Portugal - Um século de República!

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Al Zarqawi
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Portugal - Um século de República!

#1 Mensagem por Al Zarqawi » Seg Jan 04, 2010 9:16 pm


A ingovernabilidade de Portugal na primeira década do século XX Retrato da Europa
Por Maria José Oliveira

Na primeira década do século XX o regime monárquico estava moribundo. A crise política e institucional agudizou-se com escândalos e com a bancarrota do Estado. O fim da monarquia afigurou-se inevitável. Mas a republicanização já começara há muitas décadas

"A mudança do regime em 1910 aconteceu, na verdade, em 1834", defende Rui Ramos
Os adiantamentos

Pouco mais de um mês após um dos episódios mais trágicos da história nacional do século XX - os assassinatos de Dom Carlos e do príncipe Luís Filipe -, Ramalho Ortigão publicou na Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro um texto que retratava, segundo o autor, a decadência política e social que se arrastava pelo país há muitos anos.

O diagnóstico de Ortigão, que situava o regicídio no rol de consequências de um Portugal moribundo, começava por caricaturizar o período do rotativismo liberal, para, de seguida, traduzir aquilo que denominava como "decomposição da sociedade". "Nenhum dos dois partidos [Progressista e Regenerador] a si mesmo se distinguia do outro, a não ser pelo nome do respectivo chefe, politicamente diferenciado, quando muito, pela ênfase de mandar para a mesa o orçamento ou de pedir o copo de água aos contínuos", escreveu em Dom Carlos - o Martirizado (Ática).

Sobre a sociedade portuguesa, "lentamente, surdamente, progressivamente contaminada pela mansa e sinuosa corrupção política", o escritor foi impiedoso: "A indisciplina geral, o progressivo rebaixamento dos carácteres, a desqualificação do mérito, o descomedimento das ambições, o espírito de insubordinação, a decadência mental da imprensa, a pusilanimidade da opinião, o rareamento dos homens modelares, o abastardamento das letras, a anarquia da arte, o desgosto do trabalho, a irreligião, e, finalmente, a pavorosa inconsciência do povo."

A ilustração, desgostosa e, ao mesmo tempo, indignada, é feita por alguém insuspeito. Porque Ramalho Ortigão não prestou tributo à República, como sublinhou numa carta dirigida a Teófilo Braga poucos dias depois da revolução republicana (5 de Outubro de 1910). E, recusando engrossar "o abjecto número de percevejos" que estavam a "cobrir o leito da governação", pediu demissão de bibliotecário da Biblioteca Real (tinha sido nomeado por D. Carlos) e exilou-se em Paris.

A leitura de Ortigão sobre o estado do país era, porém, consensual. Recolhia o mesmo entendimento por parte do rei, dos políticos monárquicos e dos republicanos. Os sintomas da crise que se abateu sobre a monarquia constitucional agudizaram-se a partir de 1900 (e culminaram, como se sabe, com a revolta armada de 5 de Outubro de 1910, que pôs fim a um regime multissecular) e foi precisamente na primeira década do século XX que os republicanos, sobretudo aqueles que estavam afectos ao Partido Republicano Português (PRP), desferiram ataques constantes à monarquia - sobretudo através da imprensa, das intervenções na Câmara dos Deputados e das tentativas de "incendiar" as ruas das grandes cidades com fortes acções de contestação.

Debelar a crise política

À crise do constitucionalismo monárquico liberal somaram-se o descontentamento social, a sucessão de escândalos (casos de corrupção, evasão fiscal e clientelismos que não podiam ter sido mais propícios à propaganda republicana), as crises económicas e financeiras que entorpeceram a acção governativa dos governos, a bancarrota do Estado.

A palavra ingovernabilidade soou alto ao longo do decénio. Assim como se tornou cada vez mais audível o questionamento sobre a importância da monarquia. Em 1906, D. Carlos tentou insuflar algum oxigénio no regime: deu por findo o rotativismo liberal e convidou João Franco, dissidente do Partido Regenerador e fundador do Partido Regenerador Liberal, a formar Governo. "Foi uma tentativa de restaurar os partidos. Além disso, Franco tinha a reputação de ser um homem honesto, não recaíam sobre ele suspeitas de corrupção. E tinha boas relações com os republicanos", nota o historiador Rui Ramos.

Esta iniciativa de recuperar a credibilidade das instituições constituiu uma das três fases fundamentais dos anos 1900-1910. José Miguel Sardica, historiador e autor de A Dupla Face do Franquismo na Crise da Monarquia Portuguesa (Cosmos), caracteriza da seguinte forma os três períodos: de 1900 a 1906 imperou o rotativismo, com os partidos Regenerador e Progressista a revesarem-se no poder; o franquismo governou entre Maio de 1906 e Fevereiro de 1908 (marcado pela intentona republicana de 28 de Janeiro de 1908 e pelo regicídio); e de Fevereiro de 1908 a Outubro de 1910 o reinado de D. Manuel II deu continuidade à instabilidade política, com a subida ao poder de seis executivos.

O confronto entre a anunciada "República ordeira" e uma monarquia decadente e submersa em escândalos foi beneficiado pelo ambiente de crise política que, segundo Joaquim Romero Magalhães, não sofreu atenuantes com a nomeação de João Franco. "Num regime de monarquia constitucional o rei deve ter um papel moderador, não deve estar implicado em qualquer partido. Poder-se-á dizer que o regime constitucional monárquico não foi bem interpretado em Portugal", afirma o historiador e autor do recentíssimo Vem aí a República. 1906-1910 (Almedina).

A decomposição do sistema traduz também uma crise de cultura política, acrescenta Maria Alice Samara, investigadora do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa e especialista na Primeira República. "Tal como julgavam os republicanos, assistiu-se a um abastardamento do regime liberal. Os homens que estavam no Governo não representavam o povo, eram criaturas do rei. O ambiente de crise permite aos republicanos a apresentação de uma resposta nova, de uma regeneração, que é também feita com outras sensibilidades políticas", explica.

"Uma República com rei"

As características oligárquicas do rotativismo parlamentar, como aponta Fernando Rosas em História da Primeira República (Tinta da China), e o "crescente impasse das instituições" contribuem para empolamento, operado pelos republicanos, do conjunto de escândalos que marcaram a década. "Estes casos são uma espécie de bitola da degenerescência da situação", diz Luís Farinha, historiador e investigador do IHC. "Há escândalos de finais do século XIX que são resgatados porque o momento é propício. E outros, como o caso dos adiantamentos [ver texto ao lado], que era comum no século anterior, são agora alvo da contestação dos deputados republicanos", acrescenta.

Mas a oposição republicana também ganhou terreno na divisão que se acentuava entre os monárquicos, traduzida nas cisões partidárias, nota Alice Samara.

O historiador Rui Ramos entende, porém, que o regime tinha características republicanas - "dentro e fora o país era visto como uma República com rei" -, justificando assim a ausência da questão da defesa da monarquia. "A classe política não era monárquica, era liberal. E acreditava que, perante uma eventual mudança de regime, continuaria a governar. Por isso, desprezavam os republicanos. E não os consideravam suficientemente fortes e organizados", explica.

A incapacidade de formar um Governo estável (notória entre 1900 e 1906) sofreu apenas um intervalo durante o Executivo de João Franco. Mas o regicídio, que, segundo Ramos, "dessacralizou a própria monarquia", prolongou a instabilidade governativa - D. Manuel II, muito influenciado pela mãe, a rainha D. Amélia, "chamou para o poder os inimigos de D. Carlos" - e precipitou o fim inevitável do regime.

Em Outubro de 1910 as monarquias dominavam ainda a Europa (a hecatombe aconteceu apenas depois da Primeira Guerra Mundial). França, Suíça e o novo Portugal republicano eram as excepções.1910


Em Outubro de 1910, as monarquias dominavam ainda a Europa (a hecatombe aconteceu apenas depois da Primeira Guerra Mundial). França, Suíça e o novo Portugal republicano? eram as excepções.

Fonte:O Público.




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Re: Portugal - Um século de República!

#2 Mensagem por U-27 » Seg Jan 04, 2010 9:58 pm

meus pesames




"A religião católica contém a Verdade total revelada por Deus e não dizemos isso com arrogância nem para desafiar ninguém. Não podemos diminuir esta afirmação" Dom Hector Aguer

http://ridingaraid.blogspot.com.br/ meu blog
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Re: Portugal - Um século de República!

#3 Mensagem por Paisano » Seg Jan 04, 2010 10:08 pm

http://api.ning.com/files/vyGu4M4OTXFGfPxTxf3hSW6WUoXHLZ6mhg3edcvkufBysfOGmFKGhy36WJFP2c4F50vcYnZ3Pwsa6jr*FmGtxYD3vMJVMsFC/800pxFlag_United_Kingdom_Portugal_Brazil_Algarves.svg.png




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Re: Portugal - Um século de República!

#4 Mensagem por Al Zarqawi » Ter Jan 05, 2010 12:09 am

E,Paisano seu reacionário.Seu fanático do V Império.Acho que este tópico tem os dias contados! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:

P.S.Bricadeiras à parte mas essa bandeira é um espectáculo de bom gosto.Que bandeira linda,sem qualquer tipo de saudosismo.




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Re: Portugal - Um século de República!

#5 Mensagem por Paisano » Ter Jan 05, 2010 12:51 am

:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:




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Re: Portugal - Um século de República!

#6 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jan 05, 2010 11:13 am

Epá a República tem nos dado muito, estilo...bem à sempre...na verdade...

Eu não me lembro de nada! :roll: :twisted:




"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: Portugal - Um século de República!

#7 Mensagem por P44 » Ter Jan 05, 2010 11:15 am

Até parece que nos tempos da monarquia éramos exemplo para alguém 8-] 8-]

ANARQUIA!

ANARQUIA!

ANARQUIA!


(que nem republica, nem monarquia, nem ditadura, nem democracia nos safam!!!)




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Re: Portugal - Um século de República!

#8 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Fev 03, 2010 9:22 am

realmente são os 100 anos, de uma real terceira república.

Mas para quem critica as mordomias criadas no seio da república, coisa de pouca etica republicana, não acharão que mordomias primeiras serãoas prestadas às cortes de ris não eleitos, ainda quem em monarquias contitucionais democráticas, como as europeias.




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Re: Portugal - Um século de República!

#9 Mensagem por tflash » Qua Fev 03, 2010 10:13 am

sobre as mudanças de regime em Portugal, este video é o que mais lhe faz justiça na minha opinião
:twisted:



não sei é como se insere o video directamente.




Editado pela última vez por tflash em Qua Fev 03, 2010 11:00 am, em um total de 2 vezes.
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Re: Portugal - Um século de República!

#10 Mensagem por P44 » Qua Fev 03, 2010 10:54 am

tflash, basta colocares os "tags" Youtube quando estás a escrever o post

assim

Código: Selecionar todos

[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=DcC_iEHiFZs[/youtube]

Agora falando sério, eu já me estou marimbando se o melhor é República ou Reino, eu só queria que quem nos governasse fosse HONESTO é SÉRIO e pensasse primeiro no país do que nos seus bolsos

Infelizmente cada vez mais me convenço que um Portugal Bem Governado nunca passará de uma UTOPIA!

O Silenciamento á moda pidesca de Mário Crespo, é apenas mais um prego no caixao da III República
Mário Crespo, novel efígie do nosso descontentamento
Publicação: 02 February 10 01:22 AM | Arrebenta
Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

Cheira mal em Portugal
, e o cheiro não é de hoje, mas o dia a dia dos episódios rocambolescos vai se progressivamente aproximando do paroxismo das barracas de feira, e dos carrinhos de choque.
Como todos os impérios dos pés de barro, o Sr. José Sócrates Pinto de Sousa lida mal com a crítica e o humor. Sabe que só sobrevive dentro da couraça de uma miragem, e de um estranho ventilador, que diariamente lhe ilude a Realidade.
O problema do Sr. Sócrates não é de hoje, é um problema de má consciência, muito antigo, que começa nas suas origens, resvala pela sexualidade, atravessa os maus atos da governação, os negócios escuros de todos os inconfessáveis conluios, e, como todas as pessoas habilitadas à pressão, tem, ainda por cima, o terrível complexo de saber que nunca obteve uma licenciatura, mas um reles... diploma.
Há tempos que circulam, por email, textos de Mário Crespo, crescentemente verrinosos, e, bastantes vezes, certeiros. Para todos nós, enfim, os poucos, que têm alguns contactos com os bastidores da Informação, sabe-se que o que vem a público não é senão uma pequena parcela distorcida de coisas inenarráveis, que, postas lado a lado, nos revelariam um pântano de sufoco e inquietação.
Várias vezes li fragmentos de Mário Crespo e fiz um juízo de valor algo injusto, por ver naquela escrita um "Arrebenta" sem graça, embora mais certeiro e justicilaista, ... mas, o assumir de um tom daqueles ia muito além dos factos narrados, e mergulhava já numa necessidade de ser tronitruantemente CONTRA um estado de coisas de que nós nem faríamos a mais pálida ideia.
Hoje, foi o clímax, como já tinha sido com Manuela Moura Guedes, com José Manuel Fernandes, e tantos outros, que ocuparam aqui uma página inteira.
Portugal, por causa dos calcanhares de aquiles de uma Seita, mergulhou no Medo, e essa seita deitou-se a jogar no tudo por tudo, porque o Partido Socialista, ou, melhor, o alien que se instalou no corpo do Partido Socialista sabe que, uma vez perdido o Poder, ficará dele arredado por muitos e longos anos, e é bem feito.
Em meu redor, são centenas, e em redor dessas centenas, já há milhares, mesmo milhões de pessoas, que, em circunstância alguma, voltarão a votar PS, por mais dourada que se lhe apresente a pílula.
Outros, como José Maria Martins, foram mais audazes, e resolveram apresentar, judicialmente, uma impugnação do... "diploma". De aqui lhe bato a pala, e faço continência, pela audácia.
Com Mário Crespo, volta à baila o problema central da Liberdade da Expressão. Portugal fervilha de gente que prefere uma má história a um retrato abreviado da Realidade. Hoje, mal o escândalo tinha rebentado, já os canais oficiais de propaganda estavam na Metafísica da Bola, e, talvez por não ser dia 13, pouparam-nos -- vá lá -- andar a lamber o cu à Santa Saloia de Cara de Porcelana. Katia Guerreiro, por pudor, não cantou o Fado, aliás, acho que ela nunca cantou, mas isso não é agora chamado para aqui.
Mário Crespo enveredou por uma linguagem extrema, e tornou-se num alvo do Sistema, que pouco mais tolera do que a bajulação, a notícia comprada num jornal cor de rosa sobre os namoros femininos de um homem que não gosta de mulheres e não suporta que isso se lhe cole à pele plastificada de Primeiro Ministro, e aqui começam as impertinências do que será a História futura, quando, aqueles que, de entre nós, nos perguntarem como foi o nosso tempo, tiverem de obter estranhas respostas.
"Então o avô viveu num tempo em que se soube que o Primeiro Ministro tinha arranjado um diploma falso?... Conte lá como foi... Ele demitiu-se, e o que é que aconteceu depois?... ", e nós, engasgadamente, lá teremos de explicar a realidade, "não, ele não se demitiu, desmentiu, e pôs um da laia dele, do "lobby gay", a... fechar a Universidade, e a arquivar as provas todas...",
"ah, estranho...", dirá o netinho, e continuará,
"ó, avô, diz que no teu tempo se compravam árbitros e decidiam jogos, pagando com dinheiro e prostitutas... É verdade?... E prenderam alguém?...", e lá teremos de explicar que, em vez de se prender alguém e fazer uma auditoria a tudo o que jazia e subjazia à sujidade do Futebol, tivémos um Procurador Geral da República que, pelo contrário, desencadeou uma investigação sobre... quem teria posto as escutas na Net (?).
"Ó, avô, é verdade que os políticos abusavam sexualmente dos órfaõs da Casa Pia?... E prenderam-nos?... Isso é muito feio, violar criancinhas, o avô não ia deixar que me violassem a mim, pois não?...", e nós lá teríamos de responder, engasgadamente, que "dependeria muito da posição ocupada no Estado pelo violador, mas o avô depois explica, quando tu fores mais crescido, está bem..."
Mário Crespo encrespou-se, e passou das ideias às palavras crispadas, verbalizando toda a crispação que este clima de podridão estava a espalhar, diariamente, em mancha de óleo, sobre toda uma sociedade traumatizada, amordaçada e silenciada, o Portugal do início do séc. XXI.
Silva Pereira, Jorge Lacão, Augusto Santos Silva e outros quejandos fazem-nos lembrar a Chicago dos Anos XX. É verdade que, quanto a esses, compraram, mataram, e chegaram a viver num esplendor do Negativo, que fascinava toda uma sociedade, siderada, pela impunidade das atividades do Grupo.
100 anos são quase passados sobre essa porcaria.
Essas Bonnies and Clydes acabaram com um tiro na testa, quando as gentes deles se fartaram. José Sócrates quer enterrar consigo o Regime, e é lícito, já que os 100 anos de desastre da República talvez o mereçam.
Ouvir, ontem, Cavaco Silva, um ignaro da província, citar Guerra Junqueiro, que, se fosse vivo, o teria cilindrado em meia dúzia de quadras, foi, para mim, outro paroxismo do grau de invalidez da Coisa Pública.
Mário Crespo é apenas mais um episódio. Acontece que há certas gotas que fazem transbordar o copo de vez.
Por mim, podia ser já hoje.
http://sol.sapo.pt/blogs/arrebenta/arch ... mento.aspx




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Re: Portugal - Um século de República!

#11 Mensagem por Ilya Ehrenburg » Qua Fev 03, 2010 12:18 pm

Amigos de Portugal.

Fiquem vocês alertas!
Tive a oportunidade de visitar um determinado Fórum de discussões militares, em língua espanhola, apenas para dar-me de frente com um tópico que versava sobre a ocupação de Portugal pela Espanha!

São loucos estes adoradores de Franco!

Fiquem alertas, caros amigos.
Alertas!




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Re: Portugal - Um século de República!

#12 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Fev 03, 2010 12:31 pm

Volta, PT, estás perdoado :mrgreen:




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Re: Portugal - Um século de República!

#13 Mensagem por tflash » Qua Fev 03, 2010 1:04 pm

também já passei por lá.

Existe um numero consideravel de castelhanos que julga que nos pode subjugar mas não aprendem nada com a história.
é bem mais provavel que a Catalunha se separe da Espanha antes que eles entrem por cá.

São mentalidades infantis baseadas no pressupostos de que se são maiores, podem conquistar os mais pequenos.

dá um bocado para comparar com a visão de certos norte-americanos em relação ao Brasil, mas pessoalmente acho os Espanhois em questão, mais arrogantes, proporcionalmente.




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Re: Portugal - Um século de República!

#14 Mensagem por P44 » Qua Fev 03, 2010 1:34 pm

Não precisamos de Espanhois para dar cabo de nós, fazemos perfeitamente o trabalho sozinhos.




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Re: Portugal - Um século de República!

#15 Mensagem por Rui Elias Maltez » Qua Fev 03, 2010 1:39 pm

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Falar da "Portuguesa" (post anterior) é falar da República. Essa canção, inspirada na "Marselhesa", o hino dos revolucionários franceses - e temos um post sobre isso, creio que da Carolina - foi cantada pela primeira vez pelos revoltosos republicanos do Porto, no dia 31 de Janeiro de 1891 (feita no ano anterior por Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça).

Uma vez vitoriosa - 5 de Outubro de 1910 - tornou-se um dos símbolos do novo regime republicano e o hino nacional.

Para as comemorações do 1º Centenário que aí vem, já está formada uma Comissão Nacional que, entre outras iniciativas já tomadas, tem disponível um sítio na net que vos divulgo. Espreitem! Ainda este ano será tema do nosso trabalho!
http://oficinadahistoriad.blogspot.com




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