Postado pelo Orestes:
não sou o Marino, nem falo por ele, por mim mesmo. Vamos lá: claramente você está tentando justificar o injustificável (técnica habitual -- e rejeitada maciçamente -- pelos defensores do caça sueco), ao tentar usar uma figura pública, do mesmo partido político do presidente, para "confundir" e não explicar.
Vamos direto ao ponto: não passou pela sua cabeça que, em política, é essencial ter a figura do advogado do diabo sempre? Não basta uma coisa ser séria, é preciso que se mostre séria! Pois bem, o citado político está fazendo seu papel como prefeito, algo que não poderia ser diferente, caso contrário, seria objeto de questionamento popular (entre outras coisas), ele está lá para defender os cidadãos de seu município. Outra, ao agir assim, passa-se a ideia que não se trata de uma posição fechada de um partido político, algo que a oposição tentou bater, mas que não colou; de forma tal que fica caracterizado que não há unanimidade em torno do caça francês em um partido político que ocupa o poder. Mais uma, pontos de vistas quase isolados, não atrapalham o governo, o ajuda até dizer chega! Este prefeito (e outros, procure!) não está ajudando em nada ao caça sueco, só está atrapalhando e muito, pois todos os políticos sabem muito bem que ele fala para seu público interno (município) e jamais para peitar o governo federal (até porque já esteve lá).
O que tenho observado: quem torce contra os suecos,
deve estar esperando por mais declarações do citado prefeito, isto só tem ajudado (E MUITO) aos franceses, pois isto ajuda na transparência e na credibilidade no processo, principalmente no que tange a decisão política.
Sobre este assunto, mais um enorme tiro no pé, daqui a pouco tem gente que não conseguirá andar mais...
Abraços!!
Orestes, parece que o prefeito insiste em querer ajudar os franceses. E haja tiros nos pés dos suecos!
Interessada em atrair uma fábrica, base de Lula sai em defesa do Gripen
Marli Olmos
Com o olhar fixo numa miniatura do Gripen sobre a mesa do gabinete, em São Bernardo do Campo, Luiz Marinho toma fôlego para sair em defesa do caça sueco. À primeira vista, a cena parece não fazer sentido: o prefeito da cidade do automóvel sonha com aviões e o modelo preferido é diferente do que já foi manifestado pelo seu velho amigo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na reta final do processo de escolha dos novos caças para a Força Aérea Brasileira, a Saab, uma das três finalistas, ganhou um aliado importante.
Recém chegado da Suécia, onde foi visitar a fábrica do Gripen, a convite da Saab, Marinho explica porque ele, prefeito de uma cidade distante do polo da indústria Aeronáutica (no Vale do Paraíba) decidiu dar palpite no processo de seleção. Segundo diz, o grupo Inbrafiltros, uma empresa brasileira sediada na cidade vizinha Mauá, poderá expandir investimentos e construir uma fábrica em São Bernardo do Campo para fornecer peças para o caça sueco. O grupo Inbra, como é conhecido, atuano setor de segurança à vida, fornecendo componentes para o setor automotivo e aeronáutico. O presidente da empresa estava viajando ontem e, por isso, não pôde comentar o assunto.
O surgimento de um novo personagem no enredo dessa compra bilionária a poucos dias de o governo concluir um processo que se arrasta há mais de15 anos, pode não alterar tendências. Mas serve, no mínimo, para movimentar uma história que até aqui se desenvolvia apenas ao sabor das indicações de que o ministro da Defesa, Nelson Jobim, mantém preferência pelo Rafale, com o qual a francesa Dassault participa da concorrência.
"O ministro Jobim deveria ir à Suécia conhecer também este avião", disse Marinho, ao lembrar que o ministro da Defesa já foi à França conhecer a Dassault. Marinho esteve na Suécia entre os dias 15 e 18. O prefeito visitou as instalações da Saab em Linköping, posou para fotos que foram utilizadas no site institucional da Saab e também voou a bordo do caça."Eu pude ver que o supersônico proposto pela Suécia é real, não tem nada de "avião de papel"", diz.
"Não sou especialista em aviação e muito menos em defesa, mas tiro minhas conclusões com base no relatório da FAB", afirma, ao lembrar que Jobim também não é especialista no tema. O relatório anterior da FAB sobre a compra dos caças declarou preferência pelo Gripen.
Marinho, que antes de ser ministro do Trabalho e dirigente sindical, trabalhou na linha de produção da Volkswagen,armou-se de dados para defender o caça sueco. Segundo ele, se o governo brasileiro fizer a opção pelo Gripen, toda a indústria do país vai ganhar. "Será uma produção em parceria", destaca. Ele se baseia na informação da Saab de que caberá ao Brasil a produção de até 8% da estrutura mecânica da aeronave e 40% da área de engenharia de projeto.
Segundo diz Marinho, os prováveis fornecedores do Gripen tendem a investir em São Bernardo independentemente do resultado do processo de escolha para equipar as Forças Armadas. "Mas os volumes de investimento serão muito mais elevados se a empresa sueca vencer", afirma. "Acredito tratar-sede uma oportunidade única para uma real transferência de tecnologia para o Brasil e de ampla geração de empregos voltados à alta tecnologia", completa.
O prefeito de São Bernardo também diz que não se importa que a sua decisão seja diferente da de Lula. Em setembro de 2009, o presidente anunciou que o Brasil compraria os caças da francesa Dassault. Jobim e Lula defendem o negócio com a França porque o país é um "parceiro estratégico", com o qual o Brasil assinou um grande acordo militar em 2009. Marinho diz que não vai se intrometer na questão política. "Eu falo sobre o que é melhor para a indústria brasileira, para abrir mais empregos; mas não vou falar sobre coisas que eu não sei". Ele lembra que existe um cenário político internacional. "E nisso eu não ouso palpitar".
Abraços!!!