helio escreveu:Flávio Rocha Vieira escreveu:
Essa informação do Pepê Rezende desmascara mais uma "opção patriótica", expondo as verdadeiras razões da aguerrida opção da FIESP pelo avião sueco. A cada nova informação a podridão da estratégia da SAAB e de certos brasileiros vem à tona, e para mim fica cada vez mais claro que o GF tomou a decisão correta, a que verdadeiramente visa o favorecimento do País.
Um fraternal abraço,
Flavio
Todos os 3 fabricantes tiveram as mesmas oportunidades de oferecer parceria com as industrias nacionais.
Me diga uma coisa : se a AKAER tivesse assinado com a França seria uma "decisão patriótica", ou também seria consequencia de um lobby "podre" da Dassault?
A comissão de defesa da FIESP é formada por industrias que fabricam ou tem interesse no segmento bélico. Só porque a diretor desta comissão é o dono da AKAER, ela estava impedida de assinar acordos?
Se fosse imoral, ilegal, o que a SAAB fez com a AKAER, por que a AKAER não omitiu o fato, ao contrário enviou press-releases para todas as midias?
Devo lembrar que as empresas da FIESP são privadas, podem ter capital do GF mas em forma de ações sem direito a voto pois são sociedades anonimas. Eles NãO TEM OBRIGAÇÃO nenhuma de ter seus rabos presos com o governo, e contribuem de forma significativa ao governo recolhendo pesados impostos.
Um abraço
Hélio
Boa noite Hélio,
Desculpe-me pela demora em respondê-lo.
Hélio a questão maior não foi a SAAB ter assinado um contrato com empresa A, B ou C, ou a quem pertence essas empresas. Todo os três fabricantes que participaram da escolha de uma forma ou de outra, e digo que para o bem da indústria nacional, terão ou teriam que fazer o mesmo. O problema foi a campanha na mídia comum empreendida pela SAAB em conjunto com a FIESP, CIESP, sindicatos, jornais e repórteres, prefeito, etc onde o destaque era: Ou o GF fecharia com a SAAB ou cometeria um crime de quase Lesa-Pátria. O problema não foi o contrato, o problema foi a campanha torpe em tentar pressionar o GF e colocá-lo contra a parede ao tentar de forma inescrupulosa jogar a opinião pública brasileira contra o governo de seu próprio país. E focando o quê? O bem do País? Ou seus interesses pessoais e comerciais. E ainda, o problema não é querer ter lucros comerciais, intenção normalmente correta e necessária, o problema foi empeender campanha travestida de patriótica, quando na verdade, mancomunados na propagação de inverdades ou meias verdades, só miravam o próprio bolso, e que se dane a Nação.
Caro Hélio, na sua opinião este texto abaixo de autoria da CIESP e endereçado ao povo brasileiro pode ser considerado ético e respeitoso com o Governo do Brasil? No meu entendimento campanha barata e descabida e patrocinada pelos interesses da SAAB e de outros e uma afronta a um Governo democraticamente eleito e que naquele momento agia dentro de todas as suas prerrogativas constitucionais.
carta da ciesp aberta à nação
O governo brasileiro está na iminência de decidir qual a melhor alternativa para equipar a FAB - Força Aérea Brasileira com 36 aeronaves de caça supersônicas (Programa F-X2). Por que este assunto vem levantando tanto interesse da mídia dos paísesdesenvolvidos e em desenvolvimento do globo? Por que um “simples” reequipamento da FAB vem levando os presidentes e principais autoridades das nações participantes desta concorrência a se envolverem diretamente?
O objetivo desta carta é esclarecer a população brasileira da real importância deste processo e como o mesmo irá influenciar as nossas vidas.
Em todas as Forças Militares do mundo, e o Brasil não é uma exceção, a aquisição de material bélico tem que obedecer
inicialmente às necessidades estratégicas militares, seguidas de seus custos e benefícios econômicos para a nação e por fim
geopolítica, sendo esta última baseada nos interesses do país em se posicionar soberanamente.
A FAB escolheu o caça sueco Gripen devido às características tecnológicas, econômicas e de desempenho
apresentadas por esta aeronave.
Porém, segundo dados divulgados pela imprensa, a empresa concorrente Dassault, francesa, com o avião Rafale, teria um
custo de US$ 6,2 bilhões e um valor de manutenção de US$ 4 bilhões, totalizando US$ 10,2 bilhões. Já a concorrente Boeing, americana, com o avião F-18, teria um custo de US$ 5,7 bilhões, com um valor de manutenção de US$ 2 bilhões, totalizando US$ 7,7 bilhões. Por sua vez, a concorrente Saab, sueca, com o avião Gripen NG, teria um custo de US$ 4,5 bilhões, com um custo de manutenção de US$ 1,5 bilhões, totalizando um valor de US$ 6 bilhões. Além disso, o caça francês, preferido pelo Governo Federal, gerará em nosso país menos de 10% dos empregos que seu concorrente Gripen.
Por fim, o Brasil ficará extremamente dependente de uma única nação como fornecedora de material bélico, já que firmou com o governo francês compromisso de compra de cinco submarinos, na ordem de R$ 11,5 bilhões, e de 50 helicópteros, por mais de R$ 4,7 bilhões, o que estrategicamente é um erro absoluto para uma nação que pretende se tornar soberana.
Um governo é o representante legal do povo que o elege, portanto, deve ter como principal compromisso usar com
responsabilidade e sabedoria todos os recursos arrecadados com os impostos pagos pelos contribuintes.
O que motivou o governo brasileiro a declarar sua preferência por uma aeronave mais cara e que nos trará menos benefícios?
A FAB é real sabedora do que ela necessita, pois com sua competência e capacitação deu suporte para construir a terceira maior indústria aeronáutica do planeta.
Portanto, qual o motivo de negligenciar a escolha da FAB e seus especialistas?
Este é um momento único, pois o Brasil desponta como uma das candidatas à potência global, levando os governos de todos
os países participantes desta concorrência a se envolver diretamente. Portanto, em situação igual, qualquer negociante com a mínima competência conquistaria vantagens para sua organização. No entanto, o governo, segundo reportagens recentes, vem buscando contrariar a lógica da racionalidade, ao preferir um produto que absorverá de nosso tesouro além do necessário para defender nosso espaço aéreo.
O caça francês, se escolhido, será uma derrota para todo o povo brasileiro, pois perderemos a oportunidade de nos tornarmos soberanos e independentes como nação e como potência.
Em consequência disso, a diretoria do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP) Regional de São José dos Campos, que congrega cerca de 60% das empresas do setor aeroespacial e de defesa brasileiro, está preocupada com a finalização deste processo, no qual se discute que o trabalho meticuloso, sério e profissional, desenvolvido pelo Comando da Aeronáutica, pudesse ser desconsiderado.
A Diretoria do CIESP – Regional de São José dos Campos vem a público declarar que considera de vital importância para
o futuro da indústria de defesa brasileira que, com relação ao F-X2, o processo de seleção conduzido pelo Comando da
Aeronáutica, suas conclusões e recomendações sejam acatados e respeitados pelo governo federal.
São José dos Campos, 10 de fevereiro de 2010
Almir Fernandes
Diretor
Ney Pasqualini Bevacqua
Nerino Pinho Junior
Vice-Diretores
CIESP – Regional de São José dos Campos
Caro Hélio, você considera ético a SAAB ter levado às TV's comuns e ao público leigo as imagens contidas no link abaixo? Que proposta patriótica e essa que feita em manchetes de jornais altamente duvidosas e parciais e que de forma dissimulada tinham o claro intuito de iludir nosso povo e colocar o GF e o FX-2 na vala comum dos negócios escusos a qual, infelizmente, já estamos mais do que acostumados a ver no nosso dia-a-dia.
Em:
http://www.gripen.com/pt/MediaRelations ... pen_NG.htm
Hélio, na minha opinião o problema não está nos acordos comerciais, mas o que foi feito depois pela SAAB, pelos poderosos da FIESP e pela imprensa nacional para atingir seus objetivos a partir de certo momento no decorrer do FX-2, atitudes essas, creio, nem imaginadas pelos outros dois participantes, e que aos poucos vão aparecendo e jogando por terra posturas, atitudes e opiniões aparentemente patrióticas.
Um fraternal abraço,
.'.
"... E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. ... "
Maria Judith Brito, Presidente da ANJ (Associação Nacional de Jornais).