Pressões Nucleares sobre o Brasil
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Sobre dois assuntos.........distintos.........O Congresso não quer explicação, só satisfação para não passar por mais BOBO que já é.O desconhecido poder da energia nuclear
Vasconcelo Quadros
BRASÍLIA As conclusões da pesquisa do físico Dalton Girão Barroso, do Instituto Militar de Engenharia (IME) do Exército, mostrando que o Brasil já domina o conhecimento e a tecnologia sobre a bomba atômica – conforme noticiou o Jornal do Brasil no domingo passado – deixou como subproduto uma constatação preocupante: o país pouco sabe do programa nuclear brasileiro ou do sistema de defesa nacional.
– Infelizmente o programa nuclear ainda é tratado como tabu – diz Barroso. – O grande dilema político que envolve a energia nuclear é que, em tese, todas as nações têm o direito de desenvolver e dominar a sua tecnologia.
Mas como garantir que ela não seja usada ou se desvirtue, dependendo do governo presente, para fins bélicos, mesmo levando em conta a existência dos tratados? – questiona o físico.
– O Brasil nem sabe que não sabe – acrescenta o deputado Severiano Alves (PDT-BA), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara ao colocar o tema em debate na reunião da última quarta-feira.
– O país precisa conhecer o programa e liderar um bloco que possa pressionar as potências a eliminar os arsenais nucleares – acrescenta o senador Flávio Torres (PDT-CE), membro da mesma comissão no Sendo. Físico e professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) e Universidade Federal do Ceará, Torres acha que o Brasil e os países que optaram por desenvolver a energia nuclear para fins pacíficos devem mostrar ao mundo que, se quisessem, também poderiam construir arsenais.
– O Brasil não faz a bomba porque não quer. O fato de poder dizer que sabe é um fator dissuasivo.
O mundo não pode conviver com arsenais que podem destruir até 100 vezes a humanidade.
– O Congresso precisa discutir esse assunto. Eu mesmo quero saber porque o Brasil não assinou TNP2 – diz o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), autor de um requerimento de convocação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, aprovado na Câmara. O deputado se refere a proposta de protocolo adicional ao tratado de não proliferação das armas nucleares, proposto pela Agência Internacional de Energia Atômica, não assinado pelo Brasil. Jobim vai à Comissão de Relações Exteriores do Senado na quarta-feira.
Jungmann acha que é importante esclarecer as razões do choque de posições entre Jobim e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na questão nuclear. Os dois não divergiram apenas sobre a tese de Barroso – Simulação numérica de detonações termonucleares em meios híbridos de fissão-fusão implodidos pela radiação – publicada no livro A física dos explosivos nucleares. Jobim aconselhou o governo a não assinar o protocolo adicional, enquanto Amorim, em atenção a AIEA, teria ido na contramão.
Ingerência Para o senador Flávio Torres, é evidente a tentativa de ingerência da AIEA em torno do programa nuclear brasileiro.
– A pressão da AIEA é ridícula e inaceitável. E é hipócrita porque ela representa exatamente a posição de quem tem arsenais nucleares e se recusa a abrir mão – observa Torres.
O senador acha que o Brasil deve liderar uma cruzada pelo desarmamento.
– Seria o bloco dos que têm conhecimento e tecnologia para fazer a bomba, mas não querem, contra os que controlam os arsenais nucleares e exercem pressão sobre quem poderia ter a bomba.
No balanço feito por Barroso em seu livro, apenas as cinco grandes potências (EUA, Rússia, China França e Inglaterra) teriam, juntas, mesmo com os tratados de redução depois da Guerra Fria, cerca de 25 mil bombas nucleares de diferentes potências e composição.
Para se ter uma idéia do que isso representa, em outubro de 1961, no maior teste nuclear da história, a Rússia explodiu uma bomba de 7,5 metros de comprimento, 1,8 metro de diâmetro e 30 toneladas, onde liberou 60 megatons, o equivalente a 4.615 vezes a quantidade de energia gerada com a explosão da bomba de Hiroxima, em 1945.
– Não dá para comparar os conhecimentos e os recursos da época de Hiroshima e Nagasaki com os conhecimentos e os recursos disponíveis hoje, após uma evolução de mais de 50 anos – observa Barroso, que há 25 anos estuda a física dos reatores nucleares. Segundo ele, basta lembrar que naquela época nem computadores “dignos desse nome” existiam.
– Cálculos que levavam meses para ser executados, hoje são feitos em alguns segundos ou minutos num moderno microcomputador.
Com a evolução do conhecimento e da tecnologia, evoluíram também, obviamente, os explosivos nucleares, tanto de fissão quanto de fusão – alerta Barroso.
Jobim vai ao Congresso explicar conhecimento sobre a bomba e compra de caças
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Jauro.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Expansão nuclear: ameaça global
Joana Duarte
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reconhece a sua incapacidade para evitar que o conhecimento para a produção de bombas atômicas seja mantido fora do alcance de países que buscam dominá-lo; o know-how, afinal, está no mercado desde a década de 40. A AIEA, portanto, não se opõe a pesquisas sobre explosivos nucleares como a do físico Dalton Girão Barroso revelada pelo Jornal do Brasil indicando que o Brasil já domina o conhecimento e a tecnologia para produzir a bomba atômica. Segundo a AIEA, em países signatários do Tratado de Não-Proliferação como o Brasil, sua estratégia maior é de apenas monitorar a quantidade de combustível nuclear que entra e sai de usinas espalhadas por mais de 40 países. E nisto, se considera bastante eficaz.
– Informações disponíveis ao público já revelam as características dos diferentes tipos de armamento nuclear, incluindo os de tecnologia mais avançada, como por exemplo aqueles desenvolvidos pelos Estados Unidos – afirma o físico Peter Crail, pesquisador do Centro para a Não-Proliferação Nuclear e consultor do Departamento de Desarmamento das Nações Unidas. – Sabemos que esse tipo de informação tem sido amplamente compartilhada.
Em outras palavras, o gato já pulou para fora do saco há muito tempo.
Segundo dados da agência, dentre os 184 Estados que reconhecem o Tratado de NãoProliferação Nuclear (TNPN) (hoje apenas quatro países não são signatários) e que se submetem a inspeções esporádicas de suas usinas, apenas o Irã descumpriu as exigências da AIEA, ao impedir a visita de inspetores e ocultar parte de seu combustível nuclear – plutônio e urânio – situação que sujeita o pais à ameaça contínua de sanções internacionais.
A outra grande preocupação é a Coreia do Norte, ex-membro do TNPN que se desfiliou em 2003. De acordo com estimativas da Nuclear Threat Initiative – uma ONG americana que existe para reforçar a segurança global mediante a redução das armas nucleares – esse país já possui hoje cerca de 10 ogivas nucleares.
Em maio deste ano, o regime norte-coreano anunciou ter realizado seu segundo teste atômico.
Além de Irã e Coreia do Norte, a lista das ameaças, embora menores, também inclui Índia, Paquistão e Israel, países que já possuem armas nucleares e que ainda se recusam a assinar o TNPN.
Apesar do risco, e embora haja controle rígido na exportação de combustível nuclear, esses Estados tem o direito tanto de enriquecer urânio para fins pacíficos quanto comprá-lo no mercado internacional.
A própria AIEA lembra que um dos pilares do TNPN, que estabelece as normas da agencia, reconhece o direito inalienável de Estados soberanos de utilizar energia nuclear para fins pacíficos, o que significa a garantia de acesso a tecnologias que representam mais de meio caminho andado para a fabricação da bomba.
– Um dos paradigmas da indústria nuclear é que se um país já enriquece urânio em baixas porcentagens para um programa pacífico, levaria apenas entre seis meses a um ano para conseguir produzir o urânio altamente enriquecido para fabricar uma bomba – explica Robert Norris, pesquisador do Conselho de Defesa de Recursos Naturais. – É muito mais difícil iniciar o processo de enriquecimento de urânio de zero a 5% do que enriquecê-lo de 5% aos 90% , índices necessários para abastecer uma arma nuclear.
Em entrevista ao Financial Times, Mohamed ElBaradei, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, entende que a capacidade de controlar a propagação de enriquecimento e reprocessamento de combustível nuclear é o “calcanhar de Aquiles” da não-proliferação nuclear. Desde 2007, segundo ele, 13 Estados detêm a tecnologia do enriquecimento de urânio, o que torna a matéria prima nuclear altamente disponível, daí a dificuldade de conter a propagação das armas de destruição em massa.
“Tanto que, em 2004”, contou ElBaradei, “o esforço para impedir a propagação de enriquecimento de urânio e reprocessamento de plutônio foi declarado como uma das grandes metas da política dos EUA.”
Enriquecimento de combustível é “calcanhar de Aquiles” da não-proliferação
Informações disponíveis ao público já revelam as características dos diferentes tipos de armamento nuclear Peter Crail, pesquisador do Centro para a Não-Proliferação Nuclear e consultor do Departamento de Desarmamento da ONU “
Joana Duarte
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reconhece a sua incapacidade para evitar que o conhecimento para a produção de bombas atômicas seja mantido fora do alcance de países que buscam dominá-lo; o know-how, afinal, está no mercado desde a década de 40. A AIEA, portanto, não se opõe a pesquisas sobre explosivos nucleares como a do físico Dalton Girão Barroso revelada pelo Jornal do Brasil indicando que o Brasil já domina o conhecimento e a tecnologia para produzir a bomba atômica. Segundo a AIEA, em países signatários do Tratado de Não-Proliferação como o Brasil, sua estratégia maior é de apenas monitorar a quantidade de combustível nuclear que entra e sai de usinas espalhadas por mais de 40 países. E nisto, se considera bastante eficaz.
– Informações disponíveis ao público já revelam as características dos diferentes tipos de armamento nuclear, incluindo os de tecnologia mais avançada, como por exemplo aqueles desenvolvidos pelos Estados Unidos – afirma o físico Peter Crail, pesquisador do Centro para a Não-Proliferação Nuclear e consultor do Departamento de Desarmamento das Nações Unidas. – Sabemos que esse tipo de informação tem sido amplamente compartilhada.
Em outras palavras, o gato já pulou para fora do saco há muito tempo.
Segundo dados da agência, dentre os 184 Estados que reconhecem o Tratado de NãoProliferação Nuclear (TNPN) (hoje apenas quatro países não são signatários) e que se submetem a inspeções esporádicas de suas usinas, apenas o Irã descumpriu as exigências da AIEA, ao impedir a visita de inspetores e ocultar parte de seu combustível nuclear – plutônio e urânio – situação que sujeita o pais à ameaça contínua de sanções internacionais.
A outra grande preocupação é a Coreia do Norte, ex-membro do TNPN que se desfiliou em 2003. De acordo com estimativas da Nuclear Threat Initiative – uma ONG americana que existe para reforçar a segurança global mediante a redução das armas nucleares – esse país já possui hoje cerca de 10 ogivas nucleares.
Em maio deste ano, o regime norte-coreano anunciou ter realizado seu segundo teste atômico.
Além de Irã e Coreia do Norte, a lista das ameaças, embora menores, também inclui Índia, Paquistão e Israel, países que já possuem armas nucleares e que ainda se recusam a assinar o TNPN.
Apesar do risco, e embora haja controle rígido na exportação de combustível nuclear, esses Estados tem o direito tanto de enriquecer urânio para fins pacíficos quanto comprá-lo no mercado internacional.
A própria AIEA lembra que um dos pilares do TNPN, que estabelece as normas da agencia, reconhece o direito inalienável de Estados soberanos de utilizar energia nuclear para fins pacíficos, o que significa a garantia de acesso a tecnologias que representam mais de meio caminho andado para a fabricação da bomba.
– Um dos paradigmas da indústria nuclear é que se um país já enriquece urânio em baixas porcentagens para um programa pacífico, levaria apenas entre seis meses a um ano para conseguir produzir o urânio altamente enriquecido para fabricar uma bomba – explica Robert Norris, pesquisador do Conselho de Defesa de Recursos Naturais. – É muito mais difícil iniciar o processo de enriquecimento de urânio de zero a 5% do que enriquecê-lo de 5% aos 90% , índices necessários para abastecer uma arma nuclear.
Em entrevista ao Financial Times, Mohamed ElBaradei, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica, entende que a capacidade de controlar a propagação de enriquecimento e reprocessamento de combustível nuclear é o “calcanhar de Aquiles” da não-proliferação nuclear. Desde 2007, segundo ele, 13 Estados detêm a tecnologia do enriquecimento de urânio, o que torna a matéria prima nuclear altamente disponível, daí a dificuldade de conter a propagação das armas de destruição em massa.
“Tanto que, em 2004”, contou ElBaradei, “o esforço para impedir a propagação de enriquecimento de urânio e reprocessamento de plutônio foi declarado como uma das grandes metas da política dos EUA.”
Enriquecimento de combustível é “calcanhar de Aquiles” da não-proliferação
Informações disponíveis ao público já revelam as características dos diferentes tipos de armamento nuclear Peter Crail, pesquisador do Centro para a Não-Proliferação Nuclear e consultor do Departamento de Desarmamento da ONU “
"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
Jauro.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Ahã... Então IAE = EUA.“Tanto que, em 2004”, contou ElBaradei, “o esforço para impedir a propagação de enriquecimento de urânio e reprocessamento de plutônio foi declarado como uma das grandes metas da política dos EUA.”
Confiança demais que dão prá esse povo.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Não seria estranho a falta de repercussão na imprensa internacional sobre a pesquisa do físico Dalton Ellery Girão Barroso?
[]s
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Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
Carlo M. Cipolla
Carlo M. Cipolla
Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Eu estou estranhando até a (ainda) pouca repercussão interna desta noticia, creio que o FX está polarizando as atenções da mídia ainda.
Vejam, até aqui no FDB poucos deram a importancia devida que esta questão tem...
Tudo MUITO estranho!!
[]'s.
Vejam, até aqui no FDB poucos deram a importancia devida que esta questão tem...
Tudo MUITO estranho!!
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"Apenas o mais sábio e o menos sábio nunca mudam de opinião."
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Jobim confirma impasse com AIEA
Vasconcelo Quadros
BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou ontem na Comissão de Relações Exteriores do Senado que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tentou fazer uma operação de fiscalização dentro do Instituto de Engenharia Militar (IME) do Exército por causa da pesquisa do físico brasileiro Dalton Girão Ellery Barroso, que desenvolveu cálculos complexos sobre explosivos nucleares. Barroso chegou a desvendar as dimensões internas do modelo de uma ogiva nuclear americana, a W-87, conforme publicou o Jornal do Brasil.
– A AIEA tentou fazer uma espécie de vistoria no IME e eu não permiti – afirmou o ministro. Ele disse que a tese de doutorado de Barroso, publicada no livro a Física dos Explosivos Nucleares, é um trabalho acadêmico, baseado em modelos compilados de publicações científicas disponibilizadas pela internet. A obra é um pouco mais que isso: com 25 anos de pesquisa na área de reatores nucleares, Barroso criou um programa de computador especial, desenvolveu cálculos novos em cima de modelos conhecidos e chegou a resultados técnicos aceitáveis pela comunidade científica sobre a teoria dos explosivos nucleares. Em outra ocasião, a AIEA também tentou vistoriar a supercentrífuga que opera com energia eletromagnética em Iperó (SP). Foi vetada.
Em entrevista ao JB, Barroso e os outros especialistas afirmaram que o Brasil já tem o conhecimento e a tecnologia para, se quisesse, desenvolver a bomba nuclear. O país não faz o artefato porque é neutro nos conflitos internacionais, é signatário de tratados de não proliferação de armas nucleares e tem limitação expressa na Constituição. O governo evita discutir o assunto por causa da pressão das potências.
Explicação
Convidado para falar ontem sobre a compra dos caças, Jobim se desviou do mérito sobre o nível atingido pelo Brasil em conhecimento e tecnologia sobre armas nucleares com uma declaração dúbia: disse que o país precisa do conhecimento “não para desenvolver a bomba atômica, mas para ter o controle da tecnologia nuclear”. Jobim reclamou que o noticiário sobre o estudo de Barroso passou a idéia de que o Brasil queria fazer a bomba e garantiu que tudo o que o país tem buscado nas negociações para reestruturar o poderio do sistema de defesa inclui, junto com a compra de equipamentos, a capacitação para o desenvolvimento tecnológico da cadeia nuclear.
O ministro lembrou ainda que o processo de enriquecimento de urânio para fins pacíficos é diferente do usado na produção de artefatos nucleares e afirmou que o submarino em negociação com a França usará torpedos convencionais por causa da vedação às armas nucleares.
– O Brasil não tem capacidade jurídica para fazer armas nucleares porque é inconstitucional – afirmou, em entrevista aos jornalistas, depois do depoimento aos senadores. Antes, ao falar sobre os acordos para construção do submarino, Jobim afirmou que o nova “relação estratégica Norte-Sul” que está sendo firmada com a França será um intenso processo de troca, onde o Brasil deixa de comprar equipamentos, para se capacitar e desenvolver tecnologias necessárias a reestruturação de todo o sistema de defesa. Embora o submarino seja de propulsão nuclear, o acordo não envolve esse tipo de tecnologia porque o Brasil não precisa, garantiu Jobim.
– Nós dispomos do combustível e da tecnologia para construir o reator – afirmou.
Vasconcelo Quadros
BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, confirmou ontem na Comissão de Relações Exteriores do Senado que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) tentou fazer uma operação de fiscalização dentro do Instituto de Engenharia Militar (IME) do Exército por causa da pesquisa do físico brasileiro Dalton Girão Ellery Barroso, que desenvolveu cálculos complexos sobre explosivos nucleares. Barroso chegou a desvendar as dimensões internas do modelo de uma ogiva nuclear americana, a W-87, conforme publicou o Jornal do Brasil.
– A AIEA tentou fazer uma espécie de vistoria no IME e eu não permiti – afirmou o ministro. Ele disse que a tese de doutorado de Barroso, publicada no livro a Física dos Explosivos Nucleares, é um trabalho acadêmico, baseado em modelos compilados de publicações científicas disponibilizadas pela internet. A obra é um pouco mais que isso: com 25 anos de pesquisa na área de reatores nucleares, Barroso criou um programa de computador especial, desenvolveu cálculos novos em cima de modelos conhecidos e chegou a resultados técnicos aceitáveis pela comunidade científica sobre a teoria dos explosivos nucleares. Em outra ocasião, a AIEA também tentou vistoriar a supercentrífuga que opera com energia eletromagnética em Iperó (SP). Foi vetada.
Em entrevista ao JB, Barroso e os outros especialistas afirmaram que o Brasil já tem o conhecimento e a tecnologia para, se quisesse, desenvolver a bomba nuclear. O país não faz o artefato porque é neutro nos conflitos internacionais, é signatário de tratados de não proliferação de armas nucleares e tem limitação expressa na Constituição. O governo evita discutir o assunto por causa da pressão das potências.
Explicação
Convidado para falar ontem sobre a compra dos caças, Jobim se desviou do mérito sobre o nível atingido pelo Brasil em conhecimento e tecnologia sobre armas nucleares com uma declaração dúbia: disse que o país precisa do conhecimento “não para desenvolver a bomba atômica, mas para ter o controle da tecnologia nuclear”. Jobim reclamou que o noticiário sobre o estudo de Barroso passou a idéia de que o Brasil queria fazer a bomba e garantiu que tudo o que o país tem buscado nas negociações para reestruturar o poderio do sistema de defesa inclui, junto com a compra de equipamentos, a capacitação para o desenvolvimento tecnológico da cadeia nuclear.
O ministro lembrou ainda que o processo de enriquecimento de urânio para fins pacíficos é diferente do usado na produção de artefatos nucleares e afirmou que o submarino em negociação com a França usará torpedos convencionais por causa da vedação às armas nucleares.
– O Brasil não tem capacidade jurídica para fazer armas nucleares porque é inconstitucional – afirmou, em entrevista aos jornalistas, depois do depoimento aos senadores. Antes, ao falar sobre os acordos para construção do submarino, Jobim afirmou que o nova “relação estratégica Norte-Sul” que está sendo firmada com a França será um intenso processo de troca, onde o Brasil deixa de comprar equipamentos, para se capacitar e desenvolver tecnologias necessárias a reestruturação de todo o sistema de defesa. Embora o submarino seja de propulsão nuclear, o acordo não envolve esse tipo de tecnologia porque o Brasil não precisa, garantiu Jobim.
– Nós dispomos do combustível e da tecnologia para construir o reator – afirmou.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Bem, o unico que extra oficialmente connsegue carregar uma arma termonuclear é o Rafale, como esta na materia da Marinha Francesa, ba Revista da Força Aerea, numero 47, ano 12.
Desse jeito, uma arma nuclear, carregada por um caça rente ao solo, elimina a etapa de um VLS, que nós nunca vamos ter mesmo. E a principio, a conta fecha.
Será?
Desse jeito, uma arma nuclear, carregada por um caça rente ao solo, elimina a etapa de um VLS, que nós nunca vamos ter mesmo. E a principio, a conta fecha.
Será?
Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
É o caso de Israel. Tem armas nucleares mas nunca fez um teste real...cvn73 escreveu:Uma pergunta; com software e hardware adequados, poderíamos dispensar o teste "da bomba"?
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Depois q tivernos nosso reator testado e aprovado, em usinas e no(s - espero) Subs da Marinha, abastecidos com urânio nacional, enriquecidos por nossas ultra-centrífugas, com o VLS totalmente testado e funcional, sou a favor sim de termos algumas ogivas (coisa para 2025-2030)... Não há dúvida q haverá uma chiadeira inicial mas não existirão meios de se contestar esse status quo depois de consolidado (o q não dá para fazer é ameaçar ou avisar q queremos ter, mas divulgar quando já era... é isso q diferencia as potências dos acoleirados pseudo-moralistas da política internacional*). Não vamos ser hipócritas com papinhos pacifistas... é o "selo" de potência mundial... ou alguém aqui almeja menos q isto para o Brasil?... Tenho plena confiança q só depende de nós sermos uma das cinco maiores potências do século XXI (Brics + EUA)... só q teremos q ter bala na agulha (ou ogiva) para impormos respeito...
* Não sei se alguns se lembram, mas ná década de 90 a França, o Paquistão e a Índia fizeram seus testes e pronto!... e sequer precisamos explodir uma no "buraco" para saber q funciona; como é sabido, existem softwares poderosos o suficiente para fazerem as simulações necessárias....
* Não sei se alguns se lembram, mas ná década de 90 a França, o Paquistão e a Índia fizeram seus testes e pronto!... e sequer precisamos explodir uma no "buraco" para saber q funciona; como é sabido, existem softwares poderosos o suficiente para fazerem as simulações necessárias....
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Não sou favoravel que o Brasil construa Bomba A ou Bomba H. Meu voto é pela Bomba de Neutrons.
EDIT:
EDIT:
Bomba de nêutrons
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bomba_de_n%C3%AAutrons
A bomba de nêutrons é a última variante da bomba atômica. Em geral, é um dispositivo termonuclear pequeno, com corpo de níquel ou cromo, onde os nêutrons gerados na reação de fusão intencionalmente não são absorvidos pelo interior da bomba, mas se permite que escapem. As emanações de raios-X e de nêutrons de alta energia são seu principal mecanismo destrutivo. Os nêutrons são mais penetrantes que outros tipos de radiação, de tal forma que muitos materiais de proteção que bloqueiam raios gama são pouco eficientes contra eles. A bomba de nêutrons tem ação destrutiva apenas sobre organismos vivos, mantendo, por exemplo, a estrutura de uma cidade intacta. Isso pode representar uma vantagem militar, visto que existe a possibilidade de se eliminar os inimigos e apoderar-se de seus recursos.
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Brasil lidera desarmamento nuclear
Flávio Torres
SENADOR PELO PDT DO CEARÁ
A tese de doutorado do físico do Instituto Militar de Engenharia (IME), Dalton Girão Barroso, intitulada Simulação numérica de detonações termonucleares em meios Híbridos de fissão-fusão implodidos pela radiação, confirma que o Brasil já tem conhecimento para, se quiser, desenvolver a bomba atômica. A publicação do trabalho de Barroso em um livro fez com que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) solicitasse ao governo brasileiro que a publicação fosse recolhida das livrarias.
A AIEA argumentava que as informações da tese poderiam possibilitar a fabricação da bomba. Como mostrou uma série de reportagens publicada pelo Jornal do Brasil a partir de 5 de setembro, a interferência da AIEA gerou reações contrárias dos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e das Relações Exteriores, Celso Amorim. Jobim enviou a Amorim um aviso com a chancela de “secreto”, defendendo o trabalho de Girão Barroso e alegando que tinha caráter estritamente teórico.
Celso Amorim pretendia atender “em parte” ao pedido da Agência.
É verdade que o Brasil já teria condições técnicas de fazer funcionar uma bomba atômica, mas o governo nunca declarou que estaria disposto a torná-la uma realidade. A AIEA é hipócrita ao defender que os países que não possuem a bomba não possam realizar trabalhos que possibilitem a aquisição de tecnologia para desenvolvê-la.
Os cientistas devem ter liberdade para trabalhar no campo teórico. Os países devem ser livres para trabalhar o conhecimento da energia atômica para fins pacíficos. O Brasil é signatário de diversos tratados internacionais em que abdica da construção do artefato.
O mundo se dividiu entre as nações que possuem a bomba e as que não a possuem. Defendo que o Brasil passe a liderar um novo clube: o daqueles que não têm a bomba atômica, saberiam fazê-la, mas não querem fazêla, e defendem o desarmamento dos Países que já a possuem.
É hipocrisia o chamado primeiro mundo, sabendo que a humanidade está sentada em cima de mais de mil ogivas nucleares que têm capacidade de destruir o Planeta muitas vezes, se preocupar apenas com a possibilidade de outros Países desenvolverem mais bombas.
A detonação das bombas atômicas em Hiroshima e Nagazaki durante a Segunda Guerra Mundial foi uma verdadeira chacina, em que homens, mulheres e crianças foram assassinados e gerações tiveram a saúde comprometida pela radiação nuclear. Não estamos mais na Guerra Fria, mas não devemos aceitar que paire sobre nós a ameaça da destruição da humanidade.
Isto não significa que não possamos dispor da energia nuclear para fins pacíficos. Ela traz a vantagem de não poluir a atmosfera com CO2. Deste ponto de vista, é uma energia limpa.
Há algumas semanas, visitei as Usinas de Angra dos Reis. Cheguei com uma série de questionamentos que envolviam, entre outros, riscos de vazamento de radiação e dificuldades de armazenar o lixo atômico.
As maravilhas do mundo antigo têm cerca de 2000 anos e a humanidade já perdeu a memória de onde se encontravam algumas delas, como o Colosso de Rhodes. Como se poderia garantir que o lixo atômico que fica ativo por cerca de 150 mil anos seria bem armazenado? Voltei mais confiante. As autoridades da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, garantiram que quase 80% da tecnologia a ser utilizada na Central Nuclear que será construída no nordeste será brasileira. O Programa Nuclear Brasileiro prevê para este ano ainda o início da seleção do local para esta Central. A segurança das usinas nucleares é realizada por meio de inspeções criteriosas da AIEA, o que minimiza consideravelmente os riscos de vazamento.
A solução da empresa em relação ao lixo atômico é postergar o problema por 500 anos. Apostar que, ao longo de todo esse tempo, surja uma nova tecnologia de reutilização da radioatividade. Enquanto isso não acontece, os resíduos atômicos ficarão em cilindros de aço inoxidável, depositados em um reservatório de concreto, armazenado em uma espécie de caverna artificial. Tudo guardado de forma a poder ser aberto quando for necessário.
A energia nuclear não deve ser a base da matriz energética brasileira. Afinal, temos recursos naturais em abundância para gerarmos muita energia hidrelétrica e eólica. Mas não devemos prescindir dela. O Brasil é um dos principais países a desenvolver processamento e enriquecimento do urânio. O estudo dessa tecnologia permite que tenhamos aplicações distintas em diversas áreas da medicina.
Os trabalhos científicos não servem apenas a um objetivo, contaminam lateralmente, fazendo o País avançar em outras tecnologias.
Flávio Torres é professor de física aposentado da UFC e da UnB, com doutorado na Universidade de Oxford, na Inglaterra, e senador pelo PDT-CE
Flávio Torres
SENADOR PELO PDT DO CEARÁ
A tese de doutorado do físico do Instituto Militar de Engenharia (IME), Dalton Girão Barroso, intitulada Simulação numérica de detonações termonucleares em meios Híbridos de fissão-fusão implodidos pela radiação, confirma que o Brasil já tem conhecimento para, se quiser, desenvolver a bomba atômica. A publicação do trabalho de Barroso em um livro fez com que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) solicitasse ao governo brasileiro que a publicação fosse recolhida das livrarias.
A AIEA argumentava que as informações da tese poderiam possibilitar a fabricação da bomba. Como mostrou uma série de reportagens publicada pelo Jornal do Brasil a partir de 5 de setembro, a interferência da AIEA gerou reações contrárias dos ministros da Defesa, Nelson Jobim, e das Relações Exteriores, Celso Amorim. Jobim enviou a Amorim um aviso com a chancela de “secreto”, defendendo o trabalho de Girão Barroso e alegando que tinha caráter estritamente teórico.
Celso Amorim pretendia atender “em parte” ao pedido da Agência.
É verdade que o Brasil já teria condições técnicas de fazer funcionar uma bomba atômica, mas o governo nunca declarou que estaria disposto a torná-la uma realidade. A AIEA é hipócrita ao defender que os países que não possuem a bomba não possam realizar trabalhos que possibilitem a aquisição de tecnologia para desenvolvê-la.
Os cientistas devem ter liberdade para trabalhar no campo teórico. Os países devem ser livres para trabalhar o conhecimento da energia atômica para fins pacíficos. O Brasil é signatário de diversos tratados internacionais em que abdica da construção do artefato.
O mundo se dividiu entre as nações que possuem a bomba e as que não a possuem. Defendo que o Brasil passe a liderar um novo clube: o daqueles que não têm a bomba atômica, saberiam fazê-la, mas não querem fazêla, e defendem o desarmamento dos Países que já a possuem.
É hipocrisia o chamado primeiro mundo, sabendo que a humanidade está sentada em cima de mais de mil ogivas nucleares que têm capacidade de destruir o Planeta muitas vezes, se preocupar apenas com a possibilidade de outros Países desenvolverem mais bombas.
A detonação das bombas atômicas em Hiroshima e Nagazaki durante a Segunda Guerra Mundial foi uma verdadeira chacina, em que homens, mulheres e crianças foram assassinados e gerações tiveram a saúde comprometida pela radiação nuclear. Não estamos mais na Guerra Fria, mas não devemos aceitar que paire sobre nós a ameaça da destruição da humanidade.
Isto não significa que não possamos dispor da energia nuclear para fins pacíficos. Ela traz a vantagem de não poluir a atmosfera com CO2. Deste ponto de vista, é uma energia limpa.
Há algumas semanas, visitei as Usinas de Angra dos Reis. Cheguei com uma série de questionamentos que envolviam, entre outros, riscos de vazamento de radiação e dificuldades de armazenar o lixo atômico.
As maravilhas do mundo antigo têm cerca de 2000 anos e a humanidade já perdeu a memória de onde se encontravam algumas delas, como o Colosso de Rhodes. Como se poderia garantir que o lixo atômico que fica ativo por cerca de 150 mil anos seria bem armazenado? Voltei mais confiante. As autoridades da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobrás, garantiram que quase 80% da tecnologia a ser utilizada na Central Nuclear que será construída no nordeste será brasileira. O Programa Nuclear Brasileiro prevê para este ano ainda o início da seleção do local para esta Central. A segurança das usinas nucleares é realizada por meio de inspeções criteriosas da AIEA, o que minimiza consideravelmente os riscos de vazamento.
A solução da empresa em relação ao lixo atômico é postergar o problema por 500 anos. Apostar que, ao longo de todo esse tempo, surja uma nova tecnologia de reutilização da radioatividade. Enquanto isso não acontece, os resíduos atômicos ficarão em cilindros de aço inoxidável, depositados em um reservatório de concreto, armazenado em uma espécie de caverna artificial. Tudo guardado de forma a poder ser aberto quando for necessário.
A energia nuclear não deve ser a base da matriz energética brasileira. Afinal, temos recursos naturais em abundância para gerarmos muita energia hidrelétrica e eólica. Mas não devemos prescindir dela. O Brasil é um dos principais países a desenvolver processamento e enriquecimento do urânio. O estudo dessa tecnologia permite que tenhamos aplicações distintas em diversas áreas da medicina.
Os trabalhos científicos não servem apenas a um objetivo, contaminam lateralmente, fazendo o País avançar em outras tecnologias.
Flávio Torres é professor de física aposentado da UFC e da UnB, com doutorado na Universidade de Oxford, na Inglaterra, e senador pelo PDT-CE
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
Assembleia-Geral deve reforçar política de não-proliferação nuclear
Segundo esboço, resolução defende o fortalecimento do papel da AIEA e incentiva o uso pacífico da energia atômica
Gustavo Chacra
O combate à proliferação de armas nucleares dominará a agenda Assembleia-Geral da ONU que ocorre nesta semana em Nova York. Uma resolução deve ser aprovada em reunião do Conselho de Segurança na quarta-feira, sob o comando de Barack Obama. Atualmente, os EUA presidem o órgão máximo da entidade.
Há meses a questão nuclear está presente indiretamente nos debates na ONU envolvendo o Irã e a Coreia do Norte. Nos últimos dias, a nova resolução, que não cita nenhum país, ganhou força. A negociação, segundo apurou o Estado com um diplomata que participa dos debates, está relacionada à decisão do governo Obama de voltar atrás nos planos de instalar um escudo antimísseis na Polônia e na República Checa, agradando a Rússia. Em troca, os russos devem dar apoio à nova resolução e, se necessário, também aprovar sanções mais duras contra o Irã. Ontem, Moscou anunciou ter arquivado os planos de instalar mísseis em Kaliningrado, perto da fronteira com a Polônia.
O texto da nova resolução ainda não foi definido e o diálogo deve prosseguir nos próximos dias. Mas o Estado teve acesso a um esboço que era o mais provável de ser aprovado. O teor da resolução deve fortalecer o papel da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apoiar a conferência de não-proliferação nuclear prevista para 2010, defender o desarmamento progressivo e incentivar o uso pacífico da energia nuclear.
Em 2004, durante o governo de George W. Bush e apenas três anos após o 11 de Setembro, a Resolução 1540 do CS da ONU também tratou de questões nucleares, mas o foco era o terrorismo. Já a nova resolução volta a tratar de Estados nacionais, mesmo sem mencioná-los, com Obama levantando uma bandeira na qual, por um lado, demonstra estar disposto a seguir em frente com o "desarmamento por meio de acordos com a Rússia", segundo o ex-embaixador americano em Moscou Thomas Pickering. Ao mesmo tempo, Obama tenta dar garantias a países aliados do Oriente Médio e do Leste da Ásia de que pretende conter o Irã e a Coreia do Norte com a nova resolução.
Os iranianos são acusados por parte da comunidade internacional de tentar construir armas nucleares. O regime de Teerã diz que seus objetivos são pacíficos. Com a resolução, os EUA tentará ampliar o papel da AIEA para inspecionar os países-membros do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, como o próprio Irã. Atualmente, cinco países com arsenal nuclear integram o tratado - EUA, Rússia, França, Grã-Bretanha e China. Paquistão, Índia e Coreia do Norte realizaram testes nucleares, mas não são signatários. Israel, por sua vez, não confirma e tampouco nega ter bombas atômicas e se recusa a assinar o TNP.
Durante a Guerra Fria, analistas argumentavam que os EUA e a União Soviética não se atacariam justamente por possuir um arsenal nuclear. As bombas, segundo a teoria, tenderiam a provocar um equilíbrio de forças e evitariam um confronto direto, como realmente ocorreu. Com o colapso soviético, essa corrente manteve alguns defensores - como o professor da Universidade Columbia Keneth Waltz -, que afirmam não haver o risco mesmo com Irã ou Paquistão armados com a bomba. Segundo eles, Teerã ou Islamabad a usariam para dissuadir grandes potências e inimigos locais, não para atacar indiscriminadamente.
Obama, segundo alguns analistas, rejeita essa teoria ao optar por um escudo antimísseis de médio e pequeno alcance. Recentes declarações da secretária de Estado, Hillary Clinton, indicam como inevitável um Irã com capacidade nuclear, segundo Gary Sick, professor da Universidade Columbia e ex-assessor presidencial para assuntos iranianos.
A posição da Casa Branca seria a de que em países como Irã, Paquistão e Coreia do Norte, o risco de uma arma nuclear ser usada para um ataque é bem mais elevado, pois não há um equilíbrio entre o poder civil e o militar e tampouco há garantia de que as armas são bem monitoradas. Assim, a resolução da ONU e o fortalecimento da AIEA buscam justamente evitar que países mais fracos busquem armas atômicas.
Segundo esboço, resolução defende o fortalecimento do papel da AIEA e incentiva o uso pacífico da energia atômica
Gustavo Chacra
O combate à proliferação de armas nucleares dominará a agenda Assembleia-Geral da ONU que ocorre nesta semana em Nova York. Uma resolução deve ser aprovada em reunião do Conselho de Segurança na quarta-feira, sob o comando de Barack Obama. Atualmente, os EUA presidem o órgão máximo da entidade.
Há meses a questão nuclear está presente indiretamente nos debates na ONU envolvendo o Irã e a Coreia do Norte. Nos últimos dias, a nova resolução, que não cita nenhum país, ganhou força. A negociação, segundo apurou o Estado com um diplomata que participa dos debates, está relacionada à decisão do governo Obama de voltar atrás nos planos de instalar um escudo antimísseis na Polônia e na República Checa, agradando a Rússia. Em troca, os russos devem dar apoio à nova resolução e, se necessário, também aprovar sanções mais duras contra o Irã. Ontem, Moscou anunciou ter arquivado os planos de instalar mísseis em Kaliningrado, perto da fronteira com a Polônia.
O texto da nova resolução ainda não foi definido e o diálogo deve prosseguir nos próximos dias. Mas o Estado teve acesso a um esboço que era o mais provável de ser aprovado. O teor da resolução deve fortalecer o papel da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apoiar a conferência de não-proliferação nuclear prevista para 2010, defender o desarmamento progressivo e incentivar o uso pacífico da energia nuclear.
Em 2004, durante o governo de George W. Bush e apenas três anos após o 11 de Setembro, a Resolução 1540 do CS da ONU também tratou de questões nucleares, mas o foco era o terrorismo. Já a nova resolução volta a tratar de Estados nacionais, mesmo sem mencioná-los, com Obama levantando uma bandeira na qual, por um lado, demonstra estar disposto a seguir em frente com o "desarmamento por meio de acordos com a Rússia", segundo o ex-embaixador americano em Moscou Thomas Pickering. Ao mesmo tempo, Obama tenta dar garantias a países aliados do Oriente Médio e do Leste da Ásia de que pretende conter o Irã e a Coreia do Norte com a nova resolução.
Os iranianos são acusados por parte da comunidade internacional de tentar construir armas nucleares. O regime de Teerã diz que seus objetivos são pacíficos. Com a resolução, os EUA tentará ampliar o papel da AIEA para inspecionar os países-membros do Tratado de Não-Proliferação Nuclear, como o próprio Irã. Atualmente, cinco países com arsenal nuclear integram o tratado - EUA, Rússia, França, Grã-Bretanha e China. Paquistão, Índia e Coreia do Norte realizaram testes nucleares, mas não são signatários. Israel, por sua vez, não confirma e tampouco nega ter bombas atômicas e se recusa a assinar o TNP.
Durante a Guerra Fria, analistas argumentavam que os EUA e a União Soviética não se atacariam justamente por possuir um arsenal nuclear. As bombas, segundo a teoria, tenderiam a provocar um equilíbrio de forças e evitariam um confronto direto, como realmente ocorreu. Com o colapso soviético, essa corrente manteve alguns defensores - como o professor da Universidade Columbia Keneth Waltz -, que afirmam não haver o risco mesmo com Irã ou Paquistão armados com a bomba. Segundo eles, Teerã ou Islamabad a usariam para dissuadir grandes potências e inimigos locais, não para atacar indiscriminadamente.
Obama, segundo alguns analistas, rejeita essa teoria ao optar por um escudo antimísseis de médio e pequeno alcance. Recentes declarações da secretária de Estado, Hillary Clinton, indicam como inevitável um Irã com capacidade nuclear, segundo Gary Sick, professor da Universidade Columbia e ex-assessor presidencial para assuntos iranianos.
A posição da Casa Branca seria a de que em países como Irã, Paquistão e Coreia do Norte, o risco de uma arma nuclear ser usada para um ataque é bem mais elevado, pois não há um equilíbrio entre o poder civil e o militar e tampouco há garantia de que as armas são bem monitoradas. Assim, a resolução da ONU e o fortalecimento da AIEA buscam justamente evitar que países mais fracos busquem armas atômicas.
"A reconquista da soberania perdida não restabelece o status quo."
Barão do Rio Branco
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
ESPAÇO ABERTO
(Não)proliferação nuclear
Rubens Barbosa
O tema da não-proliferação nuclear, por ser muito técnico e árido, talvez não seja o mais
adequado para ser examinado neste espaço. Decidi, contudo, tratá-lo da maneira mais direta possível,
dada a sua atualidade pela inclusão como um dos itens principais na agenda do Conselho de Segurança
das Nações Unidas, que começa nesta semana em Nova York.
O que está por trás dessa discussão e quais os interesses em jogo?
O surgimento de um mercado negro internacional de produtos nucleares, o interesse de grupos
terroristas na compra de armas de destruição em massa e o crescente número de Estados dispostos a
adquirir tecnologia para produzir material físsil, que permitiria a produção de artefato nuclear, ressaltam a
importância do tema.
O desenvolvimento dos programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte e a ameaça de ataque
ao Irã por parte de Israel tornam o exame dessa matéria ainda mais relevante. O reconhecimento de
outros países nucleares, como Israel, Índia e Paquistão, contra o que dispõe o Tratado de Não-
Proliferação (TNP), com o beneplácito dos EUA e das outras potências nucleares, introduz um elemento
novo nos debates, às vésperas da conferência que promoverá sua revisão, prevista para 2010.
O TNP é o instrumento internacional que regula o regime internacional de desarmamento e de
armas nucleares, cujo controle é feito pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A AIEA,
contudo, não dispõe de autoridade legal para realizar inspeções mais detalhadas nos países, nem de
meios financeiros para exercer plenamente suas funções.
Os EUA, depois dos ataques de 11 de setembro e no auge do unilateralismo da era Bush,
adotaram, em 2004, a doutrina da "contraproliferação", cujo objetivo principal é dar às Forças Armadas
norte-americanas e às suas agências civis a capacidade de conter a ameaça do uso de armas de
destruição em massa contra os EUA ou seus aliados. De acordo com ela, os EUA podem impedir o livre
trânsito de materiais, tecnologia e capacitação técnica relacionados com a produção de armas de
destruição em massa por Estados hostis - como está acontecendo com a Coreia do Norte - e por
organizações terroristas e podem também responder ao emprego desse tipo de armas utilizando
qualquer opção militar. Os EUA, de forma preventiva ou em resposta a ataque com armas biológicas ou
químicas, e mesmo com Armamentos convencionais, podem reagir com armas nucleares.
Esse endurecimento na política norte-americana tem impacto sobre as chamadas garantias
negativas, previstas no TNP. Por essas garantias, os EUA não poderiam utilizar artefatos nucleares
contra países não nuclearmente armados, nem utilizar bombas nucleares de baixa potência, para destruir
esconderijos e depósitos de armas subterrâneos, nem armas nucleares miniaturizadas de uso tático.
As dificuldades e os desafios da implementação do TNP derivam do desequilíbrio na
observância, pelos países nucleares, das obrigações nos três pilares que são a sua essência:
desarmamento, não-proliferação e usos pacíficos da energia nuclear.
No contexto dos esforços para conter a proliferação de armas nucleares, a entrada em vigor do
Tratado de Proibição Abrangente de Testes Nucleares, o início das negociações de acordo proibindo a
produção de material físsil de uso em Armamentos e a busca do fortalecimento da AIEA são medidas
encorajadoras.
É relevante também observar, com a eleição de Barak Obama, a aparente mudança de posição
dos EUA. Em discurso em Praga, em abril passado, Obama, dando renovada prioridade ao
desarmamento, sinalizou sua visão de um mundo livre de armas nucleares. E relançou as relações dos
EUA com a Rússia visando a reduzir rapidamente os arsenais nucleares nos dois países. Esses passos
positivos deveriam ser seguidos de medidas concretas visando à criação de zonas livres de armas
nucleares e ao fornecimento, pelos países que detêm Armamento nuclear, de garantias negativas de
segurança aos Estados não nuclearmente armados.
As discussões sobre não-proliferação não devem implicar a revisão ou relativização do
compromisso central do tratado, isto é, a renúncia à posse de armas nucleares pelos países nãonucleares,
ao mesmo tempo que se lhes garante o acesso à tecnologia nuclear para fins pacíficos.
Em anos recentes, fortaleceram-se as discussões sobre as chamadas "abordagens multilaterais
ao ciclo do combustível", cujo objetivo declarado é promover o uso da energia nuclear para fins pacíficos,
procurando evitar os riscos associados à proliferação dessa tecnologia e a aplicação a usos nãopacíficos.
Os Estados que aderirem a esses esquemas devem aceitar a renúncia ao direito de
desenvolver capacidades nucleares autônomas. A criação de um banco de urânio com baixo teor de
enriquecimento para garantir o suprimento de combustível nuclear para reatores empregados na geração
de energia e a eventual negociação de acordo segundo o qual todas as novas atividades de
enriquecimento e reprocessamento sejam postas sob controle multilateral são algumas das ideias em
discussão.
Por deter uma das maiores reservas de urânio do mundo, dominar o ciclo do combustível
nuclear, planejar ampliar significativamente sua capacidade de produção de energia, via usinas
nucleares, e, no campo da defesa, projetar a construção de submarino nuclear, e não menos importante,
por ter, segundo se noticia, conhecimento teórico e tecnologia para produzir um artefato nuclear, o Brasil
tem interesse direto nessa questão.
Em próximo artigo, procurarei abordar a questão nuclear do ponto de vista do interesse nacional
de nosso país.
Rubens Barbosa, consultor de negócios, é presidente do Conselho de Comércio Exterior
da Fiesp
(Não)proliferação nuclear
Rubens Barbosa
O tema da não-proliferação nuclear, por ser muito técnico e árido, talvez não seja o mais
adequado para ser examinado neste espaço. Decidi, contudo, tratá-lo da maneira mais direta possível,
dada a sua atualidade pela inclusão como um dos itens principais na agenda do Conselho de Segurança
das Nações Unidas, que começa nesta semana em Nova York.
O que está por trás dessa discussão e quais os interesses em jogo?
O surgimento de um mercado negro internacional de produtos nucleares, o interesse de grupos
terroristas na compra de armas de destruição em massa e o crescente número de Estados dispostos a
adquirir tecnologia para produzir material físsil, que permitiria a produção de artefato nuclear, ressaltam a
importância do tema.
O desenvolvimento dos programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte e a ameaça de ataque
ao Irã por parte de Israel tornam o exame dessa matéria ainda mais relevante. O reconhecimento de
outros países nucleares, como Israel, Índia e Paquistão, contra o que dispõe o Tratado de Não-
Proliferação (TNP), com o beneplácito dos EUA e das outras potências nucleares, introduz um elemento
novo nos debates, às vésperas da conferência que promoverá sua revisão, prevista para 2010.
O TNP é o instrumento internacional que regula o regime internacional de desarmamento e de
armas nucleares, cujo controle é feito pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A AIEA,
contudo, não dispõe de autoridade legal para realizar inspeções mais detalhadas nos países, nem de
meios financeiros para exercer plenamente suas funções.
Os EUA, depois dos ataques de 11 de setembro e no auge do unilateralismo da era Bush,
adotaram, em 2004, a doutrina da "contraproliferação", cujo objetivo principal é dar às Forças Armadas
norte-americanas e às suas agências civis a capacidade de conter a ameaça do uso de armas de
destruição em massa contra os EUA ou seus aliados. De acordo com ela, os EUA podem impedir o livre
trânsito de materiais, tecnologia e capacitação técnica relacionados com a produção de armas de
destruição em massa por Estados hostis - como está acontecendo com a Coreia do Norte - e por
organizações terroristas e podem também responder ao emprego desse tipo de armas utilizando
qualquer opção militar. Os EUA, de forma preventiva ou em resposta a ataque com armas biológicas ou
químicas, e mesmo com Armamentos convencionais, podem reagir com armas nucleares.
Esse endurecimento na política norte-americana tem impacto sobre as chamadas garantias
negativas, previstas no TNP. Por essas garantias, os EUA não poderiam utilizar artefatos nucleares
contra países não nuclearmente armados, nem utilizar bombas nucleares de baixa potência, para destruir
esconderijos e depósitos de armas subterrâneos, nem armas nucleares miniaturizadas de uso tático.
As dificuldades e os desafios da implementação do TNP derivam do desequilíbrio na
observância, pelos países nucleares, das obrigações nos três pilares que são a sua essência:
desarmamento, não-proliferação e usos pacíficos da energia nuclear.
No contexto dos esforços para conter a proliferação de armas nucleares, a entrada em vigor do
Tratado de Proibição Abrangente de Testes Nucleares, o início das negociações de acordo proibindo a
produção de material físsil de uso em Armamentos e a busca do fortalecimento da AIEA são medidas
encorajadoras.
É relevante também observar, com a eleição de Barak Obama, a aparente mudança de posição
dos EUA. Em discurso em Praga, em abril passado, Obama, dando renovada prioridade ao
desarmamento, sinalizou sua visão de um mundo livre de armas nucleares. E relançou as relações dos
EUA com a Rússia visando a reduzir rapidamente os arsenais nucleares nos dois países. Esses passos
positivos deveriam ser seguidos de medidas concretas visando à criação de zonas livres de armas
nucleares e ao fornecimento, pelos países que detêm Armamento nuclear, de garantias negativas de
segurança aos Estados não nuclearmente armados.
As discussões sobre não-proliferação não devem implicar a revisão ou relativização do
compromisso central do tratado, isto é, a renúncia à posse de armas nucleares pelos países nãonucleares,
ao mesmo tempo que se lhes garante o acesso à tecnologia nuclear para fins pacíficos.
Em anos recentes, fortaleceram-se as discussões sobre as chamadas "abordagens multilaterais
ao ciclo do combustível", cujo objetivo declarado é promover o uso da energia nuclear para fins pacíficos,
procurando evitar os riscos associados à proliferação dessa tecnologia e a aplicação a usos nãopacíficos.
Os Estados que aderirem a esses esquemas devem aceitar a renúncia ao direito de
desenvolver capacidades nucleares autônomas. A criação de um banco de urânio com baixo teor de
enriquecimento para garantir o suprimento de combustível nuclear para reatores empregados na geração
de energia e a eventual negociação de acordo segundo o qual todas as novas atividades de
enriquecimento e reprocessamento sejam postas sob controle multilateral são algumas das ideias em
discussão.
Por deter uma das maiores reservas de urânio do mundo, dominar o ciclo do combustível
nuclear, planejar ampliar significativamente sua capacidade de produção de energia, via usinas
nucleares, e, no campo da defesa, projetar a construção de submarino nuclear, e não menos importante,
por ter, segundo se noticia, conhecimento teórico e tecnologia para produzir um artefato nuclear, o Brasil
tem interesse direto nessa questão.
Em próximo artigo, procurarei abordar a questão nuclear do ponto de vista do interesse nacional
de nosso país.
Rubens Barbosa, consultor de negócios, é presidente do Conselho de Comércio Exterior
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Re: Pressões Nucleares sobre o Brasil
É os sionistas, nada contra é td a favor? Eles tem + q bombas atômicas...eles estão protegidos pelos sionistas do governo iank, então quem vais fiscalizar os "aliados" dos mesmos? Deixem o BRASIL em paz..vão arrumar um israel p ficalizarem.