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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#16 Mensagem por Enlil » Qui Nov 05, 2009 11:05 pm

F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! (Pág. 1503!)
orestespf escreveu:A cada dia que passa sinto que o DB voltou a ser DB, excelentes posts, excelentes debates! Meus cumprimentos formais aos amigos e cavalheiros DBistas!!!


Bem, tem algum tempo que não ouso postar algo pra se ler... Tentarei dar minha opinião (e apenas isso) sobre o que anda rolando nesta reta final.

Estou mais do que convencido que, estrategicamente falando, o melhor caça para a FAB/Brasil é mesmo o Rafale, de longe, inclusive. O melhor caça não é necessariamente o melhor hardware do mercado, mas aquele que apresenta maiores valores agregados. Com o Rafale não se compra apenas um caça, se conquista uma imponente independência geopolítica, algo que jamais (repito, jamais) o Gripen NG e o F-18 SH teriam para oferecer. Porém tudo isso tem preço...

O preço não é apenas o custo do equipamento, não apenas o custo dos armamentos e não apenas o custo de manutenção. Existe também o custo político, alto, muito maior do que o salgado preço do caça em si. Mas quem disse que existe algum problema em se pagar caro por um produto? Desde que o retorno seja significativamente maior, o custo do equipamento e político se perdem nos benefícios a médio e longo prazo.

Vejam o preço do F-22, astronômico até mesmo para os EUA. Mas quanto se ganha ao se ter um equipamento desta natureza? Este caça é temido mesmo sem ter sido comprovado em combate, é o tal poder de dissuasão...

A FAB precisa de um caça para voar ou precisa, além disso, de um caça para dissuadir?

Se precisa apenas voar e manter o adestramento dos pilotos, então tem produtos mais em conta no mercado, por exemplo, o F-16 blc 50/52 e o Gripen C, muito menos arriscados, competentes, operacionais e, ambos, suficientes para a realidade sul-americana. Mas é "só isso" que se deseja?

O Rafale é caro, mas se não fosse eu não botaria um centavo de fé neste caça. Deve-se considerar que o caça foi e é bancado única e exclusivamente por um único país, a França. Todos sabem que fazer isso não é barato, não tem como, a menos que se opte por um produto feito a partir de peças e equipamentos existentes nas prateleiras do mercado. Guardadas as proporções, digamos que o CC Osório seja um bom exemplo sobre esta ideia.

Mas o Rafale não é um Osório da vida, tem outra concepção, tem outra concepção, nasceu para ser um caça estratégico, gerar dúvidas sobre seu desenvolvimento, dúvidas sobre seus sistemas e operacionalidade, nasceu para gerar dúvidas, ou seja, nasceu para dissuadir. Este é o pensamento dos franceses em boa parte de seus produtos e equipamentos militares. Porém, fazer tudo isso sozinho é ter que gastar e muito, logo não tem como ser barato, não mesmo.

Muito se fala sobre os radares AESA embarcados nos caças, mas quantos países no mundo tem este tipo de radar verdadeiramente operacional? Já pararam para se perguntar o porquê do AESA do EF-2000 ainda não estar operacional? Já pararam para pensar que por trás deste caça (EF-2000) tem uma pazada de países? É o AESA que não interessa "para o momento" ou é o fato que tal tecnologia não é tão simples assim de se ter rapidamente?

No mundo da matemática a principal tecnologia é o cérebro, o mundo todo tem acesso ao que se faz por aí, não desconhece quem não procura, tudo é aberto. Porém, pergunto, por que não se consegue resultados tão rapidamente em matemática? A resposta é simples, é porque é muito difícil. Não adianta ter acesso ao que já foi feito, é preciso ralar para conseguir uma contribuição efetiva para a ciência. Certas tecnologias segue este mesmo padrão, não basta ter acesso a tudo o que ela tem, é preciso saber fazer. De uma maneira bem simples, não adianta pegar uma receita de bolo na Internet, na caderneta da vovó ou de onde estiver disponível, o bolo nunca será como a receita aponta se não houver alguma habilidade para tal. É sobre a tal habilidade que falo, habilidade para se fazer um AESA (entre outros equipamentos), por exemplo.

O preço da independência impôs altos custos aos franceses. Se o Brasil deseja independência semelhante, terá que ousar e enfiar as mãos nos bolsos. Basicamente existe duas formas de se conseguir a tal independência: criar, desenvolver e usar tecnologias; queimar etapas através de parcerias, mas pagando por ela. Não tem como ter independência sem altos investimentos em P&D, isto terá que ser feito de um jeito ou de outros. O maior problema da P&D é não haver garantias que os erros e acertos convergirão para um produto aceitável e utilizável, portanto gasta-se muito e nem por isso se pode dizer que houve ganho e aprendizagem, a história de P&D no que diz respeito a equipamentos militares no Brasil é de dar dó, muita coisa boa se fez, mas quase tudo se perdeu; em suma, quase nada deu retorno perto do que se investiu. Isto é fato, tem pouquíssimos especialistas neste país que sabe disso, e não só sabe como tem documentos que comprovam o que acabei de dizer, assim sendo, procurem, estão por aí.

O modelo que se adotou na época do AMX foi vitorioso (alguns pensam de forma diferente, respeito), mas os custos... Altíssimos!!! O que é proposto pelos franceses hoje é muito mais do que conseguimos com os italianos na época do AMX. Puderá, se eles quisessem nos oferecer mais não teríamos como absorver (na época). Afirmo também que os americanos e suecos estão oferecendo bem mais do que os italianos tempos atrás (não é mérito apenas dos franceses).

Pois bem, pergunto, naquela época se pedíssemos aos italianos para fazer o que os franceses nos oferecem hoje, topariam? Claro que não! Então, por que os franceses afirmam, com ecos via ministro da defesa e presidente da República, que transferem o que quisermos, dentro do que existe de francês no Rafale?

A resposta não é enigmática, muito menos mentirosa, ela é mais simples do que se pensa: a França não tem como bancar sua independência tecnológica, no âmbito militar, como tem feito até os dias de hoje. Ouso afirmar que o Rafale será o último caça puramente francês que se fez na França. O muro caiu, a guerra fria tem outra natureza, a Rússia não representa a ameaça de décadas atrás e os interesses são outros. Projetos e demonstradores de tecnologias sempre haverá, na França e outros países que ousam ter seus próprios produtos, mas pára por aí.

E onde o Brasil entra nesta história? O Brasil quer e precisa ter seus equipamentos no estado da arte, precisa ter domínio de tecnologias sensíveis e que não dispõe atualmente. Não estou falando no fato de se ter um Super Tucano da vida, modernização dos F-5 e A-1, isto é pouco, muitíssimo pouco, falo em ter um produto top, não temos e não teremos se não queimarmos etapas.

A França precisa de alguém em sintonia com seus ideais, logo não será através da Inglaterra, Itália, Espanha e Alemanha que conseguirá tal coisa, jamais, imagino. A diplomacia brasileira (historicamente) é espelhada no modelo francês, o comportamento brasileiro em fóruns internacionais e em declarações oficiais em relação a grandes temas mundiais são igualmente espelhados no comportamento/modelo francês, não há como fugir do óbvio, do fato.

Sobre as tecnologias e equipamentos militares, o Brasil quer, a França precisa. Insisto em minha tese antiga, não está em jogo uma paixão de verão, mas um casamento com boa duração a vista. Aliás, qual país do mundo ajudaria o Brasil a ter seu submarino nuclear? Pensem se tal coisa é pequena!!!

Não quero criticar os concorrentes, todos possuem excelentes produtos, excelentes propostas, todas superior (e muito) ao que foi feito na época do FX-1, logo não temos propostas mais ou menos, todas ótimas dentro do que queríamos, assim penso. Porém a aquisição de um caça americano não produz a tal independência que buscamos, se fosse o caça, ao menos eles (americanos) poderiam ter nos oferecido ajuda no sub nuclear, mas claramente não quiseram ou não puderam, deu na mesma, portanto, ponto pra França! O Gripen, excelente vetor de combate, tem o perfil de um Super Tucano da vida, o tal caso Osório, ou seja, um produto que nasceu dentro de uma necessidade de se ter um equipamento no estado da arte, mas a custos aceitáveis. Assim sendo, o Gripen (e também o ST, o Osório, o...) fez uso de peças e equipamentos de prateleira, nada de mal, mas uma forma de baratear o produto final.

Fica a pergunta: o Brasil ficará eternamente no paliativo de se ter um produto meia-sola baseado no que existe nas prateleiras da vida ou deseja dar um passo maior, não necessariamente maior do que as pernas, daqui por diante? A oportunidade para se definir o que será e não o que se pretende ser é ímpar, o momento é agora e nunca tivemos em nossa história um momento como este!

Isto é um defeito na proposta do Gripen? Claro que não!!! Como também não existe defeito na proposta americana, aliás todas as propostas são muito honestas (no bom uso do termo), todas!!! Mas a pergunta que fica é: nestas duas propostas (americana e sueca) existe o mesmo valor agregado que existe na proposta francesa? Se me convencerem...

Sobre o polêmico debate sobre os custo 2 x 1 entre Rafale e Gripen NG, pergunto: o custo entre os caças F-16 blc 50/52 e F-15 são nitidamente distintos, isto é a toa ou faz algum sentido no que diz respeito o que se paga a mais para se ter uma plataforma com outro tipo de performance? De outra forma: podemos dizer que o F-16 e o F-15 são caças da mesma categoria? Se sim, por que um custa muitíssimo mais do que outro se ambos são fabricados desde a origem até a ponta final pelo mesmo país???

Aprendi em minha vida acadêmica que em matemática não se compara coisas diferentes, se isso fosse admitido, então o absurdo surgiria, já cansei de "demonstrar" neste fórum que 2 =3 se os diferentes puderem ser tratados como iguais (demonstro novamente se for o caso).


Abraços aos grandes amigos de debatedores do DB!!!!


Orestes




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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#17 Mensagem por Enlil » Sex Nov 06, 2009 2:47 am

JAS-39 Gripen (pág. 578)
Túlio escreveu:
orestespf escreveu:

Olá Albernaz,

classificar o que é "hi" e o que é "lo" me parece uma tarefa mais do que ingrata. Tipicamente o low é "classificado" como um caça muito capaz, mas com baixo custo de manutenção e também de preço; discordo desta análise, passa a ideia que é um produto feito para ser abatido a baixo custo, não gosto disso.

Não acho boa a comparação Rafale X M-2000 como exemplo de hi-lo, até porque o custo do M-2000, bem como sua manutenção é muito próximo daquela do Rafale, porém, sabidamente, o M-2000 tem menos "poder" do que o Rafale.

A pergunta que resta é: o que é "hi" e "lo"? Bem, o que é low para um dado país pode ser hi para outro. Por exemplo, analisando os F-5M e os M-2000C do Brasil, qual seria o low??? O F-5M é mais barato para se obter e para manter do que o M-2000C, porém o primeiro tem uma eletrônica bem mais atual.

Cada país tem o seu conceito (e jamais definição) do que seria hi ou lo, no caso do Brasil, hoje, um F-16 novo seria um hi, sem dúvida, mas não para os EUA. Digamos, em suma, que um "lo" seria um caça pau pra toda obra e jamais um Gripen (qualquer modelo, C ou NG) seria um deles. Hoje, talvez amanhã, o nosso único lo será o ST, sendo otimista.

Hoje o Brasil tem quatro vetores aptos ao combate: Super Tucano, A-1, F-5 e M-2000. Qual seria o hi e o lo? Pra mim, todos são lo. Se a FAB optar, unicamente, pelo Gripen NG, F-18 SH ou Rafale, só teremos hi, em comparação ao que temos hoje.

E se optarmos por F/A-18 SH e Gripen NG, por exemplo (pelo fato de ter o mesmo motor, exemplo novamente), pra mim teremos dois hi, jamais um hi e um lo, apenas o tempo poderá dizer quem é hi ou lo. Explico, se o F-18 ficar mais parado (muito) do que o NG, quem seria o hi de fato? O tal hi não deveria ser aquele que está mais apto ao combate? E se o NG ficar mais estocado (como o A-1) do que o ST, quem seria o lo nesta história?

Este papo é relativo, pra mim o hi e lo é consequência do que realmente acontece em uma dada Força e não o alcance, preço, custo de manutenção, e capacidade de carga de um caça, assim penso.

Pra encerrar, quem era o hi e o lo nos combates aéreos das Malvinas, os supersônicos M-III da Argentina ou os subsônicos Sea Harrier da Inglaterra? Aqui, por exemplo, seria o caso de classificar entre hi e lo aquele que venceu ou perdeu o combate?

Resumindo, não existe hi e lo, isso só existe na cabeça dos entusiastas, sob a ótica dos militares o que existe é um vetor apto (ou não) para cumprir uma dada missão.


Grande abraço,

Orestes

Minha visão é MUUUUUUUUUUUITO diferente e sou adepto visceral do HI-LO-MIX desde décadas, assim, se amarrem às cadeiras porque vai começar

A LUTA DO SÉCULO - PAI DINAH X CABÔCO!!!!!!!!!!!!!


1º round


Bueno, vou para uma Força Aérea grande e necessitada de muitos meios para cobrir o vasto leque de interesses da Nação a que serve: USAF!

Começou com o F-15 no início dos anos 70. Este caça foi desenvolvido para se contrapor ao até então considerado 'imbatível' MiG-25. Quando começavam a voar os F-15 um Piloto chamado Viktor Belenko fugiu da URSS para o Japão, possibilitando à tigrada dar uma bela olhada no temido supercaça: caíram duros! Não era nada daquilo que se pensava, era pouco mais que um 'pé-de-boi' de mach 3, apenas isso, sua sofisticação tecnológica não alcançava sequer a do Phantom. Então lá ficaram os ianques com um caça caríssimo e sem rivais no mundo. Muitas missões não precisariam de tanta sofisticação, alcance e poder de fogo. Bueno, e eles precisavam de muitos caças mas tinham restrições orçamentárias também. O que fazer diante deste quadro? Oras, vamos escolher um segundo caça, menor e mais barato, oras. Fizeram um concurso em que foram para a final o YF-16 da então General Dynamics e o YF-17 da Northrop. O pulo do gato do F-16: era LO até dizer chega, inferior em tudo ao F-15 (e ainda por cima usando uma versão da mesma turbina, baita economia e simplificação logística para gente que volta e meia arruma uma guerrinha para se divertir) exceto manobrabilidade e naquele tempo BVR não era a barbada de hoje, usava-se mísseis enormes e pesados, que não tinham radar ativo e sim semi-ativo (o que obrigava o caça lançador a manter o alvo 'travado' até a hora do 'deu pra ti'.), com a louvável exceção do imenso e caríssimo Phoenix da USN. Mas mesmo para esta o principal era mesmo o Sparrow SARH. WVR também era brabo, nada de mísseis High-Off-Boresight e IIR, era no braço que o Piloto ganhava ou caía! Bueno, tinha-se então um caça que era muito mais barato para comprar e manter do que o F-15, podendo-se distribuir este caça pelos TOs ianques mundo afora sem dificuldades orçamentárias maiores. Claro que era um caça diurno - hoje nem se sabe mais o que é isso - para bom tempo e capaz apenas de combate aproximado e ataque ao solo sem grande sofisticação mas, se a kôza engrossasse sempre haveria Eagles para resolver. O YF-17, bimotor, maior e muito mais caro, nunca teve realmente chance na USAF...

Bueno, o tempo passou, a miniaturização dos sistemas se acentuou e apareceram kôzaz como o radar APG-68, LANTIRN e o AMRAAM e PRESTO: se podia agora dotar o F-16 de capacidade BVR! POWS, dava para aumentar várias vezes o poder de fogo da USAF sem gastar tanto assim...

Só que o F-16 já não era tão LO em relação ao F-15, agora podia enfrentá-lo na arena BVR também. Apenas um pouco menos de carga, um pouco menor o alcance mas ainda assim um caça 'quase-HI', ao menos para as necessidades ianques e ainda bem mais barato de comprar e operar que o F-15.

O tempo passou mais ainda e eles começaram a ter de encarar - sob a ótica da guerra fria, claro - a substituição desse mix e acham tão ruim que fizeram o quê? EXATAMENTE A MESMA KÔZA! Começaram pelo bimotor - mais caro - para substituir os bimotores, que eram mesmo os mais antigos. Apareceram os F-22. Caros e complicados como o diabo e ainda por cima acabou-se de vez a idéia de guerra fria, a URSS desmoronara junto com a cambada do Pacto de Varsóvia. Pior, já se preparava - dizem que ainda se prepara - a substituição dos F-16 pelo monoturbina F-35, só que agora ainda menos LO para o F-22 do que o F-16 em relação ao F-15. E com custos igualmente estratosféricos...

O conceito HI-LO, pelo que se vê, não é absolutamente preso à RIQUEZA mas à NECESSIDADE de uma Nação em dispor de determinado número de meios para tales & quales missões. Nem os EUA em seu auge puderam ter uma USAF puramente HI com as quantidades que julgavam fundamentais de caças.

Eu pergunto: 36 caças resolvem para nós? 84? 120? Basta isso a quem tem trilhões em riquezas a proteger no solo e no mar e uma posição cada vez mais proeminente no mundo? E ainda por cima mais de oito milhões e meio de km2 só de terra, além de mais de metade dessa superfície em ZEE?

Eu também pergunto: quando se identificar claramente a ÓBVIA necessidade de muito mais aeronaves de combate do que os números acima expostos vamos ter $$$ para comprar e manter centenas de caças exclusivamente HI? Passamos os EUA em riqueza e ninguém me contou? Teremos como dotar a II FAe de muito mais cargueiros? Sim, porque turbinas têm o péssimo costume de dar pane ou ao menos se tornarem pouco confiáveis de vez em quando e um pior ainda de fazê-lo em locais em que não há outras disponíveis, daí terem de ser transportadas até onde são necessárias. Isso tudo se fará em uma única geração? Afinal, se for em mais de uma essa charla de FX-2 perde o sentido, já passa a FX-3, FX-4 e por aí vai...

Túlio, de novo às ordens para levar pedrada... 8-] :twisted:
Dois posts muito interessantes para ficarem difusos entre milhares de páginas da eterna discussão sobre o FX-2...




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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#18 Mensagem por Enlil » Sáb Nov 21, 2009 5:11 pm

[Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! (pág. 1550)
jp escreveu:
Citação: Sterrius
"O que eu vejo é simplesmente que os EUA ainda nao fazem ideia de como agir com uma America latina que esta se tornando forte d+ para controlar!
Alguns ainda acham que da pra ignorar a AL sem perder dinheiro, outros sabem da importancia dos negocios aqui feitos!"
Caro Sterrius.
Em minha opinião os americanos tem sim uma política para o Brasil e AL (caótica com certeza). Se ela é boa ou não, para nós é claro, para eles pouco interessa. A política deles ainda é a política de "donos do quintal" na forma mais pejorativa (deles para nós) e imposicionista que você puder imaginar. O americano médio não é assim, mas não é o americano médio que está no senado ou são os falcões do big business ou a big police.

A política deles ainda é umbilicalmente ligada aos genes da doutrina Marshall. Aliás, da qual nunca se distanciaram. Basta ver a imobilidade do Obama ante à crise em Honduras.

Pode lhe parecer ranço-antiamericano. É sim, mas é um ranço "pragmático".
Me sinto confortável por ter este ranço porque, em nossa história, já tivemos o ranço holandês, francês, inglês e, por bipolaridade ideológica-geopolítica, o ranço anti soviético.

Isto, porém, não significa que não admire este povo fantástico e creio que devemos manter boas relações com eles. Isto é mais do que salutar, ela é conveniente. Assim, agregamos o máximo de conhecimento e nos desenvolvermos com o comércio bilateral, pois o "paquiderme" precisa comer, vestir-se, usar alguns manufaturados tupiniquins etc.

Infelizmente, ainda que eu admire a "nova Roma", repudio uma das coisas que fazem melhor, e que nos engolimos tão bem. Cito o pesado marketing que se traduz em grande aculturamento, tipo "corações e mentes". Nisto são mestres imbatíveis. Por exemplo: vejo estupefato nossa gurizada festejar o Hallowen, enquanto, paulatinamente, vão defenestrando, "festa junina", Saci Pererê e outras tradições do nosso rico folclore. Lembra a "Arte da Guerra"? Pois é, a continuar assim vamos comer peru em um dia de "ação de graças" em Pindorama. Palmas para os argies, lá isto ocorre em muito menor proporção.

Isto tudo não muda minha admiração por este fantástico povo, nascido do degredo e que se um império. Contudo, toda minha admiração é completamente irrelevante ante o amor ao meu país, como solerte ciência todos nós o somos.

Veja esta frase, pinçada da notícia que nos trouxe nosso prezado Marino.
Citação Marino.
"agência de notícias Bloomberg. “É um insulto ao Brasil dizer que não é importante o suficiente para ter um embaixador como país vançado mas, ao mesmo tempo, querer que compre nossos aviões, e não os franceses."
Aqui se denota o confronto, por isto supra citei como caótica, a tal política deles em nossa relação. Daí, concordo inteiramente com você, Sterrius, quando diz que eles não sabem muito o que fazem conosco. Custa-lhes elevar nosso status, custa-lhes digerir que somos uma sub-raça.

o interessante, seria até cômico, é ver o digladiar entre republicanso e democratas por este prisma. Uns, assumidamente imperialistas, racistas e assumidos "césares". Os outros, inegavelmente da mesma gênesis e com suas entranhas homiziando os mesmos vermes, mas com alguma consciência democrática multilateral. Que ningém se enganem, todos farinha do mesmo saco.

Estão errados?
Para os seus interesses, os quais souberam muito bem conquistar e defender, obviamente que não. Nós é que temos que aprender, como fizeram os bárbaros, comer-lhes às beiradas, crescendo e nos desenvolvendo.
Forte abraço.
JP

Desculpe os atropelos à língua, ainda estou de porre de ontem.




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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#19 Mensagem por Enlil » Ter Nov 24, 2009 1:06 am

Exploração das reservas do Pré-Sal (pág. 3)
Bourne escreveu:Permita-me comentar alguns pontos. Antes de começar advirto que podem ser pontos deveras chocantes para alguns. :wink:
marcelo l. escreveu:Artigo ruim, mas esse economista poderia ter sido uma das pessoas de ponta do governo Alckmin.
Não. É só da mainstrem. Por isso tendo algumas opiniões complicadas. principalmente sendo da FGV. No final explico.
Ambição com o pré-sal pode virar desastre, diz Pessôa
Seg, 23 de Novembro de 2009 10:52

A ambição do governo Lula de tornar o Brasil autossuficiente na fabricação de equipamentos para a indústria petrolífera pode contribuir para a desindustrialização, uma ameaça que o país já vem sofrendo por causa da valorização do real frente ao dólar. Como o Brasil não dispõe de poupança doméstica para financiar esse plano, terá que importar capitais, contribuindo ainda mais para a apreciação do câmbio. Investimentos de setores industriais tradicionais serão deslocados para o setor petrolífero, mais rentável, tornando a economia brasileira dependente de importações.
Aqui deixa claro que ele tem uma visão bem ortodoxa da economia. Ou seja, considera que os fatores são relativamente fixos e, assim, para aumentar a produção de um tipo de bem é necessário reduzir de outro. Ao mesmo tempo, desconsidera que investir na produção de equipamentos gera tecnologia que reflete na disseminação pela cadeia produtiva e aumenta a competitivo e produtividade da indústria como um todo. Inclusive recaindo sobre o aumento da qualidade e intensidade de tecnologia sobre as exportações e produção doméstica.

Esta pode ser a receita para o desastre, na opinião do economista Samuel Pessôa, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas. O risco de "doença holandesa" é real e muito grave, adverte ele. "Já houve muito subsídio para internalizar a cadeia do petróleo no Brasil. A Petrobras é uma empresa líder de tecnologia que vai a qualquer outro lugar do mundo e compete com sucesso. Já houve tempo suficiente para essa indústria se estabelecer. O que aprendemos a fazer, nós sabemos; o que não foi feito aqui é porque não temos condições de fazer", opina o economista.
Volta a visão que citei acima. Porém uma critica que pode ser feita é que é uma prerrogativa que não corresponde a realidade. Pois a Coréia aprendeu a fazer muita coisa e continua aprendendo. Sendo parte integrante da sua estratégia de industrialização e posicionamento da cadeia produtiva mundial.
Pessôa sustenta que não faz sentido querer investir em áreas intensivas em fatores de produção que o Brasil não possui. Um desses fatores é educação de qualidade, como tem a Coreia, um fabricante competitivo de equipamentos para a indústria do petróleo. "A gente não faz a lição de casa, tem uma escola pública muito ruim e, por outro lado, quer investir em setores que não são os nossos naturais porque não temos fatores de produção compatíveis com essa especialização produtiva. Então, ao fazer isso, vai gerar uma pressão sobre os recursos da economia."
Essa é a visão neoclássica de comércio internacional. Ou seja, o país deve se especializar em produzir aqueles bens em que detém o fator intensivo em sua produção. Os demais bens se importa. Assim, todos melhoram o seu bem estar. Uma das conseqüência é que se tentar incentivar um setor que não exista fatores relativamente abundantes, redunda em desequilibro na economia e ineficiência.

O interessante é que cita a Coréia que é um país que rompeu paradigmas. Se seguisse essa receita estava até hoje exportando produtos de pesca.
O Brasil é um país que tem câmbio apreciado porque consome muito e economiza pouco. Para crescer, é obrigado a importar poupança, num processo que valoriza o real frente ao dólar. Além disso, opta pelo presente em detrimento do futuro. A persistir nessa direção, assistirá ao encolhimento do setor industrial e ao florescimento dos serviços. Daqui a alguns anos, se cumprir certas condições, vai se parecer mais com a Austrália do que com a China.
A visão sobre câmbio dele está intimamente ligada a noção neoclássica de que o sistema financeiro é um intermediário entre poupadores e tomadores de empréstimos. Dessa forma, unido a outros fatores que citei, considera que se o país tomo capitais importados para investir é a mesma coisa que consumir e, portanto, no longo prazo não gera ganhos para a indústria e desenvolvimento tecnológico. Dessa forma, capitar recursos no exterior para investimento é uma coisa ruim no longo prazo.

Isso não é verdade. Pois o investimento presente em áreas propícias a dar frutos no futuro pode e provavelmente trará benefícios maiores no futuros. Gerando recursos que mais que compensam o pagamento dos empréstimos.
Estas são algumas das reflexões que Pessôa tem feito sobre o momento vivido pelo Brasil. Em entrevista ao Valor, ele fez um diagnóstico das escolhas feitas pelo país, avaliou seus efeitos e chamou atenção para os problemas que poderão surgir no horizonte, caso algumas opções recentes do governo não sejam revistas.

O economista do Ibre ensina que vigora no Brasil, desde a Constituição de 1988, um contrato social que prevê a oferta de um pacote de bem-estar à população. Esse pacote exigiu o aumento da carga tributária e se traduziu em investimentos em previdência, saúde e educação. O contrato começou a ser devidamente implementado no primeiro mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-1999) e prosseguiu na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.
Vê com maus olhos por que esse pacote de bem-estar a população evita que o mercado funcione e obtenha eficiência e melhor alocação de recursos.
Pessôa vê apenas uma "inflexão" nesse modelo. Nos últimos dois anos, o governo Lula decidiu investir pesadamente no aumento dos salários do funcionalismo e no desenvolvimento de uma política industrial agressiva, que privilegia a criação de empresas campeãs nacionais. "Sou muito cético à ideia de que, depois do 1,5% do PIB de aumento dos gastos com o funcionalismo, vá acontecer alguma diferença para melhor no Estado brasileiro", pondera.

No contrato social adotado pelo país, não há espaço, diz ele, para o aumento do nível de poupança doméstica, que no Brasil é quase quatro vezes menor do que na China. "Tudo em economia tem uma dimensão de preço e uma de quantidade. Na quantidade, o nosso contrato social se expressa na baixa taxa de poupança doméstica. No preço, ele se expressa no câmbio valorizado. Estes são dois irmãos siameses", sustenta Pessôa. "A gente vota a favor de um câmbio valorizado."
Não. Economia é uma coisa muito mais complicada e não são irmãos siameses. Na verdade, de certa forma, se aproxima da visão marxista de que tudo é simples e tem um roteiro pré-definido

O que grifei em azul reflete a visão sobre a necessidade do mercado operar mais livremente e que o mercado financeiro é um mero intermediário.
O economista faz questão de não julgar o mérito desse contrato, diz que não o considera ruim, mas não se furta a criticar o que chama de "excrescências". Uma delas são as regras para pagamento de pensão por morte. O Brasil gasta anualmente 3% do PIB com esse tipo de despesa, o triplo do que é gasto, em média, pelas economias da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

Muitos países estão modernizando suas legislações nessa área. Por exemplo: em alguns lugares, para casais que trabalham e não possuem filhos, não há direito à pensão por morte. No Brasil, ao contrário, as regras são as mais generosas do mundo. "Não faz sentido uma pessoa de 70 anos se casar com uma de 20 e, depois, quando a de 70 morrer, gerar um passivo para o Estado de 60 anos porque aquela pessoa de 20 receberá pensão e viverá até os 80", observa Pessôa.

Outra "excrescência da institucionalidade brasileira" é a existência de universidade pública gratuita. O fato de ser pública, diz o economista, é uma ideia interessante, mas a gratuidade não faz sentido. Essas distorções pressionam os gastos do governo, diminuem a poupança e geram um câmbio valorizado, o que, em última instância, provoca problemas na indústria. "Também faz parte do contrato social não mexer nessas questões."
A critica do homem tem méritos. Entretanto, sempre é pautada pela necessidade de liberalizarão de mercado e trás de volta a sua visão ortodoxa mercado financeiro e câmbio.
Uma sociedade que consome muito tem um padrão de absorção, diz Pessôa, viesado para o setor de serviços, ou seja, para o consumo de bens não-comercializáveis. O viés obriga a economia a deslocar fatores de produção da indústria para os serviços. A China, ao contrário, poupa muito - quase 50% do PIB - e consome pouco, favorecendo o desenvolvimento da indústria. "Uma forma de resolver isso é mudar o contrato social, aumentando a poupança aqui, mas acho que isso está fora da agenda. Teria que mudar o equilíbrio político", comenta Pessôa.

Talvez, isto explique o fato de a classe política resistir à aprovação de medidas, como a reforma da previdência, que aumentariam o nível de poupança do país. Pensando nisso, o pesquisador do Ibre sugere ações alternativas para minimizar o problema da indústria. Uma delas seria recriar a CPMF e utilizar integralmente sua arrecadação - em torno de 1,5% a 2% do PIB - para desonerar a contribuição previdenciária da indústria de transformação. Isso ajudaria a baratear os bens produzidos no país, estimulando o seu consumo.
A mesma coisa que disse antes e também pode usar as mesmas criticas
"Essa é uma possibilidade interessante de contrabalançar essa tendência de câmbio muito valorizado e, portanto, essa dificuldade de sobrevivência da indústria neste momento", defende Pessôa. "A CPMF é um imposto melhor do que a contribuição sobre folha."

O economista do Ibre não acredita que, no ciclo recente de crescimento do Brasil, tenha ocorrido um processo de desindustrialização. A indústria, na verdade, aumentou sua participação no PIB. O problema é que esse crescimento se deu em grande medida por causa da demanda por bens industriais das economias sul-americanas, que, por sua vez, cresceram nos últimos anos, puxadas pela crescente demanda da China por produtos primários. A dúvida é o que acontecerá daqui em diante.

Mesmo com a crise mundial, o parque industrial chinês segue crescendo a taxas elevadas. Neste ano, o país deve se transformar no maior produtor e consumidor de automóveis do planeta. O problema, assinala Pessôa, é o que vai acontecer com a indústria brasileira quando a China começar a vender carros no mercado latinoamericano.
Um ortodoxo admirando uma economia de mercado como a China é meio incoerente.
"Aparentemente, já está começando a ocorrer uma substituição de manufaturas brasileiras por chinesas na região. Tenho até dúvida se, já no pós-crise, a recuperação da indústria brasileira não vai ser tão forte por causa da oferta chinesa", adverte o pesquisador do Ibre. "Há um risco de a participação da indústria no PIB brasileiro cair muito rapidamente. Isto, sem o pré-sal."

O petróleo abundante da camada pré-sal pode, na avaliação de Samuel Pessôa, agravar o problema da indústria, a depender das decisões tomadas pelo governo. O economista tem um opinião favorável, e rara, sobre o Congresso. Na sua opinião, o parlamento brasileiro é "razoável", tem, "na média", um bom nível intelectual e é integrado, também "na média", por políticos bem-intencionados. Pessôa acredita que, na discussão do marco regulatório do pré-sal, prevalecerá o bem-senso e o país seguirá o modelo norueguês.
Legal. Também acho o modelo norueguês interessante e estão explicado na primeira página do tópico.
O risco, diz ele, são ideias que o governo vem defendendo, como a de desenvolver no país toda a cadeia produtiva do petróleo, tornando o Brasil autossuficiente na fabricação dos insumos dessa indústria. O país não dispõe de poupança para atender à ambição do governo, portanto, terá que importar capitais, contribuindo para valorizar o câmbio. Investimentos que antes seriam destinados a outros setores industriais passariam a ser canalizados para o setor petrolífero. Com o passar do tempo, este cresceria e o industrial não-petrolífero encolheria.
Volta a discussão inicial do texto. Não vou repetir as criticas.
Pessôa não vê problema no fato de o Brasil optar por ser um país de alto consumo e baixa poupança. Como tem um futuro promissor, exigirá investimentos elevados, o que, nas circunstâncias mencionadas, provocarão déficits em conta corrente também altos. É possível, no entanto, a exemplo da Austrália, conviver com isso, desde que se cumpram três condições. A primeira delas é manter as contas do setor público sempre em ordem. Os déficits externos, enfatiza Pessôa, devem ser fruto de decisões privadas.
Não vê problema devido a como encara o sistema financeiro. Assim, se o setor público não tem déficit, pode se sustentar déficits em conta corrente, sem perigo de ataques especulativos e sucumbir na primeira instabilidade que vir do exterior.

É uma visão perigosamente simplificada. Especialmente considerando um país que desenvolve pouca tecnologia, produtos e serviços de alto valor agregado e não tem uma posição de destaque no sistema financeiro mundial tal como os Estados Unidos. Para quem não sabe até a Grã-Bretanha nos idos da década de 1970 foi obrigada a pedir socorro ao FMI por não aguentar a crise externa, mesmo com toda a sua tradição e bom posicionamento global. E, outra, os países europeus sofreram ataques especulativos pesados no começo da década de 1990 e se complicaram.
A segunda condição é ter um passivo externo líquido financiável - a dívida externa denominada em reais ou, se for em dólar, com hedge (proteção).
Quando o ataque especulativo e crise financeira global vier não vai adiantar muita coisa. Seria o mesmo que tentar atravessar um tempestade no Atlântico com um bote salva-vidas.
A terceira é manter o regime de câmbio flutuante. A Austrália sobrevive, há 25 anos, com déficit externo anual médio de 4,5% do PIB. "O Brasil está no caminho certo. Está construindo reputação e acho que tem total possibilidade de possuir condições de financiamento externo iguais à da Austrália em dez anos. Se não dermos mais nenhum calote, se mantivermos os contratos e termos essas três condições, podemos nos financiar perfeitamente", conclui o pesquisador do Ibre.
Essa é a visão extremamente ortodoxa. Por que julga que se o país tiver reputação, honrar contratos, tiver finanças públicas equilibradas nunca vai sucumbir a uma crise externa, mesmo sendo deficitário. E todos vivem felizes para sempre.

Agora dá para mandar ver. Primeiro considera que se seguir a receita acima o país sempre poderá se financiar. Nesse ponto, pressupõe que a oferta de capitais no cenário internacional é dada e abundante, não mudando expressivamente ao longo do tempo. O que não é verdade. As ondas expansão e retração da liquidez mundial vem e vão. As instabilidades e crises financeiras idem. Hoje são considerados fatos da vida. Não é mais uma questão do SE, mas sim quando virão e de que forma.

Não explica por que defende o câmbio flutuante, mas explico a sua visão. Por que absorve os impactos de mercado e, no longo prazo, reflete a produtividade do país. Portanto, teoricamente, sempre estará equilibrado se não houver intervenção.

É verdade? De certa forma sim e, realmente seria, se nenhum país interviesse no câmbio e não conseguisse manter grandes déficit ou superavit no longo prazo. O problema a intervenção no câmbio e em políticas o afetam é uma coisa normal.

O grande desequilíbrio internacional hoje são, de um lado, os EUA que manter o dólar forte e déficit externos propositais, sendo financiados por capitais externos e comandando o sistema financeiro. É algo proposital e parte da estratégia atual de posicionamento dos EUA no mundo e de aumento de bem da sua população. De outro, países exportadores que detém grandes reservas em dólares, especialmente a China, que não tem câmbio livre e a exportação é uma forma de promover o crescimento econômico, industrial e se proteger de crises. Um dia essa bomba vai explodir e quem não estiver preparado vai para o saco.

Outro aspecto adjacente é que o mercado financeiro é um zona. Não tem uma coerência de ação. A coisa vira de um dia para o outro. A crises são cíclicas.

Sobre a FGV e USP

Ambas as instituições são extremamente ortodoxas e tem uma visão muito neoclássica. dependendo do artigo que se manda para essas revistas desses centros eles nem lêem por que o assunto não faz sentido ou não interessa para a linha que eles seguem. É bom ou ruim? Nem bom e nem ruim. é um tipo de visão.

Por outro lado, centros como a UNICAMP, UFRJ, UnB são bem de outra linha. As criticas que fiz a visão dele são leves quando comparadas ao que certos professores desses lugares podem fazer ao texto do homem. Não quer dizer que eles não entendam a visão ortodoxa, mas entendem tão bem que sabem criticar e construir a sua argumentação.
Tenho um vago conhecimento de economia e o post do Bourne explica coisas interessantes dessa ciência, q de exata não tem nada... Aliás, creio q poucas coisas sejam tratadas de forma tão "mitólogica" por alguns "humanos"...




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Bourne
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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#20 Mensagem por Bourne » Ter Nov 24, 2009 8:39 pm

Um dia tinha que entrar nesses post notáveis. Estou chorando de emoção :cry: :cry: :cry: :cry: :cry: :cry: :oops: :oops: :oops: :oops:




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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#21 Mensagem por P44 » Qui Nov 26, 2009 8:24 am

"Israel protesta contra visita ao Brasil", pág. 14
Algus escreveu:
ninjanki escreveu:Discordo. A pessoas com que negociamos dizem muito sobre quem somos e oque defendemos.
Como fica, então, o caso dos EUA serem grandes parceiros da Arábia Saudita, outro Estado Confessional tão intolerante quanto o Irã? Por que os que mais levantam a bandeira da democracia são os maiores parceiros da China?

E o que dizer do Japão, um dos maiores mercados do Irã? India, China e Rússia (BRIC?!) também negociam muito com este país. Só a China investiu 100 bilhões nos últimos anos e a Rússia vendeu armamento pra eles. Por que ninguém fala nada disso? Por que eles podem negociar e nós não?
Pragmatismo que atropela princípios só é aceitável em caso de extrema necessidade, ou de sobrevivência ameaçada.
Então isso só vale pra gente, porque pros outros países o pragmatismo sempre foi mais forte.
Pelo que sei, o presidente do Irã foi re-eleito em um processo altamente suspeito, e representa um regime que financia o terrorismo e que oprime seu próprio povo, essencialmente uma teocracia ditatorial com um verniz de democracia que não engana ninguém.
Pelo que sei, o presidente do Afeganistão foi eleito num processo muito pior, beirando o ridículo. Um governo extremamente corrupto que definitivamente não conta com a maioria da população.
Desde que a guerra começou naquela região a parcela de produção de ópio pulou de 5 para 92% da produção mundial. Por que ninguém fala nada da bandeira americana levantada lá, que só afundou ainda mais o país? Só porque é apoiado pelos americanos não significa que ele seja menos sujo que o iraniano, mas ninguém no mundo se atreve a levantar o dedo contra Rússia, China, Japão ou Estados Unidos. Não vi o ocidente se mobilizando pra tirar o presidente afegão.

Só nós temos que seguir as regrinhas impostas por eles, deixando o pragmatismo e nosso crescimento em segundo plano.




Triste sina ter nascido português 👎
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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#22 Mensagem por Enlil » Ter Dez 01, 2009 3:45 am

[Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! (pág. 1590)
Bender escreveu:Eu continuo só observando também.

Neste forum e mais no do Base Militar,se julga de forma brutal o Sr. Presidente Lula, e o Ministro de Estado Nelson Jobim,se fossem só criticas políticas mesmo que duras e contundentes,estaríamos no campo de jogo natural das democracias representativas.

Mas não são só críticas políticas,quando se trata de FX principalmente, lá no fórum do BM especialmente são feitas críticas pessoais pesadas, ofensas diretas,insinuações as mais variadas de que se a escolha for Rafale é fruto de corrupção,roubalheira e safadeza,são acusações que extrapolam o bom senso,e tem como principal objetivo desacreditar e julgar como suja e desonesta qualquer decisão que venha a ser assinada pelo Chefe Supremo das Forças Armadas,os militares não o julgam publicamente dessa forma,tem o respeito devido ao chefe da nação. È uma leitura que causa desgosto.

Eu também tenho minhas criticas pessoais ao Sr. presidente Lula,mas me manifesto sobre elas no Boteco,não em um Fórum Publico,aqui me cabe julgá-lo politicamente,mas talvez a certeza da falta de consequências mais graves aos autores, estejam levando essas pessoas e seus interesses a cometer esses ataques ao seu bel prazer.

Existe um esforço da parte do min. Nelson Jobim para fazer a compra desses caças na sua gestão a frente do Ministério da Defesa?Sim mas...

Existe também um esforço desmedido para colocar em confronto e lados opostos a decisão pró Rafale e a FAB, sendo que os membros do GF,presidência,Min. Da Defesa e MRE são taxados de interesseiros desonestos e ideologistas safados e a FAB a coitadinha que deverá engolir o sapo a contra gosto,a velha fórmula do Bem contra o Mal,as criancinhas pequenas adoram esse tipo de istorinha,é a de mais fácil compreenção para os pequenos inocentes começarem tomar posições,e decidirem por algum lado em uma istória,e nada melhor nesse tipo de istorinha que a inclusão de possíveis detalhes escabrosos e absurdos também,para ajudar na tomada de posição..

Mas a inocência maior em alguns desses comentários,é quando julgam o Sr. Presidente Lula um energúmeno sem noção,um tapado que desconhece as sutilezas,movido somente por interesses simplistas,rasteiros e de promoção pessoal nas suas atitudes.

Se enganam redondamente os que o julgam assim,e se pensam os fabianos e outros interessados que estão fora da sintonia das intenções governamentais,mais uma vez eu repito,o Sr. Presidente Lula não é de morrer abraçado a causas que julga desfavoráveis e de solução que contenha afronta ou emparedamento de algum lado,é um conciliador e negociador astuto por natureza,mas que tem seus limites,e já deu provas de pragmatismo e desprendimento para tomar qualquer atitude que seja,para evitar que um possível desgaste futuro ou confronto se realize.

O que isso significa com relação ao FX?

Significa que todos os esforços possíveis para que a diretriz traçada pelo governo pela França se realize, vem sendo feitos mas que se não for possível alcançar um “equilíbrio” tanto com a França,quanto com os descontentes com essa opção,existem soluções pragmáticas e indolores para o GF, para que se chegue ao fim de todo esse embróglio, e não se carregue um fardo pesado e inútil para a campanha presidencial de 2010.

Quanto a isso eu não tenho dúvidas.

Sds.
Terça, 03:44am, 01 de dezembro de 2009: nenhuma decisão definitiva sobre o novo caça da FAB. Já tenho receio q não haja um novo caça. No entanto, apesar de tudo, ainda há vida no tópico sobre FX-2.




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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#23 Mensagem por Enlil » Sáb Dez 05, 2009 1:59 am

[Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! (pág. 1629)
jp escreveu:
orestespf escreveu:Em matemática o termo "linear" é usado para representar certos comportamentos, como por exemplo, em geometria, retas e planos, não somente assim, mas em dimensões superiores também. . Porém se usa em outros contextos também, em equações algébricas, equações diferenciais, etc. Digamos que tais "objetos" matemáticos são os mais "simples" que podemos ter, naturalmente, com maior "facilidade" para serem estudados.

Já o dicionário Aurélio tem, entre outras, a seguinte interpretação: "Que dá ideia de seguir uma linha reta; sem desvios, ou complicações, ou complexidade, ou, às vezes, profundeza; claro, simples, direto." Tais interpretações estão intimamente relacionadas com a forma de pensar e expressar do ser humano.

Juntando as duas formas (matemática e Aurélio) podemos, grosso modo, dizer que a matemática modela, inclusive, a forma-pensamento.

Pois bem, quando se é um sujeito linear? Difícil de afirmar... Porém podemos tentar delinear (sem trocadilhos) alguma coisa, por exemplo, uma pessoa pode ser linear quando é objetivo, mas pode ser linear no sentido de limitação mesmo, inclusive pode ser linear de forma intencional. Explico, a conveniência dos fatos, quando convém ou não, pode ser maquiada pela forma linear, passando a ideia de objetividade e clareza, mas no fundo nada mais é do que a arte de se tentar conseguir a Razão.

É interessante ver que vários argumentos se prendem, em sua construção, ao que sai na mídia não especializada, que por definição seria uma forma intelectualizada da fofoca e do boato. Aliás, sempre tive a sensação que foi a associação das lavadeiras beatas de beira de rio (sem ofensa, apenas brincadeira mesmo) que criou a imprensa moderna. :mrgreen:

Em matemática existe um rótulo assim: quem pergunta é porque é inteligente, mas quem pergunta muito é burro (discordo, mas...). Outra forma, quem não tem pressa pra falar é sábio, que corre para dizer algo é estúpido (discordo, mas...).

Pergunto: por que há tanta pressa em interpretar praticamente tudo que o presidente Lula diz por aí? Só por que ele é Presidente da República? Não... Isto sempre aconteceu na vida dele, sempre queriam ouvi-lo em tudo e sobre tudo. Os gestos do presidente Lula são perdidos através das apressadas tentativas de interpretar as palavras... Fazer tal coisa não seria uma forma-pensamento linear?

Gestos... O que seria o tal "gesto"? Claro, não me refiro a movimento do corpo, semblante, fisionomia, etc., mas sim ao ato, a ação que, em geral, é de natureza brilhante. Tal forma para o gesto não pode ser observada em falas isoladas, mas em uma sequência de falas, ações e atitudes. Falas isoladas são sempre lineares, interpretá-las, mais ainda, são comentadas sempre com intenções primárias (maquiavélicas) ou primeiras (ingenuidade).

Faz algum tempo que venho (estupidamente) dando minha opinião sobre o processo FX-2, não dos caças em si (não faz sentido, até porque este assunto fica saturado rapidamente), mas sobre o episódio como um todo. Desde então falo que tudo isso sempre foi (é e será) de natureza política (sentido lato). De tempos pra cá tenho chamado a atenção sobre o que o País busca, através deste governo, em termos geopolíticos e associei este fato ao FX-2.

Só que uma coisa é a percepção, outra coisa é a confirmação. A cada dia que passa vemos como tem sido cada vez mais presente e radicalmente diferente as declarações e posturas de nosso presidente, principalmente em relação aos assuntos internacionais. Vejam a postura do Brasil em relação a Honduras, a visita do presidente iraquiano, a declaração do presidente Lula ao lado da toda poderosa Alemã, etc. Isoladamente... Tudo fica linear.

Os sujeitos lineares (maquiavelicamente, ingenuamente, apressados mesmo, etc.) dirão que o presidente Lula comentou mais uma gafe diplomática. Erro crasso!!!!! O presidente literalmente enquadrou a primeira ministra da Alemanha, no fundo ele mandou ela calar a boca. Pensem, se o Brasil fosse o mesmo do passado recente, jamais (insisto, jamais!), teria coragem de tamanha afronta moral. E não se esqueçam, nosso presidente igualmente enquadrou o presidente dos EUA e da Rússia, literalmente chamou a todos de hipócritas, isto foi mais do que dito, mais do que claro ficou.

A forma-pensamento e forma-de-expressão oriunda da primeira, apelando-se para a linearidade, impõe a clássica "meia-verdade", ou seja, utiliza-se o que realmente foi dito, mas munido de interpretações apressadas de tal forma que o resultado é uma distorção dos fatos. Claro, dirão, não existe meia-verdade (que por definição é mentira), mas a distorção de algo linear implica em um produto não linear. E aí, gera-se a confusão. Conveniência maquiavélica ou fatos intencionalmente maquiados?

Mais do que claro está o fato que nossas atuais (e futuras) compras militares são frutos desta forma-pensamento maior, aquela sem pressa, mas pensada e programada. Claramente tais compras são reflexos das intenções que hora se apresenta na forma de falas e declarações, porém que só se revelam através dos atos e ações no todo, os tais gestos (simbólicos).

Ter peito para certas coisas é razoável e aceitável como válido para qualquer um, mas sustentar tais coisas sem temer retaliações de maior porte, só se houver algum "respaldo". Só uma pessoa de muito peito e força para mandar calar um grande mandatário, sem falar que ainda pediu para dar recado para mais dois explicitamente, fora os que foram no vácuo. Isto é mudança e das grandes! Se é certo ou não, são outros quinhentos.

E os caças? Estes são consequências do que se faz agora com a intenção clara de sustentar posturas, cada vez mais duras, tendo a certeza que fortes retaliações não virão. Existem duas alternativas para assegurar tal coisa: dar um tapa na cara e imediatamente virar-se de costas com as calças arriadas; ter certeza que realmente está seguro para as eventualidades.

O que daria mais segurança se fosse possível restringir este assunto apenas aos caças? A resposta é fruto da disputa segurança real X calças arriadas.


Orestes

Isso mesmo cabôclo, muito bem dito. Total acordo.
Como já foi dito aqui, em diplomacia não se pode, ou não se deve (só pra quem pode) dizer o que se pensa. E sabemos que a diplomacia "molusco cefalopodiana" não se contém nessas fronteiras tão sutis.
Contudo, longe de criticar simplesmente nosso timoneiro, merece a sua (dele) fala mais do que ilações ideológicas ou partidárias. Realmente ele se despiu da hipocrisia e disse o incontestável. Afinal, Israel possui, não declara oficialmente, segundo especulações, entre 50 a 100 bombas "A". E se Israel, à época de Golda Meir, ameaçou "jogar" o artefato que (já) tinha sobre às tropas egípcias, que se encontravam às portas de Tel Aviv, porque então Irã não pode. E veja, não vi nenhuma declaração do nosso César dizendo isto, ao contrário.

Sem resvalar para assunto tão polêmico, mas acusar o Irã de terrorismo nos conduz a inquientantes ilações ao passado de muitas nações, inclusive Israel, povo ue admiro. Os EUA, Grâ-Bretanha, França, Rússia, entre outros, cansaram de fazer terrorismo, ou "intervenções oficiosas" se ficar melhor assim.
Sabemos que os vencedores (os fortes, assim fica dez), contam a história. Aos perdedores nem as batatas.
Certas estórias do meu velho pai, sobre os bravos soldados americanos nos campos da Itália. Como você sabe na minha família eram dois veteranos da FEB (meu pai e meu tio - este último ainda vivo), mostram-me desde cedo que meus heróicos cowboys eram apenas bandidos sem olenço no rosto. Um ex-combatente da Marinha (Mercante brasileiro) contou-me uma vez sobre um episódio do metralhamento, por um "Catalina" da USNavy, a sobreviventes de um U-boat alemão, que estavam sendo resgatados por navio mercante brasileiro na costa da África (e já éramos aliados deles então), e que quase o navio brasileiro também foi alvejado por tamanha "ousadia".

Quer dizer, quem pode pode e a moral fica tão flexível como elástico ao sabor da força de quem pode mais puxá-la.
O problema é que não estamos tão fortes que possamos esquecer que temos uma paquiderme ao nosso lado, se ele espirrar somos esmagados. Propalar coisas que o mundo ocidental gosta de ouvir é boa política, manter uma equidistância (para comer dos dois lados) é salutar e sábio.

Por isto, esta projeção de "super star" do nosso guia ao mesmo tempo que propicia escorregões dilplomáticos também nos protege, na medida que projeta o Brasil como "aquele pitoresco país emergente". Estamos vendendo ao mundo que somos uma boa econõmia, relativamente estável com democracia ídem. Europeus adoram essas coisas.
Dar um cala boca na Merkel foi até hilário. Afinal, nunca na história da Alemanha...

Todavia, urge achar alguém 10 minutos mais inteligente que a "dupla tetânica", C. "Aporrinha" e Toc, toc, toc Garcia. E que fique, alí, ao lado do grande mandatário, para vez ou outra lhe frear a lingua
. (lembra quela piada do padre boquirroto com os testículos presos a uma cordão às mãos do sacristão)
Insisto porém, ele disse o que todos pensamos. então, por lógica não poderíamos dizer nada contra.
Se "uns" podem porque os outros não? só que Mas, infelizmente isto é apenas um ingênuo sonho, a democracia sempre terá sua Roma que a ditará em sua lingua impondo sua pax.

Exemplo históricos não nos faltam. Só os mais recentes. Os EUA jogaram duas "atômicas", como àquelas que decidiram que o Irá não deve possuir, sobre duas cidades desmilitarizadas no Japão. Duas cidades semnenhum valor militar, mas cuidadosamente escolhidas para que os "efeitos" fossem minuciosamente estudados. A descupa oficial foi simples cálculo estatístico. Para deixar o Japão "de quatro" perderíam-de milhares e milhares de soldados americanos e outras centenas de milhares de japonenes. então, para salvar americanos e japoneses vaporizaram centenas de milhares de civis japoneses. (E tem gente morrendo e passando os efeitos às suas geraçoes até hoje).
Balela! O Japão nem tinha mais calças a arriar, tentou vários contatos para negociar a paz. Sabedores disto a boa gente yanque correu a aprontar rapidinho, little boy e fat man, para mostrar aos russos quem mandavam no pedaço. Enquanto é claro faziam arder aquela "sub raça amarela". Aliás, a insistência no bombardeio foi uma das causas que gerou a defenestração de Oppenheimer.
Mas o Japão foi bonzinho? Evidente que não, já até faziam suas pesquisas atômicas para fazer arder "aqueles porcos ocidentais". Mas atrocidades foram perpetradas pelos alemães, italianos, japoneses, americanos, ingleses (o bombarbeio de drsden.. Putz! Arrasar com uma cidade de um país de quatro). Sem dizer nosso Brasil no Paraguai e o mesmo no Brasil quando a nós invadiu.
Não há lados a defender, só o nosso como vc bem cita.
O grande bolo fecal é que a verdade, pura e simples, não se coaduna com os interesses entre os que mandam no mundo.

Xiii!! Esse tópico era de que mesmo hein?! :mrgreen:




Bender

Re: Posts Notáveis dos Usuários

#24 Mensagem por Bender » Qui Dez 10, 2009 12:52 pm

Mais um post do Orestes,nota dez!
Pena que o diluvio,vem e carrega para o Bueiro, :? Mas está registrado aqui.
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A síndrome do relógio quebrado


Meu pai dizia: "relógio que atrasa não adianta". Frase simples e com trocadilho, mas que demonstra claramente que a imprecisão temporal, além de não servir pra nada, pode gerar problemas maiores, crises, digamos assim.

Este governo, em seu primeiro mandato, deve a inaptidão de apresentar pronta-respostas aos problemas que surgiu rapidamente, ou seja, incapacidade para gerenciar crises. Como se isto fosse pouco, ele (governo) se habilitou em apresentar soluções (para os problemas) de natureza polêmica e acadêmica, ou seja, as "soluções" traziam mais dúvidas, sempre controversas, e estas, além de não poder ser respondidas, culminavam em novas crises.

A imperícia de um governo se medem pela incapacidade de apresentar soluções imediatas, ou seja, inaptidão para tomar-se decisões. Tomar decisão é para poucos, porém apresentar respostas, mesmo que na forma de perguntas devolvidas, característica de quem não tem capacidade de solucionar problemas imediatos (pensamento academicista), forma um conjunto de maioria absoluta.

Este governo aprendeu, a trancos e barrancos, na base da dor, sofrimento e enorme desgaste político e social, que o período temporal para a tomada de decisão não permite que o assunto seja levado para a mesa de negociações entre os vários representantes dos vários segmentos da sociedade, ou seja, que a tomada de decisão não é plural, mas sempre autoritária, o que demanda alta capacidade gerencial, grande conhecimento sobre os mais variados assuntos e acima de tudo a apresentação de soluções, quase sempre, de natureza antipática (salve Maquiavel!).

Porém outra característica peculiar ajuda a caracterizar este governo: a capacidade de gerar novas crises como forma de maquiar as atuais. Isto pode ser lido através da seguinte frase simples: "empurrar com a barriga". Toda frase popular, por mais estúpida que seja (odeio todas), permite leituras. Por exemplo, a frase "empurrar com a barriga" se caracteriza-se como a arte de atrasar o relógio, mas relógio que atrasa, não adianta...

Cada assunto tem o seu relógio, cada um tem o seu fuso horário. Como cada relógio tem seu ajuste de atraso convencionado de maneira peculiar, então seria uma luta em vão tentar colocá-los sobre o mesmo fuso, visto que suas defasagens (dos relógios) implicariam em geração de novos fusos, e todos sob o mesmo quintal-ambiente. Dada a incapacidade tecnológica para se adiantar os relógios (bem, relógios que adiantam também não adiantam), optou-se por atrasá-los, porém os que se acham sábios sugeriram que, ao invés de adiantá-los, seria interessante e mais simbólico colocar todos sob o mesmo fuso e que as diferenças temporais futuras ficariam sob a batuta do novo maestro.

Claramente a arte de colocar relógios atrasados sob o mesmo fuso não é uma característica apenas deste governo, mas é uma grande característica do Brasil. Por exemplo, o ex-presidente FHC atrasou o relógio da FAB ao impedi-la (praticamente) de voar, mas depois de longo período resolveu colocar o relógio da FAB sob o mesmo fuso do governo, ou seja, postegar o pacote de relógios atrasados para o seu sucessor.

Só que estamos em um período totalmente diferente do citado acima, mas os relógios atrasados continuam na moda. O atual governo ajustou previamente o tempo desejado, o relógio é que se cuide para ajustar-se ao momento. Assim sendo, os relógios deste governo possuem "caminhar" variável, hora rápido, hora lento. Parece solução, mas não é, pois relógio que não mede o tempo certo, igualmente não adianta.

A MB demonstrou enorme domínio sobre o tempo do governo, é uma especialista em relógios, ajustava os seus de acordo com a variação temporal do mandatário. Já a FAB... A FAB não tem recursos tecnológicos para adiantar seus relógios, só sabe lidar com os mesmos quando atrasados (síndrome gerada no governo passado?), decidiu mudar o fuso como tentativa (paliativo) de fazer parecer que seus relógios marcam o tempo atual, mas o fuso do governo é diferente... O fuso da FAB é o primeiro trimestre de 2010, mas o fuso do governo era 7 de setembro de 2009. Relógio que atrasa não adianta.

A FAB precisa saber que o único que pode mexer no fuso é o governo, visto que fuso é convenção dos humanos (os que podem) e o tempo é consequência para os que precisam olhar as horas. Nem o tempo e nem o fuso são características divinas, mas uma espécie de acordo de cavalheiros para que todos se encontrem o mais ajustado possível.

Se por um lado a FAB quer ajustar fusos ao invés de ajustar seus relógios, por outro o governo, ao lidar com seus relógios atrasados e fusos fora de fase, apresenta, em termos estatísticos, enorme probabilidade de gerar nova crise ao se esquivar de apresentar solução imediata. Se a FAB não pode ajustar os fusos e seus relógios estão sucateados, então que o governo compre imediatamente novos relógios para a FAB, relógios modernos que permitam ajustes, se possível, automáticos, aos fusos variáveis do próprio governo.

O governo já assegurou que comprará os caças, alega que a demora é de responsabilidade da FAB. Por um lado é verdade, visto que a FAB estava com seus relógios e fusos atrasados no 7 de setembro. Por outro lado, não é bem verdade (logo é falso), pois o governo adiantou seus relógios sem saber se os relógios e fusos dos franceses estariam sincronizados com os nossos; correu-se o risco de não pagar caro pelos relógios e fusos, mas pagar muito caro pela tecnologias de ajuste dos franceses.

A história se resume assim: o governo vai ajustar o fuso quantas vezes for necessário para que a FAB coloque seu relógio em dia. Só que a FAB, que anda com seus relógios atrasados, parece não compreender qual é o fuso imposto pelo governo, que no fundo se apresenta como "o tempo necessário para que ela (FAB) diga que seu caça escolhido, por preferência e critério técnico, é o Rafale". Porém esperar pelo relógio atrasado da FAB é atrasar o próprio relógio do governo (fuso defasado). Em suma, estamos vivendo sob a síndrome do relógio quebrado, o atraso imposto sempre reflete no atraso do país, nunca das instituições, mormente atrasadas por definição.


Orestes

_________________
Mon ami DBista, oui, nous avons Rafale!




Carlos Mathias

Re: Posts Notáveis dos Usuários

#25 Mensagem por Carlos Mathias » Qui Dez 10, 2009 2:58 pm

Glub! Glub! Glub! :mrgreen:




Enlil
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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#26 Mensagem por Enlil » Qui Dez 10, 2009 3:50 pm

Bender escreveu:Mais um post do Orestes,nota dez!
Pena que o diluvio,vem e carrega para o Bueiro, :? Mas está registrado aqui.
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Infelizmente excelentes posts se perdem, caem no ostracismo. No entanto, o tópico é uma pequena tentativa de preservar, e apresentar a novos membros do fórum, grandes posts q ficariam "perdidos" entre centenas de milhares outros do FDB. Enfim, esta é a proposta do tópico. [].




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P44
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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#27 Mensagem por P44 » Sex Dez 18, 2009 7:19 am

FX-2, pag. 1712
Carlos Mathias escreveu:Interessante como se inverte o ônus das coisas...
Estão proclamando desde que saiu a primeira linha à respeito dos Mi-35 que a FAB foi estuprada pelo GF e se viu penetrada em seus virginais orifícios pelos malvados comunistas na forma de helis Mi-35.
Assim sendo, qualquer merda que daí provenha, a conta cairá obviamente no estuprador, que é o GF, como sempre.

No caso do FX estão jogando na mídia que a FAB não quer de jeito nenhum o Rafale, que os fabianos quando nascem dizem "F-18E...Gripen-NG, ahã...ahã....." Neném qué made-in-USA , buáááááááááá!!!!!!!!".

Mas então, mais uma vez e como sempre, o GF, o estuprador da donzela alada, está empurrando malignamente o Rafale no brioco apertadíssimo da força imaculada.
Ora, em assim sendo, qualquer merda que daí advenha mais uma vez será totalmente creditada ao GF, o estuprador de plantão, a corja de comunistas cachaceiros com diarréia.
Basta ir à mídia e dizer: "Num falei? Esses comunistas FDPs nos estupraram com esse caças caririririririssimos!".

Mas rapaz, para a minha completa surpresa eu chego aqui e "é a FAB que vai segurar a rabiola"? Não, não mesmo.
Todo esforço está sendo feito no sentido de apontar a geba pro lombo do GF, o estuprador comunista bolivariano.

Mas então, como é que fica essa história do GF ser uma bando de desorganizados, de corruptos cachaceiros?
Olha que até os programas estratégicos como a END, os SSNs, FX, CCs , AAAer, KC-390 etc, tudo isso de repente hoje passou a ser esgoto, mangue (aqui estão usando no sentido mais depreciativo, desvirtuado do uso "original"), estão todos com os dois pés atrás, com medo desse governo FDP que não vai fazeer nada, um bando de isso e aquilo... Enfim, chegamos no fim do mundo, o armagedon da defesa brasileira.
Até o cmte da MB virou 171, falando cascatas na TV!!!!!!
Pobre Moura, de herói a mentiroso em 24 horas, que triste...

Mas como é que se muda tanto de um dia para o outro cara?
Ontem mesmo estávamos reclamando da pindaíba das FAs, a MB ameaçou acabar com o programa nuclear, que vinha sendo tratado feito mangue (agora no sentido que os amigos usaram, como merda); o programa espacial, aos trancos e barrancos está indo; a AAAer, que NUNCA existiu na verdade, o que havia era uma piada de maus gosto...

Enfim, estamos com saudades do bom e velho Brasil!Sil! Sil!!!!!!

Voltemos aos bons tempos onde cada um comprava o que queria e foda-se, isso quando tinha algum prá comprar, né? Afinal, quem esperou uns trinta ou querenta anos pode esperar mais trinta, né? BRASIL! SIL! SIL!
Foda-se essa coisa de modernidade, de querer ter FAs no nível das melhores do mundo. Prá quê afinal? Não é mesmo?
Nos países desenvolvidos, o poder civil decide as coisas e não vemos os militares de lá, os burros, irem prá mídia peitar seus comnadantes e chefes de estado. Não vemos insinuações de que o presidente ou primeiro ministro destes países são uns cachaceiros que decidem as coisas depis de uma diarréia noturna, correndo, antes que acabe o papel do palácio.

Mas aqui não, aqui no bom e velho BRASIL! SIL! SIL! Se fez tudo isso e o povão (povão daqui) bateu palmas, estão até achando que essa conversa de END, de modernização, que isso tudo é uma palhaçada, está fazendo água, vai demorar longos cinco anos...
Porra, quem esperou 60 pode esperar mais sessenta comprando na boa e velha prateleira amiga de sempre, prá que essa palhaçada de mudar, né?

Olha, os propagadores estão de parabéns, souberam plantar ebm e estão colhendo os resultados da tempestade plantada.

Agora, temos sempre que lembrar que depois da tempestade vem, a enchente, e essa pode levar muita gente boa na enxurrada.

Forte abraço a todos!




Triste sina ter nascido português 👎
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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#28 Mensagem por Enlil » Qua Jan 06, 2010 10:03 am

[Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! (pág. 1837 - :shock: - e contando...)
Bender escreveu:É a FAB isso, a FAB aquilo, afinal o que é FAB?

A FAB é o transporte de autoridades?
A FAB é o transporte de logística?
A FAB são os fazendeiros do gado de leite de primeiro mundo?
A FAB é a AFA?
A FAB é o GDA?
A FAB são os Gavca?
A FAB são os mecânicos especialistas?
A FAB são os pilotos de caça?
A FAB é o Copac?
A FAB é o comando?
A FAB é o comandante?
A FAB são os controladores?
A FAB é o CTA?

A FAB é reflexo da sociedade?
A sociedade é uniforme e coesa?

A FAB é o exemplo da coesão?
A FAB é apolítica?
A FAB é blindada contra lobies?
A FAB é a única que sabe o que é melhor para o Brasil?
A FAB é eminentemente técnica?
A FAB é isenta?


A FAB prefere o Gripen. Que FAB?
A FAB não quer o Rafale? Que FAB?

Interessante como se repercute idéias e opiniões em nome da FAB. De toda FAB.

Alguns aqui e na mídia,parecem ter conhecimento preciso do pensamento DO TODO dessa entidade multifacetada, então sem pudores atribuem a ela uma definitiva postura, hermética e inequívoca de união,dos seus objetivos,desejos e vontades.

É sem dúvida um caso raro, pronto para ser registrado nos anais históricos,do livro das mentiras que repetidas 1000 vezes, passam a ter o aspecto natural das verdades simples e puras.

A FAB é a imagem e semelhança do nosso DB,nada mais nem nada menos,nem melhor nem pior,nem mais e nem menos ideologisada,nem mais e nem menos americanófila ou francófila,nem mais e nem menos a favor ou contra a Embraer,nem mais e nem menos a favor ou contra o pensamento do sr. presidente,nem mais bi-turbina nem mais mono,pois nós aqui somos um reflexo de um extrato da sociedade brasileira,e ela também é.

Atribuir a FAB(que FAB?) o poder de ser unânime em seus pensamentos,é chamá-la de estúpida e aos que lêem esse tipo de coisa também.

Quem aqui,com exceção é claro desse bando de trolls que não param de registrar para defender a santa Saab,e atacar e denegrir o governo federal,acredita nessa balela mentirosa da FAB hermeticamente coesa,na escolha de caças suecos para proteção e defesa do estado brasileiro?

A FAB merecerá seu glorioso destino,(Qual FAB?) graças a sua falta de coesão e determinação com relação ao objetivo maior e primário que deveria ser possuir novos caças, para a defesa do espaço aéreo nacional, não soube se unir e definir um rumo,pagará as penas de ser uma hidra,porém acéfala,mas muito eficiente e equipada para o transporte de autoridades.

Sim é o GF eleito democráticamente que tem o dever e direito de escolher onde enfia o dinheiro de seus impostos arrecadados e com quem monta alianças políticas internacionais,e que parceiros escolhe, e cabe a ele ser cobrado e investigado se for preciso pelos seus atos, e cabe a ele prestar contas a população,e cabe a ele prover os meios e recursos necessários a FAB,(Qual?)para que opere os meios sejam quais forem,com habilidade prontidão e eficiência.

Será que não vem mais um 190?.A FAB merece.Qual FAB?

.
Para não se perder no meio de centenas de páginas de mais um "final" do FX-2...




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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#29 Mensagem por Enlil » Sex Jan 08, 2010 10:36 pm

[Edit] F-X-2 agora é OFICIAL, confira a partir da Pg 310! (pág. 1950)
orestespf escreveu:O PREÇO DA ESTUPIDEZ: O ABORTO PREMATURO

Este fórum está mesmo perdido, perdido principalmente no sentido patriótico do termo. Não falo do rumo, visto que este já se perdeu faz tempo, falo da falta de consciência sobre o que está acontecendo e com a total falta de reação dos entusiastas. Um absurdo sem tamanho!!!

Estamos falando aqui sobre bandas e rock e cia. (compreendo a metodologia do Túlio para cortar a flame-war et all diária, respeito), mas o que está em jogo é mais um cancelamento do FX em virtude da estupidez humana altamente relacionada ao egoísmo. Sim, só um egoísta e não brasileiro para ser estúpido o bastante para vazar algo na reta final de um processo limpo, sério e competente. A própria FAB foi colocada em xeque e não apenas o governo. E enquanto o Brasil perde mais uma vez, a estupidez se repete aqui para o mesmo descaso pátrio, não se fala nada, não se faz nada, vão todos no ritmo carnavalesco que se aproxima.

País sério é feito por povo sério! Entusiasta que não se entusiasma por seu País, não é entusiasta, é colecionador de álbum de figurinha! identifique-se! Quem é você? Olhe pra dentro de si e responda, não publicamente, mas para seu âmago.

A guerra configurada não é necessariamente a guerra com armas. Nos tempos modernos a guerra tem outra configuração, em geral, aquelas que impedem os olhos apressados de enxergarem suas atividades. Se antes se usava da noite para se fazer menos visível, hoje se faz a qualquer hora, mas mudando-se as técnicas, metologias e estratégias, sempre com o mesmo objetivo, abater o inimigo. Guerra moderna é assim, invisível.

E aí? Tu és cego ou precisa de óculos de visão infra-vermelha? Enxergue! Enxergue que estão destruindo a FAB, estão destruindo o governo, mas esta é a forma maquiada para se destruir a Nação! Ou alguém não percebe ainda que politicamente a "melhor" opção para o governo (salvar-se politicamente) é sacrificar o FX? Ou ainda não se enxerga que, agindo assim, o maior prejudicado não será a FAB, mas o país? Ou ainda não se enxerga que o cancelamento do FX (entre outros programas, efeito cascata...) implica em vitória inequívoca do invisível inimigo?

Qual é o inimigo virtual, não sei, por isso é invisível, mas seus efeitos estão aí, agradando a muitos gregos e muitos troianos, mas lamentavelmente, até "brasileiros". Não se deve buscar o nome do ser invisível, deve-se procurar cortar seus efeitos, o que é mais perniciosos. Guerra é guerra, então lute!

E como lutar contra o que não se enxerga? Fácil! A opinião formada-formadora, no caso de assuntos de defesa, é feita pelos entusiastas, são estes que são ouvidos, são pra estes que se falam as coisas. O leigo toma conhecimento, às vezes ousa opinar (coisa de brasileiros que, por hábito, se semte árbitro de futebol), mas não tem o mesmo "peso". Peso... Ah, o peso, o peso que derrubou o relatório fatídico da FAB...

E aqui (DB) ainda se "debate" (com se isto fosse) marcas, empresas e qualidades-defeitos dos equipamentos. Putz!! Está-se a beira de se ter mais do mesmo, ou seja, nadinha de nada. Embaraços políticos são "resolvidos" com mais embaraços. E quando isto vai parar? Nunca! Não importa o caça, não importa a ideologia, não importa a FAB, não importa o governo, o que importa é tirar o Brasil da estagnação! Ou ainda não se percebeu que é "maravilhoso" impedir o Brasil de ter novos caças? Não importa se o jogo é armado ou premeditado, o que importa é que os reflexos são estes, ou seja, caminhamos pra 15 anos na tentativa de comprar caças. Sim, só queremos comprar, porém não conseguimos!!! Nem competência pra isso o Brasil tem????

Gritem, façam de tudo para impedir que o processo seja cancelado, convirjam em suas opiniões sobre a necessidade de termos novos equipamentos pra FAB. Perdoem a estupidez, perdoem os erros dos que vazaram o documento, perdoem a FAB, perdoem o governo, mas não deixem de exigir que tenhamos novos equipamentos militares!!!

Não falo nada em transformarmos em potência, não falo de atitudes imperialistas, não falo de poder ou qualquer coisa nesta direção, não falo de sermos anti país algum (pelo contrário, devemos buscar a convergência com todos!) apenas devemos ter consciência que o Brasil é potência regional e não há nenhum mal nisto, é natural, portanto não apregoo revolução alguma (nem liderança tenho, sou um estúpido e nada mais), apenas que nos dê direito de estarmos seguros em dimensão proporcional ao tamanho (lato sensu) do próprio país. Falo de segurança, assunto esquecido pela maioria do brasileiro comum, aquele que ainda associa defesa de Estado com o estupido militarismo do passado. Não existe militarismos nos dias de hoje, o que existe são pessoas, militares e civis, preocupados com assuntos importantes e que exigem, cada um a sua maneira, o que devemos ter para cuidar de nossa soberania.

Soberania... Ah... Palavrinha esquecida pela maioria do povo brasileiro... Mas para um país sem guerra a mais de 150 anos, parece que a soberania só existe nos livros de ficção, foge a nossas realidades. Se não for assim, é coisa de fanático, perigoso (seja pra Direita, seja pra Esquerda), quase um subversivo. Não é nada disto, ou você (cada um) se sente assim?

Dizer que as compras militares possuem a variável política em suas componentes é natural, mas politizar o tema como está sendo feito por aí, é covardia, covardia contra o Estado. Não perceberam que a imprensa se sente no direito de conduzir a decisão?Não perceberam que os políticos (comuns, sem ofensa) estão querendo a mesma coisa? Não perceberam que a cada dia chove uma pancada de "especialista" do nada dando declarações? Não existe pesamento de Estado na mente comum, existe preocupações bairristas, aquelas que intencionam a política vulgar, aquela mesmo do clássico de 4 em 4 anos. Não se reconhece erros, simplesmente potencializam os mesmos e ainda apregoam: "quero ver ele(s) sair desta"!

Insisto, não discutam o modelo de caça, a esta altura qualquer um serve, discutam, por outro lado, o estrago que poderá ser o n-ésimo cancelamento de mais um programa de compras de caças para o país, discutam a estupidez de se aceitar a solução política (melar) e impeçam mais um aborto, aborto este que entrará nas contas divinas de um país que não respeita sua própria alma. Faça alguma coisa para seu país, mude de atitude!!!





PS 1: desculpem-me pelo nacionalismo-ufanismo exacerbado, meu jeito Policarpo Quaresma de ser.

PS 2: desculpem-me pelas críticas aos roqueiros, também sou um, das antigas, todas as bandas citadas eu adoro, tenho todos os discos. As críticas não é pelo assunto (música), mas ao "vazio" que se configurou no fórum, particularmente neste tópico.




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Re: Posts Notáveis dos Usuários

#30 Mensagem por Francoorp » Dom Jan 10, 2010 11:55 am

Bender escreveu:Mais um post do Orestes,nota dez!
Pena que o diluvio,vem e carrega para o Bueiro, :? Mas está registrado aqui.
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A síndrome do relógio quebrado


Meu pai dizia: "relógio que atrasa não adianta". Frase simples e com trocadilho, mas que demonstra claramente que a imprecisão temporal, além de não servir pra nada, pode gerar problemas maiores, crises, digamos assim.

Este governo, em seu primeiro mandato, deve a inaptidão de apresentar pronta-respostas aos problemas que surgiu rapidamente, ou seja, incapacidade para gerenciar crises. Como se isto fosse pouco, ele (governo) se habilitou em apresentar soluções (para os problemas) de natureza polêmica e acadêmica, ou seja, as "soluções" traziam mais dúvidas, sempre controversas, e estas, além de não poder ser respondidas, culminavam em novas crises.

A imperícia de um governo se medem pela incapacidade de apresentar soluções imediatas, ou seja, inaptidão para tomar-se decisões. Tomar decisão é para poucos, porém apresentar respostas, mesmo que na forma de perguntas devolvidas, característica de quem não tem capacidade de solucionar problemas imediatos (pensamento academicista), forma um conjunto de maioria absoluta.

Este governo aprendeu, a trancos e barrancos, na base da dor, sofrimento e enorme desgaste político e social, que o período temporal para a tomada de decisão não permite que o assunto seja levado para a mesa de negociações entre os vários representantes dos vários segmentos da sociedade, ou seja, que a tomada de decisão não é plural, mas sempre autoritária, o que demanda alta capacidade gerencial, grande conhecimento sobre os mais variados assuntos e acima de tudo a apresentação de soluções, quase sempre, de natureza antipática (salve Maquiavel!).

Porém outra característica peculiar ajuda a caracterizar este governo: a capacidade de gerar novas crises como forma de maquiar as atuais. Isto pode ser lido através da seguinte frase simples: "empurrar com a barriga". Toda frase popular, por mais estúpida que seja (odeio todas), permite leituras. Por exemplo, a frase "empurrar com a barriga" se caracteriza-se como a arte de atrasar o relógio, mas relógio que atrasa, não adianta...

Cada assunto tem o seu relógio, cada um tem o seu fuso horário. Como cada relógio tem seu ajuste de atraso convencionado de maneira peculiar, então seria uma luta em vão tentar colocá-los sobre o mesmo fuso, visto que suas defasagens (dos relógios) implicariam em geração de novos fusos, e todos sob o mesmo quintal-ambiente. Dada a incapacidade tecnológica para se adiantar os relógios (bem, relógios que adiantam também não adiantam), optou-se por atrasá-los, porém os que se acham sábios sugeriram que, ao invés de adiantá-los, seria interessante e mais simbólico colocar todos sob o mesmo fuso e que as diferenças temporais futuras ficariam sob a batuta do novo maestro.

Claramente a arte de colocar relógios atrasados sob o mesmo fuso não é uma característica apenas deste governo, mas é uma grande característica do Brasil. Por exemplo, o ex-presidente FHC atrasou o relógio da FAB ao impedi-la (praticamente) de voar, mas depois de longo período resolveu colocar o relógio da FAB sob o mesmo fuso do governo, ou seja, postegar o pacote de relógios atrasados para o seu sucessor.

Só que estamos em um período totalmente diferente do citado acima, mas os relógios atrasados continuam na moda. O atual governo ajustou previamente o tempo desejado, o relógio é que se cuide para ajustar-se ao momento. Assim sendo, os relógios deste governo possuem "caminhar" variável, hora rápido, hora lento. Parece solução, mas não é, pois relógio que não mede o tempo certo, igualmente não adianta.

A MB demonstrou enorme domínio sobre o tempo do governo, é uma especialista em relógios, ajustava os seus de acordo com a variação temporal do mandatário. Já a FAB... A FAB não tem recursos tecnológicos para adiantar seus relógios, só sabe lidar com os mesmos quando atrasados (síndrome gerada no governo passado?), decidiu mudar o fuso como tentativa (paliativo) de fazer parecer que seus relógios marcam o tempo atual, mas o fuso do governo é diferente... O fuso da FAB é o primeiro trimestre de 2010, mas o fuso do governo era 7 de setembro de 2009. Relógio que atrasa não adianta.

A FAB precisa saber que o único que pode mexer no fuso é o governo, visto que fuso é convenção dos humanos (os que podem) e o tempo é consequência para os que precisam olhar as horas. Nem o tempo e nem o fuso são características divinas, mas uma espécie de acordo de cavalheiros para que todos se encontrem o mais ajustado possível.

Se por um lado a FAB quer ajustar fusos ao invés de ajustar seus relógios, por outro o governo, ao lidar com seus relógios atrasados e fusos fora de fase, apresenta, em termos estatísticos, enorme probabilidade de gerar nova crise ao se esquivar de apresentar solução imediata. Se a FAB não pode ajustar os fusos e seus relógios estão sucateados, então que o governo compre imediatamente novos relógios para a FAB, relógios modernos que permitam ajustes, se possível, automáticos, aos fusos variáveis do próprio governo.

O governo já assegurou que comprará os caças, alega que a demora é de responsabilidade da FAB. Por um lado é verdade, visto que a FAB estava com seus relógios e fusos atrasados no 7 de setembro. Por outro lado, não é bem verdade (logo é falso), pois o governo adiantou seus relógios sem saber se os relógios e fusos dos franceses estariam sincronizados com os nossos; correu-se o risco de não pagar caro pelos relógios e fusos, mas pagar muito caro pela tecnologias de ajuste dos franceses.

A história se resume assim: o governo vai ajustar o fuso quantas vezes for necessário para que a FAB coloque seu relógio em dia. Só que a FAB, que anda com seus relógios atrasados, parece não compreender qual é o fuso imposto pelo governo, que no fundo se apresenta como "o tempo necessário para que ela (FAB) diga que seu caça escolhido, por preferência e critério técnico, é o Rafale". Porém esperar pelo relógio atrasado da FAB é atrasar o próprio relógio do governo (fuso defasado). Em suma, estamos vivendo sob a síndrome do relógio quebrado, o atraso imposto sempre reflete no atraso do país, nunca das instituições, mormente atrasadas por definição.


Orestes

_________________
Mon ami DBista, oui, nous avons Rafale!





SENHORES; Esta postagem deveria ser imprimida por jornais no Brasil e não sò, mas em todos os países envolvidos neste FX2, sim por que as vezes esquecemos que o FX2 não é somente nosso, mas também de outros países, mas no fim deve ficar "um sò".

Uma das melhores postagens que eu ja tive o prazer de ler na internet, não somente aqui no DB.

Parabéns Orestes, vou levar este post sempre na minha memória, quem sabe,assim, no futuro um dia possa me servir, sem duvida acontecerá!!

Abçs.




As Nossas vidas não são nada, A Nossa Pátria é tudo !!!

Imagem http://francoorp.blogspot.com/
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