GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
Fonte: Agência Brasil
Comércio
Argentina é quem mais questiona Brasil na OMC, diz secretário
Dos 30 pedidos de investigação sobre possíveis irregularidades nas exportações brasileiras, neste ano, nada menos que dez foram feitos pela Argentina, segundo informou nesta sexta-feira o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, durante palestra no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) sobre dumping comercial e suas implicações.
Para ele, essa constatação é uma prova como podem ser complicadas as relações comerciais externas, inclusive no âmbito do Mercado Comum do Sul (Mercosul), no qual Brasil e Argentina são os principais parceiros. Apesar das facilidades no fluxo de comércio entre os dois países, a Argentina é o parceiro comercial que mais questiona os produtos brasileiros.
Barral disse que relações comerciais sempre são "delicadas" e, por isso, é sempre necessária a atuação permanente da Organização Mundial do Comércio (OMC) no sentido de resolver questões de litígio entre os países.
Quase sempre as denúncias são sobre dumping, prática comercial desleal e injusta, que consiste na venda de produtos para outros países por preços abaixo do valor negociado no país de origem. Com essa prática, ficam prejudicados os concorrentes no país onde o produto será comercializado. Depois, o fabricante pode impor seu preço.
O secretário explicou que, em casos assim, o país prejudicado pode adotar medidas antidumping, na tentativa de neutralizar os efeitos danosos à indústria local. Essas medidas são adotadas, quase sempre, na forma de elevação de alíquotas específicas, por tempo determinado, fixadas em dólares dos Estados Unidos.
Além do dumping comercial, Barral falou da tentativa de alguns países fazerem valer também o dumping social ou ambiental, como forma de instituir outras barreiras que não só as tributárias e sanitárias, com o objetivo de barrar, pura e simplesmente, a negociação de bens originários de países com maiores índices de produtividade e ganhos de competitividade.
Comércio
Argentina é quem mais questiona Brasil na OMC, diz secretário
Dos 30 pedidos de investigação sobre possíveis irregularidades nas exportações brasileiras, neste ano, nada menos que dez foram feitos pela Argentina, segundo informou nesta sexta-feira o secretário de Comércio Exterior, Welber Barral, durante palestra no Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) sobre dumping comercial e suas implicações.
Para ele, essa constatação é uma prova como podem ser complicadas as relações comerciais externas, inclusive no âmbito do Mercado Comum do Sul (Mercosul), no qual Brasil e Argentina são os principais parceiros. Apesar das facilidades no fluxo de comércio entre os dois países, a Argentina é o parceiro comercial que mais questiona os produtos brasileiros.
Barral disse que relações comerciais sempre são "delicadas" e, por isso, é sempre necessária a atuação permanente da Organização Mundial do Comércio (OMC) no sentido de resolver questões de litígio entre os países.
Quase sempre as denúncias são sobre dumping, prática comercial desleal e injusta, que consiste na venda de produtos para outros países por preços abaixo do valor negociado no país de origem. Com essa prática, ficam prejudicados os concorrentes no país onde o produto será comercializado. Depois, o fabricante pode impor seu preço.
O secretário explicou que, em casos assim, o país prejudicado pode adotar medidas antidumping, na tentativa de neutralizar os efeitos danosos à indústria local. Essas medidas são adotadas, quase sempre, na forma de elevação de alíquotas específicas, por tempo determinado, fixadas em dólares dos Estados Unidos.
Além do dumping comercial, Barral falou da tentativa de alguns países fazerem valer também o dumping social ou ambiental, como forma de instituir outras barreiras que não só as tributárias e sanitárias, com o objetivo de barrar, pura e simplesmente, a negociação de bens originários de países com maiores índices de produtividade e ganhos de competitividade.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
Barão do Rio Branco
Re: GEOPOLÍTICA
Parceria França-Brasil: implicações estratégicas
24 September, 2009 04:58:00 Editoria
O acordo tecnológico-militar com a França inclui a construção de quatro submarinos convencionais classe Scorpène, como este da Marinha da Malásia (DCNS)
De forma compreensível, as discussões públicas sobre a parceria França-Brasil estão se centrando no pacote de armamentos, mas as suas repercussões estratégicas na presente reconfiguração do cenário mundial vão muito além do salto qualitativo que a incorporação dos novos submarinos, helicópteros e aviões de combate avançados irá por si só proporcionar às Forças Armadas brasileiras (no caso da licitação do Projeto FX2, embora a decisão oficial ainda não tenha sido anunciada, poucos acreditam que ela poderá mudar depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a sua preferência pelo Dassault Rafale).
O Brasil tem antigas relações com a França nas áreas de organização e tecnologia militares. Entre 1918 e 1940, coube à Missão Militar Francesa catalisar uma importante atualização organizacional e na visão estratégica do Exército brasileiro, inclusive no tocante ao emprego militar da aviação. No final da década de 1920, foi lá que estudou Engenharia Aeronáutica o tenente do Exército Antonio Guedes Muniz, que projetou os primeiros aviões brasileiros construídos em série, os biplanos de treinamento Muniz M-7. Mais tarde, na década de 1960, o engenheiro Max Holste chefiou o projeto do Bandeirante, o avião que motivou a criação da Embraer. E também foi a França que proporcionou à Força Aérea Brasileira (FAB) um dos grandes saltos tecnológicos de sua história, com os caças supersônicos Dassault Mirage III, na década de 1970. Assim, os aspectos tecnológicos e militares da parceria estratégica estabelecida entre os dois países em dezembro de 2008, assim oficialmente denominada e referendada pelos presidentes Lula e Nicolas Sarkozy, em 7 de setembro, têm antecedentes históricos e relevância própria, mas o alcance potencial da proposta ultrapassa em muito as repercussões daquelas iniciativas anteriores e dos armamentos em si.
De fato, não é todo dia que um megapacote de aquisição de armamentos como esse é anunciado e este tem sido o aspecto mais ressaltado pela mídia brasileira e internacional, principalmente a francesa, que deu grande destaque às declarações de Lula favoráveis ao caça francês, no que seria a primeira venda do Rafale no exterior. Em termos estritamente militares, embora os aviões de combate costumem chamar mais atenção da mídia e do público em geral, e os 51 helicópteros Eurocopter EC-725 irão sem dúvida proporcionar um importante upgrade às três forças singulares quanto ao uso deste tipo de aeronave, os submarinos são os destaques do acordo.
De um lado, pode-se discutir se as opções feitas foram as melhores, quanto à aquisição dos submarinos convencionais da classe Scorpène e de um casco pronto para o futuro submarino nuclear nacional, em vez de aceitar os desafios de desenvolver a tecnologia convencional alemã dos atuais submarinos da Marinha do Brasil (MB) e projetar o casco do nuclear no País, a exemplo do que fez a Índia com o seu projeto da classe Arihant (que teve assistência russa, mas apenas para o reator nuclear da belonave, já dominado pelo Brasil).
Do outro, porém, fait accompli, é indiscutível que a posse de dez submarinos - um deles nuclear (com a possibilidade de construção de mais um ou dois) - dará à MB e uma capacidade estratégica sem precedentes em sua história, conferindo-lhe a possibilidade efetiva de interditar o acesso à margem ocidental do Atlântico Sul a qualquer configuração de eventuais forças aeronavais hostis, por mais poderosas que sejam. Tal capacidade será ainda maior se parte da futura flotilha de submarinos ficar sediada em uma segunda base operacional, no Nordeste ou no Norte (como prevê a Estratégia Nacional de Defesa), e estiver integrada a um sistema de vigilância que inclua satélites de reconhecimento - outra possibilidade contida na parceria com a França, que deveria ser explorada. O artigo seguinte do nosso correspondente em Wiesbaden, Michael Liebig, reflete em grande medida essa percepção com que o acordo franco-brasileiro está sendo recebido em círculos estratégicos europeus.
Igualmente relevante é o compromisso francês com a compra de 10-12 aviões de transporte KC-390, projeto desenvolvido em conjunto pela Embraer e a FAB, com a possibilidade de participação direta no mesmo. A se confirmar a intenção, seria um forte apoio para as perspectivas de vendas da aeronave no mercado internacional, pois não há muitas "vitrines" como o Armée de l'Air, a Força Aérea francesa.
Ainda mais importante é o aspecto da transferência tecnológica, que obrigará o Brasil a se preparar adequadamente para um processo que poderá proporcionar um efeito multiplicador numa escala bem maior do que a obtida, por exemplo, na parceria com a Itália no projeto do caça-bombardeiro AMX, na década de 1980, que alavancou a Embraer ao seu padrão tecnológico atual. Sem uma contrapartida nacional no estabelecimento de um sólido arcabouço institucional, financeiro e científico-tecnológico para a base industrial de defesa, com a multiplicação de sinergias entre os diversos setores governamentais, militares e civis envolvidos, qualquer acordo do gênero se inviabiliza, deixando o País na condição de mero operador de equipamentos estrangeiros. Para tanto, será imprescindível que as lideranças nacionais de todas as áreas (em especial a tecnocracia fazendária) deixem de olhar a defesa nacional e o reequipamento das F.As. como meros sorvedouros de recursos orçamentários ou luxos de economias avançadas.
Para tais propósitos de integração de esforços, uma "tecnologia" organizacional francesa de grande relevância é a da Delegação Geral do Armamento (DGA), agência subordinada diretamente ao Ministério da Defesa com o mesmo nível hierárquico das demais forças singulares, encarregada do planejamento e coordenação de todos os programas de equipamento das Forças Armadas. Criada em 1961 pelo presidente Charles de Gaulle (que precisou usar de energia para neutralizar a forte resistência dos comandos das forças singulares, melindrados quanto à transferência de atribuições), a DGA é considerada a "quarta força" na estrutura militar francesa e executa uma interface fundamental com a indústria de defesa, os centros de pesquisa militares e civis e ainda supervisiona as escolas de engenharia vinculadas ao Ministério da Defesa, como a célebre Escola Politécnica. Para o Brasil, no impulso da pretendida reforma da estrutura militar, o exemplo da DGA poderia ser seguido no estabelecimento de uma agência semelhante, que não se limitasse meramente às compras de equipamentos, mas desempenhasse um papel integrador e sinérgico, tanto entre as próprias forças singulares, como com os setores civis envolvidos na estrutura de defesa em geral.
Além de todas essas considerações, o impacto estratégico-político da parceria franco-brasileira tem uma dimensão que poucos começaram a avaliar: a criação de uma "manobra de flanco" com um enorme potencial para reforçar o processo dinâmico de reconfiguração da ordem de poder mundial centrada na hegemonia do eixo anglo-americano. E aqui não se está sugerindo que o acordo entre Paris e Brasília seja "antiamericano"; porém, ele representa um importante vetor para o estabelecimento de um novo sistema de relações internacionais que não seja predominantemente influenciado pela visão de mundo anglo-americana, baseada na supremacia militar e financeira (neste particular, é de grande relevância a posição conjunta de Sarkozy e Lula em favor da re-regulamentação financeira e das restrições aos paraísos fiscais). Dada a densidade econômica e política dos dois países nos respectivos continentes, a parceria franco-brasileira poderá desempenhar um papel crucial no estabelecimento de um eixo estratégico Europa-América do Sul em uma dimensão bastante superior à de meros arranjos comerciais. Tal perspectiva se torna ainda mais relevante no âmbito dos entendimentos estratégicos entre a França e a Federação Russa, em curso em várias áreas, cruciais para a consolidação de um eixo eurasiático, o outro "flanco dinâmico" da reconstrução mundial pós-crise global.
A propósito, vale observar uma instigante nota divulgada em 8 de setembro no sítio franco-belga De Defensa, especializado em temas estratégicos, com o sugestivo título "O eixo Brasília-Moscou, símbolo da 'força das coisas'". A nota comenta as repercussões e possíveis desdobramentos do pacote franco-brasileiro e a surpreendente intenção da Rússia de adquirir na França um navio de desembarque anfíbio da classe Mistral e construir outros dois, anunciada em 26 de agosto pelo chefe do Estado-Maior russo, general Nikolai Makarov. Diz o texto:
Não estamos falando aqui de quinquilharias, nem de contas de exportações de boticário, nem mesmo de concorrência comercial e industrial. Falamos da alta política. Somos conduzidos pela simultaneidade das duas notícias sobre as chances de que a França... se torne exportadora de sistemas de armas de altas tecnologias para dois países de grande poder, dois países que se afirmam ou se reafirmam, cada qual à sua maneira, contra a ordem ocidentalista e americanista, dois países que integram o grupo BRIC, que já se manifestou em Ekaterimburgo, há dois meses e meio. (...)
O Brasil e a Rússia são dois países que, por razões diferentes e com abordagens diferentes, estão na primeira linha de batalha contra o sistema do americanismo. Não se nos exija a enunciação de uma teoria política, ou mesmo a sugestão de um complô de aliança, porque pensamos que o que está falando é "a força das coisas" - palavras do general de Gaulle para designar a potência da História - e que a "força das coisas" começa a falar de uma maneira tonitruante, para colocar à luz do dia a realidade de que o sistema americanista está corroído pelos cupins e à beira do colapso. (...)
Para a França, não diremos que "é uma oportunidade" que será seguida pela digitação nas calculadoras dos valores das exportações, ou mesmo do chauvinismo satisfeito pelo valor do material francês... Para a França, essas possíveis exportações para o Brasil e a Rússia abrem (ou reabrem) o caminho para uma época crítica, caracterizada por uma "estrutura de crise", para a reafirmação do seu papel histórico - ou meta-histórico - de fornecedor de soberania e de identidade (enfatizando: para ela e para os outros). Não se exija dos atuais dirigentes franceses que eles expliquem isso... Eles não têm importância, mas trata-se de que as circunstâncias dominantes fazem com que a França continue a ser relevante no essencial - em um sentido e sem hesitação, malgrado os franceses e, sobretudo, as elites francesas, cujas mediocridade e pobreza de espírito são de um prodígio inusitado (sejamos justos: "prodígio", sobretudo, é o fato de que a França ainda possa desempenhar tal papel, a despeito dessa mediocridade e dessa pobreza; mas, também, reconhecimento da potência da "força das coisas").
(...) O país que é um dos mais avançados do sistema do americanismo, que, por detrás das aparências e pelas inclinações de suas elites, o mais sensível à fascinação depreciativa com as quimeras do sistema, está sendo inelutavelmente levado a desempenhar um papel de resistência de primeira linha aos últimos sobressaltos de agressão da derrocada catastrófica do sistema desestruturador do americanismo. As marchas dos armamentos são um meio poderoso dessa resistência. É sem dúvida um fato notável que essa quinquilharia, apesar do seu alto custo e da sua inutilidade fundamental nas guerras de hoje, representem um formidável meio político de resistência à mais terrível ameaça jamais enfrentada pela Civilização. O eixo Moscou-Brasília (aqui mencionado, entenda-se, como símbolo dos acontecimentos) passa por Paris [grifos no original].
Como afirma a maldição chinesa, parece que estamos condenados a viver tempos deveras interessantes - tempos providenciais, poder-se-ia dizer em outras circunstâncias. Não se trata da qualidade das lideranças disponíveis, que deixa muito a desejar em toda parte. Nem Lula e nem mesmo Sarkozy (embora este leve vantagem por conta da superior tradição republicana gaulesa) são homens de Estado com uma visão das suas responsabilidades históricas que pelo menos se aproxime da de líderes como de Gaulle, Kennedy e outros. Não obstante, o quadro de crise estratégica mundial se caracteriza pelo esgotamento das ideologias motrizes das elites hegemônicas do eixo anglo-americano, que está provocando um vácuo que, por sua vez, tende a ser preenchido simplesmente pelo mero efeito da densidade e dimensões das nações maiores, seja em território e população - caso do grupo BRIC - ou em capacidade tecnológico-industrial e iniciativa estratégica, como a França. É essa dinâmica que está permitindo desdobramentos que seriam impensáveis até há bem pouco tempo, como a própria parceria França-Brasil. E é por isso que essa oportunidade histórica não pode ser desperdiçada.
http://www.msia.org.br/
24 September, 2009 04:58:00 Editoria
O acordo tecnológico-militar com a França inclui a construção de quatro submarinos convencionais classe Scorpène, como este da Marinha da Malásia (DCNS)
De forma compreensível, as discussões públicas sobre a parceria França-Brasil estão se centrando no pacote de armamentos, mas as suas repercussões estratégicas na presente reconfiguração do cenário mundial vão muito além do salto qualitativo que a incorporação dos novos submarinos, helicópteros e aviões de combate avançados irá por si só proporcionar às Forças Armadas brasileiras (no caso da licitação do Projeto FX2, embora a decisão oficial ainda não tenha sido anunciada, poucos acreditam que ela poderá mudar depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a sua preferência pelo Dassault Rafale).
O Brasil tem antigas relações com a França nas áreas de organização e tecnologia militares. Entre 1918 e 1940, coube à Missão Militar Francesa catalisar uma importante atualização organizacional e na visão estratégica do Exército brasileiro, inclusive no tocante ao emprego militar da aviação. No final da década de 1920, foi lá que estudou Engenharia Aeronáutica o tenente do Exército Antonio Guedes Muniz, que projetou os primeiros aviões brasileiros construídos em série, os biplanos de treinamento Muniz M-7. Mais tarde, na década de 1960, o engenheiro Max Holste chefiou o projeto do Bandeirante, o avião que motivou a criação da Embraer. E também foi a França que proporcionou à Força Aérea Brasileira (FAB) um dos grandes saltos tecnológicos de sua história, com os caças supersônicos Dassault Mirage III, na década de 1970. Assim, os aspectos tecnológicos e militares da parceria estratégica estabelecida entre os dois países em dezembro de 2008, assim oficialmente denominada e referendada pelos presidentes Lula e Nicolas Sarkozy, em 7 de setembro, têm antecedentes históricos e relevância própria, mas o alcance potencial da proposta ultrapassa em muito as repercussões daquelas iniciativas anteriores e dos armamentos em si.
De fato, não é todo dia que um megapacote de aquisição de armamentos como esse é anunciado e este tem sido o aspecto mais ressaltado pela mídia brasileira e internacional, principalmente a francesa, que deu grande destaque às declarações de Lula favoráveis ao caça francês, no que seria a primeira venda do Rafale no exterior. Em termos estritamente militares, embora os aviões de combate costumem chamar mais atenção da mídia e do público em geral, e os 51 helicópteros Eurocopter EC-725 irão sem dúvida proporcionar um importante upgrade às três forças singulares quanto ao uso deste tipo de aeronave, os submarinos são os destaques do acordo.
De um lado, pode-se discutir se as opções feitas foram as melhores, quanto à aquisição dos submarinos convencionais da classe Scorpène e de um casco pronto para o futuro submarino nuclear nacional, em vez de aceitar os desafios de desenvolver a tecnologia convencional alemã dos atuais submarinos da Marinha do Brasil (MB) e projetar o casco do nuclear no País, a exemplo do que fez a Índia com o seu projeto da classe Arihant (que teve assistência russa, mas apenas para o reator nuclear da belonave, já dominado pelo Brasil).
Do outro, porém, fait accompli, é indiscutível que a posse de dez submarinos - um deles nuclear (com a possibilidade de construção de mais um ou dois) - dará à MB e uma capacidade estratégica sem precedentes em sua história, conferindo-lhe a possibilidade efetiva de interditar o acesso à margem ocidental do Atlântico Sul a qualquer configuração de eventuais forças aeronavais hostis, por mais poderosas que sejam. Tal capacidade será ainda maior se parte da futura flotilha de submarinos ficar sediada em uma segunda base operacional, no Nordeste ou no Norte (como prevê a Estratégia Nacional de Defesa), e estiver integrada a um sistema de vigilância que inclua satélites de reconhecimento - outra possibilidade contida na parceria com a França, que deveria ser explorada. O artigo seguinte do nosso correspondente em Wiesbaden, Michael Liebig, reflete em grande medida essa percepção com que o acordo franco-brasileiro está sendo recebido em círculos estratégicos europeus.
Igualmente relevante é o compromisso francês com a compra de 10-12 aviões de transporte KC-390, projeto desenvolvido em conjunto pela Embraer e a FAB, com a possibilidade de participação direta no mesmo. A se confirmar a intenção, seria um forte apoio para as perspectivas de vendas da aeronave no mercado internacional, pois não há muitas "vitrines" como o Armée de l'Air, a Força Aérea francesa.
Ainda mais importante é o aspecto da transferência tecnológica, que obrigará o Brasil a se preparar adequadamente para um processo que poderá proporcionar um efeito multiplicador numa escala bem maior do que a obtida, por exemplo, na parceria com a Itália no projeto do caça-bombardeiro AMX, na década de 1980, que alavancou a Embraer ao seu padrão tecnológico atual. Sem uma contrapartida nacional no estabelecimento de um sólido arcabouço institucional, financeiro e científico-tecnológico para a base industrial de defesa, com a multiplicação de sinergias entre os diversos setores governamentais, militares e civis envolvidos, qualquer acordo do gênero se inviabiliza, deixando o País na condição de mero operador de equipamentos estrangeiros. Para tanto, será imprescindível que as lideranças nacionais de todas as áreas (em especial a tecnocracia fazendária) deixem de olhar a defesa nacional e o reequipamento das F.As. como meros sorvedouros de recursos orçamentários ou luxos de economias avançadas.
Para tais propósitos de integração de esforços, uma "tecnologia" organizacional francesa de grande relevância é a da Delegação Geral do Armamento (DGA), agência subordinada diretamente ao Ministério da Defesa com o mesmo nível hierárquico das demais forças singulares, encarregada do planejamento e coordenação de todos os programas de equipamento das Forças Armadas. Criada em 1961 pelo presidente Charles de Gaulle (que precisou usar de energia para neutralizar a forte resistência dos comandos das forças singulares, melindrados quanto à transferência de atribuições), a DGA é considerada a "quarta força" na estrutura militar francesa e executa uma interface fundamental com a indústria de defesa, os centros de pesquisa militares e civis e ainda supervisiona as escolas de engenharia vinculadas ao Ministério da Defesa, como a célebre Escola Politécnica. Para o Brasil, no impulso da pretendida reforma da estrutura militar, o exemplo da DGA poderia ser seguido no estabelecimento de uma agência semelhante, que não se limitasse meramente às compras de equipamentos, mas desempenhasse um papel integrador e sinérgico, tanto entre as próprias forças singulares, como com os setores civis envolvidos na estrutura de defesa em geral.
Além de todas essas considerações, o impacto estratégico-político da parceria franco-brasileira tem uma dimensão que poucos começaram a avaliar: a criação de uma "manobra de flanco" com um enorme potencial para reforçar o processo dinâmico de reconfiguração da ordem de poder mundial centrada na hegemonia do eixo anglo-americano. E aqui não se está sugerindo que o acordo entre Paris e Brasília seja "antiamericano"; porém, ele representa um importante vetor para o estabelecimento de um novo sistema de relações internacionais que não seja predominantemente influenciado pela visão de mundo anglo-americana, baseada na supremacia militar e financeira (neste particular, é de grande relevância a posição conjunta de Sarkozy e Lula em favor da re-regulamentação financeira e das restrições aos paraísos fiscais). Dada a densidade econômica e política dos dois países nos respectivos continentes, a parceria franco-brasileira poderá desempenhar um papel crucial no estabelecimento de um eixo estratégico Europa-América do Sul em uma dimensão bastante superior à de meros arranjos comerciais. Tal perspectiva se torna ainda mais relevante no âmbito dos entendimentos estratégicos entre a França e a Federação Russa, em curso em várias áreas, cruciais para a consolidação de um eixo eurasiático, o outro "flanco dinâmico" da reconstrução mundial pós-crise global.
A propósito, vale observar uma instigante nota divulgada em 8 de setembro no sítio franco-belga De Defensa, especializado em temas estratégicos, com o sugestivo título "O eixo Brasília-Moscou, símbolo da 'força das coisas'". A nota comenta as repercussões e possíveis desdobramentos do pacote franco-brasileiro e a surpreendente intenção da Rússia de adquirir na França um navio de desembarque anfíbio da classe Mistral e construir outros dois, anunciada em 26 de agosto pelo chefe do Estado-Maior russo, general Nikolai Makarov. Diz o texto:
Não estamos falando aqui de quinquilharias, nem de contas de exportações de boticário, nem mesmo de concorrência comercial e industrial. Falamos da alta política. Somos conduzidos pela simultaneidade das duas notícias sobre as chances de que a França... se torne exportadora de sistemas de armas de altas tecnologias para dois países de grande poder, dois países que se afirmam ou se reafirmam, cada qual à sua maneira, contra a ordem ocidentalista e americanista, dois países que integram o grupo BRIC, que já se manifestou em Ekaterimburgo, há dois meses e meio. (...)
O Brasil e a Rússia são dois países que, por razões diferentes e com abordagens diferentes, estão na primeira linha de batalha contra o sistema do americanismo. Não se nos exija a enunciação de uma teoria política, ou mesmo a sugestão de um complô de aliança, porque pensamos que o que está falando é "a força das coisas" - palavras do general de Gaulle para designar a potência da História - e que a "força das coisas" começa a falar de uma maneira tonitruante, para colocar à luz do dia a realidade de que o sistema americanista está corroído pelos cupins e à beira do colapso. (...)
Para a França, não diremos que "é uma oportunidade" que será seguida pela digitação nas calculadoras dos valores das exportações, ou mesmo do chauvinismo satisfeito pelo valor do material francês... Para a França, essas possíveis exportações para o Brasil e a Rússia abrem (ou reabrem) o caminho para uma época crítica, caracterizada por uma "estrutura de crise", para a reafirmação do seu papel histórico - ou meta-histórico - de fornecedor de soberania e de identidade (enfatizando: para ela e para os outros). Não se exija dos atuais dirigentes franceses que eles expliquem isso... Eles não têm importância, mas trata-se de que as circunstâncias dominantes fazem com que a França continue a ser relevante no essencial - em um sentido e sem hesitação, malgrado os franceses e, sobretudo, as elites francesas, cujas mediocridade e pobreza de espírito são de um prodígio inusitado (sejamos justos: "prodígio", sobretudo, é o fato de que a França ainda possa desempenhar tal papel, a despeito dessa mediocridade e dessa pobreza; mas, também, reconhecimento da potência da "força das coisas").
(...) O país que é um dos mais avançados do sistema do americanismo, que, por detrás das aparências e pelas inclinações de suas elites, o mais sensível à fascinação depreciativa com as quimeras do sistema, está sendo inelutavelmente levado a desempenhar um papel de resistência de primeira linha aos últimos sobressaltos de agressão da derrocada catastrófica do sistema desestruturador do americanismo. As marchas dos armamentos são um meio poderoso dessa resistência. É sem dúvida um fato notável que essa quinquilharia, apesar do seu alto custo e da sua inutilidade fundamental nas guerras de hoje, representem um formidável meio político de resistência à mais terrível ameaça jamais enfrentada pela Civilização. O eixo Moscou-Brasília (aqui mencionado, entenda-se, como símbolo dos acontecimentos) passa por Paris [grifos no original].
Como afirma a maldição chinesa, parece que estamos condenados a viver tempos deveras interessantes - tempos providenciais, poder-se-ia dizer em outras circunstâncias. Não se trata da qualidade das lideranças disponíveis, que deixa muito a desejar em toda parte. Nem Lula e nem mesmo Sarkozy (embora este leve vantagem por conta da superior tradição republicana gaulesa) são homens de Estado com uma visão das suas responsabilidades históricas que pelo menos se aproxime da de líderes como de Gaulle, Kennedy e outros. Não obstante, o quadro de crise estratégica mundial se caracteriza pelo esgotamento das ideologias motrizes das elites hegemônicas do eixo anglo-americano, que está provocando um vácuo que, por sua vez, tende a ser preenchido simplesmente pelo mero efeito da densidade e dimensões das nações maiores, seja em território e população - caso do grupo BRIC - ou em capacidade tecnológico-industrial e iniciativa estratégica, como a França. É essa dinâmica que está permitindo desdobramentos que seriam impensáveis até há bem pouco tempo, como a própria parceria França-Brasil. E é por isso que essa oportunidade histórica não pode ser desperdiçada.
http://www.msia.org.br/
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Re: GEOPOLÍTICA
China tira espaço do Brasil
Chineses são responsáveis por 45% da perda de participação brasileira nos mercados da Argentina e do Uruguai
Liana Verdini
As exportações brasileiras estão perdendo espaço para os produtos chineses na América do Sul, principal destino das manufaturas nacionais. De acordo com estudo da economista Lia Valls, da Fundação Getulio Vargas (FGV), as perdas ainda são pequenas, mas a situação pode se agravar este ano, pois a estratégia desse país oriental é vender produtos manufaturados para nações em desenvolvimento, uma vez que todas as projeções indicam que esse grupo está sofrendo menos perda de renda do que os países desenvolvidos.
Trata-se de uma tentativa da China de compensar a perda de exportações para o mercado dos Estados Unidos, que enfrentam uma das piores recessões de toda a sua história. Esse movimento chinês explica a expressiva perda de mercado no exterior de alguns produtos brasileiros, especialmente siderúrgicos e componentes do setor automobilístico.
Esse é o caso, por exemplo, do dispositivo para comando de acelerador, freio, embreagem, direção ou caixa de marchas vendido ao Uruguai. De acordo com o levantamento da economista, 98% das perdas das exportações brasileiras para o país vizinho são devido ao aumento da participação chinesa na venda desse tipo de componente. Outro exemplo são os tubos para perfuração utilizados na extração de petróleo ou gás comprado do Brasil pela Colômbia. Em 2008, o Brasil perdeu 90% desse mercado para produtos similares chineses.
“O preocupante de tudo isto é que o Brasil está perdendo exportações de produtos de maior valor agregado (mais caros). E isso poderá ter algum impacto em nossa balança comercial se não houver maior atenção das autoridades para essa tendência que está se desenhando”, observa a economista.
Para a realização do estudo, a economista utilizou produtos classificados do sistema harmonizado e cujas exportações brasileiras e chinesas coincidem em cada um dos países pesquisados. O trabalho foi feito para Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile, México, Estados Unidos e União Europeia.
A economista ressalta que os produtos brasileiros em que houve perda de mercado para a China ainda representam uma parcela pequena de nossas exportações totais. Por exemplo, no caso argentino, a parcela é de 0,4% de tudo o que o Brasil vende no exterior. Mas já é de 1,3% no mercado dos Estados Unidos e de 1,7% no da União Europeia. O problema é que a China já responde por 45% da perda de participação nos mercados da Argentina e do Uruguai. E mais: em relação ao período anterior estudado pela economista (2006/2007), houve um aumento de 10,5 pontos percentuais na participação chinesa.
Lia Valls explica que as maiores perdas nos Estados Unidos e na Europa foram os produtos do setor siderúrgico. No México, são itens do setor automobilístico. E nos países sul-americanos são itens como máquinas de processamento de dados, itens de bens duráveis da indústria automobilística e da linha branca. Justamente itens que o Brasil vinha conquistando mercado.
O preocupante de tudo isto é que o Brasil está perdendo exportações de produtos de maior valor agregado. E isso poderá ter algum impacto em nossa balança comercial se não houver maior atenção das autoridades para essa tendência que está se desenhando
Lia Valls, economista da FGV
Influência crescente
A maior presença da China no continente é visível. Seu posicionamento de ajudar alguns países latino-americanos a superar a crise econômica global atesta a sua crescente força em uma região que durante muito tempo foi vista apenas como “quintal” dos Estados Unidos, que praticamente a abandonou nos oito anos de governo George W. Bush. Segundo Pamela Cox, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, o progressivo poderio econômico-financeiro da China, especialmente na América do Sul, é mais do que bem-vindo, depois da crise surgida há pouco mais de um ano nos Estados Unidos.
“O crescimento da China é uma coisa boa. Isso levou muito crescimento à região”, disse Cox. Brasil, Peru e, em menor grau, Chile e Argentina têm se beneficiado de fortes laços comerciais com a China e da capacidade do gigante asiático de bancar uma retomada da sua demanda por matérias-primas”, disse.
Ao mesmo tempo, ponderou Pamela Cox, o México e os países da América Central e do Caribe estão mais vinculados ao mercado dos Estados Unidos (EUA) e, por isso, foram mais afetados pela crise. A retomada do mercado chinês para matérias-primas foi alimentada, ao menos parcialmente, pelo enorme estímulo fiscal dado pelo governo local para reduzir os efeitos da crise que se aprofundou com a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, em Nova York. Ela disse que a necessidade de diversificar apostas é possivelmente a maior lição que a América Latina pode tirar da crise.
Entre 2002 e 2008, metade do crescimento latino-americano se deveu ao aumento do preço das commodities, e agora está claro que os EUA não têm condições de importar todas as matérias-primas que a região tem para exportar. “Noventa e cinco por cento das pessoas que vivem na América Latina vivem em um país que exporta commodities (produtos sem valor agregado)”, lembrou.
MEMÓRIA
Discurso oficial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem defendendo a tese de que, no atual momento de incertezas no mercado mundial, o Brasil precisa aprofundar algumas políticas que vêm sendo implementadas, como a de comércio exterior. Ele se refere especificamente à possibilidade de o país aumentar suas exportações e procurar vender cada vez mais produtos de alto valor agregado, o que melhoraria a competitividade nacional no mundo.
Lula tem defendido a internacionalização das empresas brasileiras como caminho para tornar as companhias mais competitivas. Teoricamente, a estrutura em base global as deixaria menos vulneráveis a crises internas e externas. Além disso, o dinheiro aplicado fora do país poderia voltar em forma de lucros e dividendos, além de um aumento das exportações, o que é bom para o balanço de pagamentos (entrada e saída de dinheiro). Internamente, o governo federal tem trabalhado para reforçar o mercado consumidor, especialmente por meio da ampliação do crédito e da queda dos juros.
Chineses são responsáveis por 45% da perda de participação brasileira nos mercados da Argentina e do Uruguai
Liana Verdini
As exportações brasileiras estão perdendo espaço para os produtos chineses na América do Sul, principal destino das manufaturas nacionais. De acordo com estudo da economista Lia Valls, da Fundação Getulio Vargas (FGV), as perdas ainda são pequenas, mas a situação pode se agravar este ano, pois a estratégia desse país oriental é vender produtos manufaturados para nações em desenvolvimento, uma vez que todas as projeções indicam que esse grupo está sofrendo menos perda de renda do que os países desenvolvidos.
Trata-se de uma tentativa da China de compensar a perda de exportações para o mercado dos Estados Unidos, que enfrentam uma das piores recessões de toda a sua história. Esse movimento chinês explica a expressiva perda de mercado no exterior de alguns produtos brasileiros, especialmente siderúrgicos e componentes do setor automobilístico.
Esse é o caso, por exemplo, do dispositivo para comando de acelerador, freio, embreagem, direção ou caixa de marchas vendido ao Uruguai. De acordo com o levantamento da economista, 98% das perdas das exportações brasileiras para o país vizinho são devido ao aumento da participação chinesa na venda desse tipo de componente. Outro exemplo são os tubos para perfuração utilizados na extração de petróleo ou gás comprado do Brasil pela Colômbia. Em 2008, o Brasil perdeu 90% desse mercado para produtos similares chineses.
“O preocupante de tudo isto é que o Brasil está perdendo exportações de produtos de maior valor agregado (mais caros). E isso poderá ter algum impacto em nossa balança comercial se não houver maior atenção das autoridades para essa tendência que está se desenhando”, observa a economista.
Para a realização do estudo, a economista utilizou produtos classificados do sistema harmonizado e cujas exportações brasileiras e chinesas coincidem em cada um dos países pesquisados. O trabalho foi feito para Argentina, Uruguai, Colômbia, Chile, México, Estados Unidos e União Europeia.
A economista ressalta que os produtos brasileiros em que houve perda de mercado para a China ainda representam uma parcela pequena de nossas exportações totais. Por exemplo, no caso argentino, a parcela é de 0,4% de tudo o que o Brasil vende no exterior. Mas já é de 1,3% no mercado dos Estados Unidos e de 1,7% no da União Europeia. O problema é que a China já responde por 45% da perda de participação nos mercados da Argentina e do Uruguai. E mais: em relação ao período anterior estudado pela economista (2006/2007), houve um aumento de 10,5 pontos percentuais na participação chinesa.
Lia Valls explica que as maiores perdas nos Estados Unidos e na Europa foram os produtos do setor siderúrgico. No México, são itens do setor automobilístico. E nos países sul-americanos são itens como máquinas de processamento de dados, itens de bens duráveis da indústria automobilística e da linha branca. Justamente itens que o Brasil vinha conquistando mercado.
O preocupante de tudo isto é que o Brasil está perdendo exportações de produtos de maior valor agregado. E isso poderá ter algum impacto em nossa balança comercial se não houver maior atenção das autoridades para essa tendência que está se desenhando
Lia Valls, economista da FGV
Influência crescente
A maior presença da China no continente é visível. Seu posicionamento de ajudar alguns países latino-americanos a superar a crise econômica global atesta a sua crescente força em uma região que durante muito tempo foi vista apenas como “quintal” dos Estados Unidos, que praticamente a abandonou nos oito anos de governo George W. Bush. Segundo Pamela Cox, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, o progressivo poderio econômico-financeiro da China, especialmente na América do Sul, é mais do que bem-vindo, depois da crise surgida há pouco mais de um ano nos Estados Unidos.
“O crescimento da China é uma coisa boa. Isso levou muito crescimento à região”, disse Cox. Brasil, Peru e, em menor grau, Chile e Argentina têm se beneficiado de fortes laços comerciais com a China e da capacidade do gigante asiático de bancar uma retomada da sua demanda por matérias-primas”, disse.
Ao mesmo tempo, ponderou Pamela Cox, o México e os países da América Central e do Caribe estão mais vinculados ao mercado dos Estados Unidos (EUA) e, por isso, foram mais afetados pela crise. A retomada do mercado chinês para matérias-primas foi alimentada, ao menos parcialmente, pelo enorme estímulo fiscal dado pelo governo local para reduzir os efeitos da crise que se aprofundou com a quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, em Nova York. Ela disse que a necessidade de diversificar apostas é possivelmente a maior lição que a América Latina pode tirar da crise.
Entre 2002 e 2008, metade do crescimento latino-americano se deveu ao aumento do preço das commodities, e agora está claro que os EUA não têm condições de importar todas as matérias-primas que a região tem para exportar. “Noventa e cinco por cento das pessoas que vivem na América Latina vivem em um país que exporta commodities (produtos sem valor agregado)”, lembrou.
MEMÓRIA
Discurso oficial
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem defendendo a tese de que, no atual momento de incertezas no mercado mundial, o Brasil precisa aprofundar algumas políticas que vêm sendo implementadas, como a de comércio exterior. Ele se refere especificamente à possibilidade de o país aumentar suas exportações e procurar vender cada vez mais produtos de alto valor agregado, o que melhoraria a competitividade nacional no mundo.
Lula tem defendido a internacionalização das empresas brasileiras como caminho para tornar as companhias mais competitivas. Teoricamente, a estrutura em base global as deixaria menos vulneráveis a crises internas e externas. Além disso, o dinheiro aplicado fora do país poderia voltar em forma de lucros e dividendos, além de um aumento das exportações, o que é bom para o balanço de pagamentos (entrada e saída de dinheiro). Internamente, o governo federal tem trabalhado para reforçar o mercado consumidor, especialmente por meio da ampliação do crédito e da queda dos juros.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
12/10/2009 - 04h55
Lula projeta Brasil a 'líder regional e ator global de 1ª ordem', diz jornal argentino
O jornal argentino "La Nación" afirma em seu principal editorial desta segunda-feira que, enquanto a Argentina perde espaço e importância no cenário internacional, o Brasil se consolida como "líder regional e ator global de primeira ordem".
O texto, intitulado "Brasil, nas grandes ligas", atribui o resultado ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que por sua vez seguiu a "via das políticas de Estado (...) traçadas nos oito anos anteriores pelo presidente Fernando Henrique Cardoso".
Os editorialistas fazem sua análise a partir do que chamam de "dois troféus" aquinhoados por Lula em sua recente viagem à capital dinamarquesa, Copenhague: a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 e o apoio da União Europeia ao modelo brasileiro de combate ao desmatamento, que será apresentado na mais importante reunião sobre o clima do ano, que ocorre em dezembro, também em Copenhague.
Sobre a escolha do Rio como sede olímpica, o jornal avalia que a atuação brasileira na disputa, apartidária, mostrou uma "formidável imagem de como se defende o interesse nacional". O "La Nación" sugere que, se Buenos Aires tivesse sido candidata, "aversões pessoais" entre os políticos argentinos impediriam uma postura semelhante.
Para o jornal "não é novidade que o Brasil, pelo carisma e o impulso de seu presidente, jogue nas grandes ligas".
"A novidade é que, em meio a sérios problemas de desigualdade e de corrupção ainda não resolvidos, Lula tenha conseguido projetar seu país como um líder regional que não admite essa definição, ainda que saiba que esta cada vez mais perto de sê-lo." Exemplos dessa projeção são o diálogo de Lula com o presidente americano, Barack Obama, "enquanto Cristina Kirchner, ainda não consciente de que todos os seus ataques contra Bush se traduzem de forma imediata em Washington como ataques contra os Estados Unidos, não teve ocasião de dialogar senão em breves intervalos de cúpulas internacionais com Obama".
O jornal observa que "em 2011 terminará o segundo período de Lula". "Terminará também esta tendência? Não. Definitivamente não. Em 2014 o Brasil será sede do campeonato mundial de futebol; em 2016, o Rio de Janeiro receberá os atletas." Os editorialistas tentam explicar por que, apesar da crise, "o Brasil recebe investimentos diretos em maior volume que a Argentina" e tem recursos para emprestar ao FMI, e por que "em cada cúpula da Unasur (o grupo de países sul-americanos), os olhares apontam para Lula e os ouvidos esperam suas reflexões".
"Talvez porque, no plano político, os escândalos de corrupção nunca terem lançado dúvidas sobre Lula; porque ele cumpriu sua palavra empenhada sem desmerecer às instituições nem às pessoas que pensam diferente; e porque nunca teve a estranha idéia de construir um trem bala onde falta comida."
Lula projeta Brasil a 'líder regional e ator global de 1ª ordem', diz jornal argentino
O jornal argentino "La Nación" afirma em seu principal editorial desta segunda-feira que, enquanto a Argentina perde espaço e importância no cenário internacional, o Brasil se consolida como "líder regional e ator global de primeira ordem".
O texto, intitulado "Brasil, nas grandes ligas", atribui o resultado ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que por sua vez seguiu a "via das políticas de Estado (...) traçadas nos oito anos anteriores pelo presidente Fernando Henrique Cardoso".
Os editorialistas fazem sua análise a partir do que chamam de "dois troféus" aquinhoados por Lula em sua recente viagem à capital dinamarquesa, Copenhague: a eleição do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016 e o apoio da União Europeia ao modelo brasileiro de combate ao desmatamento, que será apresentado na mais importante reunião sobre o clima do ano, que ocorre em dezembro, também em Copenhague.
Sobre a escolha do Rio como sede olímpica, o jornal avalia que a atuação brasileira na disputa, apartidária, mostrou uma "formidável imagem de como se defende o interesse nacional". O "La Nación" sugere que, se Buenos Aires tivesse sido candidata, "aversões pessoais" entre os políticos argentinos impediriam uma postura semelhante.
Para o jornal "não é novidade que o Brasil, pelo carisma e o impulso de seu presidente, jogue nas grandes ligas".
"A novidade é que, em meio a sérios problemas de desigualdade e de corrupção ainda não resolvidos, Lula tenha conseguido projetar seu país como um líder regional que não admite essa definição, ainda que saiba que esta cada vez mais perto de sê-lo." Exemplos dessa projeção são o diálogo de Lula com o presidente americano, Barack Obama, "enquanto Cristina Kirchner, ainda não consciente de que todos os seus ataques contra Bush se traduzem de forma imediata em Washington como ataques contra os Estados Unidos, não teve ocasião de dialogar senão em breves intervalos de cúpulas internacionais com Obama".
O jornal observa que "em 2011 terminará o segundo período de Lula". "Terminará também esta tendência? Não. Definitivamente não. Em 2014 o Brasil será sede do campeonato mundial de futebol; em 2016, o Rio de Janeiro receberá os atletas." Os editorialistas tentam explicar por que, apesar da crise, "o Brasil recebe investimentos diretos em maior volume que a Argentina" e tem recursos para emprestar ao FMI, e por que "em cada cúpula da Unasur (o grupo de países sul-americanos), os olhares apontam para Lula e os ouvidos esperam suas reflexões".
"Talvez porque, no plano político, os escândalos de corrupção nunca terem lançado dúvidas sobre Lula; porque ele cumpriu sua palavra empenhada sem desmerecer às instituições nem às pessoas que pensam diferente; e porque nunca teve a estranha idéia de construir um trem bala onde falta comida."
Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
Re: GEOPOLÍTICA
El desafío que nos imponen los brasileños
La nominación de Río de Janeiro como sede olímpica en 2016 provocó reacciones y reflexiones en el país.
Por Javier González Fraga (*) | 10.10.2009
La nominación de Río de Janeiro como sede olímpica en 2016 ha provocado una serie de reacciones y reflexiones en la Argentina sumamente interesantes, y que dan pie para analizar, quizás hasta para psicoanalizar, este complejo de inferioridad que injustamente tenemos ante el tema. La idea no pasa tanto por perder ese complejo, como por ser capaces de estructurar la estrategia adecuada ante esta nueva realidad, en lugar de quedar paralizados entre la frustración y la descalificación, o peor aún, en el error.
Argentina ¿potencia sudamericana? Es común escuchar que “la economía argentina era más grande que la brasileña hasta no hace mucho”. Sin dejar de ser cierta esa información, es confusa e imprecisa, porque oculta una parte importante de la realidad, como surge muy claramente de analizar el gráfico que acompaña esta nota. La Argentina fue más que Brasil sólo entre 1890 y 1940 (cuando la relación en el gráfico es menor de 1), como consecuencia del espectacular crecimiento que tuvo nuestro país al incorporar productivamente la pampa húmeda y al recibir a millones de inmigrantes dispuestos a trabajar duramente, en un mundo hambriento por nuestros granos y nuestras carnes.
Este crecimiento mucho mayor al del Brasil se da entre 1860 y 1910, y desde la crisis del 30, pero especialmente desde la posguerra del 45, Brasil pasa a crecer más rápido que nosotros. Por eso no debemos confundirnos: el Brasil era ya un imperio importante cuando la Argentina recién empezaba a organizarse; y cuando Salvador de Bahía era ya una ciudad, Buenos Aires era una aldea, aún menor que Salta, Córdoba, y muchas ciudades de Latinoamérica.
En 1810, cuando Río de Janeiro era la capital de un reino que incluía a Portugal, Brasil era casi cuatro veces más grande económicamente que la Argentina, o sea mucho más que ahora, que no llega a ser tres veces mayor. Consecuentemente los 50 años en los que la Argentina fue más que Brasil constituyen la excepción y no la regla, y no debe sorprendernos, ya que Brasil es tres veces más grande en territorio, y casi cinco veces mayor en población.
Es interesante destacar que Brasil creció mucho más que nuestro país entre 1940 y 1990, cuando ocurrió la industrialización brasileña, bajo la influencia de las ideas de Celso Furtado, discípulo y colega de nuestro Raúl Prebisch en la CEPAL, muy bien continuadas por Helio Jaguaribe y otros pensadores que supieron anteponer la realidad del país, a la influencia de modas importadas.
Desde 1990 hasta estos días la relación entre ambos países se mantiene estable, fluctuando mucho más nuestro país, en función de los dispares ciclos económicos y las cuestiones cambiarias, que a veces complican la comparación.
La clase dirigente del Brasil. Más allá de las mediciones económicas, nadie puede poner en duda la mucho mayor preeminencia de Brasil sobre nuestro país en estos últimos años. Pero ni Brasil es un éxito únicamente por Lula, ni la Argentina es un fracaso sólo por los Kirchner. La cuestión es mucho más compleja, y tiene que ver con lo sucedido en los últimos 30 o 40 años, que son los que explican por qué en el Brasil un ex sindicalista de izquierda es presidente, y en la Argentina la política es sinónimo de corrupción y clientelismo.
En el Brasil actual Lula tiene un gran mérito, pero también lo tiene una clase dirigente que lo siguió acompañando, aunque no lo hubiera votado en 2003. Esa clase dirigente de Brasil no existe en la Argentina, y quizás una parte de la explicación sea esa larga tradición que mencionamos anteriormente.
La sensación de pertenencia a un gran país que tiene la dirigencia de Brasil no es una novedad de los últimos años. Arranca con su rica historia de más de 200 años, en gran parte ignorada por los argentinos. Pero otra parte no menor de la explicación tiene que ver con los muy distintos daños causados por la dictadura militar en cada unos de nuestros países.
Según algunas fuentes recientes, en la Argentina desaparecieron por lo menos unas diez mil personas, a las que deberíamos sumarle los exiliados para determinar el número de potenciales dirigentes que hoy no están disponibles para gobernar la Argentina.
Esta cifra en Brasil llega sólo a unos pocos cientos; ¡50 veces menos en un país cinco veces más poblado! Para decirlo de otra manera, no caben dudas de que si Lula, Celso Furtado o Fernando Henrique Cardoso hubieran nacido en la Argentina, hubieran sido perseguidos, lo mismo que Bachelet en Chile, Mujica en Uruguay, y muchos otros destacados dirigentes mundiales que tenían ideas progresistas a los 20 años, incluyendo al propio Tony Blair.
Es decir que mal podemos pretender tener una clase dirigente que hoy promedie los 50 o 60 años, cuando hace 30 años esos jóvenes intelectualmente inquietos podían ser objeto de la persecución, la muerte o el destierro.
Esa no fue la única diferencia con el régimen militar de Brasil. En el hermano país, las libertades políticas no fueron totalmente aplastadas, y los partidos políticos y el Parlamento siguieron funcionando, a pesar de la intervención militar en el Poder Ejecutivo. Esa dinámica política también explica por qué hoy, en el Parlamento de Brasilia hay un 35% de hombres de negocios exitosos ahora dedicados a la política, cuando no alcanzan al 5% en nuestro Congreso.
Brasil, el nuevo EE.UU. del Sur. Si las anteriores reflexiones son ciertas, no hay tanto motivo para llorar por el destino de grandeza del Brasil, sino hay que hacer un esfuerzo por admitirlo, entenderlo y consecuentemente elaborar la estrategia que mejor nos convenga como país. Los argentinos debemos superar los complejos, dejar de lado la envidia, y asumir como una enorme suerte ser vecinos de un país que será una de las cinco economías más grandes del planeta en sólo 20 años más.
Nuestro desafío es ser el Canadá de este nuevo Estados Unidos, y no el México. Canadá no es rival de los EE.UU.; tiene una población mucho menor, y una economía que es casi la décima parte, pero su PBI per cápita es casi igual. Tampoco pretende ser una potencia militar, ni tener el poder mundial que tiene su vecino del sur. Pero mantiene una calidad de vida equivalente o en muchos casos superior al de los estadounidenses. Le exporta a los EE.UU. bienes y servicios de alta calidad, que le permite pagar salarios muy altos.
Por el contrario, México fundamentalmente le exporta materias primas, minerales o agrícolas, y le “vende” mano de obra barata a través de la inmigración o de las maquilas. Está claro que nosotros debemos intentar ser como Canadá, y no como México. Pero nadie nos va a regalar esa opción, por el contrario, nuestro vecino Chile trabaja para convertirse en el socio estratégico de Brasil en la región. Somos nosotros, a partir de una clara estrategia de crecimiento y posicionamiento frente al Brasil, que debemos luchar por lograr ese desafío.
(*) Especial para el diario PERFIL
Fonte: http://www.perfil.com/contenidos/2009/1 ... omentario1
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Há comentários dos hermanos no link acima...
Saludos.
La nominación de Río de Janeiro como sede olímpica en 2016 provocó reacciones y reflexiones en el país.
Por Javier González Fraga (*) | 10.10.2009
La nominación de Río de Janeiro como sede olímpica en 2016 ha provocado una serie de reacciones y reflexiones en la Argentina sumamente interesantes, y que dan pie para analizar, quizás hasta para psicoanalizar, este complejo de inferioridad que injustamente tenemos ante el tema. La idea no pasa tanto por perder ese complejo, como por ser capaces de estructurar la estrategia adecuada ante esta nueva realidad, en lugar de quedar paralizados entre la frustración y la descalificación, o peor aún, en el error.
Argentina ¿potencia sudamericana? Es común escuchar que “la economía argentina era más grande que la brasileña hasta no hace mucho”. Sin dejar de ser cierta esa información, es confusa e imprecisa, porque oculta una parte importante de la realidad, como surge muy claramente de analizar el gráfico que acompaña esta nota. La Argentina fue más que Brasil sólo entre 1890 y 1940 (cuando la relación en el gráfico es menor de 1), como consecuencia del espectacular crecimiento que tuvo nuestro país al incorporar productivamente la pampa húmeda y al recibir a millones de inmigrantes dispuestos a trabajar duramente, en un mundo hambriento por nuestros granos y nuestras carnes.
Este crecimiento mucho mayor al del Brasil se da entre 1860 y 1910, y desde la crisis del 30, pero especialmente desde la posguerra del 45, Brasil pasa a crecer más rápido que nosotros. Por eso no debemos confundirnos: el Brasil era ya un imperio importante cuando la Argentina recién empezaba a organizarse; y cuando Salvador de Bahía era ya una ciudad, Buenos Aires era una aldea, aún menor que Salta, Córdoba, y muchas ciudades de Latinoamérica.
En 1810, cuando Río de Janeiro era la capital de un reino que incluía a Portugal, Brasil era casi cuatro veces más grande económicamente que la Argentina, o sea mucho más que ahora, que no llega a ser tres veces mayor. Consecuentemente los 50 años en los que la Argentina fue más que Brasil constituyen la excepción y no la regla, y no debe sorprendernos, ya que Brasil es tres veces más grande en territorio, y casi cinco veces mayor en población.
Es interesante destacar que Brasil creció mucho más que nuestro país entre 1940 y 1990, cuando ocurrió la industrialización brasileña, bajo la influencia de las ideas de Celso Furtado, discípulo y colega de nuestro Raúl Prebisch en la CEPAL, muy bien continuadas por Helio Jaguaribe y otros pensadores que supieron anteponer la realidad del país, a la influencia de modas importadas.
Desde 1990 hasta estos días la relación entre ambos países se mantiene estable, fluctuando mucho más nuestro país, en función de los dispares ciclos económicos y las cuestiones cambiarias, que a veces complican la comparación.
La clase dirigente del Brasil. Más allá de las mediciones económicas, nadie puede poner en duda la mucho mayor preeminencia de Brasil sobre nuestro país en estos últimos años. Pero ni Brasil es un éxito únicamente por Lula, ni la Argentina es un fracaso sólo por los Kirchner. La cuestión es mucho más compleja, y tiene que ver con lo sucedido en los últimos 30 o 40 años, que son los que explican por qué en el Brasil un ex sindicalista de izquierda es presidente, y en la Argentina la política es sinónimo de corrupción y clientelismo.
En el Brasil actual Lula tiene un gran mérito, pero también lo tiene una clase dirigente que lo siguió acompañando, aunque no lo hubiera votado en 2003. Esa clase dirigente de Brasil no existe en la Argentina, y quizás una parte de la explicación sea esa larga tradición que mencionamos anteriormente.
La sensación de pertenencia a un gran país que tiene la dirigencia de Brasil no es una novedad de los últimos años. Arranca con su rica historia de más de 200 años, en gran parte ignorada por los argentinos. Pero otra parte no menor de la explicación tiene que ver con los muy distintos daños causados por la dictadura militar en cada unos de nuestros países.
Según algunas fuentes recientes, en la Argentina desaparecieron por lo menos unas diez mil personas, a las que deberíamos sumarle los exiliados para determinar el número de potenciales dirigentes que hoy no están disponibles para gobernar la Argentina.
Esta cifra en Brasil llega sólo a unos pocos cientos; ¡50 veces menos en un país cinco veces más poblado! Para decirlo de otra manera, no caben dudas de que si Lula, Celso Furtado o Fernando Henrique Cardoso hubieran nacido en la Argentina, hubieran sido perseguidos, lo mismo que Bachelet en Chile, Mujica en Uruguay, y muchos otros destacados dirigentes mundiales que tenían ideas progresistas a los 20 años, incluyendo al propio Tony Blair.
Es decir que mal podemos pretender tener una clase dirigente que hoy promedie los 50 o 60 años, cuando hace 30 años esos jóvenes intelectualmente inquietos podían ser objeto de la persecución, la muerte o el destierro.
Esa no fue la única diferencia con el régimen militar de Brasil. En el hermano país, las libertades políticas no fueron totalmente aplastadas, y los partidos políticos y el Parlamento siguieron funcionando, a pesar de la intervención militar en el Poder Ejecutivo. Esa dinámica política también explica por qué hoy, en el Parlamento de Brasilia hay un 35% de hombres de negocios exitosos ahora dedicados a la política, cuando no alcanzan al 5% en nuestro Congreso.
Brasil, el nuevo EE.UU. del Sur. Si las anteriores reflexiones son ciertas, no hay tanto motivo para llorar por el destino de grandeza del Brasil, sino hay que hacer un esfuerzo por admitirlo, entenderlo y consecuentemente elaborar la estrategia que mejor nos convenga como país. Los argentinos debemos superar los complejos, dejar de lado la envidia, y asumir como una enorme suerte ser vecinos de un país que será una de las cinco economías más grandes del planeta en sólo 20 años más.
Nuestro desafío es ser el Canadá de este nuevo Estados Unidos, y no el México. Canadá no es rival de los EE.UU.; tiene una población mucho menor, y una economía que es casi la décima parte, pero su PBI per cápita es casi igual. Tampoco pretende ser una potencia militar, ni tener el poder mundial que tiene su vecino del sur. Pero mantiene una calidad de vida equivalente o en muchos casos superior al de los estadounidenses. Le exporta a los EE.UU. bienes y servicios de alta calidad, que le permite pagar salarios muy altos.
Por el contrario, México fundamentalmente le exporta materias primas, minerales o agrícolas, y le “vende” mano de obra barata a través de la inmigración o de las maquilas. Está claro que nosotros debemos intentar ser como Canadá, y no como México. Pero nadie nos va a regalar esa opción, por el contrario, nuestro vecino Chile trabaja para convertirse en el socio estratégico de Brasil en la región. Somos nosotros, a partir de una clara estrategia de crecimiento y posicionamiento frente al Brasil, que debemos luchar por lograr ese desafío.
(*) Especial para el diario PERFIL
Fonte: http://www.perfil.com/contenidos/2009/1 ... omentario1
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Saludos.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: GEOPOLÍTICA
Mais uma da série...
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Brasil se congratula con la elección de Río 2016: ¿auge de una potencia?
Por: Vitor Stuart de Pieri y J. B. Scartascini del Río *
10/10/2009 - 11:35
El pasado 2 de octubre, el Comité Olímpico Internacional (COI) reunido en Copenhague, eligió a la ciudad brasilera de Río de Janeiro como organizadora de los Juegos Olímpicos (JJOO) a realizarse en 2016. Superando a Chicago, Tokio y Madrid -quizás la gran favorita- la elección supone la primera vez que los juegos se organicen en el subcontinente sudamericano, la segunda en Latinoamérica, la tercera en el hemisferio sur y la cuarta vez que los Juegos se realicen en una nación, en concordancia con un Mundial de fútbol.
Sin embargo, la elección supone mucho más que todo ello, significa la concreción de una visión estratégica brasilera que finalmente comienza a adoptar forma, ofreciéndole la comunidad internacional, los dos máximos galardones deportivos a una sociedad como la brasilera que “respira deporte”, la organización de los JJOO y del Mundial de Fútbol 2014.
Para entender la trascendencia del suceso, quizás basten las rotundas declaraciones de un emocionadísimo Lula da Silva, que entre lágrimas y abrazos, haciendo uso de su imagen carismática y fiable y dejando atrás todas las formas protocolares, rompió en llanto frente a periodistas de todo el mundo. "Nuestra candidatura no es sólo nuestra, también de toda América del Sur, de 400 millones de personas, entre ellos 180 millones de jóvenes", “Brasil era la única opción de organizar unos Juegos con pasión”, “finalmente el mundo reconoce los esfuerzos de todo un país por salir adelante”; para finalizar con un llamativo sentido de humildad enunció, “aunque yo ya no seré Presidente, los viviré como un ciudadano más”.
En definitiva, el fervor en los festejos tanto de Lula y toda la comitiva que reunió también al ex futbolista Pelé, se fundamentan en que el logro –sin precedentes- obtenido por la actual administración, reflejan que la política deportiva en concordancia con un cúmulo de políticas de Estado y una visión estratégica del país sudamericano en el tiempo, han hecho posible que Río de Janeiro, quizás la ciudad emblema de Brasil, haya sido elegida por el COI para la realización de los juegos olímpicos 2016.
Los ingredientes desarrollistas de Brasil hacia los JJOO de 2016
“El Brasil es el país del futuro”, esta es una frase que durante décadas generaciones de brasileños escuchan y pasan a sus descendientes. En pleno año de crisis económica y financiera internacional el país viene destacándose y presentando una serie de resultados económicos y estratégicos, que reflejan una gran creencia en el potencial del país hacia el mundo y de eficientes políticas de Estado basadas en acciones anticíclicas que promueven y estimulan el consumo y la producción, sin la necesidad de un proteccionismo irresponsable.
Algunos de los programas del Gobierno Federal como el PAC (Plano de Aceleraçao do Crescimento), Bolsa Familia y Minha casa, minha vida buscan generar empleos, estimular la producción y al mismo ampliar la infraestructura para que el país se desarrolle sustentablemente y, al mismo tiempo, se reduzcan algunos índices negativos como por ejemplo, el déficit habitacional y la pobreza, concentrada principalmente en la periferia de los grandes centros urbanos.
Aún en el ámbito interno, Brasil ha buscado desarrollar fuentes alternativas de energías como el biocombustible y brevemente, gracias a las reservas del pré-sal, entrará al selecto grupo de países exportadores de crudo -al mismo tempo que el gobierno busca ampliar su participación en Petrobrás, empresa líder mundial en tecnología de captación de petróleo en aguas profundas y unas de las principales empresas del mundo-. Todavía en el campo de la geoestrategia, el país está buscando convenios, en especial con Francia, para la construcción de un submarino de propulsión nuclear y la renovación de su flota militar aérea con el compromiso de transferencia de tecnología, buscando con eso, aumentar su potencial disuasivo, rearticular su plan de defensa, reactivar la industria bélica nacional y ampliar su influencia hacia la región y el mundo.
En el ámbito de la política internacional, el país se ha destacado como un gran articulador y promovedor de la multipolaridad, colaborando con la formulación de un nuevo orden mundial, donde algunos “países del sur” se están uniendo y comienzan a ocupar puestos muy influyentes en las diversas decisiones internacionales, ejemplo de esto es el BRIC, el IBSA (India, Brasil, Sudáfrica) y el propio G-20.
Rol global de Brasil: FMI, G-20 y ONU
Algunos académicos suelen identificar al gigante brasilero como un “país ballena”, de movimientos lentos pero decididos, con virajes moderados y dirección decidida; lo cual han llevado a que el gran país sudamericano se establezca definitivamente como potencia regional, y obtenga su “identidad internacional”, en palabras de un emocionadísimo Lula al momento de la elección.
Sin embargo, la política deportiva brasilera se sumó a un cúmulo de políticas estratégicas que tienden a hacer de Brasil, un jugador global en la arena internacional. Al respecto dos fenómenos se destacan, uno relacionado con los organismos internacionales de créditos, y otro con su rol en Naciones Unidas.
Esta semana se dio a conocer que Brasil ha pasado a ser acreedor del FMI, diferenciándose nítidamente del resto de sus vecinos sud y latinoamericanos con grandes cúmulos de deuda e incluso en algunos casos sin acceso al crédito. Así, el rol de prestamista del FMI es sin dudas un bueno ejemplo de ampliación de la importancia y de la participación de Brasil en la esfera global, algo que sin dudas se evidenciará en el G-20, quizás en posiciones comunes junto a Argentina y México, los otros latinoamericanos en el foro.
Asimismo, otro fenómeno que destaca el papel global de Brasil, reside en la campaña por la reforma del Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas al que aspira ocupar de manera permanente previa apertura de nuevas vacantes. Cabe destacar que tal campaña la realiza en conjunto con otras potencias regionales que emergen en el globo, como India y Nigeria o Sudáfrica, además de Japón y Alemania, que tras largas décadas de potencias económicas, finalmente buscan quebrar el estigma de haber perdido la Segunda Guerra Mundial.
En definitiva, todos estos factores confluyeron en la política deportiva brasilera, y seguramente han sido tenidos en cuenta a la hora de elegir al país, por primera vez en la historia, como sede de una copa del mundo para el 2014 y luego en seguida, para organizar los JJOO en 2016.
* Columnista de Observanto y Director General respectivamente.
Fonte: http://www.observanto.com/contenido/201 ... encia.html
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[]'s a todos.
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Brasil se congratula con la elección de Río 2016: ¿auge de una potencia?
Por: Vitor Stuart de Pieri y J. B. Scartascini del Río *
10/10/2009 - 11:35
El pasado 2 de octubre, el Comité Olímpico Internacional (COI) reunido en Copenhague, eligió a la ciudad brasilera de Río de Janeiro como organizadora de los Juegos Olímpicos (JJOO) a realizarse en 2016. Superando a Chicago, Tokio y Madrid -quizás la gran favorita- la elección supone la primera vez que los juegos se organicen en el subcontinente sudamericano, la segunda en Latinoamérica, la tercera en el hemisferio sur y la cuarta vez que los Juegos se realicen en una nación, en concordancia con un Mundial de fútbol.
Sin embargo, la elección supone mucho más que todo ello, significa la concreción de una visión estratégica brasilera que finalmente comienza a adoptar forma, ofreciéndole la comunidad internacional, los dos máximos galardones deportivos a una sociedad como la brasilera que “respira deporte”, la organización de los JJOO y del Mundial de Fútbol 2014.
Para entender la trascendencia del suceso, quizás basten las rotundas declaraciones de un emocionadísimo Lula da Silva, que entre lágrimas y abrazos, haciendo uso de su imagen carismática y fiable y dejando atrás todas las formas protocolares, rompió en llanto frente a periodistas de todo el mundo. "Nuestra candidatura no es sólo nuestra, también de toda América del Sur, de 400 millones de personas, entre ellos 180 millones de jóvenes", “Brasil era la única opción de organizar unos Juegos con pasión”, “finalmente el mundo reconoce los esfuerzos de todo un país por salir adelante”; para finalizar con un llamativo sentido de humildad enunció, “aunque yo ya no seré Presidente, los viviré como un ciudadano más”.
En definitiva, el fervor en los festejos tanto de Lula y toda la comitiva que reunió también al ex futbolista Pelé, se fundamentan en que el logro –sin precedentes- obtenido por la actual administración, reflejan que la política deportiva en concordancia con un cúmulo de políticas de Estado y una visión estratégica del país sudamericano en el tiempo, han hecho posible que Río de Janeiro, quizás la ciudad emblema de Brasil, haya sido elegida por el COI para la realización de los juegos olímpicos 2016.
Los ingredientes desarrollistas de Brasil hacia los JJOO de 2016
“El Brasil es el país del futuro”, esta es una frase que durante décadas generaciones de brasileños escuchan y pasan a sus descendientes. En pleno año de crisis económica y financiera internacional el país viene destacándose y presentando una serie de resultados económicos y estratégicos, que reflejan una gran creencia en el potencial del país hacia el mundo y de eficientes políticas de Estado basadas en acciones anticíclicas que promueven y estimulan el consumo y la producción, sin la necesidad de un proteccionismo irresponsable.
Algunos de los programas del Gobierno Federal como el PAC (Plano de Aceleraçao do Crescimento), Bolsa Familia y Minha casa, minha vida buscan generar empleos, estimular la producción y al mismo ampliar la infraestructura para que el país se desarrolle sustentablemente y, al mismo tiempo, se reduzcan algunos índices negativos como por ejemplo, el déficit habitacional y la pobreza, concentrada principalmente en la periferia de los grandes centros urbanos.
Aún en el ámbito interno, Brasil ha buscado desarrollar fuentes alternativas de energías como el biocombustible y brevemente, gracias a las reservas del pré-sal, entrará al selecto grupo de países exportadores de crudo -al mismo tempo que el gobierno busca ampliar su participación en Petrobrás, empresa líder mundial en tecnología de captación de petróleo en aguas profundas y unas de las principales empresas del mundo-. Todavía en el campo de la geoestrategia, el país está buscando convenios, en especial con Francia, para la construcción de un submarino de propulsión nuclear y la renovación de su flota militar aérea con el compromiso de transferencia de tecnología, buscando con eso, aumentar su potencial disuasivo, rearticular su plan de defensa, reactivar la industria bélica nacional y ampliar su influencia hacia la región y el mundo.
En el ámbito de la política internacional, el país se ha destacado como un gran articulador y promovedor de la multipolaridad, colaborando con la formulación de un nuevo orden mundial, donde algunos “países del sur” se están uniendo y comienzan a ocupar puestos muy influyentes en las diversas decisiones internacionales, ejemplo de esto es el BRIC, el IBSA (India, Brasil, Sudáfrica) y el propio G-20.
Rol global de Brasil: FMI, G-20 y ONU
Algunos académicos suelen identificar al gigante brasilero como un “país ballena”, de movimientos lentos pero decididos, con virajes moderados y dirección decidida; lo cual han llevado a que el gran país sudamericano se establezca definitivamente como potencia regional, y obtenga su “identidad internacional”, en palabras de un emocionadísimo Lula al momento de la elección.
Sin embargo, la política deportiva brasilera se sumó a un cúmulo de políticas estratégicas que tienden a hacer de Brasil, un jugador global en la arena internacional. Al respecto dos fenómenos se destacan, uno relacionado con los organismos internacionales de créditos, y otro con su rol en Naciones Unidas.
Esta semana se dio a conocer que Brasil ha pasado a ser acreedor del FMI, diferenciándose nítidamente del resto de sus vecinos sud y latinoamericanos con grandes cúmulos de deuda e incluso en algunos casos sin acceso al crédito. Así, el rol de prestamista del FMI es sin dudas un bueno ejemplo de ampliación de la importancia y de la participación de Brasil en la esfera global, algo que sin dudas se evidenciará en el G-20, quizás en posiciones comunes junto a Argentina y México, los otros latinoamericanos en el foro.
Asimismo, otro fenómeno que destaca el papel global de Brasil, reside en la campaña por la reforma del Consejo de Seguridad de las Naciones Unidas al que aspira ocupar de manera permanente previa apertura de nuevas vacantes. Cabe destacar que tal campaña la realiza en conjunto con otras potencias regionales que emergen en el globo, como India y Nigeria o Sudáfrica, además de Japón y Alemania, que tras largas décadas de potencias económicas, finalmente buscan quebrar el estigma de haber perdido la Segunda Guerra Mundial.
En definitiva, todos estos factores confluyeron en la política deportiva brasilera, y seguramente han sido tenidos en cuenta a la hora de elegir al país, por primera vez en la historia, como sede de una copa del mundo para el 2014 y luego en seguida, para organizar los JJOO en 2016.
* Columnista de Observanto y Director General respectivamente.
Fonte: http://www.observanto.com/contenido/201 ... encia.html
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[]'s a todos.
"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
Re: GEOPOLÍTICA
Tradução: espanhol » português
La nominación de Río de Janeiro como sede olímpica en 2016 ha provocado una serie de reacciones y reflexiones en la Argentina sumamente interesantes, y que dan pie para analizar, quizás hasta para psicoanalizar, este complejo de inferioridad que injustamente tenemos ante el tema. La idea no pasa tanto por perder ese complejo, como por ser capaces de estructurar la estrategia adecuada ante esta nueva realidad, en lugar de quedar paralizados entre la frustración y la descalificación, o peor aún, en el error. Argentina ¿potencia sudamericana? Es común escuchar que “la economía argentina era más grande que la brasileña hasta no hace mucho”. Sin dejar de ser cierta esa información, es confusa e imprecisa, porque oculta una parte importante de la realidad, como surge muy claramente de analizar el gráfico que acompaña esta nota. La Argentina fue más que Brasil sólo entre 1890 y 1940 (cuando la relación en el gráfico es menor de 1), como consecuencia del espectacular crecimiento que tuvo nuestro país al incorporar productivamente la pampa húmeda y al recibir a millones de inmigrantes dispuestos a trabajar duramente, en un mundo hambriento por nuestros granos y nuestras carnes. Este crecimiento mucho mayor al del Brasil se da entre 1860 y 1910, y desde la crisis del 30, pero especialmente desde la posguerra del 45, Brasil pasa a crecer más rápido que nosotros. Por eso no debemos confundirnos: el Brasil era ya un imperio importante cuando la Argentina recién empezaba a organizarse; y cuando Salvador de Bahía era ya una ciudad, Buenos Aires era una aldea, aún menor que Salta, Córdoba, y muchas ciudades de Latinoamérica. En 1810, cuando Río de Janeiro era la capital de un reino que incluía a Portugal, Brasil era casi cuatro veces más grande económicamente que la Argentina, o sea mucho más que ahora, que no llega a ser tres veces mayor. Consecuentemente los 50 años en los que la Argentina fue más que Brasil constituyen la excepción y no la regla, y no debe sorprendernos, ya que Brasil es tres veces más grande en territorio, y casi cinco veces mayor en población. Es interesante destacar que Brasil creció mucho más que nuestro país entre 1940 y 1990, cuando ocurrió la industrialización brasileña, bajo la influencia de las ideas de Celso Furtado, discípulo y colega de nuestro Raúl Prebisch en la CEPAL, muy bien continuadas por Helio Jaguaribe y otros pensadores que supieron anteponer la realidad del país, a la influencia de modas importadas. Desde 1990 hasta estos días la relación entre ambos países se mantiene estable, fluctuando mucho más nuestro país, en función de los dispares ciclos económicos y las cuestiones cambiarias, que a veces complican la comparación. La clase dirigente del Brasil. Más allá de las mediciones económicas, nadie puede poner en duda la mucho mayor preeminencia de Brasil sobre nuestro país en estos últimos años. Pero ni Brasil es un éxito únicamente por Lula, ni la Argentina es un fracaso sólo por los Kirchner. La cuestión es mucho más compleja, y tiene que ver con lo sucedido en los últimos 30 o 40 años, que son los que explican por qué en el Brasil un ex sindicalista de izquierda es presidente, y en la Argentina la política es sinónimo de corrupción y clientelismo. En el Brasil actual Lula tiene un gran mérito, pero también lo tiene una clase dirigente que lo siguió acompañando, aunque no lo hubiera votado en 2003. Esa clase dirigente de Brasil no existe en la Argentina, y quizás una parte de la explicación sea esa larga tradición que mencionamos anteriormente. La sensación de pertenencia a un gran país que tiene la dirigencia de Brasil no es una novedad de los últimos años. Arranca con su rica historia de más de 200 años, en gran parte ignorada por los argentinos. Pero otra parte no menor de la explicación tiene que ver con los muy distintos daños causados por la dictadura militar en cada unos de nuestros países. Según algunas fuentes recientes, en la Argentina desaparecieron por lo menos unas diez mil personas, a las que deberíamos sumarle los exiliados para determinar el número de potenciales dirigentes que hoy no están disponibles para gobernar la Argentina. Esta cifra en Brasil llega sólo a unos pocos cientos; ¡50 veces menos en un país cinco veces más poblado! Para decirlo de otra manera, no caben dudas de que si Lula, Celso Furtado o Fernando Henrique Cardoso hubieran nacido en la Argentina, hubieran sido perseguidos, lo mismo que Bachelet en Chile, Mujica en Uruguay, y muchos otros destacados dirigentes mundiales que tenían ideas progresistas a los 20 años, incluyendo al propio Tony Blair. Es decir que mal podemos pretender tener una clase dirigente que hoy promedie los 50 o 60 años, cuando hace 30 años esos jóvenes intelectualmente inquietos podían ser objeto de la persecución, la muerte o el destierro. Esa no fue la única diferencia con el régimen militar de Brasil. En el hermano país, las libertades políticas no fueron totalmente aplastadas, y los partidos políticos y el Parlamento siguieron funcionando, a pesar de la intervención militar en el Poder Ejecutivo. Esa dinámica política también explica por qué hoy, en el Parlamento de Brasilia hay un 35% de hombres de negocios exitosos ahora dedicados a la política, cuando no alcanzan al 5% en nuestro Congreso. Brasil, el nuevo EE.UU. del Sur. Si las anteriores reflexiones son ciertas, no hay tanto motivo para llorar por el destino de grandeza del Brasil, sino hay que hacer un esfuerzo por admitirlo, entenderlo y consecuentemente elaborar la estrategia que mejor nos convenga como país. Los argentinos debemos superar los complejos, dejar de lado la envidia, y asumir como una enorme suerte ser vecinos de un país que será una de las cinco economías más grandes del planeta en sólo 20 años más. Nuestro desafío es ser el Canadá de este nuevo Estados Unidos, y no el México. Canadá no es rival de los EE.UU.; tiene una población mucho menor, y una economía que es casi la décima parte, pero su PBI per cápita es casi igual. Tampoco pretende ser una potencia militar, ni tener el poder mundial que tiene su vecino del sur. Pero mantiene una calidad de vida equivalente o en muchos casos superior al de los estadounidenses. Le exporta a los EE.UU. bienes y servicios de alta calidad, que le permite pagar salarios muy altos. Por el contrario, México fundamentalmente le exporta materias primas, minerales o agrícolas, y le “vende” mano de obra barata a través de la inmigración o de las maquilas. Está claro que nosotros debemos intentar ser como Canadá, y no como México. Pero nadie nos va a regalar esa opción, por el contrario, nuestro vecino Chile trabaja para convertirse en el socio estratégico de Brasil en la región. Somos nosotros, a partir de una clara estrategia de crecimiento y posicionamiento frente al Brasil, que debemos luchar por lograr ese desafío.
A nomeação do Rio de Janeiro como anfitrião Olímpicos em 2016 levou a uma série de reações e reflexões na Argentina muito interessante, e que dão origem a discutir, talvez até psicanalisar, este complexo de inferioridade que é antes a questão de forma injusta. A idéia não vai perder a tão complexo que, como em ser capaz de estruturar a estratégia adequada a esta nova realidade, em vez de ser paralisado entre frustração e de desqualificação, ou pior, em erro.
Argentina potência sul-americana "? É comum ouvir que "a economia da Argentina era maior do que o Brasil não há muito tempo. Sem deixar de ter a certeza de que a informação é confusa e imprecisa, porque ela esconde uma parte importante da realidade, como resulta claramente da análise do gráfico que acompanha esta nota. A Argentina foi mais do que apenas o Brasil entre 1890 e 1940 (quando a proporção é menor na figura 1), acompanhando o crescimento espetacular que levou nosso país a incorporar produtivamente a pampa bem-vindos e milhões de imigrantes dispostos a trabalhar duro Em um mundo com fome de nossos grãos e nossa carne.
Esse crescimento foi muito maior no Brasil entre 1860 e 1910, e desde a crise de 30, mas sobretudo desde a guerra de 45, Brasil está a crescer mais rapidamente do que nós. Portanto, não se confundem: o Brasil já era uma importante regra, quando a Argentina estava apenas começando a se organizar e, quando Salvador era uma cidade, Buenos Aires era uma aldeia, e menos ainda de Salta, Córdoba, e muitas cidades latino-americanas.
Em 1810, quando o Rio de Janeiro era a capital de um reino que incluía Portugal, o Brasil foi quase quatro vezes maior economicamente do que a Argentina, que é muito mais do que agora, que não se torna três vezes maior. Por conseguinte, os 50 anos que a Argentina foi mais do que o Brasil não é exceção à regra, o que não surpreende, porque o Brasil é três vezes maior em território, e quase cinco vezes maior na população.
Curiosamente, o Brasil cresceu mais do que o nosso país entre 1940 e 1990, quando a industrialização brasileira ocorreu sob a influência das idéias de Celso Furtado, discípulo e colega do nosso Raúl Prebisch na CEPAL, muito bem e continuou por Helio Jaguaribe outros pensadores que conheceram a realidade do prefixo do país à influência das modas importadas.
De 1990 até os dias a relação entre os dois países se manteve estável, oscilando muito mais o nosso país, consoante os diferentes ciclos econômicos e questões cambiais, que às vezes dificulta a comparação.
A classe dominante do Brasil. Para além de medidas econômicas, ninguém pode duvidar da importância muito maior no Brasil em nosso país nos últimos anos. Mas o Brasil é um sucesso não só por Lula e Argentina é uma falha somente por Kirchner. A questão é muito mais complexo e tem a ver com o que aconteceu nos últimos 30 ou 40 anos, que está explicando por que o Brasil, um ex-União de esquerda é presidente e política na Argentina é sinônimo de corrupção e patrocínio.
Lula no Brasil hoje tem um grande mérito, mas assim que tiver uma liderança que o seguiram para acompanhar, embora ele não tinha votado em 2003. Classe dominante que não existe no Brasil, Argentina e, talvez, parte da explicação é que a longa tradição acima mencionadas.
O sentimento de pertença a um grande país, com a liderança do Brasil não é nada novo nos últimos anos. Arranca com uma rica história de mais de 200 anos, em grande medida ignorado pelos argentinos. Mas outra parte não menos do que a explicação tem a ver com o dano muito diferente causados pela ditadura militar em cada um dos nossos países.
Segundo algumas fontes recente, desapareceram na Argentina, pelo menos, dez mil pessoas, que devem sumarle exilados para determinar o número de líderes em potencial que hoje não estão disponíveis para governar na Argentina.
Este valor, no Brasil chega a apenas cem anos, 50 vezes menos em um país cinco vezes mais populoso! Dito de outra maneira, não há dúvida de que, se Lula, Celso Furtado e Fernando Henrique Cardoso havia nascido na Argentina, havia sido perseguido, como o de Bachelet no Chile, no Uruguai Mujica e muitos outros líderes do mundo distinguido com idéias progressivo no prazo de 20 anos, incluindo o próprio Tony Blair.
Isso significa que dificilmente podemos afirmar que uma classe dominante hoje em média 50 ou 60, quando há 30 anos esses intelectuais inquietos jovens foram sujeitos a perseguições, a morte ou o exílio.
Essa não foi a única diferença com o regime militar no Brasil. No país vizinho, as liberdades políticas não foram totalmente esmagados, e os partidos políticos eo parlamento continuou a funcionar, apesar da intervenção militar no poder executivo. Essa dinâmica política também explica por que hoje, no Parlamento de Brasília é de 35% dos homens de negócios bem sucedidos agora empenhados na política, como eles não chegam a 5% no nosso Congresso.
Brasil, os E.U. novo Sul. Se as considerações acima são verdadeiras razão, há muito a lamentar a grande destino do Brasil, mas devemos fazer um esforço para admiti-lo, compreendê-lo e, conseqüentemente, desenvolver a estratégia que melhor se adequa-nos como um país. Os argentinos devem superar o complexo, a inveja de lado e assumir uma enorme fortuna a ser vizinhos de um país que é uma das cinco maiores economias do planeta em apenas 20 anos.
Nosso desafio é ser o Canadá desta nova América, não o México. Canadá não é um rival E.U., tem uma população muito menor e uma economia que é quase um décimo, mas seu PIB per capita é quase igual. Também não se destina a ser uma potência militar, nem tem o poder mundial que tem o seu vizinho do sul. Mas a manutenção da qualidade de vida em muitos casos, iguais ou superiores aos americanos. Ela exporta para os E.U. bens e serviços de alta qualidade, que lhe permite pagar salários muito elevados.
Em contrapartida, o México exportava principalmente matérias-primas, minerais ou agrícolas, e que "vende" mão de obra barata através da imigração ou maquiladoras. É claro que devemos tentar ser como o Canadá eo México não. Mas ninguém vai nos dar essa opção, no entanto, nosso vizinho Chile obras para se tornar o parceiro estratégico do Brasil na região. Nós, em uma clara estratégia de crescimento e posicionamento contra o Brasil, devemos nos esforçar para alcançar este desafio.
Otimo Texto
La nominación de Río de Janeiro como sede olímpica en 2016 ha provocado una serie de reacciones y reflexiones en la Argentina sumamente interesantes, y que dan pie para analizar, quizás hasta para psicoanalizar, este complejo de inferioridad que injustamente tenemos ante el tema. La idea no pasa tanto por perder ese complejo, como por ser capaces de estructurar la estrategia adecuada ante esta nueva realidad, en lugar de quedar paralizados entre la frustración y la descalificación, o peor aún, en el error. Argentina ¿potencia sudamericana? Es común escuchar que “la economía argentina era más grande que la brasileña hasta no hace mucho”. Sin dejar de ser cierta esa información, es confusa e imprecisa, porque oculta una parte importante de la realidad, como surge muy claramente de analizar el gráfico que acompaña esta nota. La Argentina fue más que Brasil sólo entre 1890 y 1940 (cuando la relación en el gráfico es menor de 1), como consecuencia del espectacular crecimiento que tuvo nuestro país al incorporar productivamente la pampa húmeda y al recibir a millones de inmigrantes dispuestos a trabajar duramente, en un mundo hambriento por nuestros granos y nuestras carnes. Este crecimiento mucho mayor al del Brasil se da entre 1860 y 1910, y desde la crisis del 30, pero especialmente desde la posguerra del 45, Brasil pasa a crecer más rápido que nosotros. Por eso no debemos confundirnos: el Brasil era ya un imperio importante cuando la Argentina recién empezaba a organizarse; y cuando Salvador de Bahía era ya una ciudad, Buenos Aires era una aldea, aún menor que Salta, Córdoba, y muchas ciudades de Latinoamérica. En 1810, cuando Río de Janeiro era la capital de un reino que incluía a Portugal, Brasil era casi cuatro veces más grande económicamente que la Argentina, o sea mucho más que ahora, que no llega a ser tres veces mayor. Consecuentemente los 50 años en los que la Argentina fue más que Brasil constituyen la excepción y no la regla, y no debe sorprendernos, ya que Brasil es tres veces más grande en territorio, y casi cinco veces mayor en población. Es interesante destacar que Brasil creció mucho más que nuestro país entre 1940 y 1990, cuando ocurrió la industrialización brasileña, bajo la influencia de las ideas de Celso Furtado, discípulo y colega de nuestro Raúl Prebisch en la CEPAL, muy bien continuadas por Helio Jaguaribe y otros pensadores que supieron anteponer la realidad del país, a la influencia de modas importadas. Desde 1990 hasta estos días la relación entre ambos países se mantiene estable, fluctuando mucho más nuestro país, en función de los dispares ciclos económicos y las cuestiones cambiarias, que a veces complican la comparación. La clase dirigente del Brasil. Más allá de las mediciones económicas, nadie puede poner en duda la mucho mayor preeminencia de Brasil sobre nuestro país en estos últimos años. Pero ni Brasil es un éxito únicamente por Lula, ni la Argentina es un fracaso sólo por los Kirchner. La cuestión es mucho más compleja, y tiene que ver con lo sucedido en los últimos 30 o 40 años, que son los que explican por qué en el Brasil un ex sindicalista de izquierda es presidente, y en la Argentina la política es sinónimo de corrupción y clientelismo. En el Brasil actual Lula tiene un gran mérito, pero también lo tiene una clase dirigente que lo siguió acompañando, aunque no lo hubiera votado en 2003. Esa clase dirigente de Brasil no existe en la Argentina, y quizás una parte de la explicación sea esa larga tradición que mencionamos anteriormente. La sensación de pertenencia a un gran país que tiene la dirigencia de Brasil no es una novedad de los últimos años. Arranca con su rica historia de más de 200 años, en gran parte ignorada por los argentinos. Pero otra parte no menor de la explicación tiene que ver con los muy distintos daños causados por la dictadura militar en cada unos de nuestros países. Según algunas fuentes recientes, en la Argentina desaparecieron por lo menos unas diez mil personas, a las que deberíamos sumarle los exiliados para determinar el número de potenciales dirigentes que hoy no están disponibles para gobernar la Argentina. Esta cifra en Brasil llega sólo a unos pocos cientos; ¡50 veces menos en un país cinco veces más poblado! Para decirlo de otra manera, no caben dudas de que si Lula, Celso Furtado o Fernando Henrique Cardoso hubieran nacido en la Argentina, hubieran sido perseguidos, lo mismo que Bachelet en Chile, Mujica en Uruguay, y muchos otros destacados dirigentes mundiales que tenían ideas progresistas a los 20 años, incluyendo al propio Tony Blair. Es decir que mal podemos pretender tener una clase dirigente que hoy promedie los 50 o 60 años, cuando hace 30 años esos jóvenes intelectualmente inquietos podían ser objeto de la persecución, la muerte o el destierro. Esa no fue la única diferencia con el régimen militar de Brasil. En el hermano país, las libertades políticas no fueron totalmente aplastadas, y los partidos políticos y el Parlamento siguieron funcionando, a pesar de la intervención militar en el Poder Ejecutivo. Esa dinámica política también explica por qué hoy, en el Parlamento de Brasilia hay un 35% de hombres de negocios exitosos ahora dedicados a la política, cuando no alcanzan al 5% en nuestro Congreso. Brasil, el nuevo EE.UU. del Sur. Si las anteriores reflexiones son ciertas, no hay tanto motivo para llorar por el destino de grandeza del Brasil, sino hay que hacer un esfuerzo por admitirlo, entenderlo y consecuentemente elaborar la estrategia que mejor nos convenga como país. Los argentinos debemos superar los complejos, dejar de lado la envidia, y asumir como una enorme suerte ser vecinos de un país que será una de las cinco economías más grandes del planeta en sólo 20 años más. Nuestro desafío es ser el Canadá de este nuevo Estados Unidos, y no el México. Canadá no es rival de los EE.UU.; tiene una población mucho menor, y una economía que es casi la décima parte, pero su PBI per cápita es casi igual. Tampoco pretende ser una potencia militar, ni tener el poder mundial que tiene su vecino del sur. Pero mantiene una calidad de vida equivalente o en muchos casos superior al de los estadounidenses. Le exporta a los EE.UU. bienes y servicios de alta calidad, que le permite pagar salarios muy altos. Por el contrario, México fundamentalmente le exporta materias primas, minerales o agrícolas, y le “vende” mano de obra barata a través de la inmigración o de las maquilas. Está claro que nosotros debemos intentar ser como Canadá, y no como México. Pero nadie nos va a regalar esa opción, por el contrario, nuestro vecino Chile trabaja para convertirse en el socio estratégico de Brasil en la región. Somos nosotros, a partir de una clara estrategia de crecimiento y posicionamiento frente al Brasil, que debemos luchar por lograr ese desafío.
A nomeação do Rio de Janeiro como anfitrião Olímpicos em 2016 levou a uma série de reações e reflexões na Argentina muito interessante, e que dão origem a discutir, talvez até psicanalisar, este complexo de inferioridade que é antes a questão de forma injusta. A idéia não vai perder a tão complexo que, como em ser capaz de estruturar a estratégia adequada a esta nova realidade, em vez de ser paralisado entre frustração e de desqualificação, ou pior, em erro.
Argentina potência sul-americana "? É comum ouvir que "a economia da Argentina era maior do que o Brasil não há muito tempo. Sem deixar de ter a certeza de que a informação é confusa e imprecisa, porque ela esconde uma parte importante da realidade, como resulta claramente da análise do gráfico que acompanha esta nota. A Argentina foi mais do que apenas o Brasil entre 1890 e 1940 (quando a proporção é menor na figura 1), acompanhando o crescimento espetacular que levou nosso país a incorporar produtivamente a pampa bem-vindos e milhões de imigrantes dispostos a trabalhar duro Em um mundo com fome de nossos grãos e nossa carne.
Esse crescimento foi muito maior no Brasil entre 1860 e 1910, e desde a crise de 30, mas sobretudo desde a guerra de 45, Brasil está a crescer mais rapidamente do que nós. Portanto, não se confundem: o Brasil já era uma importante regra, quando a Argentina estava apenas começando a se organizar e, quando Salvador era uma cidade, Buenos Aires era uma aldeia, e menos ainda de Salta, Córdoba, e muitas cidades latino-americanas.
Em 1810, quando o Rio de Janeiro era a capital de um reino que incluía Portugal, o Brasil foi quase quatro vezes maior economicamente do que a Argentina, que é muito mais do que agora, que não se torna três vezes maior. Por conseguinte, os 50 anos que a Argentina foi mais do que o Brasil não é exceção à regra, o que não surpreende, porque o Brasil é três vezes maior em território, e quase cinco vezes maior na população.
Curiosamente, o Brasil cresceu mais do que o nosso país entre 1940 e 1990, quando a industrialização brasileira ocorreu sob a influência das idéias de Celso Furtado, discípulo e colega do nosso Raúl Prebisch na CEPAL, muito bem e continuou por Helio Jaguaribe outros pensadores que conheceram a realidade do prefixo do país à influência das modas importadas.
De 1990 até os dias a relação entre os dois países se manteve estável, oscilando muito mais o nosso país, consoante os diferentes ciclos econômicos e questões cambiais, que às vezes dificulta a comparação.
A classe dominante do Brasil. Para além de medidas econômicas, ninguém pode duvidar da importância muito maior no Brasil em nosso país nos últimos anos. Mas o Brasil é um sucesso não só por Lula e Argentina é uma falha somente por Kirchner. A questão é muito mais complexo e tem a ver com o que aconteceu nos últimos 30 ou 40 anos, que está explicando por que o Brasil, um ex-União de esquerda é presidente e política na Argentina é sinônimo de corrupção e patrocínio.
Lula no Brasil hoje tem um grande mérito, mas assim que tiver uma liderança que o seguiram para acompanhar, embora ele não tinha votado em 2003. Classe dominante que não existe no Brasil, Argentina e, talvez, parte da explicação é que a longa tradição acima mencionadas.
O sentimento de pertença a um grande país, com a liderança do Brasil não é nada novo nos últimos anos. Arranca com uma rica história de mais de 200 anos, em grande medida ignorado pelos argentinos. Mas outra parte não menos do que a explicação tem a ver com o dano muito diferente causados pela ditadura militar em cada um dos nossos países.
Segundo algumas fontes recente, desapareceram na Argentina, pelo menos, dez mil pessoas, que devem sumarle exilados para determinar o número de líderes em potencial que hoje não estão disponíveis para governar na Argentina.
Este valor, no Brasil chega a apenas cem anos, 50 vezes menos em um país cinco vezes mais populoso! Dito de outra maneira, não há dúvida de que, se Lula, Celso Furtado e Fernando Henrique Cardoso havia nascido na Argentina, havia sido perseguido, como o de Bachelet no Chile, no Uruguai Mujica e muitos outros líderes do mundo distinguido com idéias progressivo no prazo de 20 anos, incluindo o próprio Tony Blair.
Isso significa que dificilmente podemos afirmar que uma classe dominante hoje em média 50 ou 60, quando há 30 anos esses intelectuais inquietos jovens foram sujeitos a perseguições, a morte ou o exílio.
Essa não foi a única diferença com o regime militar no Brasil. No país vizinho, as liberdades políticas não foram totalmente esmagados, e os partidos políticos eo parlamento continuou a funcionar, apesar da intervenção militar no poder executivo. Essa dinâmica política também explica por que hoje, no Parlamento de Brasília é de 35% dos homens de negócios bem sucedidos agora empenhados na política, como eles não chegam a 5% no nosso Congresso.
Brasil, os E.U. novo Sul. Se as considerações acima são verdadeiras razão, há muito a lamentar a grande destino do Brasil, mas devemos fazer um esforço para admiti-lo, compreendê-lo e, conseqüentemente, desenvolver a estratégia que melhor se adequa-nos como um país. Os argentinos devem superar o complexo, a inveja de lado e assumir uma enorme fortuna a ser vizinhos de um país que é uma das cinco maiores economias do planeta em apenas 20 anos.
Nosso desafio é ser o Canadá desta nova América, não o México. Canadá não é um rival E.U., tem uma população muito menor e uma economia que é quase um décimo, mas seu PIB per capita é quase igual. Também não se destina a ser uma potência militar, nem tem o poder mundial que tem o seu vizinho do sul. Mas a manutenção da qualidade de vida em muitos casos, iguais ou superiores aos americanos. Ela exporta para os E.U. bens e serviços de alta qualidade, que lhe permite pagar salários muito elevados.
Em contrapartida, o México exportava principalmente matérias-primas, minerais ou agrícolas, e que "vende" mão de obra barata através da imigração ou maquiladoras. É claro que devemos tentar ser como o Canadá eo México não. Mas ninguém vai nos dar essa opção, no entanto, nosso vizinho Chile obras para se tornar o parceiro estratégico do Brasil na região. Nós, em uma clara estratégia de crescimento e posicionamento contra o Brasil, devemos nos esforçar para alcançar este desafio.
Otimo Texto
Re: GEOPOLÍTICA
Tradução: espanhol » português
O Brasil está satisfeito com a escolha do Rio 2016: uma onda de energia?
Por: Vitor de Pieri e Stuart J. B. Scartascini River *
10/10/2009 - 11:35
Em 2 de outubro, reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Copenhague, escolheu a cidade brasileira do Rio de Janeiro como o organizador dos Jogos Olímpicos (Jogos Olímpicos) a ser realizada em 2016. Beating Chicago, Tóquio e Madri, talvez o grande favorito da eleição marca a primeira vez que os jogos são organizados no continente sul-americano, o segundo na América Latina, o terceiro no hemisfério sul e pela quarta vez os Jogos ocorrem em uma nação, de acordo com uma Copa do Mundo.
No entanto, a escolha é muito mais que isso, significa que a concretude da visão estratégica brasileira, que finalmente começa a tomar forma, dando a comunidade internacional, os dois maiores prêmios de esportes como uma empresa brasileira que "respira esporte", disse o organização dos Jogos Olímpicos e Copa do Mundo de 2014.
Para compreender o significado do evento, talvez o suficiente declarações retumbante de um emocionado Lula da Silva, que com lágrimas e abraços, usando sua imagem carismática e confiável, deixando para trás todas as formas de protocolo, a chorar na frente de jornalistas de todo o mundo. "Nossa candidatura não é apenas nossa, também em toda América do Sul, 400 milhões de pessoas, incluindo 180 milhões de jovens", "O Brasil era a única opção de organizar os Jogos com paixão", "eventualmente o mundo reconheceu os esforços de todo um país de avançar ", terminando com um notável senso de humildade afirmou," mesmo que eu não vou ser presidente, vou viver como um cidadão comum. "
Em suma, o fervor na celebração de ambos Lula e toda a comitiva que também se reuniu com o ex-jogador de futebol Pelé, baseiam-se no recorde de conquista obtida pelo atual governo, mostram que a política desportiva, em conformidade com um acúmulo de políticas de Estado e de visão estratégica do país sul-americano ao longo do tempo permitiram que o Rio de Janeiro, talvez o emblema da cidade do Brasil, foi escolhida pelo COI para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016.
Ingredientes desenvolvedores do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016
"O Brasil é o futuro do país," esta é uma frase por décadas e gerações de brasileiros passam a ouvir os seus descendentes. Em ano de crise económica e financeira internacional, o país vem se destacando e apresentando uma série de resultados econômicos e estratégicos que refletem uma forte crença no potencial do país para o mundo e as políticas do governo eficaz, baseada em contra-ações cíclicas que promover e estimular consumo e produção, sem a necessidade de protecionismo irresponsável.
Alguns programas do governo federal, como o PAC (Mapa Aceleração do Crescimento), Bolsa Família e Minha casa, minha vida buscando gerar empregos, estimular a produção e também melhorar a infra-estrutura para o país se desenvolver de forma sustentável e, ao mesmo tempo, reduzir alguns índices negativos, como a falta de habitação e da pobreza, concentrados principalmente nas periferias dos grandes centros urbanos.
Mesmo a nível nacional, o Brasil tem procurado desenvolver fontes de energia alternativas, como biocombustíveis e rapidamente, graças às reservas do pré-sal, vai entrar no seleto grupo de países exportadores de petróleo no ritmo que o governo pretende expandir a sua participação na A Petrobras, líder mundial na aquisição de tecnologia em petróleo em águas profundas e uma das principais companhias do mundo. Ainda no campo da geo-estratégia, o país está buscando convênios, especialmente com a França para construir um submarino movido a energia nuclear e à renovação da sua frota aérea militar com o compromisso de transferência de tecnologia, procurando com isso, aumentar a sua potencial de dissuasão, re-articular um plano de defesa, a indústria de defesa nacional revitalizar e ampliar a sua influência na região e no mundo.
No campo da política internacional, o país emergiu como um grande articulador e promotor de multipolaridade, colaborando com a formulação de uma nova ordem mundial, onde alguns países do sul "se unem e começam a ocupar posições influentes em diversas decisões internacionais, exemplo disso é o IBSA BRIC (Brasil, Índia e África do Sul) eo G-20 reais.
Global do Brasil Função: FMI, G-20 e da ONU
Alguns estudiosos identificam frequentemente a gigante brasileira como um país de baleia ", lento mas determinado, com as mudanças de liderança moderada e forte, que levaram à grande país sul-americano é definitivamente estabelecida como uma potência regional, e pegar sua" identidade internacional ", nas palavras de um Lula emocionado quando a eleição.
No entanto, a política do esporte brasileiro foi adicionado a um conjunto de políticas estratégicas que tendem a tornar o Brasil um player global no cenário internacional. Neste sentido destaca dois fenômenos, um relacionado com as agências internacionais de crédito, e os outros com o seu papel na ONU.
Esta semana foi anunciado que o Brasil havia se tornado um credor do FMI, diferenciando-se nitidamente do resto da África do Sul e seus vizinhos latino-americanos com grandes aglomerações de dívida e em alguns casos sem acesso ao crédito. Assim, o papel dos empréstimos do FMI é certamente um bom exemplo de ampliar a importância ea participação do Brasil na arena global, algo que sem dúvida será evidente no G-20, talvez em posições comuns com a Argentina e México, outros latino-americanos no fórum.
Além disso, outro fenômeno que destaca o papel global do Brasil, está na campanha para a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas que visa ocupar permanentemente após a abertura de novas vagas. Note-se que tal campanha é feita em conjunto com outras potências regionais emergentes em todo o mundo, incluindo a Índia ea Nigéria ou África do Sul, bem como o Japão ea Alemanha, que depois de longas décadas de poder econômico, finalmente, olhando para quebrar o estigma de ter perdido o segundo lugar Guerra Mundial.
Em última análise, todos estes fatores convergiram na política esportiva brasileira e, certamente, foram tidos em conta na escolha do país pela primeira vez na história, para sediar uma Copa do Mundo de 2014 e depois seguiu, para organizar os Jogos Olímpicos de 2016.
O Brasil está satisfeito com a escolha do Rio 2016: uma onda de energia?
Por: Vitor de Pieri e Stuart J. B. Scartascini River *
10/10/2009 - 11:35
Em 2 de outubro, reunião do Comitê Olímpico Internacional (COI), em Copenhague, escolheu a cidade brasileira do Rio de Janeiro como o organizador dos Jogos Olímpicos (Jogos Olímpicos) a ser realizada em 2016. Beating Chicago, Tóquio e Madri, talvez o grande favorito da eleição marca a primeira vez que os jogos são organizados no continente sul-americano, o segundo na América Latina, o terceiro no hemisfério sul e pela quarta vez os Jogos ocorrem em uma nação, de acordo com uma Copa do Mundo.
No entanto, a escolha é muito mais que isso, significa que a concretude da visão estratégica brasileira, que finalmente começa a tomar forma, dando a comunidade internacional, os dois maiores prêmios de esportes como uma empresa brasileira que "respira esporte", disse o organização dos Jogos Olímpicos e Copa do Mundo de 2014.
Para compreender o significado do evento, talvez o suficiente declarações retumbante de um emocionado Lula da Silva, que com lágrimas e abraços, usando sua imagem carismática e confiável, deixando para trás todas as formas de protocolo, a chorar na frente de jornalistas de todo o mundo. "Nossa candidatura não é apenas nossa, também em toda América do Sul, 400 milhões de pessoas, incluindo 180 milhões de jovens", "O Brasil era a única opção de organizar os Jogos com paixão", "eventualmente o mundo reconheceu os esforços de todo um país de avançar ", terminando com um notável senso de humildade afirmou," mesmo que eu não vou ser presidente, vou viver como um cidadão comum. "
Em suma, o fervor na celebração de ambos Lula e toda a comitiva que também se reuniu com o ex-jogador de futebol Pelé, baseiam-se no recorde de conquista obtida pelo atual governo, mostram que a política desportiva, em conformidade com um acúmulo de políticas de Estado e de visão estratégica do país sul-americano ao longo do tempo permitiram que o Rio de Janeiro, talvez o emblema da cidade do Brasil, foi escolhida pelo COI para a realização dos Jogos Olímpicos de 2016.
Ingredientes desenvolvedores do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016
"O Brasil é o futuro do país," esta é uma frase por décadas e gerações de brasileiros passam a ouvir os seus descendentes. Em ano de crise económica e financeira internacional, o país vem se destacando e apresentando uma série de resultados econômicos e estratégicos que refletem uma forte crença no potencial do país para o mundo e as políticas do governo eficaz, baseada em contra-ações cíclicas que promover e estimular consumo e produção, sem a necessidade de protecionismo irresponsável.
Alguns programas do governo federal, como o PAC (Mapa Aceleração do Crescimento), Bolsa Família e Minha casa, minha vida buscando gerar empregos, estimular a produção e também melhorar a infra-estrutura para o país se desenvolver de forma sustentável e, ao mesmo tempo, reduzir alguns índices negativos, como a falta de habitação e da pobreza, concentrados principalmente nas periferias dos grandes centros urbanos.
Mesmo a nível nacional, o Brasil tem procurado desenvolver fontes de energia alternativas, como biocombustíveis e rapidamente, graças às reservas do pré-sal, vai entrar no seleto grupo de países exportadores de petróleo no ritmo que o governo pretende expandir a sua participação na A Petrobras, líder mundial na aquisição de tecnologia em petróleo em águas profundas e uma das principais companhias do mundo. Ainda no campo da geo-estratégia, o país está buscando convênios, especialmente com a França para construir um submarino movido a energia nuclear e à renovação da sua frota aérea militar com o compromisso de transferência de tecnologia, procurando com isso, aumentar a sua potencial de dissuasão, re-articular um plano de defesa, a indústria de defesa nacional revitalizar e ampliar a sua influência na região e no mundo.
No campo da política internacional, o país emergiu como um grande articulador e promotor de multipolaridade, colaborando com a formulação de uma nova ordem mundial, onde alguns países do sul "se unem e começam a ocupar posições influentes em diversas decisões internacionais, exemplo disso é o IBSA BRIC (Brasil, Índia e África do Sul) eo G-20 reais.
Global do Brasil Função: FMI, G-20 e da ONU
Alguns estudiosos identificam frequentemente a gigante brasileira como um país de baleia ", lento mas determinado, com as mudanças de liderança moderada e forte, que levaram à grande país sul-americano é definitivamente estabelecida como uma potência regional, e pegar sua" identidade internacional ", nas palavras de um Lula emocionado quando a eleição.
No entanto, a política do esporte brasileiro foi adicionado a um conjunto de políticas estratégicas que tendem a tornar o Brasil um player global no cenário internacional. Neste sentido destaca dois fenômenos, um relacionado com as agências internacionais de crédito, e os outros com o seu papel na ONU.
Esta semana foi anunciado que o Brasil havia se tornado um credor do FMI, diferenciando-se nitidamente do resto da África do Sul e seus vizinhos latino-americanos com grandes aglomerações de dívida e em alguns casos sem acesso ao crédito. Assim, o papel dos empréstimos do FMI é certamente um bom exemplo de ampliar a importância ea participação do Brasil na arena global, algo que sem dúvida será evidente no G-20, talvez em posições comuns com a Argentina e México, outros latino-americanos no fórum.
Além disso, outro fenômeno que destaca o papel global do Brasil, está na campanha para a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas que visa ocupar permanentemente após a abertura de novas vagas. Note-se que tal campanha é feita em conjunto com outras potências regionais emergentes em todo o mundo, incluindo a Índia ea Nigéria ou África do Sul, bem como o Japão ea Alemanha, que depois de longas décadas de poder econômico, finalmente, olhando para quebrar o estigma de ter perdido o segundo lugar Guerra Mundial.
Em última análise, todos estes fatores convergiram na política esportiva brasileira e, certamente, foram tidos em conta na escolha do país pela primeira vez na história, para sediar uma Copa do Mundo de 2014 e depois seguiu, para organizar os Jogos Olímpicos de 2016.
Re: GEOPOLÍTICA
12/10/2009 - 17h15
Israel tenta diminuir tensão com Turquia
Daniela Brik.
Jerusalém, 12 out (EFE).- O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, diante da crescente tensão diplomática com a Turquia, defendeu as relações estratégicas com o país, apesar de Ancara ter excluído o Estado judeu de um exercício militar conjunto.
"As relações entre Israel e Turquia são estratégicas e perduram há dezenas de anos. Apesar dos altos e baixos, a Turquia continua sendo um ponto central em nossa região", revelou Barak.
Com estas afirmações, feitas em uma reunião a portas fechadas que vazou para imprensa, o responsável pela Defesa israelense tentava acabar com a enxurrada de críticas por parte de analistas e alguns funcionários de seu Ministério que sugeriram inclusive revisar a venda de armamento avançado a Ancara.
A Turquia é o principal aliado muçulmano de Israel, e em 1996 assinaram um amplo acordo de cooperação militar que inclui o treinamento de pilotos israelenses em espaço aéreo turco.
Por sua vez, a Turquia se comprometeu com a compra de equipamentos militares, incluindo aviões não-tripulados, para combater à guerrilha do Partido dos Trabalhadores de Curdistão (PKK, na sigla em curdo).
Desde a ofensiva israelense em Gaza, entre dezembro e janeiro, os contatos políticos esfriaram e o desempenho de Ancara como mediador com a Síria está totalmente paralisado.
Aviões da Turquia, Estados Unidos e Itália participaram dos exercícios de Ancara, dentro das ações militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Na quinta-feira, entretanto, a Turquia informou a Israel que não permitiria a participação da Força Aérea na atividade, que se estende desta segunda-feira até o dia 24 de outubro, na região da Anatólia.
Diante das duras críticas da Turquia contra a guerra de Gaza, o Governo do islamita moderado Recep Tayyip Erdogan decidiu bloquear a participação israelense.
O chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu, reconheceu nesta segunda-feira pela primeira vez que a exclusão de Israel da manobra militar estava relacionada com a ofensiva militar israelense na faixa.
"Torcemos pela melhoria da situação em Gaza, por uma nova atmosfera nas relações turco-israelenses e que a situação retorne para o campo diplomático", declarou o ministro turco à "CNN".
Mas apesar dos esforços para aplacar os ânimos, em Israel já se percebe uma audácia militar como todo um sintoma do estado das relações diplomáticas entre os dois países, o que levou ao Ministério de Exteriores a convocar uma reunião de urgência para analisar as consequências da decisão turca.
O professor Efraim Inbar, chefe do Centro Begin-Sadat (BESA) para Estudos Estratégicos, acredita que a decisão é surpreendente, principalmente porque em agosto os países conduziram um exercício naval.
Segundo ele, "isso é reflexo da crescente islamização da Turquia e sua aproximação com nações como o Irã".
Para o analista, o papel de Ancara como mediador entre Israel e Síria é marginal.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2 ... 47783.jhtm
Israel tenta diminuir tensão com Turquia
Daniela Brik.
Jerusalém, 12 out (EFE).- O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, diante da crescente tensão diplomática com a Turquia, defendeu as relações estratégicas com o país, apesar de Ancara ter excluído o Estado judeu de um exercício militar conjunto.
"As relações entre Israel e Turquia são estratégicas e perduram há dezenas de anos. Apesar dos altos e baixos, a Turquia continua sendo um ponto central em nossa região", revelou Barak.
Com estas afirmações, feitas em uma reunião a portas fechadas que vazou para imprensa, o responsável pela Defesa israelense tentava acabar com a enxurrada de críticas por parte de analistas e alguns funcionários de seu Ministério que sugeriram inclusive revisar a venda de armamento avançado a Ancara.
A Turquia é o principal aliado muçulmano de Israel, e em 1996 assinaram um amplo acordo de cooperação militar que inclui o treinamento de pilotos israelenses em espaço aéreo turco.
Por sua vez, a Turquia se comprometeu com a compra de equipamentos militares, incluindo aviões não-tripulados, para combater à guerrilha do Partido dos Trabalhadores de Curdistão (PKK, na sigla em curdo).
Desde a ofensiva israelense em Gaza, entre dezembro e janeiro, os contatos políticos esfriaram e o desempenho de Ancara como mediador com a Síria está totalmente paralisado.
Aviões da Turquia, Estados Unidos e Itália participaram dos exercícios de Ancara, dentro das ações militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Na quinta-feira, entretanto, a Turquia informou a Israel que não permitiria a participação da Força Aérea na atividade, que se estende desta segunda-feira até o dia 24 de outubro, na região da Anatólia.
Diante das duras críticas da Turquia contra a guerra de Gaza, o Governo do islamita moderado Recep Tayyip Erdogan decidiu bloquear a participação israelense.
O chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu, reconheceu nesta segunda-feira pela primeira vez que a exclusão de Israel da manobra militar estava relacionada com a ofensiva militar israelense na faixa.
"Torcemos pela melhoria da situação em Gaza, por uma nova atmosfera nas relações turco-israelenses e que a situação retorne para o campo diplomático", declarou o ministro turco à "CNN".
Mas apesar dos esforços para aplacar os ânimos, em Israel já se percebe uma audácia militar como todo um sintoma do estado das relações diplomáticas entre os dois países, o que levou ao Ministério de Exteriores a convocar uma reunião de urgência para analisar as consequências da decisão turca.
O professor Efraim Inbar, chefe do Centro Begin-Sadat (BESA) para Estudos Estratégicos, acredita que a decisão é surpreendente, principalmente porque em agosto os países conduziram um exercício naval.
Segundo ele, "isso é reflexo da crescente islamização da Turquia e sua aproximação com nações como o Irã".
Para o analista, o papel de Ancara como mediador entre Israel e Síria é marginal.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2 ... 47783.jhtm
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Re: GEOPOLÍTICA
DELTA22 escreveu:El desafío que nos imponen los brasileños
La nominación de Río de Janeiro como sede olímpica en 2016 provocó reacciones y reflexiones en el país.
Por Javier González Fraga (*) | 10.10.2009
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En 1810, cuando Río de Janeiro era la capital de un reino que incluía a Portugal, Brasil era casi cuatro veces más grande económicamente que la Argentina, o sea mucho más que ahora, que no llega a ser tres veces mayor. Consecuentemente los 50 años en los que la Argentina fue más que Brasil constituyen la excepción y no la regla, y no debe sorprendernos, ya que Brasil es tres veces más grande en territorio, y casi cinco veces mayor en población.
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(*) Especial para el diario PERFIL
Fonte: http://www.perfil.com/contenidos/2009/1 ... omentario1
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Há comentários dos hermanos no link acima...
Saludos.
Essa é a reportagem argentina mais pé-no-chão que já vi. O jornalista parece ter muito mais conhecimento do que os do La Nación. Ele toca no ponto certo. A Argentina tem que lutar para ser o segundo lugar, porque até aí a disputa está cada vez mais difícil.
Dados interessantes sobre poder econômico que a reportagem não deixa transparecer:
Dados do Banco Mundial (PIB nominal)
Brazil 1,612,539
Argentina 328,385
Proporção de aproximadamente 4.91.
Ah! A proporção da população é de aproximadamente 4.65, o que nos coloca com um PIB per capita maior.
O PIB nominal é mais fiel desde que se consiga estabilidade monetária por um período considerável.
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Re: GEOPOLÍTICA
La Argentina frente al éxito de Brasil
Oct-16-09 - por Rosendo Fraga
1. Crisis global y liderazgo político.
La crisis económica se globalizó y sus efectos llegaron a todo el mundo, pero las grandes potencias emergentes denominadas BRIC (Brasil, Rusia, India y China) con sistemas políticos diferentes entre ellas, mostraron mayor capacidad de lidiar con las consecuencias de la crisis que los gobiernos de los países desarrollados.
Este es el contexto en el cual se desarrolla Brasil, la economía más grande, el territorio más extenso y la población más importante de América Latina. Comenzó a recuperarse ya en el segundo trimestre del año y la creación de empleo empezó desde entonces, anticipándose -al igual que China- a la recuperación mundial.
Ha demostrado, al igual que el gigante asiático, una gran capacidad para manejar los efectos de la crisis global, tanto en lo político como en lo económico.
Pese a que en el primer trimestre de 2009 la industria cayó 15% y el desempleo inevitablemente aumentó, Lula mantiene un nivel de aprobación que, de acuerdo a los diversos sondeos, está llegando al 80%. No sólo es el más alto en la historia del Brasil y el presidente latinoamericano con mayor aprobación en su país, sino que es quien tiene el mayor consenso del mundo occidental.
Brasil se consolida así como el único actor global de América Latina. Lula ha dicho que su país ya es la séptima economía del mundo; obtiene más peso en el FMI y le presta 10.000 millones de dólares; logra los juegos olímpicos de 2016 para su país y el Mundial de Fútbol para el 2014; y en su gira europea reclama apoyo para obtener una banca permanente en el Consejo de Seguridad de la UN.
La Cumbre del G20 realizada en Pittsburgh, la de UNASUR-Unión Africana que tuvo lugar en la isla Margarita y la de UE-América Latina han sido escenarios en los cuales ha ejercido este rol.
Al mismo tiempo la economía el país se recupera rápidamente y el gobierno comienza a disminuir el estímulo, aun antes que lo hagan EEUU y la UE. Como datos negativos, un informe que acaba de difundirse da cuenta que el 13% de los brasileños reconoce haber vendido su voto por alguna contraprestación, mostrando un problema de calidad democrática; al igual que el resto de la región, está afectado por una fuerte desigualdad e inseguridad y el avance de la droga constituye una gran cuestión en los grandes centros urbanos.
2. Brasil, potencia energética.
Brasil no sólo se ha transformado en un actor global, como lo evidencia su rol como integrante del llamado grupo BRIC, sino que ahora agrega la posibilidad de transformarse también en potencia energética.
El reciente hallazgo de recursos petroleros en Brasil consolida la posición de este país, tanto como líder en América del Sur -y proyectándose también a América Central y el Caribe- como en su condición de ser el único país de la región con vocación de actor global.
Su objetivo estratégico es claro: ser una de las cuatro potencias emergentes del siglo XXI junto con China, India y Rusia, las cuatro potencias del grupo BRIC.
Las dos potencias asiáticas son importadoras de petróleo y la tercera es exportadora. Con el hallazgo reciente, Brasil se proyecta también como un país con excedente, en un mundo en el cual probablemente la energía seguirá incrementando su valor.
Hasta comienzos del siglo XXI era un neto importador de petróleo, lo cual significaba una vulnerabilidad.
Ello representaba una desventaja frente a Venezuela, el mayor exportador de América del Sur, y respecto a la Argentina, que en el pasado reciente se autoabastecía y tenía márgenes para la exportación y ahora se convirtió en importador.
Es una manifestación más de la supremacía que ha adquirido Brasil sobre la Argentina y una evidencia de un país que tiene estrategia de largo plazo y otro que carece de ella, absorbido por las urgencias del corto plazo.
3. El rearme brasileño.
El plan de rearme anunciado por el gobierno de Lula en 2009 es una evidencia más de la vocación de ser actor global, al buscar aumentar su capacidad en el campo estratégico-militar.
Los doce países de América del Sur han integrado UNASUR. Pero uno solo de ellos, Brasil, es la mitad de la región en términos de PBI, población y territorio.
Se trata de una asimetría similar a la que se puede registrar entre Rusia y las ex republicas soviéticas. O como si en Europa y sus veintisiete países, los tres más grandes (Alemania, Francia y el Reino Unido) fueran un solo.
Pero más allá de la dimensión, es el único país de América del Sur que tiene vocación de actor global, como se dijo.
Analizando América Latina -no sólo la del sur-, México es el otro país que por su dimensión podría pretender un rol de este tipo, pero por razones históricas y geográficas no tiene esta vocación.
Brasil se piensa así mismo como una potencia mundial, al estilo de China, Rusia e India.
Comparándolo con ellos, surge que la mayor desventaja relativa la tiene en el campo estratégico-militar, ya que las otras tres potencias tienen el arma nuclear y planes ambiciosos de reequipamiento y modernización de sus Fuerzas Armadas; Brasil está rezagado respecto a ellos en este rubro.
Es por esta razón que el rearme brasileño tiene como primer objetivo reforzar la condición del país como actor global.
En la región, Brasil, más que como líder, está actuando como un factor de moderación, como se puso en evidencia en la reciente Cumbre de Unasur en Bariloche, donde el logro fue lo que se pudo evitar, ya que la condena al acuerdo Bogotá-Washington para el uso de bases hubiera significado la crisis de UNASUR y su Consejo de Defensa.
Frente a la supuesta escalada en la compra de armamentos en los países de la región andina y en particular las adquisiciones de Venezuela en Rusia -Chávez ha realizado una gira por Libia, Argelia, Irán, Siria, Rusia y Bielorusia-, la tensión de dicho país y la que tuvo Ecuador con Colombia y la crítica al acuerdo para el uso de siete bases militares de este país por parte de EEUU, Brasil da una señal al aumentar su capacidad militar y reforzar así su rol de país moderador en la región.
Además, por razones de equilibrio regional, no puede permitir que Venezuela o Colombia superen su capacidad militar, ni tampoco que estalle un conflicto entre ambos.
Pero también las adquisiciones de armas en Francia, anunciadas por el gobierno brasileño, apuntan a adquirir los medios para hacer efectiva la soberanía nacional en su amplio territorio, y en particular en la región de la Amazonía, que es la de menor presencia estatal y que además linda con los países hoy más conflictivitos en América del Sur, donde la actividad de organizaciones ambientalistas es percibida como una limitación a la autonomía del estado brasileño.
El plan de rearme en el largo plazo incluye la puesta en servicio de tres submarinos a propulsión nuclear, los que tendrán por misión dar seguridad a todo el Atlántico Sur.
En una conferencia que dio el ministro de Defensa de Brasil en Buenos Aires, sostuvo que la cooperación para evitar que la Argentina pierda sus derechos en la Antártida, debería ser un punto importante en la relación bilateral.
Así, el rearme brasileño responde en primer lugar al objetivo de ser potencia global, en segundo término a tener la capacidad de ejercer un rol moderador en la región y por último a mantener la capacidad de hacer efectiva la presencia estatal en las regiones menos pobladas del país.
4. Visión argentina del éxito brasileño.
Históricamente, en la Argentina siempre han existido dos tendencias respecto a Brasil. Una tendencia buscó la conciliación y evitó el conflicto, como fueron los casos de los presidentes Roca, Justo, Perón, Frondizi, Alfonsín y Menem. Otra, más nacionalista, vio a Brasil primero como el adversario o competidor regional y, más tarde, cuando Argentina perdió posiciones relativas, como una amenaza. Como en otros temas, la opinión argentina no ha sido homogénea en esta cuestión.
El problema es que, un siglo atrás, la economía de Argentina era dos veces la de Brasil, y en cambio hoy el PBI brasileño es cuatro veces el argentino. La cuestión es que todavía sectores de la dirigencia argentina ven a Brasil como si fuéramos el país del pasado que podía competir con él y no el del presente, que ha pasado a ser un país mediano y no grande. Este es el tipo de percepción que subyace en la diferencia respecto a la pretensión brasileña de lograr un puesto permanente en el Consejo de Seguridad de la UN.
Pero tampoco pueden compararse las relaciones de EEUU con México y Canadá, con la de Brasil y Argentina. El primero es nueve veces México y seis veces Canadá en términos de PBI. En cambio la Argentina, pese a su caída relativa, es el segundo PBI de América del Sur y el que sigue a Brasil. Más bien podría compararse la relación que Italia o España pueden tener con Alemania.
En lo que hace a la compra de empresas argentinas por capitales brasileños, hasta el momento esta inversión no ha generado reacciones negativas. Hacia el futuro es difícil pronosticar qué sucederá. El nacionalismo argentino es intermitente y cíclico, y no permanente. No puede descartarse en el futuro algún tipo de reacción de sectores nacionalistas.
Concretamente, hoy en día hay sectores del Gobierno que plantean la necesidad de un eje Buenos Aires-Caracas para contener la influencia y el poder de Brasil y algo de eso sucede hoy en la política exterior argentina, que parece buscar un equilibrio oscilante entre Brasilia y Caracas.
Respecto a la competencia por el liderazgo regional entre Argentina y Brasil, históricamente, el segundo apoyó a Uruguay en conflictos con la Argentina, como sucedió hace un siglo con los problemas del Río de la Plata. En los años treinta, durante la guerra del Chaco, Argentina jugó un papel más relevante y el canciller argentino, Carlos Saavedra Lamas, obtuvo el Premio Nobel de la paz por la solución de este conflicto. En Paraguay, históricamente ha existido cierta pugna, hábilmente aprovechada por los paraguayos para obtener ventajas a dos puntas. Sobre Bolivia, los gobiernos militares argentinos influyeron mucho en los golpes de 1971 y 1980, pero en cambio la influencia económica brasileña fue más importante. En algún momento se planteó un juego de alianzas de Argentina con Perú y Bolivia, frente a Chile con Brasil y Ecuador, con Paraguay en postura oscilante. Estos eran juegos de guerra de los estados mayores, tomados de los sistemas de alianzas europeos.
Hoy, para la izquierda argentina, Chávez es la barrera contra EEUU y no Brasil, al cual ven con buenas relaciones con Washington y alianzas concretas en temas como los biocombustibles. Predomina más bien la idea de que Lula asume un rol de contención sobre Chávez y Morales, de acuerdo a la estrategia de Washington y no en su contra.
En mi opinión, Argentina debe estar más cerca de Brasilia que de Caracas y retomar la idea central de triángulo ABC (Argentina, Brasil y Chile) como eje de la política regional.
Venezuela, para la Argentina en el pasado reciente, ha tenido importancia por el precio de petróleo, en la colocación de bonos y en la importación de gasoil, pero Brasil y Chile son las alianzas naturales en el largo plazo, como lo determina tanto la historia como la geografía.
Oct-16-09 - por Rosendo Fraga
1. Crisis global y liderazgo político.
La crisis económica se globalizó y sus efectos llegaron a todo el mundo, pero las grandes potencias emergentes denominadas BRIC (Brasil, Rusia, India y China) con sistemas políticos diferentes entre ellas, mostraron mayor capacidad de lidiar con las consecuencias de la crisis que los gobiernos de los países desarrollados.
Este es el contexto en el cual se desarrolla Brasil, la economía más grande, el territorio más extenso y la población más importante de América Latina. Comenzó a recuperarse ya en el segundo trimestre del año y la creación de empleo empezó desde entonces, anticipándose -al igual que China- a la recuperación mundial.
Ha demostrado, al igual que el gigante asiático, una gran capacidad para manejar los efectos de la crisis global, tanto en lo político como en lo económico.
Pese a que en el primer trimestre de 2009 la industria cayó 15% y el desempleo inevitablemente aumentó, Lula mantiene un nivel de aprobación que, de acuerdo a los diversos sondeos, está llegando al 80%. No sólo es el más alto en la historia del Brasil y el presidente latinoamericano con mayor aprobación en su país, sino que es quien tiene el mayor consenso del mundo occidental.
Brasil se consolida así como el único actor global de América Latina. Lula ha dicho que su país ya es la séptima economía del mundo; obtiene más peso en el FMI y le presta 10.000 millones de dólares; logra los juegos olímpicos de 2016 para su país y el Mundial de Fútbol para el 2014; y en su gira europea reclama apoyo para obtener una banca permanente en el Consejo de Seguridad de la UN.
La Cumbre del G20 realizada en Pittsburgh, la de UNASUR-Unión Africana que tuvo lugar en la isla Margarita y la de UE-América Latina han sido escenarios en los cuales ha ejercido este rol.
Al mismo tiempo la economía el país se recupera rápidamente y el gobierno comienza a disminuir el estímulo, aun antes que lo hagan EEUU y la UE. Como datos negativos, un informe que acaba de difundirse da cuenta que el 13% de los brasileños reconoce haber vendido su voto por alguna contraprestación, mostrando un problema de calidad democrática; al igual que el resto de la región, está afectado por una fuerte desigualdad e inseguridad y el avance de la droga constituye una gran cuestión en los grandes centros urbanos.
2. Brasil, potencia energética.
Brasil no sólo se ha transformado en un actor global, como lo evidencia su rol como integrante del llamado grupo BRIC, sino que ahora agrega la posibilidad de transformarse también en potencia energética.
El reciente hallazgo de recursos petroleros en Brasil consolida la posición de este país, tanto como líder en América del Sur -y proyectándose también a América Central y el Caribe- como en su condición de ser el único país de la región con vocación de actor global.
Su objetivo estratégico es claro: ser una de las cuatro potencias emergentes del siglo XXI junto con China, India y Rusia, las cuatro potencias del grupo BRIC.
Las dos potencias asiáticas son importadoras de petróleo y la tercera es exportadora. Con el hallazgo reciente, Brasil se proyecta también como un país con excedente, en un mundo en el cual probablemente la energía seguirá incrementando su valor.
Hasta comienzos del siglo XXI era un neto importador de petróleo, lo cual significaba una vulnerabilidad.
Ello representaba una desventaja frente a Venezuela, el mayor exportador de América del Sur, y respecto a la Argentina, que en el pasado reciente se autoabastecía y tenía márgenes para la exportación y ahora se convirtió en importador.
Es una manifestación más de la supremacía que ha adquirido Brasil sobre la Argentina y una evidencia de un país que tiene estrategia de largo plazo y otro que carece de ella, absorbido por las urgencias del corto plazo.
3. El rearme brasileño.
El plan de rearme anunciado por el gobierno de Lula en 2009 es una evidencia más de la vocación de ser actor global, al buscar aumentar su capacidad en el campo estratégico-militar.
Los doce países de América del Sur han integrado UNASUR. Pero uno solo de ellos, Brasil, es la mitad de la región en términos de PBI, población y territorio.
Se trata de una asimetría similar a la que se puede registrar entre Rusia y las ex republicas soviéticas. O como si en Europa y sus veintisiete países, los tres más grandes (Alemania, Francia y el Reino Unido) fueran un solo.
Pero más allá de la dimensión, es el único país de América del Sur que tiene vocación de actor global, como se dijo.
Analizando América Latina -no sólo la del sur-, México es el otro país que por su dimensión podría pretender un rol de este tipo, pero por razones históricas y geográficas no tiene esta vocación.
Brasil se piensa así mismo como una potencia mundial, al estilo de China, Rusia e India.
Comparándolo con ellos, surge que la mayor desventaja relativa la tiene en el campo estratégico-militar, ya que las otras tres potencias tienen el arma nuclear y planes ambiciosos de reequipamiento y modernización de sus Fuerzas Armadas; Brasil está rezagado respecto a ellos en este rubro.
Es por esta razón que el rearme brasileño tiene como primer objetivo reforzar la condición del país como actor global.
En la región, Brasil, más que como líder, está actuando como un factor de moderación, como se puso en evidencia en la reciente Cumbre de Unasur en Bariloche, donde el logro fue lo que se pudo evitar, ya que la condena al acuerdo Bogotá-Washington para el uso de bases hubiera significado la crisis de UNASUR y su Consejo de Defensa.
Frente a la supuesta escalada en la compra de armamentos en los países de la región andina y en particular las adquisiciones de Venezuela en Rusia -Chávez ha realizado una gira por Libia, Argelia, Irán, Siria, Rusia y Bielorusia-, la tensión de dicho país y la que tuvo Ecuador con Colombia y la crítica al acuerdo para el uso de siete bases militares de este país por parte de EEUU, Brasil da una señal al aumentar su capacidad militar y reforzar así su rol de país moderador en la región.
Además, por razones de equilibrio regional, no puede permitir que Venezuela o Colombia superen su capacidad militar, ni tampoco que estalle un conflicto entre ambos.
Pero también las adquisiciones de armas en Francia, anunciadas por el gobierno brasileño, apuntan a adquirir los medios para hacer efectiva la soberanía nacional en su amplio territorio, y en particular en la región de la Amazonía, que es la de menor presencia estatal y que además linda con los países hoy más conflictivitos en América del Sur, donde la actividad de organizaciones ambientalistas es percibida como una limitación a la autonomía del estado brasileño.
El plan de rearme en el largo plazo incluye la puesta en servicio de tres submarinos a propulsión nuclear, los que tendrán por misión dar seguridad a todo el Atlántico Sur.
En una conferencia que dio el ministro de Defensa de Brasil en Buenos Aires, sostuvo que la cooperación para evitar que la Argentina pierda sus derechos en la Antártida, debería ser un punto importante en la relación bilateral.
Así, el rearme brasileño responde en primer lugar al objetivo de ser potencia global, en segundo término a tener la capacidad de ejercer un rol moderador en la región y por último a mantener la capacidad de hacer efectiva la presencia estatal en las regiones menos pobladas del país.
4. Visión argentina del éxito brasileño.
Históricamente, en la Argentina siempre han existido dos tendencias respecto a Brasil. Una tendencia buscó la conciliación y evitó el conflicto, como fueron los casos de los presidentes Roca, Justo, Perón, Frondizi, Alfonsín y Menem. Otra, más nacionalista, vio a Brasil primero como el adversario o competidor regional y, más tarde, cuando Argentina perdió posiciones relativas, como una amenaza. Como en otros temas, la opinión argentina no ha sido homogénea en esta cuestión.
El problema es que, un siglo atrás, la economía de Argentina era dos veces la de Brasil, y en cambio hoy el PBI brasileño es cuatro veces el argentino. La cuestión es que todavía sectores de la dirigencia argentina ven a Brasil como si fuéramos el país del pasado que podía competir con él y no el del presente, que ha pasado a ser un país mediano y no grande. Este es el tipo de percepción que subyace en la diferencia respecto a la pretensión brasileña de lograr un puesto permanente en el Consejo de Seguridad de la UN.
Pero tampoco pueden compararse las relaciones de EEUU con México y Canadá, con la de Brasil y Argentina. El primero es nueve veces México y seis veces Canadá en términos de PBI. En cambio la Argentina, pese a su caída relativa, es el segundo PBI de América del Sur y el que sigue a Brasil. Más bien podría compararse la relación que Italia o España pueden tener con Alemania.
En lo que hace a la compra de empresas argentinas por capitales brasileños, hasta el momento esta inversión no ha generado reacciones negativas. Hacia el futuro es difícil pronosticar qué sucederá. El nacionalismo argentino es intermitente y cíclico, y no permanente. No puede descartarse en el futuro algún tipo de reacción de sectores nacionalistas.
Concretamente, hoy en día hay sectores del Gobierno que plantean la necesidad de un eje Buenos Aires-Caracas para contener la influencia y el poder de Brasil y algo de eso sucede hoy en la política exterior argentina, que parece buscar un equilibrio oscilante entre Brasilia y Caracas.
Respecto a la competencia por el liderazgo regional entre Argentina y Brasil, históricamente, el segundo apoyó a Uruguay en conflictos con la Argentina, como sucedió hace un siglo con los problemas del Río de la Plata. En los años treinta, durante la guerra del Chaco, Argentina jugó un papel más relevante y el canciller argentino, Carlos Saavedra Lamas, obtuvo el Premio Nobel de la paz por la solución de este conflicto. En Paraguay, históricamente ha existido cierta pugna, hábilmente aprovechada por los paraguayos para obtener ventajas a dos puntas. Sobre Bolivia, los gobiernos militares argentinos influyeron mucho en los golpes de 1971 y 1980, pero en cambio la influencia económica brasileña fue más importante. En algún momento se planteó un juego de alianzas de Argentina con Perú y Bolivia, frente a Chile con Brasil y Ecuador, con Paraguay en postura oscilante. Estos eran juegos de guerra de los estados mayores, tomados de los sistemas de alianzas europeos.
Hoy, para la izquierda argentina, Chávez es la barrera contra EEUU y no Brasil, al cual ven con buenas relaciones con Washington y alianzas concretas en temas como los biocombustibles. Predomina más bien la idea de que Lula asume un rol de contención sobre Chávez y Morales, de acuerdo a la estrategia de Washington y no en su contra.
En mi opinión, Argentina debe estar más cerca de Brasilia que de Caracas y retomar la idea central de triángulo ABC (Argentina, Brasil y Chile) como eje de la política regional.
Venezuela, para la Argentina en el pasado reciente, ha tenido importancia por el precio de petróleo, en la colocación de bonos y en la importación de gasoil, pero Brasil y Chile son las alianzas naturales en el largo plazo, como lo determina tanto la historia como la geografía.
Se na batalha de Passo do Rosário houve controvérsias. As Vitórias em Lara-Quilmes e Monte Santiago, não deixam duvidas de quem às venceu!
Re: GEOPOLÍTICA
17/10/2009 - 03h00
Presidente Obama anuncia interdição aérea contra narcotráfico no Brasil
da Efe, em Washington
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (16) a interdição aérea de aviões que poderiam transportar drogas ilegais sobre território brasileiro.
Em uma "determinação presidencial" dirigida aos departamentos de Estado e de Defesa, o líder assinalou que a interdição "é necessária devido à extraordinária ameaça que representa o tráfico de drogas à segurança dessa nação".
Acrescentou que a interdição inclui, pelo menos, o uso de meios efetivos para identificar e advertir um avião suspeito de transportar drogas antes do uso da força.
A determinação presidencial indicou que o governo do Brasil tomou as medidas apropriadas para proteger a vida de inocentes tanto no ar como em terra.
A nota instrui o Departamento de Estado a publicar a decisão na Gazeta Federal e a notificar o Congresso.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 9370.shtml
Presidente Obama anuncia interdição aérea contra narcotráfico no Brasil
da Efe, em Washington
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (16) a interdição aérea de aviões que poderiam transportar drogas ilegais sobre território brasileiro.
Em uma "determinação presidencial" dirigida aos departamentos de Estado e de Defesa, o líder assinalou que a interdição "é necessária devido à extraordinária ameaça que representa o tráfico de drogas à segurança dessa nação".
Acrescentou que a interdição inclui, pelo menos, o uso de meios efetivos para identificar e advertir um avião suspeito de transportar drogas antes do uso da força.
A determinação presidencial indicou que o governo do Brasil tomou as medidas apropriadas para proteger a vida de inocentes tanto no ar como em terra.
A nota instrui o Departamento de Estado a publicar a decisão na Gazeta Federal e a notificar o Congresso.
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Re: GEOPOLÍTICA
O que isso quer dizerkurgan escreveu:17/10/2009 - 03h00
Presidente Obama anuncia interdição aérea contra narcotráfico no Brasil
da Efe, em Washington
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou nesta sexta-feira (16) a interdição aérea de aviões que poderiam transportar drogas ilegais sobre território brasileiro.
Em uma "determinação presidencial" dirigida aos departamentos de Estado e de Defesa, o líder assinalou que a interdição "é necessária devido à extraordinária ameaça que representa o tráfico de drogas à segurança dessa nação".
Acrescentou que a interdição inclui, pelo menos, o uso de meios efetivos para identificar e advertir um avião suspeito de transportar drogas antes do uso da força.
A determinação presidencial indicou que o governo do Brasil tomou as medidas apropriadas para proteger a vida de inocentes tanto no ar como em terra.
A nota instrui o Departamento de Estado a publicar a decisão na Gazeta Federal e a notificar o Congresso.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mund ... 9370.shtml
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Re: GEOPOLÍTICA
Que aviões vindo do Brasil com suspeita de portar drogas ou que ja portaram drogas podem ser apreendidos nos EUA.
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Depois de um incidente no Peru, onde um avião com missionários foi derrubado por engano, os EUA ameaçaram com uma série de restrições e embargos os países que adotassem leis de abate.
Interpreto a notícia como um reconhecimento da capacidade brasileira de controlar seu espaço aéreo, tendo meios com capacidade de identificação positiva aptos a diferenciar voos comuns de narco contrabando, e que não seremos retaliados por usarmos efetivamente a lei do abate.
Interpreto a notícia como um reconhecimento da capacidade brasileira de controlar seu espaço aéreo, tendo meios com capacidade de identificação positiva aptos a diferenciar voos comuns de narco contrabando, e que não seremos retaliados por usarmos efetivamente a lei do abate.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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