Transferência de Tecnologia
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Re: Transferência de Tecnologia
MERVAL PEREIRA
A indústria bélica
A questão do reaparelhamento das Forças Armadas, abordada nas colunas do fim de semana,
com base nos acordos já firmados com o governo da França para adquirir helicópteros e submarinos, e a
licitação dos novos caças, que parece estar definida a favor dos Rafale franceses - mas que continua
teoricamente em aberto para que os governos de Estados Unidos e Suécia possam melhorar suas
ofertas, especialmente no que se refere à transferência de tecnologia -, atraiu grande atenção dos
leitores. Utilizo a mensagem do engenheiro Eduardo Siqueira Brick, coordenador adjunto do Núcleo de
Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (Nest/UFF), especializado em Ciência,
Tecnologia e Informação (CT&I) e Indústria de Defesa, para representar a massa de comentários
recebida.
Hoje vou abordar aspectos da criação do complexo industrial-militar prevista na reformulação da
Estratégia Nacional de Defesa (END) que está sendo elaborada pelo Ministério da Defesa. A questão da
transferência de tecnologia fica para outra coluna.
Segundo Eduardo Brick, quando se trata da Base Industrial de Defesa (BID), existem cinco
componentes que apresentam aspectos distintos, mas que interagem com grande intensidade:
a) A infraestrutura industrial da defesa: empresas e organizações envolvidas no desenvolvimento
e fabricação de produtos de defesa.
Um ponto fundamental seria a definição do que é empresa brasileira para fins de defesa, pois,
segundo Brick, se a lei não mudar rapidamente, todas as empresas brasileiras existentes serão
adquiridas por grandes empresas estrangeiras.
Entretanto, para ele falta definir a parte mais importante: a existência de recursos no orçamento
de forma continuada para dar sustentação a essa indústria. "Já tivemos essa experiência no passado.
Desenvolvemos uma indústria de defesa, não muito sofisticada, que sobreviveu principalmente das
vendas para o exterior. O Brasil nunca garantiu a existência dessas empresas. Sem isso, todo o esforço
que agora está sendo feito será inútil".
b) A infraestrutura científico-tecnológica da defesa: universidades, centros de pesquisa e
empresas envolvidos na criação de conhecimentos científicos e tecnologias com aplicação em produtos
de defesa.
Ela deve englobar todo o complexo nacional, através de ações cooperativas, organização de
redes temáticas, utilização compartilhada de laboratórios e outros mecanismos de interação.
"A participação da indústria nesses arranjos deve ser mandatória, objetivando-se a aceleração do
processo de inovação", ressalta. Segundo Brick, este componente da BID ainda está muito incipiente,
"pois pouco ou quase nada tem sido feito, sendo citáveis apenas os editais Pro-defesa que têm
procurado incentivar essa participação de instituições civis na solução de problemas de defesa".
c) A infraestrutura de inteligência da defesa: instituições e pessoas envolvidas na coleta e análise
de informações existentes no exterior sobre conhecimentos científicos e inovações tecnológicas com
aplicação no desenvolvimento de produtos de defesa e em prospecção tecnológica com impacto em
defesa.
"Sua existência se justifica pela dinâmica da evolução tecnológica, a qual torna imprescindível
ser capaz de conhecer e/ou absorver a tecnologia atual para uso próprio, ou para criar contramedidas
apropriadas", analisa o engenheiro Eduardo Brick.
Adicionalmente, há que se ter capacidade de vislumbrar possíveis evoluções da tecnologia,
através da aplicação de métodos de prospecção e avaliação tecnológica. "É importante existir um
sistema de inteligência tecnológica para prospectar as tendências de evolução tecnológica mais
relevantes para a defesa, contornar o cerceamento tecnológico e proteger nossos ativos tecnológicos".
d) a infraestrutura de financiamento da defesa: instituições e recursos financeiros dedicados ao
financiamento de pesquisa científica e tecnológica e ao desenvolvimento de produtos com aplicação em
defesa e ao financiamento de vendas externas de produtos de defesa, "uma função vital para a saúde de
todo o sistema, que possui características tão específicas".
Sem financiamento governamental, diz Eduardo Brick, não há P&D para sustentar a inovação de
produtos de defesa. Sem inovação, "o sistema de defesa, rapidamente, fica obsoleto e incapaz de
enfrentar as novas ameaças que não cessam de evoluir".
A realidade, porém, é que o Brasil dedica pouquíssimos recursos para pesquisa de interesse
para defesa. Em 2006, o Brasil investiu apenas 0,6% dos recursos de pesquisa e desenvolvimento na
área de defesa. Em 2003, ano em que o Brasil investiu apenas 1,2%, os EUA investiram 56%, a Espanha
24%, a França 23% e a Coreia 13%.
O pouco investimento que existiu resultou em significativos avanços para aplicações civis, lembra
Eduardo Brick, que cita o exemplo da Embraer com o projeto do AMX, que permitiu o desenvolvimento
dos jatos regionais EMB 135, 145 e 190 que hoje dominam grande parte do mercado internacional,
gerando postos de trabalho de alta qualidade no Brasil e receitas de exportação.
Também o investimento da Marinha no ciclo de combustível nuclear garantiu o fornecimento
desse combustível para nossas usinas nucleares. "Os benefícios, estratégicos, financeiros e sociais
desses sucessos foram, sem sombra de dúvida, muitas ordens de grandeza superiores aos
investimentos feitos", comenta Brick.
e) o arcabouço regulatório da BID. Temas tais como regras para licitação, financiamento de P&D,
financiamento de exportações, tratamento fiscal diferenciado, entre outros, devem ser objeto de
documentos normativos específicos para a BID. Alguns desses assuntos estão sendo objeto de
propostas de legislação.
A indústria bélica
A questão do reaparelhamento das Forças Armadas, abordada nas colunas do fim de semana,
com base nos acordos já firmados com o governo da França para adquirir helicópteros e submarinos, e a
licitação dos novos caças, que parece estar definida a favor dos Rafale franceses - mas que continua
teoricamente em aberto para que os governos de Estados Unidos e Suécia possam melhorar suas
ofertas, especialmente no que se refere à transferência de tecnologia -, atraiu grande atenção dos
leitores. Utilizo a mensagem do engenheiro Eduardo Siqueira Brick, coordenador adjunto do Núcleo de
Estudos Estratégicos da Universidade Federal Fluminense (Nest/UFF), especializado em Ciência,
Tecnologia e Informação (CT&I) e Indústria de Defesa, para representar a massa de comentários
recebida.
Hoje vou abordar aspectos da criação do complexo industrial-militar prevista na reformulação da
Estratégia Nacional de Defesa (END) que está sendo elaborada pelo Ministério da Defesa. A questão da
transferência de tecnologia fica para outra coluna.
Segundo Eduardo Brick, quando se trata da Base Industrial de Defesa (BID), existem cinco
componentes que apresentam aspectos distintos, mas que interagem com grande intensidade:
a) A infraestrutura industrial da defesa: empresas e organizações envolvidas no desenvolvimento
e fabricação de produtos de defesa.
Um ponto fundamental seria a definição do que é empresa brasileira para fins de defesa, pois,
segundo Brick, se a lei não mudar rapidamente, todas as empresas brasileiras existentes serão
adquiridas por grandes empresas estrangeiras.
Entretanto, para ele falta definir a parte mais importante: a existência de recursos no orçamento
de forma continuada para dar sustentação a essa indústria. "Já tivemos essa experiência no passado.
Desenvolvemos uma indústria de defesa, não muito sofisticada, que sobreviveu principalmente das
vendas para o exterior. O Brasil nunca garantiu a existência dessas empresas. Sem isso, todo o esforço
que agora está sendo feito será inútil".
b) A infraestrutura científico-tecnológica da defesa: universidades, centros de pesquisa e
empresas envolvidos na criação de conhecimentos científicos e tecnologias com aplicação em produtos
de defesa.
Ela deve englobar todo o complexo nacional, através de ações cooperativas, organização de
redes temáticas, utilização compartilhada de laboratórios e outros mecanismos de interação.
"A participação da indústria nesses arranjos deve ser mandatória, objetivando-se a aceleração do
processo de inovação", ressalta. Segundo Brick, este componente da BID ainda está muito incipiente,
"pois pouco ou quase nada tem sido feito, sendo citáveis apenas os editais Pro-defesa que têm
procurado incentivar essa participação de instituições civis na solução de problemas de defesa".
c) A infraestrutura de inteligência da defesa: instituições e pessoas envolvidas na coleta e análise
de informações existentes no exterior sobre conhecimentos científicos e inovações tecnológicas com
aplicação no desenvolvimento de produtos de defesa e em prospecção tecnológica com impacto em
defesa.
"Sua existência se justifica pela dinâmica da evolução tecnológica, a qual torna imprescindível
ser capaz de conhecer e/ou absorver a tecnologia atual para uso próprio, ou para criar contramedidas
apropriadas", analisa o engenheiro Eduardo Brick.
Adicionalmente, há que se ter capacidade de vislumbrar possíveis evoluções da tecnologia,
através da aplicação de métodos de prospecção e avaliação tecnológica. "É importante existir um
sistema de inteligência tecnológica para prospectar as tendências de evolução tecnológica mais
relevantes para a defesa, contornar o cerceamento tecnológico e proteger nossos ativos tecnológicos".
d) a infraestrutura de financiamento da defesa: instituições e recursos financeiros dedicados ao
financiamento de pesquisa científica e tecnológica e ao desenvolvimento de produtos com aplicação em
defesa e ao financiamento de vendas externas de produtos de defesa, "uma função vital para a saúde de
todo o sistema, que possui características tão específicas".
Sem financiamento governamental, diz Eduardo Brick, não há P&D para sustentar a inovação de
produtos de defesa. Sem inovação, "o sistema de defesa, rapidamente, fica obsoleto e incapaz de
enfrentar as novas ameaças que não cessam de evoluir".
A realidade, porém, é que o Brasil dedica pouquíssimos recursos para pesquisa de interesse
para defesa. Em 2006, o Brasil investiu apenas 0,6% dos recursos de pesquisa e desenvolvimento na
área de defesa. Em 2003, ano em que o Brasil investiu apenas 1,2%, os EUA investiram 56%, a Espanha
24%, a França 23% e a Coreia 13%.
O pouco investimento que existiu resultou em significativos avanços para aplicações civis, lembra
Eduardo Brick, que cita o exemplo da Embraer com o projeto do AMX, que permitiu o desenvolvimento
dos jatos regionais EMB 135, 145 e 190 que hoje dominam grande parte do mercado internacional,
gerando postos de trabalho de alta qualidade no Brasil e receitas de exportação.
Também o investimento da Marinha no ciclo de combustível nuclear garantiu o fornecimento
desse combustível para nossas usinas nucleares. "Os benefícios, estratégicos, financeiros e sociais
desses sucessos foram, sem sombra de dúvida, muitas ordens de grandeza superiores aos
investimentos feitos", comenta Brick.
e) o arcabouço regulatório da BID. Temas tais como regras para licitação, financiamento de P&D,
financiamento de exportações, tratamento fiscal diferenciado, entre outros, devem ser objeto de
documentos normativos específicos para a BID. Alguns desses assuntos estão sendo objeto de
propostas de legislação.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Transferência de Tecnologia
Santiago, o Brasil realmente dedica pouco para P&D em quase todas as áreas, inclusive as de interesse para Defesa, mas é direito nosso tentar comprar tecnologia. Não é nenhum absurdo, como tentam dizer.
Ora tentam desmerecer esse tema, ora tentam dizer que os EUA também transferem, ora tentam criar a idéia que só se tem acesso à tecnologia através de P&D.
Mas não é verdade, é nosso DEVER tentar a obtenção de tecnologia, de conhecimento, através de compra, porque é o que realmente precisamos.
Abraços
Ora tentam desmerecer esse tema, ora tentam dizer que os EUA também transferem, ora tentam criar a idéia que só se tem acesso à tecnologia através de P&D.
Mas não é verdade, é nosso DEVER tentar a obtenção de tecnologia, de conhecimento, através de compra, porque é o que realmente precisamos.
Abraços
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Re: Transferência de Tecnologia
Alberto, isto tem nome: conveniência!AlbertoRJ escreveu:Santiago, o Brasil realmente dedica pouco para P&D em quase todas as áreas, inclusive as de interesse de Defesa, mas é direito nosso tentar comprar tecnologia. Não é nenhum absurdo, como tentam dizer.
Ora tentam desmerecer esse tema, ora tentam dizer que os EUA também transferem, ora tentam criar a idéia que só se tem acesso à tecnologia através de P&D.
Mas não é verdade, é nosso DEVER tentar a obtenção de tecnologia, de conhecimento, porque é o que realmente precisamos.
Abraços
Abraços,
Orestes, "cada vez mais rebelde".
PS (pra não fugir do assunto): o Brasil investe muito mais em P&D do que se apregoa no DB. Poucos sabem simplesmente porque não fazem parte do processo. A falha é a ausência de fluxo contínuo em certos projetos, mas está melhorando, basta ver as falas do brigadeiro no vídeo postado pelo Gerson.
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Re: Transferência de Tecnologia
Onde peloamordedeus no artigo do Merval ele tenta desmerecer as compras de armas na França? Está ficando meio paranóico isso.orestespf escreveu:Alberto, isto tem nome: conveniência!AlbertoRJ escreveu:Santiago, o Brasil realmente dedica pouco para P&D em quase todas as áreas, inclusive as de interesse de Defesa, mas é direito nosso tentar comprar tecnologia. Não é nenhum absurdo, como tentam dizer.
Ora tentam desmerecer esse tema, ora tentam dizer que os EUA também transferem, ora tentam criar a idéia que só se tem acesso à tecnologia através de P&D.
Mas não é verdade, é nosso DEVER tentar a obtenção de tecnologia, de conhecimento, porque é o que realmente precisamos.
Abraços
Abraços,
Orestes, "cada vez mais rebelde".
PS (pra não fugir do assunto): o Brasil investe muito mais em P&D do que se apregoa no DB. Poucos sabem simplesmente porque não fazem parte do processo. A falha é a ausência de fluxo contínuo em certos projetos, mas está melhorando, basta ver as falas do brigadeiro no vídeo postado pelo Gerson.
Minha tese: aquisição de tecnologia no exterior ajuda, mas a maior parte do esforço terá que ser feito em casa. Sem o esforço em casa, corre-se o sério risco de nem aproveitar o adquirido no exterior.
Desde que passei a participar do DB e em outros fóruns, muito antes do FX-2 e de Lula, sempre insisti na tecla da falta de investimentos em P&D+i (geral e no direcionado a aérea de defesa) e na falta de continuidade desses limitados investimentos. Não só no setor militar. Esse tema está na imprensa agora porque ele tem despertado a atenção devido às aquisições militares que envolvem transferência de tecnologia. O FX-2 colocou o tema de ToT na pauta nacional. Muitos estão tomando consciência sobre essas coisas agora.
Esse tema é, com toda certeza, tão ou mais importante e estratégico do que aquisição de armas e a tentativa de aquisição de tecnologias no exterior. Até porque, aquelas mais sensíveis e estratégicas terão que ser desenvolvidas internamente, uma vez que ninguém transfere e muito menos vende. Alvarenga deixa isso muito claro na sua apresentação. Para absorver tecnologias avançadas no exterior, combinar com tecnologias desenvolvidas internamente e gerar novas tecnologias é necessário ter o Sistemas Nacional de Inovação azeitado. Históricamente o processo de desenvolvimento tecnológico é orientado por fatores endógenos. Sem um fluxo adequado de recursos humanos e financeiros, o Sistema falha.
Percebo claramente que pessoas sérias e conscientes não estão criticando as aquisições em si que ocorrem atualmente. Elas terão que ser adquiridas em algum lugar. Seria muito bom e desejável que no bojo desse processo a sociedade, os governantes atuais e os potenciais tomem consciência de que apenas compras no exterior não bastam para resolver as cadências tecnológicas na aérea militar e nem na aérea civil. É necessário resolver as questões apontadas de forma oportuna pelo engenheiro Eduardo Siqueira Brick no artigo do Merval acima.
[]s
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Transferência de Tecnologia
Jacques, já observou que não comento os textos do Merval Pereira aqui no fórum? Faço isto em respeito a ele, e é só. Minha opinião diverge em 100% sobre o que ele diz (nunca diz por si, mas respaldado em opiniões convenientes de terceiros; leia, comprove). Gosto dele, mas não do trabalho dele (respeito menos ainda as opiniões em que ele se baliza). Recado foi dado para quem é de direito.Santiago escreveu: Onde peloamordedeus no artigo do Merval ele tenta desmerecer as compras de armas na França? Está ficando meio paranóico isso.
Minha tese: aquisição de tecnologia no exterior ajuda, mas a maior parte do esforço terá que ser feito em casa. Sem o esforço em casa, corre-se o sério risco de nem aproveitar o adquirido no exterior.
Desde que passei a participar do DB e em outros fóruns, muito antes do FX-2 e de Lula, sempre insisti na tecla da falta de investimentos em P&D+i (geral e no direcionado a aérea de defesa) e na falta de continuidade desses limitados investimentos. Não só no setor militar. Esse tema está na imprensa agora porque ele tem despertado a atenção devido às aquisições militares que envolvem transferência de tecnologia. O FX-2 colocou o tema de ToT na pauta nacional. Muitos estão tomando consciência sobre essas coisas agora.
Esse tema é, com toda certeza, tão ou mais importante e estratégico do que aquisição de armas e a tentativa de aquisição de tecnologias no exterior. Até porque, aquelas mais sensíveis e estratégicas terão que ser desenvolvidas internamente, uma vez que ninguém transfere e muito menos vende. Alvarenga deixa isso muito claro na sua apresentação. Para absorver tecnologias avançadas no exterior, combinar com tecnologias desenvolvidas internamente e gerar novas tecnologias é necessário ter o Sistemas Nacional de Inovação azeitado. Históricamente o processo de desenvolvimento tecnológico é orientado por fatores endógenos. Sem um fluxo adequado de recursos humanos e financeiros, o Sistema falha.
Percebo claramente que pessoas sérias e conscientes não estão criticando as aquisições em si que ocorrem atualmente. Elas terão que ser adquiridas em algum lugar. Seria muito bom e desejável que no bojo desse processo a sociedade, os governantes atuais e os potenciais tomem consciência de que apenas compras no exterior não bastam para resolver as cadências tecnológicas na aérea militar e nem na aérea civil. É necessário resolver as questões apontadas de forma oportuna pelo engenheiro Eduardo Siqueira Brick no artigo do Merval acima.
[]s
Prefiro não ir adiante...
Abração,
Orestes
Re: Transferência de Tecnologia
Muito bom Gerson!!Um dia (coisa que não lhe desejo saiba! ) poderas vir a ficar sem speedy no serviço,(coisa rara ) e depender somente de um modem 3G,ai entenderá por que demorei uma semana,para conseguir opinar aqui sobre o video Depois de 132 tentativas para vêr,enfim conseguimos chegar ao fimDELTA22 escreveu:É aquela musica né: "...você não vale nada mas eu gosto de você..."
Deixo aqui meu agradecimento ao Gerson pelo post. Muito bom. Temos muito o que pensar sobre isso, sem dúvida!
A câmera embarcada no VLS... putz... matou a pau... Tomara que o Governo não avacalhe o programa espacial (mais do que já está)!
[]'s a todos.
Abração!
Re: Transferência de Tecnologia
Num intindi que que ele falô...Bender escreveu:Muito bom Gerson!!Um dia (coisa que não lhe desejo saiba! ) poderas vir a ficar sem speedy no serviço,(coisa rara ) e depender somente de um modem 3G,ai entenderá por que demorei uma semana,para conseguir opinar aqui sobre o video Depois de 132 tentativas para vêr,enfim conseguimos chegar ao fimDELTA22 escreveu:É aquela musica né: "...você não vale nada mas eu gosto de você..."
Deixo aqui meu agradecimento ao Gerson pelo post. Muito bom. Temos muito o que pensar sobre isso, sem dúvida!
A câmera embarcada no VLS... putz... matou a pau... Tomara que o Governo não avacalhe o programa espacial (mais do que já está)!
[]'s a todos.
Abração!
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Re: Transferência de Tecnologia
Bender escreveu:Muito bom Gerson!!Um dia (coisa que não lhe desejo saiba! ) poderas vir a ficar sem speedy no serviço,(coisa rara ) e depender somente de um modem 3G,ai entenderá por que demorei uma semana,para conseguir opinar aqui sobre o video Depois de 132 tentativas para vêr,enfim conseguimos chegar ao fimDELTA22 escreveu:É aquela musica né: "...você não vale nada mas eu gosto de você..."
Deixo aqui meu agradecimento ao Gerson pelo post. Muito bom. Temos muito o que pensar sobre isso, sem dúvida!
A câmera embarcada no VLS... putz... matou a pau... Tomara que o Governo não avacalhe o programa espacial (mais do que já está)!
[]'s a todos.
Abração!
Caro amigo Bender, só posso lamentar pela sua outra opção de internet, da próxima...salvarei o arquivo e o compactarei ao extremo para envio em e-mail
Grande abraço
Gerson
de volta a Campo Grande - MS.
Re: Transferência de Tecnologia
Adrianooo!Se tai?DELTA22 escreveu:Num intindi que que ele falô...Bender escreveu: Muito bom Gerson!!Um dia (coisa que não lhe desejo saiba! ) poderas vir a ficar sem speedy no serviço,(coisa rara ) e depender somente de um modem 3G,ai entenderá por que demorei uma semana,para conseguir opinar aqui sobre o video Depois de 132 tentativas para vêr,enfim conseguimos chegar ao fim
Abração!
Delta,eu usei o que escreveste em teu post,sobre o programa Espacial,para ilustrar o meu
Desde a semana passada que eu conversei com o amigo Gerson Victório,que estou tentando vêr esse vídeo mas o safado do video encalha no 1/3 e não vai nem que a vaca tussa de costas,por causa do meu modem 3G.
Adrianooo!Se tai?
Abração!
Re: Transferência de Tecnologia
Ah... sim... intindi agora...Bender escreveu:Adrianooo!Se tai?
Delta,eu usei o que escreveste em teu post,sobre o programa Espacial,para ilustrar o meu
Desde a semana passada que eu conversei com o amigo Gerson Victório,que estou tentando vêr esse vídeo mas o safado do video encalha no 1/3 e não vai nem que a vaca tussa de costas,por causa do meu modem 3G.
Adrianooo!Se tai?
Abração!
Desculpe a confusão...
[]'s.
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Re: Transferência de Tecnologia
Muito pertinente este tópico Santiago. Marcado para leitura ... Tá difícil de acompanhar a dinâmica do DB...
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Re: Transferência de Tecnologia
O vídeo da apresentação do Brigadeiro Alvarenga, uma vez no You Tube, chamou atenção internacional.
O DEW, blog ligado a Flight International (Flight Global), publicou uma materia sobre essa apresentação.
Brazilian brigadier bashes US defense export policies on YouTube
http://www.flightglobal.com/blogs/the-d ... l#comments
Considerações de um leitor:
O DEW, blog ligado a Flight International (Flight Global), publicou uma materia sobre essa apresentação.
Brazilian brigadier bashes US defense export policies on YouTube
http://www.flightglobal.com/blogs/the-d ... l#comments
Considerações de um leitor:
1) a lot of the cases he cites are very old, and stem from the era when Brig. Hugo Piva was viewed as an international renegade at CTA developing Piranha missiles in asserted contravention of international norms (and supporting Saddam Hussein after the US fell out of love with him), and when Brazil was still a military dictatorship. (He had also asserted Brazil's ability to build an atomic bomb, a rather unpopular thing to say with Washington listening. See page 38 of http://www.dtic.mil/cgi-bin/GetTRDoc?AD ... tTRDoc.pdf )
That era engendered a lot of hostility in the US arms control community that has taken a long time to overcome.
(2) even up to late 90s the political climate was still uncertain so this fallout continued. But I note The Brigadeiro never cited to any ITAR problems with SIVAM/SIPAM (1990s); there weren't any so far as I know and Raytheon US was prime and this was a huge program.
(3) some more recent ones are seriously overstated, as they were not outright rejections, but result of poor applications being submitted, or a misunderstanding about provisos and/or failure to seek reconsideration.
(4) one case, the VLS metalization one, was pure phoney nonsense --- the US company was just too lazy ignorant and cheap even to apply for an ITAR license, there was no State Dept denial. And the excuse the US company gave was pure rubbish. If the Brazilians had been smart, they would have had the military commission in DC apply for the ITAR license and call the company's bluff. They should not have cancelled the contract, they should have sued the company. Muito estúpido.
This is all extremely unhelpful claptrap as the US and Brazil endeavor to improve and strengthen relations, and could easily be mistaken for anti-US commercial propaganda. That's how I see it. The Brigadeiro's remarks were totally lacking in Ordem and completely destructive to Progresso.
Don't waste your time trying to get a translation; I can tell you it is not worth it.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: Transferência de Tecnologia
O bloqueio aos sistemas dos Super Tucanos, dos P-3 (que nem foram entregues), dos C-105, p. ex, são atualíssimos.a lot of the cases he cites are very old
O do chip, bloqueado após a publicação de uma foto, também é recentíssimo.
Outras coisas, não citadas no vídeo, também são "de ontem".
Como disse o NJ, a jurisprudência não é boa.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Transferência de Tecnologia
Os casos recentes envolvendo GPS/INS do ST, P-3 e C-105 não foram resolvidos com a intervenção do embaixador?Marino escreveu:O bloqueio aos sistemas dos Super Tucanos, dos P-3 (que nem foram entregues), dos C-105, p. ex, são atualíssimos.a lot of the cases he cites are very old
O do chip, bloqueado após a publicação de uma foto, também é recentíssimo.
Outras coisas, não citadas no vídeo, também são "de ontem".
Como disse o NJ, a jurisprudência não é boa.
Na apresentação do Brigadeiro e que tanta comoção causa, falta na minha visão um informação chave: a causa ou a análise da causa de cada problema. Isso vai acabar vindo a tona. O governo e os militares sabem.
Claramente que os problemas listados não são todos de igual natureza e a linha do tempo é de 30 anos.
[]s
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Re: Transferência de Tecnologia
O dos P-3 e dos C-105 ainda não.
Quanto a causas, tenha em mente o seguinte (e aqui não me restrinjo aos aviões):
1) tudo que leve a desenvolvimento, ou recursos, para o programa espacial será bloqueado;
2) tudo que leve a desenvolvimento do programa de mísseis será bloqueado;
3) tudo que leve a desenvolvimento do programa nuclear da MB será bloqueado.
A questão dos aviões é que foi provado, com o ataque sobre as FARC dos ST colombianos, que o Brasil adquiria uma CAPACIDADE que não possuia antes, não só com os ST, mas com os F-5 e, principalmente, com os AMX tão criticados.
Quanto a causas, tenha em mente o seguinte (e aqui não me restrinjo aos aviões):
1) tudo que leve a desenvolvimento, ou recursos, para o programa espacial será bloqueado;
2) tudo que leve a desenvolvimento do programa de mísseis será bloqueado;
3) tudo que leve a desenvolvimento do programa nuclear da MB será bloqueado.
A questão dos aviões é que foi provado, com o ataque sobre as FARC dos ST colombianos, que o Brasil adquiria uma CAPACIDADE que não possuia antes, não só com os ST, mas com os F-5 e, principalmente, com os AMX tão criticados.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
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