NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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gaitero
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2386 Mensagem por gaitero » Qua Set 16, 2009 6:01 pm

PRick escreveu:Advinhem de onde veio essa pérola do entreguismo internacional? Nosso querido PANFLETÃO!

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje ... 4065,0.php

Se um jornal nos EUA, tivesse uma posíção dessas, a gente entende, mas esse jornal se diz brasileiro.

Se um jornal dos EUA defendesse a mesma coisa internamente, era caso de explodirem o jornal no dia seguinte. Como falei uma grande parte dos conservadores brasileiros são internacionalistas, eles protegem interesses internacionais dentro do Brasil. É algo desprezível!!! :evil: :evil: :evil:

[]´s
sei que é OFF tópic. Mas...

O neoliberalismo foi destruído pela crise, diz Mantega;

A crise mostrou o desastre que pode ocorrer quando se deixa a economia à mercê de um sistema financeiro fazendo o que bem entende, com o Estado ausente, não cumprindo as funções de regulação, fiscalização e de estimulo à economia.

A receita que dá certo é a aplicada no Brasil: regulação mais forte e uma participação mais ativa do Estado, fazendo política social e garantindo estímulos ao mercado. O grande objetivo é garantir o crescimento. Quando há crescimento, a arrecadação melhora, os déficits diminuem. Forma-se um ambiente capaz de impulsionar o País para o futuro.

:wink:




Aonde estão as Ogivas Nucleares do Brasil???
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soultrain
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2387 Mensagem por soultrain » Qua Set 16, 2009 6:09 pm

Achei um comentário ao artigo do Estadão muito bom:

1º “A primeira condição da paz é a respeitabilidade, e a da respeitabilidade a força. A fragilidade dos meios de resistência de um povo acorda nos vizinhos mais benévolos veleidades inopinadas, converte, contra ele, os desinteressados em ambiciosos, os fracos em fortes, os mansos em agressivos”. (Rui Barbosa - 1946);

2º “Se demonstras força, todos querem ser teus aliados. Ao contrário, se mostras fraqueza, ninguém te dará importância. E, se tendo riquezas, não demonstras força, atrairás sobre tua cabeça todas as ambições do mundo”. (Ciro, Rei da Pérsia)





"O que se percebe hoje é que os idiotas perderam a modéstia. E nós temos de ter tolerância e compreensão também com os idiotas, que são exatamente aqueles que escrevem para o esquecimento" :!:


NJ
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2388 Mensagem por Marino » Qui Set 17, 2009 3:49 pm

E a pelea continua
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Senhor jornalista, em atenção a sua solicitação, recebida no dia 26 de agosto, participo os
seguintes fatos:
1) “Em um dos textos produzidos pela Marinha para explicar o acordo, fala-se em
custos altos de manutenção dos submarinos alemães, além da necessidade de chamar empresas
daquele país para fazer eventuais reparos em partes específicas. Seria possível me fornecer um
exemplo desse custo (quanto se paga para uma empresa alemã reparar uma peça de um
submarino alemão. Exemplo, soube que há trabalhos simples que custam 50 mil euros)?”
O custo de manutenção dos submarinos alemães é realmente muito elevado. Há diversos
fatores que contribuem para isso.
A primeira consideração que se impõe é o que se chama de engenharia logística. Apenas
para facilitar o entendimento, pode-se tomar como exemplo um rolamento projetado para durar
5.000 horas de funcionamento e comparar seu custo com o de outro, projetado para 1.000 horas. O
primeiro, certamente, terá um custo de obtenção mais elevado, mas não custará cinco vezes mais do
que o segundo, que, no longo prazo, acabará custando mais.
Se um submarino é projetado para um intervalo de manutenções de 45 dias, como é o
caso dos IKL alemães, essa manutenção custará naturalmente mais do que a de outro cujo intervalo
seja de 90 dias. Além desse fator, há dois agravantes:
a) Os alemães não transferem sequer a tecnologia de manutenção de seus sistemas,
obrigando a uma permanente dependência de assistência técnica, para reparo e manutenção. Como
exemplo, o Submarino “Timbira”, recentemente, foi submetido a um período de manutenção geral,
com a desmontagem de todos os sistemas, sendo que, no momento de restabelecê-los, foi necessária
a contratatação de técnicos alemães para recolocá-los em funcionamento. Apenas para a
remontagem e testes subseqüentes do equipamento SONAR, realizados pela ATLAS ELEKTRONIK,
pertencente, como a HDW, ao grupo TKS (Thyssen Krupp Steel AG), a Marinha pagou € 330 mil. A
falta de manuais adequados impede que a Marinha realize o serviço por conta própria e, caso o faça,
perde a garantia; e
b) Cada submarino é composto por mais de 200 mil itens. Há inúmeras empresas
subcontratadas que os fabricam. Os alemães não permitem que esses fabricantes vendam
diretamente aos interessados, sob pena de descredenciamento. Toda aquisição tem que ser feita por
intermédio da MARLOG, empresa de serviços logísticos pertencente ao grupo da HDW / TKS, que
cobra preços substancialmente majorados (no mínimo 30% mais caro e, não raro, algumas vezes o
preço do fabricante).
2) “O jornal O Globo de hoje apresenta uma carta dos alemães que teriam se proposto a
transferir tecnologia à Marinha brasileira. Sei que os alemães não produzem submarinos
nucleares (portanto não teriam tecnologia a transferir). Mas gostaria, também a bem do
esclarecimento de meus leitores, saber, por exemplo, uma especificidade de construção de um
submarino nuclear que os alemães não têm possibilidade de fornecer. Itens, material,
compartimentos ou algo semelhante. O que, caso se proponham a transferir tecnologia, eles não
seriam capazes de fornecer para que o Brasil construa seu submarino nuclear?”
Nas propostas recentemente apresentadas, os alemães insistem em dizer que podem
transferir a tecnologia necessária para que o Brasil construa, no Arsenal de Marinha do Rio de
Janeiro (AMRJ), “... seu próprio grande submarino que poderá receber a propulsão nuclear ...”.
Ora, isso equivale a uma declaração de absoluto desconhecimento do assunto.
O AMRJ está localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro e não atende,
minimamente, os requisitos ambientais exigidos para instalações nucleares. Todos os países que
produzem submarinos de propulsão nuclear empregam estaleiros preparados, especificamente, para
esse fim, uma vez que o submarino comporta um reator nuclear, cujo núcleo contém elementos que,
periodicamente, têm que ser substituídos (normalmente, a cada sete ou oito anos). O estaleiro tem
que dispor de instalações para armazenagem desse material radioativo por tempo prolongado (20
anos), além de ter de estar preparado para uma substituição intempestiva de um elemento que
apresente problemas. Daí os requisitos ambientais.
Além disso, não basta projetar “seu próprio grande submarino”. A instalação de um
reator nuclear em um submarino não se limita à sua simples colocação no interior do casco.
Envolve complexa engenharia de projeto, muito mais sofisticada do que a de uma usina nuclear
instalada em terra firme. Esta não se move, enquanto um submarino está em permanente
movimento, quer quando navegando na superfície quer em imersão. Seu projeto tem que atender a
requisitos de segurança que só podem ser desenvolvidos por quem tem muita experiência. Para se
ter ideia, os franceses, que há muito já construíam submarinos, levaram mais de vinte anos entre a
decisão de construir um submarino de propulsão nuclear e ter o primeiro deles em operação.
Ademais, por desconhecimento do assunto (só quem tem experiência pode transmiti-la),
os alemães não seriam capazes de transferir tecnologia referente aos seguintes aspectos
fundamentais de um submarino nuclear:
a) o sistema de controle da plataforma (o próprio submarino) em alta velocidade;
b) as seguranças e redundâncias necessárias ao atendimento de emergências e
incidentes nucleares a bordo, bem como de situações anormais;
c) a segurança do casco do submarino e do reator nuclear contra eventuais colisões no
mar;
d) controle da atmosfera em um submarino nuclear. Releva notar que esse tipo de
submarino não tem qualquer contato com o ar atmosférico. Seu ar ambiente é gerado mediante a
extração de oxigênio da água do mar (por hidrólise). Em virtude do desprendimento de gases dos
materiais existentes no interior do submarino, seu controle demanda cuidados que só a experiência
pode atender;
e) propulsão a vapor em baixo d’água. Os submarinos convencionais funcionam com
motores diesel acoplados a geradores elétricos. Os nucleares empregam uma instalação a vapor,
com peculiaridades próprias de um submarino, bastante diferentes daquelas de um navio de
superfície;
f) baixo nível de ruído irradiado da instalação de propulsão em alta velocidade. O
silêncio constitui o diferencial de sobrevivência de um submarino. As instalações nucleares, por
funcionarem com turbinas e bombas a vapor, são naturalmente ruidosas. Os primeiros submarinos
desse tipo eram extremamente ruidosos. Somente com o desenvolvimento da tecnologia e a
experiência acumulada ao longo de muitos anos, foi possível a americanos, russos, ingleses e
franceses a construção de nucleares silenciosos; e
g) o desenvolvimento de ligas e materiais especiais a serem usadas na construção de
Submarinos de propulsão nuclear.
Conforme se pode observar, a lista poderia prosseguir quase que indefinidamente. Em
todos os itens citados, a experiência acumulada é o fator primordial. Ninguém transmite aquilo que
não tem. Os franceses desenvolvem submarinos de propulsão nuclear desde 1957. Já produziram
diversas classes de submarinos convencionais, de submarinos de propulsão nuclear de ataque e de
submarinos lançadores de mísseis balísticos.
3) “Pelos cálculos da Marinha, teremos um submarino nuclear em 12 anos. Sem esse
acordo com a França e se resolvêssemos construí-lo por conta própria (imaginando que o
governo dotasse a Marinha de recursos), seria possível precisar quantos anos levaríamos para
construir um submarino de propulsão nuclear?”
Não obstante ter logrado êxito na construção, falta à Marinha a capacidade de
desenvolver projetos de submarinos. Nesse mister, o caminho seguido pelas potências que
produzem submarinos de propulsão nuclear foi o de evoluir, por etapas, a partir do pleno domínio
do projeto de convencionais, para o de um submarino de propulsão nuclear, cujos requisitos, em
termos de tecnologia e controle de qualidade, superam em muito aqueles de um convencional.
Assim, o caminho natural para o Brasil seria, da mesma forma, o de desenvolver sucessivos
protótipos, até que se chegasse a um projeto capaz de abrigar uma planta nuclear.
Caso se dispusesse dos recursos, seriam necessários, no mínimo, três anos para se
dominar a tecnologia de projeto, a partir do ponto onde se encontra a Marinha. A partir daí, haveria
necessidade de projetar e construir um protótipo de submarino convencional, que teria que ser
exaustivamente testado e aperfeiçoado, resultando em novo projeto. Se tudo correr muito bem, no
terceiro protótipo, pode-se chegar a um projeto aceitável, na evolução para um submarino de
propulsão nuclear.
Considerando-se que o desenvolvimento de um projeto de submarino demanda, pelo
menos, cinco anos, seguidos de outros cinco de construção e de não menos que dois anos de testes,
conclui-se que, ainda que se admita alguma superposição de fases, para seguir o mesmo caminho
que os demais países, o Brasil necessitaria, no mínimo, de trinta anos para estar em condições de
desenvolver por conta própria seu submarino de propulsão nuclear. A partir daí, seriam necessários
os mesmos 12 anos de agora.
Como não se dispõe do tempo, nem dos recursos necessários para tanto, a solução
delineada pela Marinha, no intuito de – com segurança – saltar etapas, foi a de buscar parcerias
estratégicas com países detentores de tais tecnologias e que estivessem dispostos a transferi-la.
No nosso caso, tendo em vista o processo evolutivo indispensável, a parceria teria
que ser buscada junto a países que produzissem, simultaneamente, submarinos convencionais e
nucleares. Depois de longo e acurado processo de escolha, a França foi o país selecionado,
porquanto seu único concorrente, a Rússia, não desejava transferir tecnologia, mas, tão-somente,
vender submarinos, o que não correspondia aos interesses do Brasil.
Atenciosamente,
CENTRO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DA MARINHA




"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2389 Mensagem por Marino » Qui Set 17, 2009 3:53 pm

E vai mais resposta para a mídia
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Senhor jornalista, em atenção a sua solicitação, participo os seguintes fatos:
1 - O que a chegada do Scorpène representa para a Marinha brasileira?
Para a Marinha do Brasil (MB), a chegada do Scorpène representa, por um lado, um grande
passo em direção ao submarino nuclear, sua grande meta ao longo dos últimos trinta anos. Por outro,
representa a posse de submarinos convencionais modernos e sofisticados, que, além de suas tarefas
precípuas de contribuir para a defesa dos interesses marítimos do Brasil, permitirão, com sua entrada em
operação, a renovação de meios que, em breve, iniciarão o caminho da obsolescência.
Representam um passo significativo no processo de desenvolvimento do submarino nuclear,
porque diferentemente do usual, apesar de tratar-se de um submarino convencional, seu projeto não
constitui evolução de uma classe convencional anterior; pelo contrário, é derivado do submarino nuclear
de ataque classe “Rubis” e foi desenvolvido empregando as mesmas tecnologias utilizadas para o
desenvolvimento do submarino nuclear lançador de mísseis balísticos classe “TRIOMPHANT” e,
também, do submarino nuclear de ataque classe BARRACUDA, uma e outra, as mais modernas da
França. Em decorrência, dentre as vantagens que apresenta, seu projeto destaca-se por facilitar uma
rápida transição para o nuclear, haja vista sua forma de casco clássica daquele tipo de submarinos, com
hidrodinâmica apropriada para elevados desempenhos em velocidade e manobra (ver figura).
.Além das peculiaridades de projeto, o Scorpène tem
a vantagem de empregar os mesmos sistemas (sensores,
sistema de combate, armamento, sistema de controle da
plataforma etc) existentes nos submarinos nucleares
franceses. Ajustes de software compatibilizam as
diferentes necessidades de desempenho. Do ponto de
vista logístico e de atualização tecnológica constitui
diferencial respeitável.
Assim, considerando a necessidade brasileira de
abreviar processos, - na verdade, queimar etapas, sem jamais comprometer a segurança –, a escolha do
projeto do Scorpène, para servir de base ao desenvolvimento do projeto do nosso submarino de
propulsão nuclear, resulta de aprofundados estudos e amadurecido processo de tomada de decisão. No
entender da Marinha, essa escolha constitui a opção de menor risco para o êxito da empreitada, de resto,
um acalentado sonho da Força Naval há, já, trinta anos.
Os submarinos serão construídos no Brasil. Nesse caso, o modelo do submarino Classe Scorpène
será adaptado por nossos Engenheiros Navais. O índice de nacionalização será bastante elevado,
havendo, em cada um mais, de 36.000 itens, produzidos por mais de 30 empresas brasileiras.
Considerando, ainda, o aspecto estratégico, releva notar que a estratégia naval brasileira
considera a necessidade de dispor de submarinos convencionais e nucleares, para o cumprimento de sua
missão constitucional de defender, no mar, os interesses nacionais. No caso do Brasil, em face da
vastidão do Atlântico Sul, nossa área de interesse mais imediato, e nosso extenso litoral, com várias
regiões de águas rasas, um e outro são complementares e não, excludentes.
O emprego previsto para ambos vai exemplificado na figura abaixo:
2 - De acordo com o almirante Moura Neto, a Marinha precisa investir pelo menos R$ 5 bilhões ao
ano para defender a costa brasileira de forma eficiente. A aquisição dos submarinos está dentro
desse valor? Quais são os desafios que hoje se impõem para o Brasil num mundo multipolar e
cada vez mais ávido por recursos naturais?
O valor informado pelo Comandante da Marinha (cerca de R$ 5 bilhões ao ano) inclui todas as
necessidades da Força Naval e, como tal, os recursos necessários ao programa dos submarinos.
Quanto aos desafios que hoje se impõem ao Brasil, num mudo multipolar e cada vez mais ávido
por recursos naturais, valem as seguintes considerações:
Durante a Guerra Fria - e sua característica bipolaridade-, a importância estratégica de um país
periférico estava diretamente associada às possíveis consequências de sua adesão ao outro bloco, o que
só teria real significado em função de sua localização geográfica em áreas estratégicas ou da
disponibilidade de determinadas matérias-primas. Não era o caso do Brasil, que, durante a segunda
metade do século XX, encontrava-se fora do eixo estratégico do mundo. Na década que se seguiu à
A defesa da integridade territorial,
da soberania e dos interesses
marítimos do Brasil requer a
posse de submarinos
convencionais e nucleares;
A estratégia naval necessita de
ambos, posto não serem meios
mutuamente excludentes, mas
complementares.
SSN
SSN
SSN
convencionais
bipolaridade, houve um período de transformações, indefinições, globalização, que pouco alteraram
nossa situação.
Entretanto, neste início de século XXI, inaugurado com o ataque às torres do World Trade
Center e com a presente crise financeira internacional, cujos desdobramentos ainda não estão
suficientemente claros, parece haver uma mudança no eixo estratégico do mundo, de modo a envolver
mais profundamente o Brasil. Ainda que ao final dessa crise continue restando apenas uma
superpotência militar, o mundo parece caminhar para a multipolarida, posto que, em outras dimensões,
deverá haver alguma redistribuição de poder, particularmente na área financeira, com a entrada em cena
de atores que ganharam peso e passaram a influenciar a economia, as finanças e o comércio mundiais,
como o Brasil, a Russia, a India, a China e a Coréia do Sul, por exemplo. Com isso, o Brasil adquire
maior importância, deslocando-se da periferia para mais próximo do centro.
Commo apontado na própria pergunta, há outros fatores, relacionados à escassez de
determinadas matérias-primas e produtos, que parecem acentuar ainda mais essa força gravitacional que
nos arrasta para o centro, posto que, em larga medida, as soluções envolvem significativamente o Brasil.
A primeira delas é a água doce, que vem se tornando um dos bens mais escassos do mundo, com
reflexos na produção de alimentos e ensejando conflitos entre nações. Em determinadas áreas, como o
Oriente Médio e a África, já é motivo de contendas. Enquanto isso, o Brasil concentra, em rios, em torno
de 12% da água doce do mundo (sem contar lençóis freáticos), além de abrigar o maior rio em extensão
e volume do planeta, o Amazonas.
Diretamente ligado ao problema da água, há a questão da escassez de alimentos. Ora, mais de
90% do território brasileiro recebe chuvas abundantes, durante o ano, e as condições climáticas e
geológicas propiciam a formação de uma extensa e densa rede de rios, o que, associado à abundância do
sol tropical, contribui para uma agricultura de produção em grande escala, realmente capaz de tornar o
Brasil o “Celeiro do Mundo”.
Outra crise que já se faz aguda é a energética. A despeito da momentânea queda do preço do
petróleo, sua escassez, em breve, deverá restabelecer o quadro anterior ao atual. Durante o século XX,
fomos importadores, a ponto de a, então, famigerada “conta-petróleo” ser um dos grandes fantasmas da
nossa balança de pagamentos e da economia nacional. Hoje, além de vivermos relativa auto-suficiência,
criamos uma nova realidade no cômputo das reservas mundiais, com o descobrimento do óleo existente
no pré-sal.
Ainda no contexto energético, de uns anos para cá, a energia nuclear passou de proscrita a “uma
forma de energia limpa”, por não contribuir para o efeito estufa. E o Brasil possui consideráveis reservas
de Urânio.
Como se não bastasse, somos detentores de tecnologia de ponta, temos solo, clima e sol em
abundância, para a produção de biocombustíveis.
Finalmente, mas não por último, temos a Amazônia, em permanente ordem-do-dia, quer por sua
biodiversidade, quer por sua influência sobre o clima mundial, quer por – segundo alguns – dever-se
constituir em bem da humanidade, que não deve ficar sob o domínio de um país que permite sua
devastação acelerada.
Como se observa, o Brasil periférico da segunda metade do século XX não existe mais. O Brasil
do século XXI é arrastado, quer queira, quer não, para uma posição mais próxima dos pólos estratégicos
do mundo, o que significa que, cada vez mais, independentemente de sua vontade, ver-se-á, com alguma
frequência, engolfado por turbulências.
Respondendo a pergunta, esse parece ser o grande desafio que se impõe ao Brasil no cenário que
se vai delineando.
Em face disso, será indispensável dispor de meios suficientes para tornar a via diplomática mais
atraente, para a solução de controvérsias, do que o caminho da pressão inaceitável, da ameaça ou da
imposição.
Nesse particular, a posse de submarinos – convencionais e nucleares - é apenas um primeiro
passo. O dimensionamento das Forças Armadas não poderá ficar em descompasso com a grandeza e o
significado econômico do país no concerto das nações, sob pena de, por imprevidência, privarmos as
gerações futuras de um porvir à altura da História da Nação.
Não há dúvida de que, como país, o Brasil está no limiar de uma nova era.
Considerado que as questões complementares, abaixo listadas, apresentadas também pelo mesmo
editor, são, de certa forma, complementares à de número 2, serão respondidas logo a seguir e em
conjunto, para maior clareza e facilidade de entendimento.
a) importância na defesa do pré-sal
b) importância na defesa da “Amazônia Azul”
c) nova posição do brasil no contexto internacional
d) possibilidade de ingresso no conselho de segurança da onu
Desde a divulgação das notícias referentes ao petróleo existente no pré-sal, é comum que se
pergunte se tais descobertas influíram na retomada do investimento no submarino nuclear.
Ora, releva notar que, desde o início, o programa jamais foi interrompido pela Marinha. Mesmo
entre os anos de 1994 a 2006, quando houve a supressão de recursos de outras fontes governamentais, a
MB cuidou de mantê-lo vivo, ainda que em estado quase vegetativo, com o sacrifício exclusivo do
orçamento da Força. Se tivesse sido descontinuado, o custo da retomada seria simplesmente impagável.
A retomada havida a partir de 2007 foi do aporte de recursos governamentais, fruto de nova visão
política da atual administração de mais alto nível do país.
Mesmo assim, a mencionada retomada é anterior à revelação das descobertas do pré-sal, que, no
entanto, só fazem enfatizar, ainda mais, sua necessidade. Mais de 90% do nosso petróleo – dois milhões
de barris por dia – são extraídos do mar. Da mesma forma, mais de 95% do nosso comércio exterior –
cerca de US$ 300 bilhões, entre exportações e importações – são transportados por via marítima.
Também, a Amazônia Azul contém, na imensidão da massa líquida e do vasto território submerso, de
milhões de quilômetros quadrados, riquezas biológicas e minerais, largamente ameaçadas pela
exploração predatória e interesses internacionais.
Como se vê, os interesses marítimos do Brasil são de tal magnitude, que não podem dispensar a
proteção de uma Marinha à altura. A falta absoluta de meios de defesa, para tanta riqueza, pode acabar
se constituindo em convite a determinadas ações lesivas ao interesse nacional. Daí a necessidade de uma
Marinha capaz de desencorajá-las.
No caso do submarino nuclear, é evidente que sua ação específica não deverá ser a de
permanecer como “sentinela” ao redor dos campos, como eventualmente se especula. Na verdade, o
relevante não é nem o que ele vai fazer. Mas o que pode fazer. E pode tanto, que sua simples existência
é suficiente para produzir boa parte dos efeitos desejados com sua posse. Como dito, nossa Zona
Econômica Exclusiva cobre cerca de 4,4 milhões de quilômetros quadrados. É para estar, a tempo e a
hora, presente em qualquer ponto dessa vastidão oceânica que se necessita de um submarino nuclear.
Mais ainda, os interesses do Brasil, no mar, não terminam nos limites da Amazônia Azul. Eles se
estendem a qualquer lugar onde um navio navegue sob nossa bandeira, cuja proteção é dever inalienável
do Estado Brasileiro.
Essa, a importância estratégica da construção do submarino nuclear.
3 - Quando prontos, onde os submarinos ficarão? E qual é o cronograma real para a construção e
entrega do primeiro submarino nuclear?
Quando prontos, os submarinos ficarão sediados na nova base naval, cuja construção faz parte do
programa global, e continuarão sendo empregados de acordo com a necessidade estratégica naval, que,
mesmo em tempo de paz, apresenta requisitos, até para manter o preparo da Força.
Fundamentalmente, os submarinos realizam períodos de patrulha em nossa Zoa Econômica
Exclusiva; participam de operações navais, envolvendo países aliados, como a Argentina, Chile,
Uruguai, Estados Unidos da América, por exemplo, e, ocasionalmente, países da Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Essas operações podem se desenrolar em nossas águas, no Caribe
ou no Atlântico Norte, quer em águas americanas quer européias.
O cronograma real de construção e entrega do submarino nuclear é demonstrado no quadro
abaixo, que é uma síntese bastante resumida da programação geral do projeto. Algumas divergências de
datas, por vezes apontadas em determinados órgãos da Imprensa, apontando ora o ano de 2021 ora o de
2022, para término da construção do submarino nuclear, devem-se à incerteza do momento de início,
que depende da entrada em eficácia do contrato de financiamento e da corresponde efetivação do “down
payment” dos contratos financiados. As ações propriamente ditas só se iniciam seis meses depois.
Assim, o ano de 2022 é o mais provável para a entrega do primeiro submarino nuclear.
4 - Qual a importância dessa aquisição para o Brasil no contexto regional, frente aos outros países
sul-americanos, e também no contexto global, considerando notícias recentes como a reativação da
4a frota da Marinha norte-americana?
Na verdade, a estratégia naval que conduz a essa aquisição não tem enfoque específico no
contexto regional e, menos ainda, na reativação da quarta esquadra dos Estados Unidos. Conforme
extensamente apresentado nas respostas anteriores, essa estratégia visa à defesa incondicional dos
interesses marítimos do Brasil. Essa defesa é contra amaça eventual e inominada. Assim, a preocupação
é com o contexto global e, não resta dúvida, no cenário internacional, quem quiser ser respeitado tem
que ter capacidade de agir. E é isso que a Marinha busca: ser detentora de um Poder Naval compatível
com a grandeza territorial, populacional e econômica do Brasil, para bem desempenhar sua missão
constitucional de defendê-la.
5 - Discute-se na ONU a ampliação da zona econômica exclusiva que o Brasil tem direito. Na
fronteira desta faixa, estão localizadas as reservas do pré-sal, para onde devem ser deslocados os
novos navios-patrulha. Qual a estratégia da Marinha para a defesa dessa região?
Na verdade, conforme demonstrado na figura abaixo, o Brasil, mediante a apresentação dos
estudos referentes ao Levantamento da Plataforma Continental (LEPLAC), já logrou êxito na ampliação
da sua Zona Econômica Exclusiva (ZEE), que passou dos 3.500.000 km2 originais para os atuais
4.500.000 km2, mediante a inclusão das áreas já aceitas (mostradas em azul mais escuro no mapa). O
que ainda está em análise naquele organismo são as áreas apontadas em vermelho, que, se aceitas,
representarão a adição de outros 170.000 km2 à nossa ZEE.
A estratégia da Marinha para a defesa dessa região é justamente a de dispor de meios suficientes
para o exercício da patrulha naval, caracterizada pela ostensiva ação de presença dos seus naviospatrulha,
e da capacidade de dissuasão causada pela posse de unidades de combate, como submarinos e
meios de superfície e aeronavais, como porta-aviões, fragatas, corvetas, etc.
É preciso considerar que os limites das os limites das águas jurisdicionais são linhas sobre o mar,
que não existem fisicamente. O que as definem e as fazem ser respeitadas são os meios navais,
patrulhando-as ou realizando ações de presença. Também, os interesses marítimos brasileiros não se
limitam à Amazônia Azul, mas se estendem por toda a vastidão do Atlântico Sul e, até, para além dela,
pois onde houver um navio navegando sob nossa bandeira, é dever inalienável do Estado Brasileiro
protegê-lo.
6 - Quais são as vantagens do projeto francês em relação ao de outros
eventuais fornecedores?
Novamente, é preciso ter em mente que a grande meta da Marinha do Brasil é o submarino com
propulsão nuclear.
Desde 2004, em face da proximidade do término da construção do Submarino Tikuna, último dos
IKL construídos no AMRJ, a Marinha, com vistas à manutenção das construções, tanto para não perder
20.000 Km2
CONE DO AMAZONAS
110.000 Km2
CADEIA NORTE-BRASILEIRA
20.000 Km2
CADEIA VITÓRIA-TRINDADE
20.000 Km2
MARGEM CONTINENTAL SUL
Áreas em discussão
Áreas aceitas
PLATÔ DE
SÃO PAULO
A Amazônia Azul
a tecnologia quanto para repor os meios que fossem desativados, realizou estudos com vistas à seleção
de um projeto de submarino que melhor atendesse aos seus requisitos estratégicos. Depois de criteriosa
análise dos projetos existentes, foram selecionados três que, em diferentes graus, atendiam àqueles
requisitos: o AMUR 1650, da Rússia, o IKL 214, da Alemanha, e o Scorpène, da França. Todos de
mesma geração tecnológica.
A vantagem do projeto francês é que, muito mais do que um projeto, se trata de um programa
bastante abrangente, que inclui:
a) o fornecimento de material e a construção, no Brasil, de quatro submarinos convencionais do
tipo Scorpène, com projeto modificado, para atendimento de requisitos estratégicos da Marinha do
Brasil, como maior autonomia e maior intervalo entre maior intervalo entre manutenções, fator
primordial para um país cujos interesses marítimos se estendem, prioritariamente, pela vastidão do
Atlântico Sul. Além disso, o projeto sofreu atualizações de modo a incorporar a evolução havida desde
sua concepção até agora, como aquelas sofridas pelo sistema de gerenciamento de combate, sistema
automatizado de controle da plataforma (o próprio submarino) e outros;
b) transferência, para a Marinha, de tecnologia de desenvolvimento de projeto de submarinos,
tanto convencionais quanto nucleares, excluído deste o projeto do reator nuclear, que está sendo feito
pelo Brasil. Essa transferência inclui a transferência de tecnologia de desenvolvimento do sistema de
combate, sistema de controle automatizado da plataforma;
c) transferência, a título de offset (compensações comerciais) para a indústria nacional, de
tecnologia para o desenvolvimento do sistema de combate, sistema de controle automatizado da
plataforma, diversos outros sistemas complexos;
d) programa de nacionalização de forma a que cerca de 20% de todos os itens materiais de cada
submarino serão produzidos no Brasil, quer mediante aquisição pura e simples, caso o item já seja aqui
fabricado, que mediante a transferência de tecnologia para empresas interessadas e homologadas pelo
fabricante francês. Até o momento, cerca de trinta empresas brasileiras já foram certificadas e
participarão do projeto, mediante a produção de mais de 36.000 itens, inclusive sistemas complexos. Há
muitas outras candidatas, em processo de qualificação. Juntando-se a esse percentual (20%) o custo da
mão-de-obra de construção, totalmente nacional, cerca de 45% do valor do submarino serão
nacionalizados;
e) o fornecimento de material e construção, no Brasil, de um submarino nuclear, excluída a parte
do reator nuclear e seus controles, que estão em desenvolvimento pela Marinha;
f) a construção de um estaleiro dedicado à construção de submarinos nucleares (e
convencionais). Releva notar que, para construção, ou mesmo manutenção, de um submarino nuclear é
necessário um estaleiro que atenda aos requisitos ambientais e tecnológicos específicos. Todos os países
que produzem submarinos nucleares empregam estaleiros preparados especificamente para esse fim,
uma vez que o submarino comporta um reator nuclear cujo núcleo contém elementos que,
periodicamente, têm que ser substituídos (normalmente, a cada sete ou oito anos). O estaleiro tem que
dispor de instalações para armazenagem desse material radioativo exaurido por tempo prolongado (20
anos), além de ter de estar preparado para uma substituição intempestiva de um elemento que apresente
problemas. Daí os requisitos ambientais; e
g) a construção de uma nova base naval capaz de apoiar um submarino nuclear. A atual base, no
interior da baía de Guanabara, na possui sequer profundidade junto ao cais para a atracação de um
submarino desse porte (cerca de 5.500 toneladas e 9 metros de calado).
Em contrapartida, os russos não transferem tecnologia; interessam-se tão-somente por vender
submarinos, o que não atendia aos interesses do Brasil e, por isso, tiveram que ser descartados.
Quanto aos alemães, não produzem submarinos nucleares e, portanto, não têm tecnologia a
transferir. É preciso enfatizar que somente quem constrói submarinos nucleares tem condições de
transferir a tecnologia necessária para tanto. Não basta saber construir submarinos, haja vista que a
própria França, - que já construía submarinos -, levou 29 anos entre a decisão de construir um nuclear e
ter o primeiro deles em operação. A Alemanha não constrói submarinos nucleares e, portanto, por mais
que o deseje, não tem como transferir tal tecnologia. Talvez por isso, nas propostas recentemente
apresentadas, insistem em dizer que podem transferir a tecnologia necessária para que o Brasil construa,
no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ), “... seu próprio grande submarino que poderá
receber a propulsão nuclear ...”. Ora, isso equivale a uma declaração de absoluto desconhecimento do
assunto. O AMRJ está localizado no centro da cidade do Rio de Janeiro e não atende, - minimamente -,
os requisitos ambientais exigidos para instalações nucleares.
Ademais, os alemães não transferem sequer a tecnologia de manutenção de seus sistemas,
obrigando a uma permanente dependência de assistência técnica, para reparo e manutenção. Como
exemplo, o Submarino Timbira, modelo da classe IKL-209 alemã, que, recentemente, terminou um
período de manutenção geral, que implica a desmontagem de todos os sistemas, na hora de restabelecêlos
teve que contratar técnicos alemães para recolocá-los em funcionamento. Apenas para a remontagem
e testes subseqüentes do equipamento SONAR realizados pela ATLAS ELEKTRONIK, pertencente, -
como a HDW -, ao grupo TKS (Thyssen Krupp Steel AG), a Marinha pagou € 330 mil. A falta de
manuais adequados impede que se realize o serviço por conta própria e, se for tentado, perde a garantia.
Também, cada submarino é composto por mais de 200 mil itens. Há inúmeras empresas subcontratadas
que os fabricam. Os alemães não permitem que esses fabricantes vendam diretamente aos
interessados, sob pena de descredenciamento. Toda aquisição tem que ser feita por intermédio da
MARLOG, empresa de serviços logísticos pertencente ao grupo da HDW / TKS, que cobra preços
substancialmente majorados (no mínimo 30% mais caro e, não raro, algumas vezes o preço do
fabricante).
Finalmente, não basta projetar “seu próprio grande submarino”. A instalação de um reator
nuclear em um submarino não se limita à sua simples colocação no interior do casco. Envolve complexa
engenharia de projeto, muito mais sofisticada do que a de uma usina nuclear instalada em terra firme.
Esta não se move, enquanto um submarino está em permanente movimento, quer quando navegando na
superfície quer em imersão. Seu projeto tem que atender a requisitos de segurança que só podem ser
desenvolvidos por quem tem muita experiência. Para se ter idéia, os franceses, que há muito já
construíam submarinos, levaram mais de vinte anos entre a decisão de construir um submarino nuclear e
ter o primeiro deles em operação.
Resumindo, o projeto francês atende às necessidades da Marinha, quer do ponto de vista
estratégico, quer do de prestar significativa contribuição ao desenvolvimento de uma indústria de defesa
no país.
7 - Este contrato prevê ainda a construção de um estaleiro e de uma base naval no Rio de Janeiro.
Quais são as perspectivas de longo prazo para este projeto?
Tanto a base como o estaleiro serão, para sempre, propriedade do governo brasileiro (Marinha do
Brasil). Entretanto, para poder cumprir tempestivamente os contratos e atender conveniências de ordem
prática, particularmente aquelas ligadas à contratação de pessoal e aquisição de materiais, concluiu-se
que o ideal seria que o estaleiro operasse como uma empresa privada, em vez de funcionar segundo as
regras da administração direta ou mesmo estatal. Para tanto, foi criada uma Sociedade com Propósito
Específico (SPE), tendo como participantes a Odebrecht, com 50% das ações, a DCNS (Diréctions des
Costructions Navales Systems), com 49%, e a Marinha, com uma ação que confere poderes especiais ao
Estado, como o de veto. Ao final da vigência do contrato, depois de pronto o primeiro submarino
nuclear, será tomada uma decisão quanto ao prosseguimento ou não desse modelo.
8 - O que significa ser o sexto país do mundo a deter a tecnologia do submarino nuclear? De que
maneira isso contribuirá para a mudança de patamar do Brasil no cenário internacional?
A resposta apresentada à questão número dois responde a pergunta.
Releva notar, entretanto, que a simples posse do submarino nuclear não signifca, necssariamente,
a inclusão imediata em determinados círculos de poder. Pode tratar-se de condição necessária, mas não
suficiente. Outras obrigações e responsabilidade se impõem e, naturalmente, o Brasil será instado a
tomar posições afirmativas em face de determinadas questões internacionais, o que caberá ao Governo
decidir, em face das circustâncias reinantes.
Feita a ressalva, vale registrar que somente cinco países no mundo possuem submarinos
nucleares: Estados Unidos, Grã-Bretanha, França, Rússia e China. Exatamente aqueles que ocupam
lugar permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, com direito a veto.
Além desses, há dois países que disputam assento nesse Conselho: Brasil e India. Ambos
desenvolvem seus próprios projetos de submarinos nucleares
Em resumo, essa análise apresenta, na visão da Marinha, a importância da construção do
submarino nuclear brasileiro.
WELLINGTON LIBERATTI
Contra-Almirante (RM1)
Coordenador de Submarinos
OUTRAS QUESTÕES:
e) ESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA DO PROJETO
f) DETALHAMENTO DOS CUSTOS
Item do pacote Valor
(milhões de Euros)
Estaleiro e Base Naval
(projeto e construção)
1.868
Torpedos e despistadores de torpedos
(lote de torpedos e despistadores de torpedo e
logística associada)
100
Submarinos Scorpènes (S-BR)
(projeto, pacote de material e construção)
1.660
Pacote logístico para os S-BR
(sobressalentes)
240
Submarino Nuclear
(projeto, pacote de material e construção)
2.000
Transferência de Tecnologia / OFFSET
(projeto e construção de submarinos, projeto do novo
estaleiro, sistema de combate, sistema de controle da
plataforma, nacionalização de itens)
900
TOTAL 6.768
g) CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO PROJETO
1) O que o domínio da tecnologia nuclear significa em termos internacionais
Significa, no mínimo um diferencial tecnológico e, como qualquer diferencial dessa
natureza, representa maior capacidade de desenvolvimento, mais riqueza, mais poder,
mais status e, nesse caso específico, em face de se poder empregar esse diferencial na
construção de um submarino nuclear, maior poder militar.
2) Transferência de tecnologia da França para o Brasil
Respondido na questão de número 6.
3) Transferência da tecnologia militar para outros setores da economia
Tradicionalmente, os equipamentos e sistemas desenvolvidos inicialmente com a
finalidade de aplicações militares acabam se revelando de grande utilidade para os demais
setores da economia. Exemplos: radar, forno de microondas, Internet, laser, etc. Além
desses exemplos, de aplicação direta, existe um sem-úmero de aplicações decorrentes do
arrasto tecnológico provocado, principalmente com a atual tendência de os sistemas
militares empregarem, cada vez mais, itens de prateleiras (sistema COTS, isto é,
commercial off the shelf), em lugar de desenvolvê-los especificamente para aquele fim,
reduzindo seus próprios custos.
4) Estágio do reator nuclear brasileiro em Aramar
Em desenvolvimento. Operação prevista para 2014.
MODERNA TÉCNICA DE CONSTRUÇÃO NAVAL:
Os itens que integram determinada seção do submarino são montados em uma armação que, depois, é
introduzida (qual gaveta) no interior da seção do casco. As vantagens são muitas. Reduz a probabilidade
de erros de montagem e contribui para a redução do nível de ruído irradiado do submarino, mediante a
introdução de absorvedores de vibração. Para um submarino, silêncio é sobrevivência.
Fotos do submarino Scorpène

Projeto Conceitual Estaleiro e Base Naval




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2390 Mensagem por Marino » Qui Set 17, 2009 3:58 pm

Quanto a esta última resposta, sugiro ver as figuras e fotos no link abaixo:
https://www.mar.mil.br/imprensa/arquivo ... TOE_II.pdf




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2391 Mensagem por orestespf » Qui Set 17, 2009 6:43 pm

O Alm. Sávio tá tomando um suador danado! :mrgreen: :mrgreen: :lol: :lol:




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2392 Mensagem por Wolfgang » Qui Set 17, 2009 10:29 pm

O bola está quicando na área e a MB está afundando bola e goleiro juntos! :twisted:




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2393 Mensagem por luis F. Silva » Sex Set 18, 2009 12:53 pm

Os NAPOC serão de vários tamanhos, desde o modelo P até o GG. Se algum deles for com tonelagem superior a 12.000 teremos um patrulha King Size. Em termos de marketing politico é muito mais fácil, e politicamente correto, vender a idéia de construir 50 navios patrulhas do que 5 fragatas de guerra. Portanto, se for o caso, só construiremos "navios patrulhas". Corvetas, fragatas, etc... vai tudo embolado dentro das "patrulhas". 98% do povo brasileiro não terá a menor idéia do que estará sendo construido na realidade.
Segue a ideia dos patrulhas de 6000 toneladas da Dinamarca.




cumprimentos.

Luis Filipe Silva

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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2394 Mensagem por AMRAAM » Sáb Set 19, 2009 10:38 am

Aqui deixo este interessante PFD que encontrei na web "Infodefensa".

:arrow: http://www.infodefensa.com/documentos/d ... OSUB_1.pdf

SALUDOS!!




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2395 Mensagem por Marino » Sáb Set 19, 2009 10:40 am

Isto É:
Contrainformação
O Comando da Marinha antecipou-se à articulação para abertura da CPI da compra de armamento e convidou parlamentares para visitar o Arsenal da Marinha no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira. Haverá também uma oportuna palestra.
==================================================
Como uma coisa que as FA fazem de forma rotineira, o convite aos congressistas para que conheçam suas instalações, seus problemas, etc, pode ser desvirtuado para uma ação contra uma CPI que só existe na imprensa.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2396 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Set 19, 2009 11:22 am

Teus amigos tão trabalhando forte contra a END e rearmamento, hein Marino????? :mrgreen:




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2397 Mensagem por Marino » Sáb Set 19, 2009 11:32 am

Pois é, a campanha contra está longe de acabar.
Quem sabe como resultado não tenhamos uma estrutura de comunicação social mais profissional?
Na MINHA OPINIÃO, a atual não atende o novo cenário onde tem de atuar.




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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2398 Mensagem por gaitero » Sáb Set 19, 2009 12:12 pm

Marino escreveu:Pois é, a campanha contra está longe de acabar.
Quem sabe como resultado não tenhamos uma estrutura de comunicação social mais profissional?
Na MINHA OPINIÃO, a atual não atende o novo cenário onde tem de atuar.
Nem a Marinha, que eu julgo ser a mais preparada dentre as três forças... E tão menos o Ministério da Defesa..




Aonde estão as Ogivas Nucleares do Brasil???
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2399 Mensagem por WalterGaudério » Sáb Set 19, 2009 2:44 pm

gaitero escreveu:
Marino escreveu:Pois é, a campanha contra está longe de acabar.
Quem sabe como resultado não tenhamos uma estrutura de comunicação social mais profissional?
Na MINHA OPINIÃO, a atual não atende o novo cenário onde tem de atuar.
Nem a Marinha, que eu julgo ser a mais preparada dentre as três forças... E tão menos o Ministério da Defesa..
Sempre ha algo que pode ser melhorado sem dúvidas, mas eu ia falar justamente o SRPM stá se saindo muito bem. Parece a Div de Máquinas. de um certo Submarino que eu , digamos, "conheci"...




Só há 2 tipos de navios: os submarinos e os alvos...

Armam-se homens com as melhores armas.
Armam-se Submarinos com os melhores homens.


Os sábios PENSAM
Os Inteligentes COPIAM
Os Idiotas PLANTAM e os
Os Imbecis FINANCIAM...
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Re: NOTICIAS SUB NUCLEAR BRASILEIRO

#2400 Mensagem por gaitero » Sáb Set 19, 2009 3:04 pm

Walterciclone escreveu:
gaitero escreveu: Nem a Marinha, que eu julgo ser a mais preparada dentre as três forças... E tão menos o Ministério da Defesa..
Sempre ha algo que pode ser melhorado sem dúvidas, mas eu ia falar justamente o SRPM stá se saindo muito bem. Parece a Div de Máquinas. de um certo Submarino que eu , digamos, "conheci"...
Um tal de Oberon...

:wink:




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