Por Massad Ayoob.
Tem se tornado, cada vez mais, incorretamente político [*corrigindo, "politicamente incorreto]" ser dono de armas de fogo. Isto porque as tendências costumam ser estabelecidas pelas pessoas na moda e mídia nos ambientes metropolitanos. A posse de armas per capita está abaixo de 50 % em áreas urbanas deste país. Nacionalmente, estima-se que metade de todos os lares contenham, ao menos uma arma de fogo. Quando se vai para as áreas rurais, a posse de armas excede bem, aquela margem de 50 %¨, e nas fronteiras e em lares verdadeiramente em áreas florestais, a posse de armas, geralmente, alcança 90 % da população.
Quando suas crenças e valores são desafiados, você quer respostas prontas. As seguintes funcionaram para mim, quando debatendo sobre os direitos civis dos donos de armas neste país.
A Segunda Emenda não trata da Guarda Nacional?
“Sendo necessária uma milícia bem-organizada para a segurança de um estado livre, o direito do povo de manter e portar armas não deverá ser infringido”. (A well-regulated militia being necessary to the security of a free state, the right of the people to keep and bear arms shall not be infringed.)
Francamente, não. Sérios acadêmicos legais tem, quase universalmente, concordado que a Segunda Emenda fala dos direitos dos cidadãos, não dos direitos dos estados ou outras comunidades. Não parece incongruente que os Patriarcas Fundadores tivessem escrito uma emenda sobre direitos dos estados, dentro da Carta de Direitos que, de outra forma, fala, inteiramente, sobre os direitos dos indivíduos?
Além do mais, considere que o documento em questão foi escrito num tempo quando o som dos tiros da Revolução Americana ainda ecoava nos ouvidos dos Patriarcas Fundadores. Uma “guarda nacional” do período teria sido de Tories leais ao Rei Jorge, dificilmente, uma entidade a quem os combatentes da liberdade, que escreveram a Carta de Direitos, iriam querer conceder poder.
Historicamente, você, também, descobrirá que as constituições escritas pelas colônias independentes, antes da Declaração de Independência e da Carta de Direitos, falam da posse de armas de fogo, especificamente, como um direito individual, abrangendo a proteção pessoa, e não, somente, como uma ferramenta para facilitar as milícias estaduais.
Armas não são símbolos fálicos?
Se fossem, homem nenhum, jamais compraria uma com cano de 2 pol.
E quanto ao argumento de que pessoas morrem em discussões domésticas, devido a arma estar ao alcance de uma pessoa com raiva?
Certamente, aqueles com tendências à violência descontrolada não devem possuir armas de fogo. Quando perguntado sobre isto, sempre respondo com outra questão: “Você pegaria uma arma e mataria alguém que você ama, porque ela enfureceu você?”
Se a resposta é “Não”, eu respondo, “Então, como ousa sugerir que eu, e todo mundo mais, seria tão instável?” Se a resposta é “Sim,” eu sugiro que ele pare de tentar aconselhar pessoas equilibradas e, de imediato, procure aconselhamento psiquiátrico para sua própria tendência confessa de agir sob o impulso de violência incontrolável.
Os criminosos, simplesmente, não tomarão sua arma e atirarão em você com ela?
Isto acontece, mas raramente. Isto ocorre, com mais freqüência, com policiais, cujas armas de serviço, usadas abertamente, ficam ao alcance da mente e das mãos do grande número de criminosos que eles confrontam no curso de seu trabalho. Se você está preocupado sobre isto, faça um curso de retenção de armas, a arte e a ciência de derrotar uma tentativa física de desarme.
Como alguém pode, moralmente, manter uma arma letal quando o Quinto Mandamento enuncia, “Tu Não Matarás”?
Não é isto que ele, realmente, diz. Estudiosos bíblicos parecem concordar, unanimemente, que no original hebraico, o mandamento diz, Lo Tirtzah, Tu Não Cometerás Assassinato”, isto é, você não matará com intenção maléfica.
Este não é um ethos, exclusivamente, judeu-cristão. A Bíblia, o Talmude, o Alcorão e o Livro dos Mórmons, todos, deixam claro que há momentos quando é, tanto justificável, quanto necessário, para o bem, utilizar força letal contra o mal. Provisões para homicídio justificável tem existido em todo corpo de leis na história dos homens civilizados: o Código de Hammurabi, o Código Napoleônico, a lei comum inglesa, o modelo romano-holandês. Das nações comunistas às capitalistas, do Primeiro Mundo ao Terceiro, tem sido, universalmente, compreendido que todo ser humano tem o direito de utilizar força letal contra qualquer indivíduo que, ilegalmente, ameace sua vida ou membros com uma intenção homicida ou mutiladora.
A polícia não é a favor do controle de armas?
Não. Certo número de chefes de polícia de alto-nível tem esposado esquemas de banimento de armas, mas eles, normalmente, estão vocalizando as plataformas de políticos que os nomeiam, e em cujas boas-graças eles tem de ficar, se não quiserem ser rebaixados para capitão, normalmente o posto mais alto da carreira, protegido pelas leis de serviço civil. Em áreas rurais, pesquisas mostram, a maioria dos chefes de polícia e xerifes apóiam os direitos da cidadania de se armar contra criminosos violentos. Pesquisas com tiras de rua, rotineiramente, mostram que uma maioria avassaladora favorece os direitos da cidadania de manter e portar armas. Na verdade, a maioria dos tiras providenciam que haja uma arma em casa, com seu cônjuge para proteção familiar, quando estão no trabalho.
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Massad Ayoob leciona autodefesa armada em classes por todo o país, tanto para oficiais de polícia quanto civis.