Missão de Paz no Haiti

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Re: Missão de Paz no Haiti

#1621 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 6:37 pm

gaitero escreveu:[ quote="Santiago"]
gaitero escreveu: Com toda certeza os presos perderam familiares, perderam suas casas, e estão na mesma merda que toda a população, sem favela para controlar, sem dinheiro para roubar e sem drogas para vender...

Seriam loucos de atacar a força de ajuda??

Com certeza, se eu fosse um preso e minha pena fosse o tráfico, 80% dos presos, eu jamais faria isto...
Gaitero,

Vc é um homem de bem, mas a realidade não é assim, ainda mais em catastrofes:

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Nas ruas, sobreviventes de tremor no Haiti lutam por comida


16/01/2010 - 12h04
Nas ruas, sobreviventes de tremor no Haiti lutam por comida

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JANAINA LAGE
CAIO GUATELLI
enviados especiais da Folha de S. Paulo a Porto Príncipe

Primeiro foram os corpos espalhados pelas ruas. Agora são as disputas por alimento. Três dias depois do terremoto que destruiu a capital do Haiti, a parte mais afetada da cidade se transformou em uma imensa área de desmanche.

Na avenida Jean-Jacques Dessalines, que leva o nome do ícone do nacionalismo haitiano, dezenas de homens, mulheres e crianças disputavam comida, água e artigos de limpeza nos escombros das lojas que existiam antes do terremoto.

Na manhã desta sexta-feira um pequeno grupo de policiais tentava manter a ordem na região. Mas eram poucos para conter a multidão. O maior supermercado da cidade ruiu e, até agora há mortos nos escombros. Uma mulher diz que sua irmã está soterrada e ainda viva, mas tem certeza de que não resistirá -não terá ajuda a tempo.

Do lado de fora ainda é possível ver corpos soterrados.

Neste momento, uma briga explode na loja ao lado. Um homem com uma faca de cortar cana e outros com paus e pás disputam os produtos encontrados em meio aos escombros. Há uma debandada, mas em poucos minutos a situação volta à normalidade.

Esta é a situação nas áreas mais afetadas: uma tensa calma aparente, que pode rapidamente dar lugar à violência.

Um dos policiais explica que as pessoas preferem se arriscar sob os escombros e invadir as lojas em busca de algo que possa ser vendido. "Precisamos impedir a confusão." Durante a manhã, a reportagem ouviu tiros no local, mas é impossível saber de onde partiram.

Em áreas próximas ao aeroporto, os estrangeiros são abordados por pedintes que, famintos, buscam centavos. Eles não usam violência, mas o tamanho dos grupos causa apreensão.

Na frente de um hotel, um grupo de homens começa a arrancar esquadrias de alumínio, vergalhões, ferro e até mesmo um vaso sanitário, tudo que puder ser comercializado depois. Outros arrancam um por um os pneus de um carro abandonado. Das lojas destruídas, as pessoas levam o que dá: roupas, sapatos, móveis e eletrônicos.

Mesmo nos locais que sofreram danos menores, ainda é possível sentir os efeitos do terremoto. No bairro de Cité Soleil, um dos mais pobres e populosos da cidade, os casebres não foram derrubados, mas falta água e as pessoas não têm como comprar comida.

A distribuição de água na região é racionada e cada mulher só tem direito a um balde. Um grupo delas diz à reportagem que não consegue água há dois dias. Uma das vendedoras de frutas explica que precisa aumentar os preços, mas que desde o terremoto ninguém mais tem dinheiro para comprar.

Em grandes regiões descampadas, famílias começam a construir tendas em frente aos restos das casas pobres. Todos tentam compartilhar suas histórias em busca de ajuda das autoridades. Um homem chamado Rochelle procura a reportagem para pedir ajuda.

Diz que perdeu quatro filhos no terremoto, só conseguiu resgatar os corpos de dois. Ele construía uma tenda a uma pequena distância do local onde ficava sua casa. Questionado se não gostaria de se mudar para outra região, responde: "Não há outro lugar para ir. Ninguém veio ajudar. Resta encontrar o corpo dos meus filhos".

A ajuda, no entanto, já começava aparecer na cidade. No começo da tarde de ontem, oficiais distribuíam comida enviada pelo governo da Bolívia.
Veja como nós tempos visões diferentes sobre um mesmo problema...

Eu interpretei que pessoas comuns que tiveram toda sua vida destruida, perderam tudo, e agora estão morrendo de fome.

Para solucionar, é necessário resolver as dificuldades de liberação que estão comprometendo o repasse de alimentos à população mais necessitada.

Já você quer que os EUA enviem uma força especial de 10000 solados preparados para a guerra, e que já demonstraram sua fragilidade emocional no Afeganistão..[/quote]

--------------------------------------------------------------

Gaitero,

Duas coisas complicadas nos debates no DB. Uma é mania de alguns de retalhar os posts alheios citando apenas alguns trechos. Outra é atribuir "idéias e interpretações" a outros. Em momento algum disse nada parecido ao que vc atribui a mim:
Já você quer que os EUA enviem uma força especial de 10000 solados preparados para a guerra, e que já demonstraram sua fragilidade emocional no Afeganistão..
Apenas disse de forma superficial que a questão de segurança é importante. Sem ela resolvida a logística de distribuição de ajuda pode ficar seriamente afetada e nem funcionar. De qualquer forma, independente das questões de segurança, montar uma logística para distribuição de alimentos, socorro, saúde, infra-estrutura mínima necessária para a população de um país destruído por uma catástrofe natural não é coisa simples.

Os EUA tem mais recursos e estão próximos. Se eles podem ajudar, ótimo para a situação que é de emergência. Se tragédia semelhante ocorresse próximo ao Brasil, seria natural um maior protagonismo brasileiro. Os haitianos estão pouco se lixando de onde vem a ajuda.

Ao que parece, pelas noticias principalmente da imprensa brasileira, há uma disputa em torno de questões que para a população haitiana e a maior parte do mundo são mesquinhas e de pouco relevância neste momento. Os EUA querem aproveitar a situação para melhorar sua arranhada imagem. Lembre-se que são mais de 600.000 haitianos que imigraram e vivem nos EUA. O Brasil quer aproveitar a situação para se projetar como potência emergente e atuante. E nisso pode haver atritos. Na minha opinião, nada que não se resolva através de soluções de soma não zero, o Brasil continuando com o comando do Minustah, ajudando fortemente na superação deste situação desgraçada e ajudando na reconstrução do país. E o mais importante, o Haiti e sua sofrida população sai ganhando.

[]s

OBS.: Vc sabe o perfil das 10.000 efetivos que serão mandados para o Haiti? Criticar sem saber o que eles farão é fácil, fácil. E tb meio esquisito, em um momento em que toda ajuda é bem vinda e necessária.




Editado pela última vez por Penguin em Dom Jan 17, 2010 7:04 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Missão de Paz no Haiti

#1622 Mensagem por marcelo l. » Dom Jan 17, 2010 6:45 pm

PRick escreveu:Mas uma vez vemos os EUA agindo de forma unilateral, sem respeitar a ONU, essa é a mudança política dos EUA. Não aceitam a integração, não cooperam, querem sempre impor, mandar. E a galera azul fica em polvorosa, os gringos chegaram! :lol: :lol:

[]´s
É difícil mudar os hábitos, mas o Haiti necessita dos americanos e suas tropas, e os EUA é melhor gastar dinheiro lá do que uma fortuna reforçando a guarda costeira, afinal se com o Haiti crescendo já era uma multidão imigrando, advinha agora.

O problema deles (EUA) é:
- Jogar comida de Helicoptero é dar chance para grupos mais fortes peguem a comida e controlem, naturalmente criam gangues, vide Somália,
- Pouca integração com as tropas da ONU criando um vácuo que é sempre aproveitado por um grupo rival (Somália) ,
- Deixar os aliados fazer o que querem, tentando reforçar seu poder em detrimento dos valores democráticos, ou pelo menos do controle social, afinal a corrupção leva a perda de apoio, vide Afeganistão.

Eles deveriam ser mais humildes e tentar entender o que fizeram as tropas da ONU para pacificar o país, a balela que alguns órgãos escrevem que um dos poucos legados do Preval é a pacificação Cité Soleil, havia sim um crescimento economico pela primeira vez e melhoras nas condições de vida, e uma economia mais equilibrada, apesar da crise mundial e diminuição da ajuda.

Se comparar os últimos 6 meses de Honduras com o Haiti, Haiti avançava nos indices sociais, diminuição da violência, já Honduras tem uma crise fortíssima em termos de contas públicas, perda de ano letivo com falta de professores em todas as regiões etc, aumento da violência; claro que Honduras tem outros senões, mas uma comparação com outros países sempre é necessária.

Edit: Santiago pela rapidez foi com certeza a guarda costeira e as tropas de intervenção americanas...não tem como uma mobilização tão rápida assim, mesmo para um país como os EUA, a guarda costeira fica ali próximo mesmo esperando os balseiros, se foi algo diferente parabéns para logística deles ou não (afinal gastaram um bom dinheiro para chegar rápido).




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"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
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Re: Missão de Paz no Haiti

#1623 Mensagem por DELTA22 » Dom Jan 17, 2010 6:52 pm

marcelo l. escreveu:
PRick escreveu:Mas uma vez vemos os EUA agindo de forma unilateral, sem respeitar a ONU, essa é a mudança política dos EUA. Não aceitam a integração, não cooperam, querem sempre impor, mandar. E a galera azul fica em polvorosa, os gringos chegaram! :lol: :lol:

[]´s
É difícil mudar os hábitos, mas o Haiti necessita dos americanos e suas tropas, e os EUA é melhor gastar dinheiro lá do que uma fortuna reforçando a guarda costeira, afinal se com o Haiti crescendo já era uma multidão imigrando, advinha agora.

O problema deles (EUA) é:
- Jogar comida de Helicoptero é dar chance para grupos mais fortes peguem a comida e controlem, naturalmente criam gangues, vide Somália,
- Pouca integração com as tropas da ONU criando um vácuo que é sempre aproveitado por um grupo rival (Somália) ,
- Deixar os aliados fazer o que querem, tentando reforçar seu poder em detrimento dos valores democráticos, ou pelo menos do controle social, afinal a corrupção leva a perda de apoio, vide Afeganistão.

Eles deveriam ser mais humildes e tentar entender o que fizeram as tropas da ONU para pacificar o país, a balela que alguns órgãos escrevem que um dos poucos legados do Preval é a pacificação Cité Soleil, havia sim um crescimento economico pela primeira vez e melhoras nas condições de vida, e uma economia mais equilibrada, apesar da crise mundial e diminuição da ajuda.

Se comparar os últimos 6 meses de Honduras com o Haiti, Haiti avançava nos indices sociais, diminuição da violência, já Honduras tem uma crise fortíssima em termos de contas públicas, perda de ano letivo com falta de professores em todas as regiões etc, aumento da violência; claro que Honduras tem outros senões, mas uma comparação com outros países sempre é necessária.
Muito lúcido seu post. Parabens! [009]

Apenas a título de adendo, se me permite, creio que, mais do que os americanos, o Haiti hoje precisa de todos os que estão disposto a ajudar, no entanto, uma ordem/coordenação deve ser mantida de modo a não transformar tudo numa espécie de "anarquia solidária" em que cada um faz o que quiser com sua própria concepção do que é adequado ou não.

[]'s.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1624 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 7:10 pm

A situação por lá é bem mais complicada do que parece. Criticar daqui é fácil...


17/01/2010 - 17h12
Apesar das promessas, haitianos ainda recebem pouca ajuda

da Reuters, em Porto Príncipe (Haiti)
da Folha Online

Os líderes mundiais prometeram grandes iniciativas de ajuda para reconstruir o Haiti, mas os sobreviventes desesperados do terremoto ainda esperavam por comida, água e remédios neste domingo.

Cinco dias após um terremoto de magnitude sete matar até 200 mil pessoas, as equipes de resgate internacionais remexiam os escombros dos prédios na capital devastada, Porto Príncipe, em uma corrida contra o tempo para encontrar mais sobreviventes.

Mas empecilhos logísticos impedem que o socorro alcançasse as centenas de milhares de haitianos famintos que aguardam ajuda, muitos dos quais abrigados em campos improvisados nas ruas abarrotadas de detritos e corpos em decomposição

"Estou indo para lá com o coração pesado. Esta é uma das piores crises humanitárias em décadas. O dano, a destruição, a perda de vidas são assombrosos", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao embarcar em um voo para o Haiti neste domingo.

A ONU alimenta 40 mil pessoas por dia e espera aumentar esse número para um milhão dentro de duas semanas, disse ele. "O desafio neste momento é coordenar a enxurrada de contribuições."

À medida que o desespero toma conta das pessoas e na ausência das autoridades, saqueadores se espalham por lojas demolidas carregando comida e tudo mais que encontram. Brigas irromperam entre grupos portando facas, picadores de gelo, martelos e pedras.

O presidente René Préval disse que 3.500 soldados dos EUA irão auxiliar os sobrecarregados soldados de paz da ONU e a polícia haitiana a garantir a segurança na capital.

"Temos dois mil policiais em Porto Príncipe gravemente afetados, e três mil bandidos escaparam da prisão (durante o terremoto). Isso dá uma ideia de como a situação é ruim", disse Préval a repórteres.

Ladrões linchados

Moradores encontraram os corpos de ladrões linchados pela multidão ou mortos a tiros por homens que afirmavam ser policiais à paisana. Um jornalista da Reuters disse ter visto o corpo carbonizado de um homem que os locais afirmam ter sido incendiado por moradores enfurecidos que o flagraram roubando, e dois homens jovens que jaziam no chão com feridas de bala na cabeça e os braços amarrados às costas.

"Os haitianos estão até certo ponto resolvendo as coisas por conta própria. Não há cadeias, os criminosos estão à solta, não há autoridades controlando isso", disse o professor Eddy Toussaint, parte de uma multidão que observava os corpos.

Muitos haitianos deixaram a cidade a pé com malas nas cabeças ou espremidos em carros para encontrar comida e abrigo no interior.

Outros se aglomeraram no aeroporto esperando embarcar em aviões que chegavam carregados com suprimentos de emergência e saíam lotados de passageiros. O governo em estado de choque deu o controle do pequeno aeroporto para o Exército dos EUA orientar os voos de auxílio de todo o mundo.

Dezenas de nações têm enviado aviões com equipes de resgate, médicos, hospitais de campanha, alimento, remédios e outros suprimentos, mas enfrentam um gargalo no aeroporto, onde o combustível é escasso. Alguns grupos reclamaram que seus voos foram desviados para a vizinha República Dominicana, forçando-os a carregar suprimentos para o Haiti por terra.

As forças armadas norte-americanas disseram ter montado uma força-tarefa conjunta para coordenar o fluxo de ajuda para o Haiti sob o codinome "Operação Reação Unificada". Cerca de cinco mil militares já estavam envolvidos e outros 7.500 devem chegar na segunda-feira.

Uma frota de 30 helicópteros levava recursos diretamente aos haitianos, enquanto aviões dos EUA traziam suprimentos e vários navios se encontravam na costa do Haiti ou partiam em sua direção.

Nas ruas de Porto Príncipe, patrulhas policiais escassas disparavam tiros ocasionais e gás lacrimogêneo para dispersar saqueadores e a distribuição de ajuda parecia aleatória, caótica e mínima.

Centenas de caminhões levando socorro e protegidos por soldados da ONU armados deixavam o aeroporto e o quartel-general da ONU rumo a diferentes partes da cidade, mas logo eram obstruídos nas ruas entupidas de pessoas, vans carregando caixões e corpos e até bloqueios de estrada improvisados armados por sobreviventes desabrigados forçados a viver e dormir ao relento.

O Haiti é o país mais pobre do hemisfério ocidental e há décadas lida com tempestades devastadoras, inundações e crises políticas. Cerca de nove mil soldados de paz da ONU oferecem segurança desde um levante que derrubou o então presidente Jean Bertrand Aristide em 2004, mas a missão perdeu pelo menos 40 membros quando seu quartel-general veio abaixo, incluindo seus principais líderes.

Tremores secundários ainda sacodem a capital, aterrorizando os sobreviventes e levantando destroços e poeira nos prédios.

Três pessoas foram retiradas com vida de um supermercado no início deste domingo. Equipes dos EUA e da Turquia liberaram uma menina haitiana de sete anos, um haitiano e uma norte-americana dos destroços do prédio de cinco andares. Eles estavam atordoados, mas não pareciam seriamente feridos.

Caminhões lotados levam cadáveres a valas comuns escavadas às pressas fora da cidade, mas acredita-se que dezenas de milhares de corpos ainda se encontram sob os escombros.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.

Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.

Mais de 25 mil corpos de vítimas já foram enterrados, declarou neste sábado o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive. "Vinte mil corpos foram oficialmente retirados pelo Estado, sem contar aqueles retirados pela Minustah [missão de paz da ONU no Haiti], pelas ONGs e pelos voluntários, que somam por volta de 5.000 a 6.000", declarou.

Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, 17 brasileiros morreram no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado.

Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil nesta sexta-feira, e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1625 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 7:20 pm

17/01/2010 - 15h35
Com aumento da violência, Canadá envia mil soldados ao Haiti

da Folha Online

O governo canadense anunciou neste domingo o envio de um batalhão e de uma unidade de serviços médicos, ambos com mil soldados, para ajudar na manutenção da segurança no Haiti, país que vive violência crescente desde que foi devastado por um tremor de magnitude 7 na terça-feira (12). As tropas, segundo o governo, devem agir em cooperação com ouras tropas internacionais de estabilização no país, incluindo as forças da missão de paz da ONU, comandadas pelo Brasil.

O ministro da Defesa canadense, Peter MacKay, disse durante uma entrevista a jornalistas que "o governo do Canadá sente que tem a obrigação moral de fazer todo o possível para contribuir com os esforços internacionais de ajuda e estabilização no Haiti".

MacKay reconheceu que a situação de segurança no país está volátil com a escalada do desespero dos haitianos por água e comida, cinco dias após o terremoto.

As tropas, afirma o ministro, servirão não apenas como força de segurança, mas também como médicos e engenheiros.

O contingente de 1.000 soldados vai se unir a cerca de 200 militares canadense que já estão no Haiti e a outros 200 da força humanitária de desdobramento rápido (conhecida como Dart), que chegarão em breve.

Além disso, na segunda-feira (18), está prevista a chegada a Porto Príncipe da fragata Halifax e do destróier Athabaskan, com 500 marinheiros e carregados com ajuda humanitária.

A previsão do governo canadense é de que chegará ao Haiti nos próximos dias cerca de 2.000 soldados, sete helicópteros e dois navios de guerra.

As autoridades de Ottawa também disseram que o número de canadenses mortos no terremoto está em oito, além de 1.115 desaparecidos. Outros 593 nativos do Canadá foram retirados do Haiti.

Reforço

O anúncio canadense chega dois dias depois do presidente americano, Barack Obama, anunciar um reforço de entre 9.000 e 10 mil soldados americanos ao Haiti.

Na prática, o reforço nas tropas americanas pode dar a Washington o controle de fato das operações de resgate, auxílio e de segurança, apesar de o controle de direito ser das forças de paz da ONU (Organização das Nações Unidas), hoje com cerca de 7.000 soldados e comandadas militarmente pelo Brasil --que tem 1.266 militares no país, informa reportagem de Sérgio Dávila, da Folha de S. Paulo.

As tropas americanas chegarão nesta segunda-feira (18) para trabalhar na distribuição de medicamentos e na manutenção da ordem pública no país --uma tarefa que estava, até então, a cargo das tropas da ONU e sob o comando dos militares brasileiros.

O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, almirante Mike Mullen, disse que o número de soldados americanos no Haiti pode aumentar ainda mais, dependendo das previsões de quanta assistência será necessária nos próximos dias.

Em entrevista coletiva no Pentágono, o secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, disse que o objetivo inicial é distribuir os remédios o mais rápido possível "para que as pessoas, em seu desespero, não recorram à violência".

Antes mesmo do reforço nas tropas, os EUA já levaram ao país caribenho mil soldados, vários navios da Guarda Costeira com helicópteros, o porta-aviões Carl Vinson, com 19 helicópteros, 51 leitos hospitalares, três centros cirúrgicos e capacidade de tornar potáveis centenas de milhares de litros de água por dia.

Há uma companhia já em solo lidando com segurança e distribuição e, até segunda-feira, chegam mais dois navios com helicópteros, uma força anfíbia com 2.200 fuzileiros e um navio-hospital, informa Dávila.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.

Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.

Mais de 25 mil corpos de vítimas já foram enterrados, declarou neste sábado o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive. "Vinte mil corpos foram oficialmente retirados pelo Estado, sem contar aqueles retirados pela Minustah [missão de paz da ONU no Haiti], pelas ONGs e pelos voluntários, que somam por volta de 5.000 a 6.000", declarou.

Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, 17 brasileiros morreram no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado.

Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil nesta sexta-feira, e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.

Com Efe e Associated Press




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1626 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 7:21 pm

17/01/2010 - 14h15
Gangues voltam a favela do Haiti depois de fugirem da prisão

da Reuters, em Cité Soleil (Haiti)

Membros de gangues fortemente armadas, que já controlaram a maior favela do Haiti como senhores da guerra, voltaram ao local depois que o terremoto de magnitude 7 de terça-feira (12) danificou a Penitenciária Nacional, permitindo que 4.000 detentos fugissem.

A pacificação de Cité Soleil foi uma das poucas vitórias do presidente haitiano, René Préval, desde que assumiu o cargo em 2006, até que o tremor devastasse a capital Porto Príncipe.

"É natural que eles voltem para cá. Esse sempre foi o bastião deles", disse um policial haitiano na favela, que abriga mais de 300 mil pessoas.

Ele e outro policial, que pediram para não serem identificados porque não estão autorizados a falar sobre a volátil situação em Cité Soleil, disseram que gangues armadas famosas voltaram a marcar presença ali desde o terremoto.

Se a violência em larga escala surgir aqui, em meio ao caos e saques que vêm crescendo a cada hora em Porto Príncipe, isso pode representar um grande desafio aos esforços para restabelecer a lei e a ordem na capital haitiana.

Os líderes das gangues de Cité Soleil são criminosos perigosos, que servem de inspiração para lendas urbanas e populares músicas rap haitianas. Montados em motos e brandindo fuzis e pistolas que podem ter sido tomadas dos guardas durante o terremoto, os membros das gangues incluem um assassino frio conhecido como Blade.

O que se diz é que eles invadiram o Ministério da Justiça na manhã deste sábado e queimaram o local para destruir quaisquer registros de suas prisões ou históricos criminosos.

Roubos e tiros

Seja o que for que tenha acontecido dentro da prisão, o prédio não parece ter sido muito danificado pelo terremoto. Não havia corpos dentro e o único sinal de vida vinha de dois cães vira-latas dormindo dentro de uma cela.

Entre os 3.000 detentos que escaparam na terça-feira, muitos são violentos e com passado criminoso relacionado à Cité Soleil, uma favela que há muito tempo é um símbolo potente do país mais pobre das Américas.

"Eles saíram da prisão e agora estão por aí, roubando as pessoas", disse a moradora de Cité Soleil Elgin St. Louis, 34. "Eles passaram a noite passada toda atirando", acrescentou.

"Nós tememos a volta deles", disse outro morador, um jovem que disse se chamar Forrestal Champlain. "Eles estão armados, não têm moral alguma e podem fazer o que quiserem."

Apesar da manifestada oposição às gangues, o ressentimento ainda é alto em Cité Soleil, que foi um bastião de apoio ao ex-presidente populista Jean-Bertrand Aristide.

Várias casas do lugar ainda estão marcadas pelas batalhas entre as gangues e pacificadores das Nações Unidas, que estão no Haiti desde 2004 e que foram usados por Préval para estabelecer o controle sobre Cité Soleil.

O comandante da polícia nacional do Haiti, Mario Andresol, tem uma opinião diferente, apesar de reconhecer que os criminosos que escaparam da cadeia representam um risco sério.

"Minha mensagem a todos esses bandidos armados que estão se aproveitar da situação é que vamos prendê-los como fizemos antes", disse Andresol, à Reuters. "Estamos trabalhando para tomar as medidas apropriadas para combater esses criminosos", acrescentou.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1627 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 7:23 pm

17/01/2010 - 13h58
Polícia atira em grupo de saqueadores e mata um no Haiti, diz jornal

da Folha Online

A polícia do Haiti abriu fogo contra um grupo que saqueava um supermercado em Porto Príncipe, capital do Haiti, em meio a diversos incidentes de violência que prejudicam o trabalho das equipes de ajuda humanitária de levar suprimentos e mantimentos às vítimas do terremoto de magnitude 7 que atingiu o país na terça-feira (12). Segundo reportagem do jornal "Daily Telegraph", um dos saqueadores foi morto com tiros na cabeça.

O jornal relata que o saqueador tinha cerca de 30 anos e fazia parte do grupo que pegava produtos do supermercado Marche Hyppolite, na capital.

Outro membro do grupo, ainda segundo o jornal, rapidamente recolheu a sacola onde estavam os produtos roubados pela vítima.

Um oficial americano que trabalha na ajuda humanitária no Haiti afirmou neste domingo à agência de notícias Associated Press que os incidentes de violência atrapalham os esforços der levar suprimentos aos afetados pelo terremoto --que, segundo a Cruz Vermelha, chegariam a 3 milhões.

Segundo o general Ken Keen, do Comando Sul, providenciar ajuda humanitária exige um ambiente seguro e, apesar das ruas estarem em sua maioria calmas, a violência é visível.

"Nós teremos que lidar com a situação de segurança", disse Keen. "Nós tivemos incidentes de violência que impedem nossa habilidade de apoiar o governo do Haiti e responder aos desafios que este país enfrenta".

Keen disse que cerca de mil tropas americanas estão no Haiti e outras 3.000 trabalham de navios na costa do país caribenho. Mais de 9.000 soldados devem chegar na região na segunda-feira (18).

E o medo de saqueadores e ladrões tem sido um dos fatores para a redução no ritmo de entrega de suprimentos. Depois do terremoto de terça-feira, garantir a segurança e a ordem virou função das tropas da ONU (Organização das Nações Unidas) no país, apesar destas também terem sofrido perdas na tragédia.

Keen disse que as forças americanas estão trabalhando com as tropas de manutenção de paz da ONU e a polícia local também assiste às equipes.

Vítimas

Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos, enquanto as imagens de televisão mostram corpos visíveis sob os escombros e outros mal cobertos nas calçadas. Muitos haitianos empilham os corpos em grandes cruzamentos, na esperança de atrair a atenção das equipes para que sejam recolhidos. Outros queimam em fogueiras, na tentativa de evitar epidemias. O cheiro, afirmam jornalistas enviados à cidade, beira o insuportável.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou em comunicado divulgado citado pela agência de notícias France Presse mais cedo que o terremoto deixou entre 40 mil e 50 mil mortos. A Cruz Vermelha estima um número muito semelhante --entre 45 mil e 50 mil mortos. O governo do Haiti afirmou, contudo, estimar em até 200 mil o total de vítimas.

Em um número mais palpável, o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive, declarou neste sábado que mais de 25 mil corpos de vítimas já foram enterrados. "Vinte mil corpos foram oficialmente retirados pelo Estado, sem contar aqueles retirados pela Minustah [missão de paz da ONU no Haiti], pelas ONGs e pelos voluntários, que somam por volta de 5.000 a 6.000", declarou.

Brasileiros

O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.

Segundo o ministro da Defesa brasileiro, Nelson Jobim, 17 brasileiros morreram no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado.

Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil nesta sexta-feira, e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.

Com Associated Press




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1628 Mensagem por DELTA22 » Dom Jan 17, 2010 7:50 pm

Haitianos, acalmai-vos, os "xerifes do mundo" chegaram para colocar ordem na bagaça toda, sempre com aquele "fino trato" que lhes são peculiares... durmam tranquilos, em suas barracas improvisadas, após o toque de recolher, pois 'eles' estão entre vos! :? :twisted:




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1629 Mensagem por Marino » Dom Jan 17, 2010 8:03 pm

Vão ocupar militarmente o Haiti:
Obama mobiliza reservistas para ajudar Haiti

O presidente norte-americano Barack Obama assinou neste domingo uma ordem de mobilização dos reservistas para ajudar o Haiti após o terremoto, que envolve, sobretudo, pessoal médico que trabalhará em barcos-hospitais e membros da guarda costeira para o controle dos portos.
Em uma ordem presidencial, Obama escreveu que é "necessário aumentar os efetivos das Forças Armadas dos Estados Unidos para uma condução efetiva das missões de operação, incluindo aquelas que envolvem assistência humanitária, relacionadas aos esforços de socorro no Haiti".

O presidente norte-americano anunciou que autorizou o secretário de Defesa Robert Gates e a secretária de Segurança Interior Janet Napolitano a colocar em atividade todas as unidades de reserva que forem necessárias.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1630 Mensagem por Centurião » Dom Jan 17, 2010 8:06 pm

Santiago escreveu:
Centurião escreveu: Que puxa-saco, lambe botas. Os americanos podem ajudar mais, pois têm mais recursos. Ninguém nega issp. Mas a ajuda brasileira também é bem-vinda e está claro que houve um atropelo dos americanos. Podiam ter contado com quem tem experiência real de convivência da população.

Nada contra quem colocou a mensagem, mas está parecendo fazer relações públicas dos americanos ultimamente.
Prezado Centurião,

Vc não tem obrigação de ler o que é postado e nem comentar. São notícias/artigos públicos, que estão na grande mídia brasileira. É salutar que seus comentários fiquem restritos às noticias e não a quem posta. Vc não sabe minha opinião sobre o tema acima, pois não escrevi nada a respeito desse artigo.

Ter contrapontos e saber o que dizem os "outros" é no mínimo útil.

[]s

Prezado Santiago,

É verdade que não tenho obrigação de ler e comentar o que é postado, mas agradeço ao meu país por poder ter a liberdade de fazer isso. Ao contrário do que você acredita, tenho a opinião de que as pessoas expressam suas opiniões por padrões de comportamento, que nem sempre são explícitos. Pode ser que eu tenha me precipitado ao fazer o julgamento, mas não o fiz sem base.

No entanto, como você mesmo afirmou, ter contrapontos e ver o outro lado da história é sempre importante. Isso vale para todos nós.

Abraços




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1631 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 8:15 pm

DELTA22 escreveu:Haitianos, acalmai-vos, os "xerifes do mundo" chegaram para colocar ordem na bagaça toda... durmam tranquilos, em suas barracas improvisadas, após o toque de recolher, pois 'eles' estão entre vos! :? :twisted:
Se vc acha que o que ocorre lá é brincadeira...uma pena!




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1632 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 8:19 pm

Marino escreveu:Vão ocupar militarmente o Haiti:
Obama mobiliza reservistas para ajudar Haiti

O presidente norte-americano Barack Obama assinou neste domingo uma ordem de mobilização dos reservistas para ajudar o Haiti após o terremoto, que envolve, sobretudo, pessoal médico que trabalhará em barcos-hospitais e membros da guarda costeira para o controle dos portos.
Em uma ordem presidencial, Obama escreveu que é "necessário aumentar os efetivos das Forças Armadas dos Estados Unidos para uma condução efetiva das missões de operação, incluindo aquelas que envolvem assistência humanitária, relacionadas aos esforços de socorro no Haiti".

O presidente norte-americano anunciou que autorizou o secretário de Defesa Robert Gates e a secretária de Segurança Interior Janet Napolitano a colocar em atividade todas as unidades de reserva que forem necessárias.
17/01/2010 - 18h52
ONU pode elevar tropas de paz no Haiti, diz Amorim

CIRILO JUNIOR, no Rio
da Folha Online

O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) disse neste domingo que a ONU pode decidir amanhã o aumento do efetivo do Minustah, a tropa de paz do organismo no Haiti. O Conselho de Segurança vai se reunir nesta segunda-feira para discutir a elevação do teto do contingente, que hoje é de 6.000 militares e 2.200 policiais.

"Pode haver necessidade de aumentar o policiamento. A reunião de amanhã vai discutir a ampliação do teto do contingente militar da Minustah", disse Amorim no Rio.

Ele admitiu que o aumento do efetivo brasileiro "está sempre sendo estudado", mas que não há nenhuma intenção concreta neste sentido.

Amorim informou ainda que os países que estão colaborando com a ajuda humanitária vão se reunir em Montreal no próximo dia 25 para discutir as primeiras ações de reconstrução do país caribenho. O chanceler não descartou a hipótese de o encontro ministerial possa ser preparatório para uma discussão de Cúpula.

O ministro participou hoje de teleconferência organizada pelo Ministério de Relações Exteriores do Canadá, da qual participou representantes de países como França, Chile, Peru, Uruguai, México, Estados Unidos (representado pela secretária de Estado, Hillary Clinton), além de organismos como a OEA e ONU.

Em relação aos esforços humanitários no Haiti, Amorim comentou que houve progressos, com uma distribuição mais efetiva de alimentos e água. No entanto, ele reconheceu que ainda há muito a ser feito. "A situação parece estar um pouco mais controlada, de acordo com as informações que recebemos nas últimas horas", informou.

Amorim descartou, por enquanto, que o Brasil faça novas doações para o Haiti. Ele considerou que os US$ 15 milhões que o país já anunciou são "substanciais". "Nossos números não fazem vergonha ao que os países desenvolvidos vem anunciando", ressaltou. Ele esclareceu que já foram cedidos US$ 5 milhões para os haitianos, e que os US$ 10 milhões restantes serão liberados posteriormente.

Ficou definido que todas as ações de auxílio ao Haiti serão coordenadas pela ONU, com participação do governo local.

Ele mencionou ainda o problema da falta de acesso ao portos, que foram destruídos com o terremoto. Além do aeroporto, a ajuda humanitária está sendo levada por comboios que partem da República Dominicana, escoltados por militares daquele país.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 desta terça-feira (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país.

Ainda não há um dado preciso sobre o número de mortos. A Organização Pan-americana de Saúde, ligada à ONU, diz que pode ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já o Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. Nesta sexta-feira, governo do Haiti afirmou estimar em 140 mil o total de vítimas.

Mais de 25 mil corpos de vítimas já foram enterrados, declarou neste sábado o primeiro-ministro haitiano, Jean-Max Bellerive. "Vinte mil corpos foram oficialmente retirados pelo Estado, sem contar aqueles retirados pela Minustah [missão de paz da ONU no Haiti], pelas ONGs e pelos voluntários, que somam por volta de 5.000 a 6.000", declarou.

Segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, 17 brasileiros morreram no país --14 militares e mais três civis, entre eles a médica Zilda Arns e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa. O corpo de Costa foi encontrado neste sábado.

Mais 16 militares brasileiros ficaram feridos no terremoto. Eles chegaram ao Brasil nesta sexta-feira, e desde então estão internados no Hospital Geral do Exército, em São Paulo, para um período de quarentena.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1633 Mensagem por DELTA22 » Dom Jan 17, 2010 8:21 pm

Santiago escreveu:
DELTA22 escreveu:Haitianos, acalmai-vos, os "xerifes do mundo" chegaram para colocar ordem na bagaça toda... durmam tranquilos, em suas barracas improvisadas, após o toque de recolher, pois 'eles' estão entre vos! :? :twisted:
Se vc acha que o que ocorre lá é brincadeira...uma pena!
Nunca! Talvez por encarar a situação com seriedade devida é que escrevo ironias como essa. :wink:

[]'s.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1634 Mensagem por guilhermecn » Dom Jan 17, 2010 8:23 pm

Chávez diz que EUA aproveitam terremoto para "ocupar" Haiti

Caracas, 17 jan (EFE).- O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse hoje que os Estados Unidos aproveitam a tragédia provocada pelo terremoto no Haiti para "ocupar" o país militarmente.

"Estão ocupando o Haiti feito tolos", disse Chávez, com o argumento de que os EUA estão enviando ao país caribenho "milhares de soldados armados, como que para uma guerra".

Para o presidente venezuelano, se Washington quer ajudar os haitianos deve enviar "remédios, água, alimentos".

"Quem disse que fazem falta soldados com fuzis e metralhadoras? Isso é agravar o problema. Obama, mande médicos, tendas, remédios", disse Chávez durante o "Alô Presidente", seu programa dominical de rádio e televisão.

O presidente da Venezuela anunciou que seu Governo doará ao Haiti "todo o combustível" que a ilha precisar, e afirmou que sairá um navio amanhã com a primeira carga.

O ministro das Relações Exteriores venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou que dois aviões de carga russos chegaram à Venezuela para fortalecer o transporte de móveis e utensílios ao Haiti.

Os aviões estão estacionados no aeroporto de Maiquetía, o principal do país e que atende Caracas, e foram mostrados no "Alô Presidente".

Ontem, o chefe dos socorristas venezuelanos, Luis Díaz, anunciou que "nas próximas horas" sairia rumo ao Haiti uma nova carga de "pouco mais de 1.200 toneladas de alimentos", que se somarão às 12 toneladas já despachadas esta semana.

A Venezuela já enviou ao Haiti duas brigadas de especialistas em desastres e também várias toneladas de remédios, alimentos não perecíveis e outros móveis e utensílios.

O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 de Brasília da terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros da capital haitiana, Porto Príncipe. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.

Na quarta-feira, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de "centenas de milhares" de mortos.

O Exército brasileiro confirmou que pelo menos 15 militares do país que participam da Minustah, a missão da ONU no Haiti, morreram em consequência do terremoto.

A médica Zilda Arns, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, ligada à Igreja Católica, e Luiz Carlos da Costa, o segundo civil mais importante na hierarquia da ONU no Haiti, também morreram no tremor.




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Re: Missão de Paz no Haiti

#1635 Mensagem por Penguin » Dom Jan 17, 2010 8:31 pm

Brasileiro era uma lenda para as forças de paz da ONU, afirma Ban

da Folha Online
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou hoje, em comunicado, que o brasileiro Luiz Carlos da Costa, chefe-adjunto civil da missão de paz da organização no Haiti, era "uma lenda para as forças de paz da ONU". O corpo de Costa foi encontrado em meio aos escombros da sede da ONU em Porto Príncipe, conhecida como Hotel Christopher, um dos muitos prédios arrasados pelo terremoto de magnitude 7 de terça-feira (12).

Costa era o funcionário brasileiro de mais alto cargo na ONU. Ele tinha 60 anos, era casado e deixa duas filhas.


Imagem
Luiz Carlos da Costa, brasileiro que era o nº2 da ONU no Haiti
"Seu extraordinário profissionalismo e sua dedicação igualavam seu carisma e sua ternura, sua devoção a todos seus amigos", afirmou Ban. Segundo o secretário-geral, o brasileiro foi "mentor de muitas gerações de pessoal". "Conhecia a eles e às suas famílias, sempre estava disposto a escutá-los e a ajudá-los", disse.

Ban telefonou para a representante permanente do Brasil junto à ONU, embaixadora Maria Luiza Viotti, para informar o encontro do corpo e transmitir pêsames, afirmou o Itamaraty.

Também neste sábado foram confirmadas a morte do chefe da Minustah, o tunisiano Hedi Annabi, e do chefe de polícia da mesma missão de paz, Doug Coates. Em seu comunicado, Ban afirmou que os três "entregaram totalmente as vidas pela paz". "As Nações Unidas têm seu coração com eles e com as famílias e amigos de Hedi, Luiz, Douge e muitos outros que deram suas vidas pelo Haiti e pelos ideais da ONU", disse Ban.

Conforme as últimas estimativas da própria ONU, cerca de 40 funcionários morreram no desabamento da sede de Porto Príncipe e cerca de 300 --entre estrangeiros e haitianos-- permanecem desaparecidos.

Ban afirmou hoje que Annabi, o chefe da Minustah, de 64 anos, era um "verdadeiro cidadão do mundo". "Para ele a ONU era sua vida e ele estava entre seus filhos mais comprometidos. Era um apaixonado de sua missão e de sua gente." Para Ban, durante a sua carreira, Annabi demonstrou "energia, disciplina e coragem".

"[Annabi era] um ícone das forças de paz. Não havia melhor representante desse corpo. Era um homem delicado, com o coração de leão, a quem lembraremos por seu senso de humor, sua integridade e sua ética sem igual", completou Ban.

O tunisiano assumiu a Minustah em 2007, sucedendo o diplomata guatemalteco Edmond Mulet --que voltou à chefia interina da missão no dia seguinte ao terremoto, já sob a suspeita de que Annabi estivesse morto. O tunisiano entrou pra ONU em 1981 e participou de todas as missões de paz realizadas, durante mais de uma década.

Ban viaja neste domingo ao Haiti para avaliar no terreno as necessidades de assistência humanitária no país caribenho.

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