#26759
Mensagem
por Booz » Dom Jan 03, 2010 3:04 am
Cabôclo, vc tem toda a razão. Desapegaram-se do exame restrito - e mais do que importante - da performance do equipamento em si. Arraigarem-se às posições políticas e de parcialidade na visão das negociações. Aliás, isto já foi muito bem alertado, pelo Soultrain, em post pretérito.
Suspeitas em contrato desta monta, e não atendimento pleno a todos os requisitos, incidiria em qualquer um que fosse escolhido. Compras anteriores atestam minha afirmação.
Prezado Hélio, com respeitosa deferência à sua abalizada opinião, gostaria de tomar a liberdade para este comentário.
O problema de fluxo orçamentário das nossas forças (não digo o maior nem o principal), muitas vezes repousa em questões gerenciais, estas engessadas em modelo completamente obsoleto. A rigidez hierarquica, e liberdade para mover e pensar este mover, permite que decisões autocráticas tenham supremacia por uma lógica mais flexível e abrangente, uma visão macro-acadêmica no manejo dos gastos. Isto é de difícil equacionamento, face o perfil estrutural militar.
Não é uma crítica à esta estrutura, mas é uma constatação que se deve expandir algumas fronteiras da mesma.
O caso dos custos do projeto com a IVECO sempre suscitará opiniões controversas. Seria de bom alvitre levarmos os custos desse projeto em confronto aos MOWAG ,"Piranha", recém adqüiridos pela MB/CFN. São projetos distintos, de performance e aplicações diferentes, eu sei. inclusive com soluções técnicas superiores quanto ao MOWAG. Porém, ainda assim, os custos de manutenção desse últimos - nitidamente superiores debalde às peculiaridades entre os projetos - não provoca estrilos na MB que fez sua escolha com plena consciência.
Por fim, dirigindo-me a todos.
O caso de custos operacionais, talvez (opinião humildemente pessoal minha), não seja a que se deva coroar com a maior relevância entre os caças. Digo isto se, realmente, for a intenção de se auferir ganhos de conhecimento, liberdade de integração, logistica com maior - presunçosamente - deflexão ao contingenciamento político do fornecedor (ainda que bem mais caro), e finalmente a relativa liberdade em brincar de "MECBRÁS" (esta só os mais antigos vão entender) com o equipamento em si.
Se, são estas as premissas, e o preço não for demasiadamente exorbitante (perdão pela hipérbole), são custos financeiros e políticos de certa razoabilidade a ser pago.
Creio, dirigindo-me ao mano Dieneces, que as tais sustentações que se procura não é diretamente ao respeitável público em geral (de ignorância bovina nesses assuntos). Mas sim, e aí sim, a nichos da concorrência política no viés eleitoral que se aproxima. Pois carecer-lhes de munição é necessário para que não surjam as tão indefectíveis, quanto sonolentamente inúteis (porém desgastantes neste período eleitoral), CPI's.
Preocupa-me é o bombardeio incessante de uma solução "já decidida". Ruim (talvez, quem sabe) com ela, muito pior sem ela.
Cada mês de atraso pode deixar a FAB apenas com os Tiger e mitingas. Quem vai saber? Sem falar que o tempo é o carrasco das tecnologias - hoje - novas.
As águas políticas da falsa crise, pouco a pouco, voltam à serenidade do mar de sargaços. Portanto, nada adianta tentar inflar a bujarrona de nossas paixões individuais. Temos que trabalhar com o que vier, e o que vier - se não mudar o gerenciamento das forças e o fluxo de caixa do governo - se continuará assando o bolo da falta de grana com o mesmo lento fogo, e no mesmo forno do pouco caso.