GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Ex-generais são presos por planejar golpe de Estado na Turquia
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 4446,0.htm
ANCARA - A Polícia da Turquia deteve ex-chefes da Marinha e da Força Aérea e um ex-vice das Forças Armadas junto de vários outros comandantes suspeitos de planejar um golpe de Estado contra o governo islâmico no país, informou nesta segunda-feira, 22, o canal de televisão local NTV.
Os ex-chefes detidos são os antigo comandantes Ibrahim Firtina (Força Aérea), Ozden Ornek (Marinha) e Ergin Saygun (Primeiro Exército). Esses nomes já apareciam nas folhas de acusação de planos de golpe de Estado relacionados com a investigação sobre a Ergenekon, uma rede de ideologia ultranacionalista que pretendia semear o caos na Turquia com atentados e assassinatos políticos para, assim, justificar uma intervenção militar.
As detenções estão ligadas à investigação de um plano de golpe de Estado que teria sido preparado em 2003 (Balyoz). O plano golpista previa atentados contra duas mesquitas em Istambul, a derrubada de um avião militar turco no Mar Egeu para forçar um enfrentamento com a Grécia e a prisão intelectuais críticos ao Exército.
O chefe do Estado-Maior, o general Ilker Basbug, cancelou a visita que faria ao Egito em virtude das novas detenções, informou o canal CNN na Turquia. O ministro do Interior, Besir Atalay, disse que está acompanhando os fatos. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan realiza uma visita em Madri. "Não demos chances àqueles que tentaram colocar a Turquia fora do caminho da lei, da democracia e da soberania nacional", disse o premiê na capital espanhola sobre as notícias das detenções.
A prisão dos altos comandantes sugerem que os promotores tinham evidências dos planos dos ex-militares conseguidas por meio de documentos vazados e grampos telefônicos. Até agora, mais de 400 pessoas foram acusadas por participar do grupo, incluindo soldados, acadêmicos, jornalistas e políticos. Os militares, porém são acusados de instigar um golpe. O processo ainda está em curso e, por isso, ninguém foi condenado.
Os militares da Turquia derrubaram quatro governos desde 1960, o que faz muitos especialistas consideraram que são as Forças Armadas que mandam no país desde que Mustafa Kemal Ataturk reergueu a nação depois da queda do império turco-otomano.
Sob pressão da União Europeia, bloco no qual deseja ingressar, porém, Erdogan reduziu o poder dos militares e reforçou as instituições democráticas. No domingo, o premiê anunciou novos planos para reformar o Judiciário e a Constituição, ambos legados do golpe militar de 1980, e disse que poderia levar o caso para referendo.
http://www.estadao.com.br/noticias/inte ... 4446,0.htm
ANCARA - A Polícia da Turquia deteve ex-chefes da Marinha e da Força Aérea e um ex-vice das Forças Armadas junto de vários outros comandantes suspeitos de planejar um golpe de Estado contra o governo islâmico no país, informou nesta segunda-feira, 22, o canal de televisão local NTV.
Os ex-chefes detidos são os antigo comandantes Ibrahim Firtina (Força Aérea), Ozden Ornek (Marinha) e Ergin Saygun (Primeiro Exército). Esses nomes já apareciam nas folhas de acusação de planos de golpe de Estado relacionados com a investigação sobre a Ergenekon, uma rede de ideologia ultranacionalista que pretendia semear o caos na Turquia com atentados e assassinatos políticos para, assim, justificar uma intervenção militar.
As detenções estão ligadas à investigação de um plano de golpe de Estado que teria sido preparado em 2003 (Balyoz). O plano golpista previa atentados contra duas mesquitas em Istambul, a derrubada de um avião militar turco no Mar Egeu para forçar um enfrentamento com a Grécia e a prisão intelectuais críticos ao Exército.
O chefe do Estado-Maior, o general Ilker Basbug, cancelou a visita que faria ao Egito em virtude das novas detenções, informou o canal CNN na Turquia. O ministro do Interior, Besir Atalay, disse que está acompanhando os fatos. O primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan realiza uma visita em Madri. "Não demos chances àqueles que tentaram colocar a Turquia fora do caminho da lei, da democracia e da soberania nacional", disse o premiê na capital espanhola sobre as notícias das detenções.
A prisão dos altos comandantes sugerem que os promotores tinham evidências dos planos dos ex-militares conseguidas por meio de documentos vazados e grampos telefônicos. Até agora, mais de 400 pessoas foram acusadas por participar do grupo, incluindo soldados, acadêmicos, jornalistas e políticos. Os militares, porém são acusados de instigar um golpe. O processo ainda está em curso e, por isso, ninguém foi condenado.
Os militares da Turquia derrubaram quatro governos desde 1960, o que faz muitos especialistas consideraram que são as Forças Armadas que mandam no país desde que Mustafa Kemal Ataturk reergueu a nação depois da queda do império turco-otomano.
Sob pressão da União Europeia, bloco no qual deseja ingressar, porém, Erdogan reduziu o poder dos militares e reforçou as instituições democráticas. No domingo, o premiê anunciou novos planos para reformar o Judiciário e a Constituição, ambos legados do golpe militar de 1980, e disse que poderia levar o caso para referendo.
- Sterrius
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Re: GEOPOLÍTICA
a derrubada de um avião militar turco no Mar Egeu para forçar um enfrentamento com a Grécia
Nem pra deixar a **** restrita ao proprio país tem que envolver quem nao tem nada haver com isso.
- alexmabastos
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Re: GEOPOLÍTICA
Até que enfim vida inteligente na mídia brasileira.Marino escreveu:Estado de Minas:
BRASIL S/A
As Malvinas, de novo
Um dos argumentos do governo para gastar US$ 10 bi em armamento é a proteção do petróleo no
pré-sal
Antônio Machado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério da Defesa acabam de ganhar um presente
de sua colega argentina, Cristina Kirchner. Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, vêm defendendo
com unhas e dentes o programa de modernização das Forças Armadas brasileiras, que prevê gastos de
aproximadamente US$ 10 bilhões em aquisição de aviões de combate (caças), helicópteros, fragatas e
submarinos – inclusive nucleares –, com transferência de tecnologia para o país. Os franceses são os
favoritos para reequipar as tropas brasileiras, embora, na questão dos caças, ainda enfrentem a
concorrência de americanos e suecos.
Pois bem. Cristina acaba de ressuscitar o fantasma da Guerra das Malvinas, em 1982, quando
Argentina e Reino Unido foram às armas pela posse da pequena ilha (Falkland, para os ingleses) no
Atlântico Sul. Na época, a Junta Militar que governava os argentinos ia mal das pernas e queria um
factóide para recuperar a popularidade. O resultado todo mundo sabe: bombas, navios afundados de
lado a lado, mísseis Exocet, caças Harrier ingleses destruindo armamentos inimigos e uma derrota
humilhante dos hermanos: o Reino Unido recuperou a ilha (que havia sido invadida por forças argentinas
em abril daquele ano) às custas da morte de 644 militares argentinos e 255 britânicos.
Agora, Cristina, que também vai mal das pernas (não no sentido literal, claro), trouxe as Malvinas
de volta. Desta vez, o motivo é geoestratégico: o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, anunciou que
pretende explorar petróleo nas águas territoriais da ilha. Tudo bem, não fosse um pequeno detalhe:
resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), em vigor desde o fim da guerra, determina que
todas as decisões referentes às Malvinas (cujo dono ainda não foi oficialmente definido, já que a ilha foi
ocupada pelos britânicos em 1833 e os argentinos reclamam a posse desde então) devem vir de
consenso entre Argentina e Reino Unido.
Ou seja, Brown está tomando uma decisão unilateral. E Cristina reagiu, determinando que todos
os navios que passem pela região precisam ter autorização expressa da Casa Rosada. O clima anda
tenso nesse lado do Atlântico.
Eu não disse?
Por que a questão das Malvinas é boa para Lula e Jobim? Porque um dos argumentos do
governo para gastar US$ 10 bilhões em armamento é exatamente a proteção da camada de petróleo no
pré-sal, recém-descoberta pelo Brasil.
Jobim tem dito que um submarino nuclear, além de caças e helicópteros modernos, funcionam
como força de dissuação, ou seja, fazem com que um país hostil pense duas vezes antes de querer
invadir alguma área em águas brasileiras.
Há lógica nisso. Somente os muito ingênuos – e o pior é que eles existem – acreditam que as
grandes potências não estejam de olho no petróleo e outras riquezas brasileiras, como urânio, água e
titânio. Brown e as forças de Sua Majestade são a prova cabal disso. A ONU impede que a Inglaterra
tome decisões unilaterais em relação às Malvinas. Mas a ONU… ora, a ONU… Que ONU? A essa hora,
Lula já pode falar: “Eu não disse?”. As siglas que guiam Brown são outras: Otan (ou Nato, em inglês), a
Organização do Tratado do Atlântico Norte, a união militar que congrega desde os Estados Unidos aos
países da Europa Ocidental, e que neste momento está em guerra no Paquistão.
Alguém duvida?
O fato é que a decisão de Brown mostra que as grandes potências farão o que for necessário,
agora e no futuro, para garantir o suprimento de matérias-primas estratégicas, como petróleo, urânio,
metais e água. Os EUA de George W. Bush e a Inglaterra de Tony Blair invadiram o Iraque para garantir
petróleo, mentindo descaradamente para o mundo sobre armas de destruição em massa escondidas por
Saddam Hussein. Agora, Brown começa a colocar as asinhas de fora – e aqui, no quintal brasileiro.
São as commodities – como petróleo, minérios e grãos – que sustentam a economia global. Sem
elas, ninguém come, se locomove ou constrói. Alguém ainda duvida de que eles, os senhores das armas,
farão o que achar necessário para ter acesso a elas? Que venha o pacote de defesa de Lula.
(*) Paulo Paiva - Interino
Interessante tb que vem de MG, reduto tucano.
Sobre o texto, a Argentina esta pagando o preço de manter suas forças armadas às mínguas. Se tivessem dissuasão forçaria a negociação. Teria uma parte do bolo.
A ING nem bola dá para los hermanos.
Re: GEOPOLÍTICA
Sun Tzu aborda bem esse tema.alexmabastos escreveu:Até que enfim vida inteligente na mídia brasileira.Marino escreveu:Estado de Minas:
BRASIL S/A
As Malvinas, de novo
Um dos argumentos do governo para gastar US$ 10 bi em armamento é a proteção do petróleo no
pré-sal
Antônio Machado
..........
(*) Paulo Paiva - Interino
Interessante tb que vem de MG, reduto tucano.
Sobre o texto, a Argentina esta pagando o preço de manter suas forças armadas às mínguas. Se tivessem dissuasão forçaria a negociação. Teria uma parte do bolo.
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Re: GEOPOLÍTICA
E dizem que estes "conflitinhos" vão ser cada vez mais constumeiros no mundo.PRick escreveu:Sun Tzu aborda bem esse tema.alexmabastos escreveu: Até que enfim vida inteligente na mídia brasileira.
Interessante tb que vem de MG, reduto tucano.
Sobre o texto, a Argentina esta pagando o preço de manter suas forças armadas às mínguas. Se tivessem dissuasão forçaria a negociação. Teria uma parte do bolo.
A ING nem bola dá para los hermanos.
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Re: GEOPOLÍTICA
Sun Tzu aborda bem esse tema.
[]´s[/quote]
E dizem que estes "conflitinhos" vão ser cada vez mais constumeiros no mundo.[/quote]
Daí a preocupação com a fronteira norte quando começarem a caçar o Chávez e ele precisar do "inimigo externo" para escamotear suas cagadas. Como fizeram "Os três patetas" argentinos em 1982 e agora faz a presidente da argentina para desviar dos descamisados a atenção para sua corrupção. Como os que citei antes.
Debater é preciso.
[]´s[/quote]
E dizem que estes "conflitinhos" vão ser cada vez mais constumeiros no mundo.[/quote]
Daí a preocupação com a fronteira norte quando começarem a caçar o Chávez e ele precisar do "inimigo externo" para escamotear suas cagadas. Como fizeram "Os três patetas" argentinos em 1982 e agora faz a presidente da argentina para desviar dos descamisados a atenção para sua corrupção. Como os que citei antes.
Debater é preciso.
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
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- alexmabastos
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Re: GEOPOLÍTICA
Não entendi Rogério.
Você quis dizer que outra nação não sul americana caçaria o Chavez e que o mesmo nos veria como inimigo externo?
Muitos aqui veêm o Chavez como inimigo futuro provavel. Não vejo assim. Existem outros inimigos muito maiores e perigosos. Ele faz suas tremendas cagadas mas o problema é dele. Contra ele não teremos só dissuasão, se é que me entende.
Agora já outros países vampiros....
O Brasil não pode se dar ao luxo de não ocupar um espaço que tais vampiros podem ocupar..
Você quis dizer que outra nação não sul americana caçaria o Chavez e que o mesmo nos veria como inimigo externo?
Muitos aqui veêm o Chavez como inimigo futuro provavel. Não vejo assim. Existem outros inimigos muito maiores e perigosos. Ele faz suas tremendas cagadas mas o problema é dele. Contra ele não teremos só dissuasão, se é que me entende.
Agora já outros países vampiros....
O Brasil não pode se dar ao luxo de não ocupar um espaço que tais vampiros podem ocupar..
- lelobh
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Re: GEOPOLÍTICA
O Lula ganhou aqui nas últimas duas eleições. O PT divide a prefeitura naquela costura política entre ele, o PSDB e o PSB, depois de muitos anos reinando soberano na prefeitura (para mim os últimos governos do PT aqui em BHTE foram péssimos, mas quem pensa assim é minoria aqui). O tal do Pimentel é um nome forte para governador do Estado (depois que elegemos o tosco do Aécio não duvido de mais nada - se bem que os partidos daqui se esforçam para nos dar as piores opções possíveis). Oposição por aqui não existe, infelizmente. O Estado de Minas, esse jornal questionável, é, desde muito tempo, chapa branca.alexmabastos escreveu:Até que enfim vida inteligente na mídia brasileira.Marino escreveu:Estado de Minas:
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As Malvinas, de novo
Um dos argumentos do governo para gastar US$ 10 bi em armamento é a proteção do petróleo no
pré-sal
Antônio Machado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério da Defesa acabam de ganhar um presente
de sua colega argentina, Cristina Kirchner. Lula e o ministro da Defesa, Nelson Jobim, vêm defendendo
com unhas e dentes o programa de modernização das Forças Armadas brasileiras, que prevê gastos de
aproximadamente US$ 10 bilhões em aquisição de aviões de combate (caças), helicópteros, fragatas e
submarinos – inclusive nucleares –, com transferência de tecnologia para o país. Os franceses são os
favoritos para reequipar as tropas brasileiras, embora, na questão dos caças, ainda enfrentem a
concorrência de americanos e suecos.
Pois bem. Cristina acaba de ressuscitar o fantasma da Guerra das Malvinas, em 1982, quando
Argentina e Reino Unido foram às armas pela posse da pequena ilha (Falkland, para os ingleses) no
Atlântico Sul. Na época, a Junta Militar que governava os argentinos ia mal das pernas e queria um
factóide para recuperar a popularidade. O resultado todo mundo sabe: bombas, navios afundados de
lado a lado, mísseis Exocet, caças Harrier ingleses destruindo armamentos inimigos e uma derrota
humilhante dos hermanos: o Reino Unido recuperou a ilha (que havia sido invadida por forças argentinas
em abril daquele ano) às custas da morte de 644 militares argentinos e 255 britânicos.
Agora, Cristina, que também vai mal das pernas (não no sentido literal, claro), trouxe as Malvinas
de volta. Desta vez, o motivo é geoestratégico: o primeiro-ministro inglês, Gordon Brown, anunciou que
pretende explorar petróleo nas águas territoriais da ilha. Tudo bem, não fosse um pequeno detalhe:
resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), em vigor desde o fim da guerra, determina que
todas as decisões referentes às Malvinas (cujo dono ainda não foi oficialmente definido, já que a ilha foi
ocupada pelos britânicos em 1833 e os argentinos reclamam a posse desde então) devem vir de
consenso entre Argentina e Reino Unido.
Ou seja, Brown está tomando uma decisão unilateral. E Cristina reagiu, determinando que todos
os navios que passem pela região precisam ter autorização expressa da Casa Rosada. O clima anda
tenso nesse lado do Atlântico.
Eu não disse?
Por que a questão das Malvinas é boa para Lula e Jobim? Porque um dos argumentos do
governo para gastar US$ 10 bilhões em armamento é exatamente a proteção da camada de petróleo no
pré-sal, recém-descoberta pelo Brasil.
Jobim tem dito que um submarino nuclear, além de caças e helicópteros modernos, funcionam
como força de dissuação, ou seja, fazem com que um país hostil pense duas vezes antes de querer
invadir alguma área em águas brasileiras.
Há lógica nisso. Somente os muito ingênuos – e o pior é que eles existem – acreditam que as
grandes potências não estejam de olho no petróleo e outras riquezas brasileiras, como urânio, água e
titânio. Brown e as forças de Sua Majestade são a prova cabal disso. A ONU impede que a Inglaterra
tome decisões unilaterais em relação às Malvinas. Mas a ONU… ora, a ONU… Que ONU? A essa hora,
Lula já pode falar: “Eu não disse?”. As siglas que guiam Brown são outras: Otan (ou Nato, em inglês), a
Organização do Tratado do Atlântico Norte, a união militar que congrega desde os Estados Unidos aos
países da Europa Ocidental, e que neste momento está em guerra no Paquistão.
Alguém duvida?
O fato é que a decisão de Brown mostra que as grandes potências farão o que for necessário,
agora e no futuro, para garantir o suprimento de matérias-primas estratégicas, como petróleo, urânio,
metais e água. Os EUA de George W. Bush e a Inglaterra de Tony Blair invadiram o Iraque para garantir
petróleo, mentindo descaradamente para o mundo sobre armas de destruição em massa escondidas por
Saddam Hussein. Agora, Brown começa a colocar as asinhas de fora – e aqui, no quintal brasileiro.
São as commodities – como petróleo, minérios e grãos – que sustentam a economia global. Sem
elas, ninguém come, se locomove ou constrói. Alguém ainda duvida de que eles, os senhores das armas,
farão o que achar necessário para ter acesso a elas? Que venha o pacote de defesa de Lula.
(*) Paulo Paiva - Interino
Interessante tb que vem de MG, reduto tucano.
Sobre o texto, a Argentina esta pagando o preço de manter suas forças armadas às mínguas. Se tivessem dissuasão forçaria a negociação. Teria uma parte do bolo.
A ING nem bola dá para los hermanos.
Assim ficamos. Não somos reduto do PSDB, e nem do PT, na minha opinião.
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
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Re: GEOPOLÍTICA
OPINIÃO
Menos Irã e mais algodão
Marcelo de Paiva Abreu
Há grande disparidade nas avaliações dos oito anos de diplomacia do governo Lula. Mesmo sem levar em conta as análises apaixonadas, corolários de posições de defesa ou de condenação automática de qualquer ação do governo - independentemente de suas virtudes ou seus defeitos.
Entre as análises menos contaminadas por posições apriorísticas, é possível distinguir avaliações positivas, em geral enfatizando os aspectos políticos da política externa. Reflexo talvez de encantamento quanto ao protagonismo exacerbado da diplomacia presidencial e da constatação de que o Brasil agora tem mais peso nos foros globais do que antes de 2003.
Em contraste, há uma corrente significativa de opinião crítica da diplomacia lulista, sublinhando a ausência de resultados concretos, especialmente no terreno econômico. Os que privilegiam o ângulo político tendem a descartar tais críticas considerando-as "economicistas", isto é, enfatizando indevidamente objetivos econômicos em detrimento dos políticos. E, no entanto, a análise dos fatos indica que os críticos "economicistas" estão provavelmente mais próximos de uma avaliação equilibrada da diplomacia brasileira recente do que os apologistas da diplomacia baseada em avanços essencialmente políticos.
A ausência de resultados substantivos econômicos decorrentes da ação diplomática brasileira é reconhecida por quase todos. O governo tem pouco a mostrar, a menos da entrada da Venezuela no Mercosul... Idealmente, os objetivos políticos permanentes de política externa deveriam ser respaldados por diplomacia substantiva no terreno econômico, para que se assegurasse a estabilidade dos seus resultados. O que seria atualmente a aproximação política entre o Brasil e a Argentina, se não houvesse o Mercosul?
A ênfase na importância do protagonismo político seria mais defensável caso fosse possível assegurar que essa postura, dependente de diplomacia presidencial, pudesse ser mantida após 2010. É difícil ver quem poderá substituir Lula nesse papel. Não é, certamente, por acaso que o PT desejaria submeter as decisões de política externa a um conselho com representatividade política "adequada". Tudo isso sugere que o aparelhamento do Itamaraty poderá ser ainda mais custoso do que pensavam mesmo os mais pessimistas.
Por outro lado, os resultados da diplomacia centrada em objetivos políticos não são satisfatórios. Parcerias estratégicas na Europa, na Ásia e na América do Sul, racionalizadas pelo objetivo de assegurar ao Brasil um lugar no futuro Conselho de Segurança expandido das Nações Unidas, parecem a cada dia menos equilibradas, menos estratégicas e menos promissoras.
Na América Latina, os últimos meses marcaram o enfraquecimento de aliados "estratégicos", com o agravamento dos previsíveis problemas econômicos tanto na Argentina quanto na Venezuela. A derrota da esquerda no Chile impôs restrição adicional à política exterior brasileira no continente. A diplomacia hoteleira do Brasil em Honduras acarretou desgastes custosos.
No caso da França, o desalinhamento dos parceiros sobre a política em relação ao Irã mostra claramente que qualquer ideia de parceria estratégica com o Brasil é condicionada pela relação prioritária entre a França e os Estados Unidos. Dada a pobreza da agenda econômica positiva do Brasil em relação à França - bastião do protecionismo agrícola mundial -, cresce a desconfiança de que, em vez de parceria estratégica, se deve ler simplesmente assimétrico acordo de cooperação militar e, mesmo assim, com aspectos extremamente polêmicos.
As relações com a China no terreno econômico consolidaram a posição do Brasil como importante supridor de commodities e de mercado para produtos manufaturados chineses.
Tentativas de atração de investimentos chineses no Brasil e de diversificação do leque de iniciativas de cooperação científica e tecnológica têm alcançado resultados modestos. No terreno político, o Brasil, agora membro temporário do Conselho de Segurança das Nações Unidas, juntou-se à China como na resistência a adotar uma posição dura quanto às tergiversações iranianas em relação ao seu programa nuclear. Embora tal posição angarie simpatia no mundo em desenvolvimento, é improvável que deixe de ser registrada como pouco cooperativa por boa parte dos membros permanentes do conselho. Será postura prudente para um postulante crônico ao Conselho de Segurança expandido?
A posição do Brasil em relação ao programa nuclear iraniano e a insistência em criar relação especial com Teerã - outra "parceria estratégica"? -, além de não serem justificadas por interesses prioritários aparentes do Brasil, acarretam fricções com parceiros importantes, notavelmente os Estados Unidos. É um caso em que objetivos políticos estão dificultando a obtenção de resultados econômicos concretos.
O País deveria concentrar o uso de seu cacife limitado - bazófias à parte - para alcançar objetivos de interesse inequívoco, como a eliminação dos subsídios norte-americanos ao algodão por meio da imposição de retaliações aos Estados Unidos, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A política externa brasileira tem produzido resultados concretos modestos e não está definindo adequadamente as suas prioridades. Há sempre o perigo de que a atual administração, consciente da ausência de resultados permanentes de sua atuação, costure às pressas um acordo insatisfatório com a União Europeia. A posição brasileira de "demandeur" agrícola não deve ser sacrificada, ao apagar das luzes, por tentativas de remendo de erros do passado.
*Marcelo de Paiva Abreu, Ph.D. em Economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio
Menos Irã e mais algodão
Marcelo de Paiva Abreu
Há grande disparidade nas avaliações dos oito anos de diplomacia do governo Lula. Mesmo sem levar em conta as análises apaixonadas, corolários de posições de defesa ou de condenação automática de qualquer ação do governo - independentemente de suas virtudes ou seus defeitos.
Entre as análises menos contaminadas por posições apriorísticas, é possível distinguir avaliações positivas, em geral enfatizando os aspectos políticos da política externa. Reflexo talvez de encantamento quanto ao protagonismo exacerbado da diplomacia presidencial e da constatação de que o Brasil agora tem mais peso nos foros globais do que antes de 2003.
Em contraste, há uma corrente significativa de opinião crítica da diplomacia lulista, sublinhando a ausência de resultados concretos, especialmente no terreno econômico. Os que privilegiam o ângulo político tendem a descartar tais críticas considerando-as "economicistas", isto é, enfatizando indevidamente objetivos econômicos em detrimento dos políticos. E, no entanto, a análise dos fatos indica que os críticos "economicistas" estão provavelmente mais próximos de uma avaliação equilibrada da diplomacia brasileira recente do que os apologistas da diplomacia baseada em avanços essencialmente políticos.
A ausência de resultados substantivos econômicos decorrentes da ação diplomática brasileira é reconhecida por quase todos. O governo tem pouco a mostrar, a menos da entrada da Venezuela no Mercosul... Idealmente, os objetivos políticos permanentes de política externa deveriam ser respaldados por diplomacia substantiva no terreno econômico, para que se assegurasse a estabilidade dos seus resultados. O que seria atualmente a aproximação política entre o Brasil e a Argentina, se não houvesse o Mercosul?
A ênfase na importância do protagonismo político seria mais defensável caso fosse possível assegurar que essa postura, dependente de diplomacia presidencial, pudesse ser mantida após 2010. É difícil ver quem poderá substituir Lula nesse papel. Não é, certamente, por acaso que o PT desejaria submeter as decisões de política externa a um conselho com representatividade política "adequada". Tudo isso sugere que o aparelhamento do Itamaraty poderá ser ainda mais custoso do que pensavam mesmo os mais pessimistas.
Por outro lado, os resultados da diplomacia centrada em objetivos políticos não são satisfatórios. Parcerias estratégicas na Europa, na Ásia e na América do Sul, racionalizadas pelo objetivo de assegurar ao Brasil um lugar no futuro Conselho de Segurança expandido das Nações Unidas, parecem a cada dia menos equilibradas, menos estratégicas e menos promissoras.
Na América Latina, os últimos meses marcaram o enfraquecimento de aliados "estratégicos", com o agravamento dos previsíveis problemas econômicos tanto na Argentina quanto na Venezuela. A derrota da esquerda no Chile impôs restrição adicional à política exterior brasileira no continente. A diplomacia hoteleira do Brasil em Honduras acarretou desgastes custosos.
No caso da França, o desalinhamento dos parceiros sobre a política em relação ao Irã mostra claramente que qualquer ideia de parceria estratégica com o Brasil é condicionada pela relação prioritária entre a França e os Estados Unidos. Dada a pobreza da agenda econômica positiva do Brasil em relação à França - bastião do protecionismo agrícola mundial -, cresce a desconfiança de que, em vez de parceria estratégica, se deve ler simplesmente assimétrico acordo de cooperação militar e, mesmo assim, com aspectos extremamente polêmicos.
As relações com a China no terreno econômico consolidaram a posição do Brasil como importante supridor de commodities e de mercado para produtos manufaturados chineses.
Tentativas de atração de investimentos chineses no Brasil e de diversificação do leque de iniciativas de cooperação científica e tecnológica têm alcançado resultados modestos. No terreno político, o Brasil, agora membro temporário do Conselho de Segurança das Nações Unidas, juntou-se à China como na resistência a adotar uma posição dura quanto às tergiversações iranianas em relação ao seu programa nuclear. Embora tal posição angarie simpatia no mundo em desenvolvimento, é improvável que deixe de ser registrada como pouco cooperativa por boa parte dos membros permanentes do conselho. Será postura prudente para um postulante crônico ao Conselho de Segurança expandido?
A posição do Brasil em relação ao programa nuclear iraniano e a insistência em criar relação especial com Teerã - outra "parceria estratégica"? -, além de não serem justificadas por interesses prioritários aparentes do Brasil, acarretam fricções com parceiros importantes, notavelmente os Estados Unidos. É um caso em que objetivos políticos estão dificultando a obtenção de resultados econômicos concretos.
O País deveria concentrar o uso de seu cacife limitado - bazófias à parte - para alcançar objetivos de interesse inequívoco, como a eliminação dos subsídios norte-americanos ao algodão por meio da imposição de retaliações aos Estados Unidos, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
A política externa brasileira tem produzido resultados concretos modestos e não está definindo adequadamente as suas prioridades. Há sempre o perigo de que a atual administração, consciente da ausência de resultados permanentes de sua atuação, costure às pressas um acordo insatisfatório com a União Europeia. A posição brasileira de "demandeur" agrícola não deve ser sacrificada, ao apagar das luzes, por tentativas de remendo de erros do passado.
*Marcelo de Paiva Abreu, Ph.D. em Economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio
Editado pela última vez por Penguin em Ter Fev 23, 2010 2:06 pm, em um total de 1 vez.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla
Re: GEOPOLÍTICA
Santiago escreveu:OPINIÃO
Menos Irã e mais algodão
Marcelo de Paiva Abreu
Há grande disparidade nas avaliações dos oito anos de diplomacia do governo Lula. Mesmo sem levar em conta as análises apaixonadas, corolários de posições de defesa ou de condenação automática de qualquer ação do governo - independentemente de suas virtudes ou seus defeitos.Mais um filho da PUC, eu conheço bem essa gentalha!
Entre as análises menos contaminadas por posições apriorísticas, é possível distinguir avaliações positivas, em geral enfatizando os aspectos políticos da política externa. Reflexo talvez de encantamento quanto ao protagonismo exacerbado da diplomacia presidencial e da constatação de que o Brasil agora tem mais peso nos foros globais do que antes de 2003.
Em contraste, há uma corrente significativa de opinião crítica da diplomacia lulista, sublinhando a ausência de resultados concretos, especialmente no terreno econômico. Os que privilegiam o ângulo político tendem a descartar tais críticas considerando-as "economicistas", isto é, enfatizando indevidamente objetivos econômicos em detrimento dos políticos. E, no entanto, a análise dos fatos indica que os críticos "economicistas" estão provavelmente mais próximos de uma avaliação equilibrada da diplomacia brasileira recente do que os apologistas da diplomacia baseada em avanços essencialmente políticos.Ao contrário das falácias acima, e ao contrário de política alinhadas e subordinadas dos mexicanos, os números brasileiros dão total apoio a política externa baseada na diversificação comercial. Dobramos a esquina para o lado certo, enquanto o México perdeu 6,5% do PIB em 2009, como esse cara escreve besteiras e não vê os números na sua cara.
A ausência de resultados substantivos econômicos decorrentes da ação diplomática brasileira é reconhecida por quase todos. O governo tem pouco a mostrar, a menos da entrada da Venezuela no Mercosul... Idealmente, os objetivos políticos permanentes de política externa deveriam ser respaldados por diplomacia substantiva no terreno econômico, para que se assegurasse a estabilidade dos seus resultados. O que seria atualmente a aproximação política entre o Brasil e a Argentina, se não houvesse o Mercosul?Como mostrado acima, o Brasil foi dos paises do mundo que menos sentiram a crise, e mais rápido se recuperou da mesma, como o cara pode falar tal asneira!
A ênfase na importância do protagonismo político seria mais defensável caso fosse possível assegurar que essa postura, dependente de diplomacia presidencial, pudesse ser mantida após 2010. É difícil ver quem poderá substituir Lula nesse papel. Não é, certamente, por acaso que o PT desejaria submeter as decisões de política externa a um conselho com representatividade política "adequada". Tudo isso sugere que o aparelhamento do Itamaraty poderá ser ainda mais custoso do que pensavam mesmo os mais pessimistas.Um paragrafo de abobobrinhas, falou, falou e não disse nada!
Por outro lado, os resultados da diplomacia centrada em objetivos políticos não são satisfatórios. Parcerias estratégicas na Europa, na Ásia e na América do Sul, racionalizadas pelo objetivo de assegurar ao Brasil um lugar no futuro Conselho de Segurança expandido das Nações Unidas, parecem a cada dia menos equilibradas, menos estratégicas e menos promissoras.Os resultados aí são de longo prazo, nada indica fracasso na estratéria brasileira.
Na América Latina, os últimos meses marcaram o enfraquecimento de aliados "estratégicos", com o agravamento dos previsíveis problemas econômicos tanto na Argentina quanto na Venezuela. A derrota da esquerda no Chile impôs restrição adicional à política exterior brasileira no continente. A diplomacia hoteleira do Brasil em Honduras acarretou desgastes custosos.Isso não é problema do Brasil, mas desses países.
No caso da França, o desalinhamento dos parceiros sobre a política em relação ao Irã mostra claramente que qualquer ideia de parceria estratégica com o Brasil é condicionada pela relação prioritária entre a França e os Estados Unidos. Dada a pobreza da agenda econômica positiva do Brasil em relação à França - bastião do protecionismo agrícola mundial -, cresce a desconfiança de que, em vez de parceria estratégica, se deve ler simplesmente assimétrico acordo de cooperação militar e, mesmo assim, com aspectos extremamente polêmicos.A aliança com a França é eminentemente militar mesmo, de tecnologia, o comércio bilateral passa por soluções entre a UE e o Mercosul.
As relações com a China no terreno econômico consolidaram a posição do Brasil como importante supridor de commodities e de mercado para produtos manufaturados chineses.O problema não é com a China, mas com os outros parceiros comerciais do Brasil, foram eles que estão patinando, a relação com a China supriu a queda da relação com os EUA, mas com os EUA não tinha problema essa troca assimétrica.
Tentativas de atração de investimentos chineses no Brasil e de diversificação do leque de iniciativas de cooperação científica e tecnológica têm alcançado resultados modestos. No terreno político, o Brasil, agora membro temporário do Conselho de Segurança das Nações Unidas, juntou-se à China como na resistência a adotar uma posição dura quanto às tergiversações iranianas em relação ao seu programa nuclear. Embora tal posição angarie simpatia no mundo em desenvolvimento, é improvável que deixe de ser registrada como pouco cooperativa por boa parte dos membros permanentes do conselho. Será postura prudente para um postulante crônico ao Conselho de Segurança expandido?
A posição do Brasil em relação ao programa nuclear iraniano e a insistência em criar relação especial com Teerã - outra "parceria estratégica"? -, além de não serem justificadas por interesses prioritários aparentes do Brasil, acarretam fricções com parceiros importantes, notavelmente os Estados Unidos. É um caso em que objetivos políticos estão dificultando a obtenção de resultados econômicos concretos.Apenas opinião sem qualquer base fática, esse tipo de política não é de curto prazo, não dá para fazer avaliação agora, depois começa o complexo de vira-lata, de rabo preso, esses azulados se entregam sempre, eita GENTALHA! GENTALHA! Gostam mesmo de gente fungando no cangote deles, e ficar eternamente na merda!!!
O País deveria concentrar o uso de seu cacife limitado - bazófias à parte - para alcançar objetivos de interesse inequívoco, como a eliminação dos subsídios norte-americanos ao algodão por meio da imposição de retaliações aos Estados Unidos, de acordo com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).O Brasil vem negociando na OMC, como sempre, que é algo demorado mesmo, ainda mais em tempos de crise mundial.
A política externa brasileira tem produzido resultados concretos modestos e não está definindo adequadamente as suas prioridades. Há sempre o perigo de que a atual administração, consciente da ausência de resultados permanentes de sua atuação, costure às pressas um acordo insatisfatório com a União Europeia. A posição brasileira de "demandeur" agrícola não deve ser sacrificada, ao apagar das luzes, por tentativas de remendo de erros do passado.Depois das conclusões sem base real, vem dizer mais coisas sem sentido, esse pessoal me dá nojo, desde os tempos daquele mauricinho da PUC que quase afundou o Brasil!
[]´s
*Marcelo de Paiva Abreu, Ph.D. em Economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio
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Re: GEOPOLÍTICA
O povo só penso na fórmula "comigo ou contra mim". Países não podem ser parceiros sem divergir?
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Re: GEOPOLÍTICA
alexmabastos escreveu:Não entendi Rogério.
Você quis dizer que outra nação não sul americana caçaria o Chavez e que o mesmo nos veria como inimigo externo?
Muitos aqui veêm o Chavez como inimigo futuro provavel. Não vejo assim. Existem outros inimigos muito maiores e perigosos. Ele faz suas tremendas cagadas mas o problema é dele. Contra ele não teremos só dissuasão, se é que me entende.
Agora já outros países vampiros....
O Brasil não pode se dar ao luxo de não ocupar um espaço que tais vampiros podem ocupar..
Meu prezado;
É exatamente isso aí.
Desde que Colombianos e americanos recuperaram os lap tops na operação no Equador, com papel crucial dos Super Tucanos, que neutralizaram a base das FARC e Reyes junto; A retórica de Chávez desceu das ameaças para a... retórica. Sobra apenas o "inimigo externo" que será qualquer um, inclusive nós no Brasil que não temos ilusão sobre a obsessão de Chávez de se assemelhar a Castro.
Há uma DITADURA em andamento na Venezuela.
A imprensa nacional e internacional, que merecem tal nome, já colocaram por diversas vezes a situação de tráfego de armas, drogas, e 99% de certeza de urânio através das fronteiras da Venezuela.
Chávez foi aluno dileto da base americana de FEs na Venezuela. Duvida ? Então leia " A Guided Tour of U.S. Army Special Forces." Por Tom Clancy e John Gresham. ISBN 0-425-17268-6. SEgundo relatos seu foco fou Psy Ops e propaganda. E vive disso.
O rabo do Chávez vai preso em várias dobras do caminho, assim como o de vários de seus aliados que receberam "contribuições de campanha não contabilizadas" de várias e suspeitíssimas fontes.
São palavras que reproduzo de jornais, brasileiros, colombianos, uruguaios, paraguaios e argentinos e muitos outros do hemisfério norte. Dos dois lados do atlântico...
O que faz com que seus "devedores de favores" se alinhem automaticamente à suas patranhas. Imagine se os arquivos de Chávez sobre doações de campanha, e das atividades de seus assessores bolivarianos na bolívia, paraguai e equador. aparecem por aí ?... Por falar em Equador, já reparou no silêncio que se faz por lá atualmente...
Quando o povo da Venezuela acordar com dor de barriga vai caçar e cassar Chávez com a ajuda de um país sul- AMERICANO. Os que aparecem nos arquivos vão ficar em silêncio. Mais tempo, menos tempo.
Sobre países vampiros, well amigão. Diz a lenda que os vampiros só entram quando convidados. Para o Brasil ocupar espaços precisa de competência. Coisa que o top top Garcia não sabe o que é. E política externa na américa do sul só se faz sem ter rabo preso... Principalmente com "contribuições de campanha". Porque o Brasil ao invés de ocupar espaço se curva diante de políticas rasteiras de vizinhos? Seria rabo preso? O que temos hoje não se assemelha à uma realpolitik, mas sim cessão diante de chantagens. Uma reprodução das ações que acontecem no Congresso brasileiro. Cada qual se vende para acomodar seus interesses, ao invés de produzirem uma política na senso da palavra.
Quem enxergar de uma maneira mais racional e diplomática que minhas elucubrações, por favor me ensine e explique.
Debater é preciso.
Em tempo, consegui através de colegas offshore alguns dados trocados informalmente sobre a situação no Iêmen.
Depois com calma resenho.
Sds.
Santa é a guerra, e sagradas são as armas para aqueles que somente nelas podem confiar.
Tito Lívio.
Tito Lívio.
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Re: GEOPOLÍTICA
Los Guiños de Mefisto
Ivan Witker
“Los musulmanes dividen el mundo en dar-el-islam y dar-el-harb; tierra
de paz y tierra de guerra” ----Samuel Huntington (El Choque de
Civilizaciones)
Resumen
La penetración iraní en América Latina responde a la decisión política
de Teherán de demostrar capacidad internacional. En 2008 inició una
ofensiva hemisférica basada en acercamientos político-diplomáticos,
apoyo a comunidades shií, y una asociación discursiva fuertemente anti
estadounidense con sus interlocutores locales, Venezuela (+ ALBA), los
cuales se han mostrado especialmente receptivos, aunque por motivos
diferentes. El éxito de la estrategia iraní lo corrobora la posterior
apertura brasileña. Chile y Argentina representan más bien una
anomalía. Forman parte del interés iraní en la región, pero ninguno de
los dos manifiesta disponibilidad. A diferencia de Brasil y del ALBA,
ni Chile ni Argentina buscan por medio de la “carta iraní”, influir o
demostrar capacidades internacionales. Incluso, la relación con
Argentina, alguna vez promisoria, hoy se encuentra destrozada,
producto del involucramiento de Teherán en el caso AMIA. Esta impasse,
irreversible, y la preeminencia de la comunidad judía, ponen a la
seguridad como tema condicionante de la relación Irán-Argentina. Chile
ha tenido una relación históricamente cautelosa. Compras de petróleo e
intentos de ventas de armas marcaron los 80. Tímidas inversiones
petroleras, los 90. Entre Santiago y Teherán hay un vínculo de
dinámica unilateral, donde no se palpa la finalidad de Teherán de
haber incluido a Chile en su despliegue hemisférico.
In cauda venenum: Irán-América Latina
La expansión iraní en América Latina tiene un solo objetivo: demostrar
capacidad internacional. Capacidad para llevar su mensaje religioso y
visión del mundo terrenal, para articular nuevos aliados e influir,
pero, ante todo, para merodear en las cercanías mismas de quien ve
como su principal enemigo, los EE:UU. Pari passu, la gran receptividad
de parte de Venezuela y sus liliputienses aliados del ALBA, así como
en los últimos meses también de parte de Brasil, responde a un impulso
político-táctico análogo. Inmersos en sus respectivas cosmovisiones,
aquellos países grandes y pequeños de América del Sur, que se muestran
receptivos a los guiños de Teherán, más allá de su tamaño, su
historia, sus posibilidades reales de influir en las grandes
configuraciones globales, y probablemente en un estado de ignorancia
supina respecto al significado de Irán en el mundo de hoy, buscan
demostrar, mediante este exótico contacto, que algo pueden hacer en el
plano internacional. Para Venezuela y sus cófrades del ALBA, ser parte
de la expansión iraní –en tanto uno de los grandes elementos
perturbadores de la post Guerra Fría- alimenta sus ignívomos discursos
anti estadounidense; o antiimperialista en la retórica chavista y
evista. Por lo mismo, más que cogitaciones con los ayatollas acerca
del sentido de la espiritualidad o la trascendencia en el Islam,
prefieren palmotadas, jocosidad y exposición mediática junto a
Ahmedinejad, el emblemático representante del mal. Así, Venezuela y
los diminutos ALBA se sienten parte activa del mundo político de hoy.
En consecuencia, desde hace ya algunos años es materia de discusión
entre políticos, académicos y especialistas en Defensa, Seguridad e
Inteligencia la activa y creciente presencia de Irán con América
Latina. Se debate acerca de su profundidad y alcance, sus razones,
naturaleza e impacto en general.
Todo indica que se trata de una estrategia de penetración llena de
singularidades. No sólo por la periferalidad de América Latina. Y es
que los antecedentes históricos tampoco entregan elementos indiciarios
de que la expansión iraní a esta zona del mundo fuese esperable en
esta época. Desde luego que están quienes argumentan que en un mundo
crecientemente multipolar y multicivilizacional, los contactos entre
naciones, etnias y tribus dejarán crecientemente de ser esporádicos
para tornarse más y más frecuentes. Sería algo propio del mundo
globalizado. Persas y latinoamericanos (tanto indígenas como las
protonacionalidades postcoloniales), pese a haber estado separados en
el tiempo y el espacio, estarían encontrando en la actualidad motivos
para una cierta convergencia. Las causas y motivaciones de la
penetración iraní deben ser encontradas, pues, en el ámbito de la
política.
Acorde a esta primera delimitación, corresponde dilucidar si la
estrategia de penetración se produce hacia la totalidad de países
latinoamericanos o sólo hacia uno o algunos de ellos. Nuevamente
aparecen consideraciones político-tácticas en el horizonte. El interés
de Irán en América Latina es selectivamente diferenciado, lo que deja
al descubierto un diseño conceptual y una praxis congruente con el
mismo. La premisa básica para entender el problema es entonces que la
política exterior iraní busca, a través de una penetración
sistematizada en América Latina, activar un foco antiestadounidense en
el corazón mismo del hemisferio. Mirado desde Teherán, el resultado de
esta expansión es, hasta ahora, óptimo. Hacia fines del 2009, el
interés persa empezó a confluir con el interés brasileño de actuar
internacionalmente con mayor autonomía, lo que derivó en una vistosa
invitación a Brasilia del Presidente Ahmed Ahmedinejad. Después de ese
viaje, Teherán es un actor extrarregional relevante en el hemisferio.
Luego, el conjunto de países latinoamericanos receptivos a la
estrategia iraní ha terminado convergiendo en una colaboración muy
útil en organismos multilaterales: ONU, OIEA, OPEP, Movimiento de los
No Alineados y otros. Es entonces, el deseo de subrayar esa capacidad
de proyección internacional inherente a cualquier Estado (dentro de
sus posibilidades, se entiende), que la expansión iraní ha repercutido
necesariamente en las cuestiones de seguridad hemisférica[1].
Mirado desde Occidente, de las opciones civilizacionales que se abren
en el mundo de hoy y, muy especialmente en función del carácter de los
conflictos actuales, es perfectamente comprensible y explicable que la
inusitada receptividad a la expansión iraní en el hemisferio, sea
motivo de análisis y, en algunos casos, de honda preocupación. Hic et
nunc.
Muy en la línea de definición de los conflictos mundiales actuales (de
la violencia asimétrica y las amenazas híbridas, para ser más
precisos), Israel, tomó durante 2009 tres decisiones importantes
respecto a la expansión iraní en América Latina: a) alertar a los
países integrantes de la OEA mediante una nota oficial sobre la
peligrosidad del trabajo iraní en la región, la cual dirigió a la
conferencia de la entidad en Tegucigalpa, b) viajes de su canciller
Avigdor Lieberman y de Infraestructura, Uzi Landau, por varios países
latinoamericanos explicando los nexos Irán-Hezbollah, y c) la
posterior gira del Presidente Shimon Peres a Brasil y Argentina
expresando su preocupación por una presencia iraní que va mucho más
allá de lo diplomático y/o comercial.
Israelíes y estadounidenses han planteado que un foco central de sus
preocupaciones es el comportamiento de Venezuela y su apoyo como base
de operaciones para el despliegue iraní por la región. Se percibe una
razonable inquietud sobre un posible suministro a Irán de uranio desde
países sudamericanos, especialmente Bolivia y Venezuela, así como de
ciertos implementos tecnológicos de uso dual desde Brasil y
Argentina[2]. Complementariamente preocupan las ventajas que de esta
colaboración pudiere obtener Hezbollah; apoyo logístico y financiero a
actividades terroristas[3].
El despliegue iraní adquirió contornos más precisos y sistémicos con
la Conferencia Internacional sobre América Latina, denominada
“Desarrollo en América Latina: su papel y su estatus en el futuro
sistema internacional” (febrero de 2007) y en la que participaron
invitados de Argentina, Venezuela, Colombia, Cuba, Brasil, Uruguay y
Ecuador aparte de latinoamericanistas de Italia, Rusia, y China”. Fue
un seminario que contó con además con el auspicio del Ministerio de
Relaciones Exteriores iraní y sirvió para dar luces acerca del diseño
conceptual y modelos de praxis para materializar la iniciativa.
Procuró insertar conceptualmente el despliegue en las corrientes
revolucionarias de la época, buscando asociar las figuras de los
comandantes Chamran y Guevara como simbólicas del encuentro
revolucionario entre Irán y América Latina. El gobierno iraní invitó a
exponer al seminario a dos hijos de Guevara[4]. Pocos meses más tarde,
en Teherán e Isfahan, también con auspicio de organismos de gobierno,
se efectuó el Primer Congreso Internacional de Literatura
Latinoamericana. Fue el mismo canciller Mehdi Mostafavi quien se
refirió al despliegue, señalando que el epicentro del mismo sería la
(re)apertura de embajadas en países latinoamericanos (Chile, Colombia,
Ecuador, Nicaragua, Bolivia y Uruguay). Hasta ese momento, legaciones
persas ya estaban presentes con antelación en Cuba, Venezuela, México,
Brasil y Argentina. Mostafavi anunció también, en esa ocasión, el
fomento a emprendimientos económicos bilaterales y a intercambios
entre universidades y centros culturales con países latinoamericanos
como componentes del despliegue.
Resulta interesante comprobar que el diseño conceptual y praxis de la
iniciativa iraní es bastante más compleja de lo que pudiere
desprenderse, prima facie, del entusiasmo chavista, evista, e incluso,
más tarde de la actitud brasileña. La expansión del vínculo, si bien
incluye a toda la región, lo hace de manera diferenciada. Dentro de
tal distinción, la penetración hacia los dos países más meridionales
del cono sur del hemisferio, Chile y Argentina, registra
particularidades, a la vez que ambos reciben los guiños con cierta
distancia, cuando no una abierta falta de disposición a la
reciprocidad.
En efecto, Chile y Argentina representan una cierta anomalía en el
despliegue iraní. Ninguno de los dos pretende materializar sus deseos
de influencia y proyección externa mediante señas y susurros
compartidos con Teherán, por lo que el entusiasmo es claramente
unidireccional.
Aún más, los dos países exhiben una trayectoria de vínculos difícil y
compleja, de tal manera que el despliegue iraní es visto entre
inconducente, en el caso chileno, hasta traumático y
desestabilizante, en el caso argentino. Si fuese por simples deseos,
los palacios San Martín y Carrera –por razones distintas- sentirían
gran alivio si, mediante acto mágico, Irán no existiese.
Por lo tanto, una primera constatación, es que, con ambos, Irán ha
ensayado conductas de acercamiento diferenciadas.
En el caso argentino, no se divisan motivos demográficos (o
migratorios si se prefiere), ni económicos como tampoco para una gran
colaboración en el plano militar, aunque sí hay versiones, no
confirmadas, de interés en la industria nuclear argentina a comienzos
de los 90. Sea como fuere, ninguno de estos puede ser considerado
factor crucial para explicar el marcado interés iraní por Argentina.
Sí tiene fuerza explicativa la numerosa población judía en Argentina.
Al asumir a los aproximadamente 250 mil judíos argentinos como blanco
de su despliegue global, se advierten elementos coherentes con el
esquema antijudío que marca la diplomacia iraní desde fines de los 80.
La trayectoria y los eventos dramáticos ocurridos en la capital
argentina apuntan a un diseño conceptual y praxis específicas.
En el caso de Chile, la estrategia de penetración se basa en
motivaciones distintas al caso argentino y exhibe especificidades.
Tampoco hay antecedentes históricos relevantes ni asuntos demográficos
(migratorios) plausibles, ni intereses económicos o potencial militar.
La única línea explicatoria eficaz para entender el interés en Chile,
es la tranquilidad relativa de su sociedad, la predictibilidad de sus
instituciones y las crecientes conexiones políticas y económicas de
Santiago con la región, con EEUU y el Asia-¨Pacífico. Estas cualidades
harían del país un cierto remanso para observar algunos movimientos
hemisféricos relevantes para Teherán. Secundariamente se podría tener
en consideración un potencial nicho de trabajo en la inmensa población
de descendencia palestina, que sin ser musulmana en su mayoría, no
elude su profunda simpatía por la causa palestina, sin hacer mayores
distingos entre la OLP y el pro-iraní Hamas. Se podría entonces tener
como hipótesis que el acercamiento de Irán hacia este país ocurre bajo
el supuesto principal que le sirve de observatorio y apoyo lateral a
su despliegue en la región.
Orbis non sufficit: Irán - Argentina
La relación de Irán con Argentina es una de las más antiguas del
continente y se remonta a 1902. Sin embargo, en sus tiempos actuales,
como bien señalan Malamud y García Encina, la relación ha estado
marcada por el caso AMIA. Ese es el nervus rerum de una profunda
tensión bilateral, que no parece distenderse en un lapso previsible.
Pocas dudas existen (no sólo en Argentina) sobre el involucramiento
del régimen de los ayatollahs en el atentado contra la AMIA en Buenos
Aires en 1994, que mató 86 personas y dejó más de 200 heridos[5]. Dos
años antes, una explosión similar en su potencia, aunque sin la
presencia de un suicida como en el caso AMIA, había destrozado la
embajada de Israel sin que pudiera esclarecerse judicialmente la
autoría hasta la fecha. ¿Hezbollah?, ¿Pasdaran?. Estos dramáticos
atentados, en un país que no tenía registro de eventos de esta
naturaleza, ni menos de tal magnitud, revelan que la expansión del
terrorismo musulmán por el mundo entero es in toto una evidencia
incuestionable[6]. Argentina es para Irán un blanco, un componente de
su diseño conceptual y una praxis global.
Aunque las investigaciones han confirmado la responsabilidad directa
de Hezbollah y el apoyo de personeros iraníes -lo que ha derivado en
una orden de captura a Interpol para varios ex altos cargos
diplomáticos que servían en Buenos Aires en el momento del atentado-
la negativa de Teherán a extraditar, encausar o reconocer su
involucramiento, ha deteriorado la relación bilateral en lo más
profundo[7].
Esta tensión alcanzó un primer punto álgido en 2004, cuando el
entonces Presidente argentino, Néstor Kirchner y el exjefe de Estado
iraní, ayatollah M. Khatami asistían a la cumbre del G15. En la
ocasión, el mandatario persa rehusó un encuentro bilateral con
Kirchner (solicitado por éste) hasta no mediar una disculpa oficial
por el curso que habían tomado las investigaciones del caso AMIA. Las
versiones sobre este episodio son contradictorias hasta el día de hoy,
y la parte argentina niega que Kirchner haya solicitado dicha reunión
bilateral[8]. Más tarde, en 2007, el mandatario argentino, hablando
ante la Asamblea General de la ONU, insistió en la necesidad de contar
con la colaboración iraní para dar con pistas que lleven a los autores
del criminal atentado, lo cual nuevamente fue rechazado por el
gobierno de Teherán.
Sin embargo, el gran clímax de la controversia fue la designación en
agosto de 2009, como ministro de Defensa iraní, de Ahmad Vahidi[9]
directamente involucrado en las investigaciones judiciales del
atentado.
Un reflejo del actual estado de deterioro es la mención que hizo a
este atentado la Presidenta, Cristina Fernández de Kirchner, durante
la apertura del período de sesiones de la Asamblea General de Naciones
Unidas en septiembre de 2009. Pese a sus formas algo barrocas, el
mensaje de Fernández no fue ambiguo ni difuso. “No puedo tampoco dejar
de mencionar, por ser mi país, junto a los Estados Unidos los únicos
dos países que sufrieron un atentado del terrorismo global, del
terrorismo internacional (sic). El primero en 1992, en la Embajada de
Israel, el segundo en la AMIA. Cientos de personas murieron como
resultado de estos atentados. Me acompañan en esta Asamblea el titular
de la AMIA, la entidad que fue volada, y familiares de víctimas. En el
año 2007, el entonces presidente Kirchner pidió aquí en esta Asamblea
a la República Islámica de Irán, que accediera a la extradición de
funcionarios de ese país que la justicia argentina reclamaba para
poder investigar acabadamente y deslindar responsabilidades en materia
de este grave atentado. El año pasado, aquí mismo, yo volví a
solicitar a las autoridades de la República Islámica de Irán que
accedieran a este pedido, que en mi país regían garantías
constitucionales, que el principio de que nadie es culpable hasta
tanto sea demostrado con sentencia firme es una realidad que se da a
lo largo y a lo ancho de mi país. Que hay garantías, de libertad, de
justicia, de administración de justicia. Sin embargo, nada de esto
ocurrió, sino, que, este año, precisamente uno de los funcionarios
cuya extradición era solicitada por el fiscal que interviene en la
causa fue ascendido al grado de ministro. Yo sé que tal vez dentro de
cuatro, cinco, quince oradores, haga uso de la palabra el señor
Presidente de la República Islámica de Irán. Seguramente volverá, tal
vez, a negar tragedias históricas que Occidente ha sufrido durante el
siglo XX. Seguramente invocará la amenaza de otros imperialismos,
seguramente también invocará a Dios. Yo quiero decirle que mi país, la
República Argentina, no es ni por historia ni por convicción un país
imperialista, es un país que, al contrario, ha sufrido en su origen el
rigor colonial y también sufrió durante el mundo bipolar, la Doctrina
de la Seguridad Nacional. Quiero decirle que yo también, como él, creo
en Dios. Tal vez en credos diferentes, pero que, en definitiva, (…)
ninguno (…) puede obligarnos a proferir amenazas o a no cumplir con la
justicia. Por eso, humildemente, como Presidenta de la República
Argentina, voy a volver a reiterar, una vez más, ese pedido de lograr
que los funcionarios, a los cuales la justicia argentina les asigna
responsabilidades, puedan ser extraditados. No para ser condenados,
sino para ser juzgados y para poder hacer uso de todos los derechos y
garantías de los que tienen todos los ciudadanos argentinos y
extranjeros en nuestro país. Garantías que da la democracia y, además,
un gobierno que ha hecho de la defensa irrestricta de los derechos
humanos su ADN institucional e histórico”[10].
Tras este elocuente discurso, se rumoreó una ruptura de relaciones,
pero el Encargado de Negocios de Irán en Argentina, Moshen Baharvand
se apresuró a negar tal posibilidad. El diplomático persa destacó que
el volumen del comercio de Irán con la región supera los US$ 30.000
millones de dólares lo que impediría que Teherán promueva el
terrorismo[11].
En términos históricos, las relaciones diplomáticas entre Buenos Aires
y Teherán nunca han sido intrínsecamente significativas para ambas
partes, salvo cuestiones episódicas, poco sustantivas y algo borrosas
en sus contornos[12]. A lo largo de los años, Teherán y Buenos Aires
firmaron una serie de acuerdos, que ratifican esta idea de cierta
inestabilidad en los vínculos políticos, diplomáticos y
culturales[13]. En la actualidad, el comercio bilateral representa
poco más US$ 1.000 millones anuales.
En el terreno de posibles adquisiciones de material de uso dual en
Argentina, existen ciertas versiones de difícil comprobación. En los
últimos dos años, circularon versiones de venta de un reactor
argentino a Irán, operación tercerizada por el gobierno venezolano.
Aunque ello no ha podido ser confirmado con fuentes fidedignas, cabría
advertir al lector la imposibilidad de referirse a la
(in)verosimilitud de dicha versión. La reconocida picardía criolla,
más la laberíntica capacidad iraní para imaginar vericuetos en materia
de suministros de bienes sensibles, bien podría haber conseguido
materializar una operación de esta naturaleza, pese a los elevados
estándares de vigilancia que impone la OIEA[14].
En síntesis, Irán y Argentina viven un proceso de relaciones
bilaterales destrozadas, extenuativas, y difícilmente reversibles, al
menos bajo las condiciones actuales. En consecuencia, su recuperación
podría ser posible una vez que el régimen de los ayatollahs haya
concluido.
Cui bono?: Irán - Chile
Las relaciones entre Santiago y Teherán se encuentran en un estado de
no reciprocidad; nada parece converger en el horizonte bilateral.
Ambos se ven de manera distante, ajena, extrínseca. Tampoco dan a
entender que haya un especial interés en explorar potenciales nichos
de cooperación. Esto deriva en que, si bien Chile forma parte del
despliegue iraní para lo cual ha abierto embajada residente en
Santiago, Santiago opta por la distancia y un recelo poco disimulado.
La diplomacia chilena teme verse enfrascada en cuestiones claramente
irrelevantes para el país y que probablemente terminen en disgustos.
Chile ha optado por relaciones diplomáticas atentas, pero estáticas,
casi inertes, y en lo formal, concurrentes. En el diseño conceptual y
praxis del despliegue iraní se pretenden con Chile relaciones activas,
aunque no demasiado sonoras, una misión reposada, diligente y
escudriñante, dirigida por un embajador residente.
La historia bilateral muestra un verdadero páramo de altibajos. Ambos
países iniciaron sus vínculos, al igual que en el caso Irán-
Argentina, en los prolegómenos del siglo 20, cuando Eshaq Khan
Mofakham-od-Dowleh, por entonces ministro plenipotenciario persa en
Washington, visitó varios países latinoamericanos, entre otros Chile y
Argentina, para inaugurar relaciones diplomáticas entre su país y esta
parte del mundo.
El diplomático persa visitó en esa oportunidad también México, Brasil
y Uruguay, dejando entrever un interés político relativo en ampliar el
espectro de sus vínculos. La Persia de entonces buscaba mostrarse como
potencia emergente. Darse a conocer también en la periferia del mundo.
No obstante, las relaciones entre Teherán y Santiago (al igual que con
el resto de Latinoamérica) se mantuvieron por casi 30 años en un plano
formal, casi meramente administrativo, y no fueron más allá del
reconocimiento formal. Fue con el ascenso al trono del Sha, Mohammed
Reza Pahlevi, que la formalidad burocrática se tradujo en algunos
pasos concretos. Se inauguraron las primeras embajadas en América del
Sur (México, Brasil y posteriormente Argentina). Con Chile no hubo
grandes cambios. Sí comenzaron los primeros saludos protocolares y
encuentros esporádicos. Uno de los escasos registros de reuniones de
alto nivel entre los dos países es la recepción oficial ofrecida al
diplomático chileno acreditado en Turquía, Manuel Antonio Garretón por
parte del Sha en diciembre de 1950. En esa oportunidad, el diplomático
chileno pidió audiencia para informar al gobierno persa su designación
como embajador concurrente. En otros registros de la época, Garretón
se lamenta del escaso entusiasmo que percibía en Teherán[15].
Ya avanzada la década del 50, la cancillería iraní entregó nuevas
tareas a su representación en Río de Janeiro, asumir la concurrencia
de las relaciones con Chile. Gaffary Hassanali fue el embajador que
cumplió la nueva misión. Desde entonces, prácticamente ex officio, las
relaciones bilaterales fueron manejadas a nivel de concurrencia (Chile
a través de su embajada en Ankara e Irán por medio de su legación en
Río). Aparte de eso, la relación se limitó al nivel protocolar y los
saludos esporádicos.
Tras la revolución de los ayatollahs en 1979, que provocó una violenta
ruptura de las relaciones de Teherán con Washington, varios países
latinoamericanos (entre ellos, México y Chile, aunque por motivos
diferentes) creyeron ver una oportunidad de oro para enviar señales de
alineamiento con Washington y suspendieron (de forma separada) sus
relaciones con Teherán. Por razones muy distintas, Chile y México
vivían turbulencias con el gobierno de Jimmy Carter. La ruptura con
Teherán fue vista como medio para suavizar las citadas desaveniencias
con una Casa Blanca dominada por los demócratas. Romper con Irán tenía
bajo costo, por el contexto de entonces, y abría posibilidades de ser
interpretado como signo amistoso por parte del Departamento de Estado.
Más allá de los agradecimientos, la señal chilena no tuvo
repercusiones.
Sin embargo, muy pocos años después, la guerra entre Irán e Irak
presentó un cambio cualitativo del escenario y la cancillería chilena
nuevamente tuvo a Teherán en la mesa de trabajo.
Por un lado, la cuestionada diplomacia de los ayatollahs inició una
cautelosa apertura al exterior con el fin de encontrar nuevas fuentes
de aprovisionamiento, ante el deterioro de su situación regional
producto de la guerra y el bloqueo económico que le afectaba en su
relación con los países centrales, especialmente los europeos, por la
tirantez con Washington. Producto de este despliegue, Irán inauguró
embajadas en Chile, Uruguay, Cuba, Nicaragua y Colombia[16].
Nuevamente señales interesantes.
El gobierno militar chileno interpretó esto como un posible e
interesante nicho, susceptible de ser explorado. La Empresa Nacional
del Petróleo (ENAP) comenzó a importar crudo desde Irán; cantidades
modestas, debido a los altos costos del transporte. Sin embargo, esta
relación comercial gozaba de alta consideración en Santiago. Teherán,
obligado por sus propias realidades, se transformaba en un
suministrador seguro. Luego, y ante el éxito de empresas privadas de
armamentos chilenas que habían encontrado en el Irak de Saddam Hussein
un cliente de apetito muy voraz, la estatal FAMAE también decidió
arriesgarse en la volátil zona del golfo. Teherán, ávido también de
encontrar fuentes de aprovisionamiento de armamento ante la escalada
del conflicto bélico con su vecino, aceptó tratativas con FAMAE.
Razones muy diversas (fundamentalmente de índole técnica) impidieron
que la iniciativa comercial prosperara[17]. Las relaciones bilaterales
fueron paulatinamente decayendo a niveles anteriores a la revolución
islámica.
Al asumir el poder la Concertación en Santiago en 1990, hubo
encuentros bilaterales formales en Naciones Unidas, donde las partes
manifestaron su deseo de fortalecer lazos. Los respectivos
embajadores ante la ONU viajaron a Santiago y Teherán para dar
señales de tal interés. Sin embargo, el letargo y desinterés
prosiguieron y por largos años las relaciones diplomáticas fueron
servidas por la vía de la concurrencia.
Sin embargo, en el plano económico, se detectó, años más tarde, el
2004, una señal de cierto interés chileno por el mercado petrolífero
iraní. ENAP, a través de su subsidiaria para negocios en el exterior,
Sipetrol, asociada en partes iguales con la austríaca OMV y la
española Repsol obtuvo licencias de exploración petrolera cerca de la
localidad de Bushehr. El 18 de enero de 2005, el joint venture informó
del descubrimiento de un buen yacimiento on-shore llamado Band-e-
Karkheh, integrante del bloque Mehr, así como de la decisión de
explotar dicho yacimiento. Una perspectiva que claramente pudo haber
cambiado el curso de altibajos en la relación bilateral. Sin embargo,
debido a dificultades financieras y la peligrosidad de la ubicación,
que obligaba a tomar seguros muy elevados, lo que encarecía la
materialización del proyecto, ENAP re-evaluó su participación. Lo
mismo Repsol y OMV. Ya en marzo de 2009 informaron su decisión de
vender sus respectivas participaciones. Hasta el cierre de este
escrito en febrero de 2010, no han encontrado compradores
interesados[18].
En el plano político, la situación bilateral volvió a cambiar en 2008.
Como parte de su despliegue hemisférico, Teherán decidió reabrir su
embajada en Santiago, enviar un diplomático de carrera a dirigirla, e
ir paulatinamente ampliando el número de integrantes de la misma.
Desde entonces, la no reciprocidad es más que evidente. El palacio
José Miguel Carrera ha decidido mantener la relación a nivel de
concurrencia (desde Ankara) y no salirse un ápice de la cautela y
sobriedad respecto a Teherán.
La legación iraní en la capital chilena fue abierta por Jambiz Jalali,
quien con anterioridad había ejercido funciones de embajador en
Uruguay y otras de menor rango en Caracas. Desde su llegada a la
capital chilena, Jalali ha desarrollado una intensa actividad, acepta
una gran cantidad de invitaciones a exponer en universidades, centros
culturales y medios de comunicación. Compró una nueva y amplia casa
para que sirviera de embajada y varios departamentos para los
funcionarios de la misma. Uno de sus intereses principales es fomentar
el acercamiento religioso con las pequeñas pero activas comunidades
shií en el país, donde tiene especial figuración, Fuad Musa, líder del
Centro Islámico de Las Condes, quien, además, oficia de anfitrión de
jeques y clérigos shií que con cada vez mayor frecuencia visitan el
país. Jalali ha promovido la hermandad de Puerto Montt con la ciudad
de Ramsar (febrero de 2009) y ha invitado al alcalde de esa ciudad, el
dirigente socialista Rabindranat Quinteros, quien incluso ha viajado a
Irán. En Puerto Montt tiene su sede otra pequeña comunidad shií.
Los escasos nexos comerciales con potencial de crecimiento y la falta
de puntos en común respecto a los problemas políticos globales, así
como la cero convergencia en temas multilaterales, hacen difícilmente
explicable una presencia activa como la que exhibe la misión
diplomática que encabeza Jalali. Lo único plausible sería la opción de
levar a cabo un trabajo exploratorio de penetración en la comunidad
musulmana chilena (pequeña incluyendo la sunní) y una labor de
complemento al resto del despliegue iraní por el hemisferio. Chile, al
estar relativamente al margen de la efervescencia chavista y con muy
buenas relaciones con Washington, le podría servir a los iraníes para
ir ajustando y calibrando su despliegue en el resto del hemisferio. En
este último sentido, parecería lógico suponer que la embajada en Chile
se dedique al monitoreo de percepciones hemisféricas respecto a la
presencia iraní. De ahí entonces la justa duda: ¿a quién sirve la
relación bilateral?
A modo de conclusiones.
La continua expansión iraní por el hemisferio (y sus conexiones con
Hezbollah y grupos similares) representa un problema, diferenciado,
pero con puntos en común, tanto para Chile como para Argentina.
Para el primero, significa una demanda de atención integral, ante
eventuales desafíos a su seguridad, sea por la utilización, directa o
indirecta, de su territorio para nuevas operaciones en el hemisferio,
sea contra blancos judíos, británicos, estadounidenses u otros. La
apertura, que tanto distingue a la economía chilena, trae consigo la
eventualidad que sus bancos, sus casas de cambio, su infraestructura
financiera, o las mismas comunidades shií, sean utilizados por grupos
terroristas como Hezbollah o similares. No debería descartarse que
Hamas (tan afín a Hezbollah) intente lograr reconocimiento, aunque sea
parcialmente, de la numerosa comunidad palestina en Chile y termine
triangulando actividades con Irán, algo para nada infrecuente. En el
plano político-diplomático, la creciente tendencia brasileña a obtener
márgenes de autonomía estableciendo nexos con el régimen iraní, podría
tener consecuencias negativas (al menos incómodas) para las
diplomacias de la región, incluyendo la chilena, especialmente si
Washington estima que se sobrepasan líneas razonables. Por lo tanto,
el continuo monitoreo a las visiones estadounidense, brasileña y
venezolana, respecto a nuevos pasos que planifiquen o ejecuten los
iraníes en el hemisferio, será el principal requerimiento que podría
tener Chile en materias de seguridad en los próximos años. El foco
será, obviamente, tanto la lucha antiterrorista como la
contraproliferación.
Para Argentina, la gravitación de la comunidad judía, y el contexto
internacional que se prevé para los años post-Kirchner, harán que el
restablecimiento de la confianza diplomática entre Buenos Aires y
Teherán se consiga sólo una vez clarificada la conexión persa con
Hezbollah en relación a los atentados perpetrados en Buenos Aires a
comienzos de los 90. En materia de seguridad, la vigilancia en la
Triple Frontera, y en otras fronteras porosas del país (especialmente
si se consolidan los nexos Bolivia-Irán y Paraguay-Irán), serán
prioritarios. Del mismo modo, el monitoreo a la política exterior de
Brasil respecto a Irán tendrá suma relevancia para las próximas
definiciones del Palacio San Martín. Y, desde luego, la estricta
observancia de las medidas impuestas por la OIEA para la exportación
de tecnología de uso dual será también un desafío importante para la
Argentina en el período que se avecina.
Para los romanos, el poder descansaba en la naturaleza de las cosas -
in rerum natura-, y hoy dichas definiciones no han cambiado
sustancialmente. En consecuencia, el juego de Irán, de inmiscuirse en
las inmediaciones estadounidenses, así como el de Venezuela y Brasil
(por razones distintas y con dinámicas diversas) de aceptar los guiños
de un Irán, convertido en un actor que desafía al sistema mundial,
encuentra su epítome en las tentaciones de Mefisto. Tentaciones que el
mismo doctor Fausto sabía, tenían un precio.
[1] Una de las aproximaciones más comprensivas de la presencia iraní
en América Latina es la de Karmon, Ely “Iran and its proxy Hezbollah:
strategic penetration in Latin America” Real Instituto Elcano, WP 18,
8.4.2009 disponible en http://www.realinstitutoelcano.org/ . Otros dos
trabajos muy interesante son los de Malamud, Carlos y Carlota García
Encina “Los actores extrarregionales en América Latina (II): Irán”,
Real Instituto Elcano, ARI Nº 124, 26.11.2007, bajado el 1.2.2010
http://www.realinstitutoelcano.org/ , así como Gratius, Susanne y
Henner Fürtig “Iran and Venezuela: bilateral alliance and global power
projections” FRIDE, abril, 2008 disponible en http://www.fride.org/ .
Hay también varios analistas que han escrito artículos en diarios y
revistas sobre el tema a lo largo de los últimos años, destacando:
Miami Herald (Ian James y Andrés Oppenheimer), El Espectador (Fabian
Calle) La Nación de Buenos Aires (Kevin Casas) , Aviation Week (Paul
McLeary), Los Angeles Times (Daniel Erikson), Kaveh Afrasiabi (Asia
Times), entre otros. Todos disponibles en sus respectivos sitios de
internet a través de cualquier motor de búsqueda. En términos
generales a la fecha de este escrito (enero, 2010), el Presidente
iraní ha hecho cuatro viajes a América Latina y ha recibido a los
Presidentes Correa, Chavez, Morales y Ortega en Teherán. El Presidente
Lula, por su lado, tiene agendado (sujeto a confirmación) un viaje a
la capital persa a fines de este año. El viaje de Ahmedinejad a
Brasilia provocó mucho revuelo en las principales ciudades del país
anfitrión especialmente de parte de la comunidad judía que protestó
oficialmente.
[2] Durante diciembre de 2009 se observaron en la prensa internacional
numerosas notas acerca de las advertencias hechas a los países
latinoamericanos por parte de la Secretaria de Estado estadounidense,
Hillary Clinton y la respuesta de su homólogo iraní, Manoucher
Mottaki.
[3] Existen numerosos estudios que describen y alertan esta situación.
Frecuentemente se mencionan a la Triple Frontera y la isla Margarita
en Venezuela como puntos desde donde se canalizan grandes sumas de
dinero hacia los líderes de la milicia en el Medio Oriente y financia
campamentos de entrenamiento. De acuerdo a estimaciones del Comando
Sur de los Estados Unidos, Hezbollah recauda U$S 300 - U$S 500
millones por año en América Latina. Ver: Lewis, Daniel “A South
American frontier: The tri-border región, The Chelsea House
Publishers, NY, 2006. Principal referencia sobre estos temas es el
trabajo de Karmon, E., mencionado ut supra.
[4] Más detalles en Witker, Ivan “La conversión de terroristas en
íconos o el síndrome de Herostratos”, Estudios Públicos N°111, Centro
de Estudios Públicos, Santiago de Chile, 2008
[5] El caso AMIA ha generado incluso roces entre Argentina y
Venezuela, cuyas relaciones durante el mandato de Nestor Kirchner
fueron óptimas por los generosos préstamos para superar el default
financiero bonaerense. El embajador de Chávez en Buenos Aires, Roger
Capella debió ser sustituido después que criticase a la Justicia
argentina en su proceder respecto a Irán. Los roces también provocaron
que Nestor Kirchner no asistiera a la asunción de su aliado Rafael
Correa para no encontrarse en Quito con el Presidente Ahmedinejad. Es
altamente probable que la actitud de los Kirchner en este punto se
deba básicamente a la gravitación de la comunidad judía en Argentina.
En ambientes informales, funcionarios del gobierno argentino han
señalado que Néstor Kirchner tendría, por lado paterno, ascendencia
judía, asunto que ninguna autoridad del país se muestra a confirmar
oficialmente. Tampoco existen terceras fuentes sobre el punto.
[6] Inicialmente, las investigaciones tropezaron con las enormes dudas
acerca de qué pudo haber motivado esta expansión terrorista hacia
América del Sur. También se hicieron públicas varias hipótesis
argentino-céntricas de un presunto descontento del mundo musulmán por
la participación de Buenos Aires en la primera guerra desatada por
Estados Unidos contra Irak, aunque Irán era muy hostil al Irak de
Saddam Hussein 1980-1988. Ese resentimiento musulmán se habría visto
alimentado también por otros motivos. Los daños causados a Irak,
financista de Egipto, y potencial beneficiario del proyecto
misilístico Cóndor (desarrollado por Argentina y Egipto), abandonado
por Menem por imposición de Estados Unidos. Luego estaría la decepción
de Trípoli tras haber invertido fondos en la campaña electoral de
Menem. Otro elemento de resentimiento musulmán con Argentina sería la
distancia que tomó Buenos Aires respecto del Movimiento de No
Alineados en 1991 y su acercamiento a Estados Unidos. Por último, la
desilusión experimentada por Damasco ante los diversos viajes de Menem
a Medio Oriente en los que no visitó Siria (el país de sus ancestros),
a la vez que se convertía en el primer Presidente argentino en viajar
a Israel. Todas hipótesis excesivamente argentino-céntricas y carentes
de efectivo poder explicativo. En el proceso judicial se menciona que
el atentado contra la AMIA sería en represalia por el fin de la
asistencia técnica prestada por Argentina al desarrollo nuclear de
Irán, decretada por el entonces Presidente Carlos Saúl Menem.
[7] Se trata del ex Presidente, Alí Akbar Rafsanjani, los ex ministros
de Relaciones Exteriores Alí Akbar Velayati y de Información y
Seguridad, Alí Fallahijan, así como del ex comandante de la Guardia
Revolucionaria, Mohsen Rezai; también el ex comandante de las Fuerzas
Quds Ahmad Vahidi y tres antiguos funcionarios de la embajada de Irán
en Buenos Aires, Hadi Soleimanpour, Moshen Rabbani y Ahmad Reza
Ashgari. Estos tres últimos eran miembros del Pasdaran y recibían
órdenes directas de Vahidi. Rabbani, “agregado de prensa” de la
embajada es mencionado en diversos actos terroristas de Hezbollah en
el mundo.
[8] Según fuentes iraníes, la cancillería argentina pidió la reunión
para tratar temas comerciales bilaterales. Tehran Times 28.2.2004.
[9] Antiguo comandante de la Fuerza Quds para operaciones especiales
en el exterior. Desde el 2005 servía como viceministro de Defensa.
[10] Discurso pronunciado ante la Asamblea General de la ONU, 24 de
septiembre, 2009.
[11] Baharvand reaccionó de esta forma al hecho que dirigentes de la
comunidad judía en la Argentina y de la organización Familiares y
Amigos de las Víctimas del Atentado a la AMIA salieron a pedir que el
Gobierno rompa relaciones diplomáticas con Irán.
El portavoz del Ministerio de Asuntos Exteriores iraní, Hasan
Ghashghavi, aseguró que "los jueces argentinos son de los más
corruptos que hay en el mundo", según la agencia de noticias oficial
iraní IRNA."Argentina es bien conocida todo el mundo por sus jueces
corruptos", declaró Ghashghavi en su rueda de prensa semanal en
Teherán a propósito de la investigación. Información obtenida en el
sitio de la agencia oficial iraní IRNA, http://www.irna.ir/
[12] Tras la nacionalización del petróleo iraní durante el gobierno de
Mossadegh, Gran Bretaña amenazó con un bloqueo a las exportaciones
petroleras iraníes. Teherán quiso re-orientar sus exportaciones
petroleras hacia otros países, entre ellos, Argentina, país con el que
compartía su declarada neutralidad durante ambas guerras mundiales (al
menos, en el caso iraní, hasta la invasión de su territorio por la
URSS y Gran Bretaña en 1941); un Tratado de Amistad suscrito en 1937;
y la generalmente ignorada preferencia del sha Reza, padre del
depuesto en 1979, de exiliarse en Buenos Aires y no aceptar la oferta
de Isla Mauricio, adonde había sido enviado.
La oferta iraní de re-direccionar su petróleo hacia Argentina, a
precios preferenciales, se oficializó en 1952-1953. Irán propuso una
rebaja del 30% y aceptó cobrar en mercancías. Sin embargo la
validación del negocio quedó sujeta a un acuerdo anglo-iraní. Sin ese
acuerdo la operación difícilmente podía concretarse. A pesar del
fuerte interés económico argentino no se cerró el trato. Presionado
por Londres, a fines de 1952, el gobierno de Juan Perón suscribió una
extensión a su acuerdo comercial de 1949 con el Reino Unido, que lo
comprometía a adquirir a ese país 4 millones de toneladas anuales de
crudo y derivados.
[13] Tratado de Amistad y Comercio, 1902, con entrada en vigencia en
1905. Tratado de Amistad, 1937. Acuerdo Cultural, 1965 con entrada en
vigor en 1969. Acuerdo para evitar la Doble Imposición en la operación
de sus compañías navieras en el transporte internacional, 1987.
Acuerdo de Cooperación Nuclear (CONFIDENCIAL), 1988. Acuerdo Nuclear
entre Argentina-Irán-OIEA (CONFIDENCIAL), 1988. Acuerdo de Cooperación
Nuclear (CONFIDENCIAL), 1990. Memorándum de Entendimiento para el
Desarrollo de Relaciones entre el Gobierno de la República Argentina y
el Gobierno de Irán, 1990. Acuerdo de Cooperación Comercial, 1990.
[14] Mayor información en León, Mariela y Marianna Parraga
“Negotiations to purchase nuclear reactor from Argentina”, El
Universal, México, 11.10.2005 y Niebieskikwiat, Natasha “Venezuela
quiere comprarle un reactor nuclear a la Argentina” Clarín, 9.10.2005.
[15] Datos del viaje de Garretón y su entrevista con Reza Pahlevi se
encuentran disponibles en “Fondo Histórico” del sitio del Ministerio
de Relaciones Exteriores: http://www.minrel.cl/
[16] Mohammad Ali Ziaei, History of Diplomatic Relations between Iran
and Latin American Countries, Hamshahri Online, January 5, 2007
[17] Información contrastable sobre este punto no existe. Versiones de
prensa indican que en 1987 se habría efectuado la fallida “Operación
Foxtrot” en cuyo marco el entonces coronel de Ejército Carlos Carreño
(el mismo que fuera secuestrado por el Frente Manuel Rodríguez) viajó
varias veces a Teherán. El 13 de enero de 2009, Carlos Cardoen
propietario de Cardoen Industries, que se había convertido en un
importante fabricante de armas para el régimen iraquí, afirmó al
diario La Tercera, que FAMAE intentó venderle a Irán un tipo de
bombas, cuyo modelo original le fue robado a una de sus empresas.
Según Cardoen, un ensayo con estas bombas habrían provocado un grave
accidente de aviación en Irán, lo que motivó el enojo de las
autoridades de Teherán y el fin del negocio.
[18] El Diario, Santiago de Chile 12.3.2009. Además, informes sobre la
materia en la Superintendencia de Valores y Seguros de Chile,
accesibles en su sitio http://www.svs.cl/ .
Offnews.info (Argentina)
Ivan Witker
“Los musulmanes dividen el mundo en dar-el-islam y dar-el-harb; tierra
de paz y tierra de guerra” ----Samuel Huntington (El Choque de
Civilizaciones)
Resumen
La penetración iraní en América Latina responde a la decisión política
de Teherán de demostrar capacidad internacional. En 2008 inició una
ofensiva hemisférica basada en acercamientos político-diplomáticos,
apoyo a comunidades shií, y una asociación discursiva fuertemente anti
estadounidense con sus interlocutores locales, Venezuela (+ ALBA), los
cuales se han mostrado especialmente receptivos, aunque por motivos
diferentes. El éxito de la estrategia iraní lo corrobora la posterior
apertura brasileña. Chile y Argentina representan más bien una
anomalía. Forman parte del interés iraní en la región, pero ninguno de
los dos manifiesta disponibilidad. A diferencia de Brasil y del ALBA,
ni Chile ni Argentina buscan por medio de la “carta iraní”, influir o
demostrar capacidades internacionales. Incluso, la relación con
Argentina, alguna vez promisoria, hoy se encuentra destrozada,
producto del involucramiento de Teherán en el caso AMIA. Esta impasse,
irreversible, y la preeminencia de la comunidad judía, ponen a la
seguridad como tema condicionante de la relación Irán-Argentina. Chile
ha tenido una relación históricamente cautelosa. Compras de petróleo e
intentos de ventas de armas marcaron los 80. Tímidas inversiones
petroleras, los 90. Entre Santiago y Teherán hay un vínculo de
dinámica unilateral, donde no se palpa la finalidad de Teherán de
haber incluido a Chile en su despliegue hemisférico.
In cauda venenum: Irán-América Latina
La expansión iraní en América Latina tiene un solo objetivo: demostrar
capacidad internacional. Capacidad para llevar su mensaje religioso y
visión del mundo terrenal, para articular nuevos aliados e influir,
pero, ante todo, para merodear en las cercanías mismas de quien ve
como su principal enemigo, los EE:UU. Pari passu, la gran receptividad
de parte de Venezuela y sus liliputienses aliados del ALBA, así como
en los últimos meses también de parte de Brasil, responde a un impulso
político-táctico análogo. Inmersos en sus respectivas cosmovisiones,
aquellos países grandes y pequeños de América del Sur, que se muestran
receptivos a los guiños de Teherán, más allá de su tamaño, su
historia, sus posibilidades reales de influir en las grandes
configuraciones globales, y probablemente en un estado de ignorancia
supina respecto al significado de Irán en el mundo de hoy, buscan
demostrar, mediante este exótico contacto, que algo pueden hacer en el
plano internacional. Para Venezuela y sus cófrades del ALBA, ser parte
de la expansión iraní –en tanto uno de los grandes elementos
perturbadores de la post Guerra Fría- alimenta sus ignívomos discursos
anti estadounidense; o antiimperialista en la retórica chavista y
evista. Por lo mismo, más que cogitaciones con los ayatollas acerca
del sentido de la espiritualidad o la trascendencia en el Islam,
prefieren palmotadas, jocosidad y exposición mediática junto a
Ahmedinejad, el emblemático representante del mal. Así, Venezuela y
los diminutos ALBA se sienten parte activa del mundo político de hoy.
En consecuencia, desde hace ya algunos años es materia de discusión
entre políticos, académicos y especialistas en Defensa, Seguridad e
Inteligencia la activa y creciente presencia de Irán con América
Latina. Se debate acerca de su profundidad y alcance, sus razones,
naturaleza e impacto en general.
Todo indica que se trata de una estrategia de penetración llena de
singularidades. No sólo por la periferalidad de América Latina. Y es
que los antecedentes históricos tampoco entregan elementos indiciarios
de que la expansión iraní a esta zona del mundo fuese esperable en
esta época. Desde luego que están quienes argumentan que en un mundo
crecientemente multipolar y multicivilizacional, los contactos entre
naciones, etnias y tribus dejarán crecientemente de ser esporádicos
para tornarse más y más frecuentes. Sería algo propio del mundo
globalizado. Persas y latinoamericanos (tanto indígenas como las
protonacionalidades postcoloniales), pese a haber estado separados en
el tiempo y el espacio, estarían encontrando en la actualidad motivos
para una cierta convergencia. Las causas y motivaciones de la
penetración iraní deben ser encontradas, pues, en el ámbito de la
política.
Acorde a esta primera delimitación, corresponde dilucidar si la
estrategia de penetración se produce hacia la totalidad de países
latinoamericanos o sólo hacia uno o algunos de ellos. Nuevamente
aparecen consideraciones político-tácticas en el horizonte. El interés
de Irán en América Latina es selectivamente diferenciado, lo que deja
al descubierto un diseño conceptual y una praxis congruente con el
mismo. La premisa básica para entender el problema es entonces que la
política exterior iraní busca, a través de una penetración
sistematizada en América Latina, activar un foco antiestadounidense en
el corazón mismo del hemisferio. Mirado desde Teherán, el resultado de
esta expansión es, hasta ahora, óptimo. Hacia fines del 2009, el
interés persa empezó a confluir con el interés brasileño de actuar
internacionalmente con mayor autonomía, lo que derivó en una vistosa
invitación a Brasilia del Presidente Ahmed Ahmedinejad. Después de ese
viaje, Teherán es un actor extrarregional relevante en el hemisferio.
Luego, el conjunto de países latinoamericanos receptivos a la
estrategia iraní ha terminado convergiendo en una colaboración muy
útil en organismos multilaterales: ONU, OIEA, OPEP, Movimiento de los
No Alineados y otros. Es entonces, el deseo de subrayar esa capacidad
de proyección internacional inherente a cualquier Estado (dentro de
sus posibilidades, se entiende), que la expansión iraní ha repercutido
necesariamente en las cuestiones de seguridad hemisférica[1].
Mirado desde Occidente, de las opciones civilizacionales que se abren
en el mundo de hoy y, muy especialmente en función del carácter de los
conflictos actuales, es perfectamente comprensible y explicable que la
inusitada receptividad a la expansión iraní en el hemisferio, sea
motivo de análisis y, en algunos casos, de honda preocupación. Hic et
nunc.
Muy en la línea de definición de los conflictos mundiales actuales (de
la violencia asimétrica y las amenazas híbridas, para ser más
precisos), Israel, tomó durante 2009 tres decisiones importantes
respecto a la expansión iraní en América Latina: a) alertar a los
países integrantes de la OEA mediante una nota oficial sobre la
peligrosidad del trabajo iraní en la región, la cual dirigió a la
conferencia de la entidad en Tegucigalpa, b) viajes de su canciller
Avigdor Lieberman y de Infraestructura, Uzi Landau, por varios países
latinoamericanos explicando los nexos Irán-Hezbollah, y c) la
posterior gira del Presidente Shimon Peres a Brasil y Argentina
expresando su preocupación por una presencia iraní que va mucho más
allá de lo diplomático y/o comercial.
Israelíes y estadounidenses han planteado que un foco central de sus
preocupaciones es el comportamiento de Venezuela y su apoyo como base
de operaciones para el despliegue iraní por la región. Se percibe una
razonable inquietud sobre un posible suministro a Irán de uranio desde
países sudamericanos, especialmente Bolivia y Venezuela, así como de
ciertos implementos tecnológicos de uso dual desde Brasil y
Argentina[2]. Complementariamente preocupan las ventajas que de esta
colaboración pudiere obtener Hezbollah; apoyo logístico y financiero a
actividades terroristas[3].
El despliegue iraní adquirió contornos más precisos y sistémicos con
la Conferencia Internacional sobre América Latina, denominada
“Desarrollo en América Latina: su papel y su estatus en el futuro
sistema internacional” (febrero de 2007) y en la que participaron
invitados de Argentina, Venezuela, Colombia, Cuba, Brasil, Uruguay y
Ecuador aparte de latinoamericanistas de Italia, Rusia, y China”. Fue
un seminario que contó con además con el auspicio del Ministerio de
Relaciones Exteriores iraní y sirvió para dar luces acerca del diseño
conceptual y modelos de praxis para materializar la iniciativa.
Procuró insertar conceptualmente el despliegue en las corrientes
revolucionarias de la época, buscando asociar las figuras de los
comandantes Chamran y Guevara como simbólicas del encuentro
revolucionario entre Irán y América Latina. El gobierno iraní invitó a
exponer al seminario a dos hijos de Guevara[4]. Pocos meses más tarde,
en Teherán e Isfahan, también con auspicio de organismos de gobierno,
se efectuó el Primer Congreso Internacional de Literatura
Latinoamericana. Fue el mismo canciller Mehdi Mostafavi quien se
refirió al despliegue, señalando que el epicentro del mismo sería la
(re)apertura de embajadas en países latinoamericanos (Chile, Colombia,
Ecuador, Nicaragua, Bolivia y Uruguay). Hasta ese momento, legaciones
persas ya estaban presentes con antelación en Cuba, Venezuela, México,
Brasil y Argentina. Mostafavi anunció también, en esa ocasión, el
fomento a emprendimientos económicos bilaterales y a intercambios
entre universidades y centros culturales con países latinoamericanos
como componentes del despliegue.
Resulta interesante comprobar que el diseño conceptual y praxis de la
iniciativa iraní es bastante más compleja de lo que pudiere
desprenderse, prima facie, del entusiasmo chavista, evista, e incluso,
más tarde de la actitud brasileña. La expansión del vínculo, si bien
incluye a toda la región, lo hace de manera diferenciada. Dentro de
tal distinción, la penetración hacia los dos países más meridionales
del cono sur del hemisferio, Chile y Argentina, registra
particularidades, a la vez que ambos reciben los guiños con cierta
distancia, cuando no una abierta falta de disposición a la
reciprocidad.
En efecto, Chile y Argentina representan una cierta anomalía en el
despliegue iraní. Ninguno de los dos pretende materializar sus deseos
de influencia y proyección externa mediante señas y susurros
compartidos con Teherán, por lo que el entusiasmo es claramente
unidireccional.
Aún más, los dos países exhiben una trayectoria de vínculos difícil y
compleja, de tal manera que el despliegue iraní es visto entre
inconducente, en el caso chileno, hasta traumático y
desestabilizante, en el caso argentino. Si fuese por simples deseos,
los palacios San Martín y Carrera –por razones distintas- sentirían
gran alivio si, mediante acto mágico, Irán no existiese.
Por lo tanto, una primera constatación, es que, con ambos, Irán ha
ensayado conductas de acercamiento diferenciadas.
En el caso argentino, no se divisan motivos demográficos (o
migratorios si se prefiere), ni económicos como tampoco para una gran
colaboración en el plano militar, aunque sí hay versiones, no
confirmadas, de interés en la industria nuclear argentina a comienzos
de los 90. Sea como fuere, ninguno de estos puede ser considerado
factor crucial para explicar el marcado interés iraní por Argentina.
Sí tiene fuerza explicativa la numerosa población judía en Argentina.
Al asumir a los aproximadamente 250 mil judíos argentinos como blanco
de su despliegue global, se advierten elementos coherentes con el
esquema antijudío que marca la diplomacia iraní desde fines de los 80.
La trayectoria y los eventos dramáticos ocurridos en la capital
argentina apuntan a un diseño conceptual y praxis específicas.
En el caso de Chile, la estrategia de penetración se basa en
motivaciones distintas al caso argentino y exhibe especificidades.
Tampoco hay antecedentes históricos relevantes ni asuntos demográficos
(migratorios) plausibles, ni intereses económicos o potencial militar.
La única línea explicatoria eficaz para entender el interés en Chile,
es la tranquilidad relativa de su sociedad, la predictibilidad de sus
instituciones y las crecientes conexiones políticas y económicas de
Santiago con la región, con EEUU y el Asia-¨Pacífico. Estas cualidades
harían del país un cierto remanso para observar algunos movimientos
hemisféricos relevantes para Teherán. Secundariamente se podría tener
en consideración un potencial nicho de trabajo en la inmensa población
de descendencia palestina, que sin ser musulmana en su mayoría, no
elude su profunda simpatía por la causa palestina, sin hacer mayores
distingos entre la OLP y el pro-iraní Hamas. Se podría entonces tener
como hipótesis que el acercamiento de Irán hacia este país ocurre bajo
el supuesto principal que le sirve de observatorio y apoyo lateral a
su despliegue en la región.
Orbis non sufficit: Irán - Argentina
La relación de Irán con Argentina es una de las más antiguas del
continente y se remonta a 1902. Sin embargo, en sus tiempos actuales,
como bien señalan Malamud y García Encina, la relación ha estado
marcada por el caso AMIA. Ese es el nervus rerum de una profunda
tensión bilateral, que no parece distenderse en un lapso previsible.
Pocas dudas existen (no sólo en Argentina) sobre el involucramiento
del régimen de los ayatollahs en el atentado contra la AMIA en Buenos
Aires en 1994, que mató 86 personas y dejó más de 200 heridos[5]. Dos
años antes, una explosión similar en su potencia, aunque sin la
presencia de un suicida como en el caso AMIA, había destrozado la
embajada de Israel sin que pudiera esclarecerse judicialmente la
autoría hasta la fecha. ¿Hezbollah?, ¿Pasdaran?. Estos dramáticos
atentados, en un país que no tenía registro de eventos de esta
naturaleza, ni menos de tal magnitud, revelan que la expansión del
terrorismo musulmán por el mundo entero es in toto una evidencia
incuestionable[6]. Argentina es para Irán un blanco, un componente de
su diseño conceptual y una praxis global.
Aunque las investigaciones han confirmado la responsabilidad directa
de Hezbollah y el apoyo de personeros iraníes -lo que ha derivado en
una orden de captura a Interpol para varios ex altos cargos
diplomáticos que servían en Buenos Aires en el momento del atentado-
la negativa de Teherán a extraditar, encausar o reconocer su
involucramiento, ha deteriorado la relación bilateral en lo más
profundo[7].
Esta tensión alcanzó un primer punto álgido en 2004, cuando el
entonces Presidente argentino, Néstor Kirchner y el exjefe de Estado
iraní, ayatollah M. Khatami asistían a la cumbre del G15. En la
ocasión, el mandatario persa rehusó un encuentro bilateral con
Kirchner (solicitado por éste) hasta no mediar una disculpa oficial
por el curso que habían tomado las investigaciones del caso AMIA. Las
versiones sobre este episodio son contradictorias hasta el día de hoy,
y la parte argentina niega que Kirchner haya solicitado dicha reunión
bilateral[8]. Más tarde, en 2007, el mandatario argentino, hablando
ante la Asamblea General de la ONU, insistió en la necesidad de contar
con la colaboración iraní para dar con pistas que lleven a los autores
del criminal atentado, lo cual nuevamente fue rechazado por el
gobierno de Teherán.
Sin embargo, el gran clímax de la controversia fue la designación en
agosto de 2009, como ministro de Defensa iraní, de Ahmad Vahidi[9]
directamente involucrado en las investigaciones judiciales del
atentado.
Un reflejo del actual estado de deterioro es la mención que hizo a
este atentado la Presidenta, Cristina Fernández de Kirchner, durante
la apertura del período de sesiones de la Asamblea General de Naciones
Unidas en septiembre de 2009. Pese a sus formas algo barrocas, el
mensaje de Fernández no fue ambiguo ni difuso. “No puedo tampoco dejar
de mencionar, por ser mi país, junto a los Estados Unidos los únicos
dos países que sufrieron un atentado del terrorismo global, del
terrorismo internacional (sic). El primero en 1992, en la Embajada de
Israel, el segundo en la AMIA. Cientos de personas murieron como
resultado de estos atentados. Me acompañan en esta Asamblea el titular
de la AMIA, la entidad que fue volada, y familiares de víctimas. En el
año 2007, el entonces presidente Kirchner pidió aquí en esta Asamblea
a la República Islámica de Irán, que accediera a la extradición de
funcionarios de ese país que la justicia argentina reclamaba para
poder investigar acabadamente y deslindar responsabilidades en materia
de este grave atentado. El año pasado, aquí mismo, yo volví a
solicitar a las autoridades de la República Islámica de Irán que
accedieran a este pedido, que en mi país regían garantías
constitucionales, que el principio de que nadie es culpable hasta
tanto sea demostrado con sentencia firme es una realidad que se da a
lo largo y a lo ancho de mi país. Que hay garantías, de libertad, de
justicia, de administración de justicia. Sin embargo, nada de esto
ocurrió, sino, que, este año, precisamente uno de los funcionarios
cuya extradición era solicitada por el fiscal que interviene en la
causa fue ascendido al grado de ministro. Yo sé que tal vez dentro de
cuatro, cinco, quince oradores, haga uso de la palabra el señor
Presidente de la República Islámica de Irán. Seguramente volverá, tal
vez, a negar tragedias históricas que Occidente ha sufrido durante el
siglo XX. Seguramente invocará la amenaza de otros imperialismos,
seguramente también invocará a Dios. Yo quiero decirle que mi país, la
República Argentina, no es ni por historia ni por convicción un país
imperialista, es un país que, al contrario, ha sufrido en su origen el
rigor colonial y también sufrió durante el mundo bipolar, la Doctrina
de la Seguridad Nacional. Quiero decirle que yo también, como él, creo
en Dios. Tal vez en credos diferentes, pero que, en definitiva, (…)
ninguno (…) puede obligarnos a proferir amenazas o a no cumplir con la
justicia. Por eso, humildemente, como Presidenta de la República
Argentina, voy a volver a reiterar, una vez más, ese pedido de lograr
que los funcionarios, a los cuales la justicia argentina les asigna
responsabilidades, puedan ser extraditados. No para ser condenados,
sino para ser juzgados y para poder hacer uso de todos los derechos y
garantías de los que tienen todos los ciudadanos argentinos y
extranjeros en nuestro país. Garantías que da la democracia y, además,
un gobierno que ha hecho de la defensa irrestricta de los derechos
humanos su ADN institucional e histórico”[10].
Tras este elocuente discurso, se rumoreó una ruptura de relaciones,
pero el Encargado de Negocios de Irán en Argentina, Moshen Baharvand
se apresuró a negar tal posibilidad. El diplomático persa destacó que
el volumen del comercio de Irán con la región supera los US$ 30.000
millones de dólares lo que impediría que Teherán promueva el
terrorismo[11].
En términos históricos, las relaciones diplomáticas entre Buenos Aires
y Teherán nunca han sido intrínsecamente significativas para ambas
partes, salvo cuestiones episódicas, poco sustantivas y algo borrosas
en sus contornos[12]. A lo largo de los años, Teherán y Buenos Aires
firmaron una serie de acuerdos, que ratifican esta idea de cierta
inestabilidad en los vínculos políticos, diplomáticos y
culturales[13]. En la actualidad, el comercio bilateral representa
poco más US$ 1.000 millones anuales.
En el terreno de posibles adquisiciones de material de uso dual en
Argentina, existen ciertas versiones de difícil comprobación. En los
últimos dos años, circularon versiones de venta de un reactor
argentino a Irán, operación tercerizada por el gobierno venezolano.
Aunque ello no ha podido ser confirmado con fuentes fidedignas, cabría
advertir al lector la imposibilidad de referirse a la
(in)verosimilitud de dicha versión. La reconocida picardía criolla,
más la laberíntica capacidad iraní para imaginar vericuetos en materia
de suministros de bienes sensibles, bien podría haber conseguido
materializar una operación de esta naturaleza, pese a los elevados
estándares de vigilancia que impone la OIEA[14].
En síntesis, Irán y Argentina viven un proceso de relaciones
bilaterales destrozadas, extenuativas, y difícilmente reversibles, al
menos bajo las condiciones actuales. En consecuencia, su recuperación
podría ser posible una vez que el régimen de los ayatollahs haya
concluido.
Cui bono?: Irán - Chile
Las relaciones entre Santiago y Teherán se encuentran en un estado de
no reciprocidad; nada parece converger en el horizonte bilateral.
Ambos se ven de manera distante, ajena, extrínseca. Tampoco dan a
entender que haya un especial interés en explorar potenciales nichos
de cooperación. Esto deriva en que, si bien Chile forma parte del
despliegue iraní para lo cual ha abierto embajada residente en
Santiago, Santiago opta por la distancia y un recelo poco disimulado.
La diplomacia chilena teme verse enfrascada en cuestiones claramente
irrelevantes para el país y que probablemente terminen en disgustos.
Chile ha optado por relaciones diplomáticas atentas, pero estáticas,
casi inertes, y en lo formal, concurrentes. En el diseño conceptual y
praxis del despliegue iraní se pretenden con Chile relaciones activas,
aunque no demasiado sonoras, una misión reposada, diligente y
escudriñante, dirigida por un embajador residente.
La historia bilateral muestra un verdadero páramo de altibajos. Ambos
países iniciaron sus vínculos, al igual que en el caso Irán-
Argentina, en los prolegómenos del siglo 20, cuando Eshaq Khan
Mofakham-od-Dowleh, por entonces ministro plenipotenciario persa en
Washington, visitó varios países latinoamericanos, entre otros Chile y
Argentina, para inaugurar relaciones diplomáticas entre su país y esta
parte del mundo.
El diplomático persa visitó en esa oportunidad también México, Brasil
y Uruguay, dejando entrever un interés político relativo en ampliar el
espectro de sus vínculos. La Persia de entonces buscaba mostrarse como
potencia emergente. Darse a conocer también en la periferia del mundo.
No obstante, las relaciones entre Teherán y Santiago (al igual que con
el resto de Latinoamérica) se mantuvieron por casi 30 años en un plano
formal, casi meramente administrativo, y no fueron más allá del
reconocimiento formal. Fue con el ascenso al trono del Sha, Mohammed
Reza Pahlevi, que la formalidad burocrática se tradujo en algunos
pasos concretos. Se inauguraron las primeras embajadas en América del
Sur (México, Brasil y posteriormente Argentina). Con Chile no hubo
grandes cambios. Sí comenzaron los primeros saludos protocolares y
encuentros esporádicos. Uno de los escasos registros de reuniones de
alto nivel entre los dos países es la recepción oficial ofrecida al
diplomático chileno acreditado en Turquía, Manuel Antonio Garretón por
parte del Sha en diciembre de 1950. En esa oportunidad, el diplomático
chileno pidió audiencia para informar al gobierno persa su designación
como embajador concurrente. En otros registros de la época, Garretón
se lamenta del escaso entusiasmo que percibía en Teherán[15].
Ya avanzada la década del 50, la cancillería iraní entregó nuevas
tareas a su representación en Río de Janeiro, asumir la concurrencia
de las relaciones con Chile. Gaffary Hassanali fue el embajador que
cumplió la nueva misión. Desde entonces, prácticamente ex officio, las
relaciones bilaterales fueron manejadas a nivel de concurrencia (Chile
a través de su embajada en Ankara e Irán por medio de su legación en
Río). Aparte de eso, la relación se limitó al nivel protocolar y los
saludos esporádicos.
Tras la revolución de los ayatollahs en 1979, que provocó una violenta
ruptura de las relaciones de Teherán con Washington, varios países
latinoamericanos (entre ellos, México y Chile, aunque por motivos
diferentes) creyeron ver una oportunidad de oro para enviar señales de
alineamiento con Washington y suspendieron (de forma separada) sus
relaciones con Teherán. Por razones muy distintas, Chile y México
vivían turbulencias con el gobierno de Jimmy Carter. La ruptura con
Teherán fue vista como medio para suavizar las citadas desaveniencias
con una Casa Blanca dominada por los demócratas. Romper con Irán tenía
bajo costo, por el contexto de entonces, y abría posibilidades de ser
interpretado como signo amistoso por parte del Departamento de Estado.
Más allá de los agradecimientos, la señal chilena no tuvo
repercusiones.
Sin embargo, muy pocos años después, la guerra entre Irán e Irak
presentó un cambio cualitativo del escenario y la cancillería chilena
nuevamente tuvo a Teherán en la mesa de trabajo.
Por un lado, la cuestionada diplomacia de los ayatollahs inició una
cautelosa apertura al exterior con el fin de encontrar nuevas fuentes
de aprovisionamiento, ante el deterioro de su situación regional
producto de la guerra y el bloqueo económico que le afectaba en su
relación con los países centrales, especialmente los europeos, por la
tirantez con Washington. Producto de este despliegue, Irán inauguró
embajadas en Chile, Uruguay, Cuba, Nicaragua y Colombia[16].
Nuevamente señales interesantes.
El gobierno militar chileno interpretó esto como un posible e
interesante nicho, susceptible de ser explorado. La Empresa Nacional
del Petróleo (ENAP) comenzó a importar crudo desde Irán; cantidades
modestas, debido a los altos costos del transporte. Sin embargo, esta
relación comercial gozaba de alta consideración en Santiago. Teherán,
obligado por sus propias realidades, se transformaba en un
suministrador seguro. Luego, y ante el éxito de empresas privadas de
armamentos chilenas que habían encontrado en el Irak de Saddam Hussein
un cliente de apetito muy voraz, la estatal FAMAE también decidió
arriesgarse en la volátil zona del golfo. Teherán, ávido también de
encontrar fuentes de aprovisionamiento de armamento ante la escalada
del conflicto bélico con su vecino, aceptó tratativas con FAMAE.
Razones muy diversas (fundamentalmente de índole técnica) impidieron
que la iniciativa comercial prosperara[17]. Las relaciones bilaterales
fueron paulatinamente decayendo a niveles anteriores a la revolución
islámica.
Al asumir el poder la Concertación en Santiago en 1990, hubo
encuentros bilaterales formales en Naciones Unidas, donde las partes
manifestaron su deseo de fortalecer lazos. Los respectivos
embajadores ante la ONU viajaron a Santiago y Teherán para dar
señales de tal interés. Sin embargo, el letargo y desinterés
prosiguieron y por largos años las relaciones diplomáticas fueron
servidas por la vía de la concurrencia.
Sin embargo, en el plano económico, se detectó, años más tarde, el
2004, una señal de cierto interés chileno por el mercado petrolífero
iraní. ENAP, a través de su subsidiaria para negocios en el exterior,
Sipetrol, asociada en partes iguales con la austríaca OMV y la
española Repsol obtuvo licencias de exploración petrolera cerca de la
localidad de Bushehr. El 18 de enero de 2005, el joint venture informó
del descubrimiento de un buen yacimiento on-shore llamado Band-e-
Karkheh, integrante del bloque Mehr, así como de la decisión de
explotar dicho yacimiento. Una perspectiva que claramente pudo haber
cambiado el curso de altibajos en la relación bilateral. Sin embargo,
debido a dificultades financieras y la peligrosidad de la ubicación,
que obligaba a tomar seguros muy elevados, lo que encarecía la
materialización del proyecto, ENAP re-evaluó su participación. Lo
mismo Repsol y OMV. Ya en marzo de 2009 informaron su decisión de
vender sus respectivas participaciones. Hasta el cierre de este
escrito en febrero de 2010, no han encontrado compradores
interesados[18].
En el plano político, la situación bilateral volvió a cambiar en 2008.
Como parte de su despliegue hemisférico, Teherán decidió reabrir su
embajada en Santiago, enviar un diplomático de carrera a dirigirla, e
ir paulatinamente ampliando el número de integrantes de la misma.
Desde entonces, la no reciprocidad es más que evidente. El palacio
José Miguel Carrera ha decidido mantener la relación a nivel de
concurrencia (desde Ankara) y no salirse un ápice de la cautela y
sobriedad respecto a Teherán.
La legación iraní en la capital chilena fue abierta por Jambiz Jalali,
quien con anterioridad había ejercido funciones de embajador en
Uruguay y otras de menor rango en Caracas. Desde su llegada a la
capital chilena, Jalali ha desarrollado una intensa actividad, acepta
una gran cantidad de invitaciones a exponer en universidades, centros
culturales y medios de comunicación. Compró una nueva y amplia casa
para que sirviera de embajada y varios departamentos para los
funcionarios de la misma. Uno de sus intereses principales es fomentar
el acercamiento religioso con las pequeñas pero activas comunidades
shií en el país, donde tiene especial figuración, Fuad Musa, líder del
Centro Islámico de Las Condes, quien, además, oficia de anfitrión de
jeques y clérigos shií que con cada vez mayor frecuencia visitan el
país. Jalali ha promovido la hermandad de Puerto Montt con la ciudad
de Ramsar (febrero de 2009) y ha invitado al alcalde de esa ciudad, el
dirigente socialista Rabindranat Quinteros, quien incluso ha viajado a
Irán. En Puerto Montt tiene su sede otra pequeña comunidad shií.
Los escasos nexos comerciales con potencial de crecimiento y la falta
de puntos en común respecto a los problemas políticos globales, así
como la cero convergencia en temas multilaterales, hacen difícilmente
explicable una presencia activa como la que exhibe la misión
diplomática que encabeza Jalali. Lo único plausible sería la opción de
levar a cabo un trabajo exploratorio de penetración en la comunidad
musulmana chilena (pequeña incluyendo la sunní) y una labor de
complemento al resto del despliegue iraní por el hemisferio. Chile, al
estar relativamente al margen de la efervescencia chavista y con muy
buenas relaciones con Washington, le podría servir a los iraníes para
ir ajustando y calibrando su despliegue en el resto del hemisferio. En
este último sentido, parecería lógico suponer que la embajada en Chile
se dedique al monitoreo de percepciones hemisféricas respecto a la
presencia iraní. De ahí entonces la justa duda: ¿a quién sirve la
relación bilateral?
A modo de conclusiones.
La continua expansión iraní por el hemisferio (y sus conexiones con
Hezbollah y grupos similares) representa un problema, diferenciado,
pero con puntos en común, tanto para Chile como para Argentina.
Para el primero, significa una demanda de atención integral, ante
eventuales desafíos a su seguridad, sea por la utilización, directa o
indirecta, de su territorio para nuevas operaciones en el hemisferio,
sea contra blancos judíos, británicos, estadounidenses u otros. La
apertura, que tanto distingue a la economía chilena, trae consigo la
eventualidad que sus bancos, sus casas de cambio, su infraestructura
financiera, o las mismas comunidades shií, sean utilizados por grupos
terroristas como Hezbollah o similares. No debería descartarse que
Hamas (tan afín a Hezbollah) intente lograr reconocimiento, aunque sea
parcialmente, de la numerosa comunidad palestina en Chile y termine
triangulando actividades con Irán, algo para nada infrecuente. En el
plano político-diplomático, la creciente tendencia brasileña a obtener
márgenes de autonomía estableciendo nexos con el régimen iraní, podría
tener consecuencias negativas (al menos incómodas) para las
diplomacias de la región, incluyendo la chilena, especialmente si
Washington estima que se sobrepasan líneas razonables. Por lo tanto,
el continuo monitoreo a las visiones estadounidense, brasileña y
venezolana, respecto a nuevos pasos que planifiquen o ejecuten los
iraníes en el hemisferio, será el principal requerimiento que podría
tener Chile en materias de seguridad en los próximos años. El foco
será, obviamente, tanto la lucha antiterrorista como la
contraproliferación.
Para Argentina, la gravitación de la comunidad judía, y el contexto
internacional que se prevé para los años post-Kirchner, harán que el
restablecimiento de la confianza diplomática entre Buenos Aires y
Teherán se consiga sólo una vez clarificada la conexión persa con
Hezbollah en relación a los atentados perpetrados en Buenos Aires a
comienzos de los 90. En materia de seguridad, la vigilancia en la
Triple Frontera, y en otras fronteras porosas del país (especialmente
si se consolidan los nexos Bolivia-Irán y Paraguay-Irán), serán
prioritarios. Del mismo modo, el monitoreo a la política exterior de
Brasil respecto a Irán tendrá suma relevancia para las próximas
definiciones del Palacio San Martín. Y, desde luego, la estricta
observancia de las medidas impuestas por la OIEA para la exportación
de tecnología de uso dual será también un desafío importante para la
Argentina en el período que se avecina.
Para los romanos, el poder descansaba en la naturaleza de las cosas -
in rerum natura-, y hoy dichas definiciones no han cambiado
sustancialmente. En consecuencia, el juego de Irán, de inmiscuirse en
las inmediaciones estadounidenses, así como el de Venezuela y Brasil
(por razones distintas y con dinámicas diversas) de aceptar los guiños
de un Irán, convertido en un actor que desafía al sistema mundial,
encuentra su epítome en las tentaciones de Mefisto. Tentaciones que el
mismo doctor Fausto sabía, tenían un precio.
[1] Una de las aproximaciones más comprensivas de la presencia iraní
en América Latina es la de Karmon, Ely “Iran and its proxy Hezbollah:
strategic penetration in Latin America” Real Instituto Elcano, WP 18,
8.4.2009 disponible en http://www.realinstitutoelcano.org/ . Otros dos
trabajos muy interesante son los de Malamud, Carlos y Carlota García
Encina “Los actores extrarregionales en América Latina (II): Irán”,
Real Instituto Elcano, ARI Nº 124, 26.11.2007, bajado el 1.2.2010
http://www.realinstitutoelcano.org/ , así como Gratius, Susanne y
Henner Fürtig “Iran and Venezuela: bilateral alliance and global power
projections” FRIDE, abril, 2008 disponible en http://www.fride.org/ .
Hay también varios analistas que han escrito artículos en diarios y
revistas sobre el tema a lo largo de los últimos años, destacando:
Miami Herald (Ian James y Andrés Oppenheimer), El Espectador (Fabian
Calle) La Nación de Buenos Aires (Kevin Casas) , Aviation Week (Paul
McLeary), Los Angeles Times (Daniel Erikson), Kaveh Afrasiabi (Asia
Times), entre otros. Todos disponibles en sus respectivos sitios de
internet a través de cualquier motor de búsqueda. En términos
generales a la fecha de este escrito (enero, 2010), el Presidente
iraní ha hecho cuatro viajes a América Latina y ha recibido a los
Presidentes Correa, Chavez, Morales y Ortega en Teherán. El Presidente
Lula, por su lado, tiene agendado (sujeto a confirmación) un viaje a
la capital persa a fines de este año. El viaje de Ahmedinejad a
Brasilia provocó mucho revuelo en las principales ciudades del país
anfitrión especialmente de parte de la comunidad judía que protestó
oficialmente.
[2] Durante diciembre de 2009 se observaron en la prensa internacional
numerosas notas acerca de las advertencias hechas a los países
latinoamericanos por parte de la Secretaria de Estado estadounidense,
Hillary Clinton y la respuesta de su homólogo iraní, Manoucher
Mottaki.
[3] Existen numerosos estudios que describen y alertan esta situación.
Frecuentemente se mencionan a la Triple Frontera y la isla Margarita
en Venezuela como puntos desde donde se canalizan grandes sumas de
dinero hacia los líderes de la milicia en el Medio Oriente y financia
campamentos de entrenamiento. De acuerdo a estimaciones del Comando
Sur de los Estados Unidos, Hezbollah recauda U$S 300 - U$S 500
millones por año en América Latina. Ver: Lewis, Daniel “A South
American frontier: The tri-border región, The Chelsea House
Publishers, NY, 2006. Principal referencia sobre estos temas es el
trabajo de Karmon, E., mencionado ut supra.
[4] Más detalles en Witker, Ivan “La conversión de terroristas en
íconos o el síndrome de Herostratos”, Estudios Públicos N°111, Centro
de Estudios Públicos, Santiago de Chile, 2008
[5] El caso AMIA ha generado incluso roces entre Argentina y
Venezuela, cuyas relaciones durante el mandato de Nestor Kirchner
fueron óptimas por los generosos préstamos para superar el default
financiero bonaerense. El embajador de Chávez en Buenos Aires, Roger
Capella debió ser sustituido después que criticase a la Justicia
argentina en su proceder respecto a Irán. Los roces también provocaron
que Nestor Kirchner no asistiera a la asunción de su aliado Rafael
Correa para no encontrarse en Quito con el Presidente Ahmedinejad. Es
altamente probable que la actitud de los Kirchner en este punto se
deba básicamente a la gravitación de la comunidad judía en Argentina.
En ambientes informales, funcionarios del gobierno argentino han
señalado que Néstor Kirchner tendría, por lado paterno, ascendencia
judía, asunto que ninguna autoridad del país se muestra a confirmar
oficialmente. Tampoco existen terceras fuentes sobre el punto.
[6] Inicialmente, las investigaciones tropezaron con las enormes dudas
acerca de qué pudo haber motivado esta expansión terrorista hacia
América del Sur. También se hicieron públicas varias hipótesis
argentino-céntricas de un presunto descontento del mundo musulmán por
la participación de Buenos Aires en la primera guerra desatada por
Estados Unidos contra Irak, aunque Irán era muy hostil al Irak de
Saddam Hussein 1980-1988. Ese resentimiento musulmán se habría visto
alimentado también por otros motivos. Los daños causados a Irak,
financista de Egipto, y potencial beneficiario del proyecto
misilístico Cóndor (desarrollado por Argentina y Egipto), abandonado
por Menem por imposición de Estados Unidos. Luego estaría la decepción
de Trípoli tras haber invertido fondos en la campaña electoral de
Menem. Otro elemento de resentimiento musulmán con Argentina sería la
distancia que tomó Buenos Aires respecto del Movimiento de No
Alineados en 1991 y su acercamiento a Estados Unidos. Por último, la
desilusión experimentada por Damasco ante los diversos viajes de Menem
a Medio Oriente en los que no visitó Siria (el país de sus ancestros),
a la vez que se convertía en el primer Presidente argentino en viajar
a Israel. Todas hipótesis excesivamente argentino-céntricas y carentes
de efectivo poder explicativo. En el proceso judicial se menciona que
el atentado contra la AMIA sería en represalia por el fin de la
asistencia técnica prestada por Argentina al desarrollo nuclear de
Irán, decretada por el entonces Presidente Carlos Saúl Menem.
[7] Se trata del ex Presidente, Alí Akbar Rafsanjani, los ex ministros
de Relaciones Exteriores Alí Akbar Velayati y de Información y
Seguridad, Alí Fallahijan, así como del ex comandante de la Guardia
Revolucionaria, Mohsen Rezai; también el ex comandante de las Fuerzas
Quds Ahmad Vahidi y tres antiguos funcionarios de la embajada de Irán
en Buenos Aires, Hadi Soleimanpour, Moshen Rabbani y Ahmad Reza
Ashgari. Estos tres últimos eran miembros del Pasdaran y recibían
órdenes directas de Vahidi. Rabbani, “agregado de prensa” de la
embajada es mencionado en diversos actos terroristas de Hezbollah en
el mundo.
[8] Según fuentes iraníes, la cancillería argentina pidió la reunión
para tratar temas comerciales bilaterales. Tehran Times 28.2.2004.
[9] Antiguo comandante de la Fuerza Quds para operaciones especiales
en el exterior. Desde el 2005 servía como viceministro de Defensa.
[10] Discurso pronunciado ante la Asamblea General de la ONU, 24 de
septiembre, 2009.
[11] Baharvand reaccionó de esta forma al hecho que dirigentes de la
comunidad judía en la Argentina y de la organización Familiares y
Amigos de las Víctimas del Atentado a la AMIA salieron a pedir que el
Gobierno rompa relaciones diplomáticas con Irán.
El portavoz del Ministerio de Asuntos Exteriores iraní, Hasan
Ghashghavi, aseguró que "los jueces argentinos son de los más
corruptos que hay en el mundo", según la agencia de noticias oficial
iraní IRNA."Argentina es bien conocida todo el mundo por sus jueces
corruptos", declaró Ghashghavi en su rueda de prensa semanal en
Teherán a propósito de la investigación. Información obtenida en el
sitio de la agencia oficial iraní IRNA, http://www.irna.ir/
[12] Tras la nacionalización del petróleo iraní durante el gobierno de
Mossadegh, Gran Bretaña amenazó con un bloqueo a las exportaciones
petroleras iraníes. Teherán quiso re-orientar sus exportaciones
petroleras hacia otros países, entre ellos, Argentina, país con el que
compartía su declarada neutralidad durante ambas guerras mundiales (al
menos, en el caso iraní, hasta la invasión de su territorio por la
URSS y Gran Bretaña en 1941); un Tratado de Amistad suscrito en 1937;
y la generalmente ignorada preferencia del sha Reza, padre del
depuesto en 1979, de exiliarse en Buenos Aires y no aceptar la oferta
de Isla Mauricio, adonde había sido enviado.
La oferta iraní de re-direccionar su petróleo hacia Argentina, a
precios preferenciales, se oficializó en 1952-1953. Irán propuso una
rebaja del 30% y aceptó cobrar en mercancías. Sin embargo la
validación del negocio quedó sujeta a un acuerdo anglo-iraní. Sin ese
acuerdo la operación difícilmente podía concretarse. A pesar del
fuerte interés económico argentino no se cerró el trato. Presionado
por Londres, a fines de 1952, el gobierno de Juan Perón suscribió una
extensión a su acuerdo comercial de 1949 con el Reino Unido, que lo
comprometía a adquirir a ese país 4 millones de toneladas anuales de
crudo y derivados.
[13] Tratado de Amistad y Comercio, 1902, con entrada en vigencia en
1905. Tratado de Amistad, 1937. Acuerdo Cultural, 1965 con entrada en
vigor en 1969. Acuerdo para evitar la Doble Imposición en la operación
de sus compañías navieras en el transporte internacional, 1987.
Acuerdo de Cooperación Nuclear (CONFIDENCIAL), 1988. Acuerdo Nuclear
entre Argentina-Irán-OIEA (CONFIDENCIAL), 1988. Acuerdo de Cooperación
Nuclear (CONFIDENCIAL), 1990. Memorándum de Entendimiento para el
Desarrollo de Relaciones entre el Gobierno de la República Argentina y
el Gobierno de Irán, 1990. Acuerdo de Cooperación Comercial, 1990.
[14] Mayor información en León, Mariela y Marianna Parraga
“Negotiations to purchase nuclear reactor from Argentina”, El
Universal, México, 11.10.2005 y Niebieskikwiat, Natasha “Venezuela
quiere comprarle un reactor nuclear a la Argentina” Clarín, 9.10.2005.
[15] Datos del viaje de Garretón y su entrevista con Reza Pahlevi se
encuentran disponibles en “Fondo Histórico” del sitio del Ministerio
de Relaciones Exteriores: http://www.minrel.cl/
[16] Mohammad Ali Ziaei, History of Diplomatic Relations between Iran
and Latin American Countries, Hamshahri Online, January 5, 2007
[17] Información contrastable sobre este punto no existe. Versiones de
prensa indican que en 1987 se habría efectuado la fallida “Operación
Foxtrot” en cuyo marco el entonces coronel de Ejército Carlos Carreño
(el mismo que fuera secuestrado por el Frente Manuel Rodríguez) viajó
varias veces a Teherán. El 13 de enero de 2009, Carlos Cardoen
propietario de Cardoen Industries, que se había convertido en un
importante fabricante de armas para el régimen iraquí, afirmó al
diario La Tercera, que FAMAE intentó venderle a Irán un tipo de
bombas, cuyo modelo original le fue robado a una de sus empresas.
Según Cardoen, un ensayo con estas bombas habrían provocado un grave
accidente de aviación en Irán, lo que motivó el enojo de las
autoridades de Teherán y el fin del negocio.
[18] El Diario, Santiago de Chile 12.3.2009. Además, informes sobre la
materia en la Superintendencia de Valores y Seguros de Chile,
accesibles en su sitio http://www.svs.cl/ .
Offnews.info (Argentina)
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: GEOPOLÍTICA
E nesta mesma linha:::
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Claves americanas
El inquietante coqueteo de Lula con Teherán
Andrés Oppenheimer
Martes 23 de febrero de 2010
MIAMI.- El acercamiento de Brasil al régimen cada vez más aislado de Irán es algo que deja perpleja a buena parte de la comunidad internacional. Circulan varias teorías al respecto, algunas de ellas bastante preocupantes.
Recientemente, cuando el tradicionalmente cauto Organismo Internacional de Energía Atómica de las Naciones Unidas concluyó finalmente que Irán podía estar desarrollando un arma nuclear, y hasta Rusia empezó a tomar distancia de Irán, Brasil anunció que el presidente Luiz Inacio Lula da Silva no cambiará sus planes de visitar Teherán el 15 de mayo.
Brasil, una de las potencias mundiales emergentes, le dará así un manto de legitimidad a un régimen que, además de desobedecer los acuerdos internacionales sobre energía nuclear, es considerado por gran parte del mundo uno de los principales Estados que promueven el terrorismo. Para el presidente iraní, Mahmoud Ahmadinejad, recibir a Lula será un golpe publicitario caído del cielo.
Irán apoya a grupos terroristas como Hezbollah y ha dicho públicamente que quiere borrar de la faz de la Tierra a un país cercano, Israel. Hasta el gobierno populista de la Argentina, que normalmente se alinea con Brasil en temas de política exterior, ha acusado a Irán de haber participado en los atentados terroristas de Hezbollah en Buenos Aires en los años 90.
A fines del año pasado, Lula desconcertó al mundo cuando le dio una bienvenida de alfombra roja en Brasilia a Ahmadinejad. Con ese gesto, Brasil se convirtió en uno de los primeros países no radicales que aceptaron a Ahmadinejad después de las polémicas elecciones iraníes del 12 de junio de 2009.
¿Por qué Brasil arriesga su reputación de buen ciudadano internacional coqueteando con un régimen opresivo que respalda el terrorismo? Entre las motivaciones más mencionadas:
* Por sueños de grandeza: según esta teoría, el éxito económico de Brasil y la idea generalizada de que ya está -junto con China y la India- en el club de las potencias mundiales emergentes se le han ido a la cabeza a Lula. El presidente brasileño, que recientemente predijo que Brasil será la quinta economía mundial dentro de una década, quiere transmitir el mensaje de que su país es un nuevo actor global que hay que tomar en serio. ¿Qué mejor manera de concitar la atención mundial que desempeñar un papel en el mayor conflicto internacional del momento?
* Por ilusiones diplomáticas: Lula, agrandado por su estatus de celebridad en su país y en el extranjero, podría estar tomándose en serio sus repetidos ofrecimientos de actuar como mediador en la crisis de Medio Oriente. Lula planea visitar Israel, los territorios palestinos y Jordania el mes próximo.
Aunque es difícil creer que Lula pueda resolver algo en Medio Oriente -durante una visita reciente a los Emiratos Arabes Unidos y a Israel, no me crucé con una sola persona que me dijera que tiene alguna posibilidad de triunfar en una misión en la que han fracasado poderosos mediadores estadounidenses, franceses y rusos-, es posible que Lula crea sinceramente que será capaz de hacer historia.
* Por ambiciones nucleares: Lula se está acercando a Irán porque tal vez Brasil quiera desarrollar armas nucleares, o al menos mantener abierta esa opción después de que Venezuela ha firmado varios acuerdos de cooperación nuclear con Teherán. Con esa idea, es posible que Brasil quiera que otro país -Irán- transgreda los límites impuestos por los acuerdos nucleares existentes y siente un precedente.
A fines del año pasado, el vicepresidente brasileño, Jose Alencar, dijo que Brasil debía tener derecho a poseer armas nucleares. El vocero de Lula salió a aclarar que Alencar no estaba reflejando la opinión del gobierno y señaló que Brasil tiene prohibida la producción de armas nucleares por los tratados latinoamericanos y por su propia Constitución.
* Por motivos de política interna: Lula está tratando de apaciguar a sus seguidores del Partido de los Trabajadores, que son, en su mayoría, antiestadounidenses, y quiere mostrarse como un estadista dispuesto a enfrentarse a Washington aunque su política económica deleite a Wall Street.
Mi opinión: se trata de una combinación de sueños de grandeza y fantasías diplomáticas. Pero no puedo evitar preguntarme si este cóctel no conducirá en el futuro a mayores ambiciones nucleares y si Brasil en algún momento no procurará cambiar su Constitución para construir armas nucleares.
Por el momento, el acercamiento de Lula a Ahmadinejad está saboteando los esfuerzos internacionales por presionar a Irán a aceptar los controles de las Naciones Unidas, y contribuye a envalentonar a un régimen terrorista. En lugar de comportarse como una potencia emergente responsable, Brasil está actuando como un novato recién llegado que busca llamar la atención mundial a cualquier costo.
http://www.lanacion.com.ar/nota.asp?nota_id=1236196
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Claves americanas
El inquietante coqueteo de Lula con Teherán
Andrés Oppenheimer
Martes 23 de febrero de 2010
MIAMI.- El acercamiento de Brasil al régimen cada vez más aislado de Irán es algo que deja perpleja a buena parte de la comunidad internacional. Circulan varias teorías al respecto, algunas de ellas bastante preocupantes.
Recientemente, cuando el tradicionalmente cauto Organismo Internacional de Energía Atómica de las Naciones Unidas concluyó finalmente que Irán podía estar desarrollando un arma nuclear, y hasta Rusia empezó a tomar distancia de Irán, Brasil anunció que el presidente Luiz Inacio Lula da Silva no cambiará sus planes de visitar Teherán el 15 de mayo.
Brasil, una de las potencias mundiales emergentes, le dará así un manto de legitimidad a un régimen que, además de desobedecer los acuerdos internacionales sobre energía nuclear, es considerado por gran parte del mundo uno de los principales Estados que promueven el terrorismo. Para el presidente iraní, Mahmoud Ahmadinejad, recibir a Lula será un golpe publicitario caído del cielo.
Irán apoya a grupos terroristas como Hezbollah y ha dicho públicamente que quiere borrar de la faz de la Tierra a un país cercano, Israel. Hasta el gobierno populista de la Argentina, que normalmente se alinea con Brasil en temas de política exterior, ha acusado a Irán de haber participado en los atentados terroristas de Hezbollah en Buenos Aires en los años 90.
A fines del año pasado, Lula desconcertó al mundo cuando le dio una bienvenida de alfombra roja en Brasilia a Ahmadinejad. Con ese gesto, Brasil se convirtió en uno de los primeros países no radicales que aceptaron a Ahmadinejad después de las polémicas elecciones iraníes del 12 de junio de 2009.
¿Por qué Brasil arriesga su reputación de buen ciudadano internacional coqueteando con un régimen opresivo que respalda el terrorismo? Entre las motivaciones más mencionadas:
* Por sueños de grandeza: según esta teoría, el éxito económico de Brasil y la idea generalizada de que ya está -junto con China y la India- en el club de las potencias mundiales emergentes se le han ido a la cabeza a Lula. El presidente brasileño, que recientemente predijo que Brasil será la quinta economía mundial dentro de una década, quiere transmitir el mensaje de que su país es un nuevo actor global que hay que tomar en serio. ¿Qué mejor manera de concitar la atención mundial que desempeñar un papel en el mayor conflicto internacional del momento?
* Por ilusiones diplomáticas: Lula, agrandado por su estatus de celebridad en su país y en el extranjero, podría estar tomándose en serio sus repetidos ofrecimientos de actuar como mediador en la crisis de Medio Oriente. Lula planea visitar Israel, los territorios palestinos y Jordania el mes próximo.
Aunque es difícil creer que Lula pueda resolver algo en Medio Oriente -durante una visita reciente a los Emiratos Arabes Unidos y a Israel, no me crucé con una sola persona que me dijera que tiene alguna posibilidad de triunfar en una misión en la que han fracasado poderosos mediadores estadounidenses, franceses y rusos-, es posible que Lula crea sinceramente que será capaz de hacer historia.
* Por ambiciones nucleares: Lula se está acercando a Irán porque tal vez Brasil quiera desarrollar armas nucleares, o al menos mantener abierta esa opción después de que Venezuela ha firmado varios acuerdos de cooperación nuclear con Teherán. Con esa idea, es posible que Brasil quiera que otro país -Irán- transgreda los límites impuestos por los acuerdos nucleares existentes y siente un precedente.
A fines del año pasado, el vicepresidente brasileño, Jose Alencar, dijo que Brasil debía tener derecho a poseer armas nucleares. El vocero de Lula salió a aclarar que Alencar no estaba reflejando la opinión del gobierno y señaló que Brasil tiene prohibida la producción de armas nucleares por los tratados latinoamericanos y por su propia Constitución.
* Por motivos de política interna: Lula está tratando de apaciguar a sus seguidores del Partido de los Trabajadores, que son, en su mayoría, antiestadounidenses, y quiere mostrarse como un estadista dispuesto a enfrentarse a Washington aunque su política económica deleite a Wall Street.
Mi opinión: se trata de una combinación de sueños de grandeza y fantasías diplomáticas. Pero no puedo evitar preguntarme si este cóctel no conducirá en el futuro a mayores ambiciones nucleares y si Brasil en algún momento no procurará cambiar su Constitución para construir armas nucleares.
Por el momento, el acercamiento de Lula a Ahmadinejad está saboteando los esfuerzos internacionales por presionar a Irán a aceptar los controles de las Naciones Unidas, y contribuye a envalentonar a un régimen terrorista. En lugar de comportarse como una potencia emergente responsable, Brasil está actuando como un novato recién llegado que busca llamar la atención mundial a cualquier costo.
http://www.lanacion.com.ar/nota.asp?nota_id=1236196
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: GEOPOLÍTICA
E relacionado:::
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El tema nuclear entre la Argentina y Brasil
Paciencia estratégica mutua
Juan Gabriel Tokatlian
Para LA NACION
Martes 23 de febrero de 2010
Si bien no existe una definición convencional y de consenso acerca de la noción de paciencia estratégica, el término ha ganado un espacio perceptible en la jerga de las relaciones internacionales actuales. Se asume que la paciencia es la actitud que un país o gobierno debe tener hacia otro. De acuerdo con el Diccionario de la Real Academia significa la "capacidad de padecer o soportar algo sin alterarse", la "facultad de saber esperar cuando algo se desea mucho". Por su parte, lo estratégico es algo "de importancia decisiva" para alcanzar un objetivo valorado, según el mismo diccionario. En consecuencia, se trata de ser paciente en relación con una contraparte para lograr satisfacer una trascendental meta propia.
La lógica de la paciencia estratégica se viene utilizando con más frecuencia desde el inicio de esta primera década del siglo XXI. En general, los ejemplos que se mencionan remiten a la actitud de las grandes potencias frente a ciertos actores menores del sistema que, por alguna razón particular, tienen alguna relevancia relativa (la ubicación geopolítica, la posesión de recursos materiales o militares críticos, la ambición de liderazgo) para las superpotencias, así como para el caso del proceder de los poderes emergentes respecto de algunos vecinos efectivamente gravitantes, potencialmente influyentes o eventualmente disconformes. Así entonces, se afirma que Estados Unidos muestra paciencia estratégica frente a Venezuela, a la espera de que en un futuro Chávez fracase en su revolución bolivariana del siglo XXI y que Washington recupere su proyección o ascendiente en ese país. China haría lo propio con Corea del Norte y Rusia con algunas ex repúblicas socialistas soviéticas. Paralelamente, la India hace algo similar en relación con Paquistán y Sudáfrica respecto a Zimbabwe.
En América del Sur, el ejemplo emblemático es la conducta de Brasil frente a sus vecinos; en especial, frente a la Argentina. Al parecer, y según los comentarios de funcionarios, especialistas y observadores, Brasilia está bastante molesta con la posición de la Argentina en materia comercial, tanto en lo que corresponde a la relación bilateral, a lo que atañe a Mercosur y lo que hace al G-20. En breve, Buenos Aires se habría convertido en un socio volátil con posturas excesivamente proteccionistas, carente de acceso al mercado de capitales y negligente en sus compromisos internacionales en materia comercial. La Argentina es, en consecuencia, una contraparte que genera irritación y cansancio en los empresarios de São Paulo y los funcionarios de Itamaraty. El nivel de paciencia estratégica de Brasil estaría cerca del límite.
Sin embargo, algo sobre lo que no se ha reparado suficientemente es que la Argentina también ha sido paciente, en lo estratégico, frente a Brasil y su posición en materia nuclear. El país ha compartido con el vecino una política en materia de no proliferación y verificación recíproca desde los acuerdos Sarney-Alfonsín de los ochenta; estos acuerdos han tenido como consecuencia que América del Sur sea hoy una zona de paz ejemplar en la periferia. La Argentina ha sido un artífice importante de ese proceso, a pesar de que en tiempos recientes no ha quedado claro si los dos países comparten, a plenitud, una mirada común en materia nuclear -especialmente, en lo que hace a la dimensión militar de esa energía.
El régimen nuclear internacional -en su componente relacionado con las armas nucleares- es un régimen asimétrico. Es, además, un régimen en el que los principales actores ni se desarman seriamente ni facilitan el pleno desarrollo de la energía nuclear con fines pacíficos por parte de los países con capacidad científica y tecnológica para hacerlo. En años recientes, se ha sumado la política agresiva de Washington a favor de la autolegitimación del ataque preventivo, y respecto a una franca tolerancia frente a la disponibilidad nuclear de la India (con quien firmó un acuerdo en esa materia), de Paquistán (a pesar de las incertidumbres que genera el régimen en Islamabad) y de Israel (única potencia con armas de destrucción masiva en Medio Oriente). Hay entonces motivos legítimos para cuestionar el actual régimen. Sin embargo, ello no implica que la mejor vía para encauzarlo y propender por la paz sea mediante la amenaza de la proliferación.
Ahora bien, es fundamental comprender que Brasil vive hoy el dilema de toda potencia ascendente con ambición global: o se autorestringe (por convicción, conveniencia o por impedimento) respecto al desarrollo de un poderío nuclear con fines militares, o se reafirma como un poder con artefactos militares como parte de su arsenal disuasivo. En esa encrucijada, es evidente que la primera alternativa puede tener límites para la proyección global brasileña, pero grandes beneficios regionales y efectos mundiales: América del Sur se preserva como zona de paz; Buenos Aires, Santiago y Brasilia -el ABC- se constituyen en el pilar para la estabilidad en el área; la región no se convierte en eventual punto de tensión militar y disputa nuclear entre las grandes superpotencias, y Brasil preserva su imagen como un poder no revisionista.
La segunda opción puede ser tentadora para algunos actores internos en Brasil, pero se enfrenta a varios problemas y peligros. Primero, no es claro el efecto que ello tenga para la democracia interna, pues en aras de lograr a cualquier costo el objetivo de ser potencia nuclear podría producir un deslizamiento hacia el autoritarismo. A su vez, difícilmente Washington acepte una potencia nuclear militar en el continente. La Unión Europea -más allá de los recientes compromisos entre Francia y Brasil en materia de defensa- acompañará muy posiblemente a Estados Unidos, a menos que quiera desarrollar un nuevo contencioso entre Bruselas y Washington. Buenos Aires se vería obligada a abandonar los acuerdos nucleares ya establecidos entre los dos países e iniciar una estrategia diplomática y militar orientada a presionar y cercar a Brasil. Probablemente América del Sur, que ya vive algunas tensiones inquietantes, ingrese en una carrera armamentista que retrase, otra vez, el crecimiento económico y el bienestar social de los países del área. Brasilia tendría que procurar el avance de su proyecto seguramente asociándose tácitamente a países percibidos como "desestabilizadores" (como Corea del Norte e Irán) y elegir entre aproximarse más a la India (socio de Brasil en el G-4, el BRIC e IBSA) o a Paquistán (con una dudosa reputación de clandestinidad en asuntos nucleares). Quizá Rusia aproveche una coyuntura tal para recuperar su presencia en la región e impacientar a Estados Unidos y a la OTAN. En breve, se abre una caja de Pandora.
Una variante de la segunda alternativa es que Brasil le proponga a Buenos Aires desarrollar conjuntamente, ya sea de forma abierta o encubierta, una capacidad nuclear compartida en el ámbito militar. Pero ello implicaría un salto cualitativo en las relaciones binacionales: Brasil y la Argentina dejarían atrás una sociedad estrecha y afirmarían una alianza decisiva.
Lo cierto es que el consenso sociopolítico y cívicomilitar actual en la Argentina es a favor del mayor desarrollo posible de la capacidad nuclear con fines pacíficos, el desarme efectivo entre las potencias nucleares existentes y la no proliferación en materia militar. El más reciente voto de la Argentina -distinto al de Brasil- respecto de la cuestión de Irán en la Organización Internacional de Energía Atómica y la plena disposición a que Brasil verifique las instalaciones nucleares del país son un testimonio de ello. Por su parte, las señales de ambigüedad en Brasil en este frente vienen creciendo en los últimos dos años: si bien no constituyen una mayoría ni poseen una posición hegemónica, algunos sectores se muestran tentados con la eventualidad de avanzar en el desarrollo de bombas atómicas.
Por el momento, la Argentina ha tenido bastante paciencia estratégica respecto de Brasil en el ámbito nuclear. Más temprano que tarde este tema tenderá a esclarecerse. Una buena pista de lo que podría suceder en el futuro se develará en dos foros próximos: la Cumbre de Seguridad Mundial convocada por el presidente Barack Obama, que se realizará en Washington a mediados de abril, y la Conferencia Mundial de Revisión del Tratado de No Proliferación Nuclear (TNP), que se efectuará en Nueva York en mayo próximo, coincidiendo con la conmemoración del Bicentenario argentino.
http://www.lanacion.com.ar/nota.asp?nota_id=1236127
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El tema nuclear entre la Argentina y Brasil
Paciencia estratégica mutua
Juan Gabriel Tokatlian
Para LA NACION
Martes 23 de febrero de 2010
Si bien no existe una definición convencional y de consenso acerca de la noción de paciencia estratégica, el término ha ganado un espacio perceptible en la jerga de las relaciones internacionales actuales. Se asume que la paciencia es la actitud que un país o gobierno debe tener hacia otro. De acuerdo con el Diccionario de la Real Academia significa la "capacidad de padecer o soportar algo sin alterarse", la "facultad de saber esperar cuando algo se desea mucho". Por su parte, lo estratégico es algo "de importancia decisiva" para alcanzar un objetivo valorado, según el mismo diccionario. En consecuencia, se trata de ser paciente en relación con una contraparte para lograr satisfacer una trascendental meta propia.
La lógica de la paciencia estratégica se viene utilizando con más frecuencia desde el inicio de esta primera década del siglo XXI. En general, los ejemplos que se mencionan remiten a la actitud de las grandes potencias frente a ciertos actores menores del sistema que, por alguna razón particular, tienen alguna relevancia relativa (la ubicación geopolítica, la posesión de recursos materiales o militares críticos, la ambición de liderazgo) para las superpotencias, así como para el caso del proceder de los poderes emergentes respecto de algunos vecinos efectivamente gravitantes, potencialmente influyentes o eventualmente disconformes. Así entonces, se afirma que Estados Unidos muestra paciencia estratégica frente a Venezuela, a la espera de que en un futuro Chávez fracase en su revolución bolivariana del siglo XXI y que Washington recupere su proyección o ascendiente en ese país. China haría lo propio con Corea del Norte y Rusia con algunas ex repúblicas socialistas soviéticas. Paralelamente, la India hace algo similar en relación con Paquistán y Sudáfrica respecto a Zimbabwe.
En América del Sur, el ejemplo emblemático es la conducta de Brasil frente a sus vecinos; en especial, frente a la Argentina. Al parecer, y según los comentarios de funcionarios, especialistas y observadores, Brasilia está bastante molesta con la posición de la Argentina en materia comercial, tanto en lo que corresponde a la relación bilateral, a lo que atañe a Mercosur y lo que hace al G-20. En breve, Buenos Aires se habría convertido en un socio volátil con posturas excesivamente proteccionistas, carente de acceso al mercado de capitales y negligente en sus compromisos internacionales en materia comercial. La Argentina es, en consecuencia, una contraparte que genera irritación y cansancio en los empresarios de São Paulo y los funcionarios de Itamaraty. El nivel de paciencia estratégica de Brasil estaría cerca del límite.
Sin embargo, algo sobre lo que no se ha reparado suficientemente es que la Argentina también ha sido paciente, en lo estratégico, frente a Brasil y su posición en materia nuclear. El país ha compartido con el vecino una política en materia de no proliferación y verificación recíproca desde los acuerdos Sarney-Alfonsín de los ochenta; estos acuerdos han tenido como consecuencia que América del Sur sea hoy una zona de paz ejemplar en la periferia. La Argentina ha sido un artífice importante de ese proceso, a pesar de que en tiempos recientes no ha quedado claro si los dos países comparten, a plenitud, una mirada común en materia nuclear -especialmente, en lo que hace a la dimensión militar de esa energía.
El régimen nuclear internacional -en su componente relacionado con las armas nucleares- es un régimen asimétrico. Es, además, un régimen en el que los principales actores ni se desarman seriamente ni facilitan el pleno desarrollo de la energía nuclear con fines pacíficos por parte de los países con capacidad científica y tecnológica para hacerlo. En años recientes, se ha sumado la política agresiva de Washington a favor de la autolegitimación del ataque preventivo, y respecto a una franca tolerancia frente a la disponibilidad nuclear de la India (con quien firmó un acuerdo en esa materia), de Paquistán (a pesar de las incertidumbres que genera el régimen en Islamabad) y de Israel (única potencia con armas de destrucción masiva en Medio Oriente). Hay entonces motivos legítimos para cuestionar el actual régimen. Sin embargo, ello no implica que la mejor vía para encauzarlo y propender por la paz sea mediante la amenaza de la proliferación.
Ahora bien, es fundamental comprender que Brasil vive hoy el dilema de toda potencia ascendente con ambición global: o se autorestringe (por convicción, conveniencia o por impedimento) respecto al desarrollo de un poderío nuclear con fines militares, o se reafirma como un poder con artefactos militares como parte de su arsenal disuasivo. En esa encrucijada, es evidente que la primera alternativa puede tener límites para la proyección global brasileña, pero grandes beneficios regionales y efectos mundiales: América del Sur se preserva como zona de paz; Buenos Aires, Santiago y Brasilia -el ABC- se constituyen en el pilar para la estabilidad en el área; la región no se convierte en eventual punto de tensión militar y disputa nuclear entre las grandes superpotencias, y Brasil preserva su imagen como un poder no revisionista.
La segunda opción puede ser tentadora para algunos actores internos en Brasil, pero se enfrenta a varios problemas y peligros. Primero, no es claro el efecto que ello tenga para la democracia interna, pues en aras de lograr a cualquier costo el objetivo de ser potencia nuclear podría producir un deslizamiento hacia el autoritarismo. A su vez, difícilmente Washington acepte una potencia nuclear militar en el continente. La Unión Europea -más allá de los recientes compromisos entre Francia y Brasil en materia de defensa- acompañará muy posiblemente a Estados Unidos, a menos que quiera desarrollar un nuevo contencioso entre Bruselas y Washington. Buenos Aires se vería obligada a abandonar los acuerdos nucleares ya establecidos entre los dos países e iniciar una estrategia diplomática y militar orientada a presionar y cercar a Brasil. Probablemente América del Sur, que ya vive algunas tensiones inquietantes, ingrese en una carrera armamentista que retrase, otra vez, el crecimiento económico y el bienestar social de los países del área. Brasilia tendría que procurar el avance de su proyecto seguramente asociándose tácitamente a países percibidos como "desestabilizadores" (como Corea del Norte e Irán) y elegir entre aproximarse más a la India (socio de Brasil en el G-4, el BRIC e IBSA) o a Paquistán (con una dudosa reputación de clandestinidad en asuntos nucleares). Quizá Rusia aproveche una coyuntura tal para recuperar su presencia en la región e impacientar a Estados Unidos y a la OTAN. En breve, se abre una caja de Pandora.
Una variante de la segunda alternativa es que Brasil le proponga a Buenos Aires desarrollar conjuntamente, ya sea de forma abierta o encubierta, una capacidad nuclear compartida en el ámbito militar. Pero ello implicaría un salto cualitativo en las relaciones binacionales: Brasil y la Argentina dejarían atrás una sociedad estrecha y afirmarían una alianza decisiva.
Lo cierto es que el consenso sociopolítico y cívicomilitar actual en la Argentina es a favor del mayor desarrollo posible de la capacidad nuclear con fines pacíficos, el desarme efectivo entre las potencias nucleares existentes y la no proliferación en materia militar. El más reciente voto de la Argentina -distinto al de Brasil- respecto de la cuestión de Irán en la Organización Internacional de Energía Atómica y la plena disposición a que Brasil verifique las instalaciones nucleares del país son un testimonio de ello. Por su parte, las señales de ambigüedad en Brasil en este frente vienen creciendo en los últimos dos años: si bien no constituyen una mayoría ni poseen una posición hegemónica, algunos sectores se muestran tentados con la eventualidad de avanzar en el desarrollo de bombas atómicas.
Por el momento, la Argentina ha tenido bastante paciencia estratégica respecto de Brasil en el ámbito nuclear. Más temprano que tarde este tema tenderá a esclarecerse. Una buena pista de lo que podría suceder en el futuro se develará en dos foros próximos: la Cumbre de Seguridad Mundial convocada por el presidente Barack Obama, que se realizará en Washington a mediados de abril, y la Conferencia Mundial de Revisión del Tratado de No Proliferación Nuclear (TNP), que se efectuará en Nueva York en mayo próximo, coincidiendo con la conmemoración del Bicentenario argentino.
http://www.lanacion.com.ar/nota.asp?nota_id=1236127
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."