quando seus tiros acham os pés.

Faz o que não deveria e não poderia. E, livre, leve e solto, sem oposição que lhe puxe os freios, ainda acusa a imprensa de só noticiar os malfeitos.

Lula consegue até o aval do adversário, o pré-candidato tucano José Serra, que, com a mesma tortuosidade de raciocínio, taxou de “leviandade em matéria jornalística” as críticas que recebe e, assim como Lula, reclamou de não ver notícias positivas de seu governo. Ambos fingem que não sabem a diferença entre jornalismo e publicidade, embora gastem fortunas no segundo item.

Às leis e às instituições, o presidente parece não ter lá muito apreço. Trata-as sempre de acordo com sua conveniência. A Justiça torna-se injusta quando lhe desagrada. O Congresso Nacional - o mesmo que ele dizia abrigar “300 picaretas” – tem valor se lhe é dócil e servil, e vira o culpado da vez quando atua com alguma independência.

Basta lembrar a votação que extinguiu a CPMF ou a recente alteração, pela Câmara dos Deputados, da divisão dos royalties do petróleo, que golpeou de morte o Rio de Janeiro do aliado Sérgio Cabral (PMDB). Foi Lula quem antecipou o debate sobre o pré-sal, insistindo na urgência urgentíssima do projeto que ele enxergava como trunfo eleitoral. Como a flecha cravou o alvo errado, o culpado passou a ser o Parlamento.

Lula transfere culpas com a mesma naturalidade com que infringe leis. Na última quarta-feira, de uma só vez jogou no lixo a legislação eleitoral e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), um dos pilares da estabilidade econômica.

Ao anunciar que enviará ao Congresso uma proposta de lei que, a exemplo do que já fizera com o PAC, classificará como transferência obrigatória repasses para prefeituras inadimplentes, Lula não só rasgou a LRF, como incentivou o seu descumprimento. O efeito perverso da idéia vai ainda mais longe, pois é sabido que indulto a devedores acaba por penalizar os que se esforçam para manter seus pagamentos em dia.

Sob qualquer ótica, é inadmissível que um presidente da República estimule ilegalidades. Mas Lula parece fazê-lo sem pestanejar. Opta pelas vistas grossas quanto às invasões do MST, tergiversa sobre o envolvimento dos seus em escândalos, protege aliados a qualquer custo, até mesmo alguns malversadores confessos. José Sarney, Renan Calheiros, Delúbio Soares e outros tantos que o digam.

Se estimular a ilegalidade já choca, pior ainda é cometê-la.

No palanque em que mimou prefeitos mal pagadores e no dia seguinte, em Tatuí, no interior de São Paulo, Lula voltou a fazer chacota da Justiça Eleitoral, que já lhe imputou duas multas por propaganda antecipada. Explicou que estava proibido de dizer o nome de sua candidata - deixa malandra e ensaiada para que a platéia, em delírio, entoe o coro: “Dilma, Dilma”.

Irrisórias ou não, custem o que custar, as penalidades, aplicadas meses depois dos delitos, são incapazes de inibir Lula de protagonizar propaganda eleitoral explícita, com recursos públicos, nos palanques do governo.

Da mesma forma, parece não se importar com a quebradeira moral que patrocina e o tamanho da pendura que está deixando para o futuro. Mas também isso não tem a menor importância para quem só pensa em eleger o seu sucessor.

Perto de Lula, Quércia é quase um ingênuo.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#604 Mensagem por Clermont » Seg Mar 29, 2010 7:10 am

VOCÊ FARIA TUDO DE NOVO?

Correio Braziliense / Blog do Noblat - Lúcio Vaz - 28.3.2010.

A pergunta do título acima foi feita a quatro cidadãos brasileiros comuns que fizeram denúncias contra políticos poderosos ou órgãos públicos suspeitos de corrupção.

Anos após o ato, eles relatam as pressões e ameaças que sofreram em consequência das atitudes. Falam dos momentos de fama e do posterior esquecimento.

Dois deles, funcionários públicos, sofreram perseguições, enfrentaram sindicâncias, viram as famílias abaladas, até chegaram ao estado de profunda depressão.

Os mais conhecidos são Francenildo Costa, o caseiro do Palocci, e Eriberto França, que prestou depoimento fundamental para o impeachment de Collor. “Eu não faria de novo”, responde Eriberto, hoje desiludido com os políticos.

“Eu faria”, afirma Francenildo (foto acima), que cursa segundo grau e se prepara para uma nova profissão. Um dos servidores assegura que faria de novo. O outro não quis nem aparecer na reportagem. “Por favor, me desculpe, mas tenho medo”, disse ele.

Um quinto personagem não pôde responder a pergunta. Nem ouvi-la. Foi morto com dezenas de facadas seis meses após denunciar um esquema de corrução em prefeituras do Maranhão, com verbas de emendas parlamentares.

Dois meses após fazer a denúncia, que não deu em nada, ele avisou: “Estou marcado para morrer”. Estava mesmo.

Os quatro cidadãos entrevistados reagiram de forma diferente à pressão que sofreram. Alguns mantiveram a tranquilidade, mas outros sucumbiram às ameaças, entraram em depressão e permaneceram meses sob medicação e tratamento psiquiátrico.

Todos repetem que fizeram a coisa certa, mas alguns dizem que fariam diferente em outra oportunidade, ou não fariam mais. “Rapaz, eu sou um cara que não volta atrás. Não faria nada diferente, mas procuraria fazer melhor. Porque ficou a minha palavra contra a dele (Antônio Palocci, ex-ministro de Lula). Faria igual a esse cidadão, o Durval (Barbosa, que denunciou o mensalão do DEM no DF). Teria gravado tudo”, afirma o caseiro Francenildo.

Ele avalia que a sua história teve “o lado bom e o lado ruim”. “O lado bom porque eu fiz uma coisa certa. Mas eu sabia que a coisa ia pesar. Mas tem gente boa aqui em Brasília também.”

A vida pessoal de Francenildo não mudou muito. “Trabalho na mesma coisa que eu fazia. Sou caseiro, mas agora ganho por dia. Estou puxando salário mínimo. E vou tocando os estudos para ver se sou alguém na vida.” Hoje com 29 anos, ele conta que passou dos 7 aos 14 anos ouvindo a mãe mandando: “Filho, estuda, estuda”. “Agora, eu sei que ela estava certa”, reconhece.

Já está cursando o segundo ano do segundo grau. Não se mostra incomodado nem surpreso com a absolvição de Palocci no Supremo Tribunal Federal (STF). “Isso eu já esperava, mas, para mim, a vitória foi minha. Um caseiro, analfabeto, vai lá no STF e ganha quatro votos. Bom demais! Eu sou um vitorioso.”

Ele também aguarda o julgamento das ações que ingressou contra o Caixa Econômica Federal e contra uma revista semanal por danos morais. O valor solicitado é de R$ 30 milhões.

O servidor Alexandre Amaral denunciou desvio (1)de recursos e desmandos administrativos que teriam sido praticados pela diretoria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), onde trabalhava.

Os diretores passavam o fim de semana em casa com passagens pagas pelos cofres públicos, por exemplo. Após a publicação da denúncia, no Correio, em novembro de 2004, a direção do CNPq abriu sindicância para apurar não a denúncia, mas a autoria do vazamento das informações.

“Respondi a três comissões de sindicância e a dois processos administrativos disciplinares. Resultado: duas advertências”, relata Amaral, que hoje está cedido ao Ministério Público Federal. Ele também respondeu a uma ação por suposto dano moral, mas foi absolvido em primeira instância.

O servidor lembra que se julgava preparado para enfrentar as prováveis retaliações: “Mas eu não estava, ninguém está. É um jogo muito pesado. Eles mentiam, até diante de uma juíza federal. Diziam que eu era louco, desequilibrado. Eu chorei muitas vezes, na sindicância e na Justiça. Depois, entrei em depressão, fiquei dois anos afastado do serviço, em tratamento médico”.

O apoio dos colegas não veio: “De fato, fiquei sozinho. Mas estar isolado não quer dizer estar errado”.

O que Amaral mais lamenta é que os processos dos órgãos federais de investigação e de controle não andaram. “O inquérito da PF está no sétimo delegado. As tomadas de contas engatinham no Tribunal de Contas da União (TCU). Contra os corruptos, tudo anda a passos de tartaruga paraplégica.” Mas de uma coisa ele tem certeza: “Faria tudo de novo”.

Com uma ressalva: “Eu usaria ternos da polícia secreta israelense, com câmeras escondidas. Teria gravado as ameaças que me fizeram a portas fechadas”.

Um servidor que fez denúncias contra o próprio órgão público em que trabalhava falou ao Correio, mas não quis ser identificado.

“Não tenho vergonha de dizer: tenho medo de aparecer e perder o pouco de vida que consegui reconstruir. Apenas para ilustrar um pouco do inferno pelo qual passamos, após as denúncias, fiquei desempregado, me desfiz de diversos bens para manter o mínimo possível para nossa subsistência. Todos os que antes se diziam meus amigos me abandonaram. Passei e ainda passo por tratamento médico e só agora estou conseguindo estabilizar minha vida”, relatou o servidor.

Questionado se faria tudo de novo, respondeu: “Não faria como foi feito (ele passou informações para o Ministério Público e foi identificado). Bastava que eu tivesse colocado os documentos e informações espalhados na mídia sem me identificar. O efeito seria o mesmo, ou seja, não daria em nada no final das contas”.

Ele se mostra desiludido com os poderes públicos. “Na época, acreditava que o país precisava saber que existem pessoas comuns que querem lutar contra a impunidade, a corrupção, mas não temos mais em quem confiar. A corrupção é uma característica de todo o poder público.”

Ele afirma que esse tipo de experiência é única: “A partir do momento em que você se lança em uma aventura destas, de alguma forma você se mata ou é morto”.

Esquecimento e desilusão.

O esquecimento incomoda, a falta de reconhecimento machuca. Eriberto França fala com amargura de tudo o que viveu depois de ter prestado o depoimento que derrubou o ex-presidente Fernando Collor, em 1992.

Após 18 anos, a certeza de que nada mudou, apesar do sacrifício pessoal, leva o motorista a responder com convicção quando questionado se faria tudo de novo: “Não faria. Quem quiser acreditar em história de políticos bonzinhos e honestos, acredite. Fiz meu dever de cidadão. Fiz tudo isso e está tudo do mesmo jeito.”

Hoje com 47 anos, grisalho, olhar firme, ele responde sem vacilar a qualquer pergunta. Mantém a simplicidade do cidadão comum que foi um dos principais atores do maior escândalo político após a redemocratização.

Quando relata as tentativas de falar com integrantes da cúpula do governo petista, as palavras são de revolta: “Será que eles têm medo do Eriberto porque sou honesto? Quero ver passarem o sufoco que passei. Um cidadão simples, para enfrentar o que eu passei, com coragem e dignidade. Os amigos me dizem: ‘Não era para você estar esquecido’. Mas estou”.

Diz que, no governo petista, houve “falta de reconhecimento, porque tenho uma parcela nisso. Pode ser um grão de areia, mas ajudei”.

A expressão fechada se desfaz quando ele fala dos momentos de glória, quando percorria o país recebendo homenagens. O que incomodava era a proteção dos agentes federais. “Às vezes, pisava em metralhadora dentro do carro. Para tomar uma cervejinha, tinha que despistar os caras.”

Quando pediu demissão da Radiobrás (atual EBC), logo após prestar depoimento na CPI do PC, em julho de 1992, ficou desempregado. Partiu, então, para a iniciativa privada. Vendia nas ruas de Brasília toalhas bordadas que comprava em Ibitinga (SP). Mas levou “cano” e desistiu.

Passou por apertos até conseguir um emprego no Ministério dos Transportes em 1995, na gestão do ministro Odacir Klein (PMDB). Ficou lá por todo o governo Fernando Henrique.

Foi sondado por vários partidos para ingressar na política, mas rejeitou. “Não dá certo. Eu entro no esquema dos caras ou vou morrer cedo. Tem que fazer o jogo dos caras”.

Para sua surpresa, foi demitido logo após a posse do ministro Anderson Adauto, no início do governo Lula. “Aquele ministro, investigado por corrupção, exonerou eu e minha esposa”. Ele reconhece que, logo após a sua demissão, foi recontratado pela Radiobrás, com a ajuda do senador Aloisio Mercadante (PT-SP).

Eriberto procura deixar claro que não planejou nada do que ocorreu na época. “Não procurei ninguém. Fui procurado pela IstoÉ no Cruzeiro, onde morava. Depois, fui convocado para testemunhar (na CPI do PC). Fui lá para falar a verdade, que eu não podia esconder”.

Ele começou a trabalhar para Collor na campanha, contratado por uma locadora de veículos. “Eu era um boy de luxo. Fazia saques e depósitos. Transportava valores. Faziam até depósito em meu nome para eu sacar”, lembra. Ele contou tudo na CPI e mostrou o caminho que levou aos “fantasmas” de Collor. Foi o ponto de partida para a queda do presidente. “Espero não passar mais isso na minha vida.”
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#605 Mensagem por zela » Sáb Abr 03, 2010 1:22 pm

Desiludidos, figurões do Congresso desistem de tentar a reeleição

MARIA CLARA CABRAL
da Folha de S.Paulo, em Brasília

Desilusão com a produtividade no Legislativo, o altíssimo custo das campanhas eleitorais, os financiamentos obscuros e o risco crescente de escândalos na classe política. Esses são os motivos alegados para que prestigiados senadores e deputados desistam de concorrer à reeleição este ano.

Com história política notável e alguns com votos mais do que suficientes para tentar novos mandatos, eles seguem a trilha aberta pelo ex-governador e atual presidenciável Ciro Gomes (PSB-CE) e dizem que não têm mais entusiasmo para continuar na vida parlamentar.

Na lista há nomes como os do líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC), do deputado mais votado do PSDB em 2006, Emanuel Fernandes (SP) e do secretário-geral do PT, José Eduardo Cardozo (SP).

Renovação no Congresso é normal, porque há uma dança de cadeiras entre os vários Executivos e Legislativos. Desta vez, porém, a questão não é de quantidade, mas de qualidade.

Levantamento feito pela Folha junto às lideranças partidárias aponta que cerca de 88% dos 513 deputados devem tentar a reeleição, com a expectativa de renovação de 50%, mas a bancada do "cansei" abrange quase todos os partidos, espectros ideológicos e regiões.

Uns ainda se animam com a possibilidade de ocupar funções em campanhas à Presidência ou a governos estaduais e cavar cargos executivos, onde se consideram "mais úteis". Outros pensam em simplesmente abandonar a política.

Com os "figurões" desistindo, o temor de cientistas políticos e dos congressistas é que o espaço seja preenchido por pessoas com cada vez menos experiência e menor vocação para a política real. Deputados e senadores que já foram prefeitos e governadores podem ser substituídos por quem nunca se elegeu nem a vereador.

"A desilusão sempre existiu, mas hoje o movimento está maior e as críticas mais virulentas. E isso pode resultar em uma diminuição da qualidade política", avalia Marcos Verlaine, analista político e assessor parlamentar do Diap.

Fernando Coruja, médico em Santa Catarina, diz que não vai disputar as eleições por se sentir "inútil": "Parece que aqui [na Câmara] você não é importante para beneficiar o seu eleitor, cada vez menos o parlamentar tem capacidade de decisão. Me sinto mais útil exercendo a minha profissão".

O tucano recordista de voto na Câmara, Emanuel Fernandes, também cogita não concorrer. Ele, que já foi prefeito de São José dos Campos (SP), diz que a figura do parlamentar está desacreditada: "Não decidimos coisas estruturais, que realmente têm importância".

José Eduardo Cardozo divulgou carta no começo do mês na qual anuncia sua desistência da vida parlamentar, reclama do atual sistema político, com campanhas caríssimas e da "banalização da ideia de que todo político é desonesto".

Vergonha

Essa banalização resulta em uma certa vergonha em ser parlamentar. Muitos que ostentavam orgulhosamente seus broches de parlamentares até há pouco tempo, agora chegam a tirá-los antes de viajar de avião para não serem hostilizados.

Figura polêmica, Ciro Gomes já foi ministro duas vezes, governador, prefeito e candidato a presidente. Em outubro, quer concorrer de novo à Presidência. Mesmo perdendo, garante que para o Congresso não volta: não gosta de passar horas discutindo sem ver resultados.

Além dele, há o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS) e os deputados Roberto Magalhães (DEM-PE), Germano Bonow (DEM-RS) e Ibsen Pinheiro.

Apesar das desistências, analistas políticos acham que o índice de renovação em outubro deve ficar em 50%, como em anos anteriores. "A renovação deve permanecer no mesmo nível, mas com alguns fatores negativos: sai gente boa e entra muita gente inexperiente", diz David Fleischer, da UnB.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bras ... 5792.shtml
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#606 Mensagem por Clermont » Sáb Abr 03, 2010 6:11 pm

Militância no poder

MILITÂNCIA NO PODER.

Ruy Fabiano / Blog do Noblat - 3.4.2010.

A palavra-chave que distingue o governo do PT dos que o antecederam – e que investe de maneira recorrente contra o Estado democrático de Direito – é “militância”. Lembrou-a, em recente conferência, o professor e filósofo Roberto Romano.

O vírus da militância política extrapola o âmbito partidário e introjeta-se nos Poderes do Estado, nas universidades e demais organizações da sociedade civil, influindo ou mesmo, em alguns casos, condicionando seu comportamento.

O militante é alguém que se julga imbuído de missão. Cabe-lhe, onde atua, implementar o ideário pelo qual milita, ainda que infringindo códigos e regulamentos. Não há separação entre vida partidária e profissional. Reporta-se não a seu superior hierárquico, mas ao comando partidário em que milita, com ou sem filiação.

No caso brasileiro, há exemplos abundantes dessa anomalia, sobretudo no Judiciário e no Ministério Público. E isso, a rigor, precede a chegada do PT ao poder. Ainda no governo FHC, o procurador Luiz Francisco de Souza notabilizou-se pela obstinação com que investigava figuras do governo – e só do governo.

Valeu-se de artifícios de toda ordem na obsessão missionária de condenar o ex-ministro Eduardo Jorge, em tabelinha com jornalistas militantes. A estratégia era simples: o jornalista publicava uma nota dando conta de que o Ministério Público estaria investigando algum personagem e a nota, artificialmente plantada, servia de base para abrir o processo investigatório.

Uma vez aberto, o noticiário se encorpava e dava sustentação à “notícia”, ampliando-a, o que, na sequência, justificaria pedido de abertura de CPI e passaria a mobilizar todo o noticiário político. Uma coisa alimentando a outra, em eficaz parceria, a que a bancada do partido aderia com estardalhaço. Eduardo Jorge, depois de brutal exposição pública, conseguiu provar sua inocência na Justiça.

No governo Lula, que já no seu segundo mês de vigência protagonizou o escândalo de Waldomiro Diniz - subchefe da Casa Civil, flagrado pedindo propina a um bicheiro -, o vigilante procurador Souza não mostrou o mesmo zelo pelo patrimônio público.

Ao contrário, saiu de cena. Não se ouviu também sua voz em todo o processo do Mensalão. Antes de ingressar no Ministério Público, Luiz Francisco fora filiado ao PT.

Com o partido no poder, novos personagens ocupariam a cena, com o mesmo ardor militante. O juiz Fausto De Sanctis, à frente do processo contra o banqueiro Daniel Dantas, fez dobradinha com o delegado Protógenes Queiroz (que, afastado da Polícia Federal, lançou-se candidato a deputado pelo PDT), no afã de condenar o réu sem obedecer o devido processo legal.

Com isso, favoreceu-o, mantendo-o em liberdade. Antes, porém, De Sanctis chegou a afirmar que a Constituição é apenas um documento, no que foi apoiado pelo procurador Rodrigo De Grandis, que sustentou, em palestra, que há, no Brasil, “um apego excessivo da jurisprudência à questão dos direitos e garantias fundamentais”.

Com isso, relativizou a letra da lei, considerando que, em algumas circunstâncias, pode (e deve) ser contrariada. De Sanctis foi ainda pivô de um acontecimento inédito: um abaixo-assinado de juízes de primeira instância contra o presidente do STF.

Mas a síntese dessa nova maneira de olhar o Direito mostrou-se por inteiro no célebre bate-boca entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, que o desafiou a “ir às ruas”, “ouvir a voz do povo”. É o mesmo fundamento de De Sanctis, ao relativizar a Constituição e sustentar a necessidade de que prevaleçam não os autos, mas “a vontade do povo”. Nesse caso, cada julgamento deveria ser precedido de pesquisa de opinião, e a Justiça seria algo mais afeito ao Ibope que ao Judiciário.

Desde a semana passada, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) convocou greve da categoria. A motivação não era de ordem trabalhista. A presidente do sindicato, Maria Izabel Noronha, declarou publicamente a verdadeira motivação do ato: “Precisamos quebrar a espinha dorsal da candidatura de Serra e do PSDB”. Dias depois, estava no palanque de Dilma Roussef, num encontro de mulheres metalúrgicas, categoria à qual não pertence. Foi elogiada por Dilma como “uma companheira combativa”. Militância em estado bruto.

A esquerda, desde a fundação do Partido Comunista do Brasil, em 1922, inaugurou a militância política entre nós. O PC, porém, jamais governou e os reflexos desse modo de fazer política não se faziam sentir com tanta nitidez. O PT, que forjou sua história na militância, está no poder. Promove congressos e conferências para manter a militância em sintonia com as palavras de ordem.

O Plano Nacional de Direitos Humanos III brotou dessa mobilização – constante, contínua -, que é a chave para a compreensão da política brasileira contemporânea.
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#607 Mensagem por Paisano » Dom Abr 04, 2010 9:10 pm

A vocação de FHC para a pequenez*

Fonte: http://festivaldebesteirasnaimprensa.wo ... -pequenez/
Dia sim, dia também, FHC mostra a sua irresistível vocação para a pequenez.

Poderia fazer como os ex-presidentes dos EUA ou dos países da Europa e se dedicar a palestras, em muitos países, em português, inglês e francês, apesar de não falar bem em nenhum deles, já que não basta o idioma, tem que ter conteúdo e emoção.

No entanto, ele não quer ficar bem na foto. Não aceita a popularidade e o sucesso do Governo Lula. Não aceita que o Governo Lula seja avaliado como melhor do que o dele.

Ele tem a Síndrome de Salieri!

As últimas falações do FHC, registradas em matéria do Estadão, foram de dar dó, pela pequenez da sua estatura política. Vejamos:

“É a primeira vez que um presidente é multado duas vezes”, diz FHC

Não é uma fala digna de um Salieri?

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta sexta-feira, 26, que “ficou feliz” com a multa aplicada ao presidente Lula

O que mais deixa feliz o invejoso do que os problemas da pessoa alvo da sua inveja?

Em referência às recentes iniciativas do presidente Lula para mediar o conflito no Oriente Médio, o ex-presidente disse que o Brasil corre o risco de achar que é mais influente do que realmente é, “e acreditar que pode se meter em conflitos em que dificilmente teria algum poder”.

Ciúme, inveja, dor-de-cotovelo?

FHC qualificou como irrelevante o G20, que chamou de “photo opportunity”.”Todo mundo vai lá, tira foto, e depois sei lá o que acontece.”

Sabe como é, “as uvas estão verdes…”

*Augusto da Fonseca
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#608 Mensagem por MAJOR FRAGUAS » Dom Abr 04, 2010 9:26 pm

Imagina a dor no cotovelo sabendo que tb teve 8 anos pra melhorar o país com grande maioria no congresso e apoio das mídias, mas se preocupou em melhorar os bolsos dele e dos amigos com vendas das estatais além de outros "atentados" a nossa soberania.... hj além da grande inveja que tem, ele é tb um grande cabo eleitoral do Lula, pois cada vez que abre a boca, faz o careca cair e a popularidade do Lula subir!!! Isso graças a gratidão e lembrança que a maioria dos brasileiros tem pelo governo dele.....
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#609 Mensagem por GustavoB » Sex Abr 09, 2010 4:22 pm

Dilma recebe apoio do PCdoB e prega luta contra forças do atraso

Em ato de apoio informal e aos gritos de “olé, olê, olé, olá, Dilma, Dilma” cerca de mil militantes entre dirigentes, parlamentares, prefeitos e convidados recepcionaram a pré-candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, nesta quinta (8) à noite, no Centro de Convenções Ulysses Guimarãs, em Brasília, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A tônica dos discursos foi a crítica aos governos neoliberais do PSDB e a necessidade de avançar nas mudanças.

Referindo-se à militância do PCdoB, Dilma disse que são pessoas sabedoras de que “é preciso lutar para que as forças do atraso não voltem”. “Lutar para que não voltem aqueles que, incapazes de ter um projeto para o Brasil, venderam o patrimônio público e sempre querem desfazer o que está sendo feito”, discursou.

No ato político e festivo, Dilma foi recepcionada no palco ao som de “Aquarela” cantada por Martinho da Vila, Netinho e Lecy Brandão, todos filiados ao PCdoB. Jorge Mautner, também do partido, e Nelson Jacobina tocaram “Bandeira Vermelha”, composição de 1958. Zezinho Corrêa, ex-integrante do Carrapicho, fechou o evento com a música “Vermelho”.

A ex-ministra afirmou que o PCdoB está ao lado de um governo que provou que é possível crescer distribuindo renda, garantindo a estabilidade econômica, as liberdades democráticas e a paz social. Ela lembrou que o partido foi o único que esteve ao lado de Lula em todas as eleições, desde 1989.

“Foi assim, queridos companheiros e companheiras que vocês estiveram junto com o presidente Lula numa sólida aliança. É assim que tenho a honra de estar hoje aqui construindo junto com vocês a aliança para essa nova etapa histórica. E se esta aliança se mantém sólida, por tanto tempo, é porque há afinidade e identidade de propostas”, disse.

Torturada no regime militar, Dilma ficou bastante emocionada e chorou ao lembrar de antigos dirigentes do partido e vítimas da ditadura. “Vejo nos olhos de cada um de vocês a mesma chama que animou o heroísmo patriótico de um João Amazonas, de um Maurício Grabois de um Pedro Pomar e de uma Elza Monnerat. A mesma coragem e entrega de muitos que morreram no Araguaia, sonhando em construir um Brasil melhor.”

O vice-presidente José Alencar também foi recebido com carinho pelos comunistas. “Alencar! Guerreiro! Do povo brasileiro!”, gritavam os militantes antes da sua fala. “Eu me sinto em casa quando estou com o PCdoB. Vocês têm um coração muito grande, amor ao próximo. Vocês estão ligados às causas das pessoas mais humildes. Gosto tanto do PCdoB que eu gostaria de ser do PCdoB”, disse.


Lula destaca lealdade

O presidente Lula também enfatizou a necessidade de continuidade. “Nós temos obrigação de fazer com que o projeto que recuperou este país continue para que a gente possa fazer mais e melhor. Quando a gente entregar o mandato vamos comparar o Brasil que encontramos e o Brasil que deixamos”, disse.

Quanto ao apoio do PCdoB, Lula destacou a lealdade do partido. Disse ele a Dilma: “Eu posso te garantir, sem medo de errar, de que os que estão aqui e os milhares que não vieram serão de uma lealdade extraordinária”. O presidente também prestou homenagem ao ex-presidente do partido, João Amazonas.

Aos militantes do PCdoB, Lula disse que eles fariam campanha para uma mulher que tem uma a história que é motivo de orgulho para todos os brasileiros. “Eu conheço essa mulher, tive oportunidade de trabalhar com ela oito anos. E posso dizer a vocês, se eu conhecesse ela como conheço hoje, antes de ser presidente, eu teria indicado ela”, brincou.

No longo discurso, Lula elogiou o trabalho do ministro do Esporte, Orlando Silva, falou sobre a geração de empregos no país, mesmo diante da crise financeira, política externa, defendeu reforma política e das Nações Unidas.

Provocou risos na plateia ao contar que numa das viagens internacionais, o ex-presidente dos EUA, George W. Bush, ao entrar numa sala, todos presidentes de outros países levantaram, com exceção dele. “Quando entrei ele não levantou, porque eu iria levantar”, brincou. Também chegou a cantar trecho de uma música de Martinho da Vila.


Renato critica tucanos

O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, disse que a pré-candidata Dilma é a que melhor representa e expressa o projeto Lula, porque esteve no centro do governo e foi protagonista principal em sua aplicação. Para ele, isso é a garantia da continuidade e da possibilidade dos avanços.

Rabelo diz que não há como fugir do caráter plebiscitário das eleições. “Desesperadamente, tucanato, oposição e mídia monopolista tudo fazem para passar um borrão na comparação desses dois períodos, querendo zerar o jogo, como se fosse possível extrair Dilma do contexto do governo Lula. Enquanto isso, o seu candidato é apresentado como pós-Lula, como se nada tivesse a ver com o fracasso anterior”, afirmou. (clique aqui para ler a íntegra do discurso de Renato Rabelo).

Nos governos do PSDB, o presidente do partido lembrou que o Brasil estava inadimplente, quebrou três vezes, racionou energia em longo período, a infraestrutura atingiu um nível de extremo sucateamento, período de desemprego aberto, crescimento e renda per capita estagnada e pesada vulnerabilidade externa.

São quatro os ensinamentos mais importantes, na argumentação de Rabelo, concentrados nos dois governos Lula: A definição de um novo projeto nacional de desenvolvimento voltado para a defesa da soberania nacional; ampla frente política que congregue a maior parte dos partidos participantes da base atual do governo; liderança do presidente Lula com amplo prestígio nacional e internacional; e extenso respaldo e sustentação popular ao programa de governo que deve ser ajustado às aspirações da maioria da nação.

O presidente do partido disse que a continuidade é Dilma, mas, como ela já havia assinalado, “é preciso avançar, avançar e avançar”, porque ainda são grandes as exigências e os desafios a serem resolvidos.

Apresentou várias propostas como a necessidade de o Brasil chegar a uma taxa de investimento de 21% do PIB, ampliar ainda mais o crédito, intensificar o incremento à inovação tecnológica; persistir no aumento real do salário-mínimo; garantir e aperfeiçoar o planejamento que vem se estruturando através da execução dos PACs; realizar uma reforma tributária progressiva e de equilíbrio federativo; avançar na reforma política e; persistir elevando os investimentos para a conquista de educação e saúde universais e de elevado padrão.

Com auditório lotado, o ato contou ainda com a presença de diversos ministros e parlamentares de outros partidos. No palco estiveram o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra e os ministros Orlando Silva (Esporte) e Carlos Luppi (Trabalho).

Da Sucursal de Brasília, Vermelho
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#610 Mensagem por P44 » Qua Abr 14, 2010 8:27 am

GANDA MULHER!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Triste sina ter nascido português 👎
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#611 Mensagem por Paisano » Seg Abr 26, 2010 12:10 pm

Para entender o PT

Fonte: http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/ ... more-58077
As informações abaixo vieram de uma conversa com um alto dirigente do PT.

Por ser uma confluência de forças, de movimentos sociais aos sindicalistas, de setores que vieram da luta armada a socialistas utópicos, o PT nunca se aferrou a um manual, uma cartilha, como era comum na esquerda convencional. O partido é como um rio, cujo curso vai se amoldando de acordo com as forças das águas.

Há dois momentos que definem a nova face do PT. O primeiro, em 1992, quando o partido se organiza em torno de alguns princípios básicos: o primeiro, o do socialisamo através da democracia convencional; o segundo, a plena liberdade de expressão; o terceiro, a separação entre sociedade civil e Estado.

O segundo momento é em 1998 quando ocorre o que meu interlocutor chama de guinada à direita do PT. Os sindicalistas e o bloco mais ideológico assumiram o poder, venceram as convenções. É nesse momento que se consolida a liderança de José Dirceu – que ganhou a presidência do PT vencendo por apenas um voto o César Benjamin.

Nesse embate o PT consolida de vez a aposta na via democrática tradicional e na aproximação com outras forças sociais e econômicas. Os críticos identificam como o início do centralismo democrático que acaba sufocando movimentos sociais.

Os anos seguintes consolidariam esse modelo e uma espécie de divisão de poder entre Lula e José Dirceu.

Hoje em dia, as idéias-força que começam a dominar o partido são a meta de tornar o Brasil uma potência mundial. Isso passa pelos investimentos em defesa, pela diplomacia independente etc. Passa também pelo papel mais ativo do Estado, pelo fortalecimento das instituições públicas, mas sem voltar ao estatismo dos anos 70.

No plano político, passa pelo fortalecimento da democracia participativa, com o modelo de conferências nacionais – algo previsto na Constituição de 1988, que começou timidamente no governo FHC e ganhou força nos últimos anos. Não se pretende que esse modelo substitua ou entre em conflito com a democracia formal. Mas considera-se que o modelo é eficiente para colher sugestões, colocar setores em conversa interna e criar redes sociais importantes para o amadurecimento do país.

Lembram a conferência nacional de inovação, da qual participam desde CNI até institutos de pesquisa e órgãos públicos.

O fator Ciro

Ciro Gomes foi contra Lula no primeiro turno das eleições de 2002. Aderiu no segundo turno. Tornou-se Ministro da Integração Regional com uma atuação considerada excelente pelo governo. Teve papel muito importante na crise do «mensalão», ajudando na defesa do governo.

Saiu para se candidatar a deputado federal pelo Ceará e foi proporcionalmente o mais votado do país. Em algum momento, Lula teria pensado nele como alternativa de candidato à presidência da República, mas jamais foi explicitado. Tanto assim que, quando Dirceu caiu, foi Dilma Rousseff a convocada para ocupar a Casa Civil, não Ciro Gomes.

A grande aposta de Lula foi em Ciro candidato pelo PT ao governo de São Paulo. Para tanto, a missão foi facilitada pelo enorme poder de Lula sobre o partido, após o episódio do mensalão e, principalmente, depois do sucesso do combate à crise econômica.

O partido acolheu como uma ordem o nome. Ciro transferiu seu título de eleitor para São Paulo. Disse ao meu interlocutor que comentaristas do Blog trouxeram informações de que a transferência foi devido a eventual conflito legal caso mantivesse o título no Ceará com seu irmão sendo candidato à releição, como governador. A fonte não tinha essa informação.

Se quisesse, Ciro teria saído candidato pelo PT. Teria no mínimo 30% dos votos, que é o piso do PT em São Paulo, mais o que ele conseguisse agregar. Com isso, se tornaria um forte nome local, apto a disputar as próximas eleições para prefeito.

Mas o sonho de Ciro sempre foi a vice-presidência. E aí entram outros aspectos importantes.

Estava claro para Lula que o vice-presidente deveria ser um articulador político, alguém que agregasse estabilidade à base de apoio ao governo. De sua parte, no primeiro governo, Lula sempre defendeu alianças ideologicamente mais «puras», enquanto Dirceu tinha o pragmatismo da aliança com o PMDB. A crise do mensalão mostrou que Dirceu estava certo. Mas o sacrificado foi ele.

Embora sempre manifestasse predilação por Ciro na vice, Lula se curvou aos fatos, especialmente devido a dois fatores. Do lado do PMDB, a constatação de que, pela primeira vez nos últimos anos, o partido estava se consolidando e se estabilizando sob a liderança de Michel Temer.

A segunda é de que, em seu período na Câmara Federal, apesar de seus inegáveis atributos, Ciro Gomes não se empenhou em articular grupo algum. Manteve-se afastado de qualquer debate relevante, deixou de ser consultado para qualquer discussão. Tornou-se inexpressivo como um deputado baixo clero da Câmara.

O interlocutor considera inexplicável esse distanciamento de Ciro da política. Foi prefeito, governador, Ministro da Fazenda e da Integração Regional, tem visibilidade nacional e tornou-se totalmente ausente. Diz ele que Márcio França, do PSB de São Paulo, tem mais influência entre seus pares que o próprio Ciro. Com uma bancada sensivelmente menor – 12 depuatdos do PcdoB contra 40 do PSB – Aldo Rabello é muito mais influente.

Ciro não foi chamado a participar de nenhum dos grandes debates do parlamento. A crise econômica obrigou a Câmara a aprovar um sem-número de Projetos extremamente importantes, como a capitalização do BNDES, a regulamentação do pré-sal, as discussão do programa habitacional. Ex-Ministro da Fazenda, Antonio Pallocci era consultado em todos esses casos; ex-Ministro da Fazenda, Ciro não foi em nenhum. Não participou dos debates internos, não deu entrevistas sobre o tema.

Ausentou-se até da discussão sobre o orçamento de 2010 – algo impensável para um candidato a presidente da República, já que haverá interferência sobre o primeiro ano do próximo mandato.

Foram essas duas circunstâncias que fizeram Lula pender para a solução Temer.

Quem Lula ouve

Dirceu está fora, assim como do círculo de assessoria da campanha de Dilma.

A fonte faz questão de realçar o enorme respeito que Dirceu tem internamente no PT, tanto nos setores mais intelectualizados quanto na base. No primeiro grupo devido à sua visão, inteligência e tirocínio – que permite grandes acertos mas também grandes erros. No segundo grupo, por sua vida aventurosa, que se tornou quase uma lenda internamente, depois de ter voltado do exílio, mudado a cara, convivido por anos com uma família sem se identificar, aproveitado a carreira de vendedor de roupas para ir periodicamente ao Rio não apenas comprar roupas, mas articular a resistência.

Seja como for, a sucessão de fatos o tornou uma pessoa evitada pela cúpula do partido. Prova disso foi em sua recente visita ao Ceará, com a auto-missão de convencer Ciro a desistir de sua candidatura. Dirceu declarou que o PT poderia retirar o apoio à releição do irmão de Ciro. Imediamente foi desmentido por Ricardo Berzoini e José Eduardo Dutra.

Hoje em dia, o círculo íntimo de Lula, o primeiro círculo de pessoas que ele ouve diretamente, é constituído de Gilberto Carvalho, Dilma Roussef e Antonio Pallocci.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#612 Mensagem por Edu Lopes » Ter Abr 27, 2010 7:36 pm

A verba dos vereadores

Criada sem justificativa plausível há três anos, e por isso fortemente criticada desde então por entidades que fiscalizam o uso do dinheiro público, a verba de gabinete de até R$ 14.800 por mês (valor em vigor desde abril) entregue a cada um dos 55 vereadores paulistanos está sendo farta e generosamente utilizada. Mas pouco ou nada do que se faz com o dinheiro beneficia quem paga essa conta, que no ano passado totalizou R$ 7,5 milhões. O contribuinte nem sabe formalmente aonde vai parar o dinheiro, pois a lei não estabelece critérios claros de utilização e a fiscalização é falha. Em alguns casos, como mostrou reportagem publicada no Estado de domingo, o dinheiro foi utilizado para pagamento de empresas que só existem no papel.

Logo após sua criação, em maio de 2007, como parte de um projeto mais amplo de reforma administrativa da Câmara Municipal de São Paulo ? que, na época, ficou conhecido como o "trem da alegria", pois criou quase duas centenas de cargos, dos quais 27 em comissão (ou seja, para serem preenchidos sem concurso), e elevou os vencimentos de algumas categorias de nível superior ?, essa verba podia ser livremente utilizada pelos gabinetes dos vereadores. Só alguns meses depois passou a ser exigida a comprovação de sua utilização mediante a apresentação de notas fiscais.

Na época, a exigência resultou na redução dos gastos de custeio dos vereadores. Mas a reportagem do Estado deixa claro que, com o correr do tempo, a exigência de comprovação não foi suficiente para coibir o uso irregular do dinheiro.

Entre as notas fiscais que comprovariam a utilização da verba de gabinete, há algumas emitidas por empresas que só existem no papel, pois não têm sede, telefone, endereço eletrônico ou referência fora dos relatórios da Câmara Municipal de São Paulo ? que só em abril do ano passado, quase dois anos depois da aprovação da lei, passou a divulgar o destino dado pelos vereadores à verba de gabinete.

Das pessoas jurídicas relacionadas pela Câmara como tendo sido beneficiadas com pagamentos feitos com recursos da verba de gabinete, a reportagem do jornal visitou aleatoriamente mais de uma dezena delas. Uma dessas empresas recebeu mais de R$ 33 mil por serviços prestados ao relator da CPI da Pedofilia, Carlos Alberto Bezerra Júnior, líder do PSDB ? que considerou esses trabalhos "fundamentais na elaboração do relatório final" da comissão ?, mas no endereço informado funciona uma empresa prestadora de serviços de limpeza.

A liderança do PT requisitou R$ 133,2 mil para pagamento de serviços como diagramação de boletins eletrônicos e elaboração de pareceres técnicos durante o recesso da Câmara. Um dos serviços pagos entre abril de 2009 e fevereiro de 2010 foi o da elaboração da página da liderança do partido na internet, mas o site só foi ativado em 9 de abril deste ano, depois que o partido teve conhecimento da reportagem que o jornal estava preparando.

São exemplos de uso de dinheiro público para fins duvidosos que no mínimo deixam dúvidas sobre a utilidade dessa verba para a cidade e seus moradores. Ela tem outros pontos negativos. Com o aumento de seu valor em abril ? que elevou para R$ 9,8 milhões o gasto anual da Câmara ?, um vereador paulistano recebe, de verbas de gabinete, até R$ 18 mil por mês mais do que um deputado federal. Além da verba especial, o vereador dispõe de outra, que lhe permite contratar até 18 assessores.

Se esses gastos resultassem na melhoria da qualidade do trabalho da Câmara e no aumento de sua produtividade, a cidade se beneficiaria disso e seus contribuintes até aceitariam os custos adicionais. Mas a Câmara cumpre de maneira insatisfatória seu papel de fiscalizar o Executivo, e os vereadores dedicam a maior parte de seu tempo a atividades irrelevantes.

E, para a maior parte dos itens com os quais os vereadores gastam sua verba de gabinete ? advogados, gráficas, assessoria de imprensa e outros ?, a Câmara já dispõe de serviços próprios, pois seu quadro de pessoal é formado por 1.989 funcionários.

Para que a verba?


Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 3526,0.php
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#613 Mensagem por Clermont » Sex Abr 30, 2010 11:02 am

OS DOIS PAÍSES DE LULA.

Sandro Vaia -Blog do Noblat - 30.04.10.

Um país está indo bem, com a cabeça no lugar.

O presidente do Banco Central, com a austeridade de um monge, preside a reunião de um comitê de sábios financeiros que aumenta,por unanimidade, em 0,75% a taxa básica de juros, porque a inflação de demanda ameaça ressuscitar o velho e aparentemente adormecido dragão da inflação.

Um dia antes,Henrique Meirelles pontificou: “A autoridade monetária não precisa provar mais nada a ninguém.As decisões de política monetária são técnicas”.

País sério,esse país de Lula.

No Supremo Tribunal Federal, os juízes da mais alta corte do País decidiram que a Lei da Anistia não pode retroagir e excluir de seus efeitos os crimes de tortura, como a OAB queria.O Procurador Geral da República defendeu a posição do governo de que os efeitos da lei só poderiam ser modificados por outra lei aprovada pelo Congresso Nacional.

País maduro, esse país de Lula.

Na verdade, esse é um dos países de Lula- aquele mergulhado na realidade da vida cotidiana,que busca viver racionalmente, ao largo das paixões partidárias,sem malabarismo e sem feitiçarias,que procura-com percalços aqui e ali- seguir uma linha política e econômica pautada por um senso de responsabilidade que não tem nada a ver com as bravatas (na expressão dele) de campanha eleitoral. Um verdadeiro governo de continuidade-nenhuma linha mestra dos governos que o antecederam foi modificada,a não ser no discurso. E como se sabe, discursos podem mudar percepções, não a realidade.

O outro país de Lula, que ele mesmo manipula e estimula, é o país dos lulistas, que vivem num permanente e exaltado clima de recreio ideológico, brincando de arquitetar a reforma definitiva e profunda da sociedade, e que vão erigindo seus castelos de areia em cima,na maioria das vezes, de uma utopia socialista cujos escombros o resto do mundo civilizado já enterrou.Lula incentiva os seus lulistas a brincar com as bolhas de sabão, até que elas estourem sozinhas.Depois, sábio e ladino como é, dá de costas, deixa o recreio dos meninos para trás, e volta a cuidar da vida real.

As bolhas de sabão do recreio são os planos de estabelecer ‘controles sociais’ sobre a vida dos outros e sobre os meios de comunicação, de enterrar a anistia unilateralmente e punir só um dos lados,de apoiar as invasões de terra do MST, de estabelecer uma política externa Sul-Sul de efeitos pouco mais do que patéticos. O Lula lulista incendeia a retórica para animar o recreio ao mesmo tempo em que o Lula presidente, com a outra mão, cuida de não deixar o País sair dos trilhos.

Ele mesmo já disse,mas poucos de seus seguidores cuidaram de ouvi-lo e de refletir sobre o significado dessas palavras: “De vez em quando, acho que foi obra de Deus não permitir que eu ganhasse em 1989. Se eu chego em 1989 com a cabeça do jeito que eu pensava, ou eu tinha feito uma revolução no País ou tinha caído no dia seguinte.“

Lula está em 2010, mas a massa dos lulistas militantes está em 1989. E ele os mantém lá por puro cálculo político eleitoral. É mais fácil moldar as mentes quando elas estão em elevada temperatura, em grau de fusão. Manter o time pressionando no ataque, mesmo sem fazer gols, é a melhor maneira de deixar a arquibancada em excitação permanente.

O país de Lula é melhor que o país dos lulistas.
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#614 Mensagem por Edu Lopes » Sáb Mai 01, 2010 12:07 pm

Políticos fogem da ‘malha fina’ automática

Políticos fogem da Receita Federal como o diabo da cruz, por isso o projeto do senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que incluía todos os políticos na “malha fina”, foi rejeitado quase por aclamação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Previa a inclusão automática na malha fina o imposto de renda de parlamentares, governadores, prefeitos, presidente, ministros, magistrados etc.

Ele ainda se surpreende

Cristovam Buarque ficou chocado com a rejeição do seu projeto sobre malha fina para políticos. Achava-o “constitucional e moralizador”.

Fonte: http://www.claudiohumberto.com.br/principal/
Será que o senador Buarque realmente achava que esse projeto iria ser aprovado num congresso (em minúscula mesmo) extremamente corrupto como o nosso?
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Re: NOTÍCIAS POLÍTICAS

#615 Mensagem por Clermont » Sáb Mai 01, 2010 7:33 pm

O HERÓI E O ANTAGONISTA.

Ruy Fabiano - 1.05.10.

A política, como a literatura, serve-se de fórmulas e esquemas para revestir de encanto e carisma seus personagens. Tão importante quanto o herói, ensina Joseph Campbell, é o antagonista, o anti-herói. Não há como conceber um sem o outro, e o herói será tão mais fascinante quanto mais cruel for o antagonista.

O antagonista fabricado pelo PT para gerar o herói Lula chama-se Fernando Henrique Cardoso. Lula é o operário que, galgando as adversidades impostas por uma sociedade injusta e preconceituosa, triunfou. Já FHC, nascido em berço esplêndido, não só desdenharia dessas dificuldades, mas se empenharia em agravá-las.

Nasce desse esquema reducionista a idéia do “eles” (as elites) e “nós” (o povão), emblema dos discursos de Lula. Aplicado à história do Brasil, dá curso à versão do “nunca antes neste país”, que precede o anúncio de todas as realizações do governo Lula.

O Brasil popular e justo, dentro desse esquematismo, foi fundado em 2002; antes, pertencia às elites, que só o exploraram. Como o vilão perde força ao ser projetado abstratamente numa classe social, é preciso dar-lhe rosto, voz, perfil. FHC encaixou-se no molde, independentemente de sua biografia o desmentir.

Em política, ensinava a velha raposa José Maria Alckimin (não confundi-lo com Geraldo Alckmin, que nem seu parente é), vale a versão, não o fato. A própria frase, cuja autoria é de Gustavo Capanema, acabou atribuída a Alckimin, que com ela entrou para a história, atestando a veracidade de seu enunciado.

Nada disso, porém, resiste a um exame, ainda que superficial. As biografias de FHC e de Lula como homens públicos os colocam lado a lado até o momento em que o primeiro chega ao poder. Fernando Henrique apoiou os movimentos operários do ABC nos anos 80, que deram visibilidade a Lula.

E Lula foi um dos cabos eleitorais de FHC nas eleições para a prefeitura de São Paulo em 1985. Estiveram juntos nas campanhas pela anistia e pelas diretas já. As divergências começaram exatamente na redemocratização, quando o PT adotou a estratégia de isolamento partidário, para “não se contaminar” com os políticos tradicionais, sustentando que não havia diferença entre Tancredo Neves e Maluf, farinhas do mesmo saco, expressões das “elites”.

Era já a construção do mito, embora o maniqueísmo não fosse ainda tão nítido, o que ocorreria exatamente nos governos de FHC. Mas, em 1º de janeiro de 2003, ao receber a faixa presidencial de Fernando Henrique – e isso está devidamente registrado nos inúmeros vídeos feitos na época -, Lula disse emocionado, abraçando seu antecessor: “Fernando, aqui você terá sempre um amigo”.

Durou pouco a emoção. Já no dia seguinte, José Dirceu, todo-poderoso chefe da Casa Civil, fazia menção à “herança maldita” do antecessor. A expressão foi (e ainda é) repetida à exaustão, mesmo sem qualquer fundamentação, quando dificuldades precisam ser explicadas. Os fatos mostram, no entanto, que a herança é benigna, pois garantiu a estabilidade econômica e o êxito da plataforma desenvolvimentista que o governo Lula pôde pôr em cena.

O Fome Zero capitulou à fórmula anterior da Rede de Proteção Social, implementada por Ruth Cardoso – e criticada fortemente por Lula (há vídeos também, disponíveis no Youtube, que o atestam). O Bolsa Família descende dos programas sociais do governo FHC (Bolsa Educação, Vale Gás, Vale Transporte, Vale Alimentação).

Lula reuniu-os sob rótulo único e, graças a uma logística eficaz pré-estabelecida, pôde expandi-los, como certamente continuará a fazê-lo o seu sucessor, seja lá quem for. São conquistas cumulativas – e consolidadas.

Os números triunfais de hoje na economia e a resistência do sistema bancário brasileiro ao terremoto financeiro de 2008 decorrem de medidas adotadas para consolidar o Plano Real (ao qual o PT se opôs), como a Lei de Responsabilidade Fiscal (que em maio completa 10 anos) e o Proer (Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional), igualmente combatidos por Lula e PT.

Lula mostra imenso talento na sustentação do mito. Talento raro, que o projeta como um dos mais populares governantes da história. Critica as privatizações, mas capitaliza os seus resultados econômicos e sociais, como se não houvesse conexão entre ambos. Condena o “neoliberalismo”, mas o mantém a pleno vapor, sob o comando de um ex-tucano, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que Lula queria como vice de Dilma.

O desafio presente, mais complexo, é encaixar José Serra no figurino de anti-herói. Também ele é um emergente, de origem modesta. Também ele foi um perseguido político. Nada disso, porém, o impediu de tornar-se um economista renomado, experimentado no exercício de numerosos cargos técnicos e eletivos.

Daí a opção por uma campanha eleitoral plebiscitária, que mantenha em cena o vilão FHC em contraponto ao herói Lula. É uma fórmula que já deu frutos e Lula está certo de que continuará a dá-los. O problema é que o herói (Lula) não se parece nem um pouco com Dilma, nem o vilão (FHC) com Serra.
Trancado