Pressões Nucleares sobre o Brasil
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Álvaro Alberto da Mota e Silva
(Rio de Janeiro, 22 de abril de 1889 — 1976) foi um vice-almirante da Marinha brasileira e cientista brasileiro.
Foi inventor de explosivos e tintas antivegetativas polivalentes.
Sua contribuição principal foi a implementação do Programa nuclear brasileiro. Foi o representante do Brasil na comissão de energia atômica da ONU.
Biografia
Era filho do médico e político Álvaro Alberto da Silva, mas foi fortemente influenciado por seu avô João Álvaro da Silva, militar e inventor.
Álvaro Alberto ingressou na Escola Naval em 1906. Oficial de Carreira da Marinha brasileira, começa a se interessar pela química de explosivos e ingressa na Escola Politécnica em 1911. Em 1916 é professor de química e explosivos da Escola Naval.
Tornou-se catedrático do Departamento de Físico-Química da Escola Naval e incluiu o estudo da física nuclear no currículo da Escola Naval (1939).
Tinha em mente a criação de uma instituição governamental, cuja principal função seria incrementar, amparar e coordenar a pesquisa científica nacional. Nomeado representante brasileiro (1946) na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança da recém-criada Organização da Nações Unidas (ONU), associou-se aos representantes russos na rejeição às propostas no Plano Baruch, em que os norte-americanas pressionavam para controlar as reservas mundiais de tório e urânio (1946).
O Almirante qualificou a política dos EUA de "tentativa de desapropriação".
De 1946 a 1953 os EUA evitaram qualquer cooperação nuclear com os demais países, mesmo para fins pacíficos. O Plano garantia o monopólio dos Estados Unidos sobre a tecnologia e os materiais nucleares no mundo ocidental com a criação de uma agência internacional, mas que de fato teria os EUA como o "Big Brother". Sabendo que a tecnologia que os levou a construírem bombas nucleares não era um segredo, o assunto já fôra abordado em revistas científicas alemãs, inglesas e francesas, o jeito era concentrar técnicos e material.
Álvaro Alberto propôs o Princípio das Compensações Específicas: nenhuma transação comercial com minerais estratégicos (termo cunhado por Alberto) deveria se realizar contra pagamento em dólares, mas sim na base de troca de tecnologia, em que o Brasil, assim como outros países subdesenvolvidos, forneceriam a matéria-prima desejada em troca da prioridade na instalação, em seu território, de reatores nucleares de todos os tipos .
O Brasil na época não tinha noção de quanto urânio poderia extrair de si, mas já vendia areia monazítica para os EUA, que é rica em tório (1945). O acordo era válido por 3 anos e prorrogável por 10 triênios consecutivos. Exportando 3.000 t de monazita por ano ao final seriam mais de 110.000 t, mais do que já havia sido inventariado pelo Brasil. Em 1946 o Conselho de Segurança Nacional pede que o acordo seja denunciado, mas as exportações continuam e ocorre também contrabando, a monazita sendo inocentemente embarcada como lastro de navio.
Em virtude, disso o almirante Álvaro Alberto pediu autorização ao governo brasileiro para encetar negociações com outros países. Em missão do CNPq, ele viajou para a Europa no fim de 1953, onde faria contato na França e na Alemanha ocupada pelos aliados.
Na França, negociou a aquisição de uma usina de "yellow cake", assinando contrato com a Societé des Produits Chimiques des Terres Rares e na Alemanha, onde havia estudado física antes da Segunda Guerra, usando de seus antigos contatos encomendou a físicos alemães à margem da legalidade aliada, em janeiro de 1954, a construção de três conjuntos de centrifugação para o enriquecimento de urânio. Convidou William Groth, Bayerle e Otto Hahn, descobridor da fissão nuclear. Conseguiu obter 3 unidades de enriquecimento pelo processo de ultracentrifugação ao preço de 80 mil dólares.
Fusão Energia Nuclear.
Neste ponto a missão do almirante Álvaro Alberto tomava aspectos de missão secreta, na medida em que suas ações passaram a não levar em conta outras instâncias decisórias, como o Conselho de Segurança Nacional, o Departamento de Produção Mineral, pois, para completar sua tarefa, isto é, transferir os protótipos das centrífugas de urânio para o Brasil, ele dependia de uma diplomacia secreta à margem do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
A embaixada brasileira em Bonn recomendou que se aguardasse o estabelecimento da plena soberania da Alemanha Ocidental, quando então seria possível a importação das centrífugas.
Formalmente o CNPq aceitou a recomendação, mas Álvaro Alberto solicitou a Getúlio Vargas uma autorização especial no sentido de que o Ministério das Relações Exteriores apoiasse o embarque secreto das máquinas.
Através do Banco Germânico para a América do Sul, os alemães receberam 80.000 dólares para a fabricação de três ultracentrifugadoras. As centrifugadoras foram apreendidas em Göttingen e Hamburg pelo Military Board of Security, menos de 24 horas após esta consulta. Os conjuntos acabaram sendo interceptados pelo Alto
Comissariado do Pós Guerra, 24 horas antes do embarque para o Brasil, a partir de denúncia feita pelo militar brasileiro Octacílio Cunha. Documentos revelados posteriormente mostraram que o Brasil estaria sendo impedido de buscar o enriquecimento do urânio por ser um país localizado dentro da área de influência dos EUA.
O plano do golpe feito contra a encomenda fora forjado pela Comissão de Energia Atômica dos EUA. Alberto, ao contatar o presidente desta Comissão, almirante Lewis Strauss, não recebeu deste, nenhuma esperança de que as máquinas apreendidas pelos aliados fossem liberadas. Por outro lado Strauss, habilmente, contra-atacaria em uma oferta de "ajuda" dos EUA nos moldes permitidos pela política nuclear americana.
Álvaro Alberto, mais uma vez, repetiria os desejos de seu governo: usinas de enriquecimento, uma fábrica de produção de hexafluoreto de urânio, além de reatores de pesquisa. O que foi tentado através de acordos secretos com os alemães e mais tarde descobertos pelos americanos.
Fundou a Sociedade Brasileira de Química em 1922 e presidiu a Academia Brasileira de Ciências em 1935. Grande entusiasta da energia nuclear, foi o representante do Brasil na Comissão de Energia Atômica da ONU, onde chegou à presidência. Foi também o responsável pela criação do Conselho Nacional de Pesquisa, CNPq, que presidiu até 1955.
O presidente General Médici nomeou a Central Nuclear de Angra dos Reis como Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
Álvaro Alberto faleceu em 31.01.1976.
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Minha assinatura a partir de hoje homenageia este grande brasileiro.
Sds.
(Rio de Janeiro, 22 de abril de 1889 — 1976) foi um vice-almirante da Marinha brasileira e cientista brasileiro.
Foi inventor de explosivos e tintas antivegetativas polivalentes.
Sua contribuição principal foi a implementação do Programa nuclear brasileiro. Foi o representante do Brasil na comissão de energia atômica da ONU.
Biografia
Era filho do médico e político Álvaro Alberto da Silva, mas foi fortemente influenciado por seu avô João Álvaro da Silva, militar e inventor.
Álvaro Alberto ingressou na Escola Naval em 1906. Oficial de Carreira da Marinha brasileira, começa a se interessar pela química de explosivos e ingressa na Escola Politécnica em 1911. Em 1916 é professor de química e explosivos da Escola Naval.
Tornou-se catedrático do Departamento de Físico-Química da Escola Naval e incluiu o estudo da física nuclear no currículo da Escola Naval (1939).
Tinha em mente a criação de uma instituição governamental, cuja principal função seria incrementar, amparar e coordenar a pesquisa científica nacional. Nomeado representante brasileiro (1946) na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança da recém-criada Organização da Nações Unidas (ONU), associou-se aos representantes russos na rejeição às propostas no Plano Baruch, em que os norte-americanas pressionavam para controlar as reservas mundiais de tório e urânio (1946).
O Almirante qualificou a política dos EUA de "tentativa de desapropriação".
De 1946 a 1953 os EUA evitaram qualquer cooperação nuclear com os demais países, mesmo para fins pacíficos. O Plano garantia o monopólio dos Estados Unidos sobre a tecnologia e os materiais nucleares no mundo ocidental com a criação de uma agência internacional, mas que de fato teria os EUA como o "Big Brother". Sabendo que a tecnologia que os levou a construírem bombas nucleares não era um segredo, o assunto já fôra abordado em revistas científicas alemãs, inglesas e francesas, o jeito era concentrar técnicos e material.
Álvaro Alberto propôs o Princípio das Compensações Específicas: nenhuma transação comercial com minerais estratégicos (termo cunhado por Alberto) deveria se realizar contra pagamento em dólares, mas sim na base de troca de tecnologia, em que o Brasil, assim como outros países subdesenvolvidos, forneceriam a matéria-prima desejada em troca da prioridade na instalação, em seu território, de reatores nucleares de todos os tipos .
O Brasil na época não tinha noção de quanto urânio poderia extrair de si, mas já vendia areia monazítica para os EUA, que é rica em tório (1945). O acordo era válido por 3 anos e prorrogável por 10 triênios consecutivos. Exportando 3.000 t de monazita por ano ao final seriam mais de 110.000 t, mais do que já havia sido inventariado pelo Brasil. Em 1946 o Conselho de Segurança Nacional pede que o acordo seja denunciado, mas as exportações continuam e ocorre também contrabando, a monazita sendo inocentemente embarcada como lastro de navio.
Em virtude, disso o almirante Álvaro Alberto pediu autorização ao governo brasileiro para encetar negociações com outros países. Em missão do CNPq, ele viajou para a Europa no fim de 1953, onde faria contato na França e na Alemanha ocupada pelos aliados.
Na França, negociou a aquisição de uma usina de "yellow cake", assinando contrato com a Societé des Produits Chimiques des Terres Rares e na Alemanha, onde havia estudado física antes da Segunda Guerra, usando de seus antigos contatos encomendou a físicos alemães à margem da legalidade aliada, em janeiro de 1954, a construção de três conjuntos de centrifugação para o enriquecimento de urânio. Convidou William Groth, Bayerle e Otto Hahn, descobridor da fissão nuclear. Conseguiu obter 3 unidades de enriquecimento pelo processo de ultracentrifugação ao preço de 80 mil dólares.
Fusão Energia Nuclear.
Neste ponto a missão do almirante Álvaro Alberto tomava aspectos de missão secreta, na medida em que suas ações passaram a não levar em conta outras instâncias decisórias, como o Conselho de Segurança Nacional, o Departamento de Produção Mineral, pois, para completar sua tarefa, isto é, transferir os protótipos das centrífugas de urânio para o Brasil, ele dependia de uma diplomacia secreta à margem do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
A embaixada brasileira em Bonn recomendou que se aguardasse o estabelecimento da plena soberania da Alemanha Ocidental, quando então seria possível a importação das centrífugas.
Formalmente o CNPq aceitou a recomendação, mas Álvaro Alberto solicitou a Getúlio Vargas uma autorização especial no sentido de que o Ministério das Relações Exteriores apoiasse o embarque secreto das máquinas.
Através do Banco Germânico para a América do Sul, os alemães receberam 80.000 dólares para a fabricação de três ultracentrifugadoras. As centrifugadoras foram apreendidas em Göttingen e Hamburg pelo Military Board of Security, menos de 24 horas após esta consulta. Os conjuntos acabaram sendo interceptados pelo Alto
Comissariado do Pós Guerra, 24 horas antes do embarque para o Brasil, a partir de denúncia feita pelo militar brasileiro Octacílio Cunha. Documentos revelados posteriormente mostraram que o Brasil estaria sendo impedido de buscar o enriquecimento do urânio por ser um país localizado dentro da área de influência dos EUA.
O plano do golpe feito contra a encomenda fora forjado pela Comissão de Energia Atômica dos EUA. Alberto, ao contatar o presidente desta Comissão, almirante Lewis Strauss, não recebeu deste, nenhuma esperança de que as máquinas apreendidas pelos aliados fossem liberadas. Por outro lado Strauss, habilmente, contra-atacaria em uma oferta de "ajuda" dos EUA nos moldes permitidos pela política nuclear americana.
Álvaro Alberto, mais uma vez, repetiria os desejos de seu governo: usinas de enriquecimento, uma fábrica de produção de hexafluoreto de urânio, além de reatores de pesquisa. O que foi tentado através de acordos secretos com os alemães e mais tarde descobertos pelos americanos.
Fundou a Sociedade Brasileira de Química em 1922 e presidiu a Academia Brasileira de Ciências em 1935. Grande entusiasta da energia nuclear, foi o representante do Brasil na Comissão de Energia Atômica da ONU, onde chegou à presidência. Foi também o responsável pela criação do Conselho Nacional de Pesquisa, CNPq, que presidiu até 1955.
O presidente General Médici nomeou a Central Nuclear de Angra dos Reis como Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
Álvaro Alberto faleceu em 31.01.1976.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Fantástico, sinto muita honra de brasileiros como o Almirante Álvaro Alberto da Silva.
Poderiam batizar a Base dos SNs em sua homenagem!
Poderiam batizar a Base dos SNs em sua homenagem!
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
E nós tomamos trolha dos EUA nesta matéria faz tempo! Só por este aspecto não é cabível toda essa gente ficar babando ovo nestes trairas salafrários,eu sinceramente to com meu saco cheio,é muita cegueira e vira latice com esses caras,e quandoescrevo alguma coisa respeitosa inclusive a este respeito,minhas palavras são tachadas emboloradas e de demodê dos anos 70.Haja culhão para aturar essa alienação.
Sds.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Li em uma Revista Marítima Brasileira, já há muito, que as centrífugas alemãs seriam embarcadas como máquinas agrícolas em um navio do Loyd brasileiro.
A apreensão se deu logo após o Almirante pedir apoio ao Itamaraty, para que a papelada burocrática fosse rapidamente despachada, explicando o motivo.
Se é verdade, ou não, um dia a história vai mostrar.
A apreensão se deu logo após o Almirante pedir apoio ao Itamaraty, para que a papelada burocrática fosse rapidamente despachada, explicando o motivo.
Se é verdade, ou não, um dia a história vai mostrar.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Ora, o que é isso Bender, já fomos muito beneficiados por nosso grande irmão do norte quando, por exemplo, em 1944, trocaram conosco 10 mil toneladas de material radioativo por 100 mil toneladas de trigo.Bender escreveu:E nós tomamos trolha dos EUA nesta matéria faz tempo! Só por este aspecto não é cabível toda essa gente ficar babando ovo nestes trairas salafrários,eu sinceramente to com meu saco cheio,é muita cegueira e vira latice com esses caras,e quandoescrevo alguma coisa respeitosa inclusive a este respeito,minhas palavras são tachadas emboloradas e de demodê dos anos 70.Haja culhão para aturar essa alienação.
Sds.
Viu como ganhamos?
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Nem me fale. O pior é ver q há gente relativamente esclarecida q ainda acredita em "boas intenções" vindas do único país no mundo q poderá de fato nos dissuadir à médio/longo prazo. Q não tem o mínimo interesse nas ascenção do Brasil como potência influente na América Lativa, q de todas maneira sabota a integração (= soberania) sul-americana. Nunca fazem concessões gratuitas, tudo tem n pressupostos q nos colocam em segundo plano em questões estratégicas. Embargaram e sabotaram todos nossos programas mais soberanos: nuclear, VLS e de mísseis.Marino escreveu:Li em uma Revista Marítima Brasileira, já há muito, que as centrífugas alemãs seriam embarcadas como máquinas agrícolas em um navio do Loyd brasileiro.
A apreensão se deu logo após o Almirante pedir apoio ao Itamaraty, para que a papelada burocrática fosse rapidamente despachada, explicando o motivo.
Se é verdade, ou não, um dia a história vai mostrar.
Está mais do q claro q em muitos casos teremos interesses divergentes, qual prevalecerá? Por enquanto, quando ainda há muitas amarramas vira-latistas em nossa classe política, sofremos "apenas" embargos e propostas com coleiras de todos os tipos.
Áfff... O pior é ser tachado com o mais medíocre dos argumentos: "anti-americano". Não, isso não tem nada a ver com a sociedade civil americana, mas com sua classe política. Não há constatação mais óbvia q: A POLÍTICA EXTERNA dos EUA para o Brasil, América Latina e Atlântico Sul é uma ameaça a nossa SOBERANIA.
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Não adiantou... as ultracentrífugas alemãs chegaram no carregamento de batatas!
[]'s a todos.
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Outro dia eu comentei com o Carlos,graças a Deus que existem pessoas como voce aqui,que quando nós lemos os comentários,chega a correr até um lagrimom do canto do olho,pela serenidade e visão clara das coisas,e isso falo sem desmerecer quem pensa diferente,mas tem horas que voce lê tanta vendilhice seguida que até eu me sinto um comunaZ de tanta irritação,isso porque eu sou um conservador de direita,imagina o Ilya?Enlil escreveu:Nem me fale. O pior é ver q há gente relativamente esclarecida q ainda acredita em "boas intenções" vindas do único país no mundo q poderá de fato nos dissuadir à médio/longo prazo. Q não tem o mínimo interesse nas ascenção do Brasil como potência influente na América Lativa, q de todas maneira sabota a integração (= soberania) sul-americana. Nunca fazem concessões gratuitas, tudo tem n pressupostos q nos colocam em segundo plano em questões estratégicas. Embargaram e sabotaram todos nossos programas mais soberanos: nuclear, VLS e de mísseis.Marino escreveu:Li em uma Revista Marítima Brasileira, já há muito, que as centrífugas alemãs seriam embarcadas como máquinas agrícolas em um navio do Loyd brasileiro.
A apreensão se deu logo após o Almirante pedir apoio ao Itamaraty, para que a papelada burocrática fosse rapidamente despachada, explicando o motivo.
Se é verdade, ou não, um dia a história vai mostrar.
Está mais do q claro q em muitos casos teremos interesses divergentes, qual prevalecerá? Por enquanto, quando ainda há muitas amarramas vira-latistas em nossa classe política, sofremos "apenas" embargos e propostas com coleiras de todos os tipos.
Áfff... O pior é ser tachado com o mais medíocre dos argumentos: "anti-americano". Não, isso não tem nada a ver com a sociedade civil americana, mas com sua classe política. Não há constatação mais óbvia q: A POLÍTICA EXTERNA dos EUA para o Brasil, América Latina e Atlântico Sul é uma ameaça a nossa SOBERANIA.
Abração e parabéns,por tudo que escreve de bom!
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
A nova geração de ultracentrífugas do Irã apresentada hoje.
(Mostrarem publicamente me espanta, apesar de não mostrar nada do "recheio"... )
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Bender escreveu:Álvaro Alberto da Mota e Silva
(Rio de Janeiro, 22 de abril de 1889 — 1976) foi um vice-almirante da Marinha brasileira e cientista brasileiro.
Foi inventor de explosivos e tintas antivegetativas polivalentes.
Sua contribuição principal foi a implementação do Programa nuclear brasileiro. Foi o representante do Brasil na comissão de energia atômica da ONU.
Biografia
Era filho do médico e político Álvaro Alberto da Silva, mas foi fortemente influenciado por seu avô João Álvaro da Silva, militar e inventor.
Álvaro Alberto ingressou na Escola Naval em 1906. Oficial de Carreira da Marinha brasileira, começa a se interessar pela química de explosivos e ingressa na Escola Politécnica em 1911. Em 1916 é professor de química e explosivos da Escola Naval.
Tornou-se catedrático do Departamento de Físico-Química da Escola Naval e incluiu o estudo da física nuclear no currículo da Escola Naval (1939).
Tinha em mente a criação de uma instituição governamental, cuja principal função seria incrementar, amparar e coordenar a pesquisa científica nacional. Nomeado representante brasileiro (1946) na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança da recém-criada Organização da Nações Unidas (ONU), associou-se aos representantes russos na rejeição às propostas no Plano Baruch, em que os norte-americanas pressionavam para controlar as reservas mundiais de tório e urânio (1946).
O Almirante qualificou a política dos EUA de "tentativa de desapropriação".
De 1946 a 1953 os EUA evitaram qualquer cooperação nuclear com os demais países, mesmo para fins pacíficos. O Plano garantia o monopólio dos Estados Unidos sobre a tecnologia e os materiais nucleares no mundo ocidental com a criação de uma agência internacional, mas que de fato teria os EUA como o "Big Brother". Sabendo que a tecnologia que os levou a construírem bombas nucleares não era um segredo, o assunto já fôra abordado em revistas científicas alemãs, inglesas e francesas, o jeito era concentrar técnicos e material.
Álvaro Alberto propôs o Princípio das Compensações Específicas: nenhuma transação comercial com minerais estratégicos (termo cunhado por Alberto) deveria se realizar contra pagamento em dólares, mas sim na base de troca de tecnologia, em que o Brasil, assim como outros países subdesenvolvidos, forneceriam a matéria-prima desejada em troca da prioridade na instalação, em seu território, de reatores nucleares de todos os tipos .
O Brasil na época não tinha noção de quanto urânio poderia extrair de si, mas já vendia areia monazítica para os EUA, que é rica em tório (1945). O acordo era válido por 3 anos e prorrogável por 10 triênios consecutivos. Exportando 3.000 t de monazita por ano ao final seriam mais de 110.000 t, mais do que já havia sido inventariado pelo Brasil. Em 1946 o Conselho de Segurança Nacional pede que o acordo seja denunciado, mas as exportações continuam e ocorre também contrabando, a monazita sendo inocentemente embarcada como lastro de navio.
Em virtude, disso o almirante Álvaro Alberto pediu autorização ao governo brasileiro para encetar negociações com outros países. Em missão do CNPq, ele viajou para a Europa no fim de 1953, onde faria contato na França e na Alemanha ocupada pelos aliados.
Na França, negociou a aquisição de uma usina de "yellow cake", assinando contrato com a Societé des Produits Chimiques des Terres Rares e na Alemanha, onde havia estudado física antes da Segunda Guerra, usando de seus antigos contatos encomendou a físicos alemães à margem da legalidade aliada, em janeiro de 1954, a construção de três conjuntos de centrifugação para o enriquecimento de urânio. Convidou William Groth, Bayerle e Otto Hahn, descobridor da fissão nuclear. Conseguiu obter 3 unidades de enriquecimento pelo processo de ultracentrifugação ao preço de 80 mil dólares.
Fusão Energia Nuclear.
Neste ponto a missão do almirante Álvaro Alberto tomava aspectos de missão secreta, na medida em que suas ações passaram a não levar em conta outras instâncias decisórias, como o Conselho de Segurança Nacional, o Departamento de Produção Mineral, pois, para completar sua tarefa, isto é, transferir os protótipos das centrífugas de urânio para o Brasil, ele dependia de uma diplomacia secreta à margem do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
A embaixada brasileira em Bonn recomendou que se aguardasse o estabelecimento da plena soberania da Alemanha Ocidental, quando então seria possível a importação das centrífugas.
Formalmente o CNPq aceitou a recomendação, mas Álvaro Alberto solicitou a Getúlio Vargas uma autorização especial no sentido de que o Ministério das Relações Exteriores apoiasse o embarque secreto das máquinas.
Através do Banco Germânico para a América do Sul, os alemães receberam 80.000 dólares para a fabricação de três ultracentrifugadoras. As centrifugadoras foram apreendidas em Göttingen e Hamburg pelo Military Board of Security, menos de 24 horas após esta consulta. Os conjuntos acabaram sendo interceptados pelo Alto
Comissariado do Pós Guerra, 24 horas antes do embarque para o Brasil, a partir de denúncia feita pelo militar brasileiro Octacílio Cunha. Documentos revelados posteriormente mostraram que o Brasil estaria sendo impedido de buscar o enriquecimento do urânio por ser um país localizado dentro da área de influência dos EUA.
O plano do golpe feito contra a encomenda fora forjado pela Comissão de Energia Atômica dos EUA. Alberto, ao contatar o presidente desta Comissão, almirante Lewis Strauss, não recebeu deste, nenhuma esperança de que as máquinas apreendidas pelos aliados fossem liberadas. Por outro lado Strauss, habilmente, contra-atacaria em uma oferta de "ajuda" dos EUA nos moldes permitidos pela política nuclear americana.
Álvaro Alberto, mais uma vez, repetiria os desejos de seu governo: usinas de enriquecimento, uma fábrica de produção de hexafluoreto de urânio, além de reatores de pesquisa. O que foi tentado através de acordos secretos com os alemães e mais tarde descobertos pelos americanos.
Fundou a Sociedade Brasileira de Química em 1922 e presidiu a Academia Brasileira de Ciências em 1935. Grande entusiasta da energia nuclear, foi o representante do Brasil na Comissão de Energia Atômica da ONU, onde chegou à presidência. Foi também o responsável pela criação do Conselho Nacional de Pesquisa, CNPq, que presidiu até 1955.
O presidente General Médici nomeou a Central Nuclear de Angra dos Reis como Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto.
Álvaro Alberto faleceu em 31.01.1976.
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Minha assinatura a partir de hoje homenageia este grande brasileiro.
Sds.
Nossa este cara um dos maiores heróis brasileiros. Com certeza foi uma das maiores operações realizadas pela MB, e com um navio carregado de batatas.
Parabéns nobre Guerreiro dos mares, o Sub Nuclear deve levar seu nome.
Esta operação já foi escrita ou publicada.?
Editado pela última vez por EDSON em Sex Abr 09, 2010 3:10 pm, em um total de 4 vezes.
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Ôôôô,,, que maldade!!
[]'s.
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Se quem mandasse no país dele fossem os padres ele tomava a benção de cinco em cinco minutos,como são os Aiatolás ele ajoelha e abaixa a cabeça de cinco em cinco minutos.
Isso é que é maldade maldosa mesmo
Sds.
Isso é que é maldade maldosa mesmo
Sds.