GEOPOLÍTICA
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- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Sob ceticismo, volta debate sobre "relação especial"
CLAUDIA ANTUNES
DA SUCURSAL DO RIO
Formuladores da política externa dos Estados Unidos retomaram o debate sobre o estabelecimento de uma "relação especial" com o Brasil, mas há ceticismo sobre se os dois países querem trilhar esse caminho, disse Shannon O'Neil, do Council on Foreign Relations, centro de estudos que representa a elite americana de relações internacionais.
O'Neil estava ontem em Brasília, na segunda viagem ao país em três meses, que coincide com a vinda da secretária de Estado Hillary Clinton. Em dezembro, o Council promoveu seminário com a FGV-Rio sobre a "ascensão do Brasil". Desta vez, ela pesquisa a cooperação em energia e clima.
Em relatório recém-divulgado, O'Neil enumera entraves a uma relação especial clássica, como a que existe entre EUA e Reino Unido: a carência de falantes de português em Washington, ainda voltada à América hispânica; a desconfiança brasileira das atividades militares dos EUA no hemisfério; divergências sobre drogas e comércio e a aproximação recente entre Brasil e Irã.
"Não estou otimista, mas o que pode acontecer é uma relação como a que existe com a China. Há conflitos e áreas de cooperação, mas é um país com importância global reconhecida, que os EUA cultivam como parceiro e com o qual mantêm diálogo constante, mesmo em temas onde há divergências fortes", afirmou O'Neil.
Sobre o Irã, disse, o melhor que pode acontecer agora é "um diálogo franco": "O silencio distancia".
Matias Spektor, autor de "Kissinger e o Brasil" e professor da FGV-Rio, diz que a expectativa "de que o Brasil possa ajudar os EUA a gerenciar a ordem regional" é recorrente e provoca há décadas a resistência brasileira.
Primeiro, explica, porque o Brasil "é uma potência regional ambígua", sem disposição para intervir em outros países nem pagar os "custos pesados" da integração. Segundo, porque ainda predomina a ideia de que "não é bom estar no radar" americano: "O país ainda precisa definir uma nova estratégia em relação aos EUA".
Tanto Spektor quanto O'Neil classificam como "boa" a relação bilateral. A Embaixada dos EUA lista 16 mecanismos de consultas principais, da economia à defesa. O Itamaraty, que recentemente criou uma coordenação para Estados Unidos e Canadá, relaciona 18 mecanismos apenas no âmbito da Chancelaria, na "relação mais densa" que o Brasil possui.
Mas Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington, avalia que o governo brasileiro tem atitude "passiva". Lembra que partiu dos EUA a proposta do Memorando de Entendimento sobre Biocombustíveis, de 2007, e afirma que o Brasil não explorou o potencial dos grupos econômicos bilaterais criados em 2003, na primeira visita de Lula aos Estados Unidos.
CLAUDIA ANTUNES
DA SUCURSAL DO RIO
Formuladores da política externa dos Estados Unidos retomaram o debate sobre o estabelecimento de uma "relação especial" com o Brasil, mas há ceticismo sobre se os dois países querem trilhar esse caminho, disse Shannon O'Neil, do Council on Foreign Relations, centro de estudos que representa a elite americana de relações internacionais.
O'Neil estava ontem em Brasília, na segunda viagem ao país em três meses, que coincide com a vinda da secretária de Estado Hillary Clinton. Em dezembro, o Council promoveu seminário com a FGV-Rio sobre a "ascensão do Brasil". Desta vez, ela pesquisa a cooperação em energia e clima.
Em relatório recém-divulgado, O'Neil enumera entraves a uma relação especial clássica, como a que existe entre EUA e Reino Unido: a carência de falantes de português em Washington, ainda voltada à América hispânica; a desconfiança brasileira das atividades militares dos EUA no hemisfério; divergências sobre drogas e comércio e a aproximação recente entre Brasil e Irã.
"Não estou otimista, mas o que pode acontecer é uma relação como a que existe com a China. Há conflitos e áreas de cooperação, mas é um país com importância global reconhecida, que os EUA cultivam como parceiro e com o qual mantêm diálogo constante, mesmo em temas onde há divergências fortes", afirmou O'Neil.
Sobre o Irã, disse, o melhor que pode acontecer agora é "um diálogo franco": "O silencio distancia".
Matias Spektor, autor de "Kissinger e o Brasil" e professor da FGV-Rio, diz que a expectativa "de que o Brasil possa ajudar os EUA a gerenciar a ordem regional" é recorrente e provoca há décadas a resistência brasileira.
Primeiro, explica, porque o Brasil "é uma potência regional ambígua", sem disposição para intervir em outros países nem pagar os "custos pesados" da integração. Segundo, porque ainda predomina a ideia de que "não é bom estar no radar" americano: "O país ainda precisa definir uma nova estratégia em relação aos EUA".
Tanto Spektor quanto O'Neil classificam como "boa" a relação bilateral. A Embaixada dos EUA lista 16 mecanismos de consultas principais, da economia à defesa. O Itamaraty, que recentemente criou uma coordenação para Estados Unidos e Canadá, relaciona 18 mecanismos apenas no âmbito da Chancelaria, na "relação mais densa" que o Brasil possui.
Mas Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington, avalia que o governo brasileiro tem atitude "passiva". Lembra que partiu dos EUA a proposta do Memorando de Entendimento sobre Biocombustíveis, de 2007, e afirma que o Brasil não explorou o potencial dos grupos econômicos bilaterais criados em 2003, na primeira visita de Lula aos Estados Unidos.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: GEOPOLÍTICA
"Hillary Clinton já está no Brasil"
Jornal das 10 da Globonews de ontem.
>>>DESTAQUE para o comentário do correspondente em Washington, Luiz Fernando Silva Pinto (a partir de 05m48s).
http://video.globo.com/Videos/Player/No ... IL,00.html
[]'s a todos.
Jornal das 10 da Globonews de ontem.
>>>DESTAQUE para o comentário do correspondente em Washington, Luiz Fernando Silva Pinto (a partir de 05m48s).
http://video.globo.com/Videos/Player/No ... IL,00.html
[]'s a todos.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Thinking About the Unthinkable: A U.S.-Iranian Deal
March 1, 2010 | 1703 GMT
By George Friedman
The United States apparently has reached the point where it must
either accept that Iran will develop nuclear weapons at some point if
it wishes, or take military action to prevent this. There is a third
strategy, however: Washington can seek to redefine the Iranian
question.
As we have no idea what leaders on either side are thinking, exploring
this represents an exercise in geopolitical theory. Let’s begin with
the two apparent stark choices.
Diplomacy vs. the Military Option
The diplomatic approach consists of creating a broad coalition
prepared to impose what have been called crippling sanctions on Iran.
Effective sanctions must be so painful that they compel the target to
change its behavior. In Tehran’s case, this could only consist of
blocking Iran’s imports of gasoline. Iran imports 35 percent of the
gasoline it consumes. It is not clear that a gasoline embargo would be
crippling, but it is the only embargo that might work. All other forms
of sanctions against Iran would be mere gestures designed to give the
impression that something is being done.
The Chinese will not participate in any gasoline embargo. Beijing gets
11 percent of its oil from Iran, and it has made it clear it will
continue to deliver gasoline to Iran. Moscow’s position is that Russia
might consider sanctions down the road, but it hasn’t specified when,
and it hasn’t specified what. The Russians are more than content
seeing the U.S. bogged down in the Middle East and so are not inclined
to solve American problems in the region. With the Chinese and
Russians unlikely to embargo gasoline, these sanctions won’t create
significant pain for Iran. Since all other sanctions are gestures, the
diplomatic approach is therefore unlikely to work.
The military option has its own risks. First, its success depends on
the quality of intelligence on Iran’s nuclear facilities and on the
degree of hardening of those targets. Second, it requires successful
air attacks. Third, it requires battle damage assessments that tell
the attacker whether the strike succeeded. Fourth, it requires follow-
on raids to destroy facilities that remain functional. And fifth,
attacks must do more than simply set back Iran’s program a few months
or even years: If the risk of a nuclear Iran is great enough to
justify the risks of war, the outcome must be decisive.
Each point in this process is a potential failure point. Given the
multiplicity of these points — which includes others not mentioned —
failure may not be an option, but it is certainly possible.
But even if the attacks succeed, the question of what would happen the
day after the attacks remains. Iran has its own counters. It has a
superbly effective terrorist organization, Hezbollah, at its disposal.
It has sufficient influence in Iraq to destabilize that country and
force the United States to keep forces in Iraq badly needed elsewhere.
And it has the ability to use mines and missiles to attempt to close
the Strait of Hormuz and the Persian Gulf shipping lanes for some
period — driving global oil prices through the roof while the global
economy is struggling to stabilize itself. Iran’s position on its
nuclear program is rooted in the awareness that while it might not
have assured options in the event of a military strike, it has
counters that create complex and unacceptable risks. Iran therefore
does not believe the United States will strike or permit Israel to
strike, as the consequences would be unacceptable.
To recap, the United States either can accept a nuclear Iran or risk
an attack that might fail outright, impose only a minor delay on
Iran’s nuclear program or trigger extremely painful responses even if
it succeeds. When neither choice is acceptable, it is necessary to
find a third choice.
Redefining the Iranian Problem
As long as the problem of Iran is defined in terms of its nuclear
program, the United States is in an impossible place. Therefore, the
Iranian problem must be redefined. One attempt at redefinition
involves hope for an uprising against the current regime. We will not
repeat our views on this in depth, but in short, we do not regard
these demonstrations to be a serious threat to the regime. Tehran has
handily crushed them, and even if they did succeed, we do not believe
they would produce a regime any more accommodating toward the United
States. The idea of waiting for a revolution is more useful as a
justification for inaction — and accepting a nuclear Iran — than it is
as a strategic alternative.
At this moment, Iran is the most powerful regional military force in
the Persian Gulf. Unless the United States permanently stations
substantial military forces in the region, there is no military force
able to block Iran. Turkey is more powerful than Iran, but it is far
from the Persian Gulf and focused on other matters at the moment, and
it doesn’t want to take on Iran militarily — at least not for a very
long time. At the very least, this means the United States cannot
withdraw from Iraq. Baghdad is too weak to block Iran from the Arabian
Peninsula, and the Iraqi government has elements friendly toward Iran.
Historically, regional stability depended on the Iraqi-Iranian balance
of power. When it tottered in 1990, the result was the Iraqi invasion
of Kuwait. The United States did not push into Iraq in 1991 because it
did not want to upset the regional balance of power by creating a
vacuum in Iraq. Rather, U.S. strategy was to re-establish the Iranian-
Iraqi balance of power to the greatest extent possible, as the
alternative was basing large numbers of U.S. troops in the region.
The decision to invade Iraq in 2003 assumed that once the Baathist
regime was destroyed the United States would rapidly create a strong
Iraqi government that would balance Iran. The core mistake in this
thinking lay in failing to recognize that the new Iraqi government
would be filled with Shiites, many of whom regarded Iran as a friendly
power. Rather than balancing Iran, Iraq could well become an Iranian
satellite. The Iranians strongly encouraged the American invasion
precisely because they wanted to create a situation where Iraq moved
toward Iran’s orbit. When this in fact began happening, the Americans
had no choice but an extended occupation of Iraq, a trap both the Bush
and Obama administrations have sought to escape.
It is difficult to define Iran’s influence in Iraq at this point. But
at a minimum, while Iran may not be able to impose a pro-Iranian state
on Iraq, it has sufficient influence to block the creation of any
strong Iraqi government either through direct influence in the
government or by creating destabilizing violence in Iraq. In other
words, Iran can prevent Iraq from emerging as a counterweight to Iran,
and Iran has every reason to do this. Indeed, it is doing just this.
The Fundamental U.S.-Iranian Issue
Iraq, not nuclear weapons, is the fundamental issue between Iran and
the United States. Iran wants to see a U.S. withdrawal from Iraq so
Iran can assume its place as the dominant military power in the
Persian Gulf. The United States wants to withdraw from Iraq because it
faces challenges in Afghanistan — where it will also need Iranian
cooperation — and elsewhere. Committing forces to Iraq for an extended
period of time while fighting in Afghanistan leaves the United States
exposed globally. Events involving China or Russia — such as the 2008
war in Georgia — would see the United States without a counter. The
alternative would be a withdrawal from Afghanistan or a massive
increase in U.S. armed forces. The former is not going to happen any
time soon, and the latter is an economic impossibility.
Therefore, the United States must find a way to counterbalance Iran
without an open-ended deployment in Iraq and without expecting the re-
emergence of Iraqi power, because Iran is not going to allow the
latter to happen. The nuclear issue is simply an element of this
broader geopolitical problem, as it adds another element to the
Iranian tool kit. It is not a stand-alone issue.
The United States has an interesting strategy in redefining problems
that involves creating extraordinarily alliances with mortal
ideological and geopolitical enemies to achieve strategic U.S. goals.
First consider Franklin Roosevelt’s alliance with Stalinist Russia to
block Nazi Germany. He pursued this alliance despite massive political
outrage not only from isolationists but also from institutions like
the Roman Catholic Church that regarded the Soviets as the epitome of
evil.
Now consider Richard Nixon’s decision to align with China at a time
when the Chinese were supplying weapons to North Vietnam that were
killing American troops. Moreover, Mao — who had said he did not fear
nuclear war as China could absorb a few hundred million deaths — was
considered, with reason, quite mad. Nevertheless, Nixon, as anti-
Communist and anti-Chinese a figure as existed in American politics,
understood that an alliance (and despite the lack of a formal treaty,
alliance it was) with China was essential to counterbalance the Soviet
Union at a time when American power was still being sapped in Vietnam.
Roosevelt and Nixon both faced impossible strategic situations unless
they were prepared to redefine the strategic equation dramatically and
accept the need for alliance with countries that had previously been
regarded as strategic and moral threats. American history is filled
with opportunistic alliances designed to solve impossible strategic
dilemmas. The Stalin and Mao cases represent stunning alliances with
prior enemies designed to block a third power seen as more dangerous.
It is said that Ahmadinejad is crazy. It was also said that Mao and
Stalin were crazy, in both cases with much justification. Ahmadinejad
has said many strange things and issued numerous threats. But when
Roosevelt ignored what Stalin said and Nixon ignored what Mao said,
they each discovered that Stalin’s and Mao’s actions were far more
rational and predictable than their rhetoric. Similarly, what the
Iranians say and what they do are quite different.
U.S. vs. Iranian Interests
Consider the American interest. First, it must maintain the flow of
oil through the Strait of Hormuz. The United States cannot tolerate
interruptions, and that limits the risks it can take. Second, it must
try to keep any one power from controlling all of the oil in the
Persian Gulf, as that would give such a country too much long-term
power within the global system. Third, while the United States is
involved in a war with elements of the Sunni Muslim world, it must
reduce the forces devoted to that war. Fourth, it must deal with the
Iranian problem directly. Europe will go as far as sanctions but no
further, while the Russians and Chinese won’t even go that far yet.
Fifth, it must prevent an Israeli strike on Iran for the same reasons
it must avoid a strike itself, as the day after any Israeli strike
will be left to the United States to manage.
Now consider the Iranian interest. First, it must guarantee regime
survival. It sees the United States as dangerous and unpredictable. In
less than 10 years, it has found itself with American troops on both
its eastern and western borders. Second, it must guarantee that Iraq
will never again be a threat to Iran. Third, it must increase its
authority within the Muslim world against Sunni Muslims, whom it
regards as rivals and sometimes as threats.
Now consider the overlaps. The United States is in a war against some
(not all) Sunnis. These are Iran’s enemies, too. Iran does not want
U.S. troops along its eastern and western borders. In point of fact,
the United States does not want this either. The United States does
not want any interruption of oil flow through Hormuz. Iran much
prefers profiting from those flows to interrupting them. Finally, the
Iranians understand that it is the United States alone that is Iran’s
existential threat. If Iran can solve the American problem its regime
survival is assured. The United States understands, or should, that
resurrecting the Iraqi counterweight to Iran is not an option: It is
either U.S. forces in Iraq or accepting Iran’s unconstrained role.
Therefore, as an exercise in geopolitical theory, consider the
following. Washington’s current options are unacceptable. By
redefining the issue in terms of dealing with the consequences of the
2003 invasion of Iraq, there are three areas of mutual interest.
First, both powers have serious quarrels with Sunni Islam. Second,
both powers want to see a reduction in U.S. forces in the region.
Third, both countries have an interest in assuring the flow of oil,
one to use the oil, the other to profit from it to increase its
regional power.
The strategic problem is, of course, Iranian power in the Persian
Gulf. The Chinese model is worth considering here. China issued
bellicose rhetoric before and after Nixon’s and Kissinger’s visits.
But whatever it did internally, it was not a major risk-taker in its
foreign policy. China’s relationship with the United States was of
critical importance to China. Beijing fully understood the value of
this relationship, and while it might continue to rail about
imperialism, it was exceedingly careful not to undermine this core
interest.
The major risk of the third strategy is that Iran will overstep its
bounds and seek to occupy the oil-producing countries of the Persian
Gulf. Certainly, this would be tempting, but it would bring a rapid
American intervention. The United States would not block indirect
Iranian influence, however, from financial participation in regional
projects to more significant roles for the Shia in Arabian states.
Washington’s limits for Iranian power are readily defined and enforced
when exceeded.
The great losers in the third strategy, of course, would be the Sunnis
in the Arabian Peninsula. But Iraq aside, they are incapable of
defending themselves, and the United States has no long-term interest
in their economic and political relations. So long as the oil flows,
and no single power directly controls the entire region, the United
States does not have a stake in this issue.
Israel would also be enraged. It sees ongoing American-Iranian
hostility as a given. And it wants the United States to eliminate the
Iranian nuclear threat. But eliminating this threat is not an option
given the risks, so the choice is a nuclear Iran outside some
structured relationship with the United States or within it. The
choice that Israel might want, a U.S.-Iranian conflict, is unlikely.
Israel can no more drive American strategy than can Saudi Arabia.
From the American standpoint, an understanding with Iran would have
the advantage of solving an increasingly knotty problem. In the long
run, it would also have the advantage of being a self-containing
relationship. Turkey is much more powerful than Iran and is emerging
from its century-long shell. Its relations with the United States are
delicate. The United States would infuriate the Turks by doing this
deal, forcing them to become more active faster. They would thus
emerge in Iraq as a counterbalance to Iran. But Turkey’s anger at the
United States would serve U.S. interests. The Iranian position in Iraq
would be temporary, and the United States would not have to break its
word as Turkey eventually would eliminate Iranian influence in Iraq.
Ultimately, the greatest shock of such a maneuver on both sides would
be political. The U.S.-Soviet agreement shocked Americans deeply, the
Soviets less so because Stalin’s pact with Hitler had already stunned
them. The Nixon-Mao entente shocked all sides. It was utterly
unthinkable at the time, but once people on both sides thought about
it, it was manageable.
Such a maneuver would be particularly difficult for U.S. President
Barack Obama, as it would be widely interpreted as another example of
weakness rather than as a ruthless and cunning move. A military strike
would enhance his political standing, while an apparently cynical deal
would undermine it. Ahmadinejad could sell such a deal domestically
much more easily. In any event, the choices now are a nuclear Iran,
extended airstrikes with all their attendant consequences, or
something else. This is what something else might look like and how it
would fit in with American strategic tradition.
March 1, 2010 | 1703 GMT
By George Friedman
The United States apparently has reached the point where it must
either accept that Iran will develop nuclear weapons at some point if
it wishes, or take military action to prevent this. There is a third
strategy, however: Washington can seek to redefine the Iranian
question.
As we have no idea what leaders on either side are thinking, exploring
this represents an exercise in geopolitical theory. Let’s begin with
the two apparent stark choices.
Diplomacy vs. the Military Option
The diplomatic approach consists of creating a broad coalition
prepared to impose what have been called crippling sanctions on Iran.
Effective sanctions must be so painful that they compel the target to
change its behavior. In Tehran’s case, this could only consist of
blocking Iran’s imports of gasoline. Iran imports 35 percent of the
gasoline it consumes. It is not clear that a gasoline embargo would be
crippling, but it is the only embargo that might work. All other forms
of sanctions against Iran would be mere gestures designed to give the
impression that something is being done.
The Chinese will not participate in any gasoline embargo. Beijing gets
11 percent of its oil from Iran, and it has made it clear it will
continue to deliver gasoline to Iran. Moscow’s position is that Russia
might consider sanctions down the road, but it hasn’t specified when,
and it hasn’t specified what. The Russians are more than content
seeing the U.S. bogged down in the Middle East and so are not inclined
to solve American problems in the region. With the Chinese and
Russians unlikely to embargo gasoline, these sanctions won’t create
significant pain for Iran. Since all other sanctions are gestures, the
diplomatic approach is therefore unlikely to work.
The military option has its own risks. First, its success depends on
the quality of intelligence on Iran’s nuclear facilities and on the
degree of hardening of those targets. Second, it requires successful
air attacks. Third, it requires battle damage assessments that tell
the attacker whether the strike succeeded. Fourth, it requires follow-
on raids to destroy facilities that remain functional. And fifth,
attacks must do more than simply set back Iran’s program a few months
or even years: If the risk of a nuclear Iran is great enough to
justify the risks of war, the outcome must be decisive.
Each point in this process is a potential failure point. Given the
multiplicity of these points — which includes others not mentioned —
failure may not be an option, but it is certainly possible.
But even if the attacks succeed, the question of what would happen the
day after the attacks remains. Iran has its own counters. It has a
superbly effective terrorist organization, Hezbollah, at its disposal.
It has sufficient influence in Iraq to destabilize that country and
force the United States to keep forces in Iraq badly needed elsewhere.
And it has the ability to use mines and missiles to attempt to close
the Strait of Hormuz and the Persian Gulf shipping lanes for some
period — driving global oil prices through the roof while the global
economy is struggling to stabilize itself. Iran’s position on its
nuclear program is rooted in the awareness that while it might not
have assured options in the event of a military strike, it has
counters that create complex and unacceptable risks. Iran therefore
does not believe the United States will strike or permit Israel to
strike, as the consequences would be unacceptable.
To recap, the United States either can accept a nuclear Iran or risk
an attack that might fail outright, impose only a minor delay on
Iran’s nuclear program or trigger extremely painful responses even if
it succeeds. When neither choice is acceptable, it is necessary to
find a third choice.
Redefining the Iranian Problem
As long as the problem of Iran is defined in terms of its nuclear
program, the United States is in an impossible place. Therefore, the
Iranian problem must be redefined. One attempt at redefinition
involves hope for an uprising against the current regime. We will not
repeat our views on this in depth, but in short, we do not regard
these demonstrations to be a serious threat to the regime. Tehran has
handily crushed them, and even if they did succeed, we do not believe
they would produce a regime any more accommodating toward the United
States. The idea of waiting for a revolution is more useful as a
justification for inaction — and accepting a nuclear Iran — than it is
as a strategic alternative.
At this moment, Iran is the most powerful regional military force in
the Persian Gulf. Unless the United States permanently stations
substantial military forces in the region, there is no military force
able to block Iran. Turkey is more powerful than Iran, but it is far
from the Persian Gulf and focused on other matters at the moment, and
it doesn’t want to take on Iran militarily — at least not for a very
long time. At the very least, this means the United States cannot
withdraw from Iraq. Baghdad is too weak to block Iran from the Arabian
Peninsula, and the Iraqi government has elements friendly toward Iran.
Historically, regional stability depended on the Iraqi-Iranian balance
of power. When it tottered in 1990, the result was the Iraqi invasion
of Kuwait. The United States did not push into Iraq in 1991 because it
did not want to upset the regional balance of power by creating a
vacuum in Iraq. Rather, U.S. strategy was to re-establish the Iranian-
Iraqi balance of power to the greatest extent possible, as the
alternative was basing large numbers of U.S. troops in the region.
The decision to invade Iraq in 2003 assumed that once the Baathist
regime was destroyed the United States would rapidly create a strong
Iraqi government that would balance Iran. The core mistake in this
thinking lay in failing to recognize that the new Iraqi government
would be filled with Shiites, many of whom regarded Iran as a friendly
power. Rather than balancing Iran, Iraq could well become an Iranian
satellite. The Iranians strongly encouraged the American invasion
precisely because they wanted to create a situation where Iraq moved
toward Iran’s orbit. When this in fact began happening, the Americans
had no choice but an extended occupation of Iraq, a trap both the Bush
and Obama administrations have sought to escape.
It is difficult to define Iran’s influence in Iraq at this point. But
at a minimum, while Iran may not be able to impose a pro-Iranian state
on Iraq, it has sufficient influence to block the creation of any
strong Iraqi government either through direct influence in the
government or by creating destabilizing violence in Iraq. In other
words, Iran can prevent Iraq from emerging as a counterweight to Iran,
and Iran has every reason to do this. Indeed, it is doing just this.
The Fundamental U.S.-Iranian Issue
Iraq, not nuclear weapons, is the fundamental issue between Iran and
the United States. Iran wants to see a U.S. withdrawal from Iraq so
Iran can assume its place as the dominant military power in the
Persian Gulf. The United States wants to withdraw from Iraq because it
faces challenges in Afghanistan — where it will also need Iranian
cooperation — and elsewhere. Committing forces to Iraq for an extended
period of time while fighting in Afghanistan leaves the United States
exposed globally. Events involving China or Russia — such as the 2008
war in Georgia — would see the United States without a counter. The
alternative would be a withdrawal from Afghanistan or a massive
increase in U.S. armed forces. The former is not going to happen any
time soon, and the latter is an economic impossibility.
Therefore, the United States must find a way to counterbalance Iran
without an open-ended deployment in Iraq and without expecting the re-
emergence of Iraqi power, because Iran is not going to allow the
latter to happen. The nuclear issue is simply an element of this
broader geopolitical problem, as it adds another element to the
Iranian tool kit. It is not a stand-alone issue.
The United States has an interesting strategy in redefining problems
that involves creating extraordinarily alliances with mortal
ideological and geopolitical enemies to achieve strategic U.S. goals.
First consider Franklin Roosevelt’s alliance with Stalinist Russia to
block Nazi Germany. He pursued this alliance despite massive political
outrage not only from isolationists but also from institutions like
the Roman Catholic Church that regarded the Soviets as the epitome of
evil.
Now consider Richard Nixon’s decision to align with China at a time
when the Chinese were supplying weapons to North Vietnam that were
killing American troops. Moreover, Mao — who had said he did not fear
nuclear war as China could absorb a few hundred million deaths — was
considered, with reason, quite mad. Nevertheless, Nixon, as anti-
Communist and anti-Chinese a figure as existed in American politics,
understood that an alliance (and despite the lack of a formal treaty,
alliance it was) with China was essential to counterbalance the Soviet
Union at a time when American power was still being sapped in Vietnam.
Roosevelt and Nixon both faced impossible strategic situations unless
they were prepared to redefine the strategic equation dramatically and
accept the need for alliance with countries that had previously been
regarded as strategic and moral threats. American history is filled
with opportunistic alliances designed to solve impossible strategic
dilemmas. The Stalin and Mao cases represent stunning alliances with
prior enemies designed to block a third power seen as more dangerous.
It is said that Ahmadinejad is crazy. It was also said that Mao and
Stalin were crazy, in both cases with much justification. Ahmadinejad
has said many strange things and issued numerous threats. But when
Roosevelt ignored what Stalin said and Nixon ignored what Mao said,
they each discovered that Stalin’s and Mao’s actions were far more
rational and predictable than their rhetoric. Similarly, what the
Iranians say and what they do are quite different.
U.S. vs. Iranian Interests
Consider the American interest. First, it must maintain the flow of
oil through the Strait of Hormuz. The United States cannot tolerate
interruptions, and that limits the risks it can take. Second, it must
try to keep any one power from controlling all of the oil in the
Persian Gulf, as that would give such a country too much long-term
power within the global system. Third, while the United States is
involved in a war with elements of the Sunni Muslim world, it must
reduce the forces devoted to that war. Fourth, it must deal with the
Iranian problem directly. Europe will go as far as sanctions but no
further, while the Russians and Chinese won’t even go that far yet.
Fifth, it must prevent an Israeli strike on Iran for the same reasons
it must avoid a strike itself, as the day after any Israeli strike
will be left to the United States to manage.
Now consider the Iranian interest. First, it must guarantee regime
survival. It sees the United States as dangerous and unpredictable. In
less than 10 years, it has found itself with American troops on both
its eastern and western borders. Second, it must guarantee that Iraq
will never again be a threat to Iran. Third, it must increase its
authority within the Muslim world against Sunni Muslims, whom it
regards as rivals and sometimes as threats.
Now consider the overlaps. The United States is in a war against some
(not all) Sunnis. These are Iran’s enemies, too. Iran does not want
U.S. troops along its eastern and western borders. In point of fact,
the United States does not want this either. The United States does
not want any interruption of oil flow through Hormuz. Iran much
prefers profiting from those flows to interrupting them. Finally, the
Iranians understand that it is the United States alone that is Iran’s
existential threat. If Iran can solve the American problem its regime
survival is assured. The United States understands, or should, that
resurrecting the Iraqi counterweight to Iran is not an option: It is
either U.S. forces in Iraq or accepting Iran’s unconstrained role.
Therefore, as an exercise in geopolitical theory, consider the
following. Washington’s current options are unacceptable. By
redefining the issue in terms of dealing with the consequences of the
2003 invasion of Iraq, there are three areas of mutual interest.
First, both powers have serious quarrels with Sunni Islam. Second,
both powers want to see a reduction in U.S. forces in the region.
Third, both countries have an interest in assuring the flow of oil,
one to use the oil, the other to profit from it to increase its
regional power.
The strategic problem is, of course, Iranian power in the Persian
Gulf. The Chinese model is worth considering here. China issued
bellicose rhetoric before and after Nixon’s and Kissinger’s visits.
But whatever it did internally, it was not a major risk-taker in its
foreign policy. China’s relationship with the United States was of
critical importance to China. Beijing fully understood the value of
this relationship, and while it might continue to rail about
imperialism, it was exceedingly careful not to undermine this core
interest.
The major risk of the third strategy is that Iran will overstep its
bounds and seek to occupy the oil-producing countries of the Persian
Gulf. Certainly, this would be tempting, but it would bring a rapid
American intervention. The United States would not block indirect
Iranian influence, however, from financial participation in regional
projects to more significant roles for the Shia in Arabian states.
Washington’s limits for Iranian power are readily defined and enforced
when exceeded.
The great losers in the third strategy, of course, would be the Sunnis
in the Arabian Peninsula. But Iraq aside, they are incapable of
defending themselves, and the United States has no long-term interest
in their economic and political relations. So long as the oil flows,
and no single power directly controls the entire region, the United
States does not have a stake in this issue.
Israel would also be enraged. It sees ongoing American-Iranian
hostility as a given. And it wants the United States to eliminate the
Iranian nuclear threat. But eliminating this threat is not an option
given the risks, so the choice is a nuclear Iran outside some
structured relationship with the United States or within it. The
choice that Israel might want, a U.S.-Iranian conflict, is unlikely.
Israel can no more drive American strategy than can Saudi Arabia.
From the American standpoint, an understanding with Iran would have
the advantage of solving an increasingly knotty problem. In the long
run, it would also have the advantage of being a self-containing
relationship. Turkey is much more powerful than Iran and is emerging
from its century-long shell. Its relations with the United States are
delicate. The United States would infuriate the Turks by doing this
deal, forcing them to become more active faster. They would thus
emerge in Iraq as a counterbalance to Iran. But Turkey’s anger at the
United States would serve U.S. interests. The Iranian position in Iraq
would be temporary, and the United States would not have to break its
word as Turkey eventually would eliminate Iranian influence in Iraq.
Ultimately, the greatest shock of such a maneuver on both sides would
be political. The U.S.-Soviet agreement shocked Americans deeply, the
Soviets less so because Stalin’s pact with Hitler had already stunned
them. The Nixon-Mao entente shocked all sides. It was utterly
unthinkable at the time, but once people on both sides thought about
it, it was manageable.
Such a maneuver would be particularly difficult for U.S. President
Barack Obama, as it would be widely interpreted as another example of
weakness rather than as a ruthless and cunning move. A military strike
would enhance his political standing, while an apparently cynical deal
would undermine it. Ahmadinejad could sell such a deal domestically
much more easily. In any event, the choices now are a nuclear Iran,
extended airstrikes with all their attendant consequences, or
something else. This is what something else might look like and how it
would fit in with American strategic tradition.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
VALOR ECONÔMICO – 03/03/10
Acordo comercial Peru-China gera atrito com Brasil
O tratado de livre comércio entre Peru e China, que entrou em vigor na segunda-feira, deverá pôr em desvantagem alguns produtos brasileiros exportados para o país andino e levar o Brasil a cobrar compensações tarifárias do governo peruano.
O Peru já tem sido pressionado pelo governo brasileiro a abrir negociações sobre esse tipo de compensação por conta de um TLC com os EUA, que começou a valer no ano passado. O governo do presidente Alan García, no entanto, tem se esquivado das discussões.
No caso do acordo com a China, eletrodomésticos, carros e máquinas feitas no Brasil são alguns dos itens que concorrerão com similares chineses que entrarão no mercado peruano com tarifa zero.
Em 2008, as exportações brasileiras para o Peru foram de US$ 2,29 bilhões. Em 2009, com a crise, ficaram em US$ 1,48 bilhão.
Esse é o segundo TLC da China com um país da América Latina. O primeiro foi com o Chile.
Segundo Antonio Castillo, conselheiro econômico comercial do Peru no Brasil e ex-vice-ministro da Indústria, o acordo com a China não valerá para os setores de confecções, calçados e metal-mecânica, de forma a proteger indústrias locais. "A nossa expectativa é de um aumento no intercâmbio comercial com a China para US$ 15 bilhões em cinco ou sete anos", disse ontem Castillo, que participou das negociações com Pequim. Em 2009, esse intercâmbio foi de US$ 7 bilhões. No mesmo ano, o fluxo comercial do Peru com o Brasil foi de US$ 1,97 bilhão. O comércio deve ganhar novo impulso a partir do fim deste ano, com a conclusão prevista da rodovia interoceânica.
O Peru exporta para a China principalmente minérios (cobre, prata, ferro, zinco entre outros) e farinha de peixe, e importa principalmente confecções, calçados, máquinas e auto-peças.
Além de facilitar o comércio bilateral, o novo tratado poderá ajudar García a vender seu país como uma base de exportação para indústrias estrangeiras que desejam entrar no mercado chinês com mais facilidade. É essa imagem que até agora vinha tentando projetar, especialmente junto a empresários latino-americanos que querem acessar o mercado americano.
Mas, para o Itamaraty, a abertura tarifária do vizinho Peru a países de fora da região é algo ainda mal resolvido. A razão é que Lima deve se sentar para discutir tarifas com países do Mercosul sempre que fechar um acordo de livre comércio com países que não integrem a Associação Latino-americana de Integração (Aladi).
Era isso que deveria ter ocorrido após o TLC Peru-EUA. Mas, segundo o secretário César Bonamigo, do setor comercial da Embaixada do Brasil em Lima, "o Peru tem evitado marcar uma reunião para discutir compensações". O texto do acordo de complementação econômico número 58 (ACE 58), que trata da obrigação de negociações desse tipo, não prevê punições caso o país alvo de queixa adie indefinidamente as negociações. Ainda assim, segundo Bonamigo, o novo acordo do Peru com a China "dá margem ao Brasil e ao Mercosul para pedir novas compensações".
O mesmo ACE 58 prevê uma redução escalonada das tarifas no Peru e no Mercosul. Mas o TLC com a China deverá derrubar as tarifas entre os dois num ritmo mais veloz. Um funcionário do governo peruano, que pediu à reportagem para não ser identificado, disse que Lima espera que o Brasil pressione o Peru por causa do TLC com a China assim como tem feito em relação ao acordo com os EUA.
Acordo comercial Peru-China gera atrito com Brasil
O tratado de livre comércio entre Peru e China, que entrou em vigor na segunda-feira, deverá pôr em desvantagem alguns produtos brasileiros exportados para o país andino e levar o Brasil a cobrar compensações tarifárias do governo peruano.
O Peru já tem sido pressionado pelo governo brasileiro a abrir negociações sobre esse tipo de compensação por conta de um TLC com os EUA, que começou a valer no ano passado. O governo do presidente Alan García, no entanto, tem se esquivado das discussões.
No caso do acordo com a China, eletrodomésticos, carros e máquinas feitas no Brasil são alguns dos itens que concorrerão com similares chineses que entrarão no mercado peruano com tarifa zero.
Em 2008, as exportações brasileiras para o Peru foram de US$ 2,29 bilhões. Em 2009, com a crise, ficaram em US$ 1,48 bilhão.
Esse é o segundo TLC da China com um país da América Latina. O primeiro foi com o Chile.
Segundo Antonio Castillo, conselheiro econômico comercial do Peru no Brasil e ex-vice-ministro da Indústria, o acordo com a China não valerá para os setores de confecções, calçados e metal-mecânica, de forma a proteger indústrias locais. "A nossa expectativa é de um aumento no intercâmbio comercial com a China para US$ 15 bilhões em cinco ou sete anos", disse ontem Castillo, que participou das negociações com Pequim. Em 2009, esse intercâmbio foi de US$ 7 bilhões. No mesmo ano, o fluxo comercial do Peru com o Brasil foi de US$ 1,97 bilhão. O comércio deve ganhar novo impulso a partir do fim deste ano, com a conclusão prevista da rodovia interoceânica.
O Peru exporta para a China principalmente minérios (cobre, prata, ferro, zinco entre outros) e farinha de peixe, e importa principalmente confecções, calçados, máquinas e auto-peças.
Além de facilitar o comércio bilateral, o novo tratado poderá ajudar García a vender seu país como uma base de exportação para indústrias estrangeiras que desejam entrar no mercado chinês com mais facilidade. É essa imagem que até agora vinha tentando projetar, especialmente junto a empresários latino-americanos que querem acessar o mercado americano.
Mas, para o Itamaraty, a abertura tarifária do vizinho Peru a países de fora da região é algo ainda mal resolvido. A razão é que Lima deve se sentar para discutir tarifas com países do Mercosul sempre que fechar um acordo de livre comércio com países que não integrem a Associação Latino-americana de Integração (Aladi).
Era isso que deveria ter ocorrido após o TLC Peru-EUA. Mas, segundo o secretário César Bonamigo, do setor comercial da Embaixada do Brasil em Lima, "o Peru tem evitado marcar uma reunião para discutir compensações". O texto do acordo de complementação econômico número 58 (ACE 58), que trata da obrigação de negociações desse tipo, não prevê punições caso o país alvo de queixa adie indefinidamente as negociações. Ainda assim, segundo Bonamigo, o novo acordo do Peru com a China "dá margem ao Brasil e ao Mercosul para pedir novas compensações".
O mesmo ACE 58 prevê uma redução escalonada das tarifas no Peru e no Mercosul. Mas o TLC com a China deverá derrubar as tarifas entre os dois num ritmo mais veloz. Um funcionário do governo peruano, que pediu à reportagem para não ser identificado, disse que Lima espera que o Brasil pressione o Peru por causa do TLC com a China assim como tem feito em relação ao acordo com os EUA.
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Re: GEOPOLÍTICA
Eu quero saber que tipo de industria o Peru vai ter ja que com os TLC dos EUA e China sobra muita pouca coisa no que o Peru pode se agarrar.
A nao ser que eles usem tarifas absudarmente baixas a industria avançada do peru morreu.
A nao ser que eles usem tarifas absudarmente baixas a industria avançada do peru morreu.
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Re: GEOPOLÍTICA
Fala, CM!Carlos Mathias escreveu:Alcmartin, eu andei conversando com umas pessoas classe média e todos disseram que não há mais espaço para essa envídea.
Os Kirshner jogam para a platéia menos favorecida, para os menos letrados, digamos assim. Populistas da pior espécie, é isso.
Mas eles demonstram um certo desencanto coma política deles, dizem que não há opções em outro caminho por lá.
Torço para que eles se reencontrem, são nossos parceiros naturais. Mas eles primeiro tem de se convencer que seremos parceiros.
Abraços!
É por aí, concordo. O galho é que parecem aquela coroa divorciada sem pensão: custa a aceitar a nova realidade da dureza... É uma pena. Nos últimos anos, por estar constantemente indo lá, aprendi a gostar de lá.
Aí políticos demagogos aproveitam. Isso somado ao orgulho nacional ferido é prato cheio para fantasias. É como pensar que se vestir como rico, ou andar com eles, o fará ser rico...
Nos USA, eles tem o TSA nos aeroportos, com aqueles uniformes negros. Aí voce chega em Ezeiza, tá lá o PSA argentino, com os mesmos uniformes negros. Se tem uma emergencia policial, voce tambem liga para 911, como nos USA. Até há pouco tempo, é o dólar que mandava lá. Não obrigatório hoje, mas não ficará na mão com ele.
Agora mesmo, saiu na FSP que a Hillary não iria a Argentina, mas acabou indo porque Cristina Kischner sentiu-se "desprestigiada". E aí, de novo, tal como na época em que a Argentina foi elevada a parceiro da OTAN, o garanhão Tio Sam passando a conversa...
Resta saber se aprenderam a lição ou se a vontade de ser rico vai ser maior. De novo...
abração!
Re: GEOPOLÍTICA
Tem argentino que acredita até hoje que eles são aliados extra-OTAN...
Sonho meu, sonho meu...
Sonho meu, sonho meu...
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: GEOPOLÍTICA
Entrevista dada agora pelo Celso Amorim e a Hilary foi ótima, deixamos claro, existem divergências quanto as nossas posições em relação ao Irã, e não serão aparadas.
Amanhã teremos a nossa mídia vendida em polvorosa!!!! Vão rasgar suas calcinhas em praça pública!!!
[]´s
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Re: GEOPOLÍTICA
Éééé...isso pode ser o início da "ALCA chinesa".
Marino escreveu:VALOR ECONÔMICO – 03/03/10
Acordo comercial Peru-China gera atrito com Brasil
O tratado de livre comércio entre Peru e China, que entrou em vigor na segunda-feira, deverá pôr em desvantagem alguns produtos brasileiros exportados para o país andino e levar o Brasil a cobrar compensações tarifárias do governo peruano.
O Peru já tem sido pressionado pelo governo brasileiro a abrir negociações sobre esse tipo de compensação por conta de um TLC com os EUA, que começou a valer no ano passado. O governo do presidente Alan García, no entanto, tem se esquivado das discussões.
No caso do acordo com a China, eletrodomésticos, carros e máquinas feitas no Brasil são alguns dos itens que concorrerão com similares chineses que entrarão no mercado peruano com tarifa zero.
Em 2008, as exportações brasileiras para o Peru foram de US$ 2,29 bilhões. Em 2009, com a crise, ficaram em US$ 1,48 bilhão.
Esse é o segundo TLC da China com um país da América Latina. O primeiro foi com o Chile.
Segundo Antonio Castillo, conselheiro econômico comercial do Peru no Brasil e ex-vice-ministro da Indústria, o acordo com a China não valerá para os setores de confecções, calçados e metal-mecânica, de forma a proteger indústrias locais. "A nossa expectativa é de um aumento no intercâmbio comercial com a China para US$ 15 bilhões em cinco ou sete anos", disse ontem Castillo, que participou das negociações com Pequim. Em 2009, esse intercâmbio foi de US$ 7 bilhões. No mesmo ano, o fluxo comercial do Peru com o Brasil foi de US$ 1,97 bilhão. O comércio deve ganhar novo impulso a partir do fim deste ano, com a conclusão prevista da rodovia interoceânica.
O Peru exporta para a China principalmente minérios (cobre, prata, ferro, zinco entre outros) e farinha de peixe, e importa principalmente confecções, calçados, máquinas e auto-peças.
Além de facilitar o comércio bilateral, o novo tratado poderá ajudar García a vender seu país como uma base de exportação para indústrias estrangeiras que desejam entrar no mercado chinês com mais facilidade. É essa imagem que até agora vinha tentando projetar, especialmente junto a empresários latino-americanos que querem acessar o mercado americano.
Mas, para o Itamaraty, a abertura tarifária do vizinho Peru a países de fora da região é algo ainda mal resolvido. A razão é que Lima deve se sentar para discutir tarifas com países do Mercosul sempre que fechar um acordo de livre comércio com países que não integrem a Associação Latino-americana de Integração (Aladi).
Era isso que deveria ter ocorrido após o TLC Peru-EUA. Mas, segundo o secretário César Bonamigo, do setor comercial da Embaixada do Brasil em Lima, "o Peru tem evitado marcar uma reunião para discutir compensações". O texto do acordo de complementação econômico número 58 (ACE 58), que trata da obrigação de negociações desse tipo, não prevê punições caso o país alvo de queixa adie indefinidamente as negociações. Ainda assim, segundo Bonamigo, o novo acordo do Peru com a China "dá margem ao Brasil e ao Mercosul para pedir novas compensações".
O mesmo ACE 58 prevê uma redução escalonada das tarifas no Peru e no Mercosul. Mas o TLC com a China deverá derrubar as tarifas entre os dois num ritmo mais veloz. Um funcionário do governo peruano, que pediu à reportagem para não ser identificado, disse que Lima espera que o Brasil pressione o Peru por causa do TLC com a China assim como tem feito em relação ao acordo com os EUA.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
Generosidade brasileira?
Sandra Polónia Rios*
Na véspera de sua posse, o novo presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou em entrevista
coletiva que "o Mercosul está falhando porque os latino-americanos não querem entrar de cabeça. Penso
que o Brasil está sendo chamado a cumprir um papel absolutamente essencial na melhora da integração.
O Brasil é praticamente o líder natural da região e, à medida que assuma isso, seguramente vai
contribuir numa proporção muito alta na solução dos problemas que temos agora" (Agência Brasil, 28/2).
Não é a primeira vez que o Brasil é chamado a desempenhar o papel de liderança na integração
regional. Logo que assumiram seus atuais mandatos, os presidentes Álvaro Uribe e Alan Garcia
visitaram o presidente Lula e externaram essa expectativa em relação ao Brasil. A presidente do Chile e
mais recentemente o presidente do México também se manifestaram nessa direção.
O que esses países têm em comum? Todos eles, independentemente da coloração política de
seus governos, vêm mantendo políticas econômicas voltadas à maior inserção internacional de suas
economias e não parecem temer a liderança do Brasil no que se refere à busca de maior integração
econômica regional.
O mesmo clamor não é ouvido de outros governantes sul-americanos, como Cristina Kirchner,
Hugo Chávez ou Evo Morales, que proclamam forte alinhamento com o governo brasileiro, mas não
parecem dispostos a aceitar o maior protagonismo do Brasil. Além disso, esses países, que optaram por
políticas econômicas intervencionistas e nacionalistas e estão atualmente às voltas com crescentes
dificuldades econômicas, vêm obstruindo as iniciativas de aprofundamento dos acordos comerciais e da
integração econômica na região.
Na mesma entrevista coletiva, o novo vice-presidente uruguaio, Danilo Astori, afirma que "para
ser líder, tem que ser reconhecido como líder. E a verdade é que nós reconhecemos uma liderança
praticamente natural do Brasil na região. Mas, para ser líder, tem que exercer a liderança. E, para
exercer a liderança, tem que ter generosidade...".
Como o Brasil tem respondido a essas demandas? A declaração do presidente Lula após a
posse de Mujica é bastante ilustrativa da atitude brasileira: "Eu compactuo com o companheiro Mujica.
Um país do tamanho do Brasil, do tamanho da Argentina, os países maiores têm de ter mais
generosidade com os países menores" (Folha de S.Paulo, 2/3).
De fato, o governo brasileiro já vem adotando uma postura de "generosidade" (também chamada
de paciência estratégica) para com os países da região. Essa "generosidade" se reflete na aceitação de
medidas que representam o descumprimento de compromissos assumidos em acordos comerciais ou
tratados internacionais e da omissão de temas comerciais na agenda da Unasul, entre outros exemplos.
É essa a melhor contribuição que o Brasil pode dar ao processo de integração regional? É difícil
imaginar que processos de integração e cooperação regional possam avançar deixando de lado os
objetivos de liberalização comercial e de adensamento dos fluxos de investimentos entre os países da
região. A experiência europeia - frequentemente citada pelos que defendem a ampliação da agenda
temática para além dos temas econômicos e a generosidade brasileira na região - é ilustrativa: a
contrapartida da "generosidade" refletida nos fundos estruturais é a rigorosa exigência de cumprimento
das regras de integração comercial e de investimentos.
O Brasil tem alguns ativos importantes a oferecer à integração regional. O primeiro é o tamanho
de seu mercado interno. Os exportadores sul-americanos apontam as barreiras não-tarifárias adotadas
pelo País como o principal entrave para ampliar suas exportações ao mercado brasileiro. A generosidade
do Brasil deveria estar refletida na adoção de medidas unilaterais de facilitação de comércio, eliminando
obstáculos domésticos que de fato impactam negativamente o comércio com vizinhos.
O segundo ativo é a exportação de estabilidade econômica e institucional. Melhor do que ser
complacente com medidas que violam os acordos comerciais ou políticas econômicas que ferem a
previsibilidade de regras e afetam os interesses de empresas brasileiras que investem na região seria
defender o cumprimento dos acordos e contratos. Estabilidade institucional e previsibilidade de regras
são fontes importantes de crescimento econômico - basta ver o desempenho relativo das economias da
região.
*Sandra Polónia Rios, economista, é diretora do Centro de Estudos de Integração e
Desenvolvimento (Cindes)
Sandra Polónia Rios*
Na véspera de sua posse, o novo presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou em entrevista
coletiva que "o Mercosul está falhando porque os latino-americanos não querem entrar de cabeça. Penso
que o Brasil está sendo chamado a cumprir um papel absolutamente essencial na melhora da integração.
O Brasil é praticamente o líder natural da região e, à medida que assuma isso, seguramente vai
contribuir numa proporção muito alta na solução dos problemas que temos agora" (Agência Brasil, 28/2).
Não é a primeira vez que o Brasil é chamado a desempenhar o papel de liderança na integração
regional. Logo que assumiram seus atuais mandatos, os presidentes Álvaro Uribe e Alan Garcia
visitaram o presidente Lula e externaram essa expectativa em relação ao Brasil. A presidente do Chile e
mais recentemente o presidente do México também se manifestaram nessa direção.
O que esses países têm em comum? Todos eles, independentemente da coloração política de
seus governos, vêm mantendo políticas econômicas voltadas à maior inserção internacional de suas
economias e não parecem temer a liderança do Brasil no que se refere à busca de maior integração
econômica regional.
O mesmo clamor não é ouvido de outros governantes sul-americanos, como Cristina Kirchner,
Hugo Chávez ou Evo Morales, que proclamam forte alinhamento com o governo brasileiro, mas não
parecem dispostos a aceitar o maior protagonismo do Brasil. Além disso, esses países, que optaram por
políticas econômicas intervencionistas e nacionalistas e estão atualmente às voltas com crescentes
dificuldades econômicas, vêm obstruindo as iniciativas de aprofundamento dos acordos comerciais e da
integração econômica na região.
Na mesma entrevista coletiva, o novo vice-presidente uruguaio, Danilo Astori, afirma que "para
ser líder, tem que ser reconhecido como líder. E a verdade é que nós reconhecemos uma liderança
praticamente natural do Brasil na região. Mas, para ser líder, tem que exercer a liderança. E, para
exercer a liderança, tem que ter generosidade...".
Como o Brasil tem respondido a essas demandas? A declaração do presidente Lula após a
posse de Mujica é bastante ilustrativa da atitude brasileira: "Eu compactuo com o companheiro Mujica.
Um país do tamanho do Brasil, do tamanho da Argentina, os países maiores têm de ter mais
generosidade com os países menores" (Folha de S.Paulo, 2/3).
De fato, o governo brasileiro já vem adotando uma postura de "generosidade" (também chamada
de paciência estratégica) para com os países da região. Essa "generosidade" se reflete na aceitação de
medidas que representam o descumprimento de compromissos assumidos em acordos comerciais ou
tratados internacionais e da omissão de temas comerciais na agenda da Unasul, entre outros exemplos.
É essa a melhor contribuição que o Brasil pode dar ao processo de integração regional? É difícil
imaginar que processos de integração e cooperação regional possam avançar deixando de lado os
objetivos de liberalização comercial e de adensamento dos fluxos de investimentos entre os países da
região. A experiência europeia - frequentemente citada pelos que defendem a ampliação da agenda
temática para além dos temas econômicos e a generosidade brasileira na região - é ilustrativa: a
contrapartida da "generosidade" refletida nos fundos estruturais é a rigorosa exigência de cumprimento
das regras de integração comercial e de investimentos.
O Brasil tem alguns ativos importantes a oferecer à integração regional. O primeiro é o tamanho
de seu mercado interno. Os exportadores sul-americanos apontam as barreiras não-tarifárias adotadas
pelo País como o principal entrave para ampliar suas exportações ao mercado brasileiro. A generosidade
do Brasil deveria estar refletida na adoção de medidas unilaterais de facilitação de comércio, eliminando
obstáculos domésticos que de fato impactam negativamente o comércio com vizinhos.
O segundo ativo é a exportação de estabilidade econômica e institucional. Melhor do que ser
complacente com medidas que violam os acordos comerciais ou políticas econômicas que ferem a
previsibilidade de regras e afetam os interesses de empresas brasileiras que investem na região seria
defender o cumprimento dos acordos e contratos. Estabilidade institucional e previsibilidade de regras
são fontes importantes de crescimento econômico - basta ver o desempenho relativo das economias da
região.
*Sandra Polónia Rios, economista, é diretora do Centro de Estudos de Integração e
Desenvolvimento (Cindes)
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: GEOPOLÍTICA
Interessante que tudo o que os EUA fazem no OM tem como causa apenas o petróleo. Só isso e nada mais.
Todo produtor de petróleo pode algum dia ser ""ajudado"" pelos EUA. Causa preocupação ou alívio?
Todo produtor de petróleo pode algum dia ser ""ajudado"" pelos EUA. Causa preocupação ou alívio?
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Re: GEOPOLÍTICA
Que nada amigo, os ingleses também são bonzinhos. Vão dividir o lucro dos hidrocarbonetos das Malklands / FalvinasCarlos Mathias escreveu:Interessante que tudo o que os EUA fazem no OM tem como causa apenas o petróleo. Só isso e nada mais.
Todo produtor de petróleo pode algum dia ser ""ajudado"" pelos EUA. Causa preocupação ou alívio?
com seus moradores. Devem estar inventando um novo país. Pode conferir no http://www.guiaoffshore.com.br
Imagina toda essa pouca vergonha com o roubo dos royalties todos esses anos aqui no Brasil; E os kelpers recebendo o deles; Sem los hermanos sentirem sequer o cheiro do tutu.
Preparem-se para o volume do choro e o tamanho da milonga que vem por aí...
Eu tento. Mas não resisto....
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
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Re: GEOPOLÍTICA
terra.com.br
Turquia chama embaixador nos EUA após votação sobre genocídio
04 de março de 2010
A Turquia convocou para consultas seu embaixador em Washington depois que uma comissão parlamentar americana aprovou uma resolução que qualifica como genocídio o massacre de armênios por forças otomanas durante a Primeira Guerra Mundial.
Em nota, o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, se disse seriamente preocupado com a resolução parlamentar, que não tem consequências jurídicas, mas pode abalar as relações turco-americanas, bem como os esforços de reconciliação entre Turquia e Armênia.
"Condenamos esta lei que culpa a nação turca por um crime que ela não cometeu. Nosso embaixador em Washington foi convidado nesta noite a Ancara para consultas", disse Erdogan na nota, divulgada no site de seu gabinete.
"Estamos seriamente preocupados de que esta lei aprovada pela comissão, apesar de todos os nossos alertas, irá prejudicar as relações Turquia-EUA e os esforços para normalizar as relações Turquia-Armênia."
A Turquia, herdeira do Império Otomano, é um país islâmico, mas com um regime laico e democrático, além de ser aliada dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e como tal, vital para os interesses norte-americanos no Irã, no Afeganistão e no Oriente Médio.
No ano passado, Turquia e Armênia assinaram um histórico acordo para sepultar um século de hostilidades e abrir sua fronteira comum. O tratado, com aval de EUA, União Europeia e Rússia, ainda precisa ser ratificado nos Parlamentos de Ancara e Ierevan.
A Turquia admite que muitos cristãos armênios foram mortos pelos otomanos, mas nega que o número chegue a 1,5 milhão, como dizem algumas fontes, e rejeita o termo genocídio, usado por muitos historiadores e até por alguns governos ocidentais.
Em 2007, Ancara convocou seu embaixador em Washington depois que uma comissão dos EUA aprovou uma resolução semelhante. O então presidente George W. Bush alertou contra a medida, que não chegou ao plenário da Câmara. O embaixador voltou ao seu posto uma semana depois.
Turquia chama embaixador nos EUA após votação sobre genocídio
04 de março de 2010
A Turquia convocou para consultas seu embaixador em Washington depois que uma comissão parlamentar americana aprovou uma resolução que qualifica como genocídio o massacre de armênios por forças otomanas durante a Primeira Guerra Mundial.
Em nota, o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, se disse seriamente preocupado com a resolução parlamentar, que não tem consequências jurídicas, mas pode abalar as relações turco-americanas, bem como os esforços de reconciliação entre Turquia e Armênia.
"Condenamos esta lei que culpa a nação turca por um crime que ela não cometeu. Nosso embaixador em Washington foi convidado nesta noite a Ancara para consultas", disse Erdogan na nota, divulgada no site de seu gabinete.
"Estamos seriamente preocupados de que esta lei aprovada pela comissão, apesar de todos os nossos alertas, irá prejudicar as relações Turquia-EUA e os esforços para normalizar as relações Turquia-Armênia."
A Turquia, herdeira do Império Otomano, é um país islâmico, mas com um regime laico e democrático, além de ser aliada dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e como tal, vital para os interesses norte-americanos no Irã, no Afeganistão e no Oriente Médio.
No ano passado, Turquia e Armênia assinaram um histórico acordo para sepultar um século de hostilidades e abrir sua fronteira comum. O tratado, com aval de EUA, União Europeia e Rússia, ainda precisa ser ratificado nos Parlamentos de Ancara e Ierevan.
A Turquia admite que muitos cristãos armênios foram mortos pelos otomanos, mas nega que o número chegue a 1,5 milhão, como dizem algumas fontes, e rejeita o termo genocídio, usado por muitos historiadores e até por alguns governos ocidentais.
Em 2007, Ancara convocou seu embaixador em Washington depois que uma comissão dos EUA aprovou uma resolução semelhante. O então presidente George W. Bush alertou contra a medida, que não chegou ao plenário da Câmara. O embaixador voltou ao seu posto uma semana depois.
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Re: GEOPOLÍTICA
FOXTROT escreveu:terra.com.br
Turquia chama embaixador nos EUA após votação sobre genocídio
04 de março de 2010
A Turquia convocou para consultas seu embaixador em Washington depois que uma comissão parlamentar americana aprovou uma resolução que qualifica como genocídio o massacre de armênios por forças otomanas durante a Primeira Guerra Mundial.
Em nota, o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, se disse seriamente preocupado com a resolução parlamentar, que não tem consequências jurídicas, mas pode abalar as relações turco-americanas, bem como os esforços de reconciliação entre Turquia e Armênia.
"Condenamos esta lei que culpa a nação turca por um crime que ela não cometeu. Nosso embaixador em Washington foi convidado nesta noite a Ancara para consultas", disse Erdogan na nota, divulgada no site de seu gabinete.
"Estamos seriamente preocupados de que esta lei aprovada pela comissão, apesar de todos os nossos alertas, irá prejudicar as relações Turquia-EUA e os esforços para normalizar as relações Turquia-Armênia."
A Turquia, herdeira do Império Otomano, é um país islâmico, mas com um regime laico e democrático, além de ser aliada dos EUA na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e como tal, vital para os interesses norte-americanos no Irã, no Afeganistão e no Oriente Médio.
No ano passado, Turquia e Armênia assinaram um histórico acordo para sepultar um século de hostilidades e abrir sua fronteira comum. O tratado, com aval de EUA, União Europeia e Rússia, ainda precisa ser ratificado nos Parlamentos de Ancara e Ierevan.
A Turquia admite que muitos cristãos armênios foram mortos pelos otomanos, mas nega que o número chegue a 1,5 milhão, como dizem algumas fontes, e rejeita o termo genocídio, usado por muitos historiadores e até por alguns governos ocidentais.
Em 2007, Ancara convocou seu embaixador em Washington depois que uma comissão dos EUA aprovou uma resolução semelhante. O então presidente George W. Bush alertou contra a medida, que não chegou ao plenário da Câmara. O embaixador voltou ao seu posto uma semana depois.
No livro "A Grande Guerra Pela Civilização A Conquista do Oriente Médio" do Robert Fisk, no capítulo 10 traz no título
" O Primeiro Genocício". Trata-se de fato histórico e documentado o genocídio do povo armênio pelas forças turcas. Tratou-se de política de governo para remover a população e ocupar o território armênio. Foi o primeiro genocídio do Século XX.
A negação da Turquia em assumir e negar tal fato empalidece as relações com o ocidente. Toda vez que tratam este assunto com os governos turcos, acaba ocorrendo nada menos que chantagem por conta da base aérea de Incirlik, estratégica para a OTAN na região.
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
Tito Lívio.