Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
P44 escreveu:vai dar melda esse tópico
Até os f*do,a porrada,se começarem com isso.
"Socialist governments traditionally do make a financial mess. They [socialists] always run out of other people's money. It's quite a characteristic of them."
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Vou esclarecer mais uma vez: para mim o caráter fundamental da discussão não é a política colonial portuguesa especificamente, mas e todo o sistema colonial pós-WWII embora não há dúvida q a manutenção por Salazar desse sitema reacionário enquanto a maioria dos países europeus já haviam dado independência a suas coloniais é peculiar e todos sabem qual o seu intituito. Também sabem q foram as desastrosas e injustificáveis guerras coloniais q levaram a queda desse regime decrépto q foi um atraso para a querida Portugal. Felizmente os portugueses provaram mais uma vez sua audácia e hoje Portugal é um dos países mais desenvolvidos da Europa. Fico feliz por isso.
Enfim, vamos ao q interessa. Primeiro uma síntese dos aspectos positivos e negativos da colonização e suas consequência para a independencia - é disso q estou falando. Fui eu mesmo q fiz, não é colagem da net!
Colonização na África - balanço geral: conseqüências para a independência
Segundo Adu Boahen (1) o impacto do colonialismo na África tanto é positivo como negativo. No entanto, há que se salientar desde o início que a maior parte dos efeitos positivos não são de origem intencional, tratam-se antes de conseqüências acidentais ou de medidas destinadas a defender os interesses dos colonizadores europeus. Para o autor os efeitos das ações coloniais foram positivos, negativos e dicotômicos (a mesma ação teve efeitos positivos e negativos).
Esses efeito podem ser exemplificados em:
A) Impacto no plano político:
Positivos -
1) a restauração de um grau maior de paz e de estabilidade na África (sobretudo após a Primeira Guerra Mundial);
2) criação (no nível geopolítico) dos modernos Estados independentes da África;
3) o sistema colonial introduziu em quase todas as partes da África duas novas instituições que a independência não eliminou: um novo sistema judiciário e uma nova burocracia (ou administração);
4) o nascimento não só de um novo tipo de nacionalismo africano, mas também do pan-africanismo.
Negativos - Se os efeitos positivos do colonialismo são inegáveis, seus aspectos negativos são ainda mais marcantes:
1) o desenvolvimento do nacionalismo, não obstante toda a sua importância, não foi somente uma conseqüência acidental da colonização: antes de ser resultado de um sentimento de identidade, de compromisso ou de lealdade para com o novo Estado Nacional, ele foi despertado pelo ódio surgido da frustração e da humilhação das medidas repressivas, da descriminação e da exploração introduzidas pelas autoridades européias;
2) mesmo admitindo-se que a estrutura geopolítica instituída tenha sido um êxito (mais uma vez acidental), há de se convir que ela mais criou do que resolveu problemas, principalmente porque muitos desses Estados foram criações artificiais e essa característica suscitou problemas que afetaram profundamente o desenvolvimento futuro do continente. Principais problemas: fronteiras que dividem grupos étnicos já existentes e fracionam Estados e reinos, o que provoca perturbações e deslocamentos. Uma conseqüência desta situação são algumas crônicas questões fronteiriças entre Estados africanos independentes; outra, dada o caráter arbitrário dessas fronteiras, é a constituição de Estados nacionais constituídos por uma miscelânea de povos de cultura, tradição e língua diferentes, impondo a esses países imensas dificuldades em se constituírem Estados-Nação, um problema de difícil solução. O caráter artificial e arbitrário das divisões coloniais teve ainda como conseqüência o surgimento de países com territórios minúsculos e outros gigantes, assim como minimamente eqüitativos em termos de recursos naturais e possibilidades econômicas;
3) outro impacto negativo foi a difusão do cristianismo que acabou por minar os fundamentos espirituais dos régulos (pequenos reis);
4)outro impacto, e talvez um dos mais nefastos, foi que, do ponto de vista político, o colonialismo criou a mentalidade entre os africanos, segunda a qual a propriedade pública não pertencia ao povo, mas às autoridades coloniais brancas, podendo e devendo estas assim tirar proveito dela em todas as oportunidades;
5) puro produto do colonialismo e que teve importância decisiva nos eventos futuros é a existência de um exército permanente em expediente completo. Criados em sua origem essencialmente para a conquista e a ocupação da África, serviram, depois dessa faze, para manter a dominação colonial, para dar andamentos a guerras mais vastas e para esmagar os movimentos da independência africanos. Após a derrocada do sistema colonial, eles foram dispersos, mas recuperados pelos novos chefes africanos independentes, para afinal se revelarem o mais problemático legado do colonialismo;
6) enfim, o último impacto do colonialismo, provavelmente o mais importante, foi a perda da soberania e da independência e, com ela, do direito dos africanos a dirigir seu próprio destino, tratar diretamente com o mundo exterior, planejar seu próprio desenvolvimento, gerir sua economia, determinar suas próprias estratégias, prioridades, obter livremente no exterior as técnicas mais modernas e adaptáveis e, de modo geral, de administrar - bem ou mal – seus próprios assuntos, êxitos e fracassos. Em suma, o colonialismo privou os africanos de um dos direitos mais fundamentais e inalienáveis dos povos: o direito a liberdade (2).
B) Impactos no plano econômico: de igual importância, a até maior que o impacto político, foi a herança econômica.
Positivos -
1) O primeiro efeito positivo do colonialismo, o mais evidente e profundo, a construção da infra-estrutura de estradas e vias férreas, a instalação de telégrafos, de linhas telefônicas, aeroportos, etc. O impacto sobre o setor primário da economia foi igualmente significativo e importante. O colonialismo agiu de todas as formas para desenvolver e explorar alguns dos ricos recursos naturais do continente e, nesse plano, obteve êxitos importantes. Foi no período colonial que todo o potencial mineral da África foi descoberto, a indústria mineira teve enorme expansão e as safras de exportação – cacau, café, tabaco, amendoim, sisal, borracha etc. – se disseminaram. Essa evolução econômica teve conseqüências de grande alcance. A primeira foi a comercialização da terra, que a transformou em valor real. Antes da era colonial, é incontestável que enormes extensões de terra, em muitas partes da África, estavam subpovoadas e subexploradas. A introdução e a difusão das culturas de exportação, bem como o desenvolvimento das indústrias mineiras, puseram termo a tal situação;
2) Em segundo lugar, a revolução econômica provocou o aumento do poder aquisitivo de alguns africanos e, portanto, da procura de bens de consumo. Em terceiro lugar, o fato de os próprios africanos cultivarem safras exportáveis permitiu que as pessoas enriquecessem, fosse qual fosse sua posição social, principalmente nas regiões rurais;
3) Outra conseqüência de enorme repercussão, em quase todas as regiões do continente, foi a introdução da economia monetária. Os efeitos dessa mudança foram muito significativos, já que, em primeiro lugar, desde a década de 1930, fora introduzido um novo padrão de riqueza, o qual já não se baseava na quantidade de produtos, mas no dinheiro. Em segundo lugar, as pessoas passaram a desenvolver atividades não mais centradas na necessidade de subsistência, mas na moeda. Em terceiro lugar, a introdução da economia monetária assinala o início das atividades bancárias na África, que se tornaram uma outra característica importante da economia dos Estados africanos independentes.
Negativos - Apesar de alguns aspectos positivos, no balanço geral, o impacto colonial não foi benéfico no plano econômico para o continente e a maior parte dos atuais problemas de desenvolvimento da África advém desse legado.
1) Essa proposição pode ser corroborada, em primeiro lugar, pelo fato de a infra-estrutura proporcionada pelo colonialismo não era tão utilitária e adaptada como poderia ser. A rede não se destinava a facilitar as comunicações interafricanas. A infra-estrutura fora de fato concebida para facilitar a exploração dos recursos das colônias e conectá-los às metrópoles, não para promover o desenvolvimento econômico global da África ou os contatos entre africanos;
2) O crescimento econômico das colônias baseava-se nos recursos materiais das regiões, de modo que as zonas desprovidas de tais recursos haviam sido negligenciadas por completo;
3) Uma das características da economia colonial consistia em negligenciar ou em desencorajar deliberadamente a industrialização e a transformação das matérias primas e dos produtos agrícolas na maioria das colônias;
4) Não só a industrialização foi negligenciada como as indústrias e atividades artesanais existentes na época pré-colonial foram destruídas;
5) Embora a agricultura intensiva acabasse por se tornar a principal fonte de renda da maior parte dos Estados africanos, nenhuma tentativa fora feita para diversificar a economia rural das colônias. Após a independência muitos Estados eram dependentes de monoculturas sujeitas a flutuações do mercado internacional. Dessa forma, o colonialismo integrou as economias africanas na ordem econômica mundial, mas de forma bastante desvantajosa e exploratória, além de negligenciarem o setor interno da economia africana;
6) A comercialização da terra, levou à venda ilegal das terras comunais, praticadas por chefes de famílias sem escrúpulos, ou então a crescentes litígios, os quais generalizaram a pobreza, sobretudo entre as famílias dirigentes;
7) A colonização também acarretou no aparecimento de um número crescente de companhias bancárias, comerciais e marítimas estrangeiras, as quais, de 1910 em diante, se fundiram e se consolidaram sob a forma de oligopólios. Como conseqüência desse processo tivemos a eliminação dos africanos dos setores mais importantes e lucrativos da economia; o colonialismo pôs virtualmente fim ao comércio interafricano do período pré-colonial. O comércio de pequena e longa distância foi desestimulado, senão completamente proibido, já que as fronteiras políticas arbitrárias (de cada colônia) eram geralmente traçadas para indicar o limite das economias e o fluxo do comércio de cada colônia era reorientado para a metrópole;
8) Finalmente, todo o progresso econômico realizado durante o período colonial custou um elevado e injustificável preço para os africanos: o trabalho forçado, o trabalho migratório, a monocultura obrigatória, a tomada compulsória de terras, a mobilização forçada da população.
C) Impacto no plano social:
Positivos –
1) O legado do colonialismo no plano social teve como efeito benéfico o aumento geral da população, no decurso do período, após as duas ou três primeiras décadas de dominação européia, devido à consolidação de bases econômicas e de uma infra-estrutura de transporte que permitiu a remessa de mercadoria e o combate de epidemias em algumas regiões;
2) O segundo efeito está diretamente relacionado ao primeiro: a urbanização;
3) A difusão do cristianismo, do islamismo e da educação ocidental representou outro importante impacto do colonialismo. Os missionários cristãos e religiosos muçulmanos, aproveitando os momentos de paz e a ordem reinante, assim como o patrocínio e, em certas regiões, o encorajamento do colonialismo, expandiram suas atividades sempre e cada vez mais longe para o interior do continente. Essa expansão reforçou o pluralismo religioso africano, bem como a propagação de sistemas educacionais;
4) O quarto impacto do colonialismo, cuja vantagem é discutível, foi a instituição de uma língua franca em cada colônia ou conjunto de colônias. Com algumas exceções, está tornou-se a língua oficial, dos negócios e, comumente, o principal meio de comunicação entre inúmeros grupos lingüísticos que formam a população de cada colônia. No entanto, a língua colonial também teve a lamentável conseqüência de impedir a transformação de certas línguas autóctones em nacionais ou de veiculação;
5) O derradeiro benefício social trazido pelo colonialismo foi a nova estrutura social que ele introduziu ao possibilitar novas possibilidades de mobilidade social que não a que advinha do nascimento (origem familiar).
Negativos - Se o colonialismo teve alguns efeitos sociais positivos, teve também alguns seriamente negativos:
1) Em primeiro lugar, deve-se mencionar o hiato crescente que se desenvolveu durante a época colonial entre os centros urbanos e as zonas rurais;
2) O segundo problema social grave foi a introdução dos colonos europeus que muitas vezes ficaram com as terras mais férteis e asiáticos que em muitas casos monopolizaram o comércio varejista e atacadista em algumas regiões;
3) Ainda que o colonialismo tenha introduzido certos serviços sociais, eles não só eram em geral inadequados e desigualmente distribuídos em cada colônia, mas também se destinavam em primeiro lugar à minoria dos imigrantes e administradores brancos, daí sua concentração nas cidades;
4) No quesito educação, a oferecida na época colonial revelou-se globalmente inadequada, aquém da demanda, desigualmente distribuída e mal orientada, de modo que seus resultados não foram, portanto, muitos positivos para África como poderiam ser. Aliás, as conseqüências foram profundas e permanentes, com os países independentes possuindo enormes taxas de analfabetismo e, em grande mediada, com uma elite alienada que reverenciava a cultura e civilização européia e menosprezava a tradicional autóctone;
5) Enfim, outro impacto lastimável do colonialismo foi a deterioração da situação da mulher africana coma sua exclusão da maioria das atividades introduzidas ou intensificadas pelo colonialismo como a educação, atividades econômicas e profissionais (3).
Em suma, em escala temporal, para a história do homem no continente africano (aliás, o berço da humanidade) o período colonial não passou de um interlúdio breve, mas que, no entanto, mudou radicalmente a orientação e o ritmo da história africana.
(1) BOAHEN, Albert Adu. 30. O colonialismo na África: impacto e significação. In: BOAHEN, A. Adu. (Coord.). História Geral da África. VII. A África sob dominação colonial, 1880-1935. São Paulo: Ática/UNESCO, 1991.
(2) BOAHEN, Albert Adu. Op. cit. p. 789-793.
(3) BOAHEN, Albert Adu. Op. cit. p. 794-806.
Enfim, vamos ao q interessa. Primeiro uma síntese dos aspectos positivos e negativos da colonização e suas consequência para a independencia - é disso q estou falando. Fui eu mesmo q fiz, não é colagem da net!
Colonização na África - balanço geral: conseqüências para a independência
Segundo Adu Boahen (1) o impacto do colonialismo na África tanto é positivo como negativo. No entanto, há que se salientar desde o início que a maior parte dos efeitos positivos não são de origem intencional, tratam-se antes de conseqüências acidentais ou de medidas destinadas a defender os interesses dos colonizadores europeus. Para o autor os efeitos das ações coloniais foram positivos, negativos e dicotômicos (a mesma ação teve efeitos positivos e negativos).
Esses efeito podem ser exemplificados em:
A) Impacto no plano político:
Positivos -
1) a restauração de um grau maior de paz e de estabilidade na África (sobretudo após a Primeira Guerra Mundial);
2) criação (no nível geopolítico) dos modernos Estados independentes da África;
3) o sistema colonial introduziu em quase todas as partes da África duas novas instituições que a independência não eliminou: um novo sistema judiciário e uma nova burocracia (ou administração);
4) o nascimento não só de um novo tipo de nacionalismo africano, mas também do pan-africanismo.
Negativos - Se os efeitos positivos do colonialismo são inegáveis, seus aspectos negativos são ainda mais marcantes:
1) o desenvolvimento do nacionalismo, não obstante toda a sua importância, não foi somente uma conseqüência acidental da colonização: antes de ser resultado de um sentimento de identidade, de compromisso ou de lealdade para com o novo Estado Nacional, ele foi despertado pelo ódio surgido da frustração e da humilhação das medidas repressivas, da descriminação e da exploração introduzidas pelas autoridades européias;
2) mesmo admitindo-se que a estrutura geopolítica instituída tenha sido um êxito (mais uma vez acidental), há de se convir que ela mais criou do que resolveu problemas, principalmente porque muitos desses Estados foram criações artificiais e essa característica suscitou problemas que afetaram profundamente o desenvolvimento futuro do continente. Principais problemas: fronteiras que dividem grupos étnicos já existentes e fracionam Estados e reinos, o que provoca perturbações e deslocamentos. Uma conseqüência desta situação são algumas crônicas questões fronteiriças entre Estados africanos independentes; outra, dada o caráter arbitrário dessas fronteiras, é a constituição de Estados nacionais constituídos por uma miscelânea de povos de cultura, tradição e língua diferentes, impondo a esses países imensas dificuldades em se constituírem Estados-Nação, um problema de difícil solução. O caráter artificial e arbitrário das divisões coloniais teve ainda como conseqüência o surgimento de países com territórios minúsculos e outros gigantes, assim como minimamente eqüitativos em termos de recursos naturais e possibilidades econômicas;
3) outro impacto negativo foi a difusão do cristianismo que acabou por minar os fundamentos espirituais dos régulos (pequenos reis);
4)outro impacto, e talvez um dos mais nefastos, foi que, do ponto de vista político, o colonialismo criou a mentalidade entre os africanos, segunda a qual a propriedade pública não pertencia ao povo, mas às autoridades coloniais brancas, podendo e devendo estas assim tirar proveito dela em todas as oportunidades;
5) puro produto do colonialismo e que teve importância decisiva nos eventos futuros é a existência de um exército permanente em expediente completo. Criados em sua origem essencialmente para a conquista e a ocupação da África, serviram, depois dessa faze, para manter a dominação colonial, para dar andamentos a guerras mais vastas e para esmagar os movimentos da independência africanos. Após a derrocada do sistema colonial, eles foram dispersos, mas recuperados pelos novos chefes africanos independentes, para afinal se revelarem o mais problemático legado do colonialismo;
6) enfim, o último impacto do colonialismo, provavelmente o mais importante, foi a perda da soberania e da independência e, com ela, do direito dos africanos a dirigir seu próprio destino, tratar diretamente com o mundo exterior, planejar seu próprio desenvolvimento, gerir sua economia, determinar suas próprias estratégias, prioridades, obter livremente no exterior as técnicas mais modernas e adaptáveis e, de modo geral, de administrar - bem ou mal – seus próprios assuntos, êxitos e fracassos. Em suma, o colonialismo privou os africanos de um dos direitos mais fundamentais e inalienáveis dos povos: o direito a liberdade (2).
B) Impactos no plano econômico: de igual importância, a até maior que o impacto político, foi a herança econômica.
Positivos -
1) O primeiro efeito positivo do colonialismo, o mais evidente e profundo, a construção da infra-estrutura de estradas e vias férreas, a instalação de telégrafos, de linhas telefônicas, aeroportos, etc. O impacto sobre o setor primário da economia foi igualmente significativo e importante. O colonialismo agiu de todas as formas para desenvolver e explorar alguns dos ricos recursos naturais do continente e, nesse plano, obteve êxitos importantes. Foi no período colonial que todo o potencial mineral da África foi descoberto, a indústria mineira teve enorme expansão e as safras de exportação – cacau, café, tabaco, amendoim, sisal, borracha etc. – se disseminaram. Essa evolução econômica teve conseqüências de grande alcance. A primeira foi a comercialização da terra, que a transformou em valor real. Antes da era colonial, é incontestável que enormes extensões de terra, em muitas partes da África, estavam subpovoadas e subexploradas. A introdução e a difusão das culturas de exportação, bem como o desenvolvimento das indústrias mineiras, puseram termo a tal situação;
2) Em segundo lugar, a revolução econômica provocou o aumento do poder aquisitivo de alguns africanos e, portanto, da procura de bens de consumo. Em terceiro lugar, o fato de os próprios africanos cultivarem safras exportáveis permitiu que as pessoas enriquecessem, fosse qual fosse sua posição social, principalmente nas regiões rurais;
3) Outra conseqüência de enorme repercussão, em quase todas as regiões do continente, foi a introdução da economia monetária. Os efeitos dessa mudança foram muito significativos, já que, em primeiro lugar, desde a década de 1930, fora introduzido um novo padrão de riqueza, o qual já não se baseava na quantidade de produtos, mas no dinheiro. Em segundo lugar, as pessoas passaram a desenvolver atividades não mais centradas na necessidade de subsistência, mas na moeda. Em terceiro lugar, a introdução da economia monetária assinala o início das atividades bancárias na África, que se tornaram uma outra característica importante da economia dos Estados africanos independentes.
Negativos - Apesar de alguns aspectos positivos, no balanço geral, o impacto colonial não foi benéfico no plano econômico para o continente e a maior parte dos atuais problemas de desenvolvimento da África advém desse legado.
1) Essa proposição pode ser corroborada, em primeiro lugar, pelo fato de a infra-estrutura proporcionada pelo colonialismo não era tão utilitária e adaptada como poderia ser. A rede não se destinava a facilitar as comunicações interafricanas. A infra-estrutura fora de fato concebida para facilitar a exploração dos recursos das colônias e conectá-los às metrópoles, não para promover o desenvolvimento econômico global da África ou os contatos entre africanos;
2) O crescimento econômico das colônias baseava-se nos recursos materiais das regiões, de modo que as zonas desprovidas de tais recursos haviam sido negligenciadas por completo;
3) Uma das características da economia colonial consistia em negligenciar ou em desencorajar deliberadamente a industrialização e a transformação das matérias primas e dos produtos agrícolas na maioria das colônias;
4) Não só a industrialização foi negligenciada como as indústrias e atividades artesanais existentes na época pré-colonial foram destruídas;
5) Embora a agricultura intensiva acabasse por se tornar a principal fonte de renda da maior parte dos Estados africanos, nenhuma tentativa fora feita para diversificar a economia rural das colônias. Após a independência muitos Estados eram dependentes de monoculturas sujeitas a flutuações do mercado internacional. Dessa forma, o colonialismo integrou as economias africanas na ordem econômica mundial, mas de forma bastante desvantajosa e exploratória, além de negligenciarem o setor interno da economia africana;
6) A comercialização da terra, levou à venda ilegal das terras comunais, praticadas por chefes de famílias sem escrúpulos, ou então a crescentes litígios, os quais generalizaram a pobreza, sobretudo entre as famílias dirigentes;
7) A colonização também acarretou no aparecimento de um número crescente de companhias bancárias, comerciais e marítimas estrangeiras, as quais, de 1910 em diante, se fundiram e se consolidaram sob a forma de oligopólios. Como conseqüência desse processo tivemos a eliminação dos africanos dos setores mais importantes e lucrativos da economia; o colonialismo pôs virtualmente fim ao comércio interafricano do período pré-colonial. O comércio de pequena e longa distância foi desestimulado, senão completamente proibido, já que as fronteiras políticas arbitrárias (de cada colônia) eram geralmente traçadas para indicar o limite das economias e o fluxo do comércio de cada colônia era reorientado para a metrópole;
8) Finalmente, todo o progresso econômico realizado durante o período colonial custou um elevado e injustificável preço para os africanos: o trabalho forçado, o trabalho migratório, a monocultura obrigatória, a tomada compulsória de terras, a mobilização forçada da população.
C) Impacto no plano social:
Positivos –
1) O legado do colonialismo no plano social teve como efeito benéfico o aumento geral da população, no decurso do período, após as duas ou três primeiras décadas de dominação européia, devido à consolidação de bases econômicas e de uma infra-estrutura de transporte que permitiu a remessa de mercadoria e o combate de epidemias em algumas regiões;
2) O segundo efeito está diretamente relacionado ao primeiro: a urbanização;
3) A difusão do cristianismo, do islamismo e da educação ocidental representou outro importante impacto do colonialismo. Os missionários cristãos e religiosos muçulmanos, aproveitando os momentos de paz e a ordem reinante, assim como o patrocínio e, em certas regiões, o encorajamento do colonialismo, expandiram suas atividades sempre e cada vez mais longe para o interior do continente. Essa expansão reforçou o pluralismo religioso africano, bem como a propagação de sistemas educacionais;
4) O quarto impacto do colonialismo, cuja vantagem é discutível, foi a instituição de uma língua franca em cada colônia ou conjunto de colônias. Com algumas exceções, está tornou-se a língua oficial, dos negócios e, comumente, o principal meio de comunicação entre inúmeros grupos lingüísticos que formam a população de cada colônia. No entanto, a língua colonial também teve a lamentável conseqüência de impedir a transformação de certas línguas autóctones em nacionais ou de veiculação;
5) O derradeiro benefício social trazido pelo colonialismo foi a nova estrutura social que ele introduziu ao possibilitar novas possibilidades de mobilidade social que não a que advinha do nascimento (origem familiar).
Negativos - Se o colonialismo teve alguns efeitos sociais positivos, teve também alguns seriamente negativos:
1) Em primeiro lugar, deve-se mencionar o hiato crescente que se desenvolveu durante a época colonial entre os centros urbanos e as zonas rurais;
2) O segundo problema social grave foi a introdução dos colonos europeus que muitas vezes ficaram com as terras mais férteis e asiáticos que em muitas casos monopolizaram o comércio varejista e atacadista em algumas regiões;
3) Ainda que o colonialismo tenha introduzido certos serviços sociais, eles não só eram em geral inadequados e desigualmente distribuídos em cada colônia, mas também se destinavam em primeiro lugar à minoria dos imigrantes e administradores brancos, daí sua concentração nas cidades;
4) No quesito educação, a oferecida na época colonial revelou-se globalmente inadequada, aquém da demanda, desigualmente distribuída e mal orientada, de modo que seus resultados não foram, portanto, muitos positivos para África como poderiam ser. Aliás, as conseqüências foram profundas e permanentes, com os países independentes possuindo enormes taxas de analfabetismo e, em grande mediada, com uma elite alienada que reverenciava a cultura e civilização européia e menosprezava a tradicional autóctone;
5) Enfim, outro impacto lastimável do colonialismo foi a deterioração da situação da mulher africana coma sua exclusão da maioria das atividades introduzidas ou intensificadas pelo colonialismo como a educação, atividades econômicas e profissionais (3).
Em suma, em escala temporal, para a história do homem no continente africano (aliás, o berço da humanidade) o período colonial não passou de um interlúdio breve, mas que, no entanto, mudou radicalmente a orientação e o ritmo da história africana.
(1) BOAHEN, Albert Adu. 30. O colonialismo na África: impacto e significação. In: BOAHEN, A. Adu. (Coord.). História Geral da África. VII. A África sob dominação colonial, 1880-1935. São Paulo: Ática/UNESCO, 1991.
(2) BOAHEN, Albert Adu. Op. cit. p. 789-793.
(3) BOAHEN, Albert Adu. Op. cit. p. 794-806.
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
tgcastilho escreveu:P44 escreveu:vai dar melda esse tópico
Até os f*do,a porrada,se começarem com isso.
oh enginheiro, bocê naum se desgraice, carago!
Triste sina ter nascido português
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Sugiro mudarmos o assunto para a legitimidade do domínio castelhano sobre Olivença para os ânimos arrefecerem um pouco...P44 escreveu:vai dar melda esse tópico
Brotei no Ventre da Pampa,que é Pátria na minha Terra/Sou resumo de uma Guerra,que ainda tem importância/Sou Raiz,sou Sangue,sou Verso/Sou maior que a História Grega/Eu sou Gaúcho e me chega,p'ra ser Feliz no Universo.
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Prezados,
Só quero avisar a todos que estou acompanhado com extremo interesse o desenrolar deste tópico. E ao menor indício de desavença o mesmo será bloqueado.
Um abraço
Só quero avisar a todos que estou acompanhado com extremo interesse o desenrolar deste tópico. E ao menor indício de desavença o mesmo será bloqueado.
Um abraço
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Muito bom texto. Pertinente contribuição Al Zarqawi. [ ], até mais...Al Zarqawi escreveu:Portugal no pós II Guerra... > Política de Defesa - A... > A Viragem
Política de defesa - A viragem
António José Telo
Portugal entra relutantemente para a NATO, numa altura em que ainda pensa que a Europa se tem de unir estreitamente com a África e regressar aos valores tradicionais, como forma de recuperar parte do seu peso anterior. Lisboa compreende já que a Inglaterra perdeu grande parte do seu poder, o que obriga a tentar algum tipo de aproximação com os EUA, mas acha que o secular aliado é ainda a principal referência no que diz respeito à manutenção do império. Em termos da Europa, Portugal aproximou-se da Espanha no pós-guerra e tem uma série de acordos com o país vizinho que consideram várias hipóteses, incluindo a defesa mútua dos regimes em caso de golpe de Estado num dos países.
A entrada na NATO é encarada com fortes reservas pelo país, pois teme-se a maior dependência em relação aos EUA que ela representa e as consequências em relação a África. É, no entanto, entendida como mal necessário, pois assegura a aproximação possível com os EUA numa altura em que a Inglaterra já não garante as funções tradicionais da aliança. É ainda a única forma de conseguir a modernização das Forças Armadas.
Portugal pressiona em vão para que a NATO prepare planos de defesa da Península que incluam a Espanha e para que alargue a sua esfera de acção a África. Os EUA não permitem a inclusão dos impérios europeus, abrindo só uma excepção relativamente a alguns departamentos da Argélia francesa. Washington deixa claro que a NATO se baseia numa espécie de acordo de cavalheiros em relação a África, nunca escrito mas real: os EUA não se envolvem na defesa activa dos impérios europeus, mas não fazem igualmente oposição agressiva à sua manutenção e asseguram mesmo apoio indirecto, pelo menos até 1959.
Os EUA aproveitam a NATO para levar o nosso país a assinar o acordo de defesa de 1951 e remodelar as Forças Armadas. A ajuda militar americana chega desde 1951 e, com ela, vêm as principais tecnologias importantes do pós-guerra. Os seus efeitos nas Forças Armadas são imensos e a todos os níveis. É preciso recordar que as tecnologias não existem em abstracto: ligadas a elas estão formas organizativas que não podem ser afastadas, estão níveis de formação e de educação específicos, assim como novas formas de motivar, enquadrar e comandar homens, ou seja, estão mentalidades.
As mudanças nas Forças Armadas e na política de defesa com a entrada na NATO são multifacetadas.
Em primeiro lugar, muda a própria articulação com o poder político, reduzindo-se o grau de autonomia dos militares e das duas armas tradicionais (Exército e Marinha), com a criação de organismos de coordenação da política de defesa, do estado-maior conjunto, do ministro da Defesa e do subsecretário de Estado da Aeronáutica e da Força Aérea.
Em segundo lugar, muda por completo o conceito de política militar do país. Antes, pensava-se em Forças Armadas que tinham a tónica num exército de massas (15 divisões), virado para a actuação na Península. Depois da NATO, passa a vigorar o conceito de uma força armada moderna e menor, onde a tónica é colocada na componente aeronaval. A participação de forças nacionais no teatro de operações europeu passa para segundo plano. As forças do ultramar são concentradas nas capitais de província, de modo a poder reforçar o continente em caso de guerra, ou seja, o contrário do esquema usual.
Em terceiro lugar, ascende rapidamente aos postos mais elevados uma geração de oficiais que passa, em larga medida, por cursos e estágios no estrangeiro. São oficiais com conhecimento técnico muito superior aos do passado, com clara admiração pela eficácia dos métodos de comando e de organização dos americanos e, o que é muito mais perigoso para o Estado Novo, com a noção de que as técnicas e métodos que admiram estão ligados a uma forma de motivação e educação dos homens associada ao funcionamento normal das democracias ocidentais. Desta geração NATO, que sobe muito rapidamente, saem os grandes críticos do imobilismo político do Estado Novo, em ligação directa com o presidente Craveiro Lopes. É uma geração nova que pressiona para aplicar reformas graduais no sentido de aproximar o pais do modelo político e económico das democracias ocidentais. Em relação a África, a geração NATO defende, numa primeira fase, um esquema de evolução gradual e controlada, que vá no sentido de maior autonomia e desenvolvimento do ultramar, sem a perda completa dos laços políticos.
É esta geração NATO que está por detrás dos abalos que acompanham a fase inicial do mandato de Craveiro Lopes, a campanha presidencial de 1958 e, finalmente, do golpe de Botelho Moniz, em 1961, onde é já a alta hierarquia que intervém.
A NATO funciona assim como verdadeiro aprendiz de feiticeiro em termos de forças armadas. Introduz em Portugal as tecnologias do pós-guerra e, com isso, cria nova organização e nova mentalidade. Sem essas mudanças, nunca as forças armadas teriam a eficácia necessária para manter a longa guerra de 13 anos em três frentes. Mas, ao mesmo tempo, cria uma geração de oficiais que encara criticamente, e com fortes reservas, o imobilismo do regime, nomeadamente em relação a África.
É essa geração que intervém em força em 1961, não tanto para impedir a guerra, mas para alterar os pressupostos políticos básicos que a orientaram quando ela começa. Recordamos que os chefes do golpe de Botelho Moniz são os oficiais que mais amplos contactos estabeleceram com a NATO nos anos anteriores.
Quando o golpe falha - não nos interessam as razões -, será ainda a geração NATO que faz as guerras em África, marcadas desde o primeiro momento pelos métodos, organização e técnicas que foram introduzidas nas Forças Armadas Portuguesas desde 1951.
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Comentário
Coloquei este texto,uma vez que Portugal sai do pós-guerra com um cenário geo-político estratégico totalmente novo,não só para Portugal mas para todo o Continente europeu.A hegemonia mundial muda de Continente,a Inglaterra perde a influência e assume-se uma nova potência mundial os EUA.
Portugal que outrora e como aliado da Inglaterra secularmente,tem de estreitar relações com essa nova potência e com outros conceitos e mentalidades.
A Europa,toda desarrumada políticamente e a peninsula ibérica com ditaduras que sairam fortalecidas do pós-guerra (Salazar e Franco).Por exemplo,em antes da II Guerra Mundial,não se davam nada bem,ambos pessoalmente nunca gostaram um do outro,pós-guerra modifica-se essa opinião,é curioso isto.
A Alemanha,perde suas colónias em África e alguns países pretendem reforçar sua presença como a Bélgica e Itália (Norte de África).
Neste contexto de descolonização por parte das potências europeias (Inglaterra e França),aparecem os legitimos nacionalismos africanos e para enumerar aqueles que mais interferiram em Portugal,podemos citar o Amilcar Cabral (Guiné e Cabo Verde)e Agostinho Neto (Angola).Podemos também citar um personagem neste puzzle o Leopold Senghor (Senegal) com quem o Estado Salazarista teve inúmeros e inpublicáveis episódios.Vale lembrar que em 1961,Portugal tinha perdido Goa,Damão e Diu (na Índia),também por esse nacionalismo desta vez de Nehru.
Quanto a Salazar era um prodigioso académico,saído de um mundo rural e interiorâneo tinha um conceito de Portugal e do mundo algo peculiares.
Para ele,Portugal deveria ser um país tipicamente rural e que se projectasse no mundo através das colónias Ultramarinas.E,é nesse contexto entre outras que se deve abordar tal tema.
Isto é muito básico o tema é diverso e por demais complexo.O mundo pós-guerra é completamente distinto do anterior,os cenários imprevisiveis com novos protagonistas e interesses comuns entre todos.
Mas essas disputas territoriais não se passam só em África,Portugal mesmo sofreu o interesse dos EUA pelos Açores (aliás gostaria que alguém desenvolvesse o tema,por ser demais interessante).
Do ponto de vista interno dá-se a forte migração portuguesa para principalmente o Brasil (inicio dos anos 50,por motivos económicos)e a partir dos anos 60 para a França e Alemanha,nesta década e inicio da 70,muita emigrava em virtude da Guerra Colonial,já não só por motivos económicos.E,convém dizer que essa forte emigração até hoje é visivel por todo o país principalmente na desertificação do interior.
É nessa conflitualidade de interesses que as situações se passam.
Enfim há tanto que dizer,isto abrange os anos de 1945 a 1974(Revolução dos Cravos).
Isto apenas é uma opinião e vale pelo que vale.
Abs,
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Nukualofa77 escreveu:Vou esclarecer mais uma vez: para mim o caráter fundamental da discussão não é a política colonial portuguesa especificamente, mas e todo o sistema colonial pós-WWII embora não há dúvida q a manutenção por Salazar desse sitema reacionário enquanto a maioria dos países europeus já haviam dado independência a suas coloniais é peculiar e todos sabem qual o seu intituito. Também sabem q foram as desastrosas e injustificáveis guerras coloniais q levaram a queda desse regime decrépto q foi um atraso para a querida Portugal. Felizmente os portugueses provaram mais uma vez sua audácia e hoje Portugal é um dos países mais desenvolvidos da Europa. Fico feliz por isso.
Enfim, vamos ao q interessa. Primeiro uma síntese dos aspectos positivos e negativos da colonização e suas consequência para a independencia - é disso q estou falando. Fui eu mesmo q fiz, não é colagem da net!
Colonização na África - balanço geral: conseqüências para a independência
Segundo Adu Boahen (1) o impacto do colonialismo na África tanto é positivo como negativo. No entanto, há que se salientar desde o início que a maior parte dos efeitos positivos não são de origem intencional, tratam-se antes de conseqüências acidentais ou de medidas destinadas a defender os interesses dos colonizadores europeus. Para o autor os efeitos das ações coloniais foram positivos, negativos e dicotômicos (a mesma ação teve efeitos positivos e negativos).
Esses efeito podem ser exemplificados em:
A) Impacto no plano político:
Positivos -
1) a restauração de um grau maior de paz e de estabilidade na África (sobretudo após a Primeira Guerra Mundial);
2) criação (no nível geopolítico) dos modernos Estados independentes da África;
3) o sistema colonial introduziu em quase todas as partes da África duas novas instituições que a independência não eliminou: um novo sistema judiciário e uma nova burocracia (ou administração);
4) o nascimento não só de um novo tipo de nacionalismo africano, mas também do pan-africanismo.
Negativos - Se os efeitos positivos do colonialismo são inegáveis, seus aspectos negativos são ainda mais marcantes:
1) o desenvolvimento do nacionalismo, não obstante toda a sua importância, não foi somente uma conseqüência acidental da colonização: antes de ser resultado de um sentimento de identidade, de compromisso ou de lealdade para com o novo Estado Nacional, ele foi despertado pelo ódio surgido da frustração e da humilhação das medidas repressivas, da descriminação e da exploração introduzidas pelas autoridades européias;
2) mesmo admitindo-se que a estrutura geopolítica instituída tenha sido um êxito (mais uma vez acidental), há de se convir que ela mais criou do que resolveu problemas, principalmente porque muitos desses Estados foram criações artificiais e essa característica suscitou problemas que afetaram profundamente o desenvolvimento futuro do continente. Principais problemas: fronteiras que dividem grupos étnicos já existentes e fracionam Estados e reinos, o que provoca perturbações e deslocamentos. Uma conseqüência desta situação são algumas crônicas questões fronteiriças entre Estados africanos independentes; outra, dada o caráter arbitrário dessas fronteiras, é a constituição de Estados nacionais constituídos por uma miscelânea de povos de cultura, tradição e língua diferentes, impondo a esses países imensas dificuldades em se constituírem Estados-Nação, um problema de difícil solução. O caráter artificial e arbitrário das divisões coloniais teve ainda como conseqüência o surgimento de países com territórios minúsculos e outros gigantes, assim como minimamente eqüitativos em termos de recursos naturais e possibilidades econômicas;
3) outro impacto negativo foi a difusão do cristianismo que acabou por minar os fundamentos espirituais dos régulos (pequenos reis);
4)outro impacto, e talvez um dos mais nefastos, foi que, do ponto de vista político, o colonialismo criou a mentalidade entre os africanos, segunda a qual a propriedade pública não pertencia ao povo, mas às autoridades coloniais brancas, podendo e devendo estas assim tirar proveito dela em todas as oportunidades;
5) puro produto do colonialismo e que teve importância decisiva nos eventos futuros é a existência de um exército permanente em expediente completo. Criados em sua origem essencialmente para a conquista e a ocupação da África, serviram, depois dessa faze, para manter a dominação colonial, para dar andamentos a guerras mais vastas e para esmagar os movimentos da independência africanos. Após a derrocada do sistema colonial, eles foram dispersos, mas recuperados pelos novos chefes africanos independentes, para afinal se revelarem o mais problemático legado do colonialismo;
6) enfim, o último impacto do colonialismo, provavelmente o mais importante, foi a perda da soberania e da independência e, com ela, do direito dos africanos a dirigir seu próprio destino, tratar diretamente com o mundo exterior, planejar seu próprio desenvolvimento, gerir sua economia, determinar suas próprias estratégias, prioridades, obter livremente no exterior as técnicas mais modernas e adaptáveis e, de modo geral, de administrar - bem ou mal – seus próprios assuntos, êxitos e fracassos. Em suma, o colonialismo privou os africanos de um dos direitos mais fundamentais e inalienáveis dos povos: o direito a liberdade (2).
B) Impactos no plano econômico: de igual importância, a até maior que o impacto político, foi a herança econômica.
Positivos -
1) O primeiro efeito positivo do colonialismo, o mais evidente e profundo, a construção da infra-estrutura de estradas e vias férreas, a instalação de telégrafos, de linhas telefônicas, aeroportos, etc. O impacto sobre o setor primário da economia foi igualmente significativo e importante. O colonialismo agiu de todas as formas para desenvolver e explorar alguns dos ricos recursos naturais do continente e, nesse plano, obteve êxitos importantes. Foi no período colonial que todo o potencial mineral da África foi descoberto, a indústria mineira teve enorme expansão e as safras de exportação – cacau, café, tabaco, amendoim, sisal, borracha etc. – se disseminaram. Essa evolução econômica teve conseqüências de grande alcance. A primeira foi a comercialização da terra, que a transformou em valor real. Antes da era colonial, é incontestável que enormes extensões de terra, em muitas partes da África, estavam subpovoadas e subexploradas. A introdução e a difusão das culturas de exportação, bem como o desenvolvimento das indústrias mineiras, puseram termo a tal situação;
2) Em segundo lugar, a revolução econômica provocou o aumento do poder aquisitivo de alguns africanos e, portanto, da procura de bens de consumo. Em terceiro lugar, o fato de os próprios africanos cultivarem safras exportáveis permitiu que as pessoas enriquecessem, fosse qual fosse sua posição social, principalmente nas regiões rurais;
3) Outra conseqüência de enorme repercussão, em quase todas as regiões do continente, foi a introdução da economia monetária. Os efeitos dessa mudança foram muito significativos, já que, em primeiro lugar, desde a década de 1930, fora introduzido um novo padrão de riqueza, o qual já não se baseava na quantidade de produtos, mas no dinheiro. Em segundo lugar, as pessoas passaram a desenvolver atividades não mais centradas na necessidade de subsistência, mas na moeda. Em terceiro lugar, a introdução da economia monetária assinala o início das atividades bancárias na África, que se tornaram uma outra característica importante da economia dos Estados africanos independentes.
Negativos - Apesar de alguns aspectos positivos, no balanço geral, o impacto colonial não foi benéfico no plano econômico para o continente e a maior parte dos atuais problemas de desenvolvimento da África advém desse legado.
1) Essa proposição pode ser corroborada, em primeiro lugar, pelo fato de a infra-estrutura proporcionada pelo colonialismo não era tão utilitária e adaptada como poderia ser. A rede não se destinava a facilitar as comunicações interafricanas. A infra-estrutura fora de fato concebida para facilitar a exploração dos recursos das colônias e conectá-los às metrópoles, não para promover o desenvolvimento econômico global da África ou os contatos entre africanos;
2) O crescimento econômico das colônias baseava-se nos recursos materiais das regiões, de modo que as zonas desprovidas de tais recursos haviam sido negligenciadas por completo;
3) Uma das características da economia colonial consistia em negligenciar ou em desencorajar deliberadamente a industrialização e a transformação das matérias primas e dos produtos agrícolas na maioria das colônias;
4) Não só a industrialização foi negligenciada como as indústrias e atividades artesanais existentes na época pré-colonial foram destruídas;
5) Embora a agricultura intensiva acabasse por se tornar a principal fonte de renda da maior parte dos Estados africanos, nenhuma tentativa fora feita para diversificar a economia rural das colônias. Após a independência muitos Estados eram dependentes de monoculturas sujeitas a flutuações do mercado internacional. Dessa forma, o colonialismo integrou as economias africanas na ordem econômica mundial, mas de forma bastante desvantajosa e exploratória, além de negligenciarem o setor interno da economia africana;
6) A comercialização da terra, levou à venda ilegal das terras comunais, praticadas por chefes de famílias sem escrúpulos, ou então a crescentes litígios, os quais generalizaram a pobreza, sobretudo entre as famílias dirigentes;
7) A colonização também acarretou no aparecimento de um número crescente de companhias bancárias, comerciais e marítimas estrangeiras, as quais, de 1910 em diante, se fundiram e se consolidaram sob a forma de oligopólios. Como conseqüência desse processo tivemos a eliminação dos africanos dos setores mais importantes e lucrativos da economia; o colonialismo pôs virtualmente fim ao comércio interafricano do período pré-colonial. O comércio de pequena e longa distância foi desestimulado, senão completamente proibido, já que as fronteiras políticas arbitrárias (de cada colônia) eram geralmente traçadas para indicar o limite das economias e o fluxo do comércio de cada colônia era reorientado para a metrópole;
8) Finalmente, todo o progresso econômico realizado durante o período colonial custou um elevado e injustificável preço para os africanos: o trabalho forçado, o trabalho migratório, a monocultura obrigatória, a tomada compulsória de terras, a mobilização forçada da população.
C) Impacto no plano social:
Positivos –
1) O legado do colonialismo no plano social teve como efeito benéfico o aumento geral da população, no decurso do período, após as duas ou três primeiras décadas de dominação européia, devido à consolidação de bases econômicas e de uma infra-estrutura de transporte que permitiu a remessa de mercadoria e o combate de epidemias em algumas regiões;
2) O segundo efeito está diretamente relacionado ao primeiro: a urbanização;
3) A difusão do cristianismo, do islamismo e da educação ocidental representou outro importante impacto do colonialismo. Os missionários cristãos e religiosos muçulmanos, aproveitando os momentos de paz e a ordem reinante, assim como o patrocínio e, em certas regiões, o encorajamento do colonialismo, expandiram suas atividades sempre e cada vez mais longe para o interior do continente. Essa expansão reforçou o pluralismo religioso africano, bem como a propagação de sistemas educacionais;
4) O quarto impacto do colonialismo, cuja vantagem é discutível, foi a instituição de uma língua franca em cada colônia ou conjunto de colônias. Com algumas exceções, está tornou-se a língua oficial, dos negócios e, comumente, o principal meio de comunicação entre inúmeros grupos lingüísticos que formam a população de cada colônia. No entanto, a língua colonial também teve a lamentável conseqüência de impedir a transformação de certas línguas autóctones em nacionais ou de veiculação;
5) O derradeiro benefício social trazido pelo colonialismo foi a nova estrutura social que ele introduziu ao possibilitar novas possibilidades de mobilidade social que não a que advinha do nascimento (origem familiar).
Negativos - Se o colonialismo teve alguns efeitos sociais positivos, teve também alguns seriamente negativos:
1) Em primeiro lugar, deve-se mencionar o hiato crescente que se desenvolveu durante a época colonial entre os centros urbanos e as zonas rurais;
2) O segundo problema social grave foi a introdução dos colonos europeus que muitas vezes ficaram com as terras mais férteis e asiáticos que em muitas casos monopolizaram o comércio varejista e atacadista em algumas regiões;
3) Ainda que o colonialismo tenha introduzido certos serviços sociais, eles não só eram em geral inadequados e desigualmente distribuídos em cada colônia, mas também se destinavam em primeiro lugar à minoria dos imigrantes e administradores brancos, daí sua concentração nas cidades;
4) No quesito educação, a oferecida na época colonial revelou-se globalmente inadequada, aquém da demanda, desigualmente distribuída e mal orientada, de modo que seus resultados não foram, portanto, muitos positivos para África como poderiam ser. Aliás, as conseqüências foram profundas e permanentes, com os países independentes possuindo enormes taxas de analfabetismo e, em grande mediada, com uma elite alienada que reverenciava a cultura e civilização européia e menosprezava a tradicional autóctone;
5) Enfim, outro impacto lastimável do colonialismo foi a deterioração da situação da mulher africana coma sua exclusão da maioria das atividades introduzidas ou intensificadas pelo colonialismo como a educação, atividades econômicas e profissionais (3).
Em suma, em escala temporal, para a história do homem no continente africano (aliás, o berço da humanidade) o período colonial não passou de um interlúdio breve, mas que, no entanto, mudou radicalmente a orientação e o ritmo da história africana.
(1) BOAHEN, Albert Adu. 30. O colonialismo na África: impacto e significação. In: BOAHEN, A. Adu. (Coord.). História Geral da África. VII. A África sob dominação colonial, 1880-1935. São Paulo: Ática/UNESCO, 1991.
(2) BOAHEN, Albert Adu. Op. cit. p. 789-793.
(3) BOAHEN, Albert Adu. Op. cit. p. 794-806.
Caro NK77,não querendo ser mal educado,mas isso não refuta nada do que foi dito,apenas adiciona mais factos,o que não é nada de mau diga-se.
Já agora,eu ia lhe pedir se parava de usar termos como reaccionário e outros que tais,pois na minha óptica,só tiram credibilidade ao que diz.
"Socialist governments traditionally do make a financial mess. They [socialists] always run out of other people's money. It's quite a characteristic of them."
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Muito equilibrado. Gostei, mais uma vez sem emoções baratas. Estou lendo o tópico e em seguida discutiremos coisas mais específicas. Já q Portugal está na pauta principal acho pertinente algumas abordagens sobre questões gerais e daí vamos para questões específicas... não vou responder os posts com pressa, espero contribuir construtivamente para o debate; logo vou gastar meu "paiol" aos poucos... o assunto está ficando muito interessante. [ ], ate mais...Al Zarqawi escreveu:Concordo.Só com um senão.P44 escreveu:
o salazar que não tivesse sido idiota, e tivesse negociado uma transição para a independência como fizeram os países civilizados.
Depois a juntar á festa, Angola foi transformado em tabuleiro de xadrez da guerra fria, de um lado a URSS, do outro os "grandes amigos" americanos de Portugal.
Portugal é Portugal e Angola é Angola.O que vale para mim em tudo isso não é por ser Angola um país riquissimo e o resto muito pobre.Haja alguma coerência.
Mas penso que tudo se está arrumando e hoje Angola é um dos principais clientes de Portugal.Portugal exporta muito para Angola e a mesma e é preponderante para a economia portuguesa,pena não ser assim desde 1974.
Pelo menos,e disso tenho certeza Portugal na história não foi tão cinico como muitas potências europeias,mas foi tremendamente idiota.Mas é a vida.
Fiquemo-mo-nos pelo rectângulo à beira-mar plantado que está de bom tamanho e já temos muito com que nos preocupar.
Fizemos uma descolonização ridicula,mas a possivel por ser tardia e disso não tenho dúvidas.
Portugal,hoje em dia tem fortissimos laços com esses países e estamos sempre disponiveis para algo,caso sejamos solicitados.Que maravilha.
Por vezes é confortante brindarmos os outros com nossa ausência.Tivessemos tido essa sabedoria no inicio dos anos 60 e tudo seria diferente.
Contacto diariamente com pessoas da áfrica lusófona (pessoas que vivem nos países de origem)não em Portugal,e noto uma certa nostalgia por nossa ausência em alguns assuntos,não todos felizmente.
Apesar de todos os erros e atrocidades,fizemos o possivel e muitos portugueses morreram por esse sonho,pelo menos que se respeite isso,seja certo ou errado.
Anti-colonialismo,sempre.Cada um que traçe seu destino.
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Meu querido, acho q tu não está me interpretando bem. Quando falo em "reacionário" não estou usado a palavra como um "clichê". Para deixar claro transcrevo as acepções de acordo com o dicionário Houaiss (o maior dicionário em português "brasileiro"):tgcastilho escreveu:
Caro NK77,não querendo ser mal educado,mas isso não refuta nada do que foi dito,apenas adiciona mais factos,o que não é nada de mau diga-se.
Já agora,eu ia lhe pedir se parava de usar termos como reaccionário e outros que tais,pois na minha óptica,só tiram credibilidade ao que diz.
Adjetivo
1 relativo, pertencente ou favorável à reação, ou caracterizado pela mesma; reacionarista, reacionista
2 Rubrica: termo jurídico.
contrário, hostil à democracia; antidemocrático
3 Rubrica: termo jurídico.
que se opõe às idéias voltadas para a transformação da sociedade
n adjetivo e substantivo masculino
Rubrica: política.
4 que ou aquele que defende princípios ultraconservadores, contrários à evolução política ou social; reacionarista, reacionista
Enfim, é neste sentido q uso a palavra para descrever o salazarismo. O regime não tinha essas características por acaso? [ ], até mais...
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Nukualofa77 escreveu:Meu querido, acho q tu não está me interpretando bem. Quando falo em "reacionário" não estou usado a palavra como um "clichê". Para deixar claro transcrevo as acepções de acordo com o dicionário Houaiss (o maior dicionário em português "brasileiro"):tgcastilho escreveu:
Caro NK77,não querendo ser mal educado,mas isso não refuta nada do que foi dito,apenas adiciona mais factos,o que não é nada de mau diga-se.
Já agora,eu ia lhe pedir se parava de usar termos como reaccionário e outros que tais,pois na minha óptica,só tiram credibilidade ao que diz.
Adjetivo
1 relativo, pertencente ou favorável à reação, ou caracterizado pela mesma; reacionarista, reacionista
2 Rubrica: termo jurídico.
contrário, hostil à democracia; antidemocrático
3 Rubrica: termo jurídico.
que se opõe às idéias voltadas para a transformação da sociedade
n adjetivo e substantivo masculino
Rubrica: política.
4 que ou aquele que defende princípios ultraconservadores, contrários à evolução política ou social; reacionarista, reacionista
Enfim, é neste sentido q uso a palavra para descrever o salazarismo. O regime não tinha essas características por acaso? [ ], até mais...
Oh NK77 eu não jogo desse lado do baralho.
Sim,nesse sentido tem razão,mas se assim for,também pode chamar ao MPLA,UPA,UNITA reaccionários,mas tem razão.
PS:também já estou a escrever contra-batarias contra as suas contra-batarias
"Socialist governments traditionally do make a financial mess. They [socialists] always run out of other people's money. It's quite a characteristic of them."
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Pois é, essa é um ponto fundamental. Alguns falam barbaridades como o "atraso africano". Eu pergunto: isso é responsabilidade de quem? a política colonial só formava quadros mínimos para auxiliá-la na administração colonial e ponto. Me impressiona essa papo jesuíta do século XVII de levar a "civilização aos selvagens"... a colonização só tinha um objetivo: ECONÔMICO... e no pós-WWII sua manutenção é injustificável... Não há dúvida q o modelo de transição inglês foi de longe o melhor sucedido...P44 escreveu:
pows , cara! Por isso mesmo deveria ter-se iniciado um periodo de transição para a independencia, formando quadros .
E se só uma infima parte dos angolanos sabia ler, de quem era a culpa?
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Acredito que Portugal deveria ter criado uma "Commonwealth" tuga, tal como fizeram os britânicos. É verdade que hoje existe a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa/CPLP, porém é num nível de integração menor do que a commonwealth britânica e essa ultima foi instituída em 1949, salvo engano, e a primeira só em 1996... Existem outras organizações do tipo, como a Organisation internationale de la Francophonie/OIF, em relação os países de língua francesa, estabelecida em 1970, e a Comunidade dos Estados Independentes, com os membros sendo oriundos de ex-repúblicas soviéticas, desde 1991. Todas essas mais antigas que a CPLP!
Editado pela última vez por Bolovo em Seg Set 28, 2009 5:26 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
Acho q não cabe aos citados pelo simples fato q eles justamente queriam mudar, para o bem ou mal, depende do ponto de vista, o "stau quo" da situação. Certo, querido (daqui há pouco começam as piadinhas)...tgcastilho escreveu:Nukualofa77 escreveu: Meu querido, acho q tu não está me interpretando bem. Quando falo em "reacionário" não estou usado a palavra como um "clichê". Para deixar claro transcrevo as acepções de acordo com o dicionário Houaiss (o maior dicionário em português "brasileiro"):
Adjetivo
1 relativo, pertencente ou favorável à reação, ou caracterizado pela mesma; reacionarista, reacionista
2 Rubrica: termo jurídico.
contrário, hostil à democracia; antidemocrático
3 Rubrica: termo jurídico.
que se opõe às idéias voltadas para a transformação da sociedade
n adjetivo e substantivo masculino
Rubrica: política.
4 que ou aquele que defende princípios ultraconservadores, contrários à evolução política ou social; reacionarista, reacionista
Enfim, é neste sentido q uso a palavra para descrever o salazarismo. O regime não tinha essas características por acaso? [ ], até mais...
Oh NK77 eu não jogo desse lado do baralho.
Sim,nesse sentido tem razão,mas se assim for,também pode chamar ao MPLA,UPA,UNITAreaccionários,mas tem razão.
PS:também já estou a escrever contra-batarias contra as suas contra-batarias
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Re: Portugal-Pós 2ª Guerra Mundial
O tema do tópico é Portugal após a II Guerra Mundial.
A parcialidade do sr. Nukualofa, que fede a ranço soviético é a do costume e desse ponto de vista não merece qualquer comentário.
É aliás um comportamento típico.
Quando entende a enormidade do disparate que proferiu, este tipo de participante em fórums esconde-se por detrás de uma parede de texto que ele sabe que ninguém vai ler, para tenta com o numero de palavras, diluir o disparate inicial e tentar evitar o ridiculo.
O que o sr. Nukualofa disse, foi que a UNITA era apoiada pela África do Sul, quando qualquer pessoa minimamente informada saberia que foi apoiada pela China. Os proprios dirigentes da UNITA afirmam isso de forma clara.
Quem quer discutir a questão do Portugal depois da guerra e os conflitos em África não pode faze-lo sem ler e sem entender os temas com um mínimo de profundidade.
= = = =
O resto são tretas.
Nós não podemos analisar de forma organizada coerente e racional a colonização europeia para determinar se a sua presença foi vantajosa ou não foi vantajosa.
As sociedades africanas estavam na idade da pedra e não teriam qualquer possibilidade de sobreviver com as suas estruturas tribais.
Mesmo assim, essas sociedades foram muito mais resistentes que as sociedades americanas (Maias, Aztecas etc.) que pura e simplesmente foram erradicadas.
Mesmo escravizadas as sociedades africanas transportaram os seus ritmos e a sua cultura para o continente americano.
Não é possível entender a África sem o processo colonial.
A única nação africana que mais ou menos ficou livre de colonização foi a Etiópia.
Quando compara a Etiopia com o resto da África, estranhamente não vejo exactamente onde está a diferença.
Para os seus defensores, Portugal não se entendia sem a sua dimensão continental começada quase 500 anos antes. Sem essa expressão, Portugal seria apenas um minusculo país no fim da Europa, periférico, atrasado e sem qualquer futuro que não fosse a integração na Grande Espanha.
É por isso que durante quase 14 anos os portugueses lutaram ! ! !
Não me venha com o ranço soviético para cima, porque ele é típico daqueles que do outro lado lutaram contra os portugueses para encherem os bolsos de diamantes, enquanto se disfarçavam de revolucionários amigos do povo.
Hoje, passados esses anos todos, Portugal é dos países mais atrasados da Europa, é periférico, atrasado e controlado cada vez mais pela Espanha.
Entende porque é que os portugueses lutaram ?
Hoje, Angola é governada por um dos maiores ladrões de África, é um Cleptocracia (para quem não sabe é o governo dos Ladrões) que prostitui todo um povo em beneficio de uma minoria que vive na ilha da Fantasia do outro lado da Baía de Luanda.
Entende agora porque os portugueses lutaram ?
Em nenhum país de África alguma vez você viu um branco a servir de «engraxate / engraxador» e a polir os sapatos de um negro, como se via nas ruas de Luanda no final dos anos 60 e inicio dos anos 70.
Entende agora porque os portugueses lutaram ?
Os portugueses foram considerados de um povo degenerado, porque mantinham com facilidade relações sexuais com pessoas de outras raças. Para as politicas Eugenicas do final do século XIX e inicio do século XX isso era tido como sinal de decadência.
Os portugueses fizeram o possivel para não parecer tão «depravados» e para aparecer mais sofisticados e mais europeus e muitos dos regulamentos que tinhamos foram induzidos por quem achava que deviamos seguir o que nos diziam da Europa civilizada.
Mas no fim, nós estavamos certos e eles estavam errados
E também foi por isso que os portugueses lutaram.
Os portugueses estavam em Angola há quase 500 anos ! ! ! !
Sabia que a étnica que chegou ao poder em 1975 migreou para sul vinda das margens do rio Zaire, DEPOIS DE OS PORTUGUESES CHEGAREM A ANGOLA ?
O que aconteceu na África Portuguesa não foi um processo de descolonização foi um processo de genocídio étnico ou etnocidio.
Os portugueses angolanos, que nunca tinham visto Portugal foram expulsos da sua terra porque tinham a cor da pele errada !
E foi também, por isso que os portugueses lutaram
Você pode disparatar e dizer o que quiser, mas as verdades que todos nós conhecemos, não dos livros mas dos contactos directos com as pessoas que sofreram na carne com todo esse processo.
As suas afirmações não passam de ranço velho e malcheiroso marcado pelo ódio inculcado e estudado nas universidades pela mão de professores que acham o Marxismo uma coisa bonita, desde que seja no país dos outros.
Não venha dar lições de moral às pessoas senhor Nukualofa77.
Você não tem condições de dar lições de moral a ninguém.
Não está credenciado, porque não conhece a História, não conhece o processo, não sabe o que os portugueses fizeram ou deixaram de fazer em África.
Aliás é algo tipico do Brasileiro que deixou de conhecer Portugal depois de 1821 e a partir daí, olha para Portugal não através dos olhos de um povo com características próprias, mas com os olhos de outras culturas, normalmente anglo-saxonicas e na segunda metade do século XX através dos olhos dos soviéticos.
Os seus comentários não passam disso...
RANÇO DA PIOR ESPÉCIE.
E não precisa responder, você nunca me vai convencer de nada, e eu não pretendo convencer ninguém de nada.
Mas defendo a verdade, por muito desagradável que ela seja para gente que continua ainda hoje a defender regimes assassinos ditaduras e criminosos !
A parcialidade do sr. Nukualofa, que fede a ranço soviético é a do costume e desse ponto de vista não merece qualquer comentário.
É aliás um comportamento típico.
Quando entende a enormidade do disparate que proferiu, este tipo de participante em fórums esconde-se por detrás de uma parede de texto que ele sabe que ninguém vai ler, para tenta com o numero de palavras, diluir o disparate inicial e tentar evitar o ridiculo.
O que o sr. Nukualofa disse, foi que a UNITA era apoiada pela África do Sul, quando qualquer pessoa minimamente informada saberia que foi apoiada pela China. Os proprios dirigentes da UNITA afirmam isso de forma clara.
Quem quer discutir a questão do Portugal depois da guerra e os conflitos em África não pode faze-lo sem ler e sem entender os temas com um mínimo de profundidade.
= = = =
O resto são tretas.
Nós não podemos analisar de forma organizada coerente e racional a colonização europeia para determinar se a sua presença foi vantajosa ou não foi vantajosa.
As sociedades africanas estavam na idade da pedra e não teriam qualquer possibilidade de sobreviver com as suas estruturas tribais.
Mesmo assim, essas sociedades foram muito mais resistentes que as sociedades americanas (Maias, Aztecas etc.) que pura e simplesmente foram erradicadas.
Mesmo escravizadas as sociedades africanas transportaram os seus ritmos e a sua cultura para o continente americano.
Não é possível entender a África sem o processo colonial.
A única nação africana que mais ou menos ficou livre de colonização foi a Etiópia.
Quando compara a Etiopia com o resto da África, estranhamente não vejo exactamente onde está a diferença.
A Guerra no Ultramar Português senhor Nukualofa77 era explicada de uma forma muito simples:Nukualofa77 escreveu:Também sabem que foram as desastrosas e injustificáveis guerras coloniais q levaram a queda desse regime decrépto q foi um atraso para a querida Portugal. Felizmente os portugueses provaram mais uma vez sua audácia e hoje Portugal é um dos países mais desenvolvidos da Europa. Fico feliz por isso.
Para os seus defensores, Portugal não se entendia sem a sua dimensão continental começada quase 500 anos antes. Sem essa expressão, Portugal seria apenas um minusculo país no fim da Europa, periférico, atrasado e sem qualquer futuro que não fosse a integração na Grande Espanha.
É por isso que durante quase 14 anos os portugueses lutaram ! ! !
Não me venha com o ranço soviético para cima, porque ele é típico daqueles que do outro lado lutaram contra os portugueses para encherem os bolsos de diamantes, enquanto se disfarçavam de revolucionários amigos do povo.
Hoje, passados esses anos todos, Portugal é dos países mais atrasados da Europa, é periférico, atrasado e controlado cada vez mais pela Espanha.
Entende porque é que os portugueses lutaram ?
Hoje, Angola é governada por um dos maiores ladrões de África, é um Cleptocracia (para quem não sabe é o governo dos Ladrões) que prostitui todo um povo em beneficio de uma minoria que vive na ilha da Fantasia do outro lado da Baía de Luanda.
Entende agora porque os portugueses lutaram ?
Em nenhum país de África alguma vez você viu um branco a servir de «engraxate / engraxador» e a polir os sapatos de um negro, como se via nas ruas de Luanda no final dos anos 60 e inicio dos anos 70.
Entende agora porque os portugueses lutaram ?
Os portugueses foram considerados de um povo degenerado, porque mantinham com facilidade relações sexuais com pessoas de outras raças. Para as politicas Eugenicas do final do século XIX e inicio do século XX isso era tido como sinal de decadência.
Os portugueses fizeram o possivel para não parecer tão «depravados» e para aparecer mais sofisticados e mais europeus e muitos dos regulamentos que tinhamos foram induzidos por quem achava que deviamos seguir o que nos diziam da Europa civilizada.
Mas no fim, nós estavamos certos e eles estavam errados
E também foi por isso que os portugueses lutaram.
Os portugueses estavam em Angola há quase 500 anos ! ! ! !
Sabia que a étnica que chegou ao poder em 1975 migreou para sul vinda das margens do rio Zaire, DEPOIS DE OS PORTUGUESES CHEGAREM A ANGOLA ?
O que aconteceu na África Portuguesa não foi um processo de descolonização foi um processo de genocídio étnico ou etnocidio.
Os portugueses angolanos, que nunca tinham visto Portugal foram expulsos da sua terra porque tinham a cor da pele errada !
E foi também, por isso que os portugueses lutaram
Você pode disparatar e dizer o que quiser, mas as verdades que todos nós conhecemos, não dos livros mas dos contactos directos com as pessoas que sofreram na carne com todo esse processo.
As suas afirmações não passam de ranço velho e malcheiroso marcado pelo ódio inculcado e estudado nas universidades pela mão de professores que acham o Marxismo uma coisa bonita, desde que seja no país dos outros.
Não venha dar lições de moral às pessoas senhor Nukualofa77.
Você não tem condições de dar lições de moral a ninguém.
Não está credenciado, porque não conhece a História, não conhece o processo, não sabe o que os portugueses fizeram ou deixaram de fazer em África.
Aliás é algo tipico do Brasileiro que deixou de conhecer Portugal depois de 1821 e a partir daí, olha para Portugal não através dos olhos de um povo com características próprias, mas com os olhos de outras culturas, normalmente anglo-saxonicas e na segunda metade do século XX através dos olhos dos soviéticos.
Os seus comentários não passam disso...
RANÇO DA PIOR ESPÉCIE.
E não precisa responder, você nunca me vai convencer de nada, e eu não pretendo convencer ninguém de nada.
Mas defendo a verdade, por muito desagradável que ela seja para gente que continua ainda hoje a defender regimes assassinos ditaduras e criminosos !
Editado pela última vez por pt em Seg Set 28, 2009 5:33 pm, em um total de 1 vez.