Esse nem com Viagra...Bourne escreveu:Segundo a reportagem que ouvi na CBN esses dias, o Peru é a onça sulamenricana em uma alusão aos tigres asiáticos. Ou seja, o Peru está bombando.Sterrius escreveu:Pensa que tem que tirar dinheiro de algum lugar pra nao ficar pra trás
VENEZUELA
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- Ilya Ehrenburg
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Re: CHAVEZ: de novo.
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
Ilya Ehrenburg
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- Bourne
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Re: CHAVEZ: de novo.
Não gosto da Wikipédia. porém como não achei a reportagem sobre o Peru. Vai da Wiki mesmo.
Observem como está bombando.
Observem como está bombando.
A economia do Peru baseia-se na exploração de minérios como a prata (terceiro produtor mundial), o zinco (quarto), o estanho (quinto) e o cobre (oitavo).
Cultivam-se também cana-de-açúcar, açúcar, algodão, café e, na floresta, o trigo. Sua agricultura de subsistência é à base de milho e batata, cultivados principalmente nas serras.
Existe no litoral a atividade pesqueira, e nela o Peru é um dos maiores produtores mundiais. Se a corrente marítima peruana favorece a pesca, também torna possível detectar a chegada do El Niño, quando os cardumes se afastam.
No entanto, nos últimos anos tem sido significativa diversificação e crescimento significativo no agronegócio, serviços e indústrias leves. A nova tendência de exportação de Peru está a expandir-se a áreas tão diversas como sorvete, barcos luxuosos, máquinas para a indústria alimentícia, móveis, bebidas, vestuário e moda, computadores, software, perfumes e jóias, de acordo com o Ministério do Comércio Externo e Turismo. O governo criou a Bandeira Nacional Produtos (COPROB), a fim de conseguir uma oferta exportável e consolidar a sua presença nos mercados internacionais.
Inflação anual em 2005 foi de 1,49% e, em 2006, de 1,14%, um dos mais baixos América Latina e no mundo. Espera-se que em 2007 a inflação é de 2% (variação da meta BCRP) e 1,8% -3% para os próximos dez anos.
O aumento do produto interno bruto (PIB) per capita será 48% até 2011, introduzindo a dinâmica da actividade económica, no Peru, de acordo com projeções do Ministério da Economia e Finanças do Peru (MEF). Estima-se que em 2010 PIB chegará a 132.500 milhões de dólares, de acordo com o ministro Luis Carranza PIB per capita no 2011 excedem os US $ 6.000.
Apesar da crise económica, o Peru vai continuar a mostrar um crescimento económico elevado, incluindo os maiores países da região, embora esta seja reduzida para 3% em 2009, comparado a 9%, que foi registrado em 2008
O Peru faz parte do tratado internacional chamado Apec (Asia-Pacific Economic Cooperation), um bloco econômico que visa a transformar o Pacífico numa área de livre-comércio e que engloba economias asiáticas, americanas e da Oceania.
Peru é o Acordo de Livre Comércio (TLC) assinado:
TLC com Estados Unidos, TLC com o Canadá, TLC com Cingapura, TLC com a Tailândia, TLC com EFTA (Suíça, Liechtenstein, Islândia e Noruega), TLC com a Chin
- Bourne
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Re: CHAVEZ: de novo.
Não é bem a reportagem que li, mas estão vendo o Peru bombar
FGV: Brasil, Peru e Uruguai viviam 'boom' em outubro
| 19.11.2009 | 11h24
ENVIAR POR EMAILPÁGINA ÚNICAIMPRIMIRCOMPARTILHARTamanho da letra: A A A
Fonte: http://portalexame.abril.com.br/economi ... 13411.html
Por Alessandra Saraiva
Rio - Em outubro, Brasil, Peru e Uruguai estavam em fase de "boom" econômico. É o que revelou hoje a Sondagem Econômica da América Latina, feita pelo Institute for Economic Research at the University of Munich (Instituto IFO) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com a pesquisa, ao se analisar o clima econômico de 11 dos principais países da América Latina de julho a outubro, é possível perceber que os três passaram por uma melhora em seus ambientes econômicos.
Em julho, cinco países da região estavam em fase de recuperação econômica: Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. No mesmo mês, foi detectado que seis países estavam em recessão: Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela. Já na sondagem mais recente, Brasil, Peru e Uruguai passaram para a fase de "boom", enquanto Argentina e Paraguai saíram da recessão e passaram à fase de recuperação. Segundo o levantamento, a Bolívia está "na fronteira" entre a recessão e a recuperação; Chile, Colômbia e México estão em fase de recuperação econômica; e Equador e Venezuela estão em recessão.
A sondagem, que é trimestral, consultou 142 especialistas em 16 países. Eles foram ouvidos a respeito dos principais problemas que suas economias vêm enfrentando. Entre os itens destacados, estão a falta de confiança nas políticas do governo, a demanda insuficiente, o desemprego, a inflação, a falta de competitividade, as barreiras às exportações, a falta de mão de obra qualificada, o déficit público, a dívida externa e a falta de capital.
- Marino
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Re: CHAVEZ: de novo.
Chávez ameaça expulsar Toyota da Venezuela
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009 17:42 BRST
Imprimir[-] Texto [+] Por Andrew Cawthorne e Eyanir Chinea
CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou expulsar o fabricante de carros japonesa Toyota a não ser que produza modelos 4X4 que são utilizados para o transporte público nas áreas pobres e rurais.
O socialista disse num discurso na quarta-feira que não hesitará em expulsar e apropriar-se das fábricas de outras montadoras norte-americanas e asiáticas que operam na Venezuela se elas não compartilharem tecnologia com empresas locais.
"Por que a Toyota não quer produzir o modelo rústico aqui?" indagou Chávez, durante uma cerimônia em Caracas para dar a proprietários as chaves de carros produzidos de maneira econômica que o governo venezuelano importou da Argentina.
"Temos de forçá-los. E se eles não quiserem, eles devem sair e vamos trazer outra empresa. Os chineses querem entrar e produzir os modelos rústicos."
Durante os 10 anos em que está no poder, Chávez nacionalizou uma boa parte do setor produtivo da Venezuela, inclusive a indústria petrolífera. Ele diz estar realizando a revolução do Século 21, mas até agora não havia se aproximado das montadoras.
Ele voltou-se para a Toyota, maior fabricante mundial de carros, quando um motorista lhe disse que há falta de veículos 4X4 para servir as áreas rurais.
Chávez ordenou que seu ministro do comércio Eduardo Saman realize uma "inspeção séria" da Toyota e advertiu outras fabricantes de veículos para que comecem a compartilhar tecnologia com os venezuelanos.
"Diga às pessoas na Toyota que eles têm de produzir esse modelo e que vamos impor uma cota que se não for cumprida resultará numa punição", disse Chávez a Saman, acrescentando que o estado não hesitará e vai se apropriar de fábricas da Toyota e pagar uma indenização apropriada.
Porta-vozes da unidade local da Toyota, que opera uma montadora no Estado mais a leste de Sucre, não estavam disponíveis para comentar o assunto.
Mas uma fonte na empresa disse que a Toyota havia parado de produzir em 2007 o modelo em questão --identificado como Land Cruise 70--, com o conhecimento do governo.
A empresa planeja importar o modelo, mas ainda não recebeu a licença para fazê-lo, acrescentou a fonte.
Além da Toyota, a também japonesa Mitsubishi, a sul-coreana Hyundai e a norte-americana General Motors têm fábricas no país, cuja população é conhecida por sua paixão por carros.
© Thomson Reuters 2009 All rights reserved.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009 17:42 BRST
Imprimir[-] Texto [+] Por Andrew Cawthorne e Eyanir Chinea
CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ameaçou expulsar o fabricante de carros japonesa Toyota a não ser que produza modelos 4X4 que são utilizados para o transporte público nas áreas pobres e rurais.
O socialista disse num discurso na quarta-feira que não hesitará em expulsar e apropriar-se das fábricas de outras montadoras norte-americanas e asiáticas que operam na Venezuela se elas não compartilharem tecnologia com empresas locais.
"Por que a Toyota não quer produzir o modelo rústico aqui?" indagou Chávez, durante uma cerimônia em Caracas para dar a proprietários as chaves de carros produzidos de maneira econômica que o governo venezuelano importou da Argentina.
"Temos de forçá-los. E se eles não quiserem, eles devem sair e vamos trazer outra empresa. Os chineses querem entrar e produzir os modelos rústicos."
Durante os 10 anos em que está no poder, Chávez nacionalizou uma boa parte do setor produtivo da Venezuela, inclusive a indústria petrolífera. Ele diz estar realizando a revolução do Século 21, mas até agora não havia se aproximado das montadoras.
Ele voltou-se para a Toyota, maior fabricante mundial de carros, quando um motorista lhe disse que há falta de veículos 4X4 para servir as áreas rurais.
Chávez ordenou que seu ministro do comércio Eduardo Saman realize uma "inspeção séria" da Toyota e advertiu outras fabricantes de veículos para que comecem a compartilhar tecnologia com os venezuelanos.
"Diga às pessoas na Toyota que eles têm de produzir esse modelo e que vamos impor uma cota que se não for cumprida resultará numa punição", disse Chávez a Saman, acrescentando que o estado não hesitará e vai se apropriar de fábricas da Toyota e pagar uma indenização apropriada.
Porta-vozes da unidade local da Toyota, que opera uma montadora no Estado mais a leste de Sucre, não estavam disponíveis para comentar o assunto.
Mas uma fonte na empresa disse que a Toyota havia parado de produzir em 2007 o modelo em questão --identificado como Land Cruise 70--, com o conhecimento do governo.
A empresa planeja importar o modelo, mas ainda não recebeu a licença para fazê-lo, acrescentou a fonte.
Além da Toyota, a também japonesa Mitsubishi, a sul-coreana Hyundai e a norte-americana General Motors têm fábricas no país, cuja população é conhecida por sua paixão por carros.
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"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: CHAVEZ: de novo.
Eu adoraria que Chavez desse a Toyota para os chineses. Os carros chineses são ainda horríveis mesmo com pressão do mercado, agora imagina a qualidade que seria ganhando um monopólio de presente.
NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
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Re: CHAVEZ: de novo.
Pô Marino ia postar esse informação aí....
Na União Soviética, o político é roubado por VOCÊ!!
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Re: CHAVEZ: de novo.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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- Matheus
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Re: CHAVEZ: de novo.
Adoraria ver a Toyota dizer assim: "ah não querem? fechamos aqui e vamos para o Brasil então!" esse fanfarrão está acbando com o país. E pensar que muita gente aqui no BR gostaria deste modelo de "administração" pública.
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Re: CHAVEZ: de novo.
Deu para ver que o nosso véio amigo Bourne ADORA um peru...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: CHAVEZ: de novo.
Deu para ver que o nosso véio amigo Bourne ADORA um peru...
Ainda mais se tiver a cabeça vermelha...é comuna ou outros ???
-
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Re: CHAVEZ: de novo.
Ele está entusiasmadíssimo com o crescimento do Peru em vários tópicos ...Túlio escreveu:Deu para ver que o nosso véio amigo Bourne ADORA um peru...
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Re: CHAVEZ: de novo.
O problema é que o Peru é subestimado por muitos forista. Portanto, me sinto no dever de dar uma levantada no Peru.
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Re: CHAVEZ: de novo.
Que monopolio o que, a Lada seria a grande concorrente chinesa na venezuela!Vitor escreveu:Eu adoraria que Chavez desse a Toyota para os chineses. Os carros chineses são ainda horríveis mesmo com pressão do mercado, agora imagina a qualidade que seria ganhando um monopólio de presente.
Um abraço e t+
- Edu Lopes
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Re: CHAVEZ: de novo.
Que espécie de player é o Brasil?
Robert Amsterdam
O Brasil do século 21 impressiona os observadores internacionais pelo crescimento econômico dinâmico, pela baixa inflação e por instituições democráticas firmemente consolidadas. A superação da crise global em período recorde é prova desse brilhante desempenho. Mas uma pergunta persiste: que espécie de player o País quer se tornar?
A dúvida é pertinente. Analistas de segurança, de Madri a Nova Délhi, estão perplexos com o relacionamento entre o Brasil e a Venezuela. Chegam a formular uma infeliz teoria: o País tornou-se potência econômica, mas continua a praticar política externa do século 20.
Os fatos comprovam isso. Há poucos dias, o Senado Federal confirmou o ingresso da Venezuela no Mercosul, e o fez ao mesmo tempo que o presidente Hugo Chávez lançou um ataque inédito ao sistema judiciário de seu país, além de manter, no período, a queda de braço com a Colômbia em nível perigosamente próximo de um verdadeiro conflito armado.
Há os que argumentam que o Senado brasileiro não votou por Chávez, mas por uma futura parceria com o povo venezuelano. É possível que seja verdade, e nada há de errado em dar as boas-vindas à Venezuela no mais importante bloco comercial da região. Mas não parece convincente. O que vemos é uma fundamental falta de vontade política de confrontar o governo Chávez e proteger os interesses brasileiros na região.
A prisão da juíza María Lourdes Afiuni, no dia 10 de dezembro, é prova de que a presidência da Venezuela desmantelou a separação constitucional de Poderes. O fato ocorreu momentos após Afiuni ter ordenado a soltura do empresário Eligio Cedeño, prisioneiro político que ficou em cárcere por quase três anos sem julgamento nem condenação. A juíza foi difamada em cadeia nacional de televisão pelo próprio presidente e sentenciada à pena máxima de 30 anos.
Chávez mandou prender Afiuni, atacou publicamente sua figura e a de Cedeño e ainda exigiu detenção máxima para os dois. O Grupo de Trabalho da ONU - formado por três especialistas em direitos humanos e independentes - apresentou parecer que condena e classifica como arbitrária a prisão de Cedeño. O governo Chávez registra amplo histórico de represálias a juízes e promotores envolvidos nesse caso. Em 2007, uma juíza teve seu filho ameaçado de sequestro e por isso foi obrigada a seguir para o exílio. Isso tudo porque ela exerceu livremente seu trabalho e acatou denúncia de Cedeño contra funcionários da Receita. Outro episódio marcante é o de um promotor que perdeu o emprego por se ter pronunciado contra a prisão infundada do empresário.
Afiuni é a vítima mais recente de Chávez. Enquanto Cedeño ingressou legalmente nos Estados Unidos no dia 19 e se submeteu voluntariamente ao sistema jurídico daquele país, a juíza foi removida para prisão de segurança máxima, repleta de presas que ela mesma havia sentenciado (o que é contrário à lei) e em apenas uma semana já sobreviveu a duas tentativas contra a sua vida, perpetradas por detentas que ameaçaram "queimá-la viva".
Caiu a máscara de Chávez e não podemos mais considerar a Venezuela um Estado normativo e democrático de direito. Para surpresa de todos, uma juíza teve a coragem de observar a lei e concordar com as opiniões internacionais quanto à ilegalidade da detenção de um prisioneiro político.
O governo venezuelano manipula as informações sobre as detenções, as extradições e os atos ilegais ocorridos nesse caso para se colocar como a parte lesada do processo e promover mais uma disputa com o seu maior inimigo "imaginário", os Estados Unidos da América. Chávez apropriou-se tanto dos tribunais como das forças militares do seu país, manejando-os como instrumentos pessoais. E isso só está sendo possível pelo endosso internacional de países-chave, como o Brasil.
Há que considerar ainda que expressivas empresas brasileiras investiram pesadamente na Venezuela, mas são-lhes devidos bilhões, em razão do corrupto regime de câmbio no país, a cargo da entidade pública Comisión de Administración de Divisas (Cadivi), controlada por Chávez. Por acaso os brasileiros imaginam que serão os únicos a não sofrer quebra de contratos, expropriação ou inadimplência? Se essa é a avaliação, peca-se por ingenuidade. Como vimos nesse recente ataque pessoal de Chávez a Cedeño e à juíza que ordenou sua soltura, o Brasil não poderia contar com uma decisão justa, em nenhum tribunal venezuelano, em matéria de negócios. A Venezuela de Chávez não oferece nenhuma segurança jurídica.
É preciso lembrar também, olhando para o conflito armado entre a Venezuela e a Colômbia, que esse é um episódio igualmente catastrófico para o Brasil: levaria à fuga de capitais, a uma crise econômica ímpar e à probabilidade de escalada regional da violência, em função da proximidade que Chávez mantém com grupos extremistas. Os lamentáveis episódios em Honduras, semanas atrás, da mesma forma ilustram o potencial de conflitos causado por desvios da ordem constitucional.
Há grande mérito na capacidade brasileira de manter relações amigáveis com tantas nações de valores diferenciados. A diplomacia Sul-Sul, empreendida pelo governo Lula, deverá projetar-se por muitos anos e contribuirá para redefinir um enfoque multipolar das relações globais. Essa tática, contudo, tem seus limites. Seus custos são altos quando levada a extremos.
O Brasil é melhor do que tudo isso. E merece muito mais. A sua ambiciosa visão prospectiva não é compatível com a tolerância à tirania absoluta nas suas fronteiras. É hora de decisão: o pé no século 21não permite a manutenção de visões retrógradas.
Robert Amsterdam é sócio-fundador do escritório
de advocacia Amsterdam & Peroff, especializado
em Direito Internacional e defensor de Eligio Cedeño
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 8459,0.php
Robert Amsterdam
O Brasil do século 21 impressiona os observadores internacionais pelo crescimento econômico dinâmico, pela baixa inflação e por instituições democráticas firmemente consolidadas. A superação da crise global em período recorde é prova desse brilhante desempenho. Mas uma pergunta persiste: que espécie de player o País quer se tornar?
A dúvida é pertinente. Analistas de segurança, de Madri a Nova Délhi, estão perplexos com o relacionamento entre o Brasil e a Venezuela. Chegam a formular uma infeliz teoria: o País tornou-se potência econômica, mas continua a praticar política externa do século 20.
Os fatos comprovam isso. Há poucos dias, o Senado Federal confirmou o ingresso da Venezuela no Mercosul, e o fez ao mesmo tempo que o presidente Hugo Chávez lançou um ataque inédito ao sistema judiciário de seu país, além de manter, no período, a queda de braço com a Colômbia em nível perigosamente próximo de um verdadeiro conflito armado.
Há os que argumentam que o Senado brasileiro não votou por Chávez, mas por uma futura parceria com o povo venezuelano. É possível que seja verdade, e nada há de errado em dar as boas-vindas à Venezuela no mais importante bloco comercial da região. Mas não parece convincente. O que vemos é uma fundamental falta de vontade política de confrontar o governo Chávez e proteger os interesses brasileiros na região.
A prisão da juíza María Lourdes Afiuni, no dia 10 de dezembro, é prova de que a presidência da Venezuela desmantelou a separação constitucional de Poderes. O fato ocorreu momentos após Afiuni ter ordenado a soltura do empresário Eligio Cedeño, prisioneiro político que ficou em cárcere por quase três anos sem julgamento nem condenação. A juíza foi difamada em cadeia nacional de televisão pelo próprio presidente e sentenciada à pena máxima de 30 anos.
Chávez mandou prender Afiuni, atacou publicamente sua figura e a de Cedeño e ainda exigiu detenção máxima para os dois. O Grupo de Trabalho da ONU - formado por três especialistas em direitos humanos e independentes - apresentou parecer que condena e classifica como arbitrária a prisão de Cedeño. O governo Chávez registra amplo histórico de represálias a juízes e promotores envolvidos nesse caso. Em 2007, uma juíza teve seu filho ameaçado de sequestro e por isso foi obrigada a seguir para o exílio. Isso tudo porque ela exerceu livremente seu trabalho e acatou denúncia de Cedeño contra funcionários da Receita. Outro episódio marcante é o de um promotor que perdeu o emprego por se ter pronunciado contra a prisão infundada do empresário.
Afiuni é a vítima mais recente de Chávez. Enquanto Cedeño ingressou legalmente nos Estados Unidos no dia 19 e se submeteu voluntariamente ao sistema jurídico daquele país, a juíza foi removida para prisão de segurança máxima, repleta de presas que ela mesma havia sentenciado (o que é contrário à lei) e em apenas uma semana já sobreviveu a duas tentativas contra a sua vida, perpetradas por detentas que ameaçaram "queimá-la viva".
Caiu a máscara de Chávez e não podemos mais considerar a Venezuela um Estado normativo e democrático de direito. Para surpresa de todos, uma juíza teve a coragem de observar a lei e concordar com as opiniões internacionais quanto à ilegalidade da detenção de um prisioneiro político.
O governo venezuelano manipula as informações sobre as detenções, as extradições e os atos ilegais ocorridos nesse caso para se colocar como a parte lesada do processo e promover mais uma disputa com o seu maior inimigo "imaginário", os Estados Unidos da América. Chávez apropriou-se tanto dos tribunais como das forças militares do seu país, manejando-os como instrumentos pessoais. E isso só está sendo possível pelo endosso internacional de países-chave, como o Brasil.
Há que considerar ainda que expressivas empresas brasileiras investiram pesadamente na Venezuela, mas são-lhes devidos bilhões, em razão do corrupto regime de câmbio no país, a cargo da entidade pública Comisión de Administración de Divisas (Cadivi), controlada por Chávez. Por acaso os brasileiros imaginam que serão os únicos a não sofrer quebra de contratos, expropriação ou inadimplência? Se essa é a avaliação, peca-se por ingenuidade. Como vimos nesse recente ataque pessoal de Chávez a Cedeño e à juíza que ordenou sua soltura, o Brasil não poderia contar com uma decisão justa, em nenhum tribunal venezuelano, em matéria de negócios. A Venezuela de Chávez não oferece nenhuma segurança jurídica.
É preciso lembrar também, olhando para o conflito armado entre a Venezuela e a Colômbia, que esse é um episódio igualmente catastrófico para o Brasil: levaria à fuga de capitais, a uma crise econômica ímpar e à probabilidade de escalada regional da violência, em função da proximidade que Chávez mantém com grupos extremistas. Os lamentáveis episódios em Honduras, semanas atrás, da mesma forma ilustram o potencial de conflitos causado por desvios da ordem constitucional.
Há grande mérito na capacidade brasileira de manter relações amigáveis com tantas nações de valores diferenciados. A diplomacia Sul-Sul, empreendida pelo governo Lula, deverá projetar-se por muitos anos e contribuirá para redefinir um enfoque multipolar das relações globais. Essa tática, contudo, tem seus limites. Seus custos são altos quando levada a extremos.
O Brasil é melhor do que tudo isso. E merece muito mais. A sua ambiciosa visão prospectiva não é compatível com a tolerância à tirania absoluta nas suas fronteiras. É hora de decisão: o pé no século 21não permite a manutenção de visões retrógradas.
Robert Amsterdam é sócio-fundador do escritório
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Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 8459,0.php