Galera.
Não sei se alguém concordará comigo em relação ao recente problema de transferência de tecnologia / Embraer, mas acho que o governo está sendo muito condescendente com esta empresa.
Ela já deu varias facadas nas costas do governo e ainda se acha a ultima bolacha do saco. Ela, acertadamente está vendo seu lado pratico. Se o governo vai pagar para ela aprender a fazer avião militar, que ela indique onde vai obter o melhor resultado para ela, entretanto pode não ser o melhor para o país, é obvio.
A embraer parece mais aquele menino que vai para a escola torcendo para o professor faltar para não ter trabalho. Se o governo pagar a conta ela se da bem, se não pagar, continua fazendo aviõezinhos comerciais e pronto. Falta ambição e visão de futuro para ela. Não está acompanhando as mudanças do país e isto não é bom. “Cobra que não anda não engole sapo”. Ficar esperando pelo governo às vezes é bom, mas outras não. Deveria, no meu modo de ver, procurar se inserir nos meios geradores de tecnologia e se desenvolver para numa hora destas ela chegar e apresentar a solução. Tantos brasileiros fazem isso. Quem não tira do parco salário recurso para seu autodesenvolvimento? Mas a empresa parece ficar esperando o governo pagar a conta, infelizmente.
Grande diferença para empresas como a Mectron, Ael e outras que investem seus próprios recursos para se capacitarem a produzirem meios cada vez mais avançados na área de defesa.
Em minha humilde visão da coisa, o governo deveria criar uma segunda empresa de aeronáutica mais comprometida com a atual realidade brasileira para desenvolvimento de caças e botar o pessoal do CTA pra desenvolver os sistemas críticos necessários para baratear o preço. Existem milhares de brasileiros dispostos a trabalhar pelo desenvolvimento do país. Se quiserem correr o risco com o Gripen, que seja, mas que tenham a liberdade para trocar os itens que dão margem a embargos estrangeiros.
Agora mesmo estamos vendo a Embraer envolvida em mais um escândalo de superfaturamento, e desta vez na Argentina. Parece que nada aprenderam com o caso do Mirage2000Br, que seria o avião mais caro dentre todos apresentados no FX1, inclusive alguns com tecnologias mais modernas. Abaixo segue matéria do Clarin. Fui
Venda da Embraer à Argentina está sob suspeita
O acordo entre a fabricante brasileira de aviões Embraer e o governo argentino de Cristina Kirchner para a venda de 20 aeronaves brasileiras à estatal Aerolíneas Argentinas está sob suspeita de superfaturamento, segundo informações publicadas hoje pelo jornal La Nación. Os 20 aviões modelo E190AR deverão começar a chegar ao país em julho de 2010 e vão custar US$ 698 milhões, dos quais 85% serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e 15% pelo Estado argentino. As estimativas são de que o superfaturamento na compra dos 20 aviões estaria ao redor de US$ 100 milhões, conforme o jornal. Ainda segundo o La Nación, o governo argentino não realizou uma licitação pública para a compra dos aviões, o que seria ilegal.
Cada unidade custa US$ 34,9 milhões à Argentina, mas segundo levantamento realizado pelo jornal, em novembro do ano passado, pelo mesmo modelo, a Aeroméxico pagou US$ 29 milhões, e, em julho, a Taca Airlines pagou US$ 30,5 milhões. Procuradas pela reportagem, a Embraer e o BNDES não tinham um posicionamento sobre as informações veiculadas pelo La Nación.
Ao jornal, o Ministério de Planejamento, ao qual a Secretaria de Transportes está subordinada, explica que o preço real de cada avião é de US$ 30,6 milhões e que US$ 4,3 milhões adicionais dizem respeito aos serviços extras previstos no acordo, como capacitação técnica para manutenção das aeronaves, fabricação de algumas peças e instrução de pilotos. A operação foi negociada pelo ex-secretário de Transportes, Ricardo Jaime, demitido do cargo após denúncias de corrupção e que responde a processo na Justiça. Segundo o jornal, o valor total do contrato é questionado internamente pela companhia, porque é mais elevado que o preço que outras empresas pagaram pelo mesmo tipo de aeronave.
As suspeitas foram levantadas depois que o ex-presidente da Aerolíneas Argentinas e atual Ministro de Justiça, Julio Alak, disse, no início do ano, durante uma reunião de diretoria, que cada aeronave custaria no máximo US$ 29 milhões, segundo o La Nación.
A presidente Cristina Kirchner anunciou a assinatura do acordo de compra dos 20 aviões da Embraer em 21 de maio deste ano. Os aparelhos serão destinados à companhia aérea Austral, subsidiária da Aerolíneas Argentinas, reestatizada no ano passado. A Aerolíneas e a Austral não compram aviões novos desde 1992. Na época, a presidente Cristina destacou que sua intenção era "revitalizá-las" com a aquisição de novas aeronaves.
Além da compra de aviões, a presidente assinou um entendimento entre a Embraer e o governo argentino para o apoio ao desenvolvimento e a capacitação tecnológica da Área Material Córdoba (AMC), a antiga Fábrica Militar de Aviões argentina, em processo de reestatização. O plano é que a AMC, no futuro, forneça serviços e peças para aeronaves da Embraer.