Crise Econômica Mundial

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Túlio
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Re: Crise Econômica Mundial

#1126 Mensagem por Túlio » Seg Out 12, 2009 9:39 am

Na verdade o Vitor apenas leu, não se deu ao trabalho de...interpretar. Se me dou ao luxo de criticar os COMUNAZZZZZZZZ, podem ter certeza que discuto Marx e - meu preferido - Lênin com qualquer um e não faço feio. Eu não me limitei a passar os olhos por cima, li bastante e meditei, além de discutir com gente que é do ramo... :wink:




“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”

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Re: Crise Econômica Mundial

#1127 Mensagem por P44 » Seg Out 12, 2009 11:58 am

De 63% em 1999 para 37% este ano
Dólar perde peso nas reservas dos bancos centrais
Nos últimos 10 anos, as reservas dos bancos centrais em dólares diminuíram fortemente. Em 1999, a nota verde representava 63% dessas reservas, percentagem que caiu este ano para 37%.
Carla Pedro
cpedro@negocios.pt

Nos últimos 10 anos, as reservas dos bancos centrais em dólares diminuíram fortemente. Em 1999, a nota verde representava 63% dessas reservas, percentagem que caiu este ano para 37%.

Conforme demonstram os dados compilados pela Bloomberg, os bancos centrais estão a deixar cada vez mais de lado a divisa norte-americana, em prol de euros e ienes, o que pressiona ainda mais o dólar depois da sua maior queda de quase duas décadas em dois trimestres consecutivos.

No último trimestre, os responsáveis pela política monetária aumentaram as suas reservas em moeda estrangeira em 413 mil milhões de dólares, o máximo desde pelo menos 2003, para 7,3 biliões de dólares, segundo a Bloomberg. Em Abril, Maio e Junho, os bancos centrais aplicaram 63% das novas reservas em divisas em euros e ienes, o que corresponde à maior percentagem de qualquer trimestre, de acordo com dados do Barclays Capital.

Apesar dos apoios verbais dados pelos líderes mundiais, a verdade é que o dólar está a ser menos cobiçado pelos bancos centrais. A Administração Obama, aliás, mostra-se disposta a deixar que a sua moeda enfraqueça, numa tentativa de impulsionar as exportações e a economia, desde que isso não afaste as nações credoras. Segundo a Bloomberg, a diversificação mostra que o dólar não deverá valorizar tão depressa, depois de perder 10,3% nos últimos seis meses (numa base ponderada) – a maior queda desde 1991.

A nota verde tem estado a ser pressionada numa altura em que o Departamento norte-americano do Tesouro está a vender um montante recorde de dívida para financiar um défice orçamental que acumulou 1,4 biliões de dólares no ano fiscal de 2009 terminado a 30 de Setembro, salienta a mesma fonte.

Queda da nota verde deve prosseguir esta semana

Segundo a edição de hoje do “The Wall Street Journal”, o dólar deverá continuar a cair esta semana, reflectindo o apetite pelos activos não-americanos e devido aos sinais da aparente resignação da Administração Obama perante a queda da moeda.

As expectativas de retoma económica diminuíram a atractividade do dólar como valor-refúgio. E com a queda da nota verde, as matérias-primas fazem parte do clube dos ganhadores, já que se tornam mais atractivas como investimento alternativo.

O índice intercontinental do dólar, que acompanha o desempenho da nota verde face ao euro, iene, libra esterlina, dólar canadiano, franco suísso e krona sueca, caiu para 75,77 pontos na semana passada, o que constituiu o mais baixo nível desde Agosto de 2008. O máximo deste ano foi alcançado a 4 de Março, quando tocou nos 89,624 pontos. Este índice está actualmente a seis pontos do seu mínimo histórico, atingido em Março de 2008.




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Re: Crise Econômica Mundial

#1128 Mensagem por Vitor » Seg Out 12, 2009 12:32 pm

Enlil escreveu:
Vitor escreveu:Gostei como o artigo começa citando uma das previsões mais erradas de Marx. :lol:
Dois autores q tu nunca leu, muito menos prestou atenção o sentido q subjaz o artigo... O autor não é marxista, e não precisa ser para se dar conta do óbvio... Assim como o autor, discordo pontualmente do marxismo como filosofia política mas tem q se admitir q ninguém como ele e Lênin souberam sintetizar com tanta coesão as contradições do capitalismo de sua época e muitos axiomas ainda são válidos pelo simples fato q o cerne do sistema capitalista é imutável... Uma coisa não excluí a outra...
O capitalismo da época deles era contraditório pq não era mesmo capitalismo, era mercantilismo, e é até hoje, só que mais próximo do capitalismo.

Agora falando em contradição mesmo, Marx é cheia delas, como por exemplo sua teoria de valor. Ele defendeu a teoria do valor-trabalho quando ele mesmo admitiu que não explicava muitos casos. Mas como adotar a teoria correta de valor subjetivo seria um inconveniente muito grande ao seu sistema, ele preferiu insistir na que ele sabia ser meia boca.

E bem, li o artigo e para mim é um grande elogio ao capitalismo e como ele recompensa quem merece. Pessoas de outros países que estavam dispostas a dar mais duro que os am
ericanos foram recompensadas. Agora quer contradição mesmo? Vejemos esse texto...

http://mises.org/story/3744

Tire Trade Tirade

Mises Daily by Art Carden

In 2002, President George W. Bush helped make us poorer by signing off on higher steel tariffs[essa que prejudicou o Brasil]. In 2009, President Barack Obama helped make us poorer by signing off on higher tire tariffs. Is this supposed to be change we can believe in?

Economic analysis shows that trade creates wealth.
The law of comparative advantage demonstrates that when we specialize and trade, we produce more wealth using the same resources. Preventing trade means that we use more resources to produce less wealth.

A simple example illustrates the essential logic of comparative advantage. Suppose Amy can produce either one hundred oranges or ten tires in a day while Chen can produce either ten oranges or two tires in a day. At first glance, it doesn't look like they have anything to gain from one another: Amy is much more productive than Chen.

When we compare their opportunity costs, however, a different story emerges. The opportunity cost is what you have to give up to get something else. To produce one hundred oranges, Amy gives up the opportunity to produce ten tires. Her opportunity cost of an orange is one tenth of a tire, and her opportunity cost of a tire is ten oranges. Chen's opportunity cost of an orange is one fifth of a tire, and her opportunity cost of a tire is five oranges.

In terms of tires, it is cheaper for Amy to produce oranges because she only gives up one tenth of a tire to produce an orange while Chen has to give up one fifth of a tire. In terms of oranges, it is cheaper for Chen to produce tires because he only gives up five oranges to produce a tire while Amy gives up ten oranges to produce a tire.

They can both have more oranges and more tires if they specialize and trade. Suppose Chen offers Amy one tire in exchange for seven oranges. Chen would be better off because he would get seven oranges in exchange for one tire, whereas he would only get five oranges in exchange for one tire if he produced them himself.

So if Chen is better off, Amy has to be worse off, right? Wrong. This is an attractive deal for Amy too, because she can get a tire for only seven oranges, which is fewer than the ten oranges she would have to give up if she produced tires herself. At any "orange price" of tires between five and ten, Amy and Chen are both better off.

Economists have shown that the same logic applies to trade between countries as well. Simply replace "Amy" with "the United States of America" and "Chen" with "China," and you can easily see that both countries are better off if they can specialize and trade.

This law of comparative advantage is one of the most important and most poorly understood ideas in economics. It is also an anvil that has worn out many hammers. In spite of repeated objections from noneconomists and even a few theoretical counterexamples from economists, the law of comparative advantage remains robust.

Tire protectionism has other unintended but predictable consequences as well. Since we are poorer, we have fewer resources to invest in education, health care, and innovation. Also, higher tire prices means that some people will drive on worn-out tires longer than they otherwise would, which increases accident risk and will likely lead to more highway deaths.

There is another effect that goes beyond simple economics 101. In addition to an introductory course, I also teach courses in economic history and the history of economic ideas. In these classes, I focus on the role of institutions, ideas, communities, and secure private property rights in historical economic change.

The president's capitulation to special interests tells people that they can expect the government to take care of them when things do not go their way. It encourages people to invest resources in picking others' pockets rather than producing wealth. History is littered with the dry bones of civilizations that encouraged Peter to get rich by robbing Paul. Protectionism is a step toward the dustbin of history.

The salutary effects of trade are sometimes hard to see, but they are very real and very important. By embracing protectionism, President Obama has adopted a policy that works against his supposed concern for Americans' well-being by reducing innovation, destroying wealth, perverting incentives, and encouraging destructive nationalism. Protectionism gives politicians an opportunity to appease special interests, but we're all worse off for it.




NÃO À DROGA! NÃO AO CRIME LEGALIZADO! HOJE ÁLCOOL, AMANHÃ COGUMELO, DEPOIS NECROFILIA! QUANDO E ONDE IREMOS PARAR?
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Re: Crise Econômica Mundial

#1129 Mensagem por Enlil » Seg Out 12, 2009 5:37 pm

Vitor escreveu:
Enlil escreveu: Dois autores q tu nunca leu, muito menos prestou atenção o sentido q subjaz o artigo... O autor não é marxista, e não precisa ser para se dar conta do óbvio... Assim como o autor, discordo pontualmente do marxismo como filosofia política mas tem q se admitir q ninguém como ele e Lênin souberam sintetizar com tanta coesão as contradições do capitalismo de sua época e muitos axiomas ainda são válidos pelo simples fato q o cerne do sistema capitalista é imutável... Uma coisa não excluí a outra...
O capitalismo da época deles era contraditório pq não era mesmo capitalismo, era mercantilismo, e é até hoje, só que mais próximo do capitalismo.
Mecantilismo no final do século XIX e início do XX? :shock:... Cara, conseguiste te superar...




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Re: Crise Econômica Mundial

#1130 Mensagem por soultrain » Seg Out 12, 2009 7:52 pm

Eu acho que já aqui postei a solução:

http://www.theonion.com/content/video/u ... _fake_coup

:twisted: :twisted: :twisted: :twisted:





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


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Re: Crise Econômica Mundial

#1131 Mensagem por Enlil » Ter Out 13, 2009 5:07 am

Túlio escreveu:Na verdade o Vitor apenas leu, não se deu ao trabalho de...interpretar. Se me dou ao luxo de criticar os COMUNAZZZZZZZZ, podem ter certeza que discuto Marx e - meu preferido - Lênin com qualquer um e não faço feio. Eu não me limitei a passar os olhos por cima, li bastante e meditei, além de discutir com gente que é do ramo... :wink:
És uma rara exceção Cupincha. Já sabia desse detalhe e por isso mesmo acho q de vez em quando tu tens pequenas crises existenciais e faz posts muito suspeitos, com subjacentes matizes COMUNAZZZZZZ :mrgreen:... Até poderia trocar teu apelido de Tia Úrsula para Tia Ulya :twisted:...




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Re: Crise Econômica Mundial

#1132 Mensagem por Enlil » Ter Out 13, 2009 5:17 am

IMPRENSA AMERICANA
A maior vítima da crise, quase esquecida

Por Rolf Kuntz em 12/10/2009

A imprensa americana cobriu principalmente o governo e os grandes grupos industriais e financeiros durante a maior crise desde os anos 1930. Quase ignorou os cidadãos, vítimas principais da retração econômica. O contraste é apontado num relatório do Pew Research Center, uma organização de pesquisa com sede em Washington. Segundo o relatório, três assuntos compuseram 40% da cobertura econômica entre 1 de fevereiro e 31 de agosto: a ajuda ao setor bancário, a batalha política em torno dos pacotes de estímulo e os problemas da indústria automobilística. As histórias mais próximas do dia-a-dia, como as vendas do varejo, os preços da comida e os impactos da crise na educação e na saúde corresponderam a apenas 2% do material divulgado. A pesquisa cobriu todos os meios de comunicação, impressos e eletrônicos.

A presença do governo e da macroeconomia é muito maior na imprensa brasileira do que na americana, em condições normais. Afora situações excepcionais, o noticiário sobre os mercados financeiros e sobre atividades empresariais ocupa a maior parte dos cadernos de economia e negócios. Também por isso os números apresentados na pesquisa do Pew Research Center chamam a atenção.

Durante a pior fase da crise, o noticiário se concentrou em duas cidades – a capital do país e o principal centro financeiro. Nos cinco primeiros meses da presidência de Barack Obama, 76% das matérias econômicas foram produzidas na área metropolitana de Washington (32%) e em Nova York (44%). Nove de cada 20 frases mais citadas em fontes eletrônicas foram ditas pelo presidente.

Pobres são mais afetados

Desde o agravamento da crise, em setembro do ano passado, era previsível um maior esforço de cobertura do mundo oficial e dos problemas do setor financeiro. Com o estouro da bolha imobiliária, grandes instituições quebraram ou chegaram muito perto da falência. Tesouros e bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa tiveram de intervir para impedir o fechamento de alguns dos maiores bancos do mundo. O núcleo da crise era um problema de solvência, não apenas de liquidez.

Depois das primeiras ações de emergência vieram os grandes pacotes de estímulos, combinados entre os governos das principais potências. O mundo esperava a resposta das autoridades. Os fatos mais importantes para o funcionamento da economia deveriam mesmo ocorrer nos centros políticos. Até aí, tudo previsível.

O dado mais surpreendente é outro: o escasso interesse da imprensa pelos problemas dos cidadãos, isto é, das famílias, dos trabalhadores, dos consumidores. As histórias mais dramáticas são aquelas vividas por essa gente "comum", quando a economia vai muito mal. Se há uma recessão, os assalariados perdem o emprego e têm de recorrer à ajuda oficial – quando não à caridade – para sobreviver e sustentar a família. Se há um surto inflacionário, as famílias pobres são as mais afetadas.

Mudanças comportamentais

Mas esta crise teve um componente especial nos Estados Unidos: ainda antes da recessão e das demissões, as famílias americanas foram atingidas pelo estouro da bolha imobiliária. De um dia para outro perderam patrimônio e ficaram com dívidas enormes. O desemprego foi um impacto adicional, não o começo do drama. No Brasil, a crise não chegou a ser um tsunami, embora tenha sido muito mais que uma simples marolinha, e seus efeitos sociais foram menos dramáticos do que nos Estados Unidos. O endividamento das famílias era menor e, além disso, a renda média dos trabalhadores foi menos afetada.

Também no Brasil o dia-a-dia das pessoas de carne e osso foi muito menos coberto que as discussões e decisões oficiais e os problemas das empresas. O desemprego foi acompanhado principalmente por meio das estatísticas empresariais – das organizações da indústria, por exemplo – e oficiais. Demissões em algumas grandes empresas chamaram a atenção, mas a cobertura se voltou, mesmo nesses casos, principalmente para os aspectos legais e para as tentativas de intervenção do governo. Mas a crise passou longe de boa parte da população pobre e as famílias brasileiras não experimentaram nada parecido com a combinação de perda do patrimônio, desemprego e insolvência.

Nos anos 1990, quando as operações de reengenharia podaram severamente os empregos nas empresas dos Estados Unidos, a imprensa americana produziu grandes histórias sobre os trabalhadores desempregados. Na época, havia alguns ingredientes especiais para atrair a atenção dos jornalistas. O sistema produtivo passava por uma ampla reorganização. Profissionais qualificados eram de um dia para outro descartados como inúteis. Ocorriam mudanças comportamentais assustadoras, com um surto de individualismo e de competição darwiniana entre os assalariados.

Bobagem menosprezar o governo

A crise da bolha imobiliária foi, sob certos aspectos, muito mais simples. Mas afetou um número muito maior de pessoas e sacrificou milhões de famílias. Mas os cidadãos comuns e os trabalhadores sindicalizados deram origem a apenas 2% das histórias coletadas no levantamento do Project for Excellence in Journalism do Pew Research Center.

No Brasil, na segunda metade dos anos 1980, houve um esforço para se deslocar o foco da cobertura econômica. A idéia era cobrir menos Brasília e mais o "Brasil real", isto é, o mundo das empresas, dos mercados e dos trabalhadores e consumidores. Mas o resultado não foi uma cobertura mais equilibrada, nem mais informativa.

Seria bom produzir mais histórias de negócios e dar mais atenção às pessoas de carne e osso, mas seria uma tolice deixar em segundo plano o dia-a-dia da política econômica. Essa poderia ser a rotina da imprensa americana ou de qualquer país avançado e mais estável. Mas, num país em crise permanente, à beira da hiperinflação, com as contas públicas em desordem e sem acesso ao mercado financeiro internacional, seria uma enorme bobagem menosprezar o governo. Essa bobagem foi cometida, em alguns momentos, mas os fatos acabaram sendo mais fortes que a moda jornalística.

Boas vindas

É cedo para qualquer comentário sobre a produção do recém-lançadoBrasil Econômico. O material da primeira edição ficou dentro do previsível: um grande levantamento das possibilidades e desafios da economia brasileira, com a referência inevitável aos problemas de eficiência e de competitividade. O dia-a-dia está apenas começando para a nova publicação e ainda será necessário, nas primeiras semanas, um trabalho de calibragem. A qualidade da equipe justifica as expectativas mais otimistas.

***

Em tempo: Ricardo Balthazar, correspondente doValor em Washington, chamou a atenção para o trabalho do Pew Research Center sobre a cobertura da crise e americana e sugeriu uma coluna sobre o assunto. Aqui vai o agradecimento pela ajuda.

http://www.observatoriodaimprensa.com.b ... =559IMQ002




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Re: Crise Econômica Mundial

#1133 Mensagem por P44 » Ter Out 13, 2009 8:10 am

soultrain escreveu:Eu acho que já aqui postei a solução:

http://www.theonion.com/content/video/u ... _fake_coup

:twisted: :twisted: :twisted: :twisted:


GOD BLESS OCTAVIA!!!!! :lol:




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Re: Crise Econômica Mundial

#1134 Mensagem por Túlio » Ter Out 13, 2009 7:56 pm

Enlil escreveu:
Túlio escreveu:Na verdade o Vitor apenas leu, não se deu ao trabalho de...interpretar. Se me dou ao luxo de criticar os COMUNAZZZZZZZZ, podem ter certeza que discuto Marx e - meu preferido - Lênin com qualquer um e não faço feio. Eu não me limitei a passar os olhos por cima, li bastante e meditei, além de discutir com gente que é do ramo... :wink:
És uma rara exceção Cupincha. Já sabia desse detalhe e por isso mesmo acho q de vez em quando tu tens pequenas crises existenciais e faz posts muito suspeitos, com subjacentes matizes COMUNAZZZZZZ :mrgreen:... Até poderia trocar teu apelido de Tia Úrsula para Tia Ulya :twisted:...

CRIME!!!

TROLAGEM!!!

ATENTADO A BOMBA!!!

SUSPENSÃO POR 300.000 ANOS!!!


:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:




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Re: Crise Econômica Mundial

#1135 Mensagem por GustavoB » Qua Out 14, 2009 11:47 am

..........




Editado pela última vez por GustavoB em Sáb Out 17, 2009 7:05 am, em um total de 1 vez.
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Re: Crise Econômica Mundial

#1136 Mensagem por GustavoB » Qua Out 14, 2009 11:49 am

Pré-sal é a agenda do século 20, não do 21"

Leonardo Attuch
(IstoÉ Dinheiro)

Dias atrás, Delfim Netto sofreu um baque. Teve dores e colocou dois stents no coração. Aos 81 anos, foi a primeira vez que se internou num hospital. "Nunca fiz check-ups por uma razão simples: quem procura, acha", disse ele à DINHEIRO. O susto, ao menos, serviu para que Delfim renovasse seu sentido de urgência.
O ex-ministro, que já foi o czar da economia brasileira, diz que o País deve buscar uma nova agenda de desenvolvimento e sustenta que ela não deve estar ancorada nas descobertas do pré-sal. "A idade da pedra não acabou por falta de pedra e a do petróleo não vai terminar por falta de petróleo", afirma o professor, que aposta numa revolução energética. Leia a seguir sua entrevista.

DINHEIRO - Como o sr. avalia o momento atual da economia global?
DELFIM NETTO - A crise está passando e eu acredito que os Estados Unidos sairão dela melhor do que entraram. Estou cada vez mais convencido de que o objetivo básico do presidente Barack Obama é reconquistar a autonomia energética americana. E isso abre uma nova agenda industrial. A agenda das inovações do século 21. O erro é imaginar que os Estados Unidos estão morrendo. Na verdade, eles estão renascendo. Basta olhar a dimensão do programa de energia deles.

DINHEIRO - Se a era do petróleo pode chegar ao fim, o Brasil erra ao concentrar todas as suas fichas nas descobertas do pré-sal?
DELFIM - Imagine como um governo teria que ser virtuoso para descobrir o pré-sal e ainda assim não bater tambor. Seria exigir demais. Se o papa descobrisse um poço dessa dimensão faria a mesma coisa. Mas o pré-sal não pode ser a concentração de todos os nossos investimentos. E por quê? Porque a agenda do futuro é a da transformação energética. E o fato é que uma boa parte da energia fóssil será substituída pela renovável.

DINHEIRO - O sr. acredita que a origem da crise possa ter sido o rombo externo dos Estados Unidos, causado pelas importações maciças de petróleo?
DELFIM - Na verdade, a causa maior foi o extraordinário desenvolvimento desses instrumentos financeiros, sem que os bancos centrais soubessem o que estava acontecendo. Outro ponto foi o fato de os Estados Unidos terem virado lata de lixo do mundo, comprando tudo o que os outros produziam. Durante seis anos, eles fizeram um rombo externo de US$ 5,4 trilhões. E eles importam dez bilhões de barris de petróleo por ano. Isso foi um dos detonadores da crise.

DINHEIRO - Se os Estados Unidos serão capazes de se renovar, a aposta num mundo pós-americano e multipolar deve ser desconsiderada?
DELFIM - Na minha opinião, eles continuarão na liderança por muito tempo. Potência tem que ter três atributos: autonomia alimentar, autonomia energética e autonomia militar. Qual é o único país que pode reunir as três condições? Só eles. Veja a Rússia. Tem autonomia energética, uma autonomia militar meia-boca e não tem autossuficiência alimentar. A China está bem no campo militar e tem limitações nas outras duas áreas. A Europa não tem mais nada.

DINHEIRO - E o Brasil?
DELFIM - Apesar da limitação militar, o Brasil está na dianteira em duas frentes: a de alimentos e a de energia. E não deve perder isso por conta do pré-sal. A idade da pedra não acabou por falta de pedra. E a idade do petróleo não vai acabar por falta de petróleo.

DINHEIRO - O sr. aposta na retomada do crescimento nos Estados Unidos?
DELFIM - Aposto que, em dois anos, eles já estarão crescendo mais do que o resto do mundo. A possibilidade de inflação lá é mínima. E os que falam em risco de solvência do Tesouro americano podem comprar papel chinês, papel brasileiro, se quiserem.

DINHEIRO - Mas não parece que a saída está sendo simples demais, como se bastasse imprimir dinheiro?
DELFIM - O erro é imaginar que eles sairão da crise pelo estímulo monetário e fiscal. O que fará os Estados Unidos sair do buraco é a mudança da agenda industrial, que passa pelo campo energético. Crescimento é inovação mais crédito. E isso acontecerá predominantemente lá, ajudando a resolver o problema fiscal americano. Com energia limpa, eles poderão reduzir a conta da importação de petróleo e também a conta militar.

DINHEIRO - O sr. então é um entusiasta do etanol?
DELFIM - Cada vez mais. De acordo com o Scientific National Bureau, só as florestas americanas, se fossem adaptadas para produzir etanol a partir de tecnologias de vanguarda, poderiam responder por 65% de todo o combustível líquido dos Estados Unidos. Eles vão transformar carvão em combustível líquido, sem emitir gás carbônico. Até os árabes estão comprando terras no Brasil para produzir etanol. Fora isso, o carro elétrico está cada vez mais próximo.

DINHEIRO - Como o Brasil deve se posicionar?
DELFIM - Se nós usarmos só o présal, vamos ficar no século 20. Se formos capazes de compreender a nova agenda, entraremos no século 21 com os quatro motores ligados.

DINHEIRO - O pré-sal, na sua opinião, estaria reforçando tendências estatizantes deste governo?
DELFIM - Estado que presta é o Estado indutor. Estado produtor é uma porcaria. Ponto.

DINHEIRO - E como fica então o novo modelo do petróleo?
DELFIM - Não tenho a menor dúvida de que seria possível fazer tudo o que nós queremos, que é reforçar o interesse nacional e o papel da empresa brasileira, com a legislação em vigor. A mudança é política, mas eu digo isso sem demonizar a política. O dever de todo governo, que acredita estar cumprindo um bom papel, é continuar sendo governo. Mas o fato é que, quando a lei for aprovada, todas as empresas do mundo virão para cá, porque o Brasil tem o mais importante, que é o respeito aos contratos.

DINHEIRO - Se o Brasil está resolvendo problemas de energia, contas externas e inflação, o sr. vislumbra um longo ciclo de crescimento?
DELFIM - Vejo o Brasil crescendo de 5% a 7% nos próximos 20 anos. O Brasil tem a nova agenda. Só não pode jogá-la fora porque descobriu a agenda velha. O Brasil tem que liderar o futuro. Veja o caso do etanol. Hoje, os americanos se protegem com uma tarifa. Daqui a dez anos, se não fizermos nada, nós nos protegeremos deles.

DINHEIRO - Como o sr. avalia a disputa eleitoral de 2010?
DELFIM - Nós vamos fazer a eleição crescendo 4,5%. Essa é uma garantia de que os vendedores de óleo de cobra terão pouco sucesso. Temos duas ou três possibilidades, mas nenhuma delas vai alterar a nossa dinâmica estrutural de crescimento.

DINHEIRO - E o fator Marina?
DELFIM - Vejo como um fator positivo. Mas, no mundo, não há produção de PIB sem produção de gás carbônico, assim como não há produção de carne, sem produção de couro. O fato é que o pobre gosta de crescimento. Ele não tem uma consciência muito clara do custo ambiental do que se produz. Ele quer o bem-estar material.

DINHEIRO - O risco de uma recaída internacional não comprometeria o ciclo de crescimento brasileiro?
DELFIM - O Brasil tem coisas extraordinárias. Se a gente pudesse pegar exemplos de quatro grandes empresas internacionais e quatro grandes empresas brasileiras, as reações à crise foram muito diferentes. Quem estava nos Estados Unidos, chamou a rapaziada e disse: Vocês vão para o seguro-desemprego e passem bem. No Brasil, as pessoas sentaram à mesa e começaram a dialogar.

DINHEIRO - Que riscos então o sr. enxerga no horizonte?
DELFIM - Não existem. O Brasil é, de longe, o melhor dos BRICs. Nós temos uma vantagem biológica, que é a miscigenação. O que é a evolução? A mudança do meio ambiente e a capacidade do indivíduo de se adaptar. A nossa adaptabilidade é a maior do mundo. Somos o quinto maior país do mundo em território, o quinto em população e o nono em PIB absoluto. E temos um mercado interno que provou ser sustentável. Temos ainda um sistema institucional estabilizado. E o Brasil é o único dos BRICs que tem um Supremo Tribunal Federal que garante as liberdades individuais - e muitas vezes é incompreendido.

DINHEIRO - O que o sr. acha dos empresários e juristas que falam em Estado policial?
DELFIM - O que houve no Brasil foi uma sociedade secreta, de inspiração robespierriana, que saiu desmoralizada na sua tentativa de implantar um Estado policial no Brasil. Eles perderam essa batalha. E o presidente Gilmar Mendes, bem como os outros ministros do STF, tiveram um papel fundamental. Se eles tivessem sido covardes, o Brasil estaria frito.

DINHEIRO - O sr. não teme mesmo a onda estatizante?
DELFIM - Isso é terrorismo. Nos EUA, o que houve foi o fracasso do Estado. Depois, o mesmo Estado veio em socorro de si mesmo. Eu repito: Estado indutor é necessário e Estado produtor é uma porcaria. Se o Brasil decidir caminhar na linha do Estado produtor, ele vai paralisar o crescimento lá na frente. Mas essa é a vantagem do sufrágio universal. Se isso ficar visível, as coisas mudarão. Existem dois sistemas: o mercado e a urna. O eleitor é a intersecção dos dois.

DINHEIRO - Quem critica então faz terrorismo?
DELFIM - Não, mas deveria criticar com certo relativismo. Não tenho a menor dúvida de que um banco público, como o Banco do Brasil, tem sido fundamental na disseminação do crédito. Essa diretoria do BB é toda técnica. São ex-office boys que conhecem o Brasil e que, quando se aposentarem, serão contratados pelos melhores bancos privados. No passado, a pior coisa que podia acontecer com um banco público era a nomeação de um banqueiro privado para dirigi-lo. A primeira coisa que ele fazia era transferir para o BB seus maus negócios.

DINHEIRO - No seu cenário, então, a chance de algo dar errado é mínima.
DELFIM - De fato, a probabilidade de dar certo é muito alta. A estrada terá alguns buracos, mas nós vamos chegar lá. E veja que até agora nós nem falamos de câmbio e juros.

DINHEIRO - O que mudou na sua rotina depois da internação?
DELFIM - As recomendações foram as seguintes: coma tudo o que quiser, mas pela metade. E que eu continuasse trabalhando no mesmo ritmo. Tive esse problema com 81 anos e só vou ter outro daqui a 81 anos.

DINHEIRO - O sr. parece mais magro.
DELFIM - Perdi 350 gramas.

http://www.defesanet.com.br/pensamento1/delfim.htm




GustavoB
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Re: Crise Econômica Mundial

#1137 Mensagem por GustavoB » Sex Out 16, 2009 10:26 am

Uma segunda Grande Depressão ainda é possível

Alguns economistas estão dizendo que a recessão estará encerrada muito brevemente. O futuro é fundamentalmente incerto, o que faz com que a prática de predições sempre seja um empreendimento temerário. Isso quer dizer que há uma boa chance de o novo consenso estar errado. Em vez disso, há bases sólidas para acreditar que a economia dos EUA experimentará uma segunda queda, seguida por prolongada estagnação que será qualificada como a segunda Grande Depressão. A análise é do economista Thomas I. Palley.

Thomas I. Palley (*)

Ao longo do ano passado a economia global experimentou uma contração massiva, a mais profunda desde a Grande Depressão dos anos 30. Porém, nesta primavera, os economistas começaram a falar em “green shoots” (1) de retomada e essas afirmações otimistas rapidamente se espalharam por Wall Street. Mais recentemente, no aniversário da quebra do Lehman Brothers, o presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, abençoou oficialmente esse consenso, ao declarar que a recessão estará “encerrada muito brevemente”.
O futuro é fundamentalmente incerto, o que faz com que a prática de predições sempre seja um empreendimento temerário. Isso quer dizer que há uma boa chance de o novo consenso estar errado. Em vez disso, há bases sólidas para acreditar que a economia dos EUA experimentará uma segunda queda, seguida por prolongada estagnação que será qualificada como a segunda Grande Depressão. Algumas indicações desse efeito já podem ser percebidas na inesperada ampliação das perdas de postos de trabalho nos EUA em setembro, e a queda na venda de automóveis nos país segue o fim do programa “Cash for Clunkers” (2).
Que esse cenário rosa de pensamento tenha retornado a Wall Street nao deveria surpreender. Wall Street lucra com o aumento do preço dos títulos sobre os quais acarreta taxas de gerenciamento, ganha com a negociação para recomendá-los, e com o encorajamento de retenção de investimentos para comprar ações que estimulam as transações. Esses ganhos são muitíssimo maiores quando as ações do mercado estão em alta, o que explica a propensão genética de Wall Street a pressionar a economia.
Quanto aos economistas mainstream, seus modelos teóricos foram ofuscados pela crise e eles só predizem a recuperação por conta dos compromissos declarados nos seus modelos. De acordo com a teoria mainstream, está dado que o pleno emprego é um ponto de gravidade em relação ao qual a economia está recuada.
Modelos de econometria empíricos são igualmente questionáveis. Eles também predizem a recuperação gradual, mas que seja dirigida por critérios de reversão de tendências observadas em dados passados. O problema, como dizem os investidores profissionais, é que “o desempenho anterior não é critério para o desempenho futuro”. A crise econômica representa a implosão do paradigma econômico que comandou o crescimento estadunidense e global ao longo dos últimos trinta anos. Esse paradigma estava baseado no aumento do consumo estimulado pelo endividamento e pela inflação dos preços das ações, e se foi.
Há uma lógica simples para explicar por que a economia experimentará uma segunda queda. Essa lógica repousa na desaceleração que produz, inevitavelmente, um castigo em duas etapas. A primeira já está em curso, e provocou a crise financeira que causou a pior recessão desde a Grande Depressão. A segunda apenas começou.
A desaceleração pode ser entendida através de uma metáfora na qual um carro simboliza a economia. Emprestar é como pisar no acelerador e acelerar a atividade econômica. Quando o empréstimo pára, o pé se afasta do pedal do acelerador e o carro diminui a velocidade. Contudo, agora o motor do carro está sobrecarregado pela acumulação de débito, de modo que a atividade econômica diminui em comparação com o nível anterior.
Com a desaceleração, as economias domésticas aumentaram a liquidação e negociação de dívidas. Essa é a segunda etapa e é como pisar no freio, o que faz com que a economia desacelere ainda ao nível de uma queda dupla. A rápida desaceleração, como a que está acontecendo agora, é equivalente a pisar no freio com força. O único aspecto positivo é que isso reduz o endividamento, o que é quase a mesma coisa que remover peso da máquina. Isso ajuda a estabilizar a atividade num nível mais baixo, mas não acelera o carro como dizem os economistas.
Infelizmente a metáfora do carro só dá conta parcialmente das condições atuais, à medida que defende que o processo de desaceleração na economia é estável. Ainda, já houve uma crise financeira e a economia real está agora infectada por um processo multiplicador causando gastos mais baixos, perda massiva de emprego e falências comerciais. Essa desaceleração a mais cria a possibilidade de uma queda em espiral que constituiria uma depressão.
Essa espiral é capturada pela metáfora do Titanic, que foi pensado para ser impecável devido aos seus próprios tabiques sequencialmente estruturados. Contudo, esses tabiques não tinham teto, e quando o Titanic bateu no iceberg que danificou seu lado, os tabiques da frente se encheram d'água e se renderam. A água, então, agitou os tabiques da popa, causando o naufrágio do navio.
A economia dos EUA bateu num iceberg de endividamento. O dano resultante ameaça o fluxo dos mecanismos de estabilização da economia, que o economista Hyman Minsky chamou de - “thwarting institutions” [algo como “instituições de anulação”].
O seguro desemprego não está no topo de sua magnitude e está expirando para muitos trabalhadores. Isso projeta na sequência uma redução dos gastos e o agravamento do problema das hipotecas.
Os Estados estão limitados pelas exigências de equilíbrio fiscal e estão cortando gastos e empregos. Consequentemente, o setor público está jogando o setor privado em contradição.
A destruição das economias domésticas significa que muitos lares estão no limite ou com saldo negativo em seus orçamentos. Isso aumenta a pressão para salvar e bloquear o acesso a empréstimos que podem dar o impulso inicial da recuperação. Mais ainda, tanto as economias domésticas como o setor comercial enfrentam bancarrotas extensivas, que amplificam o choque multiplicador de perdas e também limitam a atividade econômica futura ao destruir históricos de crédito (3) e o acesso ao crédito.
Por último, os EUA continuam a sangrar através da tripla hemorragia de déficit comercial que drena os gastos via importações, trabalho de imigrantes ilegais e investimentos desregulados. Essa hemorragia ficou evidenciada no programa “Cash for Clunkers”, no qual oito em cada dez veículos dos mais vendidos eram de marcas estrangeiras. Consequentemente, mesmo enormes estímulos fiscais teriam seu efeito reduzido.
A crise financeira criou uma onda de retornos nos mercados financeiros. Uma desaceleração sem paralelo e o processo multiplicador repercutiu de modo adverso na economia real. Esse é um retorno dificílimo de ser revertido, o que explica por que uma segunda Grande Depressão permanece uma possibilidade real.

(*) Thomas Palley é pós-doutorado em Economia pela Universidade de Yale, e criador da organização não-governamental Economics for Democratic & Open Societies (Economia para Sociedades Abertas e Democráticas)

Página do autor: http://www.thomaspalley.com

(1) N.deT. Em economia, a expressão “green shoots' pode ser uma queda nos números do desemprego, uma subida nas vendas no varejo ou na confiança do consumidor. Tudo isso representa pontos de partida para o crescimento econômico depois de uma recessão. Agora, se de fato está em curso essa retomada a partir da verificação desses índices é uma outra questão. in: http://www.davemanuel.com/investor-dict ... en-shoots/
(2) N.deT. O programa “Cash for Clunkers”, em tradução livre "Dinheiro para Carroças", do governo federal estadunidense é um programa de subsídios para a aquisição de automóveis novos, a título de estímulo fiscal para a retomada do crescimento econômico. Os proprietários de automóveis podiam receber subsídios para trocar seus carros por novos na ordem de quase 5 mil dólares, desde que os carros em via de aquisição fossem mais eficientes na relação entre aproveitamento de combustível e custo do mesmo. Esse programa, durante um período, estimulou as vendas do setor, mas estaria, conforme afirma o autor do artigo, sem apresentar resultados satisfatórios, no momento.
(3) Sobre o conceito de histórico de crédito, ver: http://en.wikipedia.org/wiki/Credit_history N.deT.

Tradução: Katarina Peixoto
http://www.cartamaior.com.br/templates/ ... e_id=10113




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Re: Crise Econômica Mundial

#1138 Mensagem por soultrain » Sex Out 16, 2009 11:40 am

Published on Foreign Affairs (http://www.foreignaffairs.com)

Home >
The Dollar and the Deficits

How Washington Can Prevent the Next Crisis
C. Fred Bergsten
C. FRED BERGSTEN is Director of the Peter G. Peterson Institute for International Economics. He was Assistant Secretary of the Treasury for International Affairs from 1977 to 1981 and Assistant for International Economic Affairs to the National Security Council from 1969 to 1971. Copyright 2009, Peterson Institute for International Economics.

Even as efforts to recover from the current crisis go forward, the United States should launch new policies to avoid large external deficits, balance the budget, and adapt to a global currency system less centered on the dollar. Although it will take a number of years to fully implement these measures, they should be initiated promptly both to bolster confidence in the recovery and to build the foundation for a sustainable U.S. economy over the long haul. This is not just an economic imperative but a foreign policy and national security one as well.

A first step is to recognize the dangers of standing pat. For example, the United States' trade and current account deficits have declined sharply over the last three years, but absent new policy action, they are likely to start climbing again, rising to record levels and far beyond. Or take the dollar. Its role as the dominant international currency has made it much easier for the United States to finance, and thus run up, large trade and current account deficits with the rest of the world over the past 30 years. These huge inflows of foreign capital, however, turned out to be an important cause of the current economic crisis, because they contributed to the low interest rates, excessive liquidity, and loose monetary policies that -- in combination with lax financial supervision -- brought on the overleveraging and underpricing of risk that produced the meltdown.

It has long been known that large external deficits pose substantial risks to the U.S. economy because foreign investors might at some point refuse to finance these deficits on terms compatible with U.S. prosperity. Any sudden stop in lending to the United States would drive the dollar down, push inflation and interest rates up, and perhaps bring on a hard landing for the United States -- and the world economy at large. But it is now evident that it can be equally or even more damaging if foreign investors do finance large U.S. deficits for prolonged periods.

U.S. policymakers, therefore, must recognize that large external deficits, the dominance of the dollar, and the large capital inflows that necessarily accompany deficits and currency dominance are no longer in the United States' national interest. Washington should welcome initiatives put forward over the past year by China and others to begin a serious discussion of reforming the international monetary system.
Copyright © 2002-2009 by the Council on Foreign Relations, Inc.
All rights reserved.
Source URL: http://www.foreignaffairs.com/articles/ ... e-deficits





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Re: Crise Econômica Mundial

#1139 Mensagem por Bolovo » Seg Out 19, 2009 7:52 pm

sei lá se é o tópico certo

Mantega anuncia imposto de 2% sobre capital estrangeiro

19/10 - 18:07 , atualizada às 19:10 19/10 - Redação

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta segunda-feira a cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 2% sobre capital estrangeiro, conforme havia adiantado o Último Segundo. A medida tem por objetivo segurar a desvalização do dólar frente ao real.


A cobrança começa já nesta terça-feira e será para aplicações em renda fixa e bolsa de valores. Mantega esclareceu a taxa será cobrada apenas na entrada e não terá diferença entre recurso de curto ou longo prazo.

A partir de amanhã, os recursos estrangeiros que ingressarem no País por meio de Bolsa de Valores, título público e renda fixa terão incidência de IOF com alíquota de 2%.

"Eu queria anunciar a implantação de um tributo sobre aplicações de estrangeiros na Bolsa de Valores e também nas aplicações do mercado financeiro, ou seja, renda fixa", afirmou o ministro em entrevista coletiva concedida na capital paulista. "Não haverá taxação sobre investimento estrangeiro direto (IED)", acrescentou.

O ministro ressaltou que a aplicação de impostos sobre a entrada de capital estrangeiro tem como objetivo evitar "um excesso de especulação na Bolsa de Valores e no mercado de capital em razão da grande liquidez que existe hoje no mercado internacional".

Mantega disse que o Brasil é hoje um mercado muito atrativo para o investidor externo e que a medida não tem como objetivo elevar a arrecadação federal que está em queda desde o início do ano em razão da crise.

Mantega ressaltou que a medida foi tomada também para proteger a produção nacional, incentivar a volta dos investimentos e preservar o emprego dos trabalhadores. "Queremos impedir um excesso de valorização do real. Quando o real se valoriza, acaba encarecendo nossas exportações e barateando as importações e já temos um aumento expressivo das importações e as exportações não estão crescendo como deveriam", afirmou.

(Com informações da Reuters e da Agência Estado)

---------------------


Aos entendidos, o que isso significa?




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Darcy Ribeiro (1922 - 1997)
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Re: Crise Econômica Mundial

#1140 Mensagem por P44 » Qui Out 29, 2009 2:02 pm

Crescimento (act.)
EUA saem da recessão


Pedro Duarte
29/10/09 12:35




A economia norte-americana cresceu 3,5% no terceiro trimestre depois de se ter contraído nos quatro trimestres anteriores. É oficial: os EUA saíram da recessão.

O crescimento de 3,5% da maior economia do mundo surge depois desta se ter contraído 3,8% nos doze meses anteriores, o pior desempenho das últimas sete décadas, revelou hoje o Departamento do Comércio dos Estados Unidos.

Os analistas esperavam em média que a economia norte-americana se tivesse expandido 3,2% entre Julho e Setembro, graças aos estímulos económicos efectuados pelo Estado, que impulsionaram o consumo e a construção de casas.

A mesma fonte precisa que os gastos das famílias subiram 3,4% no último trimestre, o maior crescimento dos últimos dois anos.

Os especialistas notam, no entanto, que o foco dos responsáveis económicos deverá agora voltar-se para saber se esta recuperação, sustentada nos apoios estatais, poderá durar até 2010 e permitir a criação de empregos, uma vez que o défice recorde de 1,4 biliões de dólares (948 mil milhões de euros) que os EUA já registaram até Setembro limita as opções do presidente Barack Obama.

"Os investidores vão, independentemente do facto do PIB ter crescido mais do que o esperado, questionar a durabilidade da recuperação. Este trimestre vai ser difícil para os consumidores", disse Michael Feroli, economista do JPMorgan Chase, à Bloomberg .

http://economico.sapo.pt/noticias/eua-s ... 73074.html




Triste sina ter nascido português 👎
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