O Collor também decide se ele quer congelar a poupança. O FHC também decide, se quiser, privatizar a Vale, a Petrobras.soultrain escreveu:Ipojuca, PE (AE) - Pouco habituado a entrar em polêmicas com os militares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu ontem da rotina e enquadrou a Aeronáutica. Lula avisou que a compra de caças para Força Aérea Brasileira (FAB) é uma decisão exclusiva dele. Em entrevista após inaugurar uma estaleiro no Porto de Suape, Lula disse que achou “engraçado” queixas na imprensa de que o governo não levou em conta análises técnicas ao manifestar preferência pelos aviões modelo Rafale da empresa francesa Dassault. “A FAB tem o conhecimento tecnológico para fazer avaliação, e vai fazer; eu preciso que ela faça (avaliação tecnológica). Agora, a decisão é política e estratégica”, afirmou. “E essa é do presidente da República e de ninguém mais”
A declaração de Lula foi recebida com reserva entre os militares, que preferiram não entrar em rota de colisão com o presidente. Em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, o brigadeiro Dirceu Noro, presidente da comissão técnica que faz a avaliação dos caças que concorrem para equipar a FAB, disse que a Aeronáutica indicaria um “vitorioso” no certame.
Em sintonia com Lula, e dentro da estratégia de enquadramento dos militares, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, declarou: “A Aeronáutica não tem autonomia para decidir”.
A afirmação de Jobim, repassada aos brigadeiros, é que o Rafale poderá ser escolhido, mesmo que no ranking das aeronaves selecionadas o caça francês não esteja em primeiro lugar. “A decisão sobre o que será comprado pelo país é política, dentro dos interesses estratégicos do país. É do presidente da República”, acrescentou Jobim.
“O Sarkozy ofereceu possibilidades. Agora, vamos ver se a Dassault está disposta a flexibilizar a proposta”, disse Lula. O presidente relatou que as fabricantes Boeing, dos Estados Unidos, e Saab, da Suécia, que tentam vender caças ao Brasil, não apresentaram propostas concretas de repasse de tecnologia. “Não existe proposta até agora, fora a do Sarkozy, dita a mim pessoalmente, de flexibilizar”, disse. Ele afirmou que a negociação não está fechada e o governo ainda estuda propostas. “Uma coisa está clara: queremos transferir tecnologia e construir esses aviões no Brasil”.
Executivos da Dassault informaram recentemente que os caças seriam fabricados na França. Ontem, Lula repetiu que Sarkozy deu garantias de montar os aparelhos no Brasil. “O presidente Sarkozy foi o presidente que até agora disse textualmente para mim que quer não apenas transferir tecnologia, mas fazer o avião aqui e que o Brasil tem disponibilidade de vender para toda a América Latina”.
A uma pergunta sobre a conclusão das negociações, Lula respondeu que não tem pressa. “Não tenho obrigação de decidir isso amanhã, depois de amanhã ou no ano que vem. Eu decido quando quiser. É isso”, disse. O presidente ressaltou que o negócio ainda não está fechado: “Estamos estudando. É muito dinheiro em jogo, é muita coisa em jogo”.
Isso não quer dizer nada, temos que atuar dentro do papel popular, cobrando explicações, motivos. Não compactuando com qualquer escolhido.
Se a decisão for contra a FAB, contra a idústria, e ainda pelo mais caro, ela terá sim que ser fundamentada. Porque quem paga a conta sou eu, você, somos nós.
Ficar colando texto falando que quem decide é o Lula e o NJ, isso eu to cansado de saber, porém não quer dizer nada.
Os rumos tomados por uma nação, em qualquer área, tem que ser bem fundamentados e apresentados de forma plausível ao eleitorado.
Me parece que estes textos só ilustram o seguinte: "olha, o projeto do caça que você gosta é melhor, mas não estou nem aí, o Presidente está do lado do meu!"
Por favor, estamos aqui discutindo BRASIL. Falar puramente que uma escolha é "estratégica" é muito vago, precisam ser dados argumentos sólidos apontando a esta decisão, ainda mais quando ela vai nos atrelar a uma dependência (unilatera ou mútua).