A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
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- Ilya Ehrenburg
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Em outras palavras, aquele que é vilipendiado pela mídia brasileira, bem como por boa parte dos participantes deste espaço, é considerado como profissional de extrema qualidade, pelos demais atores da diplomacia, mundo afora. Ou seja, as penas mercenárias desta nação, e os seus leitores, que se comportam como se gado de corte fossem, distorcem a realidade que se faz presente nas conquistas brasileiras, para justificar as perspectivas pequenas, mesquinhas, afeitas aos seus interesses ridículos, que apenas refletem os seus preconceitos.
Por isto digo: Aqueles que seguem, fervorosamente, este lixo editorial, que se vê grassar sem freios pelas nossas redações, merecem os mesmos adjetivos que o velho Sócrates reservava para os nativos da Beócia. Sem mais, nem menos.
Por isto digo: Aqueles que seguem, fervorosamente, este lixo editorial, que se vê grassar sem freios pelas nossas redações, merecem os mesmos adjetivos que o velho Sócrates reservava para os nativos da Beócia. Sem mais, nem menos.
Não se tem razão quando se diz que o tempo cura tudo: de repente, as velhas dores tornam-se lancinantes e só morrem com o homem.
Ilya Ehrenburg
Uma pena incansável e combatente, contra as hordas imperialistas, sanguinárias e assassinas!
Ilya Ehrenburg
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- Marino
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Sei, quem é o beócio aqui?Ilya Ehrenburg escreveu:Em outras palavras, aquele que é vilipendiado pela mídia brasileira, bem como por boa parte dos participantes deste espaço, é considerado como profissional de extrema qualidade, pelos demais atores da diplomacia, mundo afora. Ou seja, as penas mercenárias desta nação, e os seus leitores, que se comportam como se gado de corte fossem, distorcem a realidade que se faz presente nas conquistas brasileiras, para justificar as perspectivas pequenas, mesquinhas, afeitas aos seus interesses ridículos, que apenas refletem os seus preconceitos.
Por isto digo: Aqueles que seguem, fervorosamente, este lixo editorial, que se vê grassar sem freios pelas nossas redações, merecem os mesmos adjetivos que o velho Sócrates reservava para os nativos da Beócia. Sem mais, nem menos.
Um que se apresenta como socialista, comunista, ou um ista qualquer jurássico da história, e que fica alegrinho quando a mídia capitalista, representada pelo foreignpolicy, escreve que quem levou o Brasil as maiores derrotas de sua história diplomática, que perdeu todas as iniciativas tomadas pela chancelaria, que apoiou queimadores de livros para a Unesco, que toma pernada de anão aqui na AS, que se filia a partido político para "ter um palanquesinho" daqui a pouco, quando sair do ministério, é o melhor ministro das relações exteriores do mundo.
Deve ser levando em consideração os interesses deles, não os nacionais.
Depende de qual relação estamos falando.
Da que os itamaratecas gostam, eu estou fora.
Quais conquistas? Tordesilhas, compute aos portugueses.
Saiba respeitar a opinião dos outros.
Contraponha com idéias, não agredindo os foristas, se não quiser ser agredido na mesma moeda.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Definitivamente, para os outros países, essa é a melhor política externa da história do Brasil!
- Marino
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Isto É:
O mico
A principal voz contrária à fixação de uma meta de redução nas emissões de monóxido de carbono tem sido o chanceler Celso Amorim. Nossa diplomacia sustenta que a iniciativa atritaria o Brasil com nações amigas que não poderão seguir o exemplo. Reação de Lula, em frase ao ex-governador do Acre Jorge Viana: "Essa turma do Itamaraty está no século passado..."
O mico
A principal voz contrária à fixação de uma meta de redução nas emissões de monóxido de carbono tem sido o chanceler Celso Amorim. Nossa diplomacia sustenta que a iniciativa atritaria o Brasil com nações amigas que não poderão seguir o exemplo. Reação de Lula, em frase ao ex-governador do Acre Jorge Viana: "Essa turma do Itamaraty está no século passado..."
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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- marcelo l.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
O Jorge Viana quer ter uma desculpa para ter não ter que ir em dois palanques...tudo pragmatismo, duvido que alguém sensato fora da disputa de 2010 aceite a posição que eles dizem que querem, que é o Brasil mesmo se os países ricos não façam concessões que aceitemos diminuição de emissão de carbono e com isso deixemos na saia justa outros membros do G-20 que estão na mesma situação, ou seja, é uma posição...
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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- Marino
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Globo:
Confira polêmicas que marcaram política externa no governo Lula
Plantão | Publicada em 23/11/2009 às 06h55m
BBC R1 R2 R3 R4 R5 Dê seu voto R1 R2 R3 R4 R5 Média: 0,0Comente
Comentários
A recepção ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, volta a colocar em debate a atuação diplomática do Brasil no que diz respeito a governos acusados de violar normas internacionais e temas de direitos humanos.
Elogiada por ter conquistado espaço para o Brasil em alguns dos principais fóruns mundiais, a diplomacia brasileira também tem sido criticada pelo que alguns veem como excesso de pragmatismo na relação com governos autoritários e por supostamente abrir mão de princípios de direitos humanos.
O Itamaraty e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm defendido o diálogo com Ahmadinejad, e com outros governos que enfrentam questionamento internacional, dizendo que a atitude é mais produtiva do que o isolamento.
Confira abaixo alguns dos episódios polêmicos envolvendo a atuação internacional do Brasil nos últimos anos.
Apoio a governos acusados de violar direitos humanos
O Brasil tem sido acusado de, em diversas ocasiões, votar no Conselho de Direitos Humanos da ONU ao lado de governos de países acusados de graves violações aos direitos humanos.
Em 2006, o Brasil se absteve da votação de uma resolução que pedia a investigação de acusados por abusos e mortes em Darfur, no Sudão, e ajudou na aprovação de uma moção mais branda, com elogios ao governo de Omar al-Bashir.
Na época, o Itamaraty justificou a posição dizendo que Brasil desejava um "consenso eficaz em torno do assunto".
Bashir acabou tendo a prisão ordenada pelo Tribunal Penal Internacional em março deste ano por crimes contra a humanidade.
Em junho deste ano, depois da condenação, o Brasil votou contra os interesses do governo do Sudão, pela manutenção de uma investigação independente dos crimes cometidos no país.
Além do governo do Sudão, o Brasil foi criticado por organizações de defesa dos direitos humanos por ter se alinhado aos governos do Congo e da Coreia do Norte (março de 2009) e do Sri-Lanka (maio de 2009) em outras votações do Conselho.
Uma justificativa que tem sido usada tanto pelo Ministério das Relações Exteriores como pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a de que as condenações internacionais isolam os países acusados e que o diálogo seria a melhor caminho para a solução dos conflitos.
Bombas de fragmentação
O Brasil ficou de fora do tratado da ONU que proíbe o uso e a fabricação de bombas de fragmentação, assinado por mais de cem países no final de 2008.
As bombas de fragmentação (também chamadas de bombas de submunição) espalham bombas menores por uma grande área e foram condenadas pelas mutilações e mortes que provocam em populações civis.
Segundo cálculos da Handicap International, ONG que defende a proibição do armamento e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1997, 98% das vítimas das bombas de fragmentação são civis e 27%, crianças.
O Itamaraty justificou a posição dizendo que as bombas de fragmentação são "armamento necessário para a defesa nacional". Estados Unidos, Rússia, China e Israel também não assinaram o tratado.
Eleição na Unesco
O Brasil apoiou o candidato egípcio Farouk Hosni, ministro da Cultura do Egito, para a diretoria-geral da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
Hosni, ministro da Cultura do Egito há 22 anos, se envolveu em uma polêmica ao afirmar que queimaria livros hebraicos se os encontrasse na biblioteca de Alexandria e é acusado de participar de um governo que promove a censura a livros, jornais e sites.
O Itamaraty justificou o apoio a Farouk em nome da "aproximação do Brasil com o mundo árabe". O egípcio também foi apoiado pelos Estados Unidos e por países europeus, preocupados em fortalecer o governo egípcio, visto como interlocutor importante no conflito entre palestinos e israelenses no Oriente Médio.
Na reta final da escolha, em setembro, Farouk acabou sendo derrotado pela ex-ministra das Relações Exteriores da Bulgária, Irina Bokova.
Abrigo a Manuel Zelaya
Em 21 de setembro, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, foi recebido como "hóspede" na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde permanece até hoje graças à imunidade concedida à representação diplomática.
A situação provocou um debate jurídico sobre a legalidade da imunidade diplomática da embaixada para abrigar um personagem que é parte de um conflito político interno de Honduras.
Críticos também argumentaram que, ao se colocar ao lado de Manuel Zelaya, o Brasil deixava de lado sua tradicional posição de neutralidade em relação a assuntos internos de outros países e perdia condições de atuar como mediador na disputa.
Em audiência no Senado, o ministro Celso Amorim negou considerar a atitude do Brasil uma interferência nos assuntos internos de Honduras.
Amorim também justificou a postura do Brasil dizendo que "o que estava em jogo no caso não era apenas a situação em Honduras, mas a democracia na região".
Incidente na Conferência da ONU sobre o Racismo
A abertura da conferência da ONU sobre discriminação racial, realizada em Genebra, em abril, foi marcada por um polêmico discurso em que Mahmoud Ahmadinejad acusou Israel de ser um Estado "totalmente racista", criado pelas potências ocidentais em compensação pelas "graves consequências do racismo europeu" contra os judeus.
Em sinal de protesto, várias delegações deixaram o plenário, entre elas as da França e da Grã-Bretanha.
A delegação brasileira permaneceu no plenário, e o representante brasileiro, o ministro Edson dos Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, criticou a atitude dos delegados que deixaram a sala.
No dia seguinte, o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, publicou uma entrevista em que o ministro dizia não ter visto racismo na fala de Ahmadinejad e que o discurso teria sido "interessante" para os judeus, "que queriam dar visibilidade à sua causa".
O Itamaraty acabou divulgando uma nota em que expressou preocupação com o discurso de Ahmadinejad, "que, entre outros aspectos, diminui a importância de acontecimentos trágicos e historicamente comprovados, como o Holocausto".
Para mais notícias, visite o site da BBC Brasil
Confira polêmicas que marcaram política externa no governo Lula
Plantão | Publicada em 23/11/2009 às 06h55m
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A recepção ao presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, volta a colocar em debate a atuação diplomática do Brasil no que diz respeito a governos acusados de violar normas internacionais e temas de direitos humanos.
Elogiada por ter conquistado espaço para o Brasil em alguns dos principais fóruns mundiais, a diplomacia brasileira também tem sido criticada pelo que alguns veem como excesso de pragmatismo na relação com governos autoritários e por supostamente abrir mão de princípios de direitos humanos.
O Itamaraty e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva têm defendido o diálogo com Ahmadinejad, e com outros governos que enfrentam questionamento internacional, dizendo que a atitude é mais produtiva do que o isolamento.
Confira abaixo alguns dos episódios polêmicos envolvendo a atuação internacional do Brasil nos últimos anos.
Apoio a governos acusados de violar direitos humanos
O Brasil tem sido acusado de, em diversas ocasiões, votar no Conselho de Direitos Humanos da ONU ao lado de governos de países acusados de graves violações aos direitos humanos.
Em 2006, o Brasil se absteve da votação de uma resolução que pedia a investigação de acusados por abusos e mortes em Darfur, no Sudão, e ajudou na aprovação de uma moção mais branda, com elogios ao governo de Omar al-Bashir.
Na época, o Itamaraty justificou a posição dizendo que Brasil desejava um "consenso eficaz em torno do assunto".
Bashir acabou tendo a prisão ordenada pelo Tribunal Penal Internacional em março deste ano por crimes contra a humanidade.
Em junho deste ano, depois da condenação, o Brasil votou contra os interesses do governo do Sudão, pela manutenção de uma investigação independente dos crimes cometidos no país.
Além do governo do Sudão, o Brasil foi criticado por organizações de defesa dos direitos humanos por ter se alinhado aos governos do Congo e da Coreia do Norte (março de 2009) e do Sri-Lanka (maio de 2009) em outras votações do Conselho.
Uma justificativa que tem sido usada tanto pelo Ministério das Relações Exteriores como pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a de que as condenações internacionais isolam os países acusados e que o diálogo seria a melhor caminho para a solução dos conflitos.
Bombas de fragmentação
O Brasil ficou de fora do tratado da ONU que proíbe o uso e a fabricação de bombas de fragmentação, assinado por mais de cem países no final de 2008.
As bombas de fragmentação (também chamadas de bombas de submunição) espalham bombas menores por uma grande área e foram condenadas pelas mutilações e mortes que provocam em populações civis.
Segundo cálculos da Handicap International, ONG que defende a proibição do armamento e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1997, 98% das vítimas das bombas de fragmentação são civis e 27%, crianças.
O Itamaraty justificou a posição dizendo que as bombas de fragmentação são "armamento necessário para a defesa nacional". Estados Unidos, Rússia, China e Israel também não assinaram o tratado.
Eleição na Unesco
O Brasil apoiou o candidato egípcio Farouk Hosni, ministro da Cultura do Egito, para a diretoria-geral da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.
Hosni, ministro da Cultura do Egito há 22 anos, se envolveu em uma polêmica ao afirmar que queimaria livros hebraicos se os encontrasse na biblioteca de Alexandria e é acusado de participar de um governo que promove a censura a livros, jornais e sites.
O Itamaraty justificou o apoio a Farouk em nome da "aproximação do Brasil com o mundo árabe". O egípcio também foi apoiado pelos Estados Unidos e por países europeus, preocupados em fortalecer o governo egípcio, visto como interlocutor importante no conflito entre palestinos e israelenses no Oriente Médio.
Na reta final da escolha, em setembro, Farouk acabou sendo derrotado pela ex-ministra das Relações Exteriores da Bulgária, Irina Bokova.
Abrigo a Manuel Zelaya
Em 21 de setembro, o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, foi recebido como "hóspede" na embaixada brasileira em Tegucigalpa, onde permanece até hoje graças à imunidade concedida à representação diplomática.
A situação provocou um debate jurídico sobre a legalidade da imunidade diplomática da embaixada para abrigar um personagem que é parte de um conflito político interno de Honduras.
Críticos também argumentaram que, ao se colocar ao lado de Manuel Zelaya, o Brasil deixava de lado sua tradicional posição de neutralidade em relação a assuntos internos de outros países e perdia condições de atuar como mediador na disputa.
Em audiência no Senado, o ministro Celso Amorim negou considerar a atitude do Brasil uma interferência nos assuntos internos de Honduras.
Amorim também justificou a postura do Brasil dizendo que "o que estava em jogo no caso não era apenas a situação em Honduras, mas a democracia na região".
Incidente na Conferência da ONU sobre o Racismo
A abertura da conferência da ONU sobre discriminação racial, realizada em Genebra, em abril, foi marcada por um polêmico discurso em que Mahmoud Ahmadinejad acusou Israel de ser um Estado "totalmente racista", criado pelas potências ocidentais em compensação pelas "graves consequências do racismo europeu" contra os judeus.
Em sinal de protesto, várias delegações deixaram o plenário, entre elas as da França e da Grã-Bretanha.
A delegação brasileira permaneceu no plenário, e o representante brasileiro, o ministro Edson dos Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, criticou a atitude dos delegados que deixaram a sala.
No dia seguinte, o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, publicou uma entrevista em que o ministro dizia não ter visto racismo na fala de Ahmadinejad e que o discurso teria sido "interessante" para os judeus, "que queriam dar visibilidade à sua causa".
O Itamaraty acabou divulgando uma nota em que expressou preocupação com o discurso de Ahmadinejad, "que, entre outros aspectos, diminui a importância de acontecimentos trágicos e historicamente comprovados, como o Holocausto".
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Ahmadinejad e os direitos humanos
Denis Lerrer Rosenfield
A diplo-MÁ-cia brasileira segue o seu curso acelerado em direção ao não-reconhecimento dos direitos humanos, embora às vezes se compraza em dizer que faz precisamente o contrário. A visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, é mais um exemplo da omissão diplomática que beira a hipocrisia. Ela é posterior, por exemplo, ao constrangedor silêncio em relação a Darfur, no oeste do Sudão, onde tribos negras, não-muçulmanas, são massacradas por um governo islâmico radical, genocida. Trata-se de um genocídio em pleno século 21, com o qual o governo não deixa de pactuar, também em nome de conversas de "bastidores", supostamente mais eficazes. Os mortos que o digam! Enquanto isso, os assassinatos em massa prosseguem, com mais de 200 mil pessoas eliminadas, além das que são mutiladas por toda a vida. Na comemoração do Dia da Consciência Negra, essa é uma bandeira que deveria ter sido levantada com força, em nome da condenação mais enérgica do extermínio dessas tribos negras africanas.
A vinda de Ahmadinejad se faz, precisamente, depois de uma "eleição" condenada nacional e internacionalmente por ter sido fraudada, até por aiatolás do próprio regime, inclusive um ex-presidente e um ex-primeiro-ministro. Mesmo eles se insurgiram contra a guinada cada vez mais totalitária do regime, procurando, assim, distinguir duas formas de islamismo: o radical, de tendências totalitárias, e o que não o é. Foram escorraçados, menosprezados, e alguns de seus aliados e parentes, torturados e assassinados. Os clamores foram gerais, com a população ousando ir às ruas para protestar. E o fez com coragem, porque teve de se enfrentar com a famigerada "Guarda Revolucionária", uma espécie de SS do governo iraniano. Enquanto isso, o presidente Lula contentou-se em dizer que se tratava de um mero jogo de futebol, com os perdedores chiando por sua derrota. É uma afronta aos que, lá, lutam pela democracia, pelas liberdades.
O presidente iraniano tem em seu currículo, que mais se aproxima de uma folha corrida, uma série de declarações e atitudes que bem ilustram sua mentalidade totalitária. Não cessa de declarar a "inexistência do Holocausto judeu", que eliminou 6 milhões de pessoas, apenas por pertencerem a outro credo religioso. Prega a eliminação do Estado de Israel, imiscuindo-se diretamente nos conflitos do Oriente Médio, armando e financiando o Hamas e o Hezbollah, que compartilham a mesma ideologia. Aliás, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, condena energicamente essa ingerência na Faixa de Gaza. Deve-se, aqui, distinguir a recepção feita ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, homem de paz e diálogo, que em tudo se diferencia do presidente iraniano. Misturar as duas coisas só pode ser fruto de desconhecimento ou de má-fé, sendo esta última alternativa a mais provável.
As perseguições feitas pelo governo Ahmadinejad atingem com força a Comunidade Bahá"i, pelo simples fato de se tratar de um credo religioso que diverge da religião oficial. O governo teocrático do Irã não suporta a divergência, a oposição, tudo identificando com condutas "desviantes", que devem ser eliminadas em nome da "saúde", da "pureza" política de seu regime. Comportamentos "desviantes" são também os dos homossexuais, objeto de condenações e perseguições, que bem revelam a natureza totalitária do regime dos aiatolás, avesso à tolerância religiosa, moral e política. As mulheres, igualmente, são consideradas seres inferiores, que não podem dispor da sua capacidade de livre escolha, devendo submeter-se a líderes religiosos que impõem seus códigos de conduta. Deve-se ressaltar que antes da chegada dos aiatolás ao poder as mulheres iranianas gozavam uma liberdade muito maior, a situação atual configurando um claro retrocesso.
Ora, é esse regime que o governo brasileiro toma por digno de acolhimento e, além do mais, considerando tudo o que se passa naquele país como sendo um mero produto de simples disputas internas. O nosso presidente ainda chegou a dizer que o projeto nuclear iraniano é "pacífico", por acreditar simplesmente na palavra de Ahmadinejad. Pode-se acreditar na palavra de uma pessoa que nega fatos históricos? Pode-se acreditar na palavra de uma pessoa que frauda as eleições em seu país? Pode-se acreditar na palavra de uma pessoa que elimina a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral? Pode-se acreditar na palavra de uma pessoa que impõe as suas decisões por intermédio de sua polícia política, sua SS, sua "Guarda Revolucionária"?
Procurar respaldar a diplo-MÁ-cia brasileira em nome de uma suposta não-ingerência em assuntos internos de outro país é mais uma hipocrisia manifesta, pois é isso, precisamente, que o Brasil está fazendo em Honduras, com a embaixada transformada em foco de insurgência bolivariana, também ela de corte totalitário. Contra todos os tratados internacionais, a embaixada concedeu não um "refúgio" a Manuel Zelaya, mas lhe ofereceu um quartel-general a partir do qual as diretrizes de Hugo Chávez são propagadas pelo mundo, graças à TeleSur, também lá instalada. A incoerência diplomática é patente no momento em que eleições constitucionalmente estipuladas, antes mesmo da deposição de Zelaya, estão para ser realizadas. A fraude eleitoral no Irã é elogiada, é assunto interno, enquanto as eleições hondurenhas são condenadas. Parece que a nossa diplo-MÁ-cia tem uma afinidade eletiva com regimes totalitários, algo nunca antes visto em nossa história diplomática. O tal do diálogo Sul-Sul nada mais é do que uma máscara que vela uma opção pelo desrespeito progressivo a escolhas democráticas e aos direitos humanos. Se esse é o preço a ser pago por um assento no Conselho de Segurança da ONU, a pergunta que se impõe é a seguinte: vale o preço?
Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRGS.
Denis Lerrer Rosenfield
A diplo-MÁ-cia brasileira segue o seu curso acelerado em direção ao não-reconhecimento dos direitos humanos, embora às vezes se compraza em dizer que faz precisamente o contrário. A visita do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, é mais um exemplo da omissão diplomática que beira a hipocrisia. Ela é posterior, por exemplo, ao constrangedor silêncio em relação a Darfur, no oeste do Sudão, onde tribos negras, não-muçulmanas, são massacradas por um governo islâmico radical, genocida. Trata-se de um genocídio em pleno século 21, com o qual o governo não deixa de pactuar, também em nome de conversas de "bastidores", supostamente mais eficazes. Os mortos que o digam! Enquanto isso, os assassinatos em massa prosseguem, com mais de 200 mil pessoas eliminadas, além das que são mutiladas por toda a vida. Na comemoração do Dia da Consciência Negra, essa é uma bandeira que deveria ter sido levantada com força, em nome da condenação mais enérgica do extermínio dessas tribos negras africanas.
A vinda de Ahmadinejad se faz, precisamente, depois de uma "eleição" condenada nacional e internacionalmente por ter sido fraudada, até por aiatolás do próprio regime, inclusive um ex-presidente e um ex-primeiro-ministro. Mesmo eles se insurgiram contra a guinada cada vez mais totalitária do regime, procurando, assim, distinguir duas formas de islamismo: o radical, de tendências totalitárias, e o que não o é. Foram escorraçados, menosprezados, e alguns de seus aliados e parentes, torturados e assassinados. Os clamores foram gerais, com a população ousando ir às ruas para protestar. E o fez com coragem, porque teve de se enfrentar com a famigerada "Guarda Revolucionária", uma espécie de SS do governo iraniano. Enquanto isso, o presidente Lula contentou-se em dizer que se tratava de um mero jogo de futebol, com os perdedores chiando por sua derrota. É uma afronta aos que, lá, lutam pela democracia, pelas liberdades.
O presidente iraniano tem em seu currículo, que mais se aproxima de uma folha corrida, uma série de declarações e atitudes que bem ilustram sua mentalidade totalitária. Não cessa de declarar a "inexistência do Holocausto judeu", que eliminou 6 milhões de pessoas, apenas por pertencerem a outro credo religioso. Prega a eliminação do Estado de Israel, imiscuindo-se diretamente nos conflitos do Oriente Médio, armando e financiando o Hamas e o Hezbollah, que compartilham a mesma ideologia. Aliás, o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, condena energicamente essa ingerência na Faixa de Gaza. Deve-se, aqui, distinguir a recepção feita ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, homem de paz e diálogo, que em tudo se diferencia do presidente iraniano. Misturar as duas coisas só pode ser fruto de desconhecimento ou de má-fé, sendo esta última alternativa a mais provável.
As perseguições feitas pelo governo Ahmadinejad atingem com força a Comunidade Bahá"i, pelo simples fato de se tratar de um credo religioso que diverge da religião oficial. O governo teocrático do Irã não suporta a divergência, a oposição, tudo identificando com condutas "desviantes", que devem ser eliminadas em nome da "saúde", da "pureza" política de seu regime. Comportamentos "desviantes" são também os dos homossexuais, objeto de condenações e perseguições, que bem revelam a natureza totalitária do regime dos aiatolás, avesso à tolerância religiosa, moral e política. As mulheres, igualmente, são consideradas seres inferiores, que não podem dispor da sua capacidade de livre escolha, devendo submeter-se a líderes religiosos que impõem seus códigos de conduta. Deve-se ressaltar que antes da chegada dos aiatolás ao poder as mulheres iranianas gozavam uma liberdade muito maior, a situação atual configurando um claro retrocesso.
Ora, é esse regime que o governo brasileiro toma por digno de acolhimento e, além do mais, considerando tudo o que se passa naquele país como sendo um mero produto de simples disputas internas. O nosso presidente ainda chegou a dizer que o projeto nuclear iraniano é "pacífico", por acreditar simplesmente na palavra de Ahmadinejad. Pode-se acreditar na palavra de uma pessoa que nega fatos históricos? Pode-se acreditar na palavra de uma pessoa que frauda as eleições em seu país? Pode-se acreditar na palavra de uma pessoa que elimina a liberdade de imprensa e dos meios de comunicação em geral? Pode-se acreditar na palavra de uma pessoa que impõe as suas decisões por intermédio de sua polícia política, sua SS, sua "Guarda Revolucionária"?
Procurar respaldar a diplo-MÁ-cia brasileira em nome de uma suposta não-ingerência em assuntos internos de outro país é mais uma hipocrisia manifesta, pois é isso, precisamente, que o Brasil está fazendo em Honduras, com a embaixada transformada em foco de insurgência bolivariana, também ela de corte totalitário. Contra todos os tratados internacionais, a embaixada concedeu não um "refúgio" a Manuel Zelaya, mas lhe ofereceu um quartel-general a partir do qual as diretrizes de Hugo Chávez são propagadas pelo mundo, graças à TeleSur, também lá instalada. A incoerência diplomática é patente no momento em que eleições constitucionalmente estipuladas, antes mesmo da deposição de Zelaya, estão para ser realizadas. A fraude eleitoral no Irã é elogiada, é assunto interno, enquanto as eleições hondurenhas são condenadas. Parece que a nossa diplo-MÁ-cia tem uma afinidade eletiva com regimes totalitários, algo nunca antes visto em nossa história diplomática. O tal do diálogo Sul-Sul nada mais é do que uma máscara que vela uma opção pelo desrespeito progressivo a escolhas democráticas e aos direitos humanos. Se esse é o preço a ser pago por um assento no Conselho de Segurança da ONU, a pergunta que se impõe é a seguinte: vale o preço?
Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia na UFRGS.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Vamos apostar se haverá alguma reação da "Casa das Calcinhas Cor de Rosa"?
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O ESTADO DE SÃO PAULO - 26/11/09
Ao lado de Ahmadinejad, Chávez elogia Lula
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, foi recebido ontem no Palácio de Miraflores por seu colega venezuelano, Hugo Chávez, quem o chamou de "gladiador das lutas anti-imperialistas" e reafirmou a "irmandade" dos dois países. Chávez disse que Ahmadinejad é um "exemplo de firmeza e constância pela liberdade de seu povo, pela grandeza da pátria persa, a pátria iraniana".
"A pátria de Bolívar lhe dá boas-vindas e à sua mulher", declarou Chávez, que também manifestou sua satisfação pela viagem pela região do iraniano, que esta semana visitou Brasil e Bolívia.
"O Brasil já não é o que era (...) uma espécie de subimpério ajoelhado ao império ianque até que chegou Lula, o companheiro, impulsionado pelos trabalhadores, os camponeses, os jovens, o povo dessa grande nação que é o Brasil", disse.
Em comum, o Irã e a Venezuela têm mais de 200 acordos de cooperação, além do forte discurso contra os EUA. Esta é a quarta visita de Ahmadinejad à Venezuela desde que assumiu o poder, em 2005.
A oposição venezuelana repudiou a visita do líder iraniano e classificou como "indesejável" a presença dele na Venezuela. Na segunda-feira, a Confederação de Associações Israelitas da Venezuela (CAIV) expressou em comunicado seu "desgosto e contrariedade" pela viagem de Ahmadinejad a vários países da América do Sul. A organização argumenta que, com este giro, os governos latino-americanos estariam "legitimando" um "regime duvidoso" pela forma como Ahmadinejad foi reeleito, em junho.
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O ESTADO DE SÃO PAULO - 26/11/09
Ao lado de Ahmadinejad, Chávez elogia Lula
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, foi recebido ontem no Palácio de Miraflores por seu colega venezuelano, Hugo Chávez, quem o chamou de "gladiador das lutas anti-imperialistas" e reafirmou a "irmandade" dos dois países. Chávez disse que Ahmadinejad é um "exemplo de firmeza e constância pela liberdade de seu povo, pela grandeza da pátria persa, a pátria iraniana".
"A pátria de Bolívar lhe dá boas-vindas e à sua mulher", declarou Chávez, que também manifestou sua satisfação pela viagem pela região do iraniano, que esta semana visitou Brasil e Bolívia.
"O Brasil já não é o que era (...) uma espécie de subimpério ajoelhado ao império ianque até que chegou Lula, o companheiro, impulsionado pelos trabalhadores, os camponeses, os jovens, o povo dessa grande nação que é o Brasil", disse.
Em comum, o Irã e a Venezuela têm mais de 200 acordos de cooperação, além do forte discurso contra os EUA. Esta é a quarta visita de Ahmadinejad à Venezuela desde que assumiu o poder, em 2005.
A oposição venezuelana repudiou a visita do líder iraniano e classificou como "indesejável" a presença dele na Venezuela. Na segunda-feira, a Confederação de Associações Israelitas da Venezuela (CAIV) expressou em comunicado seu "desgosto e contrariedade" pela viagem de Ahmadinejad a vários países da América do Sul. A organização argumenta que, com este giro, os governos latino-americanos estariam "legitimando" um "regime duvidoso" pela forma como Ahmadinejad foi reeleito, em junho.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Panorâma Econômico
Miriam Leitão
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A semana foi de fiascos para a política externa. Foi quebrada uma regra diplomática básica na resposta à carta do presidente americano, Barack Obama. A cúpula Amazônica com o presidente francês fracassou. O presidente Ahmadinejad recebeu aval ao seu programa nuclear, quando a Agência de Energia Atômica aprovou um voto contra o Irã pelos indícios de que o programa não é pacífico.
Quando um chefe de Estado escreve carta a outro, a resposta não pode ser dada por uma pessoa de terceiro escalão. Elementar. Marco Aurélio Garcia, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, respondeu em público à carta de Barack Obama e ainda dizendo desaforos. Um espanto. Esse tipo de grosseria só se faz em diplomacia quando, deliberadamente, se quer demonstrar desprezo ao outro. Não há razão alguma para fazer isso com o missivista, mesmo que dele se discorde.
- O Barão de Rio Branco deve estar se revirando no túmulo pela quebra das boas tradições diplomáticas e pela crescente influência partidária e ideológica no Itamaraty - disse o ex-embaixador nos Estados Unidos Rubens Barbosa ao blog (www.miriamleitao.com.br).
Descortesia tem hora na diplomacia. Ela precisa significar alguma coisa. No caso das críticas feitas pelo secretário Marco Aurélio ao conteúdo da carta do presidente Barack Obama, foi apenas mais um ato desastrado dos muitos cometidos nos últimos anos de diplomacia improvisada. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tentou reduzir o estrago no dia seguinte recolocando a questão em termos um pouco diferentes. Valeu o esforço, mas esse tipo de erro já virou rotina no governo Lula, que convive há sete anos com essa distorção de um secretário internacional que se comporta como se fosse ele o ministro.
A visita do presidente do Irã provocou grande controvérsia, porque ele é uma pessoa que suscita esse tipo de reação extremada, mas é natural que o Brasil receba visitas de chefes de Estado de países com os quais mantém relação. Quando a figura é um Ahmadinejad, tudo tem que ser bem pesado e medido para não parecer que ele recebe aval justamente naquilo que o mundo combate. O programa nuclear do Irã está sob suspeição de autoridades internacionais, porque são inúmeros os indícios de que ele não é pacífico. As instalações subterrâneas em Qom, que o país construiu escondido e que foram descobertas em setembro, podem estar sendo usadas para fazer urânio altamente enriquecido. A partir de um determinado nível de enriquecimento, o urânio não é para fins pacíficos e sim para a construção de armas nucleares. Com tudo tão obscuro e ainda sob investigação, o presidente Lula deveria ter evitado o tema. Foi uma imposição do visitante? Se foi, fica comprovado que o Brasil foi usado para o propósito dele. Foi a troca pelo apoio do Irã à cadeira o conselho de segurança da ONU? Se for isso, é um tiro pela culatra, porque mostra a ingenuidade do Brasil e não sua capacidade de conviver com contrários, como se queria demonstrar. O final de qualquer dúvida vem com a resolução da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) condenando, com os votos da Rússia e China, o programa que Lula endossou. E o Brasil se absteve na votação! Não se entra no Conselho de Segurança sendo ambíguo na questão nuclear.
A cúpula Amazônica com o presidente francês, tão próximo de Copenhague, foi uma boa ideia, mas alguma coisa deu muito errado na execução. Numa Manaus enfumaçada por queimadas na floresta, três presidentes esperaram os outros que desmarcaram na última hora. Foram tantos os ausentes, que não se pode imaginar que tenha sido coincidência. Deve ser a primeira vez, em anos, em que Álvaro Uribe e Hugo Chávez fazem o mesmo gesto.
O caso de Honduras é mais complicado. O Brasil tem defendido uma causa nobre da forma errada. Numa região que foi assolada por golpes de Estado, o Brasil está do lado certo condenando o governo Roberto Micheletti e chamando de golpe o que nunca teve mesmo outro nome. Mas o presidente deposto Manuel Zelaya também cometeu seus erros ao investir contra as regras constitucionais e os poderes hondurenhos. Isso não legitima o que foi feito, mas deveria ajudar o Brasil a relativizar o apoio absoluto dado a um político que, claramente, divide o país e que usou a embaixada brasileira em Honduras como comitê político num claro abuso do refúgio dado a ele.
Zelaya não é a encarnação da democracia hondurenha. Ele é o presidente eleito, num mandato que já está chegando ao fim, de um país que se encaminha para uma eleição. O mais sensato seria ajudar Honduras a sair do impasse, e não ser parte do impasse. A eleição de domingo pode ou não ser essa saída. O que os países amigos e instituições internacionais deveriam fazer é ajudar a fiscalizar a eleição para garantir um processo legítimo e democrático; e depois fazer um esforço diplomático para um governo de reconciliação que anistie Zelaya para que ele saia da embaixada brasileira e tenha uma vida normal.
A intransigência do Brasil virou ofensa aos Estados Unidos com a acusação de que o governo americano está defendendo "golpe preventivo". O Brasil pediu o adiamento das eleições há duas semanas do pleito, e os Estados Unidos não concordaram. O governo Barack Obama nunca fez a defesa do golpismo em Honduras. De novo, uma agressão intempestiva.
Rio Branco deve estar se revirando mesmo. Nada do que a diplomacia brasileira tem feito nos últimos anos - improvisos, quebras de protocolo e decisões ideológicas - faz parte da tradição do Itamaraty.
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A semana foi de fiascos para a política externa. Foi quebrada uma regra diplomática básica na resposta à carta do presidente americano, Barack Obama. A cúpula Amazônica com o presidente francês fracassou. O presidente Ahmadinejad recebeu aval ao seu programa nuclear, quando a Agência de Energia Atômica aprovou um voto contra o Irã pelos indícios de que o programa não é pacífico.
Quando um chefe de Estado escreve carta a outro, a resposta não pode ser dada por uma pessoa de terceiro escalão. Elementar. Marco Aurélio Garcia, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, respondeu em público à carta de Barack Obama e ainda dizendo desaforos. Um espanto. Esse tipo de grosseria só se faz em diplomacia quando, deliberadamente, se quer demonstrar desprezo ao outro. Não há razão alguma para fazer isso com o missivista, mesmo que dele se discorde.
- O Barão de Rio Branco deve estar se revirando no túmulo pela quebra das boas tradições diplomáticas e pela crescente influência partidária e ideológica no Itamaraty - disse o ex-embaixador nos Estados Unidos Rubens Barbosa ao blog (www.miriamleitao.com.br).
Descortesia tem hora na diplomacia. Ela precisa significar alguma coisa. No caso das críticas feitas pelo secretário Marco Aurélio ao conteúdo da carta do presidente Barack Obama, foi apenas mais um ato desastrado dos muitos cometidos nos últimos anos de diplomacia improvisada. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tentou reduzir o estrago no dia seguinte recolocando a questão em termos um pouco diferentes. Valeu o esforço, mas esse tipo de erro já virou rotina no governo Lula, que convive há sete anos com essa distorção de um secretário internacional que se comporta como se fosse ele o ministro.
A visita do presidente do Irã provocou grande controvérsia, porque ele é uma pessoa que suscita esse tipo de reação extremada, mas é natural que o Brasil receba visitas de chefes de Estado de países com os quais mantém relação. Quando a figura é um Ahmadinejad, tudo tem que ser bem pesado e medido para não parecer que ele recebe aval justamente naquilo que o mundo combate. O programa nuclear do Irã está sob suspeição de autoridades internacionais, porque são inúmeros os indícios de que ele não é pacífico. As instalações subterrâneas em Qom, que o país construiu escondido e que foram descobertas em setembro, podem estar sendo usadas para fazer urânio altamente enriquecido. A partir de um determinado nível de enriquecimento, o urânio não é para fins pacíficos e sim para a construção de armas nucleares. Com tudo tão obscuro e ainda sob investigação, o presidente Lula deveria ter evitado o tema. Foi uma imposição do visitante? Se foi, fica comprovado que o Brasil foi usado para o propósito dele. Foi a troca pelo apoio do Irã à cadeira o conselho de segurança da ONU? Se for isso, é um tiro pela culatra, porque mostra a ingenuidade do Brasil e não sua capacidade de conviver com contrários, como se queria demonstrar. O final de qualquer dúvida vem com a resolução da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) condenando, com os votos da Rússia e China, o programa que Lula endossou. E o Brasil se absteve na votação! Não se entra no Conselho de Segurança sendo ambíguo na questão nuclear.
A cúpula Amazônica com o presidente francês, tão próximo de Copenhague, foi uma boa ideia, mas alguma coisa deu muito errado na execução. Numa Manaus enfumaçada por queimadas na floresta, três presidentes esperaram os outros que desmarcaram na última hora. Foram tantos os ausentes, que não se pode imaginar que tenha sido coincidência. Deve ser a primeira vez, em anos, em que Álvaro Uribe e Hugo Chávez fazem o mesmo gesto.
O caso de Honduras é mais complicado. O Brasil tem defendido uma causa nobre da forma errada. Numa região que foi assolada por golpes de Estado, o Brasil está do lado certo condenando o governo Roberto Micheletti e chamando de golpe o que nunca teve mesmo outro nome. Mas o presidente deposto Manuel Zelaya também cometeu seus erros ao investir contra as regras constitucionais e os poderes hondurenhos. Isso não legitima o que foi feito, mas deveria ajudar o Brasil a relativizar o apoio absoluto dado a um político que, claramente, divide o país e que usou a embaixada brasileira em Honduras como comitê político num claro abuso do refúgio dado a ele.
Zelaya não é a encarnação da democracia hondurenha. Ele é o presidente eleito, num mandato que já está chegando ao fim, de um país que se encaminha para uma eleição. O mais sensato seria ajudar Honduras a sair do impasse, e não ser parte do impasse. A eleição de domingo pode ou não ser essa saída. O que os países amigos e instituições internacionais deveriam fazer é ajudar a fiscalizar a eleição para garantir um processo legítimo e democrático; e depois fazer um esforço diplomático para um governo de reconciliação que anistie Zelaya para que ele saia da embaixada brasileira e tenha uma vida normal.
A intransigência do Brasil virou ofensa aos Estados Unidos com a acusação de que o governo americano está defendendo "golpe preventivo". O Brasil pediu o adiamento das eleições há duas semanas do pleito, e os Estados Unidos não concordaram. O governo Barack Obama nunca fez a defesa do golpismo em Honduras. De novo, uma agressão intempestiva.
Rio Branco deve estar se revirando mesmo. Nada do que a diplomacia brasileira tem feito nos últimos anos - improvisos, quebras de protocolo e decisões ideológicas - faz parte da tradição do Itamaraty.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Em Honduras estamos atuando de acordo com o enredo traçado pela Venezuela. Muito altivo! Complexo de vira-latas terceiro mundista...Marino escreveu:Panorâma Econômico
Miriam Leitão
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A semana foi de fiascos para a política externa. Foi quebrada uma regra diplomática básica na resposta à carta do presidente americano, Barack Obama. A cúpula Amazônica com o presidente francês fracassou. O presidente Ahmadinejad recebeu aval ao seu programa nuclear, quando a Agência de Energia Atômica aprovou um voto contra o Irã pelos indícios de que o programa não é pacífico.
Quando um chefe de Estado escreve carta a outro, a resposta não pode ser dada por uma pessoa de terceiro escalão. Elementar. Marco Aurélio Garcia, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, respondeu em público à carta de Barack Obama e ainda dizendo desaforos. Um espanto. Esse tipo de grosseria só se faz em diplomacia quando, deliberadamente, se quer demonstrar desprezo ao outro. Não há razão alguma para fazer isso com o missivista, mesmo que dele se discorde.
- O Barão de Rio Branco deve estar se revirando no túmulo pela quebra das boas tradições diplomáticas e pela crescente influência partidária e ideológica no Itamaraty - disse o ex-embaixador nos Estados Unidos Rubens Barbosa ao blog (http://www.miriamleitao.com.br).
Descortesia tem hora na diplomacia. Ela precisa significar alguma coisa. No caso das críticas feitas pelo secretário Marco Aurélio ao conteúdo da carta do presidente Barack Obama, foi apenas mais um ato desastrado dos muitos cometidos nos últimos anos de diplomacia improvisada. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tentou reduzir o estrago no dia seguinte recolocando a questão em termos um pouco diferentes. Valeu o esforço, mas esse tipo de erro já virou rotina no governo Lula, que convive há sete anos com essa distorção de um secretário internacional que se comporta como se fosse ele o ministro.
A visita do presidente do Irã provocou grande controvérsia, porque ele é uma pessoa que suscita esse tipo de reação extremada, mas é natural que o Brasil receba visitas de chefes de Estado de países com os quais mantém relação. Quando a figura é um Ahmadinejad, tudo tem que ser bem pesado e medido para não parecer que ele recebe aval justamente naquilo que o mundo combate. O programa nuclear do Irã está sob suspeição de autoridades internacionais, porque são inúmeros os indícios de que ele não é pacífico. As instalações subterrâneas em Qom, que o país construiu escondido e que foram descobertas em setembro, podem estar sendo usadas para fazer urânio altamente enriquecido. A partir de um determinado nível de enriquecimento, o urânio não é para fins pacíficos e sim para a construção de armas nucleares. Com tudo tão obscuro e ainda sob investigação, o presidente Lula deveria ter evitado o tema. Foi uma imposição do visitante? Se foi, fica comprovado que o Brasil foi usado para o propósito dele. Foi a troca pelo apoio do Irã à cadeira o conselho de segurança da ONU? Se for isso, é um tiro pela culatra, porque mostra a ingenuidade do Brasil e não sua capacidade de conviver com contrários, como se queria demonstrar. O final de qualquer dúvida vem com a resolução da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) condenando, com os votos da Rússia e China, o programa que Lula endossou. E o Brasil se absteve na votação! Não se entra no Conselho de Segurança sendo ambíguo na questão nuclear.
A cúpula Amazônica com o presidente francês, tão próximo de Copenhague, foi uma boa ideia, mas alguma coisa deu muito errado na execução. Numa Manaus enfumaçada por queimadas na floresta, três presidentes esperaram os outros que desmarcaram na última hora. Foram tantos os ausentes, que não se pode imaginar que tenha sido coincidência. Deve ser a primeira vez, em anos, em que Álvaro Uribe e Hugo Chávez fazem o mesmo gesto.
O caso de Honduras é mais complicado. O Brasil tem defendido uma causa nobre da forma errada. Numa região que foi assolada por golpes de Estado, o Brasil está do lado certo condenando o governo Roberto Micheletti e chamando de golpe o que nunca teve mesmo outro nome. Mas o presidente deposto Manuel Zelaya também cometeu seus erros ao investir contra as regras constitucionais e os poderes hondurenhos. Isso não legitima o que foi feito, mas deveria ajudar o Brasil a relativizar o apoio absoluto dado a um político que, claramente, divide o país e que usou a embaixada brasileira em Honduras como comitê político num claro abuso do refúgio dado a ele.
Zelaya não é a encarnação da democracia hondurenha. Ele é o presidente eleito, num mandato que já está chegando ao fim, de um país que se encaminha para uma eleição. O mais sensato seria ajudar Honduras a sair do impasse, e não ser parte do impasse. A eleição de domingo pode ou não ser essa saída. O que os países amigos e instituições internacionais deveriam fazer é ajudar a fiscalizar a eleição para garantir um processo legítimo e democrático; e depois fazer um esforço diplomático para um governo de reconciliação que anistie Zelaya para que ele saia da embaixada brasileira e tenha uma vida normal.
A intransigência do Brasil virou ofensa aos Estados Unidos com a acusação de que o governo americano está defendendo "golpe preventivo". O Brasil pediu o adiamento das eleições há duas semanas do pleito, e os Estados Unidos não concordaram. O governo Barack Obama nunca fez a defesa do golpismo em Honduras. De novo, uma agressão intempestiva.
Rio Branco deve estar se revirando mesmo. Nada do que a diplomacia brasileira tem feito nos últimos anos - improvisos, quebras de protocolo e decisões ideológicas - faz parte da tradição do Itamaraty.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Esses suínos comunistas torceram abertamente pelo Obama, e agora querem desprestigiá-lo!Quando um chefe de Estado escreve carta a outro, a resposta não pode ser dada por uma pessoa de terceiro escalão. Elementar. Marco Aurélio Garcia, o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, respondeu em público à carta de Barack Obama e ainda dizendo desaforos. Um espanto. Esse tipo de grosseria só se faz em diplomacia quando, deliberadamente, se quer demonstrar desprezo ao outro. Não há razão alguma para fazer isso com o missivista, mesmo que dele se discorde.
"O correr da vida embrulha tudo,
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
João Guimarães Rosa
a vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Mirian Leitão, ESP, Globo e, quem? Denis Rosenfield? Ora, isso não é debate, é um massacre.
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
Eu não vejo a hora dessa @$%!$#@#$ de partido sair da presidencia....
se ele ficarem mais 4 anos no poder o Brasil poderá passar por um processo de isolamento internacional....
Vocês esqueceram de colocar na lista, ao questão do terrorista de esquerda italiano....que o governo Brasil disse que esta sendo perseguido por um país democratico e por uma justiça que condenou até terroristas de direita....
Não sei como uma justiça isenta de um país democratico pode ser acusada de perseguir alguem...a justiça itiliana coloca a justiça Brasileira no chinelo....deveriamos até contratar juristas italianos para dar algumas lições para os juristas daqui...
se ele ficarem mais 4 anos no poder o Brasil poderá passar por um processo de isolamento internacional....
Vocês esqueceram de colocar na lista, ao questão do terrorista de esquerda italiano....que o governo Brasil disse que esta sendo perseguido por um país democratico e por uma justiça que condenou até terroristas de direita....
Não sei como uma justiça isenta de um país democratico pode ser acusada de perseguir alguem...a justiça itiliana coloca a justiça Brasileira no chinelo....deveriamos até contratar juristas italianos para dar algumas lições para os juristas daqui...
Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
se ele ficarem mais 4 anos no poder o Brasil poderá passar por um processo de isolamento internacional....
Como diria Caetano: "ou não"
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Re: A Instituição que foi outrora a casa do Barão do Rio Branco
suntsé escreveu:Não sei como uma justiça isenta de um país democratico pode ser acusada de perseguir alguem...a justiça itiliana coloca a justiça Brasileira no chinelo....deveriamos até contratar juristas italianos para dar algumas lições para os juristas daqui...
Dom Pedro II, quando da visita ao campo de Batalha, Guerra do Paraguai.
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."
Rebouças, 11 de setembro de 1865: "Informou-me o Capitão Amaral que o Imperador, em luta com os ministros que não queriam deixá-lo partir, cortou a discussão dizendo: " (D. Pedro II) Ainda me resta um recurso constitucional: Abdicar, e ir para o Rio Grande como um voluntário da Pátria."