VENEZUELA

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DELTA22
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Re: CHAVEZ: de novo.

#3661 Mensagem por DELTA22 » Dom Jan 31, 2010 11:48 am

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Coisas da Política
Cristian Klein

Depois do Haiti, a Venezuela treme

A Venezuela ainda pode ser considerada uma democracia? Como qualificar este regime estranho, que tem legitimidade mas ao mesmo tempo é conduzido por um presidente que abusa dela? Perguntas como essa tem sido um desafio para entender o que se passa no país, desde que Hugo Chávez começou a introduzir uma versão própria de democracia, não a liberal, mas a socialista. Ou, para voltarmos a um termo conhecido, o capitalismo de Estado, em que a sociedade entrega parte de sua liberdade em troca de uma maior igualdade econômica. A avaliação da democracia envolve inúmeros aspectos, e sua medida tem mais a ver com uma gradação contínua do que uma simples visão preto no branco.

Os últimos acontecimentos na Venezuela, porém, pela carga de tensão política e social, podem jogar o país definitivamente em um contorno mais claro de que caminho vai tomar. Há alguns anos assistimos à situação venezuelana como uma medição de forças entre o chavismo e a oposição. Não há meio termo. É um país extremamente dividido e que vive um momento de profunda instabilidade. Hugo Chávez tem o significado de uma verdadeira placa tectônica a se movimentar. Desde sua chegada ao poder, o país acostumou-se a conviver com o que poderíamos chamar de sismos institucionais e rotineiros. A impressão que se tem é que, aos poucos, Chávez, em seu projeto de criar um país socialista, vai derrubando alguns pilares do capitalismo – embora nem todos – mas, junto com eles, caem também os da democracia. Se o Haiti foi atingido por um terremoto de proporções devastadoras, a Venezuela é o país onde hoje é possível prever um abalo institucional há muito não visto. E o edifício pode desabar tanto para um lado quanto para o outro.

Os protestos se intensificam e a reação do governo pode levar a um recrudescimento do que o chavismo tem de pior. O autoritarismo, a censura e a violência são ingredientes inevitáveis para quem quer fazer uma revolução. Não se faz omelete sem quebrar os ovos. E Chávez parece cada vez mais disposto a quebrá-los.

Ocorre que o presidente, em parte devido à sua própria imperícia e em parte devido às dificuldades inerentes de impor seu programa sem um ruptura radical, tem transformado a Venezuela num caos. Racionamento, falta de energia elétrica e de água, inflação galopante, tudo contribui para que a popularidade de Chávez nas classes mais baixas e remediadas fique por um fio. Sua declaração recente, de que pode tomar decisões radicais para aplacar as manifestações de rua que já duram dias, indica desespero. Boatos de que os militares o teriam derrubado – prendendo-o ou mesmo matando-o – circularam na última semana e o obrigaram a aparecer em público.

Três ou quatro fatores contribuíram para que a Venezuela se aproximasse desta temperatura de ebulição: os problemas de infraestrutura (agravados por uma seca que abaixou os níveis das represas, prejudicando o abastecimento de água e luz); a suspensão do sinal de seis canais de TV a cabo; a desvalorização da moeda em relação ao dólar e o subsequente envio inútil de soldados do Exército a supermercados para coibir o aumento de preços; e a renúncia de aliados mais próximos, como o vice-presidente e ministro da Defesa, Ramón Carrizález, a ministra do Meio Ambiente e o presidente do Banco da Venezuela. É um conjunto muito variado e potente de fatores que formam uma combinação explosiva. Como Chávez sairá desta?

É verdade que uma característica do capitalismo é sua capacidade de “votar com os pés”, ou seja, quando veem ameaçados seus interesses por um governo de plantão com plataforma mais à esquerda, os capitalistas facilmente manifestam sua vontade e exercem seu poder de pressão por meio da retirada dos investimentos no país. Em alguns casos, é um fator de inibição à escolha democrática, da maioria, que não vê atendidas as demandas levadas a cabo pelo representante eleito. Por outro lado, Chávez já está há muito tempo no poder, sem que alterações importantes na vida do cidadão fossem feitas. O povo venezuelano talvez já esteja cansado demais deste impasse que dura anos e clame por algo que se possa minimamente chamar de unidade.
-----------------------------------------------------------------
Ó, fiz um "panorama" parecido com esse duas páginas atrás, mas esse ai está mais completo. :wink:

[]'s a todos.




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Edu Lopes
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Re: CHAVEZ: de novo.

#3662 Mensagem por Edu Lopes » Dom Jan 31, 2010 11:58 am

Governo Chávez pede punição a jornal opositor por texto de humor

da Efe, em Caracas

O governo Hugo Chávez anunciou que pedirá oficialmente ao Ministério Público (MP) uma punição ao diário opositor "Tal Cual", de Caracas, por um texto de humor estampado na capa da edição desta sexta-feira.

Com o título "Governo denuncia que diário privado 'Tal Cual' incita a violência", a estatal agência de notícias ABN publica que o Ministério da Comunicação e Informação emitiu um comunicado ressaltando que o diário do dirigente opositor Teodoro Petkoff "desrespeita a democracia venezuelana".

"Além disso, faz uma chamada flagrante ao desconhecimento da ordem constitucional e incita a violência como via de luta política para conseguir o que (os opositores) sabem que não poderão conseguir jamais através da via eleitoral", diz a nota do Ministério.

Usando fotografias de incidentes de rua, do cubano Fidel Castro, do nicaraguense Daniel Ortega e outras, e com o título de "Venezuela sem Esteban" (em alusão a Chávez) e evidenciando uma "clássica cartilha fascista", segundo o Ministério, o editor Laureano Márquez imaginou um país pós-Chávez.

"Na primeira página é mostrada uma imagem que faz alusão a como seriam os primeiros dias posteriores ao golpe de Estado. Se justifica o uso da violência social, da guerra civil, como forma de chegar ao poder", segundo a interpretação do governo contida no comunicado.

Ameaça

Márquez escreveu, por sua vez, que um dia depois da saída de Chávez "grupos armados pró-governo anterior" destruirão "o que resta do país, que felizmente era muito pouco".

O jornalista imagina que Chávez fugiu para Cuba e que os deputados que foram leais a ele "começam a notar que as leis que aprovaram antes são bastante antidemocráticas".

Vinte anos depois, acrescenta Márquez, "morre oficialmente Fidel Castro e Raúl pede a Esteban que abandone Cuba".

Tudo, segundo a nota ministerial, "representa uma agressão, uma provocação e uma falta de respeito à democracia venezuelana", assim como "um convite a um plano golpista, genocida e terrorista, que é mascarado através do humor".

Em 2007, Márquez publicou também na capa do "Tal Cual" uma carta humorística a uma filha de Chávez.

O jornalista foi multado em US$ 50 mil, quantia arrecadada em uma coleta pública.


Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 7058.shtml
(...)ressaltando que o diário do dirigente opositor Teodoro Petkoff "desrespeita a democracia venezuelana".

Democracia venezuelana??? Imagem Imagem Imagem




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Re: CHAVEZ: de novo.

#3663 Mensagem por Enlil » Dom Jan 31, 2010 2:35 pm

Túlio escreveu:O cara errou o quote, tá na cara. Deve ter acontecido por causa daquela bendita limitação de citações... :roll: 8-]
Sem dúvida. Bem q poderiam aumentar o limite. Muitas vezes tenho dificuldade em selecionar o necessário para não estourar esse limite.




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Marino
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Re: CHAVEZ: de novo.

#3664 Mensagem por Marino » Dom Jan 31, 2010 5:01 pm

Fracassou o socialismo bolivariano

Carlos Pio

Cientista político, professor de economia política internacional da Universidade de Brasília e pesquisador visitante da University Oxford, Inglaterra



Nos países capitalistas os preços são livres. Ninguém precisa de autorização para ir ao mercado comprar o que quer, na quantidade que quiser — e é livre para comparar preços, barganhar, comprar ou não; mas os produtores e comerciantes também são livres para produzir, contratar e estabelecer os preços dos bens. Quanto mais arraigada (nos hábitos e nas regras que regem as escolhas das pessoas) for a liberdade de consumidores e produtores, maiores as chances de que aumente o bem-estar geral. É uma regra de ouro.

Os leitores já pararam para pensar que nos países capitalistas, normalmente, não faltam produtos, não se formam filas quilométricas e as Forças Armadas não precisam ser convocadas para “conter a especulação” ou “garantir o acesso da população aos bens de primeira necessidade”? Que não há crise de abastecimento no capitalismo — e tampouco crise de fome? Por que será, então, que ao pôr em prática o decreto que desvaloriza o câmbio nominal em mais de 100% e cria taxas diferentes entre produtos considerados “de importação prioritária” e “supérfluos” o coronel Hugo Chávez optou por convocar as Forças Armadas para garantir o abastecimento?

A resposta é simples: a Venezuela não é mais um país capitalista (e nem democrático, diga-se de passagem!). Lá o governo estatiza empresas e bancos; intromete-se nos contratos privados; cerceia o direito de organização dos trabalhadores; adota política econômica irresponsável, que exagera gastos e reduz impostos, para comprar votos dos pobres e enriquecer os amigos; fixa preços; fixa o câmbio; oferece ajuda externa acima das capacidades do país; deixa o crime crescer e a infra-estrutura piorar; politiza a cartilha escolar; persegue adversários; fecha canais de televisão e rádio. E as notícias das últimas semanas atestam que Chávez quer aprofundar essas escolhas.

Alguém investiria o próprio dinheiro num país desses? Sem investimento privado, caem a oferta e a produtividade (eficiência), aumentam os preços (inflação) e caem as exportações, aumenta o desemprego e formam-se gargalos na economia. Não há prosperidade no fim desse túnel.

Inflação e desvalorização cambial são, a rigor, a mesma coisa: medidas da perda de valor real da moeda. Inflação é a corrosão desse valor pela elevação dos preços domésticos. Produtos e serviços mais caros significam maior custo de vida e maiores custos de produção. É a queda do poder de compra da moeda. E é apenas natural que essa queda seja acompanhada pela correspondente queda do poder de compra no exterior — em relação a bens, mas também às próprias moedas estrangeiras.

Por um lado, a desvalorização da moeda era inevitável e desejável. Apesar dos ganhos com exportações de petróleo, o país não conseguiria conviver por muito mais tempo com o crescimento das importações — as reservas de moeda estrangeira desapareceriam. No curto prazo, o efeito da desvalorização é positivo: as importações ficam mais caras (em bolívares) e devem cair; os produtos locais ficam mais baratos (em dólares) e devem crescer. No entanto, com o tempo esse efeito da desvalorização vai se perder. Importações essenciais — por exemplo, alimentos — também ficarão mais caras e seus preços tendem a se difundir pela economia, provocando mais inflação no futuro. E inflação provoca depreciação do câmbio, o que requer mais desvalorizações (e mais inflação...). Para ser efetiva e sustentável, a desvalorização precisa ser acompanhada de políticas capazes de fazer a economia crescer sem inflação.

A saída correta seria aumentar as liberdades de todos: preços livres, câmbio livre, importação livre, garantias à propriedade privada, desregulação da economia — sem falar nas garantias à vida e à participação política. Só assim cada venezuelano receberia bons incentivos para investir e produzir mais e, agindo assim, elevaria a eficiência e a competitividade da economia. Mas Chávez é contra.

Há alguma chance do decreto restaurar as bases de uma economia sólida e próspera? Infelizmente, não. Em breve constataremos mais inflação, mercado paralelo, contrabando e sonegação fiscal. Essa crescente desorganização da economia provocará mais descontentamento social e intensificação de manifestações políticas contra Chávez. Isso porque nenhum governo é capaz de substituir o mercado, estabelecendo preços relativos consistentes para um amplo conjunto de produtos e serviços, sem ameaçar a continuidade da densa cadeia produtiva que é a economia. Foi porque os governos tentaram fazer isso nos países do Leste que o socialismo fracassou. E vai fracassar na Venezuela.




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Re: CHAVEZ: de novo.

#3665 Mensagem por Túlio » Dom Jan 31, 2010 7:17 pm

De certa forma vou sentir saudades, o Chávez - :twisted: TINHA que ser o Chávez :twisted: - se presta admiravelmente a uma boa piada (embora eu pense que se fosse Venezuelano não acharia muita graça, não deve haver muita disposição para dar risada quando se está com fome, sede e no escuro)...

Mas para nós, de pança cheia, água jorrando da torneira e PC ligado porque tem energia na tomada, ainda dá para rir. :wink:







Já este não tem nada a haver com 'ele' mas tem uma parte engraçadíssima, a última, do cara posando para os pintores.





“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: CHAVEZ: de novo.

#3666 Mensagem por Clermont » Dom Jan 31, 2010 8:37 pm

O INÍCIO DA DERROCADA DE CHÁVEZ - Fiasco em Honduras, vitória de Piñera no Chile e crises enérgica e cambial sinalizam seu ocaso.

De Jackson Diehl, do The Washington Post (O Estado de São Paulo/Blog do Noblat - 31.1.2010.)

Enquanto o mundo se preocupava com a crise no Haiti, a América Latina passava sem alarde por um momento crucial no conflito ideológico que polarizou a região - e paralisou a diplomacia americana - durante a maior parte da década.

O sentido é esse: o "socialismo do século XXI" de Hugo Chávez foi derrotado e está a caminho do colapso.

Nas duas últimas semanas, imediatamente antes e depois do terremoto em Porto Príncipe, Chávez foi obrigado a desvalorizar a moeda venezuelana e a impor - e, em seguida, revogar - cortes significativos de energia na capital, enquanto o país sofria uma severa recessão, com uma inflação de dois dígitos e o possível colapso de sua rede elétrica.

Em Honduras, a crise de sete meses desencadeada pela tentativa do presidente deposto Manuel Zelaya, do grupo de Chávez, de infringir a ordem constitucional acabou sem sobressaltos com um acordo que o enviou para o exílio e dará posse a um presidente moderado eleito democraticamente.

E, finalmente, a eleição presidencial no Chile, país com a economia mais próspera da região, foi concluída com a primeira vitória de um candidato de direita desde que o ditador Augusto Pinochet foi obrigado a deixar o poder, há duas décadas.

O vitorioso, Sebastián Piñera, industrial e defensor do livre mercado, fez algo que nenhum líder chileno ou da maioria das nações latino-americanas foi capaz de fazer nos últimos anos: enfrentar Chávez.

A Venezuela "não é uma democracia", disse Piñera durante a campanha. E acrescentou: "Dois grandes modelos surgiram na América Latina: um liderado por pessoas como Chávez na Venezuela. Acho que o segundo modelo será melhor para o Chile. Este o modelo é o que adotaremos: a democracia, o estado de direito, a liberdade de expressão e a alternância no poder, sem caudilhismo."

Piñera afirmou o óbvio - mas foi além do que sua predecessora socialista Michelle Bachelet e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva estão dispostos a afirmar abertamente.

Esse silêncio paralisou tanto o governo do ex-presidente americano George W. Bush quanto o do atual, Barack Obama. Com ou sem razão, ambos sabiam que estariam sozinhos em apontar o ataque de Chávez à democracia. Piñera, agora, deu a Washington a oportunidade de denunciar as violações dos direitos humanos na Venezuela.

Ele conseguiu esta façanha no momento em que Chávez sofre também revezes diplomáticos.

Honduras foi o primeiro. Embora se trate de um país minúsculo, a luta pelo poder entre a elite política local e Zelaya transformou-se numa luta regional entre os partidários e os adversários do chavismo, com o Brasil e outras democracias esquerdistas no meio.

O resultado é uma vitória dos EUA, praticamente o único país que apoiou a eleição democrática. Honduras representa o fim da cruzada de Chávez para a exportação de sua revolução. Bolívia e Nicarágua permanecerão seus únicos aliados.

Lula, que com sua tolerância em relação a Chávez comprometeu sua aspiração de se tornar um estadista global, deixará a presidência no fim do ano, enquanto as pesquisas de opinião mostram que a candidata de seu partido está atrás do candidato da oposição.

O Haiti só contribui para aprofundar o buraco em que Chávez se encontra. Como o mundo todo pôde observar, os EUA empreenderam uma maciça operação humanitária e os haitianos aplaudiram a chegada dos fuzileiros navais americanos.

Chávez não pôde conciliar essas imagens com a mensagem central da sua propaganda para a América Latina, a de que os EUA são um "império" e o poder maligno da região.

Ao mesmo tempo, temos o colapso que Chávez enfrenta em seu país. Apesar da recuperação do preço do petróleo, a economia venezuelana enfrenta uma profunda recessão e continua afundando, enquanto o restante da América Latina se recupera. Segundo economistas, a inflação venezuelana pode chegar a 60% nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, por causa da seca, o país está ameaçado pelo fechamento de uma usina hidrelétrica que fornece 70% da eletricidade do país. Como Chávez não investiu em novas usinas, não haverá como substituí-la. Além disso, a criminalidade é endêmica - os homicídios triplicaram desde que Chávez tomou posse, tornando Caracas uma das cidades mais perigosas do mundo.

No caso haitiano, a televisão estatal, controlada por Chávez, chegou a afirmar que a Marinha americana provocou o terremoto usando uma nova arma secreta. No domingo, o governo ordenou a suspensão de seis emissoras de TV a cabo que se recusavam a transmitir seus discursos intermináveis.

No entanto, a popularidade de Chávez continua caindo - está abaixo de 50% na Venezuela e de 34% no restante da região. O momento crucial na batalha entre o populismo autoritário e a democracia liberal na América Latina já passou - e Chávez perdeu.




Carlos Mathias

Re: CHAVEZ: de novo.

#3667 Mensagem por Carlos Mathias » Dom Jan 31, 2010 8:55 pm

Hmmmm. Gostei não.
EUA dependendo do Chile prá afrontar Chavez? :lol:
Em Honduras, a crise de sete meses desencadeada pela tentativa do presidente deposto Manuel Zelaya, do grupo de Chávez, de infringir a ordem constitucional acabou sem sobressaltos com um acordo que o enviou para o exílio e dará posse a um presidente moderado eleito democraticamente.
:shock: :shock: :shock: :shock:

Na minha opinião, tendencioso demais.
Chávez é tudo de ruim (isso eu também acho), mas não precisa apelar tanto, ele se afunda sozinho




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Re: CHAVEZ: de novo.

#3668 Mensagem por Túlio » Dom Jan 31, 2010 9:16 pm

Sei não, volta e meia lembro do Mestre Bat, que de vez em quando dá o ar da graça com algum fake:

A ÚLTIMA BATALHA DA GUERRA FRIA SERÁ TRAVADA NA AMÉRICA LATINA.

[022]




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Re: CHAVEZ: de novo.

#3669 Mensagem por WalterGaudério » Dom Jan 31, 2010 10:20 pm

Túlio escreveu:Sei não, volta e meia lembro do Mestre Bat, que de vez em quando dá o ar da graça com algum fake:

A ÚLTIMA BATALHA DA GUERRA FRIA SERÁ TRAVADA NA AMÉRICA LATINA.

[022]
Tio Túlio a última batalha da guerra fria será travada na... península coreana...
ferro quente no Kim jong Il[004] [004] [004] [004] [004]

Bem..., pode ser tb no estreito de Taiwan...




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: CHAVEZ: de novo.

#3670 Mensagem por Enlil » Dom Jan 31, 2010 11:31 pm

Clermont escreveu:O INÍCIO DA DERROCADA DE CHÁVEZ - Fiasco em Honduras, vitória de Piñera no Chile e crises enérgica e cambial sinalizam seu ocaso.

De Jackson Diehl, do The Washington Post (O Estado de São Paulo/Blog do Noblat - 31.1.2010.)

Enquanto o mundo se preocupava com a crise no Haiti, a América Latina passava sem alarde por um momento crucial no conflito ideológico que polarizou a região - e paralisou a diplomacia americana - durante a maior parte da década.

O sentido é esse: o "socialismo do século XXI" de Hugo Chávez foi derrotado e está a caminho do colapso.

Nas duas últimas semanas, imediatamente antes e depois do terremoto em Porto Príncipe, Chávez foi obrigado a desvalorizar a moeda venezuelana e a impor - e, em seguida, revogar - cortes significativos de energia na capital, enquanto o país sofria uma severa recessão, com uma inflação de dois dígitos e o possível colapso de sua rede elétrica.

Em Honduras, a crise de sete meses desencadeada pela tentativa do presidente deposto Manuel Zelaya, do grupo de Chávez, de infringir a ordem constitucional acabou sem sobressaltos com um acordo que o enviou para o exílio e dará posse a um presidente moderado eleito democraticamente.

E, finalmente, a eleição presidencial no Chile, país com a economia mais próspera da região, foi concluída com a primeira vitória de um candidato de direita desde que o ditador Augusto Pinochet foi obrigado a deixar o poder, há duas décadas.

O vitorioso, Sebastián Piñera, industrial e defensor do livre mercado, fez algo que nenhum líder chileno ou da maioria das nações latino-americanas foi capaz de fazer nos últimos anos: enfrentar Chávez.

A Venezuela "não é uma democracia", disse Piñera durante a campanha. E acrescentou: "Dois grandes modelos surgiram na América Latina: um liderado por pessoas como Chávez na Venezuela. Acho que o segundo modelo será melhor para o Chile. Este o modelo é o que adotaremos: a democracia, o estado de direito, a liberdade de expressão e a alternância no poder, sem caudilhismo."

Piñera afirmou o óbvio - mas foi além do que sua predecessora socialista Michelle Bachelet e o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva estão dispostos a afirmar abertamente.

Esse silêncio paralisou tanto o governo do ex-presidente americano George W. Bush quanto o do atual, Barack Obama. Com ou sem razão, ambos sabiam que estariam sozinhos em apontar o ataque de Chávez à democracia. Piñera, agora, deu a Washington a oportunidade de denunciar as violações dos direitos humanos na Venezuela.

Ele conseguiu esta façanha no momento em que Chávez sofre também revezes diplomáticos.

Honduras foi o primeiro. Embora se trate de um país minúsculo, a luta pelo poder entre a elite política local e Zelaya transformou-se numa luta regional entre os partidários e os adversários do chavismo, com o Brasil e outras democracias esquerdistas no meio.

O resultado é uma vitória dos EUA, praticamente o único país que apoiou a eleição democrática. Honduras representa o fim da cruzada de Chávez para a exportação de sua revolução. Bolívia e Nicarágua permanecerão seus únicos aliados.

Lula, que com sua tolerância em relação a Chávez comprometeu sua aspiração de se tornar um estadista global, deixará a presidência no fim do ano, enquanto as pesquisas de opinião mostram que a candidata de seu partido está atrás do candidato da oposição.

O Haiti só contribui para aprofundar o buraco em que Chávez se encontra. Como o mundo todo pôde observar, os EUA empreenderam uma maciça operação humanitária e os haitianos aplaudiram a chegada dos fuzileiros navais americanos.

Chávez não pôde conciliar essas imagens com a mensagem central da sua propaganda para a América Latina, a de que os EUA são um "império" e o poder maligno da região.

Ao mesmo tempo, temos o colapso que Chávez enfrenta em seu país. Apesar da recuperação do preço do petróleo, a economia venezuelana enfrenta uma profunda recessão e continua afundando, enquanto o restante da América Latina se recupera. Segundo economistas, a inflação venezuelana pode chegar a 60% nos próximos meses.

Ao mesmo tempo, por causa da seca, o país está ameaçado pelo fechamento de uma usina hidrelétrica que fornece 70% da eletricidade do país. Como Chávez não investiu em novas usinas, não haverá como substituí-la. Além disso, a criminalidade é endêmica - os homicídios triplicaram desde que Chávez tomou posse, tornando Caracas uma das cidades mais perigosas do mundo.

No caso haitiano, a televisão estatal, controlada por Chávez, chegou a afirmar que a Marinha americana provocou o terremoto usando uma nova arma secreta. No domingo, o governo ordenou a suspensão de seis emissoras de TV a cabo que se recusavam a transmitir seus discursos intermináveis.

No entanto, a popularidade de Chávez continua caindo - está abaixo de 50% na Venezuela e de 34% no restante da região. O momento crucial na batalha entre o populismo autoritário e a democracia liberal na América Latina já passou - e Chávez perdeu.
É tá feia a coisa na Venezuela. Por outro lado é fácil o Piñera dar uma de homenzinho e criticar abertamente o Chávez já q o Chile tem um comércio pífio com a Venezuela e os dois países não fazem fronteira :wink:.




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Re: CHAVEZ: de novo.

#3671 Mensagem por Francoorp » Seg Fev 01, 2010 11:06 am

Túlio escreveu:Sei não, volta e meia lembro do Mestre Bat, que de vez em quando dá o ar da graça com algum fake:

A ÚLTIMA BATALHA DA GUERRA FRIA SERÁ TRAVADA NA AMÉRICA LATINA.

[022]

Com a retomada da Mãe Russia na cena militar mundial, a China crescendo em todos os sentidos e termos, e a influencia USA caindo em todos os ângulos do Planeta, a guerra fria parece ter somente entrado em uma outra de suas partes, ou seja, tinha acabado mesmo em 1991 com o fim da URSS??

Creio que esta parte que estamos vivendo não é outra que a retomada das tensões do fim dos anos 80, enquanto os anos 90 e 2000, foram um período de re-pensamento, re-considerações e re-posicionamento global..... tipo WWI e WWII, alguns históricos consideram estas duas partes de um mesmo conflito, certo era conflito ativo e não de pressões e avaliações recíprocas como foi a Guerra Fria, mas com armas de destruição em massa no jogo de poder global, a coisa é mais complexa que no inicio do século XX.

Não é esta atual fase de disputas que preocupa, mas a próxima, hoje luta-se pelas fontes energéticas, mas como que para cada barril de petróleo consumido a humanidade utiliza de 3 a 6 barris de água, e dentro de 20 ou 30 anos com o crescimento dos Brics, chegaremos a um consumo médio que quase dobra, todos nós lutaremos pela água, seja para conquistar novas fontes, que para manter outras fontes dentro do próprio domínio.(Brasil x nações andinas, pois nos andes nascem a maioria das veias da bacia amazônica)

Será neste próximo conflito que teremos a verdade sobre os armamentos, tecnologias e estratégias de hoje, ou seja para que um povo possa sobreviver realmente deverá vencer e basta,,,, caso contrário a agricultura para, a indústria para, o comércio para, os hospitais param e a sociedade morrerá de fome, de doenças e de sede!!! Desaparecendo da historia humana como sempre aconteceu e foi na face deste planeta.

E a TV e outros meios de informação, vão mostrar somente o lado os vencedores, como sempre... Quem vence escreve a historia, já diziam os Romanos.

Ai sim veremos quanto fundo é o buraco que pode nós levar a guerra ativa e operativa entre os grandes poderes mundiais.

E nós seremos um destes "Grandes poderes mundiais"??????????? 8-] 8-]




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Re: CHAVEZ: de novo.

#3672 Mensagem por Enlil » Seg Fev 01, 2010 2:25 pm

O grande catalisador dessa nova "Guerra Fria" sem dúvida foi a ambição de domínio global de um único país. O primeiro passo foi a expansão da OTAN para as fronteiras russas quando esse país estava em queda livre economica, militar, social e politicamente... Sem falar em n ações dissuasórias ao largo de águas territoriais chinesas...




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Re: CHAVEZ: de novo.

#3673 Mensagem por Mental Ray » Seg Fev 01, 2010 6:51 pm

Ex-aliados pedem renúncia do presidente Chávez em artigo
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da Folha Online

Um grupo de ex-aliados do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, integrado por antigos ministros, militares e congressistas, pediu sua renúncia hoje considerando que, depois de 11 anos no cargo, o político "não tem legitimidade nem capacidade de governar".

"Presidente Chávez, nós que fizemos da defesa da Constituição nossa luta [...] para evitar maiores males e desgraças ao país, como estão ocorrendo, exigimos formalmente a sua renúncia", pede o documento, assinado pelo grupo Polo Constitucional e publicado hoje na imprensa venezuelana.

Entre as assinaturas estão a do ex-ministro de Relações Exteriores Luis Alfonso Dávila, do ex-ministro de Defesa Raúl Isaías Baduel, de Herman Escarrá, um dos principais redatores da atual Constituição, e de dois ex-comandantes que acompanharam Chávez na tentativa de golpe de Estado em 1992, Yoel Acosta e Jesús Urdaneta, entre outros.

O texto afirma que Chávez deve deixar o poder por "seu projeto absolutista e totalitário", "pela falta de prestação de contas", "pela linguagem imprópria" empregada que "despe a alma intolerante, mesquinha, cheia de ódio e de ressentimento". Chávez "não tem autoridade moral e material para governar, pois não responde à satisfação das exigências do povo", continua.

O Polo Constitucional reivindica também o direito dos venezuelanos "à propriedade privada", à "educação plural" e ao "pluralismo político" e lamenta que o Exército e outras instituições estejam "distorcidas pela penetração de elementos estranhos", em uma clara alusão a Cuba. Além disso, considera que o atual Executivo peca por uma "centralização irresponsável que coloca seus caprichos na frente das necessidades do Estado".

Os responsáveis pela carta dizem que a Venezuela vive com falta de água, energia elétrica, sofre com altos índices de insegurança e com uma "escandalosa corrupção", que "agregam elementos para a desqualificação de Chávez como governante".

"Funcionários, familiares e personagens conhecidos como os 'boliburgueses' [burgueses bolivarianos] saquearam administrações, ministérios, Prefeituras, empresas do Estado", assegura o texto opositor.

Chávez disse neste domingo em seu programa dominical de rádio e televisão "Alô Presidente" e em seu artigo semanal "As linhas de Chávez" que observou nas manifestações contra ele nos últimos dias "o mesmo formato de violência" de abril de 2002, quando foi derrubado durante dois dias. "Há grupos que estão chamando os militares ativos, incitando-os. Recomendo que não o façam porque juro que minha resposta será forte", advertiu Chávez.



A história é feita de acontecimentos, para o bem ou para o mal. Que esse verme se f-----




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Re: CHAVEZ: de novo.

#3674 Mensagem por FOXTROT » Seg Fev 01, 2010 9:38 pm

Francoorp escreveu:
Túlio escreveu:Sei não, volta e meia lembro do Mestre Bat, que de vez em quando dá o ar da graça com algum fake:

A ÚLTIMA BATALHA DA GUERRA FRIA SERÁ TRAVADA NA AMÉRICA LATINA.

[022]

Com a retomada da Mãe Russia na cena militar mundial, a China crescendo em todos os sentidos e termos, e a influencia USA caindo em todos os ângulos do Planeta, a guerra fria parece ter somente entrado em uma outra de suas partes, ou seja, tinha acabado mesmo em 1991 com o fim da URSS??

Creio que esta parte que estamos vivendo não é outra que a retomada das tensões do fim dos anos 80, enquanto os anos 90 e 2000, foram um período de re-pensamento, re-considerações e re-posicionamento global..... tipo WWI e WWII, alguns históricos consideram estas duas partes de um mesmo conflito, certo era conflito ativo e não de pressões e avaliações recíprocas como foi a Guerra Fria, mas com armas de destruição em massa no jogo de poder global, a coisa é mais complexa que no inicio do século XX.

Não é esta atual fase de disputas que preocupa, mas a próxima, hoje luta-se pelas fontes energéticas, mas como que para cada barril de petróleo consumido a humanidade utiliza de 3 a 6 barris de água, e dentro de 20 ou 30 anos com o crescimento dos Brics, chegaremos a um consumo médio que quase dobra, todos nós lutaremos pela água, seja para conquistar novas fontes, que para manter outras fontes dentro do próprio domínio.(Brasil x nações andinas, pois nos andes nascem a maioria das veias da bacia amazônica)

Será neste próximo conflito que teremos a verdade sobre os armamentos, tecnologias e estratégias de hoje, ou seja para que um povo possa sobreviver realmente deverá vencer e basta,,,, caso contrário a agricultura para, a indústria para, o comércio para, os hospitais param e a sociedade morrerá de fome, de doenças e de sede!!! Desaparecendo da historia humana como sempre aconteceu e foi na face deste planeta.

E a TV e outros meios de informação, vão mostrar somente o lado os vencedores, como sempre... Quem vence escreve a historia, já diziam os Romanos.

Ai sim veremos quanto fundo é o buraco que pode nós levar a guerra ativa e operativa entre os grandes poderes mundiais.

E nós seremos um destes "Grandes poderes mundiais"??????????? 8-] 8-]
De acordo, quem quer a paz deve se preparar para a guerra.




"Só os mortos conhecem o fim da guerra" Platão.
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Re: CHAVEZ: de novo.

#3675 Mensagem por Francoorp » Seg Fev 01, 2010 9:51 pm

Enlil escreveu:O grande catalisador dessa nova "Guerra Fria" sem dúvida foi a ambição de domínio global de um único país. O primeiro passo foi a expansão da OTAN para as fronteiras russas quando esse país estava em queda livre economica, militar, social e politicamente... Sem falar em n ações dissuasórias ao largo de águas territoriais chinesas...

Exato Enlil !!!! Mesmo que tenha "acabado" a guerra fria, os grandes continuaram atuando nestes anos como se não tivesse acabado nada, ver-se competição armamentista, e a grande "Global Domination" que caberia ao "legitimo" vencedor da Guerra Fria deu em nada... até piorou a segurança global, aumentando o risco de conflitos pelo mundo.

Mas durante a Guerra Fria tinha-se na promessa de vitória a globalizaçào do sistema vencedor a todos os povos e culturas do planeta Terra, mas os pobres e os que sofreram durante o velho período, disseram que não é bem assim, nada acabou !!! temos direito a nossa vingança, custe o que custar, e decidiram vingar-se de todos os dois contendentes através da unica arma que teen à própria disposição... com moral elevada e muita determinação... leia-se Kamikase ou vento divino em japonês, mas aqui chega o drama da historia... a humanidade ( se é que existe toda esta humanidade nos homens, o conceito de humanidade deve ser revisto-Oscar Wilde) estava pronta para a nova forma de combater pelo globo terrestre??? Usar meios civis para atacar civis, na convenção de Genebra este tipo de combate não é contemplado, à parte a guerra civil !!

O que é então??? Se um exército regular usar meios militares, mas se por quaisquer razões abater civis, existe o crime de guerra,( os vencedores não vão à corte de AJA, ainda não...) mas os danos vão calculados e existem mil justificações e regulamentos para se livrar dos crimes, tipo homens armados do exercito inimigo eram dentro do hospital fazendo assim que o mesmo transforma-se-ia em objetivo militar!!! Assim corre a hipocrisia, mas civis que atacam civis estrangeiros o que são??

Para alguns são mártires da liberdade e da vingança, para outros são terroristas... bela palavra, terrorista. Muitos são a favor de que o termo em si não subsiste, outros dizem que resistir de forma violenta ao poder violento instituído é um dever, outros dizem que os civis mortos em guerra por mão de exércitos invasores justificam qualquer sacrifício e todos os meios utilizados, outros dizem que ser contra o modelo político elitista e desejar muda-lo por novas idéias sociais, e pela unica forma da palavra é uma apologia ao terrorismo.

A instituição do ATO PATRIÓTICO nos USA é a prova cabal deste dilema legal, o que é por lei um terrorista?? Como pode ser reconhecido por lei esta palavra e esta ação terrorista??? Não foi resolvido nada em propósito, são os meios de segurança do estado que decidem quem é e quem não é terrorista. Ou seja qualquer cidadão e individuo dentro do território USA, pode ser preso e acusado de terrorismo, qualquer um mesmo, sem distinção!!!!!!

Mas por incrível que pareça esta palavra não é atual, vem usada jà desde 1914 quando o príncipe Francisco Ferdinando foi assassinado em Belgrado, nos Balcãs. Hoje o termo ainda escatena uma guerra, sempre pelos mesmos motivos, "o Pretexto" que veio à calhar para a grande intervenção militar, justificando a liberação de interesses mil por tempos contidos no véu da hipocrisia.

Durante a Historia do século XX esta terminologia foi usada por muitos poderes instituídos, principalmente pelos Fascio-Nazistas. Aqueles que eram os herois combates pela liberdade para uns, era um terrorista para outros. O caso clássico e que todos sabem são os Partigianos europeus, membros da resistência civil, altamente politizados, que lutavam com todos os meios para matar e eliminar fisicamente os membros do exercito invasor dentro das próprias cidades e território, fazendo de meios civis armas mortais, latas de lixo, presentes, telefones, carros, caminhões, moveis abandonados, brinquedos e até como nos dias atuais, bicicletas bomba, uma bicicleta acoplada a uma lata de lixo( Via Rasella, Roma-23 março de 1944), o comandante da SS na cidade ocupada deu a ordem de matar 10 civis para cada militar morto, ele mesmo o oficial SS Herbert Kappler, arriscando a vida por desobedecer as loucas e delirantes ordens pessoais do Fuhrer de eliminar 50 civis x cada militar morto na explosão da bomba.

Morreram 31 militares do 3° batalhão do Polizeiregiment Bozen neste ataque "terrorista". Os civis executados foram 335 unidades, erraram as contas no frenesì do momento, e teve o sobre salto do sentimento de vingana sobre as ordens recebidas. O memorial é em via Ardeatina, na cidade de Roma, e foi o massacre da fossa Ardeatina. Neste caso especifico, quem é o terrorista, o exército invasor ou a resistência civil?????

Mas voltando aos tempos mais recentes, existiu um dia na A.L. dos anos 60 e 70 uma democracia tolerante e válida. No nosso Brasil foi eleito pelo povo um presidente da República em 1961 chamado João Goulart, ou Jango, este senhor eleito pelo próprio povo, mas foi destituído por um golpe militar em 1964, executado pelas elites sociais e militares, sendo apoiada esta força reacionária por grande interesse estrangeiro(USA), tendo seus direitos políticos cassados por 10 anos com o ato institucional numero um, ou AI-1.

Neste período qualquer individuo que fosse contra o poder instituído era chamado com o nome de terrorista. A democracia foi suspensa e destruída pelo ato institucional numero 5, ou AI-5, em 1967, substituindo-se à constituição do Brasil e eliminando de fato toda e qualquer liberdade do cidadão, seja política, de palavra, de ir e vir entre outras liberdades civis. Em palavras pobres foi um ataque militar contra objetivos civis.

O fato propagandìstico marcante nesta operação militar era que tudo o que foi feito, era para assegurar a liberdade contra a ameaça comunista, pois o comunista não te da liberdade, mas se na realidade com o AI-5 não existe legalmente mais alguma liberdade, qual é esta messiânica liberdade que foi pregada com o fim da democracia no nosso país???

A liberdade de empresa!!!! Nenhuma liberdade civis ou varias, mas a de empresa sim. Qualquer nação ou povo no mundo que siga uma doutrina diferente desta unica verdade de dogma absoluto é um estado canalha, e um ninho de terroristas... o tempo passou e o dogma foi bem implantado nos corações e mentes dos selvagens latino-americanos, agora que esta terra foi conquistada, deixaremos voltar a ilusão da democracia, tanto vão governar sempre as elites mesmo... Mais uma vez, quem é o terrorista???

Passou o tempo e ... Alarme, fomos atacados...mas foi um ataque de civis contra civis; O que é isso de forma legal??? Alguém sabe?? Não sabemos, mas sabemos que é guerra!!! Mas é Guerra civil ou militar, se é militar devemos atacar algum estado, pois é assim que funciona na estratégia militar.
Existe um tal de Bin não sei o que... mas ta bom assim, ele esta na Ásia central , vive junto daqueles maníacos religiosos que nós mesmos armamos e treinamos por todo os anos 80, durante o período da invasão do Império do MAL. As armas são velhas de décadas e a disciplina de treinamento não é aquela do passado, vamos la que vai ser um passeio tranqüilo e basta, a nova geração do nosso povo vai ser orgulhosa da nossa vingança....mas quem luta pela vingança não é um terrorista??Quem é o terrorista?????

Nos dias correntes um exercito "libertador" foi libertar um povo de um ditador que eles mesmos mantiveram no poder por décadas e décadas, influenciando e pressionando este ditador a combater o vizinho rebelde e vilão, em uma guerra que durou quase uma década e fez cerca de um milhão de mortos. Um ditador que tinha dentro do próprio território, ao redor das regiões mais produtivas dos recursos nacionais, um grupo de rebeldes sem pátria, que lutam pela independência dos vilarejos onde vivem por gerações, e assim o ditador não podendo tolerar a desunião nacional em tempo de guerra e não podendo arriscar de perder o controle da importante região de divisas da exportação de recursos nestes tempos de guerra, vira as armas químicas importadas do ocidente contra este povo e elimina a própria gente sem piedade alguma.

Este ditador(ou terrorista se for considerar o ataque aos civis) perdeu o trono para os seus próprios protetores, e os libertadores apelarão as armas químicas deste ditador, armas vendidas por eles mesmos....e depois seguiu a seqüencia na onda do pretexto, abrindo assim um novo fronte na guerra ao terrorismo, onde usa-se armas ao fósforo branco para libertar a cidade de Falugya, mas que estranhamente, até hoje os arquivos desta batalha urbana são classificados... será que morreram tantos civis assim pelo uso de armas químicas por parte do exercito "libertador"??

E os terroristas... perderam em falugya, é obvio, mas o que não falta no em outras cidades do Iraque são terroristas, estão por todos os lados em cada esquina e abrem o fogo sem algum temor da morte contra os democráticos libertadores, usam bombas colocadas em meios de fortuna, latas de lixo, presentes, telefones, carros, caminhões, moveis abandonados, brinquedos, bicicletas bomba, e na própria cintura...quem fazia assim no passado ??

Antigamente como hoje, quem combate o invasor e chamado pelo exercito regular de terrorista, e pela população do lugar de Partigiani, ou combatente pela liberdade... mas os tempos mudaram, e os libertadores querem somente ajudar os locais a viver dentro da liberdade, e aqueles que um dia eram chamados pelos próprios invasores de combatentes pela liberdade, hoje, estes civis partigianos, são os rebeldes terroristas com sede de sangue, mas outrora alguém diria que eles querem somente libertar o país do exercito invasor... Estou confuso....Quem é o terrorista??

Atualìssima esta retórica política, mas algo deu errado no fim com esta forma de fazer, existe uma nação neste planeta onde a liberdade civil e política não existe, mas a de empresa sim! O problema é que esta nação não foi fruto da intervenção do nosso Big Brother, mas foi uma decisão legítima e independente de assim agir, sem obedecer à ordem alguma do grande irmão do norte.

Esta nação é a China. Mas esta nação não poderia sem chamada de terrorista, pois segue um modelo que aprendeu bem com o mundo ocidental periférico dos anos 70, década na qual este gigante começou de fato a "liberar" o mercado produtivo interno a iniciativa privada, aprendeu bem que a liberdade de empresa sobrevive a liberdade civil, e que assim um regime ditatorial bem administrado sobrevive à prova do tempo, e se for forte militarmente e pregar de forma continua a união nacional, pode-se sobreviver pelos séculos dos séculos!!!! Podendo até mesmo por em cheque mate o professor capitalista, onde o credito é a corda e o debito a pagar é a forca em ação.
Triste, muito triste mesmo, mas realistico o bastante para meter na defensiva uma "democracia da espada".

Hoje temos a duvida do quem é quem, eu estou confuso, alguém me diz quem é o terrorista e quem é o...o coisa??
Parece que conhecemos mais a palavra terrorista que a sua palavra antônima contraposta!!!

Mas fico na confusão!! [101] [101]




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

Imagem http://francoorp.blogspot.com/
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