Marino escreveu:Mapinguari escreveu:
Marino,
Digamos que a Marinha do Brasil tivesse comprado muito mais Corvetas Classe Barroso do que a única existente e que a Emgepron obtivesse sucesso na exportação deste navio. Como seria superado o obstáculo do navio ser equipado com uma turbina a gás de origem americana (no caso a GE LM2500) e a Emgepron a quisesse exportar uns quatro navios para a Venezuela?
A Marinha opera vários navios com esse tipo de turbina, do mesmo modo que a FAB opera dezenas de tipos de aeronaves com motores e outros componentes americanos. Isso já trouxe alguns problemas? Sim. É o preço a pagar por não termos condições de ter desenvolver e fabricar esses componentes, por uma série de razões que não vale a pena listar agora, mas que são de amplo conhecimento de todos aqui. Mas esses problemas foram superados/negociados caso a caso.
A Marinha usa processadores Motorola/IBM PowerPC no SICONTA. Esse é um item COTS (Commercial Off The Shelf), como muitos no Gripen. Mas o software do SICONTA é totalmente nacional e a MB faz o que quer com ele. O mesmo acontece no Gripen, seja o C/D, seja o NG.
Sim, está correto. Se quiséssemos exportar uma Corveta para a Venezuela sofreríamos os mesmos embargos que, talvez, fossem de solução mais simples.
A questão é que não temos, ainda, navios pós-END.
Não sei, com toda sinceridade, o que pensam os responsáveis por esse tema na MB.
Vamos ter que esperar o futuro, futuro próximo.
Pois é. Hoje, vivemos um novo momento, sem dúvida. Reconheço que, hoje, a opção Rafale, é muito boa, para a FAB e para a MB (futuramente). Para o País também, pois não se trata apenas de uma parceria militar, mas geopolítico-estratégica, com várias implicações futuras.
O que eu quis dizer é que essa linha de argumentação contra o Gripen NG, de que usa motor estrangeiro (americano) e outros componentes, não nos afetaria, pois a exportação da aeronave a partir de uma linha de montagem no país não está nos requisitos do F-X2.
Isso não quer dizer que apoiaria a compra do Super Hornet. Aqui, além da aquisição de um vetor (que é excelente) estaríamos reafirmando uma parceira e um alinhamento político que não nos interessa mais.
A coisa, em meu modo de ver, é que temos que ser, mais do que patriotas, pragmáticos nessas questões.
A proposta do Gripen NG (no seu conjunto técnico-industrial) é a melhor em minha opinião. Mas a proposta francesa do Rafale é a que, além de nos dar acesso a um caça de primeira qualidade, é a que politicamente nos trará mais vantagens.
O mesmo acontece no que se refere aos submarinos. Acho o U214 melhor do que o Scorpene. Ponto.
Mas a proposta francesa, em seu todo, é muito mais vantajosa pois, além dos quatro submarinos convencionais, nos dará a possibilidade de desenvolver um submarino de propulsão nuclear, coisa que os alemães não podem nos oferecer. Então, não há mais o que discutir.
E se vamos de Scorpene e SNA com ajuda dos franceses, podemos ir de FREMM/FREDA, LHA, NAe, etc, etc. Isso se a MB não ver problema em colocar todos os ovos no mesmo cesto.