Veja como nós tempos visões diferentes sobre um mesmo problema...gaitero escreveu:[ quote="Santiago"]Gaitero,gaitero escreveu: Com toda certeza os presos perderam familiares, perderam suas casas, e estão na mesma merda que toda a população, sem favela para controlar, sem dinheiro para roubar e sem drogas para vender...
Seriam loucos de atacar a força de ajuda??
Com certeza, se eu fosse um preso e minha pena fosse o tráfico, 80% dos presos, eu jamais faria isto...
Vc é um homem de bem, mas a realidade não é assim, ainda mais em catastrofes:
Nas ruas, sobreviventes de tremor no Haiti lutam por comida
16/01/2010 - 12h04
Nas ruas, sobreviventes de tremor no Haiti lutam por comida
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JANAINA LAGE
CAIO GUATELLI
enviados especiais da Folha de S. Paulo a Porto Príncipe
Primeiro foram os corpos espalhados pelas ruas. Agora são as disputas por alimento. Três dias depois do terremoto que destruiu a capital do Haiti, a parte mais afetada da cidade se transformou em uma imensa área de desmanche.
Na avenida Jean-Jacques Dessalines, que leva o nome do ícone do nacionalismo haitiano, dezenas de homens, mulheres e crianças disputavam comida, água e artigos de limpeza nos escombros das lojas que existiam antes do terremoto.
Na manhã desta sexta-feira um pequeno grupo de policiais tentava manter a ordem na região. Mas eram poucos para conter a multidão. O maior supermercado da cidade ruiu e, até agora há mortos nos escombros. Uma mulher diz que sua irmã está soterrada e ainda viva, mas tem certeza de que não resistirá -não terá ajuda a tempo.
Do lado de fora ainda é possível ver corpos soterrados.
Neste momento, uma briga explode na loja ao lado. Um homem com uma faca de cortar cana e outros com paus e pás disputam os produtos encontrados em meio aos escombros. Há uma debandada, mas em poucos minutos a situação volta à normalidade.
Esta é a situação nas áreas mais afetadas: uma tensa calma aparente, que pode rapidamente dar lugar à violência.
Um dos policiais explica que as pessoas preferem se arriscar sob os escombros e invadir as lojas em busca de algo que possa ser vendido. "Precisamos impedir a confusão." Durante a manhã, a reportagem ouviu tiros no local, mas é impossível saber de onde partiram.
Em áreas próximas ao aeroporto, os estrangeiros são abordados por pedintes que, famintos, buscam centavos. Eles não usam violência, mas o tamanho dos grupos causa apreensão.
Na frente de um hotel, um grupo de homens começa a arrancar esquadrias de alumínio, vergalhões, ferro e até mesmo um vaso sanitário, tudo que puder ser comercializado depois. Outros arrancam um por um os pneus de um carro abandonado. Das lojas destruídas, as pessoas levam o que dá: roupas, sapatos, móveis e eletrônicos.
Mesmo nos locais que sofreram danos menores, ainda é possível sentir os efeitos do terremoto. No bairro de Cité Soleil, um dos mais pobres e populosos da cidade, os casebres não foram derrubados, mas falta água e as pessoas não têm como comprar comida.
A distribuição de água na região é racionada e cada mulher só tem direito a um balde. Um grupo delas diz à reportagem que não consegue água há dois dias. Uma das vendedoras de frutas explica que precisa aumentar os preços, mas que desde o terremoto ninguém mais tem dinheiro para comprar.
Em grandes regiões descampadas, famílias começam a construir tendas em frente aos restos das casas pobres. Todos tentam compartilhar suas histórias em busca de ajuda das autoridades. Um homem chamado Rochelle procura a reportagem para pedir ajuda.
Diz que perdeu quatro filhos no terremoto, só conseguiu resgatar os corpos de dois. Ele construía uma tenda a uma pequena distância do local onde ficava sua casa. Questionado se não gostaria de se mudar para outra região, responde: "Não há outro lugar para ir. Ninguém veio ajudar. Resta encontrar o corpo dos meus filhos".
A ajuda, no entanto, já começava aparecer na cidade. No começo da tarde de ontem, oficiais distribuíam comida enviada pelo governo da Bolívia.
Eu interpretei que pessoas comuns que tiveram toda sua vida destruida, perderam tudo, e agora estão morrendo de fome.
Para solucionar, é necessário resolver as dificuldades de liberação que estão comprometendo o repasse de alimentos à população mais necessitada.
Já você quer que os EUA enviem uma força especial de 10000 solados preparados para a guerra, e que já demonstraram sua fragilidade emocional no Afeganistão..[/quote]
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Gaitero,
Duas coisas complicadas nos debates no DB. Uma é mania de alguns de retalhar os posts alheios citando apenas alguns trechos. Outra é atribuir "idéias e interpretações" a outros. Em momento algum disse nada parecido ao que vc atribui a mim:
Apenas disse de forma superficial que a questão de segurança é importante. Sem ela resolvida a logística de distribuição de ajuda pode ficar seriamente afetada e nem funcionar. De qualquer forma, independente das questões de segurança, montar uma logística para distribuição de alimentos, socorro, saúde, infra-estrutura mínima necessária para a população de um país destruído por uma catástrofe natural não é coisa simples.Já você quer que os EUA enviem uma força especial de 10000 solados preparados para a guerra, e que já demonstraram sua fragilidade emocional no Afeganistão..
Os EUA tem mais recursos e estão próximos. Se eles podem ajudar, ótimo para a situação que é de emergência. Se tragédia semelhante ocorresse próximo ao Brasil, seria natural um maior protagonismo brasileiro. Os haitianos estão pouco se lixando de onde vem a ajuda.
Ao que parece, pelas noticias principalmente da imprensa brasileira, há uma disputa em torno de questões que para a população haitiana e a maior parte do mundo são mesquinhas e de pouco relevância neste momento. Os EUA querem aproveitar a situação para melhorar sua arranhada imagem. Lembre-se que são mais de 600.000 haitianos que imigraram e vivem nos EUA. O Brasil quer aproveitar a situação para se projetar como potência emergente e atuante. E nisso pode haver atritos. Na minha opinião, nada que não se resolva através de soluções de soma não zero, o Brasil continuando com o comando do Minustah, ajudando fortemente na superação deste situação desgraçada e ajudando na reconstrução do país. E o mais importante, o Haiti e sua sofrida população sai ganhando.
[]s
OBS.: Vc sabe o perfil das 10.000 efetivos que serão mandados para o Haiti? Criticar sem saber o que eles farão é fácil, fácil. E tb meio esquisito, em um momento em que toda ajuda é bem vinda e necessária.