Depois que os EUA chutou a bunda do Brasil na decada de 70, até gilete deitada pode ser considerada alta.Santiago escreveu:Cooperação está no nível mais alto, afirma oficial americano
Para adido de Defesa da embaixada no Brasil, relação é a melhor desde a 2ª Guerra
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GEOPOLÍTICA
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Re: GEOPOLÍTICA
A HONESTIDADE É UM PRESENTE MUITO CARO, NÃO ESPERE ISSO DE PESSOAS BARATAS!
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Re: GEOPOLÍTICA
Diria:O Foro de São Paulo vai às compras
Percival Puggina
...e seus parceiros mostram os dentes. Deve estar acontecendo algo muito grave na América Latina. Tem gente, por aí, sabendo de coisas que não nos foram contadas. Não encontro outra explicação para o sofisticado equipamento bélico que o Brasil pretende adquirir da França. São quatro submarinos convencionais, um submarino nuclear, 51 helicópteros de combate, as obras de um estaleiro e de uma base para os submarinos e mais a anunciada intenção de compra de 36 aviões militares de caça. O pacote todo chega à casamata dos R$ 36 bilhões! É grana para fazer o Sarkozy subir de joelhos a escadaria da Lapa.
Nos últimos seis anos, os orçamentos militares dos países sul-americanos cresceram 91%. E o Brasil, com essa compra, cujos contratos de financiamento já foram aprovados pelo Senado Federal, tornou-se o player que fala mais grosso no meio da turma. Estará sendo costurado um novo Pacto de Varsóvia ou cogitar disso é teoria da conspiração? É? E quem iria supor que meses após a queda do Muro de Berlim os partidos de esquerda da América Latina criariam o Foro de São Paulo, para salvar aqui o delírio que se perdera com o fim da URSS e do socialismo no Leste Europeu? E quem poderia antever que, decorridos 19 anos, aqueles partidos estariam governando mais de uma dezena de países do continente? E quem poderia imaginar Lula, o pai dos pobres, fazendo a alegria dos fabricantes franceses de armamentos?
Levar a sério a afirmação de que os submarinos são necessários para defender o pré-sal demanda total ausência de senso de humor. E os 36 jatos de combate? São para proteger nossos três satélites? Não se assume um compromisso financeiro de tais proporções por motivos tão descabidos. Será bem difícil me convencer de que estamos nos armando para fins dissuasivos em relação a nossos vizinhos quando estamos rodeados por parceiros ideológicos aos quais nosso presidente faz concessões com a mesma solicitude com que o vovô atende os pedidos do netinho. Lula fez campanha e não mediu palavras para explicitar sua torcida pela eleição deles. Então, não me engana que eu não gosto.
Fiz as contas. Com R$ 36 bilhões, seria possível, por exemplo, duplicar o programa habitacional popular, ampliando-o para 2 milhões de unidades, ou permitiria ao governo, que sonha com a volta da CPMF, construir e equipar 150 hospitais regionais com 300 leitos cada! Isso para não falar do disparate que representa armar-nos com sofisticado equipamento de combate, para defender-nos de inimaginável agressão externa, quando estamos perdendo para o crime organizado, no front interno, uma guerra real, por falta de tudo – recursos humanos, legislação, inteligência, articulação, armas, munição, viaturas, presídios e políticas sociais. Estamos zelando por uma segurança nacional que não está em risco e desatentos à nossa objetiva insegurança pessoal, familiar e social.
Procure no Google “corrida armamentista”. Vai encontrar, em língua portuguesa, 67 mil referências. Basta isso para mostrar que o processo iniciado pela Venezuela e logo seguido por vários outros países do continente está chamando a atenção da mídia nacional impressa e eletrônica. Há algo no ar e ainda não são os aviões Rafale.
Para concluir: o que diria Lula se essa mesma aquisição tivesse sido feita por Fernando Henrique Cardoso, ou por Itamar Franco, ao tempo em que ele, Lula, pedalava na bicicletinha oposicionista?
"Caros companheiros TOPETE e FHC, a constante divulgação das informações pela mídia facilita a definição das opções básicas para o sucesso deste programa.
Por outro lado é fundamental ressaltar que o modelo estrutural preconizado pelas FAs e a consolidação das estruturas realizadas com a análise dos diversos resultados, oferece uma ímpar oportunidade de verificação das condições apropriadas para os negócios, acarretando um processo de reformulação das nossas opções de desenvolvimento futuro."
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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Re: GEOPOLÍTICA
Na Unasul, Brasil insistirá em garantia colombiana
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
Apesar de sucessivas negativas colombianas, inclusive do chanceler Jaime Bermúdez, que esteve em Brasília na semana passada, o Brasil vai insistir na reunião de chanceleres e ministros da Defesa da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) na necessidade de a Colômbia apresentar garantias por escrito de que a ampliação de seu acordo militar com EUA não extrapolará o combate ao narcotráfico nem as fronteiras do país. A reunião será nesta terça-feira, em Quito.
O recado a ser dado será claro: para o Brasil e outros vizinhos, como a Argentina, se a Colômbia não der respaldo jurídico à promessa de que a presença de tropas americanas em até sete bases no país se restringirá ao território colombiano, poderá ficar isolada, com uma permanente desconfiança pairando no ar.
O Brasil será representado pelos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Nelson Jobim (Defesa). Jobim já esteve no início do mês na Colômbia e no Equador, tentando fazer uma mediação entre esses dois países. Eles estão com as relação diplomáticas suspensas desde o ano passado, após Bogotá realizar uma operação contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano.
Além disso, Jobim ainda irá amanhã à Bolívia, que integra o eixo antiamericano da região com Venezuela e Equador.
A Colômbia, que está "na berlinda", por causa do acordo com os EUA, exige que os ministros discutam também as alianças da Venezuela com o Irã e com a Rússia e as suspeitas de envolvimento de outros países (numa referência à própria Venezuela e ao Equador) com grupos narcotraficantes.
Até anteontem, havia ao menos três propostas circulando entre as chancelarias. Elas serão levadas à reunião de terça.
Duas são de autoria equatoriana. Elas estipulam a instituição de uma espécie de "código de conduta" relativo a gastos militares e a instalação de uma comissão com a incumbência de fomentar relações de confiança entre os 12 países da Unasul, planejando troca de visitas e de informações na área da defesa.
Transparência
A outra proposta é do Brasil e vai na linha de mais transparência, com a criação de um dispositivo que formalizaria a obrigatoriedade de os países da Unasul notificarem seus acordos de cooperação militar, sobretudo dos que envolvam grau de presença ou equipamento estrangeiro. Assim, seria criado uma espécie de "catálogo".
A ideia, chamada de "projeto transparência", seria colocada na cúpula de presidentes em Bariloche, Argentina, no final de agosto. Mas a reunião foi consumida pela retórica.
Para dar "exemplo", o governo brasileiro diz estar disposto a dar explicações sobre os acordos recentemente firmados com a França para aquisição de helicópteros, submarinos convencionais e a construção de um submarino de propulsão nuclear, além da disposição de empregar até 4 bilhões na aquisição de 36 aviões de caça para a FAB.
Se questionado, o Brasil dirá, segundo fontes diplomáticas, que essas ações são "perfeitamente proporcionais às necessidades de defesa e de segurança que o país tem".
Também defenderá que não há necessidade de manter isso sob sigilo -um diplomata inclusive citou a possibilidade de colocar na internet os acordos assinados com a França, seguindo o exemplo do Chile, que é o único país que escancara sua força bélica pela rede.
Recentemente, a Venezuela comprou fuzis, tanques, helicópteros e três submarinos da Rússia. Na última quinta-feira, em Moscou, o presidente Hugo Chávez e seu par russo, Dmitri Medvedev, selaram acordo para o fornecimento de mais tanques a Caracas.
Outros países latino-americanos também foram às compras. O Chile adquiriu fragatas e outros equipamentos do Reino Unido e da Holanda. O Equador comprou aviões Supertucano do Brasil, helicópteros militares da Índia e fragatas do Chile. E o Peru tem um plano de reequipamento de até US$ 650 milhões.
Para o Brasil, tais movimentações justificam a necessidade de mais troca de informação na região, com o intuito de evitar curtos-circuitos capazes de estimular uma corrida armamentista entre vizinhos.
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
ELIANE CANTANHÊDE
COLUNISTA DA FOLHA
Apesar de sucessivas negativas colombianas, inclusive do chanceler Jaime Bermúdez, que esteve em Brasília na semana passada, o Brasil vai insistir na reunião de chanceleres e ministros da Defesa da Unasul (União de Nações Sul-Americanas) na necessidade de a Colômbia apresentar garantias por escrito de que a ampliação de seu acordo militar com EUA não extrapolará o combate ao narcotráfico nem as fronteiras do país. A reunião será nesta terça-feira, em Quito.
O recado a ser dado será claro: para o Brasil e outros vizinhos, como a Argentina, se a Colômbia não der respaldo jurídico à promessa de que a presença de tropas americanas em até sete bases no país se restringirá ao território colombiano, poderá ficar isolada, com uma permanente desconfiança pairando no ar.
O Brasil será representado pelos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Nelson Jobim (Defesa). Jobim já esteve no início do mês na Colômbia e no Equador, tentando fazer uma mediação entre esses dois países. Eles estão com as relação diplomáticas suspensas desde o ano passado, após Bogotá realizar uma operação contra as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território equatoriano.
Além disso, Jobim ainda irá amanhã à Bolívia, que integra o eixo antiamericano da região com Venezuela e Equador.
A Colômbia, que está "na berlinda", por causa do acordo com os EUA, exige que os ministros discutam também as alianças da Venezuela com o Irã e com a Rússia e as suspeitas de envolvimento de outros países (numa referência à própria Venezuela e ao Equador) com grupos narcotraficantes.
Até anteontem, havia ao menos três propostas circulando entre as chancelarias. Elas serão levadas à reunião de terça.
Duas são de autoria equatoriana. Elas estipulam a instituição de uma espécie de "código de conduta" relativo a gastos militares e a instalação de uma comissão com a incumbência de fomentar relações de confiança entre os 12 países da Unasul, planejando troca de visitas e de informações na área da defesa.
Transparência
A outra proposta é do Brasil e vai na linha de mais transparência, com a criação de um dispositivo que formalizaria a obrigatoriedade de os países da Unasul notificarem seus acordos de cooperação militar, sobretudo dos que envolvam grau de presença ou equipamento estrangeiro. Assim, seria criado uma espécie de "catálogo".
A ideia, chamada de "projeto transparência", seria colocada na cúpula de presidentes em Bariloche, Argentina, no final de agosto. Mas a reunião foi consumida pela retórica.
Para dar "exemplo", o governo brasileiro diz estar disposto a dar explicações sobre os acordos recentemente firmados com a França para aquisição de helicópteros, submarinos convencionais e a construção de um submarino de propulsão nuclear, além da disposição de empregar até 4 bilhões na aquisição de 36 aviões de caça para a FAB.
Se questionado, o Brasil dirá, segundo fontes diplomáticas, que essas ações são "perfeitamente proporcionais às necessidades de defesa e de segurança que o país tem".
Também defenderá que não há necessidade de manter isso sob sigilo -um diplomata inclusive citou a possibilidade de colocar na internet os acordos assinados com a França, seguindo o exemplo do Chile, que é o único país que escancara sua força bélica pela rede.
Recentemente, a Venezuela comprou fuzis, tanques, helicópteros e três submarinos da Rússia. Na última quinta-feira, em Moscou, o presidente Hugo Chávez e seu par russo, Dmitri Medvedev, selaram acordo para o fornecimento de mais tanques a Caracas.
Outros países latino-americanos também foram às compras. O Chile adquiriu fragatas e outros equipamentos do Reino Unido e da Holanda. O Equador comprou aviões Supertucano do Brasil, helicópteros militares da Índia e fragatas do Chile. E o Peru tem um plano de reequipamento de até US$ 650 milhões.
Para o Brasil, tais movimentações justificam a necessidade de mais troca de informação na região, com o intuito de evitar curtos-circuitos capazes de estimular uma corrida armamentista entre vizinhos.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Redescoberta francesa
Maurício Corrêa
Advogado
O Brasil e a Inglaterra já mantiveram relações comerciais bem mais intensas do que hoje. Assim como Portugal viveu dependente de empréstimos ingleses, o Brasil, após a Proclamação da Independência, seguiu idêntica sina de submissão. Tornou-se freguês contumaz de financistas ingleses, entre os quais preponderantemente se incluíam os Rothschild. O país lhes fez sucessivos empréstimos, cujos pagamentos se encompridaram do Império à República e, nesta, em várias de suas fases históricas. É sabido que dívidas contraídas pela monarquia lusa tiveram que ser repassadas para o Tesouro Nacional como imposição do reconhecimento oficial da Independência. Todo esse sistema se acoplava à sujeição da Corte Portuguesa à Inglaterra, que envolveu até mesmo a própria segurança da coroa, tanto que a fuga de D.Maria I, de seu filho, príncipe regente Dom João, e de todos que os acompanharam na transferência para a Colônia, só foi possível graças à garantia dada pela esquadra britânica.
Nesse período da vida nacional – Colônia, Império e parte da República —, comerciantes ingleses dos mais atraentes ramos de negócio se estabeleceram nas ruas do Rio de Janeiro. Os primeiros teares e mesmo tecidos, confecções, itens de armarinho, trilhos, fios e locomotivas vinham do Reino Unido. Com o tempo, as importações dele provenientes cederam lugar aos EUA. A parafernália de componentes ferroviários era quase toda fornecida pela Inglaterra. Como inglesa também era a antiga The Leopoldina Railway Company Ltd – Estrada de Ferro Leopoldina —, que outrora circulava em quase todo o leste do estado de Minas, e ia até a Praça Mauá, no Rio. Após a Segunda Guerra Mundial, a ferrovia foi vendida ao governo federal e paga com créditos de dívida de guerra devidos ao Brasil, e com a aquisição de mercadorias inglesas, parte delas constituída de supérfluos. A partir daí, o comércio de importação – de quinquilharias a máquinas – passou a ser hegemonicamente dos EUA.
As relações comerciais do Brasil com a França foram bem mais diminutas do que com a Inglaterra. No fim do século passado, o comércio com a França se ampliou com a compra de caças Mirage, o que já serviu para assustar os americanos. Ninguém mais do que os franceses, entretanto, ocuparam os espaços culturais da vida brasileira. Eles não só fermentaram a formação intelectual da elite do país, como a abasteceram, e também a outros segmentos sociais, de espetáculos de entretenimento com presenças de renomados artistas. Os teatros do Rio de Janeiro os recebiam com constância e regularidade. A cultura nacional deve inegavelmente à França grande parcela de sua genética embrionária. Quem quisesse saber o que se passava ao redor do mundo tinha necessariamente que saber francês. As comunicações para o mundo exterior se faziam nesse idioma. A língua diplomática era o francês. Quando Dom Pedro II foi apeado do poder, o país escolhido para viver seus últimos dias foi de propósito a França, que o acolheu em caráter oficial.
Estaria a França recuperando o tempo perdido e reingressando no Brasil na realização de bons negócios? Nicolas Sarkozy e Barack Obama se tornaram amigos de Lula. O francês o tem festejado onde o encontra. Carla Bruni, a primeira-dama francesa, italiana de nascimento, tem pai que vive em São Paulo há décadas, onde é empresário. Esse fato sem dúvida ampliou a simpatia de Carla pelo Brasil e, consequentemente, de seu marido Sarkozy. Barack Obama tem dado evidências de apreço por Lula, não perdendo tempo, quando pode, para cortejá-lo. Na reunião do G-20 de abril passado, realizada em Londres, ao se aproximar do presidente brasileiro teria dito That\`s my man right here, traduzido pela mídia como “este é o cara”. Se alguém pensa que tudo é mera coincidência, não é verdade. No fundo, sabe-se que os EUA querem reaver o mercado nacional que deixaram com o tempo sucumbir.
Sarkozy até agora leva vantagem. O comparecimento à parada do Sete de Setembro não foi à toa. Além da quase certa aquisição dos 36 caças Rafale, foi oficializada a compra de quatro submarinos convencionais, o casco de outro de propulsão nuclear, por 4,3 milhões de euros, e de 50 helicópteros militares, estes ao custo de 1,8 bilhão de euros. A extravagante euforia de Lula acerca do negócio com os Rafale causou ciúme às duas outras concorrentes: Boeing e Saab-Grippen. No encontro, Sarkozy também garantiu a transferência de tecnologia de seus aviões. Os suecos fizeram o mesmo. Se com os EUA a venda dos F-18, Super Hornet se prendia acentuadamente a esse fato, agora o entrave não existe mais. O país faria o mesmo. A verdade é que, depois da festa com o presidente francês, a definição final da compra vai consumir tempo.
O Brasil ganhou novas dimensões nos dias de hoje. Vem pouco a pouco se desvencilhando das amarras do atraso. Sai da condição de importador de petróleo para se tornar exportador. Esse fato, aliado a outros, fazem do país atração internacional. O governo deve fechar o negócio que mais convém aos interesses nacionais. Espera-se que nem o sorriso francês nem muito menos o afago ianque turvem a segurança de um bom negócio.
Maurício Corrêa
Advogado
O Brasil e a Inglaterra já mantiveram relações comerciais bem mais intensas do que hoje. Assim como Portugal viveu dependente de empréstimos ingleses, o Brasil, após a Proclamação da Independência, seguiu idêntica sina de submissão. Tornou-se freguês contumaz de financistas ingleses, entre os quais preponderantemente se incluíam os Rothschild. O país lhes fez sucessivos empréstimos, cujos pagamentos se encompridaram do Império à República e, nesta, em várias de suas fases históricas. É sabido que dívidas contraídas pela monarquia lusa tiveram que ser repassadas para o Tesouro Nacional como imposição do reconhecimento oficial da Independência. Todo esse sistema se acoplava à sujeição da Corte Portuguesa à Inglaterra, que envolveu até mesmo a própria segurança da coroa, tanto que a fuga de D.Maria I, de seu filho, príncipe regente Dom João, e de todos que os acompanharam na transferência para a Colônia, só foi possível graças à garantia dada pela esquadra britânica.
Nesse período da vida nacional – Colônia, Império e parte da República —, comerciantes ingleses dos mais atraentes ramos de negócio se estabeleceram nas ruas do Rio de Janeiro. Os primeiros teares e mesmo tecidos, confecções, itens de armarinho, trilhos, fios e locomotivas vinham do Reino Unido. Com o tempo, as importações dele provenientes cederam lugar aos EUA. A parafernália de componentes ferroviários era quase toda fornecida pela Inglaterra. Como inglesa também era a antiga The Leopoldina Railway Company Ltd – Estrada de Ferro Leopoldina —, que outrora circulava em quase todo o leste do estado de Minas, e ia até a Praça Mauá, no Rio. Após a Segunda Guerra Mundial, a ferrovia foi vendida ao governo federal e paga com créditos de dívida de guerra devidos ao Brasil, e com a aquisição de mercadorias inglesas, parte delas constituída de supérfluos. A partir daí, o comércio de importação – de quinquilharias a máquinas – passou a ser hegemonicamente dos EUA.
As relações comerciais do Brasil com a França foram bem mais diminutas do que com a Inglaterra. No fim do século passado, o comércio com a França se ampliou com a compra de caças Mirage, o que já serviu para assustar os americanos. Ninguém mais do que os franceses, entretanto, ocuparam os espaços culturais da vida brasileira. Eles não só fermentaram a formação intelectual da elite do país, como a abasteceram, e também a outros segmentos sociais, de espetáculos de entretenimento com presenças de renomados artistas. Os teatros do Rio de Janeiro os recebiam com constância e regularidade. A cultura nacional deve inegavelmente à França grande parcela de sua genética embrionária. Quem quisesse saber o que se passava ao redor do mundo tinha necessariamente que saber francês. As comunicações para o mundo exterior se faziam nesse idioma. A língua diplomática era o francês. Quando Dom Pedro II foi apeado do poder, o país escolhido para viver seus últimos dias foi de propósito a França, que o acolheu em caráter oficial.
Estaria a França recuperando o tempo perdido e reingressando no Brasil na realização de bons negócios? Nicolas Sarkozy e Barack Obama se tornaram amigos de Lula. O francês o tem festejado onde o encontra. Carla Bruni, a primeira-dama francesa, italiana de nascimento, tem pai que vive em São Paulo há décadas, onde é empresário. Esse fato sem dúvida ampliou a simpatia de Carla pelo Brasil e, consequentemente, de seu marido Sarkozy. Barack Obama tem dado evidências de apreço por Lula, não perdendo tempo, quando pode, para cortejá-lo. Na reunião do G-20 de abril passado, realizada em Londres, ao se aproximar do presidente brasileiro teria dito That\`s my man right here, traduzido pela mídia como “este é o cara”. Se alguém pensa que tudo é mera coincidência, não é verdade. No fundo, sabe-se que os EUA querem reaver o mercado nacional que deixaram com o tempo sucumbir.
Sarkozy até agora leva vantagem. O comparecimento à parada do Sete de Setembro não foi à toa. Além da quase certa aquisição dos 36 caças Rafale, foi oficializada a compra de quatro submarinos convencionais, o casco de outro de propulsão nuclear, por 4,3 milhões de euros, e de 50 helicópteros militares, estes ao custo de 1,8 bilhão de euros. A extravagante euforia de Lula acerca do negócio com os Rafale causou ciúme às duas outras concorrentes: Boeing e Saab-Grippen. No encontro, Sarkozy também garantiu a transferência de tecnologia de seus aviões. Os suecos fizeram o mesmo. Se com os EUA a venda dos F-18, Super Hornet se prendia acentuadamente a esse fato, agora o entrave não existe mais. O país faria o mesmo. A verdade é que, depois da festa com o presidente francês, a definição final da compra vai consumir tempo.
O Brasil ganhou novas dimensões nos dias de hoje. Vem pouco a pouco se desvencilhando das amarras do atraso. Sai da condição de importador de petróleo para se tornar exportador. Esse fato, aliado a outros, fazem do país atração internacional. O governo deve fechar o negócio que mais convém aos interesses nacionais. Espera-se que nem o sorriso francês nem muito menos o afago ianque turvem a segurança de um bom negócio.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Haja culhão de aço! Transfere a tecnologia ai professor!Carlos Mathias escreveu:Pois é, certas coisas eu nem tenho mais saco prá ler, quanto mais comentar, como o Orestes fez.
Parabéns Orestes, tens culhão de aço HY-100, capaz de mergulhar na mais profunda lama e permanecer intacto.
Vamos lá:
A editora pomba gira das sextas-feiras confessou!"A chance desse acordo vir a afirmar o Brasil para fora do eixo da hegemonia americana já seria suficiente para acirrar os ânimos que costumavam se radicalizar no Congresso entre tucanos e petistas em torno da política externa brasileira. "
Bom é claro que a roda não acabou de ser descoberta por mim agora,é só mais um exercício repetitivo dessa mula empacadora aqui ,(que não tem o saco de aço do orestes )por mais que eu tente descolar toda essa campanha midiática,da dupla tucanato paulista+EUA é simplesmente impossível pra mim (entendam amigos que respeito as convicções e opções políticas de cada um!)
Tudo não passa de uma queda de braço "político\ideológica infelizmente e digo "infelizmente",pois os interesses maiores da nação,não deveriam ser postos em cheque por esses parâmetros,e aqui não me refiro a usar e "banalizar" a expressão patriotismo ou coisa que o valha,não;por quê aqui a questão não é "patriotismo",a questão é ter uma visão pobre,pequena e dependente do nosso país!É enxergar o Brasil como uma nação de pau mandados,de obedientes,de encolhidos,que continua nos trilhos do pai-patrão do mundo sendo o ultimo vagão de carga puxado a contragosto pela locomotiva.
Isso na "minha visão" é o que se manifesta nas "vozes" da imprensa paulista\tucana e também nas vozes de seus líderes nacionais. É um inconformismo com as intenções do atual governo,que deverá tomar proporções cada vez maiores e mais radicais,existe hoje uma guerra no Brasil,até a pouco tempo atráz,enquanto os contratos não haviam sido assinados,e tudo se apresentava como puras intenções,essa guerra era surda e conduzida por alguns "porta-vozes" escolhidos a dedo,mas tal não foi a surpresa,ao verem os planos se consumarem,e a questão dos caças no dia 7 de Setembro foi a ultima "ficha" a começar a cair,e o susto leva a reação violenta.
A guerra daqui para frente será aberta,os aliados "ideológicos": tucanato+EUA jogarão com todas as armas possíveis para barrar o que não foi ainda consumado e obstacularizar o que já foi.
O naipe de armas,será baseado na espionagem,calúnia,desmoralização,manteigaxarmas,CPIs,bombardeio diário na imprenssa,manifestações de líderes políticos da "oposição" cada vez com mais espaço na midia para acusar e tripudiar,desinformação, tanto a nível nacional como internacional.Serão criadas as "novas verdades" e divulgadas incessantemente.
Todos esse processos de compra sofrerão tentativas de impugnação e serão todos "eleitoralizados" e taxados como corruptos e anti-democráticos por falta de "discussão"com a "sociedade" .
Eu tenho dito em outros posts,que o governo precisa ser firme e unido!(FAB!principalmente na questão dos caças: que é simbólica),mas continuo achando justamente ela o elo fraco e esitante da corrente.
Eu estou cada vez mais decepcionado em perceber que a idéia de "ser grande",é interpretada pelos políticos e imprensa pró EUA,como uma bobagem reacionária desse governo com ranço anti-americano,que não entende o mundo globalizado,que a guerra fria já acabou,que não entende que a Amazônia é um patrimônio da humanidade,que não temos ameaças a nos preocupar,que somos pacíficos,que ameaça vinda do norte é uma paranóia,etc,etc,etc...
Do tópico do SNBR:
Sds.Como os EUA podem reagir à existência de outro país nas Américas com submarinos a propulsão nuclear?
Até agora, os Estados Unidos não se opuseram aos esforços do Brasil. Mas o governo dos Estados Unidos provavelmente acredita que o Brasil poderia estar usando essas verbas para propósitos melhores.
Re:Marino : "Também acreditamos que os trilhões de dólares usado no orçamento militar americano teriam melhor uso, como pagar as dívidas da crise mundial criada nos EUA"
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Re: GEOPOLÍTICA
Defesa@Net 10 Setembro 2009
Bateu levou – Acordos militares redesenham geopolítica da região
Colômbia usará acordo brasileiro para pressionar por apoio
Corrida armamentista poderá colocar subcontinente em guerra
Kaiser Konrad
Após receber críticas dos países membros da UNASUL e o pedido de garantias feito pelo presidente Luiz Inácio a respeito do recente acordo militar que permite aos Estados Unidos utilizarem bases em seu país, a Colômbia ameaça colocar em discussão numa nova reunião da UNASUL o mega acordo militar firmado entre Brasil e França nesta semana.
Somente o contrato assinado para a aquisição de 50 helicópteros, 4 submarinos convencionais e um casco para submarino nuclear já supera o montante destinado ao Plano Colômbia. O Presidente Álvaro Uribe espera o apoio do presidente Lula nesta nova fase de acordos militares na região. Embora o acordo feito com a França não permita a presença de tropas estrangeiras no país, ele gera um desequilíbrio de forças e aumenta a instabilidade na região.
O certo é que agora o presidente brasileiro poderá vir a trocar de lado e ficar no banco dos réus para dar explicações aos companheiros integrantes da UNASUL sobre a necessidade de comprar tantos armamentos. Necessidade incontestável, mas que poderia ter sido feita sem tanto alarde, como são negociações deste tipo. Agora, ao invés de atacar, a diplomacia brasileira vai ter que trabalhar duro para se defender e limpar as sujeiras feitas pelo presidente e diplomata falastrão.
Outros países da região poderão firmar acordos semelhantes, como o caso do Paraguai, que poderá vir a entrar em negociações com os americanos para a instalação de bases aéreas, unidades de Forças Especiais e escritórios de serviços de inteligência. O Uruguai já havia recebido dos Estados Unidos o pedido para a instalação de uma grande base naval no país, proposta que foi deixada em aberto e poderá entrar novamente em discussão, e que se confirmada, provocaria um desequilíbrio na região com a 4ª Frota americana tendo uma base permanente no Atlântico Sul respaldada por um país latino americano.
Na fronteira norte do Brasil, o presidente Hugo Chávez promete aprofundar a cooperação militar com a Russia e estreitar ainda mais a aliança estratégica com o Irã. A geopolítica da região volta a ser redesenhada em cenário próximo ao que havia no período da Guerra Fria, quarenta anos atrás. Isso poderá gerar nos próximos 15 anos um conflito entre Estados que mergulhará todo o subcontinente numa guerra.
Bateu levou – Acordos militares redesenham geopolítica da região
Colômbia usará acordo brasileiro para pressionar por apoio
Corrida armamentista poderá colocar subcontinente em guerra
Kaiser Konrad
Após receber críticas dos países membros da UNASUL e o pedido de garantias feito pelo presidente Luiz Inácio a respeito do recente acordo militar que permite aos Estados Unidos utilizarem bases em seu país, a Colômbia ameaça colocar em discussão numa nova reunião da UNASUL o mega acordo militar firmado entre Brasil e França nesta semana.
Somente o contrato assinado para a aquisição de 50 helicópteros, 4 submarinos convencionais e um casco para submarino nuclear já supera o montante destinado ao Plano Colômbia. O Presidente Álvaro Uribe espera o apoio do presidente Lula nesta nova fase de acordos militares na região. Embora o acordo feito com a França não permita a presença de tropas estrangeiras no país, ele gera um desequilíbrio de forças e aumenta a instabilidade na região.
O certo é que agora o presidente brasileiro poderá vir a trocar de lado e ficar no banco dos réus para dar explicações aos companheiros integrantes da UNASUL sobre a necessidade de comprar tantos armamentos. Necessidade incontestável, mas que poderia ter sido feita sem tanto alarde, como são negociações deste tipo. Agora, ao invés de atacar, a diplomacia brasileira vai ter que trabalhar duro para se defender e limpar as sujeiras feitas pelo presidente e diplomata falastrão.
Outros países da região poderão firmar acordos semelhantes, como o caso do Paraguai, que poderá vir a entrar em negociações com os americanos para a instalação de bases aéreas, unidades de Forças Especiais e escritórios de serviços de inteligência. O Uruguai já havia recebido dos Estados Unidos o pedido para a instalação de uma grande base naval no país, proposta que foi deixada em aberto e poderá entrar novamente em discussão, e que se confirmada, provocaria um desequilíbrio na região com a 4ª Frota americana tendo uma base permanente no Atlântico Sul respaldada por um país latino americano.
Na fronteira norte do Brasil, o presidente Hugo Chávez promete aprofundar a cooperação militar com a Russia e estreitar ainda mais a aliança estratégica com o Irã. A geopolítica da região volta a ser redesenhada em cenário próximo ao que havia no período da Guerra Fria, quarenta anos atrás. Isso poderá gerar nos próximos 15 anos um conflito entre Estados que mergulhará todo o subcontinente numa guerra.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
EMOL,
Hernán Felipe Errázuriz, Sábado 12 de Septiembre de 2009
Brasil: mucho que aprender
Lula sabe de poder: ha situado a Brasil entre las grandes potencias, asociado estratégicamente con Rusia, India, China, la Unión Europea y EE.UU. Brasil siempre ha sido importante, pero sin la actual gravitación internacional. Su economía era inferior a la argentina; hoy más que la triplica, y excede sobradamente a la de México, que lo superaba.
Lula sabe que la diplomacia y la defensa son indispensables y no sustitutas. Y, como dijo John F. Kennedy, ninguna de las dos debe fallar. Tiene la diplomacia profesional de Itamaraty, con recursos y con todos sus embajadores de carrera. Ahora Lula moderniza sus fuerzas armadas, adquiriendo avanzados equipos a Francia.
Algunos gobernantes latinoamericanos, como los argentinos actuales, postergan el gasto militar hasta por represalia o celo a las instituciones de la defensa. Lula, en cambio, pone por delante los intereses nacionales y mira el largo plazo.
Las compras apuntan a defender su territorio, respaldar su poder nacional, desarrollar su industria militar para autoabastecerse y exportar, y -aunque no se diga- para prevenirse de su vecino, Chávez, que, aliado con Irán, arriesga introducir la nuclearización en Sudamérica.
El programa de adquisiciones fija de hecho un piso de gastos militares, para más de un quinquenio. Incluye la construcción de un submarino nuclear, en la delgada línea de transgredir el Tratado de Tlatelolco, que proscribió los desarrollos atómicos para usos no pacíficos en América Latina. Si Chile hubiese hecho un vigésimo de esas compras, otras habrían sido las reacciones, al menos del Perú, vecino de Brasil.
Se ha recordado en Brasil, sin provocar polémica, el mensaje de George W. Washington al Congreso de los Estados Unidos en 1790: "Para preservar la paz, uno de los medios más efectivos es estar preparado para la guerra".
Las compras se anunciaron durante la visita del Presidente Sarkozy, en el día de la independencia de Brasil. Ésas son muestras de diversificación de los lazos con las grandes potencias, que contempla el apoyo para ser sede olímpica en 2016 y miembro permanente del Consejo de Seguridad de Naciones Unidas.
Chile tiene mucho que aprender de Brasil en cuanto a fortalecer a la diplomacia y contemplar un piso para la inversión de sus Fuerzas Armadas, que el Gobierno se propone eliminar.
Igualmente importante es aprovechar la "amistad sin límites" que declaró con Chile el artífice de la diplomacia brasileña, el barón de Rio Branco. El desafío nuestro es densificar esos lazos. Para ello tenemos que invertir en la diplomacia profesional. Los últimos presidentes lo han prometido, pero ninguno lo ha cumplido.
Hernán Felipe Errázuriz, Sábado 12 de Septiembre de 2009
Brasil: mucho que aprender
Lula sabe de poder: ha situado a Brasil entre las grandes potencias, asociado estratégicamente con Rusia, India, China, la Unión Europea y EE.UU. Brasil siempre ha sido importante, pero sin la actual gravitación internacional. Su economía era inferior a la argentina; hoy más que la triplica, y excede sobradamente a la de México, que lo superaba.
Lula sabe que la diplomacia y la defensa son indispensables y no sustitutas. Y, como dijo John F. Kennedy, ninguna de las dos debe fallar. Tiene la diplomacia profesional de Itamaraty, con recursos y con todos sus embajadores de carrera. Ahora Lula moderniza sus fuerzas armadas, adquiriendo avanzados equipos a Francia.
Algunos gobernantes latinoamericanos, como los argentinos actuales, postergan el gasto militar hasta por represalia o celo a las instituciones de la defensa. Lula, en cambio, pone por delante los intereses nacionales y mira el largo plazo.
Las compras apuntan a defender su territorio, respaldar su poder nacional, desarrollar su industria militar para autoabastecerse y exportar, y -aunque no se diga- para prevenirse de su vecino, Chávez, que, aliado con Irán, arriesga introducir la nuclearización en Sudamérica.
El programa de adquisiciones fija de hecho un piso de gastos militares, para más de un quinquenio. Incluye la construcción de un submarino nuclear, en la delgada línea de transgredir el Tratado de Tlatelolco, que proscribió los desarrollos atómicos para usos no pacíficos en América Latina. Si Chile hubiese hecho un vigésimo de esas compras, otras habrían sido las reacciones, al menos del Perú, vecino de Brasil.
Se ha recordado en Brasil, sin provocar polémica, el mensaje de George W. Washington al Congreso de los Estados Unidos en 1790: "Para preservar la paz, uno de los medios más efectivos es estar preparado para la guerra".
Las compras se anunciaron durante la visita del Presidente Sarkozy, en el día de la independencia de Brasil. Ésas son muestras de diversificación de los lazos con las grandes potencias, que contempla el apoyo para ser sede olímpica en 2016 y miembro permanente del Consejo de Seguridad de Naciones Unidas.
Chile tiene mucho que aprender de Brasil en cuanto a fortalecer a la diplomacia y contemplar un piso para la inversión de sus Fuerzas Armadas, que el Gobierno se propone eliminar.
Igualmente importante es aprovechar la "amistad sin límites" que declaró con Chile el artífice de la diplomacia brasileña, el barón de Rio Branco. El desafío nuestro es densificar esos lazos. Para ello tenemos que invertir en la diplomacia profesional. Los últimos presidentes lo han prometido, pero ninguno lo ha cumplido.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: GEOPOLÍTICA
Como pode ser lido no artigo anterior, de um jornal chileno, estes imbecis que escrevem em nossos jornais não sabem o que falam, não tem idéia do que estão tratando.Santiago escreveu:Defesa@Net 10 Setembro 2009
Bateu levou – Acordos militares redesenham geopolítica da região
Colômbia usará acordo brasileiro para pressionar por apoio
Corrida armamentista poderá colocar subcontinente em guerra
Kaiser Konrad
Após receber críticas dos países membros da UNASUL e o pedido de garantias feito pelo presidente Luiz Inácio a respeito do recente acordo militar que permite aos Estados Unidos utilizarem bases em seu país, a Colômbia ameaça colocar em discussão numa nova reunião da UNASUL o mega acordo militar firmado entre Brasil e França nesta semana.
Somente o contrato assinado para a aquisição de 50 helicópteros, 4 submarinos convencionais e um casco para submarino nuclear já supera o montante destinado ao Plano Colômbia. O Presidente Álvaro Uribe espera o apoio do presidente Lula nesta nova fase de acordos militares na região. Embora o acordo feito com a França não permita a presença de tropas estrangeiras no país, ele gera um desequilíbrio de forças e aumenta a instabilidade na região.
O certo é que agora o presidente brasileiro poderá vir a trocar de lado e ficar no banco dos réus para dar explicações aos companheiros integrantes da UNASUL sobre a necessidade de comprar tantos armamentos. Necessidade incontestável, mas que poderia ter sido feita sem tanto alarde, como são negociações deste tipo. Agora, ao invés de atacar, a diplomacia brasileira vai ter que trabalhar duro para se defender e limpar as sujeiras feitas pelo presidente e diplomata falastrão.
Outros países da região poderão firmar acordos semelhantes, como o caso do Paraguai, que poderá vir a entrar em negociações com os americanos para a instalação de bases aéreas, unidades de Forças Especiais e escritórios de serviços de inteligência. O Uruguai já havia recebido dos Estados Unidos o pedido para a instalação de uma grande base naval no país, proposta que foi deixada em aberto e poderá entrar novamente em discussão, e que se confirmada, provocaria um desequilíbrio na região com a 4ª Frota americana tendo uma base permanente no Atlântico Sul respaldada por um país latino americano.
Na fronteira norte do Brasil, o presidente Hugo Chávez promete aprofundar a cooperação militar com a Russia e estreitar ainda mais a aliança estratégica com o Irã. A geopolítica da região volta a ser redesenhada em cenário próximo ao que havia no período da Guerra Fria, quarenta anos atrás. Isso poderá gerar nos próximos 15 anos um conflito entre Estados que mergulhará todo o subcontinente numa guerra.
Idiotas, inocentes ou não, só atrapalham o país.
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Re: GEOPOLÍTICA
Irã e Turquia sucederão atuais potências, diz Ahmadinejad
Dom, 13 Set, 07h25
Teerã, 13 set (EFE).- Irã e Turquia emergirão como potências na região do Oriente Médio após a iminente queda das atuais nações hegemônicas e o desaparecimento do atual sistema internacional, afirmou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
"O progresso (das relações) entre Turquia e Irã interessa a todos os países da região e do mundo", disse o chefe de Estado iraniano na noite de sábado, quando recebeu o ministro de Assuntos Exteriores turco, Ahmet Davutoglu.
"As relações entre ambos os países devem se expandir em diferentes campos, especialmente no energético", acrescentou Ahmadinejad, cujas declarações foram reproduzidas hoje pela agência oficial de notícias "Irna".
Davutoglu, por sua vez, afirmou que, "devido à atual conjuntura no mundo, a ampliação das relações entre Irã e Turquia é necessária".
O ministro turco, que hoje volta para casa, também se reuniu com o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, a quem expressou o apoio da Turquia às negociações do Irã com o Ocidente.
Neste sentido, Davatoglu disse que a Turquia respalda o direito de todos os países a desenvolver energia nuclear com fins pacíficos.
No sábado, o diretor de investimentos da Companhia Nacional de Petróleo iraniano, Ali Ghanimifard, anunciou que seu país chegou a um acordo com Ancara para fornecer gás do Turcomenistão à Turquia pelo território iraniano. EFE
Dom, 13 Set, 07h25
Teerã, 13 set (EFE).- Irã e Turquia emergirão como potências na região do Oriente Médio após a iminente queda das atuais nações hegemônicas e o desaparecimento do atual sistema internacional, afirmou o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
"O progresso (das relações) entre Turquia e Irã interessa a todos os países da região e do mundo", disse o chefe de Estado iraniano na noite de sábado, quando recebeu o ministro de Assuntos Exteriores turco, Ahmet Davutoglu.
"As relações entre ambos os países devem se expandir em diferentes campos, especialmente no energético", acrescentou Ahmadinejad, cujas declarações foram reproduzidas hoje pela agência oficial de notícias "Irna".
Davutoglu, por sua vez, afirmou que, "devido à atual conjuntura no mundo, a ampliação das relações entre Irã e Turquia é necessária".
O ministro turco, que hoje volta para casa, também se reuniu com o presidente do Parlamento iraniano, Ali Larijani, a quem expressou o apoio da Turquia às negociações do Irã com o Ocidente.
Neste sentido, Davatoglu disse que a Turquia respalda o direito de todos os países a desenvolver energia nuclear com fins pacíficos.
No sábado, o diretor de investimentos da Companhia Nacional de Petróleo iraniano, Ali Ghanimifard, anunciou que seu país chegou a um acordo com Ancara para fornecer gás do Turcomenistão à Turquia pelo território iraniano. EFE
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
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Re: GEOPOLÍTICA
Qual o placar até agora? 80-85% da imprensa contra a modernização das FAs? Vai ser uma batalha dura.
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Re: GEOPOLÍTICA
A essência do texto citado não é a mencionada por você, este ponto é irrelevante. Mas como usou muito o "talvez"... Bem, deixemos assim.pt escreveu:Só um pequeno reparo. Não podemos afirmar, que poder militar e nuclear da Rússia não foi planeado e que foi consequência do poder soviético.orestespf escreveu:O gênio não consegue pensar, veja os dois exemplos que a figura arrumou! A Alemanha tem sérias restrições para se armar mais do que já tem; já a Rússia tem, de fato, FFAA maior que sua economia, mas ele se esquece que isso não foi planejado, foi consequência dos feitos passados (URSS). Estes exemplos não demonstram nada, no máximo a ignorância de quem os usou. Queria ouvir da boca do autor o que teria para dizer sobre as FFAA dos EUA, da Inglaterra, da França, da Itália e vários outros países. Ou ele vai dizer que estes aí não contam?
Para dar um exemplo, a terceira potência nuclear do planeta terra em 1991, era a Republica Socialista Soviética da Ucrânia. Repúblicas como o Kazakistão estavam armadas com grandes quantidades de engenhos nucleares, que entretanto foram retirados ou desactivados. Estes países também foram consequência da URSS.
Além disso, a Rússia decidiu manter uma força nuclear maior que a que correspondia ao seu poder efectivo. Decidiu e organizou-se para isso, comprando muitos dos equipamentos que tinham sido atribuídos às outras repúblicas. A Rússia comprou engenhos atómicos, comprou caças e comprou bombardeiros estratégicos.
Por isto, afirmar que o poder nuclear da Rússia foi apenas uma consequência de feitos passados, constitui erro grosseiro.
Permita-me orestespf mais um reparo:
Dizer que a Alemanha tem sérias restrições para se armar mais, é um pouco estranho, quando comparamos os números actuais com os números por exemplo dos anos 70 e anos 80, em que a Alemanha possuía o mais poderoso exército da NATO depois dos Estados Unidos.
As restrições da Alemanha, são resultado das restrições que foram acordados por todos os países europeus com os tratados de limitação de armas convencionais e não são específicas da Alemanha. A força actual da Alemanha é apenas uma fracção da que foi no passado e as restrições para a Alemanha ter armas nucleares são restrições muito mais internas que externas.
Se a Alemanha amanhã decidisse ter armas atómicas, alguém está a ver uma invasão da Alemanha para impedir isso ?
Portanto, talvez o autor até tenha utilizado a cabeça para pensar, e talvez (digo eu) tenha utilizado as mãos para pegar um livro de Historia…
Cumprimentos
Meus respeitos,
Orestes
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Re: GEOPOLÍTICA
Na Unasul, Brasil pedirá transparência em acordos
Brasília e Quito devem propor medidas para monitorar programas militares com países de fora da região em encontro que começa amanhã
Denise Chrispim Marin, BRASÍLIA
O governo brasileiro vai propor a adoção de uma norma que obrigue todos os países da América do Sul a notificar seus acordos de Defesa com países de fora da região à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a divulgar seus acertos, gastos militares, compras de armamentos e origem de seus arsenais. A sugestão será apresentada durante a reunião de ministros da Defesa e de chanceleres da Unasul, que começa amanhã em Quito, no Equador.
Preocupado com os termos do acordo que permitirá aos EUA instalar bases militares na Colômbia, o Itamaraty também deve aproveitar a reunião para pedir a Bogotá mais esclarecimentos sobre o pacto. Além do combate ao tráfico de drogas e de armas e aos grupos terroristas, o texto do acordo explicita o objetivo de defender e promover a "democracia e a liberdade". Para o Itamaraty, esses termos abrem uma ampla brecha para que, em nome da "democracia e da liberdade", militares americanos partam das bases na Colômbia para ataques a vizinhos que, na avaliação de Washington, rompam com esses princípios.
"Não tenho nada contra a democracia e a liberdade. Mas a forma como foi grafada no acordo aumenta nossa preocupação", afirmou ao Estado o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Assim como o Brasil, o Equador, anfitrião da cúpula, também fez duas sugestões. Na primeira, Quito propõe a elaboração de uma espécie de código de conduta sobre gastos militares para os países da Unasul. Na segunda, sugere a criação de uma comissão permanente do Conselho Sul-Americano de Defesa, que formularia mecanismos capazes de garantir mais confiança entre os países da região.
A finalidade dessas e de outras propostas é extrair compromissos para que a experiência do acordo militar Colômbia-EUA não se repita. Ao mesmo tempo, o Itamaraty espera a consolidação da Unasul como mecanismo político para a solução de questões regionais na área de defesa e segurança e para a promoção de mais cooperação entre os países - uma válvula de escape para possíveis conflitos e uma alternativa à maior aproximação de países de fora da América do Sul.
Curiosamente, a reunião de Quito não será do Conselho de Defesa da Unasul - órgão criado no ano passado, por sugestão do Brasil. O encontro de amanhã partiu de uma determinação dos presidentes dos países da Unasul, que se reuniram em Bariloche, em 28 de agosto para lidar com o impasse aberto pelo acordo Colômbia-EUA. A primeira reunião do Conselho de Defesa continua sem data marcada.
Pacto entre EUA e Colômbia visa a conter Chávez
Jamil Chade
O pacto militar entre Colômbia e EUA tem como objetivo apenas a enfrentar a guerrilha e o tráfico, mas também a evitar que a Venezuela desestabilize a região. A afirmação foi feita na sexta-feira, em Genebra, por Zbigniew Brzezinski, ex-Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA no governo do ex-presidente Jimmy Carter. "As informações que temos são de que a Venezuela tenta desestabilizar a Colômbia e vamos continuar ajudando a Colômbia", afirmou Brzezinski.
Brasília e Quito devem propor medidas para monitorar programas militares com países de fora da região em encontro que começa amanhã
Denise Chrispim Marin, BRASÍLIA
O governo brasileiro vai propor a adoção de uma norma que obrigue todos os países da América do Sul a notificar seus acordos de Defesa com países de fora da região à União de Nações Sul-Americanas (Unasul) e a divulgar seus acertos, gastos militares, compras de armamentos e origem de seus arsenais. A sugestão será apresentada durante a reunião de ministros da Defesa e de chanceleres da Unasul, que começa amanhã em Quito, no Equador.
Preocupado com os termos do acordo que permitirá aos EUA instalar bases militares na Colômbia, o Itamaraty também deve aproveitar a reunião para pedir a Bogotá mais esclarecimentos sobre o pacto. Além do combate ao tráfico de drogas e de armas e aos grupos terroristas, o texto do acordo explicita o objetivo de defender e promover a "democracia e a liberdade". Para o Itamaraty, esses termos abrem uma ampla brecha para que, em nome da "democracia e da liberdade", militares americanos partam das bases na Colômbia para ataques a vizinhos que, na avaliação de Washington, rompam com esses princípios.
"Não tenho nada contra a democracia e a liberdade. Mas a forma como foi grafada no acordo aumenta nossa preocupação", afirmou ao Estado o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
Assim como o Brasil, o Equador, anfitrião da cúpula, também fez duas sugestões. Na primeira, Quito propõe a elaboração de uma espécie de código de conduta sobre gastos militares para os países da Unasul. Na segunda, sugere a criação de uma comissão permanente do Conselho Sul-Americano de Defesa, que formularia mecanismos capazes de garantir mais confiança entre os países da região.
A finalidade dessas e de outras propostas é extrair compromissos para que a experiência do acordo militar Colômbia-EUA não se repita. Ao mesmo tempo, o Itamaraty espera a consolidação da Unasul como mecanismo político para a solução de questões regionais na área de defesa e segurança e para a promoção de mais cooperação entre os países - uma válvula de escape para possíveis conflitos e uma alternativa à maior aproximação de países de fora da América do Sul.
Curiosamente, a reunião de Quito não será do Conselho de Defesa da Unasul - órgão criado no ano passado, por sugestão do Brasil. O encontro de amanhã partiu de uma determinação dos presidentes dos países da Unasul, que se reuniram em Bariloche, em 28 de agosto para lidar com o impasse aberto pelo acordo Colômbia-EUA. A primeira reunião do Conselho de Defesa continua sem data marcada.
Pacto entre EUA e Colômbia visa a conter Chávez
Jamil Chade
O pacto militar entre Colômbia e EUA tem como objetivo apenas a enfrentar a guerrilha e o tráfico, mas também a evitar que a Venezuela desestabilize a região. A afirmação foi feita na sexta-feira, em Genebra, por Zbigniew Brzezinski, ex-Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA no governo do ex-presidente Jimmy Carter. "As informações que temos são de que a Venezuela tenta desestabilizar a Colômbia e vamos continuar ajudando a Colômbia", afirmou Brzezinski.
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Re: GEOPOLÍTICA
No we can't? UK think tank says US power is fading
By RAPHAEL G. SATTER, Associated Press Writer Raphael G. Satter, Associated Press Writer 2 hrs 12 mins ago
LONDON – A weakened United States could start retreating from the world stage without help from its allies abroad, an international strategic affairs think tank said Tuesday.
The respected London-based International Institute for Strategic Studies said President Barack Obama will increasingly have to turn to others for help dealing with the world's problems — in part because he has no alternative.
"Domestically Obama may have campaigned on the theme 'yes we can'; internationally he may increasingly have to argue 'no we can't'," the institute said in its annual review of world affairs.
The report said the U.S. struggles against insurgent groups in Iraq and Afghanistan had exposed the limits of the country's military muscle, while the near-collapse of the world financial markets sapped the economic base on which that muscle relied.
The report also claimed that the U.S. had lost traction in its efforts to contain Iran's nuclear program and bring peace to the Middle East.
"Clearly the U.S. share of 'global power,' however measured, is in decline," the report said.
The head of another respected London think tank, Robin Niblett of Chatham House, said the rise in the relative power of China, India, Russia and the European Union has made it harder for the U.S. to exercise its influence.
"America should apply changes in leadership style, but I wouldn't overplay the decline because decline is relative," said Niblett — who was not involved in drawing up Tuesday's report. "One should not doubt that the U.S. remains the most powerful nation in the world, but it's difficult to use the power and to use it to influence others."
In addition to a rise in regional powers, Niblett said the U.S. has long been viewed as being part of the problem rather than the solution on many issues — including climate change, the financial crisis, and the failure of the Middle East peace process.
"It's also carrying the baggage of failed policies and of a failed financial approach," Niblett said, referring to the Bush administration. "There's a lot of catching up to be done."
The IISS report praised Obama, saying that he recognized there was only so much America could do "to impose its views on others."
After years of often thorny relationships between the U.S. and its allies during Bush's administration, Obama has talked of the need to work with other nations on such issues as the financial meltdown, climate change and nuclear proliferation.
"These are challenges that no single nation, no matter how powerful, can confront alone," Obama said in April after attending the G-20 summit in London.
"The United States must lead the way," he said. "But our best chance to solve these unprecedented problems comes from acting in concert with other nations."
The think tank's report said Obama could help restore the United States' standing by working with other nations to contain emerging threats to its position as the world's pre-eminent power. Controlling the nuclear ambitions of Iran and North Korea would require help from regional allies, the report said. The same was true of Afghanistan, where the U.S. has had difficulty persuading its NATO partners to follow its lead in boosting the number of troops sent to fight a resurgent Taliban.
"In the next year or two, the greatest demand on U.S. talents and power will be to persuade more to become like minded and adopt greater burdens," the report said.
Niblett said Obama was moving in the right direction.
"This administration is far more frank about the U.S. interdependence with rest of the world, and that's a good thing," Niblett said.
___
Associated Press Writer Karolina Tagaris contributed to this report.
http://news.yahoo.com/s/ap/20090915/ap_ ... ower/print
By RAPHAEL G. SATTER, Associated Press Writer Raphael G. Satter, Associated Press Writer 2 hrs 12 mins ago
LONDON – A weakened United States could start retreating from the world stage without help from its allies abroad, an international strategic affairs think tank said Tuesday.
The respected London-based International Institute for Strategic Studies said President Barack Obama will increasingly have to turn to others for help dealing with the world's problems — in part because he has no alternative.
"Domestically Obama may have campaigned on the theme 'yes we can'; internationally he may increasingly have to argue 'no we can't'," the institute said in its annual review of world affairs.
The report said the U.S. struggles against insurgent groups in Iraq and Afghanistan had exposed the limits of the country's military muscle, while the near-collapse of the world financial markets sapped the economic base on which that muscle relied.
The report also claimed that the U.S. had lost traction in its efforts to contain Iran's nuclear program and bring peace to the Middle East.
"Clearly the U.S. share of 'global power,' however measured, is in decline," the report said.
The head of another respected London think tank, Robin Niblett of Chatham House, said the rise in the relative power of China, India, Russia and the European Union has made it harder for the U.S. to exercise its influence.
"America should apply changes in leadership style, but I wouldn't overplay the decline because decline is relative," said Niblett — who was not involved in drawing up Tuesday's report. "One should not doubt that the U.S. remains the most powerful nation in the world, but it's difficult to use the power and to use it to influence others."
In addition to a rise in regional powers, Niblett said the U.S. has long been viewed as being part of the problem rather than the solution on many issues — including climate change, the financial crisis, and the failure of the Middle East peace process.
"It's also carrying the baggage of failed policies and of a failed financial approach," Niblett said, referring to the Bush administration. "There's a lot of catching up to be done."
The IISS report praised Obama, saying that he recognized there was only so much America could do "to impose its views on others."
After years of often thorny relationships between the U.S. and its allies during Bush's administration, Obama has talked of the need to work with other nations on such issues as the financial meltdown, climate change and nuclear proliferation.
"These are challenges that no single nation, no matter how powerful, can confront alone," Obama said in April after attending the G-20 summit in London.
"The United States must lead the way," he said. "But our best chance to solve these unprecedented problems comes from acting in concert with other nations."
The think tank's report said Obama could help restore the United States' standing by working with other nations to contain emerging threats to its position as the world's pre-eminent power. Controlling the nuclear ambitions of Iran and North Korea would require help from regional allies, the report said. The same was true of Afghanistan, where the U.S. has had difficulty persuading its NATO partners to follow its lead in boosting the number of troops sent to fight a resurgent Taliban.
"In the next year or two, the greatest demand on U.S. talents and power will be to persuade more to become like minded and adopt greater burdens," the report said.
Niblett said Obama was moving in the right direction.
"This administration is far more frank about the U.S. interdependence with rest of the world, and that's a good thing," Niblett said.
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Associated Press Writer Karolina Tagaris contributed to this report.
http://news.yahoo.com/s/ap/20090915/ap_ ... ower/print
Triste sina ter nascido português
Re: GEOPOLÍTICA
15/09/2009 - 14h38
"Minilateralismo", a estratégia certeira para a América de Obama (IISS)
LONDRES, Reino Unido, 15 Set 2009 (AFP) - A América de Barack Obama, temporariamente enfraquecida pela crise econômica, continuará sendo a maior potência do mundo se mantiver uma lógica "minilateral" de alianças variáveis, avaliou nesta terça-feira, em Londres, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla em inglês).
O "minilateralismo" (por oposição ao "unilateralismo" dos anos Bush) consiste em "reunir o número certo de países para resolver um problema específico em diversas temáticas e em vários palcos", explicou o respeitado centro de análises políticas e militares em seu relatório anual 2009 ("Strategic Survey").
Esta posição pode até se tornar uma marca da presidência Obama, observou o diretor da IISS, John Chipman, ao apresentar o documento à imprensa.
Chipman citou como elementos de prova desta nova perspectiva americana as diversas convocações do G20 para tratar da crise econômica, a política da mão estendida aos países muçulmanos para associá-los à resolução do conflito israelense-palestino e da crise relacionada ao programa nuclear iraniano, a multiplicação das cúpulas sobre o aquecimento global, e a decisão inédita de Obama de presidir, no fim deste mês, uma conferência sobre a não proliferação nuclear no Conselho de Segurança da ONU.
"No âmbito nacional, Obama fez campanha no tema 'yes, we can', mas no cenário internacional ele pode acabar sendo levado cada vez mais a dizer 'no, we can't', a menos que consiga convencer um número crescente de países a dividir suas ideias e seu fardo", explicou o IISS.
Este é o único caminho para que "a política externa americana possa, nestes tempos difíceis, adiar ou inverter a teoria do declínio que alguns talvez tenham se apressado demais em mencionar", analisou.
Para o IISS, os Estados Unidos até saíram reforçados da crise econômica provocada em grande parte por eles.
"A crise mostrou a amplitude dos recursos que os Estados Unidos podem mobilizar para resolver uma situação. Assim, de alguma forma, a crise financeira reforçou o domínio americano, em vez de afetá-lo", afirmou.
"Os Estados Unidos têm mais capacidade que a China de reunir coalizões em torno de seus pontos de vista", destacou o instituto.
O IISS admitiu, porém, que o minilateralismo também trará seus problemas.
Segundo o instituto, os esforços para relançar a economia americana podem levar Washington a dar menos atenção à América Latina e à África.
"É inegável que algumas regiões acabarão recebendo uma atenção mais retórica do que prática. Pode ser o caso da América Latina e da África, onde os Estados Unidos evitarão se comprometer sem motivo sério", afirmou.
Devido a considerações econômicas semelhantes, "o congelamento ou o declínio dos orçamentos militares" limita as capacidades operacionais das potências europeias, declarou Chipman.
O IISS defendeu a redução das forças aliadas no Afeganistão, afirmando que o objetivo de perseguir a rede Al-Qaeda já foi atingido.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 25883.jhtm
"Minilateralismo", a estratégia certeira para a América de Obama (IISS)
LONDRES, Reino Unido, 15 Set 2009 (AFP) - A América de Barack Obama, temporariamente enfraquecida pela crise econômica, continuará sendo a maior potência do mundo se mantiver uma lógica "minilateral" de alianças variáveis, avaliou nesta terça-feira, em Londres, o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, sigla em inglês).
O "minilateralismo" (por oposição ao "unilateralismo" dos anos Bush) consiste em "reunir o número certo de países para resolver um problema específico em diversas temáticas e em vários palcos", explicou o respeitado centro de análises políticas e militares em seu relatório anual 2009 ("Strategic Survey").
Esta posição pode até se tornar uma marca da presidência Obama, observou o diretor da IISS, John Chipman, ao apresentar o documento à imprensa.
Chipman citou como elementos de prova desta nova perspectiva americana as diversas convocações do G20 para tratar da crise econômica, a política da mão estendida aos países muçulmanos para associá-los à resolução do conflito israelense-palestino e da crise relacionada ao programa nuclear iraniano, a multiplicação das cúpulas sobre o aquecimento global, e a decisão inédita de Obama de presidir, no fim deste mês, uma conferência sobre a não proliferação nuclear no Conselho de Segurança da ONU.
"No âmbito nacional, Obama fez campanha no tema 'yes, we can', mas no cenário internacional ele pode acabar sendo levado cada vez mais a dizer 'no, we can't', a menos que consiga convencer um número crescente de países a dividir suas ideias e seu fardo", explicou o IISS.
Este é o único caminho para que "a política externa americana possa, nestes tempos difíceis, adiar ou inverter a teoria do declínio que alguns talvez tenham se apressado demais em mencionar", analisou.
Para o IISS, os Estados Unidos até saíram reforçados da crise econômica provocada em grande parte por eles.
"A crise mostrou a amplitude dos recursos que os Estados Unidos podem mobilizar para resolver uma situação. Assim, de alguma forma, a crise financeira reforçou o domínio americano, em vez de afetá-lo", afirmou.
"Os Estados Unidos têm mais capacidade que a China de reunir coalizões em torno de seus pontos de vista", destacou o instituto.
O IISS admitiu, porém, que o minilateralismo também trará seus problemas.
Segundo o instituto, os esforços para relançar a economia americana podem levar Washington a dar menos atenção à América Latina e à África.
"É inegável que algumas regiões acabarão recebendo uma atenção mais retórica do que prática. Pode ser o caso da América Latina e da África, onde os Estados Unidos evitarão se comprometer sem motivo sério", afirmou.
Devido a considerações econômicas semelhantes, "o congelamento ou o declínio dos orçamentos militares" limita as capacidades operacionais das potências europeias, declarou Chipman.
O IISS defendeu a redução das forças aliadas no Afeganistão, afirmando que o objetivo de perseguir a rede Al-Qaeda já foi atingido.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2 ... 25883.jhtm
- Marino
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Re: GEOPOLÍTICA
Sucateamento das Forças Armadas
A precipitação do presidente Lula em anunciar que fecharia um acordo com o presidente da França, Nicolas Sarkozi, envolvendo a compra dos Rafales, caças franceses, sem consultar o Alto Comando da Aeronáutica, evidencia mais uma atitude política, da época das promessas de palanque eleitoral e ausência de coordenação entre sua equipe de governo. Aliás, o presidente Sarkozy estava mesmo num palanque, em Brasília, nas festividades do dia 7 de setembro, todo sorridente, achando que o negócio já estava fechado.
Especialistas no assunto ponderam que aquele tipo de aeronave não é o mais adequado para a renovação de nossa frota de caças, havendo modelos mais modernos e poderosos, como os americanos, suecos e russos. Soa no mínimo estranho a recente declaração do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, que, evitando discordar da impetuosidade presidencial, afirmou que a decisão final ainda não foi tomada e que procedeu apenas uma análise técnico-comercial entre os concorrentes. Fica difícil aceitar que o principal responsável por aquele importante setor das nossas forças armadas desconheça a estratégia a ser adotada que deveria partir de seu próprio comando.
A aquisição de armamentos é definição estratégica, contendo aspectos relevantes de soberania nacional. Não é possível admitir interferência política para agradar determinado país. Existem formas diferentes de se estabelecer acordos políticos com a França, como, por exemplo, nas áreas culturais, comerciais ou tecnológicas.
O Brasil é reconhecidamente uma nação de paz e exemplo de convivência racial, mas, para ser respeitada, tem de ter poder de força, para que possa assegurar a sua soberania e ser temida por futuros e eventuais inimigos. É que os militares definem como "poder de deterrência", ou seja, capacidade de dissuasão. Vejamos o exemplo de dois países que não participam de guerras há séculos, como a Suécia e a "sempre neutra" Suíça . Este último, desde a época do mito Guilherme Tell não registra conflitos armados, mas possui excelentes armamentos, como os caças F-18 Super Hornet.
A Suécia, embora não se envolva em guerras desde os conflitos napoleônicos, fabrica a maioria dos seus armamentos, tanto potentes submarinos quanto tanques e os caças Gripen, de última geração, que está tentando vender ao Brasil.
Temos um vasto território, de dimensões continentais, uma das maiores costas marítimas, a maior floresta do planeta e imensas riquezas que precisam ser protegidas contra ambições estrangeiras. Os vizinhos estão se armando e não dá para confiar nos "muy amigos" do presidente Lula, principalmente o ditador Hugo Chaves, que recentemente anunciou com toda pompa e soberba, a aquisição dos poderosos caças russos Sukhois-35. Enquanto isso, os últimos governos têm negligenciado a defesa nacional, sucateando nossas forças armadas e alocando minguados recursos orçamentários para as três Armas.
Na aeronáutica, não dispomos de aeronaves de combate modernas e de grande poder de fogo e algumas, denominadas de caças, só servem para o emprego antiguerrilha ou para intercepção e abate de aviões de pequeno porte utilizados por narcotraficantes. As relativamente mais potentes -F-5 e Mirage- já se encontram ultrapassadas.
No exército, os carros de combate estão desatualizados, e o Brasil, que chegou até a fabricar o tanque Osório, um dos melhores armamentos de guerra do mundo, produzidos pela extinta Engesa, hoje importa blindados de segunda mão. Como defender nossas extensas fronteiras e impedir uma invasão de estrangeiros que poderiam se apropriar de nossas riquezas amazônicas? E a nossa marinha, em petição de miséria, com mais da metade dos navios encostada nos estaleiros? E os submarinos? Os poucos que estão operando têm restrições operacionais. Como patrulhar um imenso oceano com reduzida esquadra, como defender as descobertas do pré-sal?
As verbas para manutenção dos equipamentos das três Armas são irrisórias e a remuneração dos militares, constantemente achatada, deixando insatisfação e certo desânimo entre as tropas e preocupação entre os especialistas em defesa e segurança nacional. Há necessidade imperiosa de reverter este quadro, valorizando mais as Forças Armadas.
Até a ambição louvada do presidente Lula de que o Brasil deveria ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU exige que o País se converta numa potência militar, como seus atuais membros. Os militares foram acusados, na época da ditadura, de se intrometer na política e da intenção de permanecer no poder e, apesar de demorar, reconheceram que não se deve misturar defesa nacional com política. O mesmo preceito deve ser acatado pelo atual governo.
Somos de opinião que o cargo de ministro da Defesa deva ser ocupado por um militar de competência comprovada e de sucesso na condução do Exército, Marinha ou Aeronáutica e que tenha uma visão estratégica e global das três armas. A opção civil não poderia ser descartada, mas só deveria ser utilizada se realmente o postulante ao cargo tivesse efetivamente um conhecimento técnico amplo e estratégico da defesa nacional, o que não é fácil de encontrar. O que não nos parece adequado é aceitar indicação meramente política de ministros totalmente leigos, que mal sabem a diferença entre uma esquadra e uma ex-quadra.
Além da França e da Suécia, concorrem para o fornecimento das aeronaves os EUA, através da Boeing, com os caças F-18 Super Hornet. A Rússia que poderia ser mais uma opção, com aviões Sukhois, não está sendo cogitada. Pressionados pela simpatia presidencial pela França, os suecos e os norte-americanos já se prontificaram a aceitar a transferência de tecnologia, igualando a vantagem inicialmente oferecida pelos franceses. A concorrência deve ficar acirrada e o Brasil poderá fazer um bom negócio. Assim, o presidente Lula deveria sair de cena e deixar que o Alto Comando da Aeronáutica decida o que é mais apropriado.
Defesa nacional e política são como água e vinho, não devem ser misturados.
A precipitação do presidente Lula em anunciar que fecharia um acordo com o presidente da França, Nicolas Sarkozi, envolvendo a compra dos Rafales, caças franceses, sem consultar o Alto Comando da Aeronáutica, evidencia mais uma atitude política, da época das promessas de palanque eleitoral e ausência de coordenação entre sua equipe de governo. Aliás, o presidente Sarkozy estava mesmo num palanque, em Brasília, nas festividades do dia 7 de setembro, todo sorridente, achando que o negócio já estava fechado.
Especialistas no assunto ponderam que aquele tipo de aeronave não é o mais adequado para a renovação de nossa frota de caças, havendo modelos mais modernos e poderosos, como os americanos, suecos e russos. Soa no mínimo estranho a recente declaração do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, que, evitando discordar da impetuosidade presidencial, afirmou que a decisão final ainda não foi tomada e que procedeu apenas uma análise técnico-comercial entre os concorrentes. Fica difícil aceitar que o principal responsável por aquele importante setor das nossas forças armadas desconheça a estratégia a ser adotada que deveria partir de seu próprio comando.
A aquisição de armamentos é definição estratégica, contendo aspectos relevantes de soberania nacional. Não é possível admitir interferência política para agradar determinado país. Existem formas diferentes de se estabelecer acordos políticos com a França, como, por exemplo, nas áreas culturais, comerciais ou tecnológicas.
O Brasil é reconhecidamente uma nação de paz e exemplo de convivência racial, mas, para ser respeitada, tem de ter poder de força, para que possa assegurar a sua soberania e ser temida por futuros e eventuais inimigos. É que os militares definem como "poder de deterrência", ou seja, capacidade de dissuasão. Vejamos o exemplo de dois países que não participam de guerras há séculos, como a Suécia e a "sempre neutra" Suíça . Este último, desde a época do mito Guilherme Tell não registra conflitos armados, mas possui excelentes armamentos, como os caças F-18 Super Hornet.
A Suécia, embora não se envolva em guerras desde os conflitos napoleônicos, fabrica a maioria dos seus armamentos, tanto potentes submarinos quanto tanques e os caças Gripen, de última geração, que está tentando vender ao Brasil.
Temos um vasto território, de dimensões continentais, uma das maiores costas marítimas, a maior floresta do planeta e imensas riquezas que precisam ser protegidas contra ambições estrangeiras. Os vizinhos estão se armando e não dá para confiar nos "muy amigos" do presidente Lula, principalmente o ditador Hugo Chaves, que recentemente anunciou com toda pompa e soberba, a aquisição dos poderosos caças russos Sukhois-35. Enquanto isso, os últimos governos têm negligenciado a defesa nacional, sucateando nossas forças armadas e alocando minguados recursos orçamentários para as três Armas.
Na aeronáutica, não dispomos de aeronaves de combate modernas e de grande poder de fogo e algumas, denominadas de caças, só servem para o emprego antiguerrilha ou para intercepção e abate de aviões de pequeno porte utilizados por narcotraficantes. As relativamente mais potentes -F-5 e Mirage- já se encontram ultrapassadas.
No exército, os carros de combate estão desatualizados, e o Brasil, que chegou até a fabricar o tanque Osório, um dos melhores armamentos de guerra do mundo, produzidos pela extinta Engesa, hoje importa blindados de segunda mão. Como defender nossas extensas fronteiras e impedir uma invasão de estrangeiros que poderiam se apropriar de nossas riquezas amazônicas? E a nossa marinha, em petição de miséria, com mais da metade dos navios encostada nos estaleiros? E os submarinos? Os poucos que estão operando têm restrições operacionais. Como patrulhar um imenso oceano com reduzida esquadra, como defender as descobertas do pré-sal?
As verbas para manutenção dos equipamentos das três Armas são irrisórias e a remuneração dos militares, constantemente achatada, deixando insatisfação e certo desânimo entre as tropas e preocupação entre os especialistas em defesa e segurança nacional. Há necessidade imperiosa de reverter este quadro, valorizando mais as Forças Armadas.
Até a ambição louvada do presidente Lula de que o Brasil deveria ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU exige que o País se converta numa potência militar, como seus atuais membros. Os militares foram acusados, na época da ditadura, de se intrometer na política e da intenção de permanecer no poder e, apesar de demorar, reconheceram que não se deve misturar defesa nacional com política. O mesmo preceito deve ser acatado pelo atual governo.
Somos de opinião que o cargo de ministro da Defesa deva ser ocupado por um militar de competência comprovada e de sucesso na condução do Exército, Marinha ou Aeronáutica e que tenha uma visão estratégica e global das três armas. A opção civil não poderia ser descartada, mas só deveria ser utilizada se realmente o postulante ao cargo tivesse efetivamente um conhecimento técnico amplo e estratégico da defesa nacional, o que não é fácil de encontrar. O que não nos parece adequado é aceitar indicação meramente política de ministros totalmente leigos, que mal sabem a diferença entre uma esquadra e uma ex-quadra.
Além da França e da Suécia, concorrem para o fornecimento das aeronaves os EUA, através da Boeing, com os caças F-18 Super Hornet. A Rússia que poderia ser mais uma opção, com aviões Sukhois, não está sendo cogitada. Pressionados pela simpatia presidencial pela França, os suecos e os norte-americanos já se prontificaram a aceitar a transferência de tecnologia, igualando a vantagem inicialmente oferecida pelos franceses. A concorrência deve ficar acirrada e o Brasil poderá fazer um bom negócio. Assim, o presidente Lula deveria sair de cena e deixar que o Alto Comando da Aeronáutica decida o que é mais apropriado.
Defesa nacional e política são como água e vinho, não devem ser misturados.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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